Você está na página 1de 7

LINGUAGENS, CÓDIGOS

PORTUGUÊS
E SUAS TECNOLOGIAS
Ffrente
rente: Português
oRtuguêS II
ii
EAD––MEDICINA
EAD ITA/IME
Professor a): Sousa
rofessor(a ouSa Nunes
uNeS

AULA 08

A ssunto: L
assunto Riteratura
omaNtiSmo iV – PRodução LiteRáRia em PRoSa

Com uma estrutura mais simples e sem lançar mão de referências


culturais sofisticadas (históricas, artísticas e/ou mitológicas), o romance
Resumo Teórico romântico urbano contribui para a democratização da literatura,
ampliando o seu alcance.

Romantismo IV – produção A linguagem romanesca


literária em prosa A linguagem do romance romântico urbano é acessível, porém,
um aspecto merece atenção. É frequente o narrador estabelecer
diálogo com um leitor específico, que pode ser um amigo ou um
A prosa romântica parente. Essa interlocução faz que a história contada ganhe o aspecto
de uma confidência trocada entre duas pessoas íntimas.
Contrariamente à poesia, a prosa de ficção praticamente
inexistiu durante o Período Colonial. Não temos autores em prosa com
CRONOLOGIA DOS PRINCIPAIS ROMANCES DO ROMANTISMO
a qualidade que se pôde verificar na produção poética anterior à era
romântica, com Gregório de Matos, Cláudio Manuel da Costa, Tomás 1844 A Moreninha (Joaquim Manuel de Macedo)
Antônio Gonzaga ou Basílio da Gama, como antecessores da literatura 1845 O Moço Loiro (Joaquim Manuel de Macedo)
nacional em prosa. Na ausência de uma tradição, os autores românticos
tiveram que partir do nada, restringindo-se, necessariamente, Memórias de um Sargento de Milícias (Manoel Antônio
1852-53
ao modelo dos romances europeus, já bastante difundidos entre nós de Almeida)
na década de 1830. 1856 Cinco Minutos (José de Alencar)
Assim, não é de estranhar que o desenvolvimento da poesia
1857 O Guarani (José de Alencar)
romântica tenha precedido o da prosa de ficção. Quando esta fazia
suas primeiras tentativas mais consistentes, na década de 1840, aquela 1862 Lucíola (José de Alencar)
já tinha o seu primeiro grande autor – Gonçalves Dias. 1865 Iracema (José de Alencar)
1872 Inocência (Taunay); O seminarista (Bernardo Guimarães)
Identidade e universalização da cultura
1874 Ubirajara (José de Alencar)
O romance urbano, por meio da divulgação de perfis, espaços
e comportamentos reconhecidos, também investe na construção de Senhora e O Sertanejo (José de Alencar); A Escrava
1875
uma identidade nacional. A consolidação dessa nacionalidade é Isaura (Bernardo Guimarães)
componente fundamental de seu projeto literário e ocorre todas 1876 O Cabeleira (Franklin Távora)
as vezes que um leitor se reconhece nas cenas que lê, porque os
1878 O Matuto (Franklin Távora)
comportamentos das personagens mostram-se familiares. Se os
brasileiros dos romances agiam socialmente de um modo semelhante
Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882)
ao desse leitor, então ele também era um brasileiro legítimo.
Fundação Biblioteca Nacional Rio de Janeiro RJ

Características centrais do
Romantismo: o romance urbano

Representação dos
costumes da elite brasileira

Divulgação de valores
morais Formou-se em Medicina, mas não exerceu a profissão.
Deu aulas de História e Geografia do Brasil no Colégio Pedro II e foi
Consolidação da professor dos filhos da princesa Isabel. Escreveu 18 romances, dentre
identidade nacional os quais se destacam A Moreninha (1844), O Moço Loiro (1845) e
A Luneta Mágica (1869). Escreveu também peças de teatro e poemas.

F B O NLINE.COM.BR 005.018
OSG.:- 131051/18
118001/17

//////////////////
Estudo
Módulo de e

Obras:

Reprodução/Editora Moderna
A Moreninha (1844): relato sentimental
da ligação entre dois jovens, presos a uma
1. Romances indianistas: criação de um herói nacional e exaltação
promessa infantil. da natureza brasileira. Em Ubirajara, Alencar retrata o índio ainda
Importância da obra: não tocado pela civilização, em estado puro. Em Iracema, conta a
lenda da fundação do Ceará, descrevendo os primeiros contatos
Desperta no público o gosto pelo romance do índio com o colonizador. Em O Guarani, revela um índio
ambientado no Brasil. vivendo entre os colonizadores. Peri é retratado como um autêntico
cavaleiro medieval, que põe sua vida a serviço de sua dama (Ceci).
Características da obra: Este romance foi tema da ópera do mesmo nome de Carlos Gomes.
– Narrativas urbanas; 2. Romances históricos: lembram os tempos coloniais, mas sempre
– Estrutura de folhetim; a trama sentimental ganha destaque. As Minas de Prata é o
– Cenários identificáveis pelos leitores; primeiro romance histórico brasileiro e retrata o início do ciclo de
– Visão superficial de certos hábitos da classe média carioca. exploração dos metais. A Guerra dos Mascates narra a revolução
de 1710 em Pernambuco.
A Moreninha foi o primeiro romance romântico urbano com 3. Romances urbanos: retrata a vida na Corte, a sociedade burguesa
qualidade literária que alcançou grande sucesso de público e abriu do Segundo Reinado. São romances cujo final feliz prova que o
caminho para uma vasta produção de folhetins escritos por autores amor tudo vence: Cinco Minutos, A Viuvinha, Encarnação, Sonhos
brasileiros. d’ouro, Pata da Gazela e três perfis de mulher — Diva, Lucíola
Ele conta a história de dois jovens, Augusto e Carolina, que (a heroína é uma prostituta regenerada, que morre ao final) e
se conhecem ainda crianças em uma praia. Nesse primeiro encontro, Senhora.
juram amor eterno e, como prova de fidelidade, trocam dois breves, 4. Romances regionalistas: reproduzem paisagens e tipos humanos
um branco e um verde. O branco simbolizava a candura da alma de do Nordeste (O Sertanejo) e da região Sul (O Gaúcho). Til e
Carolina, e o verde, a esperança do coração de Augusto. O Tronco do Ipê voltam-se para o meio rural. A ação do primeiro
passa-se numa fazenda de café no interior de São Paulo e a do
Enredo básico – A Moreninha segundo, numa fazenda no norte do Rio de Janeiro.
Características da obra:
Augusto, estudante de medicina, gaba-se de ser inconstante

Reprodução/Editora Moderna
no amor e firma uma aposta com Filipe: se, até o dia 20 de – Projeto nacionalista: revelar o Brasil
agosto tiver amado uma só mulher durante mais de quinze dias, horizontalmente (em termos geográficos) e
será obrigado a escrever um romance sobre tal acontecimento. verticalmente (em termos históricos);
É véspera de Sant’ana. Filipe leva seus amigos, Augusto, Leopoldo e – Estrutura romântica, influenciada por Walter
Fabrício para passar a festa na casa de sua avó, numa ilha da Baía da Scott, Chateaubriand e Fenimore Cooper;
Guanabara. Lá, dançando com Carolina, a Moreninha, o estudante – Idealização permanente da realidade e
acaba se apaixonando, mas tanto ele quanto ela evitam render-se valorização da natureza;
– Estilo que tende ao “poético”;
ao amor. Cada um é impedido por um juramento amoroso feito na
– Tentativa de criar uma língua brasileira.
infância. Depois de muitos desencontros e confusões, acabam por
descobrir que eram as duas crianças que um dia, na praia, haviam Capa do livro Senhora.
jurado amor eterno. Com o reconhecimento, a felicidade... e Augusto Editora moderna

paga a aposta escrevendo o romance A Moreninha. Enredo básico – Senhora


O tema deste romance – o casamento por interesse – condiciona
sua composição. Ele divide-se em quatro partes, que correspondem às
José de Alencar (1829-1877) etapas de uma transação comercial: “O preço”, “Quitação”, “Posse”
e “Resgate”.
Nasceu em Messejana, no Ceará, tinha Fernando Seixas, um rapaz sem posses, mas ambicioso de subir
Domínio Público

o mesmo nome do pai, importante figura na escala social, namora Aurélia, moça também humilde e órfã de pai.
Passando por apuros financeiros, Seixas aceita, por um dote de trinta
política do Império. Formado em Direito em São
contos, a proposta de casamento com Adelaide Amaral. Mas o destino
Paulo, Alencar dividiu suas atividades entre a preparava-lhe uma peça: Aurélia, a noiva preterida, recebe uma inesperada
advocacia, o jornalismo e a política, tendo sido herança do avô paterno e torna-se uma das mais disputadas moças do
deputado pela Província do Ceará e ministro da Rio de Janeiro. Dividida entre o amor e o orgulho ferido, ela encarrega seu
Justiça. Candidato ao cargo de senador, foi o tutor, o tio Lemos, de negociar seu casamento com Fernando por um dote
primeiro colocado numa lista sêxtupla, da qual de cem contos. O acordo realizado inclui, como uma de suas cláusulas,
o desconhecimento da identidade da noiva por parte do contratado até
o Imperador deveria escolher dois nomes. as vésperas do casamento. Na noite de núpcias, Aurélia pôde completar
Não sendo escolhido, desgostou-se seu plano, humilhando o marido comprado e impondo-lhe as regras da
da política e retirou-se da vida pública. Como convivência conjugal: em casa seriam dois estranhos, para a sociedade
escritor foi o principal prosador do Romantismo brasileiro, destacando-se, fingiriam a felicidade de um casal perfeito. Fernando submete-se às
sobretudo, pela fecundidade de sua imaginação. Sua obra completa determinações de sua senhora, mas readquire seu orgulho, e põe-se a
trabalhar para reunir o dinheiro necessário ao seu “resgate”. No final,
reúne vinte romances de desigual qualidade, entre os quais duas obras-
quando devolve o dote a Aurélia, ela lhe mostra o testamento que fizera
primas – Iracema e Senhora; seis peças de teatro; crônicas e artigos de no dia do casamento, nomeando-o seu herdeiro universal. É a prova de
jornal, polêmicas literárias e políticas, discursos; pareceres jurídicos, uma seu amor. Estão ambos redimidos de seus erros. “As cortinas cerram-se, e
pequena autobiografia (Como e por que sou romancista), além de um as auras da noite, acariciando o seio das flores, cantam o hino misterioso
poema épico inacabado (Os Filhos de Tupã). do santo amor conjugal.”
Disponível em: <https://faciletrando.wordpress.com>.

F B O NLINE.COM.BR 2 005.018
OSG.:- 131051/18
118001/17

//////////////////
Módulo de e
Estudo

Enredo básico – Iracema • Caubi: irmão de Iracema, índio tabajara, exemplo de lealdade
A história transcorre no século XVI, no início da colonização: e dedicação fraternal.
Iracema, virgem da tribo tabajara, consagrada a Tupã, conhece na • Irapuã: cacique da tribo dos tabajaras, vingativo e mau. Apaixonou-se
floresta o “guerreiro branco” Martim, a quem leva para a cabana de por Iracema e por ela foi capaz de investir na luta contra os guerreiros
seu pai, o pajé Araquém. Os jovens apaixonam-se, mas ambos estão
liderados por Martim e Poti.
impedidos de realizar seu amor: ela, por seus votos a Tupã; ele, porque
sente saudades de Portugal e do que lá deixara. • Moacir: filho de Iracema e Martim, simboliza o nascimento
Entretanto, não resistem ao impulso amoroso e fogem. Iracema do primeiro brasileiro. Seu nome significa “filho do meu
engravida. Martim se alegra, mas tem que partir para lutar em outras sofrimento”.
terras. Quando volta, Iracema morre, depois de ter dado à luz Moacir,
o “filho da dor”. Martim toma o filho e parte com ele para Portugal. Enredo básico – O Guarani

Museu Nacional de Belas Artes – Iphan/MinC Rio de Janeiro RJ


Escrito em folhetins para o Diário do Rio de Janeiro,
o romance conta a história do índio goitacá Peri, muito afeiçoado
ao fidalgo português D. Antônio de Mariz, que, no final do século
XVI, se muda para o Brasil com a família: D. Lauriana, a esposa,
D. Diogo, o filho, e Cecília, a filha. Estabelecem-se às margens do
rio Paraíba. Peri apaixona-se por Cecília. Dentre o grupo de homens
que formam a guarda da família, Loredano, caráter mau e ambicioso,
deseja ardentemente a jovem Cecília e, movido por esse sentimento,
incita uma rebelião para se apoderar dela e das riquezas da família.
Mas seu plano não dá certo, porque é descoberto.
Enquanto isso, ocorre um ataque dos índios aimorés à casa.
MEDEIROS, José Maria de (1849-1925). Iracema, 1881. Óleo sobre tela. Para não cair nas mãos dos índios, fato inevitável, D. Antônio decide
Em Iracema, a teoria do “bom selvagem”, de Rousseau, é clara, pois explodir a casa e pede a Peri que salve Cecília; antes disso, batiza-o e
a índia acaba vítima de seu amor pelo branco civilizado.
torna-o cristão. Peri e Cecília fogem para um destino incerto, enquanto
Características de Iracema: a casa explode e se incendeia.
Estilo: ousado e inovador. José de Alencar rompeu com padrões
O GUARANI: O MITO DO HERÓI ROMÂNTICO
estilísticos e gramaticais do português literário do século XIX. Procurou
criar uma língua brasileira, pesquisando vocábulos de origem
Alencar foi o primeiro romancista

Reprodução/Versátil
indígena. Extremamente lírico, Iracema transformou-se em um dos
brasileiro a criar heróis: em muitas das suas
mais louvados poemas em prosa da Literatura Brasileira. Alencar
obras, tais como As Minas de Prata
utiliza adjetivação abundante, muitas comparações, pontuação
(romance histórico publicado em 1871),
excessiva e prefere períodos coordenados.
O Sertanejo, O Gaúcho, Ubirajara e,
Narrador: embora se coloque algumas vezes na narrativa, sobretudo, O Guarani, surge sempre uma
utilizando-se de 1ª pessoa, o romance é predominantemente personagem que é a encarnação do ideal
narrado em 3ª pessoa. de heroísmo, de nobreza, de lealdade etc.
A figura do herói, criada por Alencar,
Cenário: primórdios da colonização, século XVI, com a chegada traduz um desejo de compensação da
dos primeiros portugueses a terras brasileiras, ainda virgens. sociedade brasileira de então, ainda mal
O autor fantasia o enredo, o espaço e o tempo ao criar uma lenda ajustada, cheia de problemas econômicos,
que metaforiza as origens do Ceará. Capa do DVD O Guarani
sociais e políticos a resolver. de Norma Bengell.
Personagens: Destarde, o índio Peri, protagonista
de O Guarani, é o herói mítico cuja força e coragem o fazem
• Iracema: a virgem dos lábios de mel, guardiã da bebida sagrada
vencer todos os perigos, com honra e dignidade. Além disso, ele
de jurema, filha do pajé da tribo tabajara, o velho Araquém.
ama e dedica-se completamente a esse sentimento, que cultiva
Mulher de fibra, corajosa, que não hesita em abandonar seus incondicionalmente. Ele simboliza a mitologia da nacionalidade
valores, sua tribo, sua família e sua condição de sacerdotisa brasileira com perfeição.
para entregar-se e viver um grande amor. Simboliza a terra
brasileira: dócil, mas enérgica, acolhedora e pronta para Visconde de Taunay (1843-1899)
receber o estrangeiro amigo. Simboliza também o processo
de aculturação que o indígena brasileiro sofrerá.
Taunay é reconhecido como um de
Reprodução/Fundação Biblioteca
Nacional Rio de Janeiro RJ

• Martim Soares Moreno: guerreiro branco, amigo dos nossos melhores paisagistas. Inocência, seu
potiguaras (habitantes do litoral), inimigo dos tabajaras. romance mais notório, retrata o sudeste mato-
Representante do colonizador português, é enaltecido como grossense, onde Inocência, prometida a
bravo, valente, fiel, cristão, pronto a enfrentar os perigos para Manecão, conhece Cirino, forasteiro que a
proteger os interesses de sua pátria. Envolve-se com Iracema, cura de maleita. Apaixonam-se. Manecão
embora guarde lembranças da virgem branca que deixou em descobre e mata Cirino. Inocência morre de
Portugal. saudade dois anos depois.
• Poti: guerreiro potiguara, amigo de Martim, a quem dedicava O Brasil de Taunay é produto da
uma lealdade ímpar. É exemplo do índio aculturado que se observação atenta dos costumes e da fala regional, o que o distancia
cristianiza. do Brasil de Alencar.

OSG.: 118001/17
005.018 - 131051/18
3 F B O N L I NE .C O M . B R
//////////////////
Estudo
Módulo de e

Características da obra: Narrativa de costumes


– Os hábitos, a moda, o folclore, a religiosidade das classes populares

Reprodução/Editora Ediouro
no início do século XIX.
– Desmascaramento moral da sociedade.
Destruição do Romantismo
– Ironia direta aos cacoetes românticos.
– Crise da idealização: os personagens são quase marginais.
– Crítica social.
Predomínio do humor sobre o dramático (romance picaresco)
– Personagens caricaturizados.
– Acontecimentos que desmentem as aparências das pessoas.
– Situações cômicas.
– Ausência de tragédia humana.
Capa do livro Inocência
de Visconde de Taunay. Precursor do Realismo
– Objetividade.
– Precisão de detalhes e da paisagem; – Descrença nos valores sociais.
– Estrutura romântica e acessórios realistas;
– Integração na vertente “sertanista”. Personagens
– Leonardo, Leonardo Pataca, Major Vidigal, Compadre, Luisinha,
Enredo básico – Inocência Vidinha, Comadre.
Pereira, um fazendeiro rústico, viúvo, promete sua filha, Enredo básico – Memórias de um Sargento de Milícias
Inocência, a um rude vaqueiro, Manecão. Mas Inocência acaba
apaixonando-se por Cirino, um prático farmacêutico, que percorria O livro conta a história, passada na época de D. João VI, de
Leonardo, filho do meirinho português Leonardo Pataca, que se muda
o sertão como médico, dando atendimento nas fazendas, e que foi
para o Brasil, e Maria da Hortaliça, a quem conhece no navio. Depois do
chamado para ver a moça, devido a uma súbita enfermidade desta. nascimento e batizado do filho, já no Brasil, Maria foge para Portugal,
Hospeda-se também na casa de Pereira, um naturalista alemão, Meyer, depois de ter sido flagrada pelo marido com outro homem. Leonardo
que viajava pelo Brasil à procura de borboletas. Encantado com a beleza é criado pelos padrinhos, um barbeiro e uma parteira.
de Inocência e desconhecendo os costumes recatados do sertão, não A partir daí, de peripécia em peripécia, Leonardo, o anti-herói,
esconde sua admiração. Pereira, desconfiado, passa a vigiá-lo, o que leva uma vida de malandro e vadio, envolvendo-se em vários amores.
dá oportunidade a que Cirino e Inocência se vejam mais. Meyer parte, Suas malandragens só terminam quando o chefe de polícia, Vidigal,
com medo do pai, Inocência pede a Cirino que viaje, a fim de pedir ao escolhe-o para ocupar uma vaga na tropa de granadeiros (soldados),
seu padrinho uma interferência favorável aos dois. Nesse meio tempo, em virtude de sua larga experiência em vadiagem.
Pereira descobre o romance, por meio de um anão, Tico, encarregado
de vigiar Inocência. Manecão persegue Cirino e o mata. Pouco depois,
Inocência também morre. Exercícios
Manuel Antônio de Almeida (1831-1861)
Manuel Antônio de Almeida, também
Reprodução/Fundação Bilioteca Nacional
Rio de Janeiro RJ

carioca, nasceu em 1831 e morreu em 1861, num • Texto para as questões 01 e 02.
naufrágio no litoral do Rio de Janeiro. De origem Ali por entre a folhagem, distinguiam-se as ondulações felinas
pobre e órfão de pai, conheceu muito bem de um dorso negro, brilhante, marchetado de pardo; às vezes viam-
a vida das classes baixas, que descreveu em se brilhar na sombra dois raios vítreos e pálidos, que semelhavam os
sua obra. Frequentou aulas de desenho e fez reflexos de alguma cristalização de rocha, ferida pela luz do sol.
curso de Medicina, trabalhando no jornal Era uma onça enorme; de garras apoiadas sobre um grosso
Correio Mercantil para sobreviver. Publicou seu ramo de árvore, e pés suspensos no galho superior, encolhia o corpo,
único romance, Memórias de um Sargento de preparando o salto gigantesco.
Milícias, como folhetim, nesse mesmo jornal, entre 1852 e 1853. Batia os flancos com a larga cauda, e movia a cabeça
Memórias de um Sargento de Milícias monstruosa, como procurando uma aberta entre a folhagem
para arremessar o pulo; uma espécie de riso sardônico e feroz
Reprodução/Editora Ática

contraía-lhe as negras mandíbulas, e mostrava a linha de dentes


amarelos; as ventas dilatadas aspiravam fortemente e pareciam deleitar-
se já com o odor do sangue da vítima.
O índio, sorrindo e indolentemente encostado ao tronco seco,
não perdia um só desses movimentos, e esperava o inimigo com a
calma e serenidade do homem que contempla uma cena agradável:
apenas a fixidade do olhar revelava um pensamento de defesa.
Assim, durante um curto instante, a fera e o selvagem mediram-
se mutuamente, com os olhos nos olhos um do outro; depois o tigre
agachou-se, e ia formar o salto, quando a cavalgata apareceu na
entrada da clareira.
Então o animal, lançando ao redor um olhar injetado de
sangue, eriçou o pelo, e ficou imóvel no mesmo lugar, hesitando se
Capa do livro Memórias de um devia arriscar o ataque.
Sargento de Milícias, de Manuel
Antônio de Almeida. José de Alencar, O Guarani.

F B O NLINE.COM.BR 4
005.018
OSG.:- 131051/18
118001/17

//////////////////
Estudo
Módulo de e

01. (Insper) Relacionando o conteúdo exposto nesse excerto ao • Confronte o quadro e o texto reproduzidos a seguir para resolver
contexto histórico, é correto afirmar que o texto exemplifica as a questão proposta.
orientações estético-ideológicas do Romantismo, pois apresenta

Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand São Paulo SP


A) identificação harmônica entre o homem e o animal.
B) descrição detalhada dos costumes indígenas.
C) contraste entre a natureza hostil e o povo que a habita.
D) idealização do índio, retratado como um herói destemido.
E) animalização dos personagens, que agem condicionados ao
ambiente físico e social.

02. (Insper) Embora a descrição do autor esteja repleta de expressões


que revelam subjetividade, encontra-se objetividade em
A) “Batia os flancos com a larga cauda, e movia a cabeça
monstruosa”
B) “... uma espécie de riso sardônico e feroz contraía-lhe as negras
mandíbulas”
C) “... pareciam deleitar-se já com o odor do sangue da vítima” PARREIRAS, Antônio (1860-1937). Iracema, 1909. Óleo sobre tela.
D) “... esperava o inimigo com a calma e serenidade do homem
Poti refletiu:
que contempla uma cena agradável”
E) “... depois o tigre agachou-se, e ia formar o salto, quando a — As lágrimas da mulher amolecem o coração do guerreiro,
cavalgata apareceu na entrada da clareira.” como o orvalho da manhã amolece a terra.
Meu irmão é um grande sabedor. O esposo deve partir sem
03. Os quadros reproduzidos a seguir dialogam com três obras da ver Iracema.
literatura brasileira. Com base em seus conhecimentos literários e O cristão avançou. Poti mandou-lhe que esperasse; da aljava
nos motivos retratados pelos artistas plásticos, assinale a alternativa
de setas que Iracema emplumara de penas vermelhas e pretas, e
verdadeira sobre fatos relativos às personagens em foco.
suspendera aos ombros do esposo, tirou uma.
Coleção Cultura Inglesa
Rio de Janeiro RJ

Reprodução/L&PM Editores

O chefe potiguara vibrou o arco; a seta atravessou um goiamum


que discorria pelas margens do lago, e só parou onde a pluma não a deixou
mais entrar.
Fincou o guerreiro no chão a flecha, com a presa atravessada,
e tornou para Coatiabo:
— Tu podes partir agora. Iracema seguirá teu rastro; chegando
MEDEIROS, José de Maria de (1849-1925). aqui, verá tua seta, e obedecerá à tua vontade.
Lindóia, 1882. Óleo sobre tela. Martim sorriu; e quebrando um ramo do maracujá, a flor da
lembrança, o entrelaçou na haste da seta, e partiu enfim seguido por Poti.
Museu de Arte de São Paulo
Assis Chateaubriand MASP

Reprodução/Martin Claret

Breve desapareceram os dois guerreiros entre as árvores.


O calor do Sol já tinha secado seus passos na beira do lago. Iracema
inquieta veio pela várzea seguindo o rastro do esposo até o tabuleiro.
As sombras doces vestiam os campos quando ela chegou à beira do lago.
Seus olhos viram a seta do esposo fincada no chão, o goiamum
trespassado, o ramo partido, e encheram-se de pranto.
MEIRELLES, Victor (1832-1903). Moema,
1866. Óleo sobre tela.
— Ele manda que Iracema ande para trás, como o goiamum,
e guarde sua lembrança, como o maracujá guarda sua flor todo o
tempo, até morrer.
Museu Nacional de Belas Artes –
Iphan/MinC Rio de Janeiro RJ

Reprodução/Editora Moderna

Iracema, de José de Alencar.

04. O quadro de Antônio Parreiras foi inspirado na passagem, transcrita


anteriormente, do romance de José de Alencar. Confrontando a
referida passagem com a leitura intertextual que o pintor fez dela, é
correto afirmar que o artista plástico retratou
MEDEIROS, José Maria de (1849-1925) A) a tristeza de Iracema, por não entender o significado que a
Iracema, 1881. Óleo sobre tela.
flecha do esposo simbolizava:
B) a reação de Iracema, ao decodificar a mensagem deixada por
A) Victor Meirelles retratou, de modo realista, a personagem de
Caramuru. Martim.
B) As três personagens retratadas tiveram um destino comum: C) a desilusão de Iracema, por sentir-se traída pelo marido, que
foram abandonadas pelos seus companheiros. retornava a Portugal para rever sua noiva.
C) As duas primeiras obras retratam motivos árcades, ao passo D) a revolta de Iracema, porque Martim partira com Poti sem lhe
que a terceira apresenta um motivo romântico. dar satisfação.
D) O artista focalizou um momento prazeroso na vida de Moema:
o banho de sol à beira-mar. E) o arrependimento da filha dos tabajaras, por ter deixado sua
E) O artista focalizou o corpo de Lindoia, ao pé de um cipreste, tribo para tornar-se esposa de um guerreiro branco inimigo de
morta a flechadas por uma tribo inimiga. seu povo.

005.018 - 131051/18
OSG.: 118001/17
5 F B O N L I NE .C O M . B R
//////////////////
Estudo
Módulo de e

05. (UFPE/2001) Sobre o romance romântico no Brasil, é correto • Texto para a questão 08.
afirmar que
“Não, não! A namoradeira é em breve tempo conhecida e
A) não houve influência dos autores europeus na criação de
ninguém a deseja por mulher. Julgas que os homens iludem-se com ela e
uma narrativa romântica no Brasil, pois, além de os temas e
que não sabem que valor devem dar aos seus protestos? Que mulher
linguagens diferirem muito, as obras estrangeiras não eram
pode haver tão fina, que namore a muitos e que faça crer a cada um
divulgadas, nem traduzidas no Brasil.
em particular que é o único amado? Aqui em nossa terra, grande parte
B) em 1844 surgiu o primeiro romance brasileiro, A Moreninha, dos moços são presunçosos, linguarudos e indiscretos. Quando têm
de Joaquim Manuel de Macedo, o qual ultrapassou a condição o mais insignificante namorico, não há amigos e conhecidos que não
das narrativas europeias, pela temática e pela adaptação a sejam confidentes. Que cautela podem resistir a essas indiscrições?”
cenários brasileiros.
C) inserido na linha nacionalista do Romantismo, José de Alencar 08. O teatro de Martins Pena, conforme lembra o excerto, é
lança, em 1856, seu primeiro romance, Cinco Minutos. Daí em A) naturalista: interessa-lhe a realidade como ela se apresenta,
diante, procurou construir uma obra romanesca que abrangesse mesmo aquela que tem contorno mais rude e que como tal
todo o Nordeste brasileiro, ao qual se limitou em razão de sua deve ser claramente expressa.
origem nordestina. Escreveu romances históricos, regionalistas B) popular: ocupa-se dos costumes e hábitos do povo, do retrato
e indianistas – a maioria situados na Era Colonial – e romances de sua cultura e linguagem.
urbanos. C) trágico: as personagens têm os caminhos traçados por um
D) Manuel Antonio de Almeida, autor de Memórias de um destino mais forte que a vontade de cada uma delas.
Sargento de Milícias (1853), seguiu a tradição sentimental do D) alegórico: as personagens correspondem a ideias, e não a tipos
tipo de narrativa praticado na época. Nos seus textos, adota a realmente humanos.
estética romântica na proposta de uma narrativa de costumes. E) simbolista: a realidade é antes indicada e sugere que seja
E) entre os objetivos do movimento romântico no Brasil, estava expressa no sentido conotativo das palavras.
o de revelar o país pela criação de uma literatura de expressão
nacional mais pela paisagem (natureza) e menos pela língua e 09. (UFPE/2004) Sobre o surgimento e as características do
pela valorização de uma língua brasileira. Romantismo, é insustentável afirmar que
A) o movimento coincide com a democratização da arte, gerada
06. (PUC-PR) Sobre os procedimentos narrativos de Inocência, romance pelas mudanças sociais, políticas e econômicas do fim do século
de Visconde de Taunay, é correto afirmar: XVIII. Tornou-se a expressão artística de uma nova sociedade
A) Os personagens de Inocência, segundo a tipologia de Fosters, burguesa, em oposição à arte neoclássica da aristocracia.
que separa os personagens em “redondos” e “planos”, isto é, B) o Romantismo literário absorveu tendências do liberalismo,
complexos e rasos, são do primeiro tipo, pois são imprevisíveis que propiciou a liberdade nas artes e, consequentemente, a
e de psicologia multifacetada. expressão fora dos rígidos modelos precedentes.
B) O que transmite confiabilidade à narrativa de Inocência é o C) foi inspirado pelas obras do francês Rousseau e pelo movimento
caráter autodiegético, isto é, autobiográfico, de seu narrador, alemão Sturm und Drag, que valorizava o folclórico, o popular
Cirino, que relembra suas peripécias no Mato Grosso e seu e o nacional, em oposição ao universalismo clássico.
amor por Inocência muitos anos depois. D) consolidou-se junto ao público europeu, em fins do século XVIII,
C) O enredo de Inocência já antecipa os enredos do Realismo, com o romance Werther, de Goethe. O sucesso do romance,
pois é linear e direto, sem apresentar grandes reviravoltas e que culmina com o suicídio, por amor, do jovem personagem,
surpresas, como era típico do Romantismo. desencadeia uma onda de suicídios na Europa.
D) O ponto de vista externo caracteriza o narrador de Inocência E) apenas nos últimos anos do século XIX é que o Romantismo se
como um narrador onisciente, o que é, aliás, uma tendência sedimenta na Europa, quando sua estética é introduzida no Brasil,
dominante na narrativa romanesca do século XIX. coincidindo, portanto, com a nossa independência política.
E) Apesar de realista, a prosa de Inocência ainda está carregada
do estilo do Romantismo, cheia de metáforas e hipérboles. 10. (UFPE/2004) O Arcadismo foi um movimento literário que teve
lugar em Vila Rica, Minas Gerais, acompanhando o ciclo do
• Texto para a questão 07. Ouro, no século XVIII. Sobre as semelhanças e diferenças com o
movimento que o seguiu historicamente, o Romantismo, é correto
No plano estético, presencia-se a reação violenta contra os afirmar que
clássicos: recusando as regras, os modelos, as normas... Aos gêneros A) ambos portam as marcas de submissão e servilismo aos padrões
estanques opõem a sua mistura, conforme o livre arbítrio do escritor, estéticos europeus.
à ordem clássica, a aventura, ao equilíbrio racional, a anarquia, o B) predominou, nestes movimentos, o plágio, a imitação e a cópia,
caos, ao universalismo estético, o individualismo, ao Cosmos, o “eu” sem nenhum traço de originalidade.
particular...a Natureza se lhe afigura mera projeção do seu mundo C) ambos propõem um retorno à natureza: o Arcadismo, no
interior. sentido de uma natureza equilibrada e bucólica, harmoniosa
e pacata; o Romantismo, no sentido de uma natureza
Massaud Moisés, Dicionário de Termos Literários, Cultrix, p.463 exuberante, selvagem e tropical, identificada com os estados
de espírito, a grandeza e as potencialidades físicas do país.
07. (ESPM) O autor está discorrendo sobre o D) o indianismo, em ambos os movimentos, já surge como símbolo
A) Barroco. do povo brasileiro: o índio é o herói que paira acima dos valores
B) Arcadismo ou Neoclassicismo. dos colonizadores, feito à imagem e semelhança dos cavaleiros
C) Romantismo. medievais.
D) Naturalismo. E) a obra dos poetas arcádicos já ganha contornos românticos,
E) Modernismo. expressando a subjetividade dos autores, quando descreve os
amores arrebatados, em linguagem sentimental e emotiva.

F B O NLINE.COM.BR 6 005.018
OSG.:- 131051/18
118001/17

//////////////////
Estudo
Módulo de e

• Texto para as questões 11 a 14. 13. (FGV) Voltar “às origens” (L.9), tendo como base o romance
O Guarani, de José de Alencar, significa, para Carlos Gomes, retomar
A) o livro que dá início à história do romance brasileiro,
(FGV) Leia o seguinte texto sobre a ópera O Guarani, de Carlos Gomes: inaugurando a prosa de ficção em nossas Letras.
B) a figuração de uma gênese do Brasil, que conjuga elementos
Desde a chegada à Europa, Carlos Gomes idealizava o históricos, ficcionais e mitológicos.
projeto de uma obra de maior vulto, que precisaria ser enviada ao C) o texto inaugural do Indianismo, estética fundadora de uma
Brasil como contrapartida pela bolsa recebida do governo. A essa sensibilidade autenticamente nacional.
altura, seus biógrafos relatam que, com saudades do Brasil, Gomes D) as matrizes da arte operística, constituídas elas próprias de
passeava sozinho pela Piazza del Duomo quando ouviu o anúncio de materiais épicos, líricos e dramáticos.
um vendedor ambulante: “II Guarany, Storia del Selvaggi del Brasile“. E) a tradição operística brasileira, que já durante o Arcadismo
Tomado de susto pela coincidência, conta-se que comprou ali mesmo mineiro produzira óperas de enredo indianistas.
a tradução do livro de Alencar, certo de que aquele era um sinal:
sua nova obra deveria se voltar às origens. A narrativa serve bem à 14. (FGV) Um aspecto marcadamente ideológico do Indianismo
construção dos mitos em torno do compositor, mas o fato é que não há Romântico brasileiro consistiu em
registro oficial algum do episódio, pelo contrário: cartas e documentos A) reforçar o estereótipo do índio como selvagem canibal.
B) elidir a participação do negro na formação do Brasil.
mostram que, ao partir para a Itália, Carlos Gomes já pensava em
C) incentivar o antilusitanismo, tal como fez Alencar em
O Guarani como tema para uma nova obra. Se ele comprou uma
O Guarani.
versão italiana do romance foi apenas para facilitar o trabalho do
D) representar preferencialmente a colonização como um processo
libretista Antonio Scalvini. cruento de genocídio.
O romance de José de Alencar tinha todos os ingredientes de E) obliterar a contribuição europeia para a criação da literatura
um bom libreto: o triângulo amoroso, a luta entre o bem e o mal e brasileira.
cenas dramáticas e visualmente fortes.
No dia 2 de dezembro de 1870, o escritor José de Alencar 15. (PUC-PR) Alfredo Bosi, em sua História concisa da literatura
caminhou pela ruas do Rio de Janeiro até o Teatro Lírico a fim de brasileira, diz a respeito de Inocência, de Visconde de Taunay:
acompanhar a estreia brasileira da ópera baseada em seu romance “Por temperamento e cultura, o Visconde de Taunay tinha condições
mais famoso, publicado em 1857. Ao fim do espetáculo, a intensa para dar ao regionalismo romântico a sua versão mais sóbria. Homem
ovação não foi suficiente para fazer o escritor esquecer algumas de pouca fantasia, muito senso de observação, formado no hábito de
restrições com relação à adaptação. Anos depois, em suas memórias, pesar com a inteligência as suas relações com a paisagem e o meio
ele se resignaria: “Desculpo-lhe, porém, por tudo, porque daqui (era engenheiro, militar e pintor) Taunay foi capaz de enquadrar a
a tempos, talvez por causa das suas espontâneas e inspiradas história de Inocência (1872) em um cenário e em um conjunto de
costumes sertanejos onde tudo é verossímil. Sem que o cuidado de
melodias, não poucos hão de ler esse livro, senão relê-lo – e maior
o ser turve a atmosfera agreste e idílica que até hoje dá um renovado
favor não pode merecer um autor“. Alencar não estava errado.
encanto à leitura da obra“.
A ópera não apenas ajudou a manter viva a fama do romance como
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 2003, p. 144-145.
se tornou símbolo máximo da obra de seu compositor.
Com base no trecho acima, é possível dizer que
Coleção Folha Grandes Óperas. São Paulo: Moderna, 2011. Adaptado. A) o romantismo de Visconde de Taunay é, de certa forma, um
“realismo mitigado“.
11. (FGV) Segundo o autor do texto, a B) Visconde de Taunay, com Inocência, antecipa o Realismo no Brasil.
A) divulgação das cartas de Carlos Gomes acabou desmentindo C) por sua pouca fantasia, Inocência não pode ser classificada
como obra genuinamente romântica, mas pré-realista.
que ele tivesse adquirido, na Europa, a versão italiana do
D) o senso de observação de Visconde de Taunay, em Inocência,
romance de José de Alencar. o leva às portas do Naturalismo.
B) utilização de O Guarani em italiano, por parte do libretista da E) a fantasia, aliada ao senso de observação, torna esta obra o
ópera de mesmo nome, deve ser considerada somente um melhor representante do regionalismo pré-modernista.
hipótese.
C) estrutura dos libretos de ópera foi utilizada por Alencar para
criar o enredo do romance O Guarani.
D) tradução para o italiano do romance O Guarani, feita a pedido Gabarito
Anotações
do próprio Alencar, serviu como um aviso para que Carlos
Gomes compusesse sua ópera.
E) reação do público à ópera de Carlos Gomes, em sua estreia 01 02 03 04 05
no Rio, acabou referendando as críticas que lhe dirigira José D E C B B
de Alencar. 06 07 08 09 10
D C B E C
12. (FGV) O mencionado triângulo amoroso de O Guarani, de José
de Alencar, é composto pelas personagens 11 12 13 14 15
A) Peri, Cecília e Álvaro. B A B B A
B) D. Diogo, Isabel e D. Antônio.
C) D. Antônio, Dona Lauriana e Loredano.
D) D. Antônio, Isabel e Dona Lauriana. SUPERVISOR(A)/DIRETOR(A): MARCELO PENA – AUTOR(A): SOUSA NUNES
naldo/REV.: Jarina
E) Peri, Cecília e Isabel.

005.018 - 131051/18
OSG.: 118001/17
7 F B O N L I NE .C O M . B R
//////////////////

Você também pode gostar