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24
E p if a n ia s do modernismo
24.1
e: _.;~- : · ,_
0
. . · . s / ::·/~ :·,
.,-:"1,~·-,.p
:: 1 ti-;
t.arismo confortáv I ~ Virtudes heróicas, contra o quen_~mente de acordo com Tudo isso pode ajudar a explicar a foma:
as fontes tac e e esfibrado de sua épocaJ HulmJ ga\ram ser oh11Dlani. para a interioridade. Os pensadores do
' a ou o romantismo . e, que bebeu de ambas
corret.amente a ori d ~r sua negação do pecado ori . . . voltas com um problema que ainda é fo
como fonte, e quis ';.:1;uC:~~e::o em Rousseau e~ dou~~~': ou do Verdadeiro, ou do Belo, num mundo
?
transbordada "4; seu erro foi ter lidi~ outr?.. romantismo era apenas "religião mecanicista? Hulme, por exemplo, encarou o;,
e o religiao e natureza quando as devia ter desafio, identificando-o por meio da seguint&
2 · Ricardo Quüiones em seu M rpp · L · "A ciência é para mim não uma massa de·
Press, 1985 cap. 4, faÍa do .. ~ Rmg iter_ary A:,odemism, ~ceton, Princeton University de que não há alteração no universo, não
3 "Antes' d C , · conua- omantismo do modenusmo·
- sensação de uma consciência que não vá e
I . O e operruco, o homem nao era o centro do universo; depois de Copérnico,
O
e e e~a. , ~serva-se uma mudança de certa profundidade e intensidade para aquele otimismo as leis naturais; a certeza de que nada pode
raso e ms1p1do que, passando por seu primeiro estágio de decadência em Rousseau culminou de causas e efeitos; a necessidade move a,
por fim no estado de dissolução no qual temos a infelicidade de viver"; T. E. Hulme em
Speculations, ed. Herbert Read, Londres, K. Paul, 1924, p. 80. Ford Madox Ford expressou Para contrapor-se às reivindicações ·
algo dos mesmos sentimentos com menos prudência em janeiro de 1914: "O que mais ·abrangente, fortalecido pela marcha de uma
queremos na literatura de hoje é religião, é intolerância, é perseguição, e não as bobagens
sentimenWóides da cultura, do fabianismo, da paz e da boa vontade. Uma religião boa de
5. Ibid., p. 8; grifos do original.
fato uma coisa violenta cheia de ódios e exclusões"; citado em Michael Lev~nson, A 6- Yeats, claro, não se enquadra por inteiro ne .
G~n;a/ogy of Modemism, Cambridge, Cambridge University Press, 1984, p. 59. Osecu!oXX · velho do que a grande geraçao
era. m_ais - m
prestou-se generosamente a atender o pedido, esquecendo-se apenas de confinar as Prunetras décadas deste século, poderia ser
ronseq·ü ências à literatura. . 7. Citado em "Notes on Bergson", de Hulme,
4. Hulme, speculations, p. 118. Mllleápolis, University of Minnesota Press, 19
LnfcUAGlls 11.\Js SUTJs
Dioerapo .
J>oia bào ~Vel l'ecorrer SÜn
e a \ri.,::_ Bõ esse IIleSino P~e~mente a uma J -
ura envolver e fazer.
·&QClg de Sch mecaw.asmo tinha uescrtçao en;r:i_, roc . dir
ser a rotula: Ol)enhauer a sola toIDado essa r-uuca. d a ~ P
etllPre . física, para impe ~
ao IIlllndo : como errada.
oferecia. biunentai que ha .
Ela::,
como também o~~ Pl'Oblelllá.
Pl'Oportionava uma das e~tica.
~a. c015:ética liberta-se de uma •
iJllªgetll P intuitiva fresca que re
exceção.~ UZir mesmo n~~~:do ~ perspectiva
red
!te~~va
o fato de qu~:U~vi~ <:<>ntra esse niv=:~ sen~ento~~~efUe Se
Ul~tado na sensibiJida:vido, o mundo tal como viexau~tivo era a interion~~Ill
geu~ !i11guageIIlIIlºs ver imediatamente o e
pode comuns concentram-se noa
illteresses). esquecemo-nos por inteiro
q~ que supostamente e na consciência, não ~Cía.do, Conhecido e ;ue: (uorha nd~n ~a.Dlente ali como "pronto&
. ~ a tudo abrangia. Be
h=~
tibilidade da e A ser assintilado ~- está~ P~consistente de "esquecimento
esn::i,.; .. 1: __ xpenencia a uma expli - rgson, com suadoutnna pe!a Illá· tendeociaanalítica existencial, um estudo
..,._.~do da explicação fisi . caçao externa, da d _ da lrl'ed\J..
Esse tipo de movun t ca, fo1 a grande fonte de por ~a e nos abra para o significado do
J>ara o te111po J.5 coisas .- d do
de resgatar o ue i . en ~• ~ue une filósofos a artistas e , ~o J>ara Hui.me. U" berto em nossa visao e mun
repetiu-se muit!s ~ o1 suplln:1do e esquecido nas condi ~nticos na tentativa e en~~avessando todas as diferen~ ·
t.al ezes no seculo XX. M . tar Çoes da experiên . fuJba. de afiliação liga todas essas r?wa:
como o fizera com Ber élls de, Hulm.e inca eia,
"fenomenolooi"" , . gson. E a bandeira sob a qual Hu rpolrou Husser1 . s dos românticos. Todas elas visam
e.- , 101 apropriada pelo sser navegava, 5
de Heidegger e de Merleau p ty, s empreendimentos distintos mas parai 1a ~~ ta -utilitaristas sobre a nossa vida; tm
01c1s•ta]ismo
S · •
e do express1vismo: "UJ;++nn.. ..t-..;....,
...'-"&.............. ·
revoluções semelhantes e - on , ao passo que, em termos bastante düeren~os doVl tã ,. de
últim m pensamento e sensibilidad i . s, they'z. E todas es o proxunas
os escritos de Wittgenstein ou foram te tadas e o~ mspiradas pelos rom Dil . da -
Cada d . n por Michael Polanyi em sua rejeição da hegemoma~ . ra7.élO. . .
um esses moV1DI:,ntos foi acompanhado, para aqueles ue t . Assim, enquanto os romanticas ~
parte, pela mesma sensaçao de júbilo sentida por Hulm s Iq ornaram
recuperar!i. da •A • • e • sso vem da para O sentimento puro, enco~~os. Dll1itos
• A ~o expenencia vivida ou da atividade criativa que subjaz à nossa resgate da experiência ou da mt~non~.
consc1~~cia do _mundo e que havia sido bloqueada ou desvirtuada pelo aparato descrevi. Mas que dizer do anti-subjeüvismO
mecaru~~s~ remante. A recuperação é sentida como uma hbertação, porque freqüência em Pound e Eliot, em ~e, bem
a expenencia pode tomar-se mais vívida e a atividade mais desimpedida ao ser característica tão freqüentemente articulada
reconhecidas, e abrem-se alternativas em nossa postura diante do mundo que (como é o caso de Hulme), ou como•~·
antes se encontravam sobremodo escondidas. anti-humanismo (Wyndham Lewis e, 1l05UD~
Na teoria inicial de Hulme, a poesia restaura um contato vivo com a Isso, paradoxalmente, tem algumas raízes
realidade. Num mundo mecanicista e utilitarista, passamos a lidar com as original na natureza também se aplicava à
coisas de modo mecânico e convencionalizado. Nossa atenção é desviada espiritual que emanava no mundo que nos
das coisas em si para aquilo que elas realizam para nós. A pro~a comum interior. OEspírito na natureza vem à
reflete isso. Ela opera com significant es imovei · , ·s, que nos permitem. .fazer
1 N
d Schelling e Hegel. Coleridge v~ a ~~do
alusão a coisas sem de fato ve- as. a prosa,A "temos palavras divorcia
b tr - "Ela as
se molda a partir de dentro. AunaginaÇ&O
de qualquer visao r . - eal "9 A poesia pretende transpor essa a s açao.
. · Princípio. Oartista não imita a mera
, l"·, "Fui libertado
• - fim a um estado intolerave . d
8 Para Hulme, a leitura de Bergson poe te"· f . "um sentido quase físico e 10. lbid., p. 10. .
. , ·to erturbava a men ' o1 29 30 Ver 11. Ver M. Heidegger, Sein und Zeit, 'l\lbi1!gl,
de um pesadelo que ha mw_ me p , . d explosão mental"; ibid., PP· . .
'b'ta. expansao uma espec1e e
u!oria., uma su I • • 40
56
' (Ser e tempo, Petrópolis, Vozes, 1995 !;_
the -Este último vínculo foi be~ ~~
~bém Levenson. Genealogy of Modermsm, p. . 12
9. Hulme, Further Specu/ations, p. 78. Problem of Knowledge, Jndianápolis.
a DabJrez.a . '. . . .·.. ·..
l
•v&4114
entre o eRní~- como naturr, ..
O -r~~ d a ~ e "ªlurans. Mas . ,
~ eaJisIIlº• não podia ser ..
naturi l'Olnantismo ini . a ahna ~ lSSO OCorre .
.j dO st111'. ~ 0 criativa. Com efeito,
Rousseeza. como fonte •Cialcu·uadesenvolveu-se O eSJ>írito h~~~ do 'Ili'"--• · l iJllªgillªçatre natureza interior e
au. Pod. · a J>artir ~ 0pe ·-.ll!O
desvendar-Ih eIIJ.os descobJIUneira declaração da nação que ra eni nós.
dentro segu: os se~edos. vo~rn; estar em sinto:adigJn.ática
a6nn o caminh.o h .
o~ que ..a nature
o-nos Pélra com a na+-•-- va
e e10 de Dtisté . " nosso Próprio . ·~za. co1110
::ei
de
e111
; e .. ~s en
a.s ~~do para uma um~
a,pr P
por c~o
h 'dade
nseguinte, uma virada
significava uma virada
\lidade, nadido como um alinhamento
hlllnanidad za humana sabe no • colllo di intenor. "P
13
Goe:: co!llPre;~riativo. Pelo contrário, esse
respon sivo~: : ~rteza de que O m:~:stá e~ sint:~~:::us • e pode lf da forma como este é
o mundo. A.
Baladas Uricas
mem é, natura1m
çoes do mundo interi "extenor constitui
homem e a na~::z: ra co_mo fé essen::i. d~ Wordsworth,
ssencialm.ente ada: poeta que "ele
~:P<>nto
. o das
aléill do sxpe eriência que põe em
-dae
çao
dMsil,
.d de como no caso e u pot
. ente, o espelh das ptados UIIl ao outr considera o identi .ª de unidade, uma nova man ·
da oVO tipO t
natureza"1 •. Por conse . o melhores e mais in o, e a mente do ho- n mplo, em Prous.
por exe , sível
com o espírito que há ~te, a auto-articulaça~O odteressantes 4ualidades De fato, podemos ver _q~~ e pos
nas coisas e P e estar em hann
Isto é o que na v dad • . promover sua revelaçao- onia idéia tradicional do s~lf ~tmda.ºoer::.&·
' er e dá onge · - da experiência vivi . s . •~
como estando preocupad o tâo- m ao quadro denegridor do ro . peraçao
com demasiad a facilidade somente com a auto-expres são o q~antismo romântica apóiam-se, de maneiras
de um Eliot Isso é uma cale~ _suas conde~ações na boca d; um HU:erge primeira requer um forte centro de_
· l uma. como assmale · • e ou capaz de construir as ordens da ~ par;
S~Ja ançada com propriedad e a part d , i_ aCin1~; embora a acusação ensamento e a vida. A segunda ve ~
vu-ada do século ela não é adeq da e o pos-simbolismo subpateriano da ~dade no alinhamento entre sens:ilJil1daclei
na própria harm' . ua_ para os grandes românticosis. Contudo
d , orna preestabel ecida entre articulação do se[f e articula ã~ esses dois ideais passam a ser e n ~
o mundo está o pretexto para as falsas acusações. ç uma perspectiva a cujas reivin~~~ de
~ntre~to , essa harmonia já não é compatível com um.retrato da natu- medi.da em que adotamos uma visa.o pos-
reza mtenor e exterior que absorveu o impacto da biologia cientifica e de a hbertação da experiência pode parecer
Schopenha uer. E deve ser ainda menos aceitável para aqueles da linhagem identidade única unitária. e que nos
baudelairi ana que, como Hulme, opuseram-se à crença "romântica" na bondade alcance do controle ou da integração.
inerente do homem e da nature?.a. Essa harmonia foi a fundação das epifanias Nietzsche já explorara esse ~samd
romântica s do ser que, para os modernistas, tomaram-se tão inaceitáveis não gozar de uma unidade garantida. a
quando repousava m na suposta bondade do impulso interior como quando fazem dele um dos principais P ~
baseavam -se na alegada expressão do espírito na natureza. s~culoXX. D. H. Lawrenc e_es~~~
vida quando disse: "Nossa mdividuali
O que permanece u foi a noção pós-nietzschiana da natureza como uma
não é mais que uma coesão acidental no
imensa força amoral com a qual temos de retomar o contato, com~ fic_ou 'l djaDle
da~uilo que pensamos ser o ~ ~ 0 ~
evidente em diferentes formas no fauvismo, por exemplo, ou no pnmell'O qmco do modernismo na reJelÇI ,.,-;
Stravinsky ou em D. H. Lawrence. Mas isso, exceto talvez no caso extremo substancial da alma" como .sendo
. art Kl tt Corta. 1960-1975,
13. Novalis, Schriften, eds. P. Kluckhom e R. Samuel, Stuttg , e · 16. Ver a interessante discussão sob!9
II, 419. 129 Life as Literature, Cambridge, }dass.,
14. Citado em Quiiiones, Mapping Literary Modemism, p. · l91
173· · 17. Citado em Quiiiones, MaPPing
15. Ver H. Kennei; The Pound Era, Londres, Faber, 1972, PP·
,.- t 1
eJ:r6neo11. E i<féiaa
COJno a.cabei de se111elhantes
~•19 lllencionar: Pro~ eni oUtros
no qu .. , · E ]<>yce elh\1 Ust fanibéDl .-1:_ 411tores . sua época; ela GeSIINni
l4QA as fronte· ~ y ora. eDl ,:,, ~ 4Ue lllod-:_.
A 1l"as da. pers . ~lTlnegan~ ~ SOnios ':t>lr=~:)I,,_,. JllºJ!l~::~~placiana- Heidegger volta
tolllar n~ssida.de de fu.,;,. dasºDalidade tornain. áke, 1:1111 ní'le~~~ ~el'l d que é um erro fundamental
uni llllportan c,c,& restn - se flutda,g e ~-~ celltral ; dos "eventos" (Er-efgnfs)
vezes chainacio d •te_ tema recolTente ÇOes do self uni • : ' eote~ ~ 0 de roundo ordenada a
de Fou1ca.u1t ao .._~// ~s-moderms1J10• neste séeu10 e f-~toº 'Veio de
->e«, diSci 1;___ , como ·
,~L
' 14.ll Illais <Cl{() a llll1ª ~:eia e negar parte da ·
Há uni ;1t,...... p ~ ou confes Vllnos de UJna .no 4Ue é se iJlCO~béIIl enc?ntramos essa crítica
de ~ . --tu.e modernista sante e, de ou+- lllaneu-a no Por
A , . ativa ass<>cia.da.s , ~elo à consei~ . ...ct, na obra d 1,~~ os assunnda em favor do ·
cntica à Prime. a razao instnun
razio desprendiC:ª tem mais evidência. ~n~ _desprendida e
como um.a s , . Produz envolve uma
ene de
e:tn~
encia do tempo , e ~ul<ll'à20
'lnangulamos
para o
't evidente que um sentido por meio das imagens. . "Apresen
feita. acerca da a afirmação anál
oga e até mais s\18- 111:eta: os <\ue tar uma·
acre~tan1 om gen s poetas devem.
arte visual nã
o-representativa vigorosa poderi o
falou de como a s ,,,,,
a crítica em to do s ~ o XX.
"justaposição• "p das as artes co
nven
Roger Shattu
: nã0 l i ~ e indeftnieralid30ades vagas.
moderna são reunara e x p re ~ a idéia de ~omo as aonou empregar O tenn unPr is
ec a e da." •
idas... O século ·partes de ~ a "nfase era na ap .,..,,.;,.
oposição a arte
s anteriores de XX dedi26cou-se a artes de Ju
obra de art: A. e de ter perm rese..~
transição" • staposição em Elll ,;ez d: as co issão para se
isas retratadas
s i~ c ª•.,<:, co
an \.(U>" mo elementos distin
24.2 111 ifesal ,,31 E, sobretud tol. •
O que isso sig
nifica para a a natur . - u o, temos de .mtar
casos, com sua de percepçao ~ e tornam as fronteiiaS
rejeição das ep rte epifânica dos modernista
à corrente co
ntra-epifânica
ifanias do ser, el
es parecem es
s? Em alguns as para den tro das outras. Para Pmul
uIIl . dade
Eliot acima cita do n
dos, em que a aturalismo. Considerem-se
tar se alinhando na socie era de contribuir. essa
e o artifício es súbita passagem os versos de ' . com .. .
terilizado da m ao símile que do o próp rio meio,,ª própria essêma:a
edicina frustra evoca doença va
r, isto e, tomartoe zia e
uma epifania
na natureza qu b ~ ': s a apodrece
H. Lawrence e a imagem so rutalmente a expectativa de a .,; ~ otdem
voltou-se contr bre a noite par maq...,,a.. n·o
' ~o pensamen
a a "profundid ecia o A ênfaseu
com significad
os e, numa pas ade", a satura prometer. D. na clareza e na nitide'L .
do peso dessa sagem de Aaron ção das coisas da
horrível castel
experiência da
significação ob
s R od, com para a libertaçã contra-epif_ânica. Era parte da recusa
o edade insmimenta
·
o en rigat
cadeias, de sen cantado, com paredes úmid ória com a fuga de "um
das acreçoes da
S : a removê-los e
le
tim as nue ela gerava
tação é evocad entos e atmosfera sombrias" 27 de emoções e pesadas . ~
plena força, para resga:..uu a ~
'1.
o em Kangaroo: • Outro m
omento de liber
ft . .
~-
ação" • O Man er palavra que arte · Um realismo . ..'lid
ifesto imagista
pr econiza como de transmutaça- se3a... 1.1- o à, l1JJ.
26. Ver Roger o
Shattuck, Th
em Further Sp
eculations, p. 73 e Banquet Years, Nova York,
30. Citado elll ~
-
~~ tlt
em diferentes , fala do "empi Vmtage, 1968 .
versos". lhamento e ju , p. 332. Hulm
27. Citado em staposição de e, 31 . Citado elll Bal
Quüiones, Map imagens distin llbd1': 711~
28. Citado em
29. Citado em
ibid., pp. 143-
Kenner, The Po
ping Literary M
144.
und Era, p. 17
odernism, p. 14
8.
1.
tas 32. Citado e~
33 _A gaia
assinala U1ll pa
o
ae~~:- ic,xl _.
1
. preficiO.lJl1II,
.-a
.ral sentilllento. ....,,_...~ - -
e
-engan do falso
facilidade.
suns EPIFANIAS DO MODEIOOSMO
598 LIIGUAGENS MAlS
d a arapideZ
monólogo ~ _ser ~erido ~
Marinetti e seus seguidores
criativo do homem. Glorific
ara
e até cultivaram a intoxicação
do
lançaram-se a uma febril cel
m a velocidade, a audácia,
a
ebração do poder
violência. Gozaram
o lirismo é a faculdade apura poder. Otermo se repete: "Declaro agora que
possible la pe nenhuma intervenç
passível, sem
,do po
obstrln • ,r conse
ão do ~
gum·te por nenhuma inibiçã
, lad 1u
do
o, e que
~co :a
tio
que não seja.
eutamente
da de
com a inebriação de si mesm 37 intoxicar-se com a vida, de encher a vida uanto poss1ve1 0 pensamento fa O •
. ara • até fim :
o" • Ou: "Nossa arte provave
lmente será acusada
cr Outros autores aproxnn m-se disso, sem segmr O
de cerebralismo atormentad ·1 dt jiltration. qui naus sommes
oe
somos, pelo contrário, os pri decadente. Mas responderemos apenas que •Mais nous, qut•ne nousI sommes livrés à aucun t,ml(IId'idros, les mo
mitivos de uma nova sensib unis dtstlS app i1s
por cem, e que nossa arte ilid Jaits dans nos oe~vress':yp::us réceJJtacle.s de tant ctnl. naus savonsare
está intoxicada de espontan ade, multiplicada . tre ent pas sur le dessdn qu'ils 1111 peut·
A ou1ra. forma, aparentement eid ade e força"38• enregis urs qut ne noble cau .
Aspirava a nos abrir por int e oposta, conclamava ao abandono do controle. -être encore une plus se".
d filtragelll, que em nossas obras nos
eiro às profundas forças inc dt registro
Essa foi a rota do surrea on
lismo, que se desenvolveu scientes interiores. l"Nós, que não fizemos nen hum esforço e
, ul s de tantos ecos, mociestos instrumentos
depois da Primeira Guerra Mu a partir do dadaísmo t ruamos simples rec~ptác traçaD1, talveZ siIVaJUOS a
hipnotiZadOS F (iesenhos que eles
nd o ~10 5
ainda se identificava com o ial. André Breton declarou suas metas quando fi
ciue não e~ da mais nobre")
movimento anterior: "O dad u.
apenas o instinto, condena aísmo, ao reconhecer uma causa am --~T"P<'.er estranho em
apriori todo significado. De - rofundei.as JD.S. ..:..+:•vas ..nne i-- --_
acordo com o dadaísmo, IJll"' ~ ser influenci. ados po',."
-
O total abandono as p-"~· enana.
que ~ ~ ti ca o ~ da nat
36. "Noi cantartmo lt grandi autores da era Pós-s. choPE:conllLl"'u .. a noçao roman ureza
lt mam multicolori e po/ifon fo/le agitate dai /avoro, dei piacere o da/la sommosa: sec i.ue A
~ toutr
. do à von:
· te
~ '•~• !"lançar não tevelada ~ ,.;..i: d...,
rdiJl3;
é st1b0 fulldezas m
loutr 6-n,t,t; lout oan, °"""""-on,
qu, nou., n, ltre
d /lti,, 11,J, OI!
pr0
~
luz sobre a JlOrte de~ 0 coDl
a outra.
toda
noaao se,; na qual toda a beleza, lodo o ain01; Ioda a virtude que IDal do sa . ··o e
{1l religta ligião
reconJiecer brilha com &rande inlensidade'1". llloo tod8: to A re animal
~":"!Dos en_tenc1er essa po~ de ºº";fiança se a virn, na~ iflStíJl · - 0 do '
celebraçatureza, por
do DllDlinis1Do radical, que descrev, nun, caPltulo anter1or, 'lh.ta-se de 11nia
coll1 ana receber uma e
08
~'!"ias
declaração da in~ê-~c:ia da natureza contra as falsas
sobre ela pela religiao e peJa IDoraJidade, com SUas ~ acun,Uiadas
e'Pititua;. teJll de
,.s cara
cteristicas
'+:ca
supostan,ente "superiores•. Ao lançar P<>r terra "os dogmas da moraudade ~ a poeu:
e do gosto•, abraçamos a natureza bruta e não espiritual e, assim "1:indo, i.Ilcorporai: maneira de .
como um ressivas. O
alinnan,os sua bondade. Isso, claro, Pode por si mesmo levar a algo como dições rep . . lenta
11111a atitude e un,a experiência religiosas_ Os extremos tendem a se locar. tra mais vio
linguagem pela brutal de
Ao asstunir essa l'OSição, oS SUrrealistas viram-se Daluraimente DaOJlrenia "começar
esquerda_ Consideravam-se aliados do Partido Comunista, a d ~ da
· mpreensao-, IDeio-côD!ica, IDeio-brutaJ, que sofrer.un
mco barre·desse tre corpo~ iamo glorifica~~
- . distruttore dei
P lrolad por inflexíveis filisteus. Superar a ira en a tazio e as i1 gesto . d" truggere i
Noi vogl1amo IS fi . .
rofundezas
con o ms. tintivas também era derrubar a divisão entre arteodalidad e vida. Isso
de 10.
contro I
·1 moralismo, a
guerra -
pro1Detia . uma nova e:ns . t~eueia. restaurada
. hilleriana
e não apenas novas m é recuperaoJa
es rificaremos a
- , ti A arte redime a vida A esperança se ("9. Glo destrutivo dos
o gesto elas mulheres.
expressao art:ís ca. . . talvez tenha suas raízes em Rimbaud e despre~ p os os museus,
numa forma be1D IDaJs radical, que é caem maio de 1968. 10. Des~em o feminismo,
seus frutos IDa.is recentes e1D n~ssa po • ~••'1la num sentido mais que moralismo, .
di - artística que e vant,........ ., . d. Gherarduc
nFuturismo italiano, ~tadas são que.
"'-ata-se
u,
de uma. tra çao . a si 1Desmos nessa ótica o termo aqw d de atenuantes a ser c1uando am . da podia
I nam Os surrealistas viam
estético. u stamente o destacamento avança o e
Primeira Guerra, ~ b, m não esta:
ente apropriado: eles eram s po dtlZlr. as pessoas numa luta para
pe •aa, · dando a con viam e a 45 A violência tamdM:mreste• de
Breton· em seu "Secon
~
al
uma nova forma de vi aJu sentiam pelo bolchevismo. ~let~ ~e em' que d..,, dans la rue et
, , a.finidade que 1 - bis oncas, .
aux pomgs, a, descen
. e '"
fois, envie. d'en
cança-la. Dai a . imilar" de luta e revo uça0 , nte do
peq pas eu, a~ moms i;:eur a sa plact to
seu mundo,d como tacam umatonarrativas
d bravos combatentes se precipitam dam oa rumo
ue dos crétinisatwn en v
uenos. es en
. al e sofrem pesa s e das perdas, enq uanto mu Manifestes, p. 78. tra afinidade, Ri
corpo pnnc,p
ac ·t,ria. . ue tenninaram Para falar_de ou ríodo pré-gu .
da arte primitiva no ~tiva por ~
ontecimentos
Poli paraIa VIP o antípodas dos futuri~tas,Gqerr:a44 Mas há
arecem lini" depois da Primeira ucaso ·o mundo
!
•A adoção d~ .arte uma di
outros coincidiu co . O futunsm
.
. do-seticamente,
aos fasc1s . etaess de Mussounidade não-mediada: num , à ciência. e ª, t eenologia. esmos ·
umn
afini ocuram uma • Os m
uma doutrina. conteúdo , ·
dades. Ambos pc . Russell, Pods, desconhecidas e ª? ao cine
3 An 121n· citado em automóveis; .el~~ ~o e fu ·
" nd Manifeste", Manifestes, p. , sde o começo. Contudo, pnnutiGviaroe• New Yo .
4 • dré Breton, do Seco b
• tas foram as t.ante repelentes de
with the Av~t- . "Destruição da
p. 133. . t futuris
-&1·to as visões políticas fundador:
Eis 44. Com e1e , ns do Manifes o
algumas passage 46. Mannetti, Poets, p. 92.
citado em Russell,
. libertadora é comum a.os dois
rupt ura basta para .. • o meSillo OCo
próprio poder in e~ tir que a unidade nrnr .~~~
de nos apro . com a. idéia de . a do pensamento-
onúi
. ara. os SUlTeaJis~- -v:u,a.ua acon
min ar mais dos profund
co, que saltam entre l , a.Justapo
teça
sição
os Pl'Ocessos Subco senre lo
4'1ê M.. ,
Por111efode""'I
io c:ia r, por. ~ietzsche.
p3111 .~ncia ongmal._
1ra nsi ~s da lógica•1. Mase
-refletida, na llTUpção do
:11:to~
aparentemente nã DSCientes, o ~
~ bruta,
eil'eneões"sº. para viver ne
LINGUAOElfs 11 ª _
~suns .
~ tenno tera!
f01 abstraidosa OUina contínua menção
quece e ni"ela. Pl'Ocessa de esrn1....:-aos J>articuiares a . ,, encantadora como
controlad nossa Jin .... A_ ~-"üllento das hn:.i°"" ~ dos 41lais
o P<>und :-46uagem, transform d ~..ns Ollguiai
ser tilºá,ria.S tenta:tivas :-'-..a
wu 11w1
ele ede \T a}avra, mesmo as do
P<>deria d . achava que o 'd an o-a em signifi s, que enfra
evolver a lliledia - , .1 eogl'ama, ao to . • cantes ad hoc • cada. p eOl a ocasião dessa n '
Pélssado no prese te çao a ~ m . Al. i:nar VJ.sivel a etbn '. é descrev pode resgatar ":.im,a
t ,.1 A - n • algo que tinha . . em disso, P<>de . ologia, , tiIJlº verso , ""'1-
~ que co
chineses, isso é~ mo uma visão da qualidad
cruCial lDlportân • na Preservar
eia. para, ele53. o úl t ooÇão de metáfora de ~
clistaJi2.a. Surdo. Mas uma e da consciên · táfora é "interpretativa", e não
ce . ·se em torno dessa id •. ~cterística crucial da ~- dos leitores Ille da tentativa "de ·
teJa e o flamingo a eia erronea. Assim Poética de Paund que vem . , .
os diversos fragmenintam, além de si mesmos ~omo a rosa, a ferrugelll, eza". Mas isso e, em Sl, um~
nos Cantos pod . os culturais e "detalhes 11:...,;- a a qualidade do vennelh a cJ.ar aparência costumeira. A •
de enam em s · ~osos" da hi t. . o, sua
. gem ou padr-ao. O mesmo se ·
ssa vez, o que os fragme: Juttaposição, compor uma intrs ~~ reunidos ::tI-a outro; pode-se também dizer aJtp
palavras, algo que não •os ornam presente é al OVJ.sao. Porém,
do vorticismo, que estru~am ~ossa
os fragmentos vão se ~~os simplesmente apre!di:;r~i~e não temos
Eis uma m . o. mpo em que eomo 00 poema do metro, a VlSão .
gerais · anerra de dar J.Orma
~ ,a expe ·~ • da maneira como uma se movunenta ~
' CUJO uso continuo rele
de que eles d .
. nencia que não envolve te conjunto de ambas55 • ·
ga ao esquecunento as expe -~ . . nnos
envam. Enquanto teoria de . nenCJ.as particulares Mas seria próprio falar de epifania
~ m em geral, trata-se de algo evidente:m~s;: o funcionamento da lin• objetivo dessas justaposições fosse ·
' enquanto visão de como a . en. o, como acabei de indicar. "[Arte] significa constatação de fato. Ela
indizível, ela tem sido imensamen::~po~dizer o qu~ de outro modo se~ artes, a literatura, a poesia sã.o uma ...
fragmentos, imagens, chegamos de ~ uen!e. Ao Justa.por pensamentos, ciência... A má arte é a arte imprecisa. Éa
assim, além deles. ce maneira ao espaço entre eles e, Em outras ocasiões, ele fala como se tudo
Poun~ j~tap?si~o também governa o uso da imagem e da metáfora por emoção, como no poema do metrô, ou
. propno Pound descreveu o esforço para escrever seu poema: sobretudo, a "expressão de valores em ·
"IN A STATION OF THE METRO
descrições parecerem incompatíveis, n
The apparition of these faces in the crowd· isto é, a revelação de algo mais elevado, -
Petals on a wd, black bough". ' resposta. subjetiva por meio da obra ou
central. Alguns dos Novos Críticos, cujas
("NUMA ESTAÇÃO DO METRÔ
prática poética de Pound e Eliot, por
O aparecimento daqueles rostos na multidão:
Pétalas num galho úmido e enegrecido").
como se o fulcro da poesia fosse a em
redutiva não está correta para Pound nem.
A experiência original ocorreu quando ele saía do metrô em La Concorde No caso de Pound, isso fica claro '11S
e "vi de repente um rosto bonito, e depois outro e mais outro, e em seguida contradição de suas explicações acima. '-
um belo rosto de criança, depois o de outra bela mulher, e tentei o dia inteiro !atemos com precisão não é a cena em ·
encontrar palavras para aquilo que eles tinham significado para núm, e não ~moção. E a emoção, por sua vez, nã.o _é
consegui encontrar nenhuma palavra que me parecesse ter o mesmo valor ou e uma resposta a um padrão nas
52. Ver a discussão em Schwartz, Matrix, pp. 87-88. 54. Recorri à discussão contida em Kenner.
53. Ver ibid., p. 91. 55. Citações tiradas da discussão em
56 - Citado em ibid., p. 66.
. LnrouAGEBs MAIS StJTls
.
senthnento t . J>adrão
, .•
.
e que a • • esseint e qu e con stitui a •eoi <rógr'ICE, do qual,
Dle táf ora de v f1uindo"61. ..
P<>r : q~ foi vista co111 clareia .
Dla.n::acurada." não l]>re~tiva Precisa" ca p: ente
smente UW:éti PC>esia que se
eafi • tel11 p. obra de arte como
- CO nv enc ioD ais e~ 1~ ,. sim ple
os nos h'berta,? í.Jilagens que estabelece
~ o r Dle io do s q~ ~~ as de ver, de modo 4. :p !la ssa mos apre er
Po~~ - o mundo é trans~u r. .... _
. A im end otl 'amos, diz er que ele
• • vo rtice"
Le s, se u •01 ~tod 9ue ele mais tar de . rad os1 .
n0del'l poillve1s
\Vi lad o de w;:_111 de r· dis num nru rrn ~-
amático" n ico rp or ou ao
qu e faz alg e o ideou uma ~ .as omplexo intelectual e
~c io na co ~o ªPc lrecer , qu e tra z es :: al nto~' tudo isso exibe
üanias do ser ~asa no~sa pre
Pr un e UJna real:ª velhas. epprofunda. El ' - 4llais o objeto retratad llio
sença, M:e~ uIIl eeza da epifania de ~
11ª1: o que esta estabelece;
ou Palavras
co mo se as ª:s
dade mais
en ta do s; seria melho: C:º nos vem no objeto im o ex. esP entre eles. D
, .
Em vez de uma:
Jllas. terstic1os. ai' o recurso
força. ca pa z tie ca ;:r °:ui im age ns_
ia
estabelec!~s~~e :;~ te~ e enh
ma is intensa.
'e el :t
s1 um campo de
de I.Il.cidade e da radio,a,nvl
ee1 tn " .,....
..<la(~
__ _
Essa. é a. una .o: a en erg art ista s como as w.11.eJJéUi- da
m usada por Hugh Kenner para descreve •. do5
Poundsa El e encoc:.e
· ntr a · pró pri o Po r a poe tica de algo como essa compreensao dó
. ag en s des se tipo no ca:
cit aç ão de 19 13 : im und , com o nesta und, nos Cantos. A con
Po " energi.a" que
ara nós, uma
•p0 d .
ena.mos vir a acre<litar que o que importa na arte é •.
~go do "poder da tradição, de
~
algo IIlais o menos tri 'dad . ~a espec1e deforenen,;~
..,_, dJ,
; ... r.._
sol
u
da e uni
como a
fica. U
ele
c1 _e ou a radioatividade uma
nd~ . ça_ que mais sublimes de intensidade e
u.uu.ude, água qua
areia muito brilhante ·ma
força parecida com a ent
vim •s9 Jorra atraves da nados contemporâneos por uma
e a coloca em rápido mo o .
nas grandes criações do passado,.
,
O que a art e captura pode s o que é essa e transpô-las para nossa lin
e co mo é cap tur ad a? E~ e~;;; ia ra d~ a energia. Ma_llllagem de pa- I conectam-nos outra vez com
o
en erg ia , oun apresentou a
lav ras como grandes cones ocos "carregados com uma força semelhante à 0disseu e seus companhei ros
eletricidade": à terra dos mortos:
s de irradiar
, tr~s ou qua tro pal avr as em exata justaposição são capazeque enche os "And then went down to the
"Assim tante alto ... Essa energia particu
lar
Set keel to breakers, forth on
essa e~ergia num poten~~ bas séculos de consciência de raça, de associação; e
cones e o poder ~ tra?i~º• de do Conteúdo' que só os gênios com
preendem•60. ("E então dirigiram-se para o
o con tro le del a e a 'Te cru ca Romperam a arrebentação e
...
stituída pela do vórtice: "A imagem
A imagem do con e foi ma is tarde sub
amente chamar onde Odisseu, assim como Pound,
nó ou ag reg ad o rad ian te; é aquilo que posso e devo forços Essa modalidade "interes •
é um
paralela em suas romântica. Ela já não pode ser
em ibid ., pp. 105 -108. Eliot propõe uma posição "expressivismo", tal como o ·
57. Ver a dis cus são seu curso no
severamente o realismo que "encerras corriqueir~"· a:
cepção da natureza humana. Est
s posteriore s. Ele crit ica
obras critica ida pela mente mai
deserto da exata semelhanç
a com a realidade que é percebsua s emoções". Mas essa emo_çao
vez disso, "in ten sificar o mundo par a nova de que a passagem da
e, em ua extinção da personalidade", oartis
dev ta
o artista
e, por me io de sua "contín como uma espécie de auto-
;:d:
- ' pessoal. Na ver dad
uma obra que exprime uma "nova
J.fatrix, pp. 174, 171).
emoção artística" (citações extraídas
de Schwartz,
arte liga-se à n,belião contra a idéia dolDinante da unidade do ego. l!ia ~ Isso lança luz
espaço para todas as Coisas na experiência do individuo que ess.s ~ ímbolo, bem como
sda ordenação cen.
n,pn,ssivas do significado não PDde1n J)ernutiJ: A arte moc1etna é um "Pn.a,
superior à ~egona
gegen das Kunstweri,_ ais Sinnzusammenhang• ("processo da obra de arte ..., :tra maneira; e
totalidade de significado"), operando portanto como 1llll PDderoso Ptincípioc1e ou
·separave , 1 daquilo
lll
individuação e pro1novendo o desenvolvimento da part;cularidadeor_ ' bol
dizer que o Slill
O IDode!o da r ~ total de Adorno vem da velha fonte ~ e aO mesmo tem,
via Ma,x e Lukács. Mas ele era suficientemente pós-scbopenhaueriano, e Unidade, de que e ? .
entre símbolo e
passou d por um período tão traumático de desilusão com a esper.m~ lllaaisfa como modelo. Porq~e,
pod . de conceber a plena reconciliação como possibilidade
- · dí · evtva. Oque
emos esperar: e o que a melhor arte pode nos dar, sao m ~ . das defi
que eixou vislumix,, da lacuna entre a
caráter da lin~~m
=
da plena "redençao ", ao lado e uma perce
'_ d pça-0 agudamente cntica · entre signo e ~gnifi
ciências da realidade presente. . contra-expresS1va do
Logo, a realização ou n,conciliação é compreen~da e:a.~: l Mas esse exe~
Vl
·stas· ela significaria o pleno floresc!Illento da particulari m";o da arli· ,
1 o romantism~. S1Dl ?
cimento. integral. 'frata-se de algo que so' o d e ~nos
pconciliação -~foge-JlOI1l11' ,. outra idéia baS1~ d
culação em conceitos, em uruversais. A re se aplica tanto a. co
, ep. da
geral, como as
o modernismo am
r dinand de Saussure Cours de lmguis
• · tique generale
, , ' Pans,
· payot' 1978, PP· 155• reversão simples do
66. ' " ., . / s-
· 156 (Curso de lingwstica gera ' ao a p nn;
ulo Cultrix, 1993). .. "'• em seu~
"Wahrheit, Schein, Versohnuni;
67. Ver
Dialektik vona Modeme
discussãound
emPostmodeme,
Albrecht We Fr~urt, Suhrkamp, 1985, p. 27.
GUAGERS MAIS Slrl'ls
·
t
i
l
-.,nsfiguraçio
1.1-xx· tem a si•
11e e, aulo
dO éc·tenuemente -
q 5
P0de.ser !ratado COlno um fato acen:a da on1en, de coisas qae se lllantén, :t"
.,egona -o tem de ser
ii>1sona. e
~
s ·stenoso,
'lllediad,, IJeÜls o!,nis da mJaginação criativa. 0 fato de o Canto I capi., o. ente IIllumano. Podem
enetg;a Q11e con,, en, Homen, não é (ao contrário do que
~
11aftl é ser h ubjetivismo é
acreditar)
de 1UJJa >enlade como a de que Satumo
QUe ÍCOlno acn.lit.a.mos
••tá
ligado à 111e1anCOlia a
o DNA controla a h ~ llescob.rt.,
qu:uperar o ~ por meio de
de 1 abor Ri1ké
COJno a de Pound chegan, até nós indexadas a tuna Visão peSSoal. Con, "!eito,
011 ue e e er recorre, ,
q Jieidegg . dulgente
IDUitas das referências contidas nas ÍDlagens de ~d. llliot e outros JlOeta, que os auto-m "das nas.
Vêm de sua prõpr;,. oXperiência pesSOaJ. Os fragmentos que llliot 'escor. con- e Illen te reconheci
tra sua ruína• en, The llwte land são uma coleção idioSSincrática. Ser 1110\0ido plenain:refa
, urna de que o mundo
pejo P0e111a é lanibé111 ser •traído para a sensibilidade peSSoal que lllantõlD e . von Hingang
juntos
nteio disso
esses70• Íiag,nentos. A verdade mais Profunda, mais gerai, só emerge por "[Jnd dzese,_ verstehn dass du
d Dznge
/eben en . Rettendes 'uns, den
sie ezn ·
Por essa razão, a interioridade é t.ão parte da sensibilidade I D ~ traun ·r sollen sie ganz im
datíromântica. Wollen, wz dl'ch in uns! Wer w(r
equanto
o arque pico reve E o que está dentro éJ Profundo: o mtemJlO!aL o DUli~ o unen z du
in - . nicht dies, was .
· lados por Mann ou Jotrce - ou por Jung, CUja obra e Erde, zst esh ;, - 1st es dem
+. ,_ 1 rod tO da sensibilidade modernista - Podem ser tt.nspes. erste n. . ,.
to"'-Wlen e um P u , od dar dentro do pessoaJ. Nesse in uns unszc
einmal . htbar zu sem.
soais. Mas nosso acesso a eles so p e s! tão inleriores quanto o for.,n,
sentido, as profundezas pe~anecem para ~:m nos levar além do sul!ietivo, ("E e~sas c:~s;;ecer, sabem que
para onossos
mas caminhoprecursores
para elasromanti~os.
passa mevi~t.alaslm
ve p ente por uma consciência inten- que vivem lham em busca de nJJçi,""'r'
-~ . pessoal11 elas nos o transformemos,
n que as
sificada da expenencia . -. . ta , uitas vezes •descentrada : Elas querem . rminavelmente-
dentro -:: oh, mte . . el
Loo-o a consciência multinível moderruals e me' mutuamente irredutível . to que deseJas.
nao e is nho ,
., • . "tm
consciente de viver num n o transpesso que . . .
d ludo ela permanece mlenor, _e e, a Te~~• [? Não é o teu so .3:A?")ª
invzswe · . · 'vel um wa..
em relação ao pessoal. Mas, •:_~ d:_., ca'racleristicas são inseparaveis. ser totalmente mvis1
rim eira apenas ao ser a segun .s ristica. Os românticos fizeram
. ,
trai na vida humana ao
;up~:,i~:ndo ser tornou o pró~rio
nova virada refle.xiva,
criador de ep~~':,s. roblemático e mislenoso. Ha ~ l a , no escritor rnI no
processo. deouena. ph·•a tendem a concentrar-se no p
Rilke nos levou alémt dontação dê
al'm de toda e
erianos e e . do-nos ao tema
epifânico, cond~mas como uma
como nossa açao, -
a !itera-. .
e a poesia . ,. articular 4"' d'" on,,,m Ainda vivemos as. con
17,eO Pound Era,
PP-
171-172, relata a
,
lú~1?~ p
.,., a memona . wn pow,o mais
.
.. ADCJa5
de
íO. Kenner, em p und· "eucalipto que e pto ar de tempos em tempos ubs1rato de vivemos as conseque antism
s de • • deoos m t nnam os . do rom
• um dos
71. "."rs~ot
. Assm,,
consaen tes dos sen
diz que
•
J>OC:'"
a
timentos mais pro':':..dos
·s raramen te penetramos ,
e não nomeados que
•. citado em Schwartz, 1amx, p. 155.
do Ilumimsmo,
nosso se~ nos quai
72. The Selected Poetry of Rain
LIRou40BllS MAJs StlTJs
~ O DlOdennsni ·
Vive111os COnsiste o IDolda, nosso Inundo . ensual man-in•th
J>rolonPDlento e1n reações a ele e . CUlturaI. Boa Parte do
~ dos fios que ele uniu. ' lllais do que isso, na dis ~ ~e O! theh: lie of Authorlt,
,4nd t buildings grope the
P<>r dive e111os &guns deles. Eni Huhn ~e Vlh 05e15. no such thing a,
l"PJ:a .. :::_ rsas fases, co1no e, por exemplo que . There one ex{sts alone;
- --,au contra o Subjefivis IDostra Levenson73, Várias ~o· J>as~u ele llles111
mo, ~a P0esia de mera auto-e=s~ Jllilt.aJn: uin:
contra o hllIDanismo ,4nd no allows no choice
das fonnas Orgâni I'OUsseauniano, a negação do l)eCad . • sao; 1Una ~
JlilTIUer 'tizen or the police;
th
do ser. Tudo isso cas e1n _favor do geométrico; um afas~tlgina}; 1Una rej~ To e ~ love one anothtr or
We mus
gate da ·~ ~ co1nbmou com sua vi.sã ento das epif.,,..:_ - ue tenho é uma voz
. expenencia, que alé di . o pessoa} do epifâni.co -tlclS (•TUdo q .:-
mllltas dessas posi - m . s~o tinha alguma fonte reli . como ores. para de
svendar a menwA
repúdio do hUJnanis:es e~ mdissoeiáveis: o repúdio do ~os~ ~~a Hubne, A • ,...,J
tira romantica que ...,..
do orgânico o, e isso estava indissoluvelmente li=~ubjetivismo era o A IIlennsual homem da rua
• • • o<O.UO ao afastaIIJ.ento
pose to'dade
Mas e passivei ver como uma entira da Au n ,
ib" . Eaill
e. uni-los a outros fios be . . sens1, ilidad~ diferente poderia, disso ., Cujos prédios rasgam oEstadoceu; .
discutido entre o mode _m distintos. Ha um VInculo bem conhecido eClã.-~os ~ xi· ste esse tal de
Nao e . zinh .
tnunentaI e . nusmo, compreendido como a reação à civiliza -m~to . guém existe so o,
E Dll1 . lha
e não deixa esco
estruturanteªsº rodemanumtislamdo cooptado, :onsciência de múltiplos níveis e eÇap;~~s- A fOill ' 1í .
' o· e a rea líti "'UlJélS Ao cidadão ou a po eta;
Pound e Eliot, com a a·u~ . çao po ca, de outro. A ascendência de
evidente. É esse 0 amál ~ parcial de Yeats e Stevens, tomou isso bastante
Temo S de nos amar uns aos outro&
,. 0 mod . _ gama que encontramos em Hulme. Algumas das rPJI,.;;.,
... ermsmo sao matizadas 1 M • _ ~s Brecht, de outra m81!eira. foi
ró . l. . . por e e. as essa smtese nao está inscrita na
~e pna og,.ca das coisas. Os fios também foram dissociados. Seria possív,J essiva da "poesia pura . Oque
que quase todos os que escrevem poesia em inglês e talvez na m · · ~gr faceta de seu movimento ne
dasgar outras lín ,• • aiona e uma _ , ,1..,.,
romântica e a apresentaçao a nos '""'
" . guas eur~peias, foram influenciados pela poética dessa grande
dupla. Mwtos compartilham a oposição à civifuação industrial; mas nem dernistas, eles resga~ ~ libertam:
todos, de forma alguma, são unânimes quanto à política. Adorno e Horkheimer dimensão interior do significado que
mostram desde o início que algumas das características essenciais desse mo- dades e esperanças, as dores e
dernismo podem ser integradas a uma posição de esquerda Nessa mesma linha, Pablo_N~
As reações e prolongamentos diferem muito, dependendo daquilo que impura", uma poesia que devena ser
associam e dissociam. Há uma espécie de resposta que associou as epifanias como por um ácido, saturada de suore
da poesia autotélica "pura" a reação e anti-humanismo, e tenta resgatar uma e lírios brancos, uma poesia em que
poesia pública, que pudesse ser parte de uma conversa entre o poeta e o proibida, deixou sua marca~. Mais
público mais amplo de uma nação ou classe. Essa poesia afasta-se da ~pif~ munista, ele complementou ~s_o com
ela quer revelar, ou celebrar, ou tornar mais intensa e vívida alguma dimensao gideanos, obscurecedores rilkianOS
da experiência pública Algo desse ímpeto fez Auden escrever: especiosos, colori.díssimas flore~
•All I have is a voice carcaças modernosas europe
To undo the folded fie, capitalismo" 75 •
The Romantic fie in the brain
74. Da primeira versão de "Sep~
ed. Robin Skelton, Londres, Pen~if1
73. Lcvenson., Gtntalogy of Modemism, caps. 3, 6. 75. Citado em Hamburger, 7l'u 0
; ; :,'~
·.;,. ·, na..._ -•-de
&eleira.__ na estrofe 4Ue
-~~~ParaleJasà~_Begueà.
de •
0111 pensam•~
. • .,._. . ~•d
., . 40n Ha/bl,olz · . . . . . e Herbert, ~ :·
, . , , ln de,, Gipfelhã,,Tlle/rr, hf~ , ·· :• _ .. . '-:· a1cança ~
kdn rnit- . ia,, . . bA can~
dAh
8/J~hender - . .
Thrmtan. . outro ca •
Groizsc1m ~nc;iadapoe
dit Pfãhl ~ und sdn v...- ntrário da elPIIIIIII
iv, t und dere,, }.OCO •
tglDdser-ScJ,atten na existência - -
aushorchtnder, tot- ~\11:Ia. à maneim
sagender S1. IDesma. como
• ,
Duft•. a exam1nas
: vida humana da
("Não mais arbustos a . . ternas que •os elemmlmf.i
1Il
nas encostas do to 4111, certas propn
nenhum tomilho Po, }inha de estudo
colo- acerca da distinção
quial. ao domínio descrito;
Chegam a neve e próprias palavras tom1811
seu odor que Esses estud
ausculta. os pastes e preensão global
as sombras de seus sinais de trân51·to padece de graves
declarando-os ' Parece mais plausível
mortos") •
80 não-representativa. \NU_,._,
a maneira como a
Mas essa austeridade intransigente parece destinar-se aa1canc;ar as..-. · coisas, e como a ne
apenas um passo
de uma epifania. mais dist.ante, além de todas as negações, vjshnnhrada. •
certos poemas como "Hütenfenster" ("Janela do Tabernáculo"), ou neste,•· O foco no texto •
Atemwende: As correntes con
-se recentemente n
"Fadensonnen na filosofia e na
über der grauschwarzen Õdnis. literatura83 • A m
Ein baum- construção•, en
hoher Gedanke tanto por uma
greift sich den Lichtton: es sind do modernismo. ·
noch Lieder zu singen jenseits
der Menschen". 81. Paul
82. Roman J
("Enfileirar sóis 83. A menos que se
acima do deserto cinza escuro. toanancistas contem
0uammeltr at,I,, D. 116. e Thomas Pynchon. .
. u-'bhOlz" da coletânea Uchtzwang, em .
80. Paul Celan. "Kem wu ' . • • .
' .
626 LIIGUAGENS .IIAlS S1fflS
.
t por isso qu:a::dande
e mosdoobsurasbjedotivmodernismo opõem resistência, /\ anatorJ.a. clarohi , nio .
rença na erarqu
que as co m p~ ista. como meras expres
sentimento ou 1ormas de 0'•1 .....,.ni7.Ar as emoçõe
s. A recuperação de fo l
sões d o\1 a. eecer no nível da ia.
:> - teº total
morais abre-nos a algo que nos dá forças. É um processo qu pett118°Essas crenças são 1
. o conteúdo da psique. Ri hard e faz maisn s terra. uIIl dever. Porém, em
~ sentou uma visao basic
J· A. . c s, um_ do~ fun . que '
Nova Cn'tiCoca. apreresume Ste amente psicologicadadadores da co1Il0 do plano. Em nossa
mo.derna phen Spender, a poesia poe . etll se ~disciplina relif)
de . fazmo
mao re er a ordem de nossa Vl'da m · ten·
pa ra Ri ch
· terme'di
ards "é 1~~ aevoçao,eiXo de nossa açã
.osa,
de um padrão harmonioso . or por m o,
xt
de atitudes e emamentr o da cria,-w.&1.
;. 1 eotnO O da mesma mane•
e c?~p -r<O ira com
em externa da metafisicalexas, antes cr~nça, ação focal de desce o
•.s --.: ift .. refere
ntes a um
. tas mo uma ordenação a ord
CO US lU l:1 =
, mas agor r
m sim 'li
leituracoautocontida manifest bó ca- e nosso se m
d lf . t . "92
enor . Mas essaa ~ 0 da literatura e da pinl)aturia a
mas também não para Th
amente nao serve: na-o
omas M ~, D. H.1::8-w
para Eliot ou Pound, ca;
no cimentos da histór
acon e tenho de contar, ia sag
a,
tad a;
Rilke _ se me for perm ren
itida uma mterpretaçao be ce, Joyce, Proust ou cotn ciun:entro em meu esq
realidades
Richards estava consciente m ampla de "poesia". meco uema de .
de alg uma co isa,
as crenças ou dogmas têm
entre os modernos um pa
no en tanto, ao assinalar que Praticamente nada~º- do , . ""
pel bastante diferente. É muno 1111,
isso que venho tentando mo mostra-se hoie nessa fei
strar a o ~ da "~guag çao d e~
se possa simplesmente
decompor a Illltologia ou em m~s sutil". Não é que - q_u
isso nao er dizerfim q_ue nada haja
me
Yeats, Mann, Lawrence ou
Eli.ot e considerá-las apenas tafísica ou teologia de q_uerer alcançar a de expressar o ~
de instrumentos de reorde
nação da psique. Mas algo um conjunto elaborado <lue eles percebam e _q~ei. abrir
a era da grande cadeia sem
do ser e a ordem publica dúvida mudou desde abertura desses domun~s,ram falta &
referências. Tentei exprimi mente estabelecida de na_ •_
r iss bouço firme, é uma ~cula
indexadas a uma visão pesso o ao dizer que a metafísica ou a teologia vêm nual poderíamos ta m
çao de
al, ou refratadas por uma b
Oque é ter uma ordem
publicamente estabelecida
sensibilidade particular. '1
voltar a ser uma mv • ocaçaém o de ~ ..
só partilhar aenças com tod de referências? Não é inimaginável retomo - diriam
as as outras pessoas, po
rém algo bem mais fun- alguns .
damental É isso que Wittg A necessidade de um
erro de se falar de uma "cr
há mais de cinco minutos
pés. 'Ira.ta-se de questões
enstein explora em Da cer 93
ença" ou "pressuposto" de
an
teza , em que trata do
qu
ou de que o chão vai perm e o mundo começou
ec
XX, e em ~ande parte
exigiu precisamente utn
a "poeSJA_
co;o
as ciaS
:.:o
acerca das quais, de mo er sólido sob nossos · ·
ianas e. da.s e~
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