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Exasiu EXTENSIVO
Exasiu
Aula 00 - Antiguidade I
Noções Gerais sobre Antiguidade Oriental
Antiguidade Clássica: Grécia;
1
AULA 00: ANTIGUIDADE estretegiavestibulares.com.br 152
Profe Alê Lopes
Estratégia Vestibulares – Aula 00 – Antiguidade I
SUMÁRIO
Sumário ............................................................................................................................................................ 2
Apresentação da Professora ...................................................................................................................... 4
Você conhece o ENEM? ............................................................................................................................... 5
E como é a prova de história no ENEM? ................................................................................................. 6
Cronograma de Aulas ................................................................................................................................... 8
Apresentação do curso e da metodologia ............................................................................................ 11
1. Como aprender história: comentários preliminares ..................................................................... 13
2. Como Estudar por Questões: Método T.E.T. ................................................................................... 16
3. Antes de tudo: a periodização histórica ........................................................................................... 17
4. Introdução ao tema ............................................................................................................................... 18
5. CULTURA E ESTADO NO ORIENTE PRÓXIMO (ORIENTE MÉDIO) .................................................................... 20
5.1. MESOPOTÂMIA, A TERRA ENTRE RIOS ................................................................................................................. 22
5.2. EGITO ANTIGO ............................................................................................................................................... 27
5.2.1. Estratificação Social, Política e Econômica ...................................................................................................... 28
5.2.2. Religião Cultura e Ciência ............................................................................................................................. 29
5.3. HEBREUS, PERSAS E FENÍCIOS ........................................................................................................................... 34
5.3.1 – Hebreus ................................................................................................................................................... 34
5.3.2 – Fenícios.................................................................................................................................................... 35
5.3.3 – Persas ...................................................................................................................................................... 36
6. Mundo Grego........................................................................................................................................... 39
6.1. Periodização histórica I: Pré-homérico, Homérico e Arcaico ................................................................... 41
▪ Pré- Homérico: onda migratória e 1ª diáspora ............................................................................... 41
▪ Homérico: genos e 2ª. diáspora ................................................................................................... 42
Arcaico: formação da polis .................................................................................................................................... 42
6.2. Polis: os modelos espartano e ateniense ................................................................................................. 46
Esparta: .............................................................................................................................................................. 46
Atenas: ............................................................................................................................................................... 47
6.3. Polis e Política ........................................................................................................................................... 51
6.4. Periodização II: Clássico e Helenístico ...................................................................................................... 53
Clássico .............................................................................................................................................................. 53
Helenístico .......................................................................................................................................................... 57
APRESENTAÇÃO DA PROFESSORA
Só por esses dados, já dá para perceber que você não pode chegar no dia da prova sem
ter estudado muito bem estudado os TOP FIVE em HB:
Sistema Colonial
Segundo Reinado
República Oligárquica
Regime Militar (1964-1985)
Era Vargas (1930-1945)
Pois bem, foi a partir dos dados levantados, considerando as prioridades que caem anualmente
nas provas, que montei o curso. Trata-se da melhor maneira de ajudar você a GABARITAR em
História no ENEM. Com isso, apresento-lhe o Cronograma de Aulas, as quais cobrem 100% do
conteúdo programático cobrado no Edital.
CRONOGRAMA DE AULAS
Abaixo segue o cronograma do nosso curso feito conforme o conteúdo programático
cobrado no Edital/Manual do Aluno.
Aproveite e experimente essa aula demonstrativa. Depois dela, espero que você fique mais
motivado ainda para estudar História e para se preparar conosco nesta caminhada. Dedique-se
durante alguns meses para ser aprovado. Vale à pena!!!
Aqui o bicho é a Coruja e, logo mais, você é quem vai virar “O BIXO!” Confia!!!
No cronograma abaixo, marque quando você estudou e pelo menos 1 revisão de cada assunto.
Esse é um controle específico deste material, ok!
Aula
Conteúdo Programático Estudado Revisado
Aula
ANTIGUIDADE I
0
Sociedades hidráulicas. O mundo grego.
Aula
ANTIGUIDADE II
1
O mundo romano
Aula
MEDIEVO I
2
O Império Carolíngio e a formação da cristandade. A civilização bizantina.
A civilização do Islã
Aula
MEDIEVO II
3
A civilização feudal
Aula
MODERNA I
4
A formação dos Estados modernos. O Renascimento. As reformas
religiosas
Aula
MODERNA II
5
O mercantilismo. A expansão ultramarina europeia. A conquista da
América e a implantação do sistema colonial na América Espanhola e na
América Inglesa
Aula
COLÔNIA I
6
Sistema colonial na América Portuguesa
Aula
COLÔNIA II
7
A expansão econômica e territorial
Aula
IDADE MODERNA III
8
As Revoluções Inglesas. O Iluminismo. A Revolução Americana
Aula
CONTEMPORÂNEA I
9
Revolução Francesa. Revolução Industrial. Europa na 1ª. metade do
século XIX
Aula
CONTEMPORÂNEA II
10
Europa na 1ª. metade do século XIX
Aula
INDEPENDÊNCIAS NA AMÉRICA LATINA
11
Independências na América Espanhola
Aula
BRASIL Independente
12
Da Colônia ao Império.
Aula
Brasil Império I
13
1º. Reinado e Regência
Aula
CONTEMPORÂNEA II
14
Nações e nacionalismos no século XIX. Belle Époque e Imperialismo.
Ideologias do século XIX
Aula
BRASIL IMPÉRIO II
15
O Segundo Reinado: aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais
Aula
CONTEMPORÂNEA IV
16
A Primeira Guerra Mundial. A Revolução Russa.
Aula
CONTEMPORÂNEA V
17
O período entreguerras. American Way of life. A crise de 1929. New Deal.
Os regimes totalitários. A Segunda Guerra Mundial
Aula
BRASIL REPÚBLICA I
18
A Primeira República (1889-1930): aspectos políticos, econômicos, sociais
e culturais
Aula
BRASIL REPÚBLICA II
19
Era Vargas (1930-1945)
Governo Dutra (1946-51)
2º. Governo Vargas (1951-1954)
Intervalo Democrático (1955- 1964):
Governos JK, Jânio Quadros e João Goulart
Aula
CONTEMPORÂNEA VI
20
O mundo pós segunda guerra. Caudilhismo e populismo na América
Latina
Aula
BRASIL REPÚBLICA III
21
O regime militar e a Nova República
Aula
HISTÓRIA E PATRIMÔNIO
22
Cultura material e imaterial; patrimônio e diversidade cultural no Brasil
Nos livros digitais e nas videoaulas, vamos manter a linha cronológica para você não perder a
sequência histórica e cronológica dos conteúdos previstos na Base do Ensino Médio.
Assim, na disciplina de história, temos que fazer sempre o controle da temporalidade. Por
isso, sugiro que você monte sua linha do tempo: durante a leitura da aula, cada data que aparecer
você anote e completa sua linha do tempo. Para facilitar sua vida, as datas ficam grifadas em
amarelo.
Você faz o controle dessa linha por meio da marcação do exato momento histórico que
você está estudando. Assim, você nunca mais vai ficar “perdido no tempo” (acreditem: essa é a
principal dificuldade para o vestibulando – mas não será para você!).
Você precisa saber contextualizar um tempo histórico. Associar datas e fatos em uma
sequência cronológica, extraindo disso relações de causalidade (o que causa o que e gera quais
consequências!
Além disso, é importante estudar por questões. Por isso, faremos muitas questões. Elas estão
divididas em dois momentos:
Quero enfatizar que todas as questões da lista são comentadas. No comentário, eu explico o
conteúdo, mas também mostro os macetes e os caminhos que você precisa fazer para chegar na
resposta certa. Ou seja, eu faço uma análise comentada e com estratégias de respostas para cada
questão.
Esse é o caminho para gabaritar o conteúdo e sair para o abraço .
Sobre nossas VIDEOAULAS queria comentar uma coisinha com você: Elas são dinâmicas
e interativas, e têm o conteúdo completo, especialmente, naqueles assuntos mais
espinhosos que quase todo mundo esquece na hora H. Nas videoaulas dou dicas e
macetes preciosos para você resolver as questões objetivas.
Com relação à nossa PLATAFORMA - nosso site. Há o FÓRUM DE DÚVIDAS, que será nosso
mecanismo de contato permanente. Estaremos sempre perto! Então, assim que você terminar de
estudar uma aula do Livro Digital ou videoaula e rolar dúvidas, você poderá mandá-las lá no Fórum
e eu vou respondendo por ordem de chegada!
Além disso, temos nossas SALAS VIP. É uma sala virtual de aprendizado virtual e simultâneo,
na qual os alunos podem conversar diretamente com os professores, em salas de, no máximo
30/40 alunos. Elas complementam as aulas, em geral tiram dúvidas mais profundas, trazem
aprofundamentos para matérias específicas, desenvolvem algum tema de maior dificuldade que
apareceu no fórum e, claro, acontecem à pedido dos alunos. Então, pode mandar suas sugestões
que vamos acolher para montar nosso cronograma. Elas acontecem todos os dias e vocês acessam
o calendário no site, na área do aluno. Basta clicar no link e acessar a Sala!
Por fim, nossos SIMULADOS INÉDITOS. Todo final de semana você terá um tipo de simulado
disponível, elaborado pelos professores e suas equipes. Eles são inéditos e comentados no mesmo
padrão das questões para você treinar no mesmo padrão da banca. Sugiro que você faça tantos
quantos conseguir. E TODOS da sua banca.
Visualize a proposta em um esquema:
AULAS
FOCADAS NOS FÓRUM SUA
Videoaulas
ASSUNTOS DE
MAIS completas
DÚVIDAS APROVAÇÃO!
COBRADOS
Linha do
tempo - Questões Simulados
Sala Vip
controle da comentadas Periódicos
temporalidade
“Uma palavra escrita não pode nunca ser apagada. Por mais que o desenho tenha sido feito a
lápis e que seja de boa qualidade a borracha, o papel vai sempre guardar o relevo das letras
escritas. Não, senhor, ninguém pode apagar as palavras que eu escrevi."
Carolina Maria de Jesus
A articulação entre fatos e datas, significa pensar que as coisas acontecem em um tempo e em
um espaço. Tomando isso sempre de maneira dinâmica como se o tempo nunca parasse (e não
para mesmo) teremos a contextualização. Isso é simplesmente FUNDAMENTAL em História!
Há muito tempo a história não é mais contada como os grandes feitos de inesquecíveis
heróis. Também, não é mais contada apenas por temas, de maneira descontextualizada. A
historiografia mais contemporânea – aquela que é feita, inclusive, pelos historiadores da USP –
adota a perspectiva dos processos históricos coletivos e da história como experiência social.
Os historiadores Perry Anderson, Jacques Le Goff, Jean-Pierre Vernant, Jérôme Baschet,
Eric Hobsbawn e Edward Palmer Thompson, entre outros, são os queridinhos dessa corrente
adotada hoje em dia. Todos entendem a história como “processo histórico” impulsionado por
grupos, pessoas, ideias e interesses, segundo as condições de cada época. Não por menos,
diversos textos das questões de prova usam trechos de Hobsbawn e de Thompson, além de outros
autores.
Historiografia é uma palavra que significa não apenas o registro escrito da História, a memória
estabelecida pela própria humanidade por meio da escrita do seu próprio passado, mas também
a ciência da História. Por exemplo, o historiador grego Heródoto, que viveu na Grécia Antiga,
escreveu sobre o período antigo e produziu um trabalho historiográfico.
Essa forma de compreender e escrever a história dos homens, das suas ideias e
dos seus feitos é a forma como se costuma elaborar suas questões de História.
Isso nos obriga a ter outra postura diante do conhecimento sobre o que se
passou. Veja alguns cuidados que você deve ter ao estudar essa disciplina:
analisar
contexto
Processo
histórico
de parede mesmo. É aquilo que é comum para o espaço que está sendo observado.
Em geral, o contexto influencia os processos.
Segundo: é necessário ter uma visão ampla sobre os períodos históricos. Isso significa
que tem que saber data sim!!! Maior mentira do mundo esse negócio de que data
não importa. Então, a tradicional linha do tempo é um exercício fundamental para
quem quer gabaritar história. Em estatística, chamamos isso de série histórica. Para
entender tendências mais gerais do mercado de trabalho, por exemplo, o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pega os dados de períodos grandes de
tempo. Assim, consegue-se perceber o movimento, as transformações, as
tendências e as variáveis constantes. É isso que fazemos com a História, como
qualquer outra ciência.
Terceiro: é fundamental desvendar as relações causais dos processos – causas e
consequências. São elas que ligam os fios e fatos da História. Quando estamos diante
de um acontecimento precisamos fazer as perguntas: quando, onde, por que, por
quem, resultou em que, para quem? Vamos diagramar essa ideia?
É assim que gabaritamos: quando entendemos o modo como o examinador pensa, produz
conhecimento e depois cobra de você no vestibular. Sacou?
a- O tempo T
b- O espaço (local) E T.E.T.
c- O tema T
Identifique tudo isso no texto e no comando da questão. Com isso você já vai localizar do
que se trata cada questão.
2- A lei da prova é o comando da questão: faça exatamente o que se pede. Não procure pelo
em ovo.
Os dois últimos passos você pode explorar nos simulados e no dia da prova mesmo.
Eles servem para aumentar seu número de acertos.
4- Interprete o texto, a imagem, a frase, olhe para todas as informações trazidas na questão,
sobretudo se você estiver em dúvida entre alternativas distintas e que parecem muito
parecidas. Algumas vezes, a fonte do texto pode ajudar.
5- Essa dica vai para quando você não souber mesmo o assunto específico. Nesse caso,
encontre os 3 mandamentos (espaço, tempo, tema) e faça uma contextualização geral. Você
precisa lembrar dos aspectos mais gerais.
Por exemplo, todas as revoltas coloniais nativistas ocorreram contra o abuso de poder da
Metrópole e sua tentativa de aumentar a explorar por meio de cobranças de impostos excessivas,
fiscalização rígida; todas ocorreram pós União Ibérica e, por isso, no contexto da crise do sistema
colonial. Isso vai ajudar a acertar mesmo que não tenha certeza.
Então, chegou a hora de começar efetivamente o conteúdo do nosso curso de História para o
ENEM. Não esqueça: nosso curso foi feito para você gabaritar história no Enem!
Se você topa o desafio, vamos que vamos, juntos, até a sua APROVAÇÃO!
0
.........4000................. 1200 ............. 3 2 1 1 2 ...476 .......1453....1789..............2019
____________________________________|___________________________________
0
Nascimento de Cristo
E essa cronologia toda foi subdividida pela historiografia com objetivos didáticos
para podermos comparar períodos, processos e fenômenos, uma vez que a história é o
estudo da vida dos homens no seu devido tempo. Sacou? A subdivisão é a seguinte:
Idade Antiga: 4000 a.C até 476 d.C (da invenção da escrita até queda do
Império Romano)
Idade Média: 476 d.C até 1453 d.C (até a queda de Constantinopla, capital
do Império Bizantino)
Idade Moderna: 1453 d.C até 1789 d.C (até a Revolução Francesa)
Idade Contemporânea: 1789 até os dias atuais
Mas lembre-se: o fluxo histórico é CONTÍNUO. Não tem um dia no qual os homens
acordaram e se deram conta de que “tinha acabado a Idade Média e começado a
Moderna...” e disseram: “Aí, querido, agora somos Modernos!!! :P......
Por isso, a divisão é um recurso pedagógico e de pesquisa, feito por diversos
historiadores ao longo dos últimos séculos e a mais aceita nos grandes vestibulares e
no ENEM. Outras existem e em momentos oportunos, comento com você, ok?
Se tiver dúvida, já sabe, é só mandar no Fórum de Dúvidas!
4. INTRODUÇÃO AO TEMA
- Então, profe, por onde vamos começar?
Porém, eu não vou fazer isso porque não cai dessa forma no ENEM. Em geral, no ENEM,
pré-história cai ligado com o assunto de patrimônio histórico. Este é o último assunto que
estudaremos, então, segura a onda que trataremos disso mais tarde, ok!
Assim, darei uns pulinhos e partirei direto para o momento em que os homens e mulheres já
se organizavam por meio de formações sociais diferenciadas. Por isso, começaremos falando dos
povos egípcios, persas, fenícios, mesopotâmicos – os quais compõe a chamada Antiguidade
Oriental. Também veremos os gregos – os quais formam a Antiguidade Clássica. Quanto aos
romanos, destinamos uma aula exclusiva. Veremos esse conteúdo na Aula 01.
Como vimos anteriormente, A Antiguidade começa em 4.000 a.C, com a invenção da escrita, e
termina em 476 d.C, com a queda de Roma, Capital do Império Romano do Ocidente.
Veja o esqueminha:
Para entender esse período, devemos ter em mente como foram formadas grandes
aglomerações humanas e urbanas, bem como o processo de intensificação entre os diversos
povos.
1
ARRUDA, José Jobson de A. Atlas Histórico Básico. São Paulo, Editora Ática, p. 06
poder fertilizante (e econômico) dos rios, como a sociedade pastoril dos hebreus e persas, ou
ainda, a mercantil dos fenícios.
A origem dos povos do Oriente Próximo esteve ligada à chamada Revolução Neolítica ou
Revolução Agrícola. Nesse processo, há uma alteração na relação homem-natureza, de modo que
se inverteu a situação de completa dependência que o ser humano tinha com a natureza.
Lembra que o homem era um ser coletor, caçador e pescador e, sempre que os recursos de uma
área se esgotavam, ele tinha de ir em busca de outro?
Por isso, ele era nômade. Contudo, por volta de 12.000 e 4.000 anos a.C, iniciou-se um processo
de domesticação de animais e de cultivo de plantas. Alguns historiadores afirmam que as mulheres
tiveram um papel fundamental, pois tratavam diretamente do cuidado dos alimentos coletados.
Assim, elas realizavam uma seleção artificial das sementes que melhor se adaptavam ao clima das
áreas onde o grupo humano se fixava.
Como consequência, o ser humano adquiriu a capacidade de ocupar espaços por um tempo muito
maior e, até mesmo, fixar-se à terra. Por isso, falamos do processo de sedentarização do homem.
Nesse sentido, os vales férteis dos rios tiveram uma importância fundamental e,
consequentemente, o controle e organização sobre a irrigação das terras e mesmo das vazantes
dos rios estiveram relacionados com a concentração de poder e a formação dos Estados.
É importante compreendermos que os homens não deixaram de ser coletores e pescadores para
se tornarem agricultores. Ao contrário, esses meios de sobrevivência se complementaram. A
diferença se encontra justamente nas formas como os homens e mulheres daquele tempo
passaram a se organizar socialmente.
Assim, falamos da desintegração coletivista da pré-história e da formação de sociedades mais
complexas, com propriedade privada dos meios de trabalho e de sobrevivência – no caso, a terra,
os animais e as armas.
É nesse processo que se formam as cidades ou pólis, os Estados e também os Impérios. Sobre
esse assunto, veja a definição de trabalho na parte do Dicionário Conceitual, ao final desta aula -
A ESCRITA
O que teria levado os sumérios a desenvolver a escrita?
Segundo os principais historiadores do período, a escrita está relacionada essencialmente com o
fato da organização social e econômica ter se tornado cada vez mais complexa. A memória não
era suficiente para dar conta das atividades burocrático-administrativas. Estas eram realizadas
pelos sacerdotes, nos TEMPLOS (veja, querido aluno e aluna, que o TEMPLO é uma instituição
que abrange múltiplas funções: econômicas, políticas e religiosas, afinal, essas esferas eram
imbricadas na realidade da vida das pessoas daquela época). Mas as funções da escrita se
expandiram e ganharam relevância para registrar outras atividades, como: ensinamentos
religiosos, códigos normativos e civis (como veremos daqui a pouco com o Código de Hamurabi),
textos literários e poesias. Ou seja, a escrita vai se tornando um “sistema socialmente reconhecido
de registro”2.
O desenvolvimento da escrita passou por algumas fases:
Pictórica: Um sinal representa uma coisa ou um ser;
Ideográfica: Um sinal representa uma ideia;
Fonográfica: Um sinal representa um som da fala humana.
Por fim, chama-se escrita cuneiforme porque era impressa em argila ou barro, com um estilete em
forma de cunha.
Bixo, dizem que os Sumérios eram os caras mais criativos do rolê. Verdade! Eles
“criaram a roda”, a escrita cuneiforme, aqueles canais hidráulicos muito loucos. Com
isso, com seus trenós puxados por bois e outros animais, puderam andar mais rápido
transportando mais mercadorias, acelerar as comunicações entre cidades diferentes.
Você vê que essas coisas estão relacionadas, né! Irrigaram mais, produziram mais,
transportaram mais, comunicaram-se mais e, ainda por cima, inventaram a escrita para
registrar todas essas coisas. Fala sério, gente. Por isso tudo, dominaram a área por uns
mil anos. Muito louco!!!!! 😊
2
CHILDE, V. Gordon. A evolução cultural do homem. RJ, 1971.
Na sequência, por volta de 2300 a.C, do deserto da atual Síria, vieram os Acádios que, sob
a liderança do Rei Sargão, conquistaram as cidades sumerianas, unificaram-nas e fundaram o
primeiro Império Mesopotâmico. Apesar de dominarem os sumérios, os acádios incorporaram sua
cultura, seu modo de vida e todo seu conhecimento matemático, agronômico, astronômico, entre
outros. Sua hegemonia durou cerca de 400 anos. Foi um período marcado por muitas guerras de
expansão territorial e tentativas de invasão por parte de outros povos. O domínio dos acádios foi,
finalmente, superado pelos amoritas por volta de 2.100 a.C.
Os amoritas, vindos do deserto da Arábia, estabeleceram-se na cidade da Babilônia e, por isso,
também são conhecidos como babilônicos. Dominaram toda a região, do Golfo Pérsico até o
norte da Mesopotâmia. Sob a liderança do lendário Rei Hamurabi, fundaram o 1º Império
Babilônico.
O Império Babilônico, comandado por Hamurabi (1763 a.C), é reconhecido como aquele que
desenvolveu mudanças nos aspectos sociais e políticos e impôs o deus babilônico Marduk a todos
os povos da região. Criou uma administração centralizada e uma estratificação social
hierarquizada.
O CÓDIGO DE HAMURABI
Um dos primeiros “códigos jurídicos” escritos de que temos conhecimento é o Código de
Hamurabi. Ele está inscrito em um monólito. São 281 artigos escritos em cuneiforme (a escrita
desenvolvida pelos sumérios, lembram?) que tratam sobre diversas áreas da vida social: trabalho,
família, comércio, propriedade. Ele é muito conhecido pelo seu sistema de penalidades baseado
no princípio da retaliação, ou em latim lex talionis. Você já deve ter ouvido falar em “olho por olho
e dente por dente”, não ouviu? É isso!
Contudo, este “princípio de igualdade”, ou da proporcionalidade entre crime e pena dependia
do grupo social ao qual o suposto criminoso cometeu o crime. Por exemplo, o artigo 200 diz: “Se
um homem livre arrancou um dente de um outro homem livre igual a ele, arrancarão seu dente.”
Agora compare com o que diz o artigo 201: “Se ele arrancou um dente de um homem vulgar,
pagará 500g de prata”. Outro exemplo, art. 230: “Se um pedreiro causou a morte do filho do
dono da casa, matarão o filho deste pedreiro”. Mas, segundo art. 231, “Se causou a morte do
escravo ele dará ao dono da casa um escravo equivalente”. Conseguem perceber que a pena é
semelhante ao delito cometido, embora pudesse variar conforme a posição social e econômica da
vítima?
O Império Babilônico sofreu uma série de invasões até que a região foi dominada pelos
assírios, por volta de 1300 a.C. Eram conhecidos pelo seu forte caráter militar e pelo tratamento
cruel e violento que tinham com seus prisioneiros. Este povo é originário da região situada entre
a Ásia e a Europa e, na Mesopotâmia, fixou-se no Alto do Tigre, ao Norte. De lá os assírios
organizaram o primeiro exército permanente de que temos notícia e alcançaram seu maior
esplendor.
O principal governo assírio foi o de Sargão II. Próximo a 612 a. C, foram derrotados por uma
aliança militar entre os caldeus – povos do Sul da Mesopotâmia – e os medos (calma gente, não é
medo de medinho, é medo de “Terras Médias”, onde hoje é o Irã). Com essa força, os caldeus
conquistaram toda a Mesopotâmia, inclusive, a Babilônia. Por isso, ficaram conhecidos como
neobabilônicos. Seu grande líder foi o grande Nabucodonosor (604-562 a.C.), responsável por
grandes obras urbanas, templos, jardins (o famoso e místico Jardins Suspensos) e rigor
administrativo.
Mesmo assim, os caldeus não resistiram à expansão de um outro grandioso Imperador: Ciro
I, rei da Pérsia!!! Em 539 a.C a Mesopotâmia foi conquistada pelos persas.
Em decorrência, inicia-se um longuíssimo período de dominação do Oriente Próximo:
primeiro os persas; depois Alexandre, o Grande; e, por fim, os Romanos.
(ENEM 2020)
“Sexto rei sumério (governante entre os séculos XVIll e XVIl a.C.) e nascido em Babel,
‘Khammu-rabi’ (pronúncia em babilônio) foi fundador do Império Babilônico (correspondente
ao atual Iraque), unificando amplamente o mundo mesopotâmico, unindo os semitas e os
sumérios e levando a Babilônia ao máximo esplendor. O nome de Hamurabi permanece
indissociavelmente ligado ao código jurídico tido como o mais remoto já descoberto: O
Código de Hamurabi. O legislador babilônico consolidou a tradição jurídica, harmonizou os
costumes e estendeu o direito e a lei a todos os súditos”.
Disponível em: www.direitoshumanos.usp.br Acesso em: 12 fev 2013 (adaptado)
Nesse contexto de organização da vida social, as leis contidas no Código citado tinham o
sentido de
a) assegurar garantias individuais aos cidadãos livres.
b) tipificar regras referentes aos atos dignos de punição.
c) conceder benefícios de indulto aos prisioneiros de guerra.
d) promover distribuição de terras aos desempregados urbanos.
e) conferir prerrogativas políticas aos descendentes de estrangeiros.
Comentários
Ao longo do tempo, a região da Mesopotâmia, sobretudo no período entre 2004 e 1595 a.
C., assistiu à ascensão da cidade da Babilônia que estendeu a toda área sob sua influência e,
também, seus modelos políticos, sociais e culturais. A unificação da região coube a Hamurábi
(1792-1749 a. C.). Seu governo preocupou-se em fortalecer as fronteiras e recompor
econômica e socialmente o reino, liderando campanhas militares que submetiam as cidades,
limitando a autonomia a que estavam acostumadas. Ou seja, as diferentes cidades passaram
a ser dependentes do poder político central liderado pela Babilônia. A principal realização
política e social desse período foi o Código de Hamurábi, compilação das leis a serem
observadas em todo império babilônio. Ele versava sobre diversos aspectos da vida
cotidiana, como divórcios, prática de medicina, soldos, escravos, entre outros. O princípio
desse Código era a Lei de Talião: olho por olho, dente por dente. Agora que você está por
dentro do contexto, vejamos:
a) Incorreta. O Código não tratava apenas dos cidadãos livres, mas também dos escravos e
outros setores da sociedade.
b) Correta! Aos olhos modernos, muitas das leis do Código de Hamurábi podem parecer
cruéis e desumanas. Contudo, ele estabeleceu medidas no sentido de limitar a violência entre
as pessoas e de administrar as punições. Essas leis tiveram a função de impedir as vinganças
privadas entre as famílias e de concentrar a justiça nas mãos do soberano.
c) Incorreta. Em geral, os prisioneiros de guerra eram convertidos e escravos nas sociedades
antigas.
d) Incorreta. A propriedade da terra estava concentrada entre os awilu, a elite babilônia e
funcionários da burocracia palaciana.
e) Incorreta. Estrangeiros e seus descendentes não tinham direitos políticos.
Gabarito: B
- Aí, Profe, ele deve estar certo. Imagina o Egito sem o Nilo? Seria um deserto, né?
Verdade, aluna e aluno!!! No entanto, imagina o Egito com o Nilo e sem o povo. Que prosperidade
ocorreria???
O que quero dizer para você é que foi necessário muito trabalho, conhecimento e
organização para que a sociedade egípcia não ficasse submetida aos fatores naturais do meio
ambiente. Assim, criaram canais de irrigação, barragens e diques, pois as inundações do Nilo
poderiam ter um potencial destrutivo, ou ainda, não serem suficientes para irrigar e fertilizar as
terras de sua margem, caso fossem muito pequenas.
Por isso, o desenvolvimento do Egito, tão bem observado por Heródoto, é fruto da
interação do ambiente natural com o trabalho criativo humano. Sacou?
Em relação a organização política, por volta de 5000 a.C., havia o chamado Baixo Egito,
perto do Mediterrâneo, e o chamado Alto Egito, situado ao Sul do Nilo. Os povos praticavam a
agricultura e viviam em aldeias chamadas nomos. Então, aproximadamente pelo ano 3200 a. C.
os governantes do Alto Egito conquistaram o Baixo Egito e unificaram os dois reinos sob um único
governo: o Império dos Faraós. O primeiro Faraó, só para constar, foi Menés. Aliás, faraó, significa
grande casa – ou palácio. Os egiptólogos costumam dividir a história do Egito em 3 fases. Tome
nota:
•Período marcado por forte religiosidade e momento estável e pacífico. Foram construídas
as pirâmides de Queóps, Quefren e Miquerinos. No final desse período, o poder dos chefes
ALTO IMPÉRIO, locais (nomarcas) cresceu a ponto de superar o poder do faraó. Como consequência, houve
3200 a.C - 2300 a descentralização política do Egito;
a.C:
•Período de conflitos entre alguns Faraós e os Sacerdotes. Entre 1377 e 1358 houve uma
Reforma Monoteísta imposta pelo Faraó Amenófis. O Faraó foi derrotado pelos sacerdotes
e estes coroaram um novo Faraó: Tutenkhamon. Há uma sucessão de faraós, um período
NOVO IMPÉRIO, longo de conquistas militares e muito esplendor. <as no final desse período o Egito foi
1580 A.C - 525
a.C: invadido pelos Assírios em 662 e em 525 pelos Persas.
*mais tarde o Egito foi invadido pelos gregos, macedônios, romanos e muçulmanos.
Sacerdotes
Nobres
Escribas
Faraó
Artesãos Escravos
Campesinos
I- Faraó: Rei Supremo, responsável pela proteção e prosperidade do povo. Ele tinha
autoridade religiosa, administrativa, militar e judicial. Havia a crença na condição divina
de sua pessoa. Era o maior proprietário de terras do Império. Era auxiliado pela Elite
Dirigente.
II- Elite Dirigente:
• Nobres: cargos hereditários da de administradores das províncias e de comando
militar
• Sacerdotes: eram os senhores da cultura egípcia. Ligados às cerimônias religiosas
e à administração dos bens dos templos
• Escribas: dominavam a técnica da escrita, por isso tinham prestígio e poder. Na
prática, exerciam a função de fiscais de tributos e obras.
III- Artesãos: se subdividiam em qualificados e com pouca qualificação. Os primeiros
produziam os artigos de luxo e poderiam trabalhar nos templos e palácios. Os de pouca
qualificação, em geral, trabalhavam em oficinas rurais.
IV- Camponeses: a maioria da população era campesina. Viviam em aldeias e deveriam,
obrigatoriamente, entregar parte da colheita, do rebanho ou da pesca como tributo aos
moradores dos palácios, ou seja, aos membros do grupo da elite dirigente. Na época
de cheia do rio Nilo, os camponeses eram obrigados a trabalharem nas grandes obras
de irrigação ou na construção dos monumentos, como as pirâmides. A esse trabalho
compulsório, os historiadores atribuem o nome de servidão coletiva. Perceba que era
uma servidão temporária e para o Estado.
V- Escravos: diferentemente da Mesopotâmia, não existia escravidão por dívida. Esse
grupo foi numericamente pequeno e realizavam as mais diferentes funções, a depender
de suas qualificações. Eram prisioneiros de guerra. Não poderiam ser vendidos, pois
não eram considerados mercadoria. Além disso, tinham alguns direitos como
testemunha em tribunais, casar-se com pessoas livres. Por isso, alguns egiptólogos
questionam a categoria escravidão para esse grupo!
Como falamos antes, no Antigo Egito, a religião ocupava um lugar fundamental na vida
social e dela decorreu desenvolvimento em diferentes áreas do conhecimento humano. A religião
era politeísta (crença em muitos deuses) e havia a crença na vida após a morte. Acreditava-se que
a alma se consubstanciaria no mesmo corpo e, por isso, desenvolveu-se a técnica de mumificação.
Além disso, nos túmulos eram depositados vários objetos, pois a crença era de que a alma
retornaria ao corpo e isso não poderia ocorrer sem os bens materiais. Para tanto, os egípcios
precisaram desenvolver estudos na área da química, da anatomia e medicina.
Os Faraós, por exemplo, por estarem no topo da pirâmide social, tinham seus corpos e
seus pertences guardados nas pirâmides. Pirâmides de verdade!!!! Por isso, desenvolveram-se
técnicas de arquitetura e engenharia que foram capazes de mantê-las inteirinhas até hoje!!
Outro desdobramento da importância da religião era o controle social exercido por meio
dela. Lembram-se de que os Sacerdotes compunham o grupo da elite dirigente, por isso, tinham
privilégios? O Faraó era a personificação dos deuses e isso justificava os tributos que os
camponeses deveriam entregar ao Estado, bem como o trabalho servil que deveriam realizar
durante as cheias.
A arte se desenvolveu relacionada a representação religiosa de deuses, dos sacerdotes,
dos faraós. A própria escrita também estava no campo das artes, uma vez que os escribas tinham
a função específica de desenvolvê-la. Evidentemente, com o passar do tempo e com as
especializações das atividades, a escrita se modificou e, em algumas situações tornou-se menos
ornamentada para atender objetivos ligados à economia e atividades administrativas.
Veja as três formas de escrita:
A prova do ENEM, em geral, adora inserir imagens de todo tipo, textos históricos, discursos,
como parte das questões. Toda vez que você se deparar com questões dessas, repare nas datas
e demais informações nas descrições e na fonte, pois são dados valiosíssimos para ajudar a
resolvê-las. Leva essa dica com você!
5.3.1 – Hebreus
A história dos hebreus mescla informações e registros históricos propriamente dito e textos
religiosos, que não deixam de ser históricos. Sobre as informações religiosas, basta lembrar do
Antigo Testamento Bíblico – texto que, além de religioso, possui denso conteúdo historiográfico.
A civilização hebraica se desenvolveu por volta de 2000 a.C., na região conhecida como
Palestina, juntamente com outros povos, como os cananeus, filisteus e assírios. Aqui também tem
importância um rio, o Jordão, de modo que as terras em torno dele faziam parte da região do
Crescente Fértil. Assim como vimos nas demais áreas do Crescente Fértil, as terras eram motivo
de disputas e batalhas. Mesmo assim, a historiografia classifica os hebreus de povos de pastoreio.
Voltando aos registros bíblicos, Abraão foi o primeiro líder hebreu. O filho de Abraão, Isaque,
teve outros dois, Isaac e Jacó, os quais formavam a liderança denominada de “os patriarcas”.
Essas lideranças pregaram uma nova religião, monoteísta, a qual teria a função de unificar o povo
hebreu. Isso porque, segundo documentos religiosos, Deus teria escolhido Abraão, e sua esposa
Sara, para o projeto de união dos povos, e teria orientado Abraão para abandonar suas terras na
região de Harã e partir em direção às terras que ele – Deus -indicaria, em Canaã (referente aos
primeiros habitantes, os cananeus), região da Palestina.
As terras da Palestina, onde se encontrava Canaã, já eram habitadas por outros povos – os
cananeus e filisteus – antes da chegada dos israelitas. Por isso, houve muitas batalhas em torno
das terras, principalmente as férteis. As constantes guerras teriam motivado muitos hebreus a se
deslocarem na direção do Egito.
No Egito, em um momento em que os israelitas formavam quase metade da população,
eles foram submetidos ao trabalho forçado. Oprimidos e escravizados, os hebreus, sob a liderança
de Moisés, iniciaram o Êxodo, isto é, a fuga do Egito para Canaã.
Novamente, novas guerras com os filisteus. Para enfrentá-los, as 12 tribos israelitas
nomearam os Juízes, como Gideão, Sansão e Samuel. Esses chefes eram lideranças políticas,
militares e religiosas. Após muitos confrontos, em 1010 a. C., Saul foi proclamado o primeiro Rei
de todos os hebreus. Mas, foi o Rei David, sucessor de Saul, quem derrotou os filisteus e decretou
Jerusalém como a capital do Estado Hebraico.
Na sequência dos reis hebreus, um de grande destaque foi o Rei Salomão, que assumiu o
trono em 966 a. C. Com Salomão, o comércio prosperou e o Estado israelense se fortificou.
Entretanto, os pesados impostos estabelecidos por Salomão e a disputa pela sucessão do trono
provocaram uma divergência entre os hebreus e houve o fim da união das tribos hebraicas, o
Após todos esses conflitos em torno da terra das regiões férteis, também movidos
por convicções religiosas e políticas, os israelenses somente constituíram um
Estado na região da Palestina em 1948, por determinação da Organização das
Nações Unidas (ONU).
Embora esse período da história antiga do povo hebreu esteja marcado por guerras e
conflitos, é importante destacar – brevemente – aspectos conclusivos.
Do ponto de vista político, a organização do governo estava estruturada,
progressivamente, primeiro nos Patriarcas, depois nos Juízes e, por fim, nos Reis. A religião e a
cultura hebraica foram importantes para construir a unidade e identidade do povo (unidade das
12 tribos), sendo elemento importante para a identidade nacional.
Sobre a economia, em um primeiro momento, antes dos Reis hebreus, predominava o
pastoreio e a agricultura (cereais, oliva, figo e uva) para, no apogeu do reinado de Salomão, atingir
o desenvolvimento do comercio via rotas terrestres.
Além disso, a religião monoteísta hebraica foi base para as religiões seguintes do
Cristianismo e do Islamismo.
5.3.2 – Fenícios
Com relação aos fenícios, guarde essas informações importantes: diferentemente dos
hebreus, eles eram adeptos ao politeísmo (culto a vários deuses). Culturalmente, também foram
os criadores do alfabeto fonético de 22 letras, a matriz do nosso alfabeto. Posteriormente, os
gregos e romanos aprimoraram esse alfabeto.
Há 3000 a. C. a Fenícia ficava na área que hoje é conhecida como Líbano, isto é, acima e
ao norte da Palestina. Os fenícios se destacaram pela atividade de navegação e comércio, via
marítima. Veja na representação gráfica abaixo o ponto de partida dos navios dos fenícios e as
rotas comerciais.
5.3.3 – Persas
Os persas, cerca de 2000 anos a. C., chegaram à região conhecida hoje como Irã. Ali
estabelecidos, desenvolveram atividades primárias da agricultura, como pastoreio e plantio de
cereais e frutas.
Possuíam uma religião dualista, um deus do bem e outro do mal, conhecida como
masdeísmo. A religião persa foi aprimorada com a confecção do livro sagrado, o Zend-Avesta, e
passou a ser conhecida como zoroastrismo. Os ensinamentos do masdeísmo foram compilados
pelo profeta Zoroastro (ou Zaratustra) que viveu por volta de 628 a.C. e 551 a.C, por isso, o nome
da religião - zoroastrismo.
Segundo escritos religiosos, Zoroastro teria compilado a religião a partir da fusão das
crenças populares das diversas localidades do Império Persa. Essa ligação entre as diversas
religiões à essência dualista do masdeísmo foi uma forma de garantir a unidade dos povos.
Mais adiante na linha histórica, entre VI e V a. C., e já como Império liderado por Ciro – o
unificador dos povos do planalto do Irã –, a característica expansionista desse povo levou-o a
conquistar outras terras. Sob Ciro, o Império Persa se estendeu até a Mesopotâmia (lembre-se,
entre os rios Tigres e Eufrates) e até a Palestina. Sob o comando de Cambises, em 525 a. C., os
persas conquistaram o Egito.
O governo persa era do tipo Teocrático e o Império possuía uma administração altamente
eficiente. Uma das formas de organização territorial desenvolvidas pelos persas foram as
províncias, denominadas de satrapias. Nas satrapias atuavam os fiscais do rei. Para agilizar a
execução de ordens e otimizar a administração do Império Persa foram construídas diversas
estradas entre as províncias para ligar as principais cidades, como Susa, Persépolis e Babilônia.
Não por menos, Dário I, além de criar uma moeda, o dárico, também instituiu uma espécie de
sistema de correios. Economicamente, destacava-se o comércio de sedas, tapetes e joias.
A saga expansionista dos persas, sob o comando de Dário I, sofreu revés nas conhecidas
Guerras Médicas (como veremos na parte sobre o mundo grego). Dário I tentou conquistar a
Grécia, mas o poderoso exército Persa foi derrotado. Em uma segunda tentativa, sob o comando
de Xerxes (todo mundo assistiu ao filme 300, não?), filho de Dário I, também foi derrotado por
Atenas. As derrotas expansionistas e as rebeliões internas nas colônias enfraqueceram o Império
Persa até que o declínio completo chegou com a derrota dos persas para o macedônio Alexandre
- o Grande. Em 331 a. C., Alexandre derrotou Dario III na batalha de Arbelas.
Posteriormente, os persas foram conquistados pelos romanos e, no século VII d. C, os
árabes conquistam as terras da região do Irã e fundiram a religião islâmica com a cultura persa.
do Egito; e a escrita alfabética, na região da Fenícia (costa do atual Líbano). Nessas regiões,
também conhecidas como o Crescente Fértil, surgiram as primeiras civilizações.
Outros sistemas de escrita e civilizações surgiram no vale do Indo (região do Paquistão), na
China nos vales dos rios Huang-Ho e Yang Tsé-Kiang e, mais tarde, na Mesoamérica (nome
dado à região entre a América do Norte e a Central em territórios dos atuais México e países
da América Central), às margens do rio San Juan, onde maias e astecas criaram suas
organizações”.
FREITAS NETO, José Alves de; TASINAFO, Célio Ricardo. História Geral e do Brasil. São
Paulo: HARBRA, 2006, p. 10.
Nesses contextos de organização da vida social, a escrita tinha vários sentidos, entre os quais
a) conferir direitos civis aos descendentes de estrangeiros.
b) registrar os próprios modos de vida e a relação com a natureza e o sobrenatural.
c) servir exclusivamente aos interesses do Estado.
d) organizar o sistema prisional e as execuções de criminosos.
e) universalizar o acesso à educação e elevar o nível cultural da sociedade.
Comentários
O tema da questão é o surgimento da escrita nas primeiras civilizações humanas. Antes de
tudo, é necessário fazer uma ressalva: a escrita foi inventada mais de uma vez e de diferentes
formas. Os registros mais antigos são na Mesopotâmia e Egito, mas lembre-se que astecas e
maias também desenvolveram escrita, invenção que, apesar de posterior aos dois primeiros,
foi independente deles. Em um quadro tão diverso de civilizações que marcam a
Antiguidade, é difícil fazer uma contextualização satisfatória. Contudo, vale dizer que o
surgimento da escrita está associado com o crescimento das sociedades e sua organização
mais sofisticada. Com isso em mente, vejamos:
a) Incorreta. A maioria das grandes civilizações antigas, como as mencionadas no texto, não
concediam direitos aos estrangeiros e seus descendentes. Além disso, não há nenhuma
relação direta entre o surgimento da escrita e uma maior ou menor flexibilidade em relação
aos estrangeiros.
b) Correta! Antes da escrita, as sociedades humanas já tinham outras maneiras de registrar
seus modos de vida e a sua relação com a natureza e o sobrenatural, isto é, por meio das
pinturas rupestres e da tradição oral. No entanto, com a nova forma de expressão mais
informações podiam ser registradas de forma mais objetiva. Os seres humanos passaram a
registrar sua história e suas ideias, o que fez da escrita um marco divisor na história da
humanidade, pois passou a haver registros que documentavam os mais diferentes aspectos
da vida e do ambiente. Tanto é que os historiadores usam o marco da invenção da escrita,
na Mesopotâmia (+- 3500 a. C.), como divisão entre o Período Histórico e o Pré-Histórico.
c) Incorreta. Realmente, as grandes civilizações da Antiguidade, como as mencionadas,
edificaram grandes Estados com o auxílio da escrita. Contudo, é reducionista afirmar que
esta invenção serviu única e exclusivamente aos interesses de seus governos. A escrita
também era usada na manutenção da religião e para produção de conhecimento. Lembre-
se também de poemas, como a Epopeia de Gilgamesh, eram muito comuns para contar a
história de alguém ou de um povo.
d) Incorreta. Não existia um “sistema prisional” na Antiguidade como entendemos hoje. Veja,
existia sim a noção de crime e aqueles que o cometiam eram punidos, até mesmo
executados, como forma de repreensão. Todavia, não existia um sistema, uma cadeia de
presídios, cuja administração era centralizada pelo Estado, como temos hoje. Esse tipo de
sistema prisional foi inventado na Idade Moderna. Antes disso, era mais comum haver
masmorras particulares ou um pequeno número de celas. A centralização ou não da execução
da justiça também variava de sociedade para sociedade naquela época.
e) Incorreta. Nenhuma das sociedades da Antiguidade mencionadas tinham a intenção de
universalizar a educação. O conhecimento e o domínio da escrita eram restritos a uma
pequena parcela da população, geralmente associada ao governo da sociedade. Até mesmo
o sacerdócio, que em alguns casos envolvia saber ler e escrever, era limitado a algumas
pessoas.
Gabarito: B
6. MUNDO GREGO
O estudo do mundo grego é um assunto ENORME. Como temos alguns meses e 1 objetivo
- sua aprovação! - vamos FOCAR nos assuntos com maior potencial de cobrança. Combinado?
A primeira coisa para estudar Grécia é localizá-la no espaço. Olhe o mapa acima e faça as
anotações que pedi ao lado. É importante você memorizar esse espaço geográfico. Península
Balcânica é essa região que inclui o Peloponeso, a Ática. MAR EGEU e MAR MEDITERRÂNEO. Alguns
falavam que esses mares eram os lagos gregos. Verdade!
Além disso, o relevo dessa região é acidentado e montanhoso, tem um litoral recortado,
muitas ilhas e, portanto, não muito favorável à pecuária e agricultura extensiva. Assim, vemos que
a formação e desenvolvimento da Grécia esteve relacionado por um lado com as dificuldades para
produção agrícola e por outro com as potencialidades desses mares.
Portanto, assim como foi com a Mesopotâmia e o Egito, com a Grécia – e mesmo com Roma
– os aspectos geográficos foram determinantes para os homens e mulheres daquele tempo. Dessa
forma, os povos gregos desenvolveram a navegação e o comércio marítimo. Esse é o motivo e o
sentido da expansão do mundo grego! Perry Anderson, historiador inglês e estudioso do tema,
nos ensina em seu livro Passagens da Antiguidade ao Feudalismo:
3
Disponível em:< http://pnyxblog.blogspot.com/p/pnyx.html.> Acessado em: 31-01-2019
A água era o meio insubstituível da comunicação e do comércio que tornava possível o crescimento
urbano de uma sofisticação e uma concentração bem distantes do interior rural que havia por trás. O
mar era o condutor do brilho da Antiguidade. (ANDERSON, P. 1974, p. 21)
Além disso, estudar Grécia, significa compreender a formação das chamadas cidades-estados, ou
polis. Então, falamos do mundo urbano, propriamente dito. Contudo, não é um urbano que se
sustenta política e economicamente, como hoje em dia. Havia uma cidade pública, política, do
bem-comum. Os estudiosos relacionam a polis às experiências com a democracia e cidadania. A
Ágora e a Acrópole são arquiteturas que representam o fundamento da res-pública, república.
Agora que você se apropriou de uma visão panorâmica da Grécia, vamos dar um zoom em
alguns aspectos. Preparados?
Assim, ocorreu uma desagregação da vida coletivista das genos e passou-se a uma
disputa por terras e status sociais. O chefe máximo, geralmente o mais velho, o pai
de todos na árvore genealógica, era o pater famílias. Ele dividiu as melhores e
maiores terras com as pessoas mais próximas dele. Estes ficaram conhecidos como
eupátridas. Mas, alguns parentes distantes receberam pequenas propriedades. Estes
pequenos proprietários receberam o nome de georgoi. Os que ficaram “a ver
navios” foram os thetas, pois foram excluídos da partilha. Especialmente esses foram em busca
de outras áreas, por isso, falamos em uma Segunda Diáspora Grega.
Além disso, quero que tatue na mente as funções da cidade estado grega, pois
depois faremos a comparação com a cidade medieval, combinado?
A polis é o centro da vida social e política do mundo grego. Existiam várias polis, ou
cidades-estados, por isso, a Grécia não constituiu um Estado centralizado como o Egito ou a
Mesopotâmia. Então não falamos em “estado grego”, mas em cidades-estados gregas. Todas
elas eram autônomas, independentes, com características econômicas e sociais específicas, seu
próprio governo, leis, calendários, moedas. Tebas, Corinto, Messênia, Mileto, Rodes, Erétria,
Mégara são algumas das centenas de cidades-estados gregas. Agora, com certeza, você vai
lembrar das mais famosinhas: ESPARTA E ATENAS.
Essas duas cidades-estados são dois “tipos-ideais” (modelos) usadas como “estudo de
caso” para tentarmos compreender o mundo grego. Além disso, elas tiveram importância porque
exerceram certa liderança entre as demais cidades-estados, especialmente, no período clássico
(500 a 338 a.C.).
Na polis, existia a distinção entre o espaço urbano e o espaço rural. O rural não quer dizer
onde se planta, mas aquele espaço que está fora do centro das relações públicas e políticas que
ocorrem no urbano – na Ágora. Assim, o rural é o espaço da propriedade privada, da atividade
artesanal, da atividade mercantil, da construção dos instrumentos de navegação e de outras
produções, enfim, dos interesses econômicos e privados. É o rural que alimenta a cidade, cercados
por água. É a economia que possibilita o esplendor econômico da cidade-estado e até mesmo o
tempo da atividade política no espaço urbano. Há, portanto, uma relação entre campo-cidade-
mar ou, como diria professor Anderson:
A combinação específica de cidade e campo que definia o mundo clássico, em última instância,
só era operacional porque havia um lago no seu centro...A excepcional posição da Antiguidade
clássica entro da História universal não pode ser isolada deste privilégio físico.
Esparta:
Esparta era uma cidade localizada na Península do Peloponeso, cercada de montanhas e
com solo apropriado para o cultivo de uvas e oliveira (vinho e azeite). O povo que deu origem a
esta cidade-estado foram os dórios – de tradição militarista. Essa foi sua principal característica.
De fato, ela nunca teve a cidade e, portanto, a política como espaço/atividade mais
importantes do seu desenvolvimento. O rural teve maior importância. Por isso, o governo que se
desenvolveu foi uma oligarquia de proprietários de terra com forma de DIARQUIA – dois reis.
Apesar disso, havia uma “estrutura parlamentarista” formada por 3 órgãos:
Os proprietários de terras eram conhecidos como esparciatas. Cuidado com essa noção de
propriedade!!! Não se tratava de propriedade individual, mas familiar. Além disso, era inalienável.
Os esparciatas tinham a obrigação de permanecer à disposição do exército e das funções públicas.
Mas, não poderiam exercer o comércio. Nas suas terras quem trabalhava eram os hilotas. Estes
viviam presos à terra. Por isso, eram: responde aí, Galera!!!______________
Servos, profe!!!
Isso mesmo querido e querida! Não eram escravos porque não eram considerados
mercadorias, nem se tornavam escravos por dívidas. Como servos, eram desprezados socialmente
e viviam fazendo revoltas. Apesar disso, também existiam homens livre e não proprietários, eram
os periecos. Muitas vezes eram nascidos em Esparta de pais estrangeiros. Não eram cidadãos
porque não tinham direitos políticos, contudo, poderiam realizar o comércio e o artesanato. E,
claro, pagavam tributos ao governo espartano!
Educação Espartana
A educação espartana era estatal, dividida por sexo e preparava homens para as funções
militares e públicas. Os princípios eram: preparação física e obediência. Os meninos a partir dos
7 anos eram separados de suas famílias e colocados sob a responsabilidade do Estado para
receber a formação militar. Aos 18 anos tornavam-se hoplitas – soldados de infantaria que já
andavam armados de lança, escudo e armadura. Entre os 18 e 30 anos, ele deveria se dedicar
exclusivamente às atividades militares. Chegado seu 30º. aniversário poderia se casar e,
finalmente, dedicar-se às atividades políticas – que eram indissociáveis das atividades militares.
Ao tornar-se idoso aos 60 anos estava dispensado das obrigações militares e poderia compor a
Gerúsia. Fique atento a essa relação entre Estado e Exército. Na verdade, as duas instituições
compõem um único órgão diretivo da sociedade espartana. Já às mulheres cabia apenas a
educação física, também de responsabilidade estatal, para fortalecimento do corpo e demais
necessidades do meio social, como garantir o nascimento de crianças sadias e robustas.
Atenas:
Atenas foi fundada pelos jônios na Planície da Ática. O solo dessa região era pouco fértil e
essa condição acabou por estimular os atenienses nas atividades marítimo-mercantil. Tornaram-se
excelentes marinheiros e, em alguns momentos, dominaram o comércio pelo Mediterrâneo.
Diferentemente de Esparta, em Atenas, o centro da vida social é o urbano, a Acrópole.
Contudo, nem sempre foi assim. A história de Atenas é mais complexa e diversificada e sua
história política é organizada em fases. Geralmente, adotamos a perspectiva política para explicar
a evolução no seguinte sentido:
democracia
aristocracia tirania (período
monarquia
(séc. VIII até clássico, a
(séc. VIII) (séc. VI) partir do
VI)
século V)
Até meados do século VIII a.C. Atenas era governada por um rei, por isso, era uma
Monarquia. Essa forma de governo ainda guardava relação com o pater-famílias, pois este
concentrava as funções de sacerdote, juiz e chefe militar. Com o passar dos tempos, o poder foi
se desconcentrando e sendo transferido para os maiores proprietários de terras: os eupátridas
(lembram?). Assim, chegamos ao Governo da Aristocracia.
Os poderes que antes ficavam nas mãos do rei passaram a ser exercidos por meio de um
órgão chamado Arcondato. Os mandatos eram anuais e fiscalizados por um outro órgão
conhecido como Areópago. Como esses órgãos só poderiam ser ocupados por eupátridas,
podemos afirmar que eles constituíam o grupo social privilegiado, já que detinham o poder
econômico e político. Além disso, esse privilégio se refletia em outras áreas. Por exemplo, os
eupátridas emprestavam dinheiro aos pequenos proprietários rurais que, em caso de não
pagamento das dívidas, viravam escravo dos eupátridas.
Contudo, como falamos acima, as atividades econômicas em Atenas eram dinâmicas, com
forte presença do comércio marítimo. Pensa comigo: este tipo de economia estimulava uma
“cadeia produtiva” diversificada. Era preciso fazer barcos, construir portos, contratar
carregadores, contabilizar as exportações, entre outros. Assim, em terras atenienses, a
estratificação social tornou-se mais complexa que em Esparta. Muitos comerciantes, marinheiros,
trabalhadores livres se enriqueceram. Entre estes, surgiu um forte grupo de comerciantes que
tinham negócios em todo Mar Mediterrâneo. Eram conhecidos como demiurgos.
Diante dos abusos e da concentração de poder e privilégios da aristocracia, começou uma
série de revoltas. As exigências eram por reformas políticas e sociais: fim da escravidão por dívida
e participação política no governo da cidade.
Essa instabilidade gerou riscos para o sistema aristocrático. Nesse contexto de tensão
social, alguns legisladores (arcontes) propuseram reformas a fim de amenizar o quadro político
crítico.
São as conhecidas Reformas de Drácon, Sólon e Clístenes. Vejamos:
• Drácon (621 a.C) sugeriu a instituição de leis escritas para garantir igualdade nos
procedimentos judiciais e na organização da sociedade a fim de minimizar os abusos
cometidos pelos aristocratas que eram os únicos que conheciam as leis e que, por
• No mesmo contexto, o arconte Sólon (594 a.C) propôs uma Reforma Política mais
ampla. Vamos sistematizar:
• Nesse cenário ascende ao poder Clístenes (510 – 507 a.C) que, diferentemente dos
seus antecessores, propôs um conjunto amplo de reformas baseadas nas medidas
de Sólon. É assim que foi se constituindo o estabelecimento das instituições e dos
princípios democráticos. Vamos ver?
Divide Atenas em 10 tribos, por região – ou seja, acabou com o critério censitário;
BULÉ com 500 membros com função de legislativo e deliberativo, sendo 50 de cada região de
modo a garantir a representação de todo o povo;
ECLÉSIA formada por todos os cidadãos com o poder propor lei. Uma forma de assembleia
popular.
Agora quero que você preste atenção no próximo tópico sobre a relação entre polis e política
e reflita sobre a seguinte afirmação:
4
GUARINELLO, Norberto Luiz. Cidades-estado na Antiguidade Clássica.in. História da Cidadania. Ed.
Contexto, 2010. p. 35.
Essa afirmação faz sentido para você? Vamos para o próximo tópica para articular essa
ideia.
“...olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas
dos seus interesses, mas como um inútil...decidimos as questões públicas por nós mesmos, ou
pelo menos nos esforçamos para compreendê-las claramente, na crença de que não é o debate
que é empecilho à ação, mas sim o fato de não estar devidamente esclarecido sobre o debate
antes de chegar a hora da ação.
exigência de publicidade de informações coloca sob o olhar público não apenas as informações,
mas as condutas das pessoas e seus interesses.
Era a possibilidade do controle público sobre os líderes políticos – estes estavam, portanto,
sujeitos à crítica e controvérsia. Diz o professor Vernant: “A lei da polis, por oposição ao poder
absoluto de qualquer monarca, exige que umas e outras sejam igualmente submetidas à
“prestação de contas”.
Em Esparta, por outro lado, mesmo que existisse o patriarcado a vida das mulheres se
diferenciavam do resto das cidades-estados. A sociedade era militarizada. Dessa forma,
enquanto o homem se encarregava de assuntos ligados a guerra, a mulher era quem organizava
a cidade e gerava filhos para o exército. Assim, ela tinha o papel de planejar a economia e a
agricultura. Elementos muito importantes para qualquer sociedade. Em decorrência desse papel,
as mulheres tinham o direito de propriedade, chegando a possuir mais de um terço das terras
espartanas. O Estado, portanto, valorizava uma boa educação ao sexo feminino: aprendiam
artes, como dança e música, e eram ensinadas a ler e escrever desde pequenas. Além disso, o
corpo era ultra valorizado pelos espartanos! Então, as mulheres praticavam esportes, competiam
em torneios e recebiam o devido preparo físico. Outro ponto importante era o casamento: ele
não era opressivo como era para a mulher ateniense. Isso porque não eram vistas como
propriedade do homem, por isso, tinham a liberdade de se separar sem perder seus filhos e
bens materiais.
Clássico
O período clássico (V e IV a.C) é palco do apogeu e da decadência do mundo grego. Foi
marcado por guerras entre gregos e persas (Guerras Médicas) e dos gregos contra si mesmos
(Guerra do Peloponeso).
Como falamos no capítulo sobre Antiguidade Oriental, os Persas conquistaram a
Mesopotâmia, em 539 a.C., e depois o Egito, em 525 a.C. Dessas incursões, eles se estabeleceram
na costa leste do Mar Egeu – na Ásia Menor. Evidente que o próximo passo era conquistar a
Grécia, concorda? Você consegue visualizar?
A questão para as cidades-estados gregas era que os Persas, na verdade, formavam um
Império centralizado, com muitas conquistas e um exército com recursos muito superiores. Essa
situação impôs aos gregos a necessidade de se unirem a fim de derrotar o inimigo comum.
As Guerras Greco-Pérsica - ou Guerras Médicas - ocorreram entre 499 e 475 a.C. Os motivos
desse conflito entre gregos e persas estão relacionados com a disputa pelo controle comercial
sobre a Ásia Menor e a Península Balcânica.
Primeiro, o Imperador Dário I atacou Atenas. Detentores de grande conhecimento marítimo
e estratégias militares superiores, os atenienses venceram Dário na famosa Batalha de Maratona.
Atenas ganhou muita importância e prestígio no mundo grego e isso possibilitou certa liderança
em relação às outras cidades.
Em 480 a.C, o herdeiro do Império Persa – o lendário Xerxes – atacou novamente a Grécia.
Como estratégia, tentaram bloquear as rotas marítimas – tão bem conhecidas por Atenas. Assim,
nesse episódio, Esparta foi fundamental para defender a Grécia, na conhecida Batalha de
Termópilas (essa história é contada no filme 300).
O Rei-General espartano Leônidas, e seus 300 bravos guerreiros, retardaram o avanço
persa sobre a Ática. Apesar disso, Xerxes invadiu Atenas, mas perdeu na Batalha Naval de
Salaminas. Estava selado o destino dos persas e em 475 a.C. foram definitivamente derrotados.
480 a.C.: Batalha de 480 a.C.: Batalha de 479 a.C.: Batalha de Platéia
Termópilas – vitória persa Salamina – vitória grega – vitória grega
Grécia. Foi a época de ouro de Atenas, momento em que era governada pelo famoso Péricles,
entre 461 e 429 a.C. Houve um esplendor cultural, artístico, filosófico e econômico naquela
cidade-estado. Os membros da Liga questionaram essa situação e foram reprimidos militarmente.
Assim, surgiu uma outra Liga formada por cidades-estados que se opuseram ao que alguns
historiadores chamam de “imperialismo ateniense”: a Liga do Peloponeso, liderada por Esparta.
Entre 431 e 404 a.C., Esparta e Atenas arrastaram praticamente todas as cidades-estados
para um conflito que ficou conhecido como Guerra do Peloponeso. Esparta sai vitoriosa dessa
guerra. Anos depois, em nova disputa por hegemonia na região, Tebas supera Esparta. Uma série
de outros conflitos internos marcaram a continuidade dessa história.
5
Hélade é como os gregos se referiam a própria região da Grécia.
formação daquele mundo. No teatro, Esquilo foi “o pai da tragédia”, e escreveu sobre os
conflitos com os persas. Sófocles escreveu Antígona que é uma das peças gregas mais
reproduzidas no mundo até hoje e fala sobre valores e virtudes daquela sociedade. Os gregos
ainda criaram a comédia para criticar as questões sociais. Vale lembrar a peça Lisístrata, de
Aristófones, a qual se passa em 411 a. C. e discute o papel da mulher na Grécia, o conflito entre
Atenas e Esparta, entre outros assuntos. O fio da narrativa é uma greve de sexo das mulheres.
Assim, não podemos separar os elementos culturais dos elementos religiosos, políticos e sociais
vividos pelos atenienses naquele momento. Pegou? Estude!
Jogos Olímpicos: identidade e cultura
Os Jogos Olímpicos, na Grécia, eram realizados em Olímpia (veja no seu mapa) e oferecidos aos
deuses, especialmente a Zeus. Data do século VIII a.C a primeira Olímpiada. Eram muitas
modalidades. Algumas conhecemos até hoje: corrida, arremesso, lutas corporais, salto à
distância. Mas, também havia competição de música e poesia. Tratava-se, em realidade, de uma
competição de excelência e superação de limites. E, na cultura grega, o corpo e a alma são partes
de um ser todo e indivisível, por isso, devem estar em harmonia. A expressão grega para isso é kalós
kagathós: a busca do Belo e do Bem.
Por isso, quando pensamos em jogos olímpicos, na Grécia antiga, pensamos na formação ampla
do homem grego, na noção de areté – a excelência física e moral. De certa forma, a vitória nos
jogos era a demonstração da superação de todos os limites da excelência. Um herói! A
especialista em literatura grega antiga, Cristina Rodrigues Franciscato, escreve uma curiosidade
que compartilho com vocês:
“Conta Heródoto (História, VIII, 26) que, durante a guerra entre gregos e persas, alguns
desertores gregos foram levados à presença de Xerxes, o grande rei. Ele desejou saber o que
faziam seus inimigos naquele momento. Eles contaram que os gregos realizavam competições
atléticas e hípicas em Olímpia. Alguém perguntou qual era o prêmio disputado pelos
concorrentes e eles responderam que era a coroa de folhas da oliveira sagrada, conferida ao
vencedor. Então, um dos oficiais exclamou, dirigindo-se ao general:
“Ah! Mardônio, contra que espécie de homens nos faz guerrear, que não competem por
dinheiro, mas pela excelência”6.
6
Disponível em: http://www.arete.org.br/artigos/nucleo/jogos-olimpicos. Acesso em
acesso: 31/01/2019.
Helenístico
O período Helenístico (IV a II a.C) é marcado pelo domínio dos macedônios sobre os
gregos. O rei da Macedônia, Felipe II, e depois seu filho - Alexandre, o Grande -, conquistaram e
ampliaram sua dominação sobre a região. Durante treze anos do governo de Alexandre (336-323
a.C.), conquistou-se o Egito, a Mesopotâmia, a Síria, a Pérsia e chegou até mesmo na Índia. Confira
o mapa.
Os macedônios deram muitas demonstrações de sua admiração e respeito pelo legado
cultural, artístico e filosófico da Grécia. Aristóteles chegou a ser professor de Alexandre, antes das
conquistas. Por isso, incorporaram diversos elementos da cultura grega e tiveram como política
disseminá-la pelas regiões que foram conquistadas por Alexandre. Assim, do contato entre a
cultura grega e a cultura oriental, incluindo o Egito, nasceu a cultura helenística.
O império alexandrino se fragmentou territorialmente com sua morte e as disputas internas.
Essa situação deu espaço para a conquista dos romanos a partir do século II a.C.
Entretanto, o legado que ele deixou foi muito importante, pois, fundou diversos
centros de difusão da cultura helenística, como Alexandria no Egito, Pérgamo na
Turquia e a Ilha de Rodes no Mar Egeu.
Filosofia:
Estoicismo – Zênon (séculos IV e III a.C): felicidade como equilíbrio interior e na
capacidade do homem de dominar suas paixões. Buscava-se uma moral perfeita
inspirada nessa noção da indiferença em relação a tudo o que é externo ao
indivíduo. Palavra-chave: VIRTUDE
Epicurismo – Epicuro (séculos IV e III a.C): Corrente filosófica ligada ao hedonismo
– busca pelo prazer externo, terreno. O dever dos indivíduos é buscar um prazer
refinado. Isso é felicidade e é na terra que ela se concretiza. Palavra-chave:
PRAZER.
Ceticismo – Pirro (séculos IV e III a.C): caracterizado pelo negativismo, ou seja,
negação de todos os fenômenos que rodeiam o ser humano. Mas a negação
impulsiona para a problematização. Além disso, a felicidade está em ser capaz de
não julgar. Se não sabe o que é e se é, então, não há porque julgar. O ideal é
entrar em um estado de despreocupação com o mundo. Isso torna possível a
felicidade. Palavra-chave: RENÚNCIA DA CERTEZA.
Diante desses processos históricos, querido aluno/aluna, chegamos ao final da primeira parte
sobre a História Antiga. Falamos de mesopotâmicos, egípcios, hebreus, fenícios, persas, gregos.
Vimos que eles se cruzaram, conviveram, guerrearam, disseminaram conhecimento e cultura.
Nossa! Começamos por volta de 4.000 a.C. e terminamos por volta de 200 a.C. Pensa bem, bixo!!!
Demos o maior rolê na história!
Eupátridas
Georgóis
Demiurgos
Tethás
Metecos
Escravos
Na próxima aula, veremos Roma – assunto denso e certeiro para o Vestibular. Agora, faça seu
controle de temporalidade e complete sua linha do tempo. Para ajudar na sistematização das suas
“ideias”, veja esse esqueminha.
7. DICIONÁRIO CONCEITUAL
Civilização
Para definir “civilização” é preciso considerar que, em regra, o desenvolvimento das sociedades
ocorre gradualmente, em processos. Por isso, a noção de civilização está diretamente relacionada
ao estágio de desenvolvimento técnico de determinado povo, às práticas de poder e de governo
desse povo, às formas de relacionamento econômico preponderante em dado período, ao estágio
cultural, entre outros aspectos. É comum autores generalizarem e afirmarem que civilização está
diretamente relacionada às características culturais, sendo estas: arte; idioma; tecnologia; etc. De
toda forma, para se chegar aos aspectos que delimitam uma civilização, é preciso caracterizar os
principais traços do complexo grupo social analisado. Por exemplo, vimos que os egípcios tinham
o poder, as riquezas, o domínio religioso, praticamente tudo, nas mãos dos faraós. Esse elemento
de centralização do poder caracteriza a civilização egípcia. Vimos, também, que as técnicas
hidráulicas estiveram presentes em muitos povos, ou seja, trava-se de civilizações hidráulicas.
Apesar do lento processo que marca a constituição das civilizações e as tornam cada vez mais
complexas, é preciso notar que houve casos em que acontecimentos repentinos, catastróficos,
mudaram completamente o curso da história. Uma revolução social, por exemplo, pode alterar o
curso de uma civilização. Por isso, falamos que a regra é o desenvolvimento gradual, progressivo
das civilizações. Essa perspectiva é resultado da compreensão positivista da história, ou seja, a
história como uma espécie de escala evolutiva.
Estado
O conceito de Estado vem sendo debatido desde a Antiguidade e é objeto próprio de estudos
no campo das Ciência Política. Há uma série de definições acerca desse tema. Para efeito de
Vestibular, sintetizei uma definição que vai nos permitir entender os diferentes processos que
envolvem a formação, centralização e descentralização do Estado. Então, podemos definir Estado
como uma forma de organização política composta por um grupo de indivíduos organizados que
buscam objetivos em comum. Por isso, os especialistas tratam o Estado como uma sociedade
política. O desenvolvimento do Estado é marcado pela “complexificação” das sociedades
humanas. Nessas sociedades existem normas jurídicas escritas (Constituição Federal, Código Civil,
Código Penal, Código de Defesa do Consumidor, etc.), hierarquia entre os governantes e
governados. Os Estados também têm independência em relação a outros Estados (soberania) e,
em geral, possuem fronteira definida, justamente para demarcar o espaço sobre o qual o governo
exerce seu poder.
Hegemonia
O conceito de hegemonia, no mundo grego, quer dizer liderança. No século XX, no contexto da
ascensão dos regimes totalitários na Europa, surgiram novas interpretações e discussões sobre o
significado social e político da palavra. Mas, todos eles partem dessa mesma noção grega de
liderança e influência. A hegemonia pode ser exercida por coerção, por consentimento ou pela
combinação das duas. Por coerção, a hegemonia é exercida via aparato militar, ou repressivo, de
modo que a força é o elemento central para se atingir a hegemonia. Por sua vez, a hegemonia por
Quando se trata de competência nas construções e nas artes, os atenienses acreditam que
poucos sejam capazes de dar conselhos. Quando, ao contrário, se trata de uma deliberação
política, toleram que qualquer um fale, de outro modo não existiria a cidade.
BOBBIO, N. Teoria geral da política. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000 (adaptado).
De acordo com o texto, a atuação política dos cidadãos atenienses na Antiguidade Clássica
tinha como característica fundamental o(a)
a) dedicação altruísta em ações coletivas.
b) participação direta em fóruns decisórios.
c) ativismo humanista em debates públicos.
d) discurso formalista em espaços acadêmicos.
e) representação igualitária em instâncias parlamentares.
(ENEM – 2019)
A soberania dos cidadãos dotados de plenos direitos era imprescindível para a existência da
cidade-estado. Segundo os regimes políticos, a proporção desses cidadãos em relação à
população total dos homens livres podia variar muito, sendo bastante pequena nas
aristocracias e oligarquias e maior nas democracias.
CARDOSO, C. F. A cidade-estado clássica. São Paulo: Ática, 1985.
Nas cidades-estados da Antiguidade Clássica, a proporção de cidadãos descrita no texto é
explicada pela adoção do seguinte critério para a participação política:
a) Controle da terra.
b) Liberdade de culto.
c) Igualdade de gênero.
d) Exclusão dos militares.
e) Exigência da alfabetização.
(ENEM – 2017)
TEXTO I
Sólon é o primeiro nome grego que nos vem à mente quando terra e dívida são mencionadas
juntas. Logo depois de 600 a.C., ele foi designado “legislador” em Atenas, com poderes sem
precedentes, porque a exigência de redistribuição de terras e o cancelamento das dívidas
não podiam continuar bloqueados pela oligarquia dos proprietários de terra por meio da
força ou de pequenas concessões.
FINLEY, M. Economia e sociedade na Grécia antiga. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013
(adaptado).
TEXTO II
A “Lei das Doze Tábuas” se tornou um dos textos fundamentais do direito romano, uma das
principais heranças romanas que chegaram até nos. A publicação dessas leis, por volta de
450 a.C., foi importante pois o conhecimento das “regras do jogo” da vida em sociedade é
um instrumento favorável ao homem comum e potencialmente limitador da hegemonia e
arbítrio dos poderosos.
FUNARI, P. P. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2011 (adaptado).
lhes permanência e fixidez. As leis tornam-se bem comum, regra geral, suscetível de ser
aplicada a todos da mesma maneira.
VERNANT. J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 1992
(adaptado).
Para o autor, a reivindicação atendida na Grécia antiga, ainda vigente no mundo
contemporâneo, buscava garantir o seguinte princípio:
a) Isonomia — igualdade de tratamento aos cidadãos.
b) Transparência — acesso às informações governamentais.
c) Tripartição – separação entre os poderes políticos estatais.
d) Equiparação – igualdade de gênero na participação política.
e) Elegibilidade – permissão para candidatura aos cargos públicos.
(ENEM – 2014)
TEXTO l
Olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seus
próprios interesses, mas como um inútil; nós, cidadãos atenienses, decidimos as questões
públicas por nós mesmos na crença de que não é o debate que é empecilho à ação, e sim o
fato de não se estar esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da ação.
TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília: UnB, 1987 (adaptado).
TEXTO II
Um cidadão integral pode ser definido por nada mais nada menos que pelo direito de
administrar justiça e exercer funções públicas; algumas destas, todavia, são limitadas quanto
ao tempo de exercício, de tal modo que não podem de forma alguma ser exercidas duas
vezes pela mesma pessoa, ou somente podem sê-lo depois de certos intervalos de tempo
prefixados.
ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB, 1985.
Comparando os textos l e II, tanto para Tucídides (no século V a.C.) quanto para Aristóteles
(no século IV a.C.), a cidadania era definida pelo(a)
a) prestígio social.
b) acúmulo de riqueza.
c) participação política.
d) local de nascimento.
e) grupo de parentesco.
(ENEM – 2013)
Durante a realeza, e nos primeiros anos republicanos, as leis eram transmitidas oralmente de
uma geração para outra. A ausência de uma legislação escrita permitia aos patrícios
manipular a justiça conforme seus interesses. Em 451 a.C., porém, os plebeus conseguiram
eleger uma comissão de dez pessoas — os decênviros — para escrever as leis. Dois deles
viajaram a Atenas, na Grécia, para estudar a legislação de Sólon.
COULANGES, F. A cidade antiga. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
A superação da tradição jurídica oral no mundo antigo, descrita no texto, esteve relacionada
à
a) adoção do sufrágio universal masculino.
b) extensão da cidadania aos homens livres.
c) afirmação de instituições democráticas.
d) implantação de direitos sociais.
e) tripartição dos poderes políticos.
(ENEM PPL – 2012)
No contexto da polis grega, as leis comuns nasciam de uma convenção entre cidadãos,
definida pelo confronto de suas opiniões em um verdadeiro espaço público, a ágora,
confronto esse que concedia a essas convenções a qualidade de instituições públicas.
MAGDALENO, F. S. A territorialidade da representação política: vínculos territoriais de
compromisso dos deputados fluminenses. São Paulo: Annablume, 2010.
No texto, está relatado um exemplo de exercício da cidadania associado ao seguinte modelo
de prática democrática:
a) Direta.
b) Sindical.
c) Socialista.
d) Corporativista.
e) Representativa.
(ENEM PPL – 2012)
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos
Orgulho e raça de Atenas.
BUARQUE, C.; BOAL, A. “Mulheres de Atenas”. In: Meus caros amigos,1976. Disponível
em: http://letras.terra.com.br. Acesso em 4 dez. 2011 (fragmento)
500 mil papiros e, com o museu, transformou a cidade no maior núcleo intelectual da época,
especialmente entre os anos 290 e 88 a.C. A partir de então, sofreu sucessivos
ataques de romanos, cristãos e árabes, o que resultou na destruição ou perda de quase todo
o seu acervo.
Aventuras na história. São Paulo: Abril. ed. 81, abr. 2010 (adaptado).
A diferença entre as grandes pirâmides de outrora e os ritos e túmulos simples de hoje deve-
se ao fato de a religião muçulmana
a) ser descrente quanto à existência de vida após a morte.
b) ter surgido, precisamente, como reação contra a religião dos faraós.
c) entender como errado construir pirâmides só para os ricos, e não, para todos.
d) querer evitar os assaltos aos monumentos funerários, que eram comuns no Egito antigo.
e) ignorar o corpo como morada da alma e considerar os homens como iguais frente à morte.
(ENEM PPL – 2009)
Em seu discurso em honra dos primeiros mortos na Guerra do Peloponeso (séc. V a.C.), o
ateniense Péricles fez um longo elogio fúnebre, exposto na obra do historiador Tucídides.
Ao enfatizar o respeito dos atenienses à lei e seu amor ao belo, o estadista ateniense tinha
em mente um outro tipo de organização de Estado e sociedade, contra o qual os gregos se
haviam batido 50 anos antes e que se caracterizava por uma administração eficiente que
concedia autonomia aos diferentes povos e era marcada pela construção de grandes obras
e conquistas.
O texto descreve,
a) A revolução neolítica, caracterizada pelo processo de sedentarização humana.
b) A Revolução agrícola, já em curso muito antes da domesticação de animais.
c) O momento em que as mulheres passam a ter papel exclusivo na agricultura.
d) A revolução neolítica, que possibilitou ao homem permanecer no processo de
nomadismo.
e) O processo de sedentarização que substitui completamente as atividades de caça, pesca
e coleta.
(Estratégia Vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)
Os três rios que formam o Crescente Fértil são:
a) Rio Amarelo e Ganges
b) Rio Reno, Tigre e Eufrates
c) Rio Nilo e Rios Tigre e Eufrates
d) Rio Indo e Amarelo
e) Rio Ganges e Indo
(Estratégia Vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)
Por volta de 12.000 e 4.000 anos a.C, iniciou-se um processo de domesticação de animais e
de cultivo de plantas. Alguns historiadores afirmam que as mulheres tiveram um papel
fundamental, pois tratavam diretamente do cuidado dos alimentos coletados. Nesse
processo, há uma alteração na relação homem-natureza, de modo que se inverteu a situação
de completa dependência que o ser humano tinha com a natureza.
O texto descreve,
a) A revolução neolítica, caracterizada pelo processo de sedentarização humana.
b) A Revolução agrícola, já em curso muito antes da domesticação de animais.
c) O momento em que as mulheres passam a ter papel exclusivo na agricultura.
d) A revolução neolítica, que possibilitou ao homem permanecer no processo de
nomadismo.
e) O processo de sedentarização que substitui completamente as atividades de caça, pesca
e coleta.
(Estratégia Vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)
O desenvolvimento da escrita, por volta de 3500 a. C, na região da Suméria, está relacionado
com:
a) O desenvolvimento da capacidade racional dos seres humanos
b) O crescimento das religiosidades monoteístas
( ) A Lei das Doze Tábuas, promulgada em 450 a.C., era considerada a constituição da Grécia
antiga.
( ) A famosa batalha de Poitiers foi a mais sangrenta das batalhas ocorridas durante a guerra
entre Atenas e Troia, deixando aproximadamente dez mil mortos.
( ) Heródoto de Halicarnasso escreveu o livro Histórias, utilizando sua própria observação e
a tradição oral de testemunhos oculares para descrever as “guerras médicas”.
a) V-V-V-V-V
b) F-V-V-F-F
c) V-V-F-F-V
d) F-F-V-V-F
e) V-F-F-V-V
(Estratégia Vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)
As cidades-estados gregas da Antiguidade Clássica podem ser caracterizadas pela
a) autossuficiência econômica e igualdade de direitos políticos entre seus habitantes.
b) disciplina militar imposta a todas as crianças durante sua formação escolar.
c) ocupação de territórios herdados de ancestrais e definição de leis e moeda próprias.
d) concentração populacional em núcleos urbanos e isolamento em relação aos grupos que
habitavam o meio rural.
e) submissão da sociedade às decisões dos governantes e adoção de modelos democráticos
de organização política.
(Estratégia Vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)
É características da democracia antiga,
a) a eleição de representantes masculinos com direito a voz e voto pela assembleia da
cidade-estado, órgão político que incluía mulheres e estrangeiros.
b) a importância decrescente dos escravos, a ponto de discutir-se a abolição da escravatura,
e a consequente redução das desigualdades nas cidades-estado.
c) a conquista pacífica de direitos por parte dos mais pobres, ainda que se mantivesse a
marca aristocrática de distinção social regulada pelo nascimento.
d) a ojeriza à guerra e ao conflito social, o que contribuiu para que Atenas fosse derrotada
sucessivamente pelos persas e pelos espartanos.
e) a participação política direta, exercida por um corpo de cidadãos ativos, sem a noção de
representação e restrita aos cidadãos masculinos.
(Estratégia Vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)
Na Atenas Clássica, no período de Péricles:
b) Pelo caráter elitista, uma vez que apenas alguns poderiam participar da vida social.
c) Pela participação no exército, cuja formação se deva desde a infância e seguindo por
toda a vida.
d) Pelos critérios de renda, tornando a participação censitária.
e) Pelo pertencimento comunitário restrito aos cidadãos nascidos e, ao mesmo tempo,
moradores de Atenas.
(Estratégia Vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)
A invenção do arco assinala pela primeira vez a capacidade de fabricação artificial de um
engenho, com o qual os seres humanos podiam economizar forças e ganhar maior precisão,
superando suas capacidades naturais. Era uma entre as invenções e descobertas engenhosas
que permitiriam aos grupos humanos explorar ao máximo as capacidades fornecidas pela
natureza.
MACEDO, José Rivair. A História da África. São Paulo: Ed. Contexto, 2018.
Levando em consideração o avanço das técnicas de fabricação de artefatos durante a
chamada pré-história, é correto o que se afirma em:
a) As invenções foram desestimuladas pela última grande glaciação que oferecia poucas
alternativa de subsistência.
b) Arco e flecha é um mecanismo complexo imaginado pelo homem e não mais uma
simples adaptação dos recursos disponibilizados pela natureza, característica das
invenções do período Mesolítico.
c) O criação do arco e flecha foi superior em desenvolvimento da racionalidade se
comparado à invenção da agricultura.
d) No neolítico ocorreu a fabricação de artefatos com a pedra polida, fato que comprova
que os homens que utilizavam arco e flecha eram superiores àqueles que usaram as
lanças com pontas de pedra polida. Por isso, o Neolítico é um retrocesso em relação
ao Mesolítico.
e) Todas as invenções, desde o paleolítico, foram favorecidas pela existência da cerâmica
que permitia armazenar as caças que passaram a aumentar com a invenção de armas
como o arco e flecha.
(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)
Leia o poema
“Se um lenhador, durante todo o dia,
Cortasse a mata agreste à sua frente,
Sua tarefa não completaria
Numa semana de trabalho ingente;
Mas se amigos tivesse, encontraria,
"Se nos oferecessem todo o ouro do mundo, ou a terra mais bela e fértil que se possa
imaginar, nunca estaríamos disposto a juntar-nos ao nosso inimigo comum e participar da
escravidão da Grécia (...) há a nossa herança grega, os laços de sangue e idioma, nossos
altares sagrados e nosso modo de vida comum, e trair tudo isso não ficaria bem para
Atenas... enquanto sobreviver um único ateniense, não haverá acordo com Xerxes"
(Heródoto, VIII – 144).
Considerando o texto e seus conhecimentos sobre a Grécia Antiga, o historiador Heródoto
se refere,
a) às Guerras do Peloponeso que opunham gregos e troianos.
b) às Guerras Médicas que opunham gregos e persas.
c) às Guerras Púnicas que opunham regos e cartagineses.
d) às Guerras Médicas que opunham gregos e macedônios.
e) Às Guerras do Peloponeso que opunham atenienses e espartanos.
(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)
É difícil datar com precisão o aparecimento do conceito de cidadania. Sabemos que o seu
significado clássico se associava à participação política. O próprio adjetivo ‘político’, por sua
vez, já nos remete a ideia de polis (Cidade-Estado Antiga). Podemos concluir, então, que foi
justamente sobre esse tipo de organização urbana que se assentaram as bases do conceito
tradicional de cidadania e de uma considerável parte de seu significado atual.
REZENDE FILHO, Cyro de Barros; CÂMARA NETO, Isnard de Albuquerque. A evolução do
conceito de cidadania. Taubaté, Ciências Humanas, n. 2, v. 7, p. 17-23, 2001.
A ideia de cidadania é formulada a partir de elaborações conceituais e das próprias
experiências históricas. Nesse sentido, a cidadania vivenciada pelo povo da Atenas Clássica
era,
a) Uma cidadania universal, já que homens, mulheres e estrangeiros poderiam participar das
decisões políticas.
b) Uma cidadania universal, na medida em que nunca houve critério de renda para participar
da política.
c) Uma cidadania relativa, uma vez que mulheres, estrangeiros e escravos não podiam tomar
parte das discussões e deliberações políticas.
d) Uma cidadania direta, já que aqueles que morassem em Atenas poderiam participar das
discussões políticas.
e) Uma cidadania elitista, uma vez que somente os proprietários de terra poderiam participar
do governo da cidade-estado.
“Mas, já que estamos a examinar qual é a constituição política perfeita, sendo essa
constituição a que mais contribui para a felicidade da cidade... os cidadãos não devem
exercer as artes mecânicas nem as profissões mercantis; porque este gênero de vida tem
qualquer coisa de vil, e é contrário à virtude. É preciso mesmo, para que sejam verdadeiros
cidadãos, que eles não se façam lavradores; porque o descanso lhes é necessário para fazer
nascer a virtude em sua alma, e para executar os deveres civis.
Aristóteles. A política. Livro IV, cap. VIII.
A partir da citação acima e de seus conhecimentos sobre a estrutura político-social da Grécia
Antiga, assinale a alternativa correta.
a) A ideia de democracia grega está ligada ao fato de que todos aqueles que habitavam uma
cidade-estado dispunham dos mesmos direitos e deveres, uma vez que todos os trabalhos e
profissões eram igualmente valorizados.
b) A cidadania era uma forma de distinção social porque nem todos os habitantes de uma
cidade eram considerados cidadãos. Estrangeiros e mulheres, por exemplo, não dispunham
dos direitos de cidadania e não tinham direito a voto nas assembleias.
c) As profissões mercantis eram desencorajadas devido à supremacia da Igreja Católica na
administração política grega, durante o Período Clássico. Neste período, a usura e o
exercício do lucro eram vivamente condenados por ferirem os princípios cristãos.
d) Todos os homens que habitavam uma cidade eram considerados cidadãos. A cidadania,
na Grécia Clássica, era qualificada em ordens, sendo que os proprietários de terras eram
cidadãos de primeira ordem e os trabalhadores braçais de segunda ordem. Todos, porém,
tinham direito de voz e voto nas assembleias.
e) A ideia de cidadania, descrita por Aristóteles, é considerada ainda hoje um ideal, uma vez
que é plenamente inclusiva e qualifica de forma igualitária todos os trabalhos e profissões.
(UDESC 2017)
“Quem construiu Tebas, a das sete portas? Nos livros vem o nome dos reis, mas foram os
reis que transportaram as pedras? Babilônia, tantas vezes destruída, quem outras tantas a
reconstruiu? Em que casas da Lima Dourada moravam seus obreiros?”
Perguntas de um operário que lê. Bertold Brecht.
Heródoto de Halicarnasso, nascido no século V a.C., é comumente conhecido como “o Pai
da História”. De acordo com o historiador François Hartog, Heródoto interessava-se, entre
outras questões, pelas maravilhas e pelos monumentos considerados, muitas vezes,
expressões da influência divina.
Considerando os questionamentos de Bertold Brecht, assinale a alternativa que contém a
melhor interpretação para a frase de Heródoto: “O Egito é uma dádiva do Nilo”.
a) Permite constatar o desconhecimento de Heródoto no que diz respeito à Geografia, uma
vez que os rios que atravessam o território egípcio são Tigre e Eufrates.
b) Representa um anacronismo pois, no século V a.C., quando proferida, o Egito era ainda
colônia do grande Império Bizantino.
c) Atribui apenas à presença do Nilo o desenvolvimento do Egito, porém não considera a
importância da presença humana, do trabalho empreendido na utilização do rio e dos
benefícios naturais para o desenvolvimento da região.
d) Representa a profunda religiosidade do povo egípcio, o qual atribuía ao deus Nilo o
desenvolvimento do Império, à época, no período pré-dinástico.
e) Atribui centralidade às ações do imperador Nilo que, entre os séculos VI a.C. e V a.C.,
administrou o processo de expansão territorial do Império Egípcio, sem, todavia, ressaltar a
participação dos soldados que lutavam sob o comando do imperador.
(UPE 2015)
Sobre o surgimento da arte cênica, todos falam em Grécia, mas o teatro aparece
exclusivamente, em Atenas, nas últimas décadas do século VI a.C. Nenhuma das versões
sobre o advento do teatro, na verdade, é conclusiva ou informa qual o momento exato em
que se deu o fenômeno da arte dramática.
(HELIODORA, Barbara. Caminhos do teatro ocidental. São Paulo: Perspectiva, 2013. p. 24.)
Sobre a temática abordada no texto, assinale a alternativa CORRETA.
a) O marco inicial do teatro é a Paixão de Osíris, encenada em Abydos, no Egito, no ano de
2600 a.C.
b) A arte teatral surge ainda na Pré-história, em forma de dança ou canto, com o objetivo de
evocar a chuva, a caça ou outras atividades básicas.
c) O auge da produção teatral grega se deu no século V a.C., em Atenas.
d) Os grandes nomes da dramaturgia grega foram Sófocles, Ésquilo, Eurípedes e Plauto.
e) O teatro, desde seu surgimento em Atenas, sempre foi uma arte elitista, sem muito apelo
popular.
(UERN 2015)
Observe a charge e leia o trecho.
A Ágora ou praça central era o espaço onde se reuniam os cidadãos para discutir a vida
política e decidir sobre as ações a serem tomadas. (Vainfas, 2010.)
Ao analisarmos a charge e o texto, e tendo em vista o contexto da Grécia Antiga e o do
Brasil atual em relação à participação política, é possível inferir que
a) em ambos os casos, apesar da ideia de democracia preconizar a participação de todos,
existiam (e existem) limites para o exercício pleno desse direito.
b) na Grécia, cidadão era apenas aquele que participava das gerúsias, por ser considerado
“homo politicus”. No Brasil, só se considera cidadão o indivíduo com mais de 18 anos.
c) tanto na Grécia quanto no Brasil, a democracia era (e é) caracterizada pela participação
universal, ou seja, de toda a população votante e em dia com suas obrigações eleitorais.
d) como no Brasil o voto atual é direto e secreto, o processo democrático torna-se mais
transparente e incorruptível, o que não era possível na Grécia, devido ao controle de poder
dos generais.
(UEPB 2013)
No século V a.C, Atenas vivia o auge de um regime de governo no qual os homens livres
decidiam os interesses comuns de todos os cidadãos.
Assinale a alternativa correta:
a) Platão defendia a valorização das paixões pessoais porque o homem que agia assim em
sociedade considerava as necessidades alheias, favorecendo o fortalecimento do regime
democrático.
b) A democracia ateniense era direta e plena, tendo como cidadãos os homens livres, as
mulheres e os estrangeiros.
c) A democracia da Grécia Clássica garantia os mesmos direitos para todas as pessoas,
embora não defendesse a soberania do homem em relação ao seu destino.
d) As propostas que os atenienses defendiam publicamente eram feitas por meio de
discursos proferidos por sofistas que dominavam a arte da oratória.
e) Para os sofistas, tudo deveria ser avaliado segundo os interesses coletivos para favorecer
a democracia e condenavam os interesses individuais.
(UEPA 2015)
Leia o texto para responder à questão.
Platão:
A massa popular é assimilável por natureza a um animal escravo de suas paixões e de seus
interesses passageiros, sensível à lisonja, inconstante em seus amores e seus ódios; confiar-
lhe o poder é aceitar a tirania de um ser incapaz da menor reflexão e do menor rigor. Quanto
às pretensas discussões na Assembleia, são apenas disputas contrapondo opiniões
subjetivas, inconsistentes, cujas contradições e lacunas traduzem bastante bem o seu caráter
insuficiente.
(Citado por: CHATELET, F. História das Ideias Políticas. Rio de Janeiro: Zahar, 1997, p. 17)
Os argumentos de Platão, filósofo grego da antiguidade, evidenciam uma forte crítica à:
a) oligarquia
b) república
c) democracia
d) monarquia
e) plutocracia
(UEPA 2014)
“No tempo de Péricles (461-429 a.C), o comparecimento à assembleia soberana era aberto
a todo o cidadão. A assembleia era um comício ao ar livre que reunia centenas de atenienses
do sexo masculino, com idade superior a 18 anos. Todos os que compareciam tinham direito
de fazer uso da palavra. As decisões da assembleia representavam a palavra final na guerra
e na paz, nos tratados, nas finanças, nas legislações, nas obras públicas, no julgamento dos
casos mais importantes, na eleição de administradores, enfim na totalidade das atividades
governamentais”.
(BRAICK, Patrícia Ramos e MOTA, Myriam Becho. História: Das cavernas ao terceiro
milênio, 2ª Edição. São Paulo: Editora Moderna, 2010. p. 102).
(UEA – 2018)
O cidadão não é cidadão pelo fato de se ter estabelecido em algum lugar – pois os
estrangeiros e os escravos também são estabelecidos. [...] Por aí se vê, pois, o que é o
cidadão: aquele que tem uma parte legal na autoridade deliberativa e na autoridade
judiciária. (Aristóteles. A política, s/d.)
Aristóteles, filósofo do século IV a.C., fundou e dirigiu, na cidade de Atenas, o Liceu, um
centro de estudos filosóficos. A sua definição de cidadania
(A) referia-se a direitos políticos exclusivos de alguns indivíduos nas cidades.
(B) restringia-se aos governos altamente militarizados das cidades.
(C) desconhecia as práticas políticas efetivas do extenso mundo grego.
(D) abrangia o conjunto da população economicamente ativa na Grécia.
(E) opunha-se ao funcionamento dos regimes democráticos nas pólis.
(UEA – 2017)
Às vezes se denomina “Crescente Fértil” a importante região que forma um arco de território
desde o Delta do Nilo através da Palestina e do Levante, estende-se a leste ao longo das
colinas da Anatólia e termina nas montanhas situadas entre o Irã e o Mar Cáspio, incluindo
os vales fluviais da Mesopotâmia. (J. M. Roberts. O livro de ouro da história do mundo, 2001.)
O excerto descreve um espaço geográfico e histórico em que
(A) constituíram-se os padrões culturais europeus, como o teatro trágico, e as organizações
políticas populares, como a democracia.
(B) predominaram a uniformidade cultural, com o emprego de um só idioma, e longo período
de paz social, com a ausência de guerras.
(C) ocorreram mudanças culturais significativas, como a invenção da escrita, e políticas, como
a formação de Estados.
(D) permaneceram precários os contatos entre as comunidades, como nas do centro da
África, e as atividades econômicas, com a coleta.
(E) desapareceram as fontes históricas escritas, como os códigos de leis, e registros
arqueológicos, como as peças de cerâmica.
(UEA – 2016 / Segunda Fase)
Não somente a feitura de imagens nas antigas civilizações estava vinculada à magia e à
religião, como era também a primeira forma de escrita. Sabemos muito pouco a respeito
dessas origens misteriosas; mas, se quisermos compreender a história da arte, será
conveniente recordar, vez por outra, que imagens e letras são na verdade parentes
consanguíneos. (E. H. Gombrich. A história da arte, 1993. Adaptado.)
O texto afirma que
O túmulo do artesão Sennedjem e de sua esposa Inyferti, que viveram por volta do século
XIII a.C., no Egito, foi decorado com representações de atividades econômicas. Nessa
pintura mural, o artesão e a sua esposa, além de prestarem reverências aos deuses, dedicam-
se
(A) ao trabalho árduo e fatigante pouco favorecido pela proximidade do rio.
(B) aos lazeres da pesca no período anual de inundação das margens do rio.
(C) à coleta de riquezas fornecidas naturalmente pelos solos fertilizados pelo rio.
(D) aos trabalhos agrícolas altamente produtivos nas margens férteis do rio.
(E) à construção de muralhas de contenção das cheias periódicas do rio.
(UEA – 2015 / Segunda Fase)
Convém que os edifícios consagrados ao culto dos deuses sejam reunidos num local bastante
visível para que a majestade dos deuses possa nele manifestar-se. É também conveniente
que abaixo desse local se encontre a praça pública, a Praça da Liberdade. Esta praça será
desembaraçada de tudo aquilo que se vende e que se compra: os artesãos e os lavradores
não deverão dela se aproximar, a não ser que os chamem os magistrados. A praça destinada
a servir de mercado para as mercadorias deve ser separada da Praça da Liberdade, e de tal
modo situada que seja fácil a ela transportar tudo que vem por mar e os produtos do país.
(Aristóteles. A política, s/d. Adaptado.)
Aristóteles faz uma espécie de desenho ideal da cidade grega, que deveria ser fisicamente
composta por
(A) espaços de culto, de decisões políticas e de relações comerciais.
(B) locais de ginástica, de oratória e de contato com estrangeiros.
(C) lugares reservados aos homens livres, aos escravos e aos estrangeiros.
(D) centros de comércio religioso, de encontros culturais e de empréstimos de dinheiro.
(E) quartéis militares, faculdades de filosofia e termas públicas.
(UEM 2018)
Sobre a antiga civilização grega, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) Sua origem está ligada a duas civilizações que se desenvolveram no sul da Península
Balcânica: a cretense e a micênica.
02) A sociedade espartana era formada basicamente por três classes sociais distintas: os
espartanos (elite social e militar), os periecos (pequenos proprietários e habitantes das
periferias das poleis) e os hilotas (servos).
04) A Lei das Doze Tábuas, promulgada em 450 a.C., era considerada a constituição da
Grécia antiga.
08) A famosa batalha de Poitiers foi a mais sangrenta das batalhas ocorridas durante a guerra
entre Atenas e Troia, deixando aproximadamente dez mil mortos.
16) Heródoto de Halicarnasso escreveu o livro Histórias, utilizando sua própria observação e
a tradição oral de testemunhos oculares para descrever as “guerras médicas”.
(UEM 2016)
Sobre a história da Grécia na Antiguidade Clássica, assinale o que for correto.
01) A sociedade ateniense era formada por três grupos sociais, a saber: os cidadãos
atenienses, os metecos (estrangeiros) e os escravos.
02) Na sociedade ateniense, possuir terras era condição essencial para ser um cidadão. As
famílias ricas viviam na cidade e dedicavam-se à política, à filosofia e à ginástica, enquanto
as suas terras eram cultivadas pelos escravos.
04) Em Esparta, os homens, desde crianças, eram submetidos a uma educação que
privilegiava mais a política e a cultura, e menos a formação de guerreiros.
08) Os espartanos, ao conquistarem as comunidades próximas, atribuíam a denominação de
espartaciatas aos habitantes dessas regiões, os quais cultivavam as terras que pertenciam
aos hilotas.
16) A Guerra do Peloponeso, iniciada em 431 a.C., foi um conflito entre Atenas e Esparta.
(UFSC 2018)
O aparecimento da escrita foi tão importante que, durante muito tempo, foi considerado o
marco inicial da História. Foi a terceira forma de comunicação elaborada pelo ser humano e
provocou grande revolução nos seus costumes. Diferentemente da fala e das pinturas
rupestres, a escrita permitiu ao ser humano a comunicação de longo alcance geográfico, a
fixação de leis, de regras e penalidades, que viabilizaram a formação de estruturas sociais e
políticas estáveis. VAIFAS, Ronaldo. História I (Ensino Médio). 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2016,
p. 30.
Sobre a escrita e a comunicação ao longo da História, é correto afirmar que:
01) na região da Mesopotâmia, existia uma escrita chamada de cuneiforme, que serviu,
inclusive, para o registro do Código de Hamurabi, conhecido como o primeiro código de leis
escritas.
02) no Egito antigo, a escrita hieroglífica era privilégio da realeza e só podia ser utilizada para
fins administrativos, sendo absolutamente proibida para registros ou pregações religiosas.
04) o avanço dos conhecimentos na Europa, a partir do século XV, ganhou grande impulso
com a contribuição de Johannes Gutenberg, que, ao desenvolver a impressão com tipos
móveis, renovou radicalmente a tipografia e o alcance das produções escritas.
08) os povos ágrafos, como muitas sociedades ameríndias e africanas, devem ser
considerados menos desenvolvidos do ponto de vista da comunicação por não possuírem
escrita.
16) durante o período medieval, o livre acesso à leitura, através das diversas bibliotecas
espalhadas pelos mosteiros cristãos na Europa, garantiu a consolidação do respeito a
dogmas e doutrinas da Igreja.
32) sancionada como língua oficial dos surdos no Brasil no início do século XXI, a Língua
Brasileira de Sinais (LIBRAS), ao contrário dos idiomas essencialmente orais e auditivos, tem
como característica ser visual e gestual.
11. GABARITO
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e) Incorreta. Na verdade, isso estaria incluso no cotidiano das comunidades que se acessa por
meio da biografia história. Portanto, seria reducionista afirmar que a recente valorização da história
do indivíduo se resume a isto quando a alternativa “d” oferece uma resposta mais completa.
Gabarito: D
(ENEM – 2019)
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A soberania dos cidadãos dotados de plenos direitos era imprescindível para a existência da
cidade-estado. Segundo os regimes políticos, a proporção desses cidadãos em relação à
população total dos homens livres podia variar muito, sendo bastante pequena nas
aristocracias e oligarquias e maior nas democracias.
CARDOSO, C. F. A cidade-estado clássica. São Paulo: Ática, 1985.
Nas cidades-estados da Antiguidade Clássica, a proporção de cidadãos descrita no texto é
explicada pela adoção do seguinte critério para a participação política:
a) Controle da terra.
b) Liberdade de culto.
c) Igualdade de gênero.
d) Exclusão dos militares.
e) Exigência da alfabetização.
Comentários
A partir da leitura do texto do enunciado, a primeira constatação é de que há uma referência
a pessoas com plenos direitos políticos e outras sem esses direitos, portanto, havia
desigualdades, mesmo entre os homens livres. Sabemos que, por exemplo, os estrangeiros
e os escravos não eram considerados cidadãos. Com efeito, na Grécia Antiga, dentre outros
critérios para se definir quem era cidadão e, principalmente, aqueles que possuíam
superioridade em relação aos demais o critério da posse de terra se sobressaia. Isso porque,
tanto em um sistema oligárquico quanto um sistema democrático, excluía-se da plena
participação política aqueles que não possuíam terra. A classe dos Eupátridas, termo grego
que significava o mesmo que “bem-nascido”, era formada pelos proprietários de terra. Os
Eupátridas também organizaram os instrumentos e instituições responsáveis pelas decisões
políticas, as manifestações religiosas e todas as outras manifestações que reafirmassem o
poder dessa classe dirigente, uma aristocracia. Dessa forma, confirma-se que a posse da terra
se constituía como elemento de poder e de riqueza. Com isso, nosso gabarito é a letra A.
b) a liberdade de culto não era um critério político e de cidadania, todos podiam exercer
suas convicções. Afinal, havia o predomínio do politeísmo.
c) Não havia igualde de gênero, lembre-se de que em Atenas as mulheres tinham restrições
na participação da vida pública, pois eram consideradas inferiores para as decisões políticas.
d) falsa a afirmação, pois Esparta era uma sociedade militarizada e os militares é que
conduziam a vida política.
e) esse critério não excluía da participação um proprietário de terra, um Eupátrida,
“desletrado”, por exemplo.
Gabarito: A
(ENEM – 2017)
TEXTO I
Sólon é o primeiro nome grego que nos vem à mente quando terra e dívida são mencionadas
juntas. Logo depois de 600 a.C., ele foi designado “legislador” em Atenas, com poderes sem
precedentes, porque a exigência de redistribuição de terras e o cancelamento das dívidas
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não podiam continuar bloqueados pela oligarquia dos proprietários de terra por meio da
força ou de pequenas concessões.
FINLEY, M. Economia e sociedade na Grécia antiga. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013
(adaptado).
TEXTO II
A “Lei das Doze Tábuas” se tornou um dos textos fundamentais do direito romano, uma das
principais heranças romanas que chegaram até nos. A publicação dessas leis, por volta de
450 a.C., foi importante pois o conhecimento das “regras do jogo” da vida em sociedade é
um instrumento favorável ao homem comum e potencialmente limitador da hegemonia e
arbítrio dos poderosos.
FUNARI, P. P. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2011 (adaptado).
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450 a.C.: Lei das 12 Tábuas – até então, o direito era oral e baseado nas tradições populares.
Assim, havia situações em que a aplicação do direito dependia dos interesses e dos poderes
das pessoas envolvidas. Com a Lei das 12 Tábuas, as leis passaram a ser escritas. Foi feita a
compilação e harmonização das leis ao princípio da igualdade. Essa situação possibilitou
que as leis se tornassem mais acessíveis a parcelas mais amplas da população.
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O aparecimento da pólis, situado entre os séculos VIII e VII a. C., constitui, na história do
pensamento grego, um acontecimento decisivo. Certamente, no plano intelectual como no
domínio das instituições, a vida social e a relação entre os homens tomam uma forma nova,
cuja originalidade foi plenamente sentida pelos gregos, manifestando-se no surgimento da
filosofia
VERNANT, J.-P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 2004 (adaptado).
Segundo Vernant, a filosofia na antiga Grécia foi resultado do(a)
a) constituição do regime democrático
b) contato dos gregos com outros povos.
c) desenvolvimento no campo das navegações.
d) aparecimento de novas instituições religiosas.
e) surgimento da cidade como organização social.
Comentários
Essa é uma questão que poderia ser resolvida apenas com interpretação de texto.
Obviamente, um bom conhecimento prévio em História Antiga ajudaria a responder. Bem,
segundo o texto, as transformações sociais e sofridas na Grécia antiga a partir do surgimento
da pólis tiveram como expressão intelectual a filosofia. Assim, o a filosofia é resultado da
cidade como nova organização social. Portanto, a alternativa correta é letra e). Vejamos o
que está errado nas outras:
a) A democracia grega, especificamente ateniense, só nasceu no século V a.C., assim, é
impossível falar em constituição do regime democrático nesse momento.
b) Vernant atribui a filosofia como resultado de transformações internas.
c) Também não é possível falar em desenvolvimento no campo das navegações nesse
momento.
d) O autor atribui o surgimento da filosofia a mudanças sociais e novas relações interpessoais,
não a instituições religiosas.
Gabarito: E
(ENEM – 2015)
O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária preeminência da palavra sobre todos
os outros instrumentos do poder. A palavra constitui o debate contraditório, a discussão, a
argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do jogo intelectual, assim como do jogo
político.
VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992
(adaptado).
Na configuração política da democracia grega, em especial a ateniense, a Ágora tinha por
função
a) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade.
b) permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus magistrados.
c) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões da
comunidade.
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TEXTO II
Um cidadão integral pode ser definido por nada mais nada menos que pelo direito de
administrar justiça e exercer funções públicas; algumas destas, todavia, são limitadas quanto
ao tempo de exercício, de tal modo que não podem de forma alguma ser exercidas duas
vezes pela mesma pessoa, ou somente podem sê-lo depois de certos intervalos de tempo
prefixados.
ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB, 1985.
Comparando os textos l e II, tanto para Tucídides (no século V a.C.) quanto para Aristóteles
(no século IV a.C.), a cidadania era definida pelo(a)
a) prestígio social.
b) acúmulo de riqueza.
c) participação política.
d) local de nascimento.
e) grupo de parentesco.
Comentários
Essa é uma questão bem clássica e que sempre é abordada, qual seja, a associação entre o
mundo grego e o desenvolvimento da cidadania e da democracia Veja que no primeiro texto
o trecho “olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida
apenas de seus próprios interesses, mas como um inútil” corresponde ao trecho retirado do
segundo texto “um cidadão integral pode ser definido por nada mais nada menos que pelo
direito de administrar justiça e exercer funções públicas”. Ambos indicam que os autores
compreendem a cidadania como participação política. Assim, o gabarito só pode ser
alternativa C.
Percebe a noção de bem comum e público que se atribuía a forma de organizar a vida na
cidade presente no trecho do primeiro texto? Daí a noção de políticas públicas, por exemplo,
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Os gregos tinham como pressuposto a ideia de um homem racional e político capaz de fazer
uma escolha baseada na força da persuasão de distintos argumentos. Percebemos, então,
nesse espaço comum, o princípio da publicidade da política. A Ágora – uma espécie de praça
– era o lugar do debate. Assim, os assuntos só poderiam ser resolvidos se as pessoas –
chamadas de cidadãos – tivessem o conhecimento das informações necessárias à tomada de
decisão. Essa exigência de publicidade de informações coloca sob o olhar público não
apenas as informações, mas as condutas das pessoas e seus interesses.
Gabarito: C
(ENEM – 2013)
Durante a realeza, e nos primeiros anos republicanos, as leis eram transmitidas oralmente de
uma geração para outra. A ausência de uma legislação escrita permitia aos patrícios
manipular a justiça conforme seus interesses. Em 451 a.C., porém, os plebeus conseguiram
eleger uma comissão de dez pessoas — os decênviros — para escrever as leis. Dois deles
viajaram a Atenas, na Grécia, para estudar a legislação de Sólon.
COULANGES, F. A cidade antiga. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
A superação da tradição jurídica oral no mundo antigo, descrita no texto, esteve relacionada
à
a) adoção do sufrágio universal masculino.
b) extensão da cidadania aos homens livres.
c) afirmação de instituições democráticas.
d) implantação de direitos sociais.
e) tripartição dos poderes políticos.
Comentários
O texto faz referência à Lei das 12 Tábuas, um conjunto de leis elaboradas no período da
República romana, por pressão dos plebeus. Até então, o direito era oral e baseado nas
tradições populares. Assim, havia situações em que a aplicação do direito dependia dos
interesses e dos poderes das pessoas envolvidas. Com a Lei das 12 Tábuas, as leis passaram
a ser escritas. Foi feita a compilação e harmonização das leis ao princípio da igualdade. Essa
situação possibilitou que as leis se tornassem mais acessíveis a parcelas mais amplas da
população. Vejamos as alternativas:
a) Incorreta. O direito de participar da esfera política ainda ficou restrito aos homens livres.
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b) Correta. Bem, é a menos errada, mas também não está 100% correta. A Lei das XII Tábuas
não tratava da cidadania; na verdade, os plebeus já eram cidadãos antes desse evento, uma
vez que participavam das Assembleias Tributa, Curiata e Centuriata, além de elegerem os
tribunos da plebe. A cidadania foi estendida a todos os homens livres, dentro dos domínios
romanos, pelo Edito de Caracala, em 212d.C.
c) Incorreta. Roma não vivia uma democracia.
d) Incorreta. As leis apenas passaram da tradição oral para a forma escrita, não havendo,
assim, uma implantação de direitos sociais.
e) Incorreta. A Lei das Doze Tábuas não está relacionada a partição do poder político.
Gabarito: B
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Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos
Orgulho e raça de Atenas.
BUARQUE, C.; BOAL, A. “Mulheres de Atenas”. In: Meus caros amigos,1976. Disponível
em: http://letras.terra.com.br. Acesso em 4 dez. 2011 (fragmento)
As “mulheres que vivem para os seus maridos” são mulheres que têm seu status social
definido a partir da subserviência aos homens. De fato, na sociedade ateniense clássica, as
mulheres não possuíam os direitos de cidadania, tendo sua importância vinculada aos
afazeres domésticos e reprodutivos da sociedade.
Gabarito: C
(ENEM 2ª APLICAÇÃO – 2010)
Alexandria começou a ser construída em 332 a. C., por Alexandre, o Grande e, em poucos
anos, tornou-se um polo de estudos sobre matemática, filosofia e ciências gregas. Meio
século mais tarde, Ptolomeu II ergueu uma enorme biblioteca e um museu — que funcionou
como centro de pesquisa. A biblioteca reuniu entre 200 mil e
500 mil papiros e, com o museu, transformou a cidade no maior núcleo intelectual da época,
especialmente entre os anos 290 e 88 a.C. A partir de então, sofreu sucessivos
ataques de romanos, cristãos e árabes, o que resultou na destruição ou perda de quase todo
o seu acervo.
Aventuras na história. São Paulo: Abril. ed. 81, abr. 2010 (adaptado).
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A diferença entre as grandes pirâmides de outrora e os ritos e túmulos simples de hoje deve-
se ao fato de a religião muçulmana
a) ser descrente quanto à existência de vida após a morte.
b) ter surgido, precisamente, como reação contra a religião dos faraós.
c) entender como errado construir pirâmides só para os ricos, e não, para todos.
d) querer evitar os assaltos aos monumentos funerários, que eram comuns no Egito antigo.
e) ignorar o corpo como morada da alma e considerar os homens como iguais frente à morte.
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Comentários
A questão mistura conhecimentos sobre o Egito Antigo e crenças da religião islâmica. Bem,
os egípcios acreditavam na vida eterna após a morte, em que o espírito do falecido voltava
para tomar seu corpo. Para abrigar o cadáver dos faraós, construíram as pirâmides. E para
preservar o corpo (enquanto o espírito não retornava) inventaram a mumificação. É
importante lembrar que, além do corpo, eram enterradas juntas suas riquezas. Segundo eles,
essa era a maneira de levar seus bens matérias para essa segunda vida.
Por outro lado, a religião muçulmana tem a crença de que quando a matéria ou corpo morre,
a alma poderá ter dois destinos, o céu ou o inferno. Quem decide o caminho que o espírito
tomará é Alá. Os praticantes também acreditam que os que foram fiéis a figura suprema
desfrutarão de uma vida eterna no “paraíso” com 72 virgens e 80 mil servos que farão sua
vontade. Como o corpo físico não faz parte dessa vida após a morte, não faz sentido
conservá-lo. Além disso, todos são iguais frente à morte, de maneira que enterrar bens
materiais junto ao corpo ou identifica-los não se faz necessário.
Tendo isso em mente, vamos para as alternativas:
a) Incorreta. A religião muçulmana acredita em vida após a morte.
b) Incorreta. O islamismo não nasceu da contraposição à religião dos faraós.
c) Incorreta. Eles acreditam que todos são iguais frente à morte, portanto não faz sentido
diferenciar os corpos na hora do enterro.
d) Incorreta. De fato, os assaltos eram comuns. No entanto, não é essa a razão da indiferença,
como já discutimos acima.
e) Correta, conforme discutimos.
Gabarito: E
(ENEM PPL – 2009)
Em seu discurso em honra dos primeiros mortos na Guerra do Peloponeso (séc. V a.C.), o
ateniense Péricles fez um longo elogio fúnebre, exposto na obra do historiador Tucídides.
Ao enfatizar o respeito dos atenienses à lei e seu amor ao belo, o estadista ateniense tinha
em mente um outro tipo de organização de Estado e sociedade, contra o qual os gregos se
haviam batido 50 anos antes e que se caracterizava por uma administração eficiente que
concedia autonomia aos diferentes povos e era marcada pela construção de grandes obras
e conquistas.
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b) o Império Persa, que, apesar de possuir um vasto território, tentou, em vão, conquistar a
Grécia.
c) o universo dos demais gregos, que não viviam sob uma democracia, já que esta era
exclusividade de Atenas.
d) o Alto Império Romano, que, se destacava pela supremacia militar e pelo intenso
desenvolvimento econômico.
e) o mundo dos espartanos, que, desconhecendo a escrita e a lei, eram guiados pelo
autoritarismo teocrático de seus líderes.
Comentários
Essa é uma questão mais “conteudista”, vamos por partes. A Guerra do Peloponeso foi um
conflito armado entre Atenas e Esparta, de 431 a 404 a.C. Antes disso, Atenas havia
confrontado (diversas vezes e durante anos) o Império Persa, entre 499 e 475 a.C. Esses
conflitos ganharam o nome de Guerras Médicas; no fim, Atenas saiu vitoriosa. O que
precisamos saber para responder à questão é qual a forma de organização desse Império.
Bem, o Império Persa foi um dos maiores e consolidados impérios da Antiguidade. Grandes
conquistadores, os persas dominaram a Babilônia, a Palestina, a Fenícia e o Egito. Coube-
lhes a proeza, no século VI a.C., de unificar vários povos da Crescente Fértil e construir o
maior império da época, que se estendia do Mediterrâneo oriental até a Índia. Tal império
começou a se desintegrar diante das derrotas sofridas em batalhas contra os gregos,
conhecidas como as Guerras Greco-Pérsicas. Até então o Império Persa durara duzentos
anos. Diante disso, nosso gabarito é letra b).
Gabarito: B
(ENEM – 2008)
Ao visitar o Egito do seu tempo, o historiador grego Heródoto (484 – 420/30 a.C.) interessou-
se por fenômenos que lhe pareceram incomuns, como as regulares do rio Nilo. A propósito
do assunto, escreveu o seguinte:
“Eu queria saber por que o Nilo sobe no começo do verão e subindo continua durante cem
dias; por que ele se retrai e a sua corrente baixa, assim que termina esse número de dias,
sendo que permanece baixo o inverno inteiro, até um novo verão. Alguns gregos apresentam
explicações para os fenômenos do rio Nilo. Eles afirmam que os ventos do noroeste
provocam a subida do rio, ao impedir que suas águas corram para o mar. Não obstante, com
certa frequência, esses ventos deixam de soprar, sem que o rio pare de subir da forma
habitual. Além disso, se os ventos do noroeste produzissem esse efeito, os outros rios que
correm na direção contrária aos ventos deveriam apresentar os mesmos efeitos que o Nilo,
mesmo porque eles todos são pequenos, de menor corrente.”
Heródoto. História (trad.). livro II, 19-23. Chicago: Encyclopaedia Britannica Inc. 2.ª ed.
1990, p. 52-3 (com adaptações).
Nessa passagem, Heródoto critica a explicação de alguns gregos para os fenômenos do rio
Nilo. De acordo com o texto, julgue as afirmativas abaixo.
I. Para alguns gregos, as cheias do Nilo devem-se ao fato de que suas águas são impedidas
de correr para o mar pela força dos ventos do Noroeste.
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II. O argumento embasado na influência dos ventos do Noroeste nas cheias do Nilo sustenta-
se no fato de que, quando os ventos param, o rio Nilo não sobe.
III. A explicação de alguns gregos para as cheias do Nilo baseava-se no fato de que fenômeno
igual ocorria com rios de menor porte que seguiam na mesma direção dos ventos.
É correto apenas o que se afirma em
a) I.
b) II.
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.
Comentários
A questão é puramente interpretação do texto, no qual cita uma explicação da época para
as cheias do Nilo, e depois a destrói, com argumentos baseados na observação dos fatos.
Sendo assim, vamos olhar diretamente as proposições:
I. Correta. Para confirmar, fica aqui um trecho do próprio texto: “Eles afirmam que os ventos
do Noroeste provocam a subida do rio, ao impedir que suas águas corram para o mar”
II. Incorreta. Heródoto destrói o argumento ao afirmar que frequentemente quando os
ventos param, o Rio Nilo continua subindo.
III. Incorreta. A explicação dos gregos não leva em consideração os outros rios de mesma
direção. Quem menciona isso é o próprio Heródoto.
Assim, nosso gabarito é letra a).
Gabarito: A
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i) Os recursos naturais no Egito eram abundantes, mas as pessoas não tiveram condições
intelectuais de dominar a força destruidora das cheias do Nilo.
j) Não há relação direta entre o Nilo e o desenvolvimento da civilização Egípcia, já que a
exposição do Sol é frequente e quase não há precipitações nessa região.
Comentários
Essa questão trata sobre o desenvolvimento da civilização egípcia e sua relação com o Rio Nilo.
O Egito sempre teve sua vida ligada às águas desse rio e seus períodos de cheia. Isso porque
durante esses períodos o solo das margens era fertilizado, possibilitando o plantio e a produção
de alimento. No entanto, em alguns anos, essas cheias não aconteciam ou então inundavam tudo,
prejudicando, das duas maneiras, a agricultura. Assim, só quando os habitantes aprenderam a
controlar as cheias por meio de obras hidráulicas que a civilização pode produzir alimento em
larga escala e se desenvolver. Visto isso, a alternativa certa é letra a).
Gabarito: A
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chamadas devido à necessidade de controlar os recursos hídricos e suas tecnologias – com obras
de irrigação, diques, barragens e drenagens – para consolidar e expandir a produção agrícola.
Os povos que se estabeleceram nessa região foram os egípcios, ligados ao Nilo, e os
mesopotâmicos, ligados aos rios Tigre e Eufrates. É verdade que o mesmo ocorreu no extremo
oriente da Ásia: os povos da Índia estavam vinculados ao rio Indo e os chineses ligados ao rio
Amarelo. No Oriente Próximo, ou Oriente Médio, outras civilizações foram beneficiadas com o
poder fertilizante (e econômico) dos rios, como a sociedade pastoril dos hebreus e persas, ou
ainda, a mercantil dos fenícios.
Tendo feita essa contextualização, podemos afirmar que o gabarito da nossa questão é
alternativa A. Vejamos os erros das demais alternativas.
a) Gabarito.
b) Errado, pois, polis e agricultura é Grécia (Esparta, por exemplo)
c) Errado. Comércio livre no mediterrâneo com formação de cidades-estados é
característica ou da Grécia (Atenas, por exemplo) ou dos povos fenícios. A Fenícia ficava
na área que hoje é conhecida como Líbano, isto é, acima e ao norte da Palestina. Os
fenícios se destacaram pela atividade de navegação e comércio, via marítima. Do ponto
de vista político, esse povo vivia em cidades-estados autônomas (bolinhas no mapa acima), sem
uma unidade plena do povo. Nessas cidades, os comerciantes centralizavam o poder político em
suas mãos e exerciam domínio sobre a maior parcela da população, os trabalhadores livres e os
escravos. Assim, o sistema de governo era conhecido como Talassocracia.
d) Errado. As civilizações antigas, especialmente a egípcia, fizeram grande uso dos
metais, o que fez com que os métodos de produção de materiais metálicos se
desenvolvessem. Mas isso não caracteriza o modo de vida dessas sociedades, tal qual
afirmado na questão. Preste atenção, porque a questão pede a descrição do que é
uma sociedade hidráulica.
e) Errado. Isso poderia ser relacionado aos Romanos ou, até mesmo aos Persas – que
viveram na região da Pérsia (atual Irã).
Gabarito: A
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Gabarito: A
Vejamos os demais rios apenas para você ter uma noção, já que as civilizações do Sudeste
Asiático, em geral, não caem nas provas de vestibular.
→ Rio Amarelo fica na China
→ Rios Ganges fica na Índia
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F – A Batalha de Poitiers ocorreu em 732 d.C. Ela impediu o avanço muçulmano na Europa,
portanto não possui nenhuma relação com o mundo grego antigo.
V – Heródoto escreveu o livro Histórias entre 484 A.C. – 425 a.C. Na obra, ele conta o orgulho
de um povo que tinha tantos motivos para se crer superior aos demais, principalmente após
vencer os persas nas Guerras Médicas. Item correto.
Gabarito: C
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e) a participação política direta, exercida por um corpo de cidadãos ativos, sem a noção de
representação e restrita aos cidadãos masculinos.
Comentários
A) errado, nem mulheres nem estrangeiros participavam das decisões políticas.
B) errado, pois, para os gregos a escravidão era essencial, parte fundamental da vida na polis. Isso
porque, para que homens livres pudessem pensar e exercer a cidadania ateniense outros tantos
teriam que trabalhar.
C) errado, em Atenas não tinha esse tipo de concessão, a sociedade era bem dividida com cada
grupo social exercendo sua função. Os mais pobres, os plebeus, adquirem relevância durante as
insurreições na fase República na de Roma. Não confunda, atenção cadete, atenção.
E) correto. Observo que a ideia de “sem a noção de representação" é porque a prática política
era feita a partir da democracia direta, ou seja, todos debates, todos votam.
Gabarito: E
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assembleia excluía aqueles que não eram considerados cidadãos. Dessa forma, essa alternativa
não pode ser nosso Gabarito, pois não havia igualdade de gêneros.
O teatrólogo Aristófanes escreveu a peça intitulada Assembléia das mulheres - apresentada
pela primeira vez por volta de 411 a.C. em Atenas – cujo centro é valorizar a participação das
mulheres na cidade-estado. Apesar de a comédia levantar uma discussão sobre a cidadania
feminina, no geral, as mulheres atenienses não tinham a mesma igualdade política que os
homens. Por isso, para efeitos de prova de Vestibular, considera-se que a democracia ateniense
previa somente os homens maiores como cidadãos.
Assim, a democracia em Atenas, que era exercida de maneira direta, deixava de fora uma boa
parcela da população. O próprio texto da questão nos traz essa informação, por mais que, na
época de Péricles, a democracia atingiu um nível de “isonomia, isocracia e isegoria” extensível
a todos que fossem considerados cidadãos (homens maiores de 18 anos e não estrangeiros,
nem escravos). Veja:
• Isonomia: todos são iguais perante a lei e na sociedade; não há nenhuma distinção
entre pessoas;
• Isocracia: todos tem condições iguais de acesso aos cargos políticos. Em Atenas
isso significava que todos os cidadãos atenienses tinham o direito e o dever de
participar na vida política e da administração pública;
• Isegoria: todos são iguais para se manifestarem na assembleia dos cidadãos.
Nesse sentido, em razão do aspecto da isocracia, a alternativa D está errada, pois os cidadãos
não eram guiados por uma burocracia. Os próprios cidadãos podiam fazer parte da
administração do Estado, sem contar que os principais assuntos de administração pública
(obras, por exemplo) eram definidos nas assembleias. Ou seja, de fato, a maioria dos
cidadãos governava e não a minoria.
Veja, então, que o tipo de regime político em Atenas era de um governo democrático. Por
isso, a alternativa C está errada, pois a expressão “um regime de governo aristocrático”
invalida a alternativa.
Já a E, apresenta uma competência muito valorizada para os debates públicos da época, a
capacidade de oratória, mas isso não levou a criação de um governo baseado no poder
pessoal. O poder era exercido pela própria assembleia, logo, ele era coletivo, da maioria que
definia os rumos da vida ateniense nesse espaço público. Portanto, essa alternativa também
está errada.
Sobrou, então, a alternativa A, que é nosso Gabarito.
Gabarito: A
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que permitiriam aos grupos humanos explorar ao máximo as capacidades fornecidas pela
natureza.
MACEDO, José Rivair. A História da África. São Paulo: Ed. Contexto, 2018.
Levando em consideração o avanço das técnicas de fabricação de artefatos durante a
chamada pré-história, é correto o que se afirma em:
f) As invenções foram desestimuladas pela última grande glaciação que oferecia poucas
alternativa de subsistência.
g) Arco e flecha é um mecanismo complexo imaginado pelo homem e não mais uma
simples adaptação dos recursos disponibilizados pela natureza, característica das
invenções do período Mesolítico.
h) O criação do arco e flecha foi superior em desenvolvimento da racionalidade se
comparado à invenção da agricultura.
i) No neolítico ocorreu a fabricação de artefatos com a pedra polida, fato que comprova
que os homens que utilizavam arco e flecha eram superiores àqueles que usaram as
lanças com pontas de pedra polida. Por isso, o Neolítico é um retrocesso em relação
ao Mesolítico.
j) Todas as invenções, desde o paleolítico, foram favorecidas pela existência da cerâmica
que permitia armazenar as caças que passaram a aumentar com a invenção de armas
como o arco e flecha.
Comentários
a- A glaciação, conhecida como Era do gelo teria ocorrido no Neolítico, entre 12 e 5 mil
anos, e não no Mesolítico quando foi criado o arco e flecha. Além disso, diante dessas
difíceis condições foi preciso encontrar novas soluções para superar as baixas
temperaturas. Por isso, não é correto dizer que a glaciação desestimulou a invenção.
b- Gabarito da questão. Conforme aponta o texto, o instrumento arco e flecha
constituem uma invenção original porque pegam dois elementos da natureza (a corda
e a madeira) e transforma em uma arma, um engenho original.
c- Não é possível admitir superioridade do arco e flecha em relação ao desenvolvimento
da agricultura. Temporalmente, a domesticação da natureza é mais avançada que a
caça, mas isso não quer dizer que uma seja superior a outra. Elas demandam
racionalidades com objetivos distintos.
d- Essa é outra inferência que não tem confirmação nas teses sobre o desenvolvimento
das técnicas de fabricação de artefatos. Estudiosos afirmam que a fabricação de
artefatos de pedra polida é do Período Neolítico. Nesse mesmo momento, entre 12
e 5 mil anos a.C também ocorreu a gradual adoção da agricultura e pecuária. O uso
do arco e flecha está mais associado à atividade de caça, do período Mesolítico, entre
15 e 12 mil anos. Então, não é possível falar em superioridade do mesolítico e
retrocesso no Neolítico. O aceito é falar em evolução e desenvolvimento.
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anos a.C
Gabarito: B
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j) Que Aristóteles estava correto: a política é atividade para pessoas sábias que não
necessitam da atividade laboral.
Comentários
Essa é uma questão que nos remete às noções de política e polis na Grécia Antiga. A questão
se torna um pouquinho mais complexa porque demanda uma interpretação do poema à luz
da noção aristotélica de política.
Vejamos. Aristóteles tinha uma concepção de política como ação da aristocracia. Ou seja,
ele via com pessimismo a atividade laboral. Não que fosse um problema trabalhar. Mas
trabalhar era contraposto à ação política porque essa demanda o ócio, o lazer e o tempo
livre – elementos necessários para a criatividade e o pensamento racional.
Veja que no poema, fica claro que as pessoas que trabalham não conseguem tempo para
“discutir tranquilamente”. E o que é discussão para os gregos? Fazer política. O instrumento
da política é a palavra!
Mas, veja, também, que o poema é crítico porque ele fala que se os gregos superassem seus
individualismo (ou seja, se o trabalhador encontrasse amigos que o ajudassem a acabar a
tarefa laboral) e colaborassem uns com os outro até os trabalhadores teriam mais tempo
para a política.
Tendo essas noções em mente, vamos à análise das alternativas:
a- A Arethé é um complexo conceito que envolve a toda a formação do cosmos grego.
Trata-se de uma busca por excelência. Nada tem a ver com a poesia que reflete sobre a
relação real entre trabalho e política.
b- Gabarito da nossa questão. Conforme demonstra o pragmatismo do poema, o trabalho
limita a ação política – o que poderia ser superado se os gregos fossem menos
individualistas e mais colaborativos.
c- Bem, a poema não traz essa visão. Aponta a limitação da política pelo trabalho,
d- Não, o trabalho não parece como um grande feito. Ao contrário, aparece como um
obstáculo para realização de outras atividades.
e- Também não referências aos sábios no poema.
Gabarito: B
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No que se refere aos povos da Antiguidade e às regras jurídicas que exemplificam a sua
realidade social, pode-se afirmar que:
f) Na Mesopotâmia, estabeleceu-se um dos primeiros códigos de justiça, como o Código
de Hamurabi, cujo princípio era o da proporcionalidade da pena à falta cometida.
g) Os primeiros códigos escritos foram verificados em Roma, como a Lei das 12 tábuas,
exemplo de um avançado princípio de igualdade jurídica que pôs fim à desigualdade
entre patrícios e plebeus.
h) A Grécia foi o berço do direito ocidental ao criar leis escritas que seguiam o princípio da
isonomia entre os habitantes de suas cidades-estados.
i) O Código de Ur-Nammu, encontrado na Suméria, diferenciava-se do código de
Hamurabi por não conter princípio pecuniários de reparação.
j) Os códigos de leis na Antiguidade eram baseados exclusivamente na tradição oral e, por
isso, não deixaram legados.
Comentários
Essa é uma questão que abordou um assunto clássico: as leis e os costumes nas sociedades
da antiguidade. Eu trouxe algumas novidades e elaborei umas alternativas capciosas para
vocês pensarem e se aprofundarem. Vejamos as alternativas:
a- Um dos primeiros “códigos jurídicos” escritos de que temos conhecimento é o Código
de Hamurabi. Ele está inscrito em um monólito. São 281 artigos escritos em cuneiforme
(a escrita desenvolvida pelos sumérios, lembram?) que tratam sobre diversas áreas da
vida social: trabalho, família, comércio, propriedade. Ele é muito conhecido pelo seu
sistema de penalidades baseado no princípio da retaliação, ou em latim lex talionis. Você
já deve ter ouvido falar em “olho por olho e dente por dente”, não ouviu? É isso! Ele foi
baseado no princípio da proporcionalidade entre crime e pena. Contudo, o peso o
pertencimento ao grupo social desequilibrava a penalidade. Por exemplo, o artigo 200
diz: “Se um homem livre arrancou um dente de um outro homem livre igual a ele,
arrancarão seu dente.” Agora compare com o que diz o artigo 201: “Se ele arrancou um
dente de um homem vulgar, pagará 500g de prata”. Outro exemplo, art. 230: “Se um
pedreiro causou a morte do filho do dono da casa, matarão o filho deste pedreiro”. Mas,
segundo art. 231, “Se causou a morte do escravo ele dará ao dono da casa um escravo
equivalente”. Conseguem perceber que a pena é semelhante ao delito cometido,
embora pudesse variar conforme a posição social e econômica da vítima?
b- A conhecida Lei romana das 12 Tábua, apesar de ser um avanço para a constituição das
leis e do princípio de igualdade jurídica, na medida em que tornava os processos mais
transparentes, não acabou com a desigualdade entre grupos sociais distintos. Em
diversos outros momentos, alguns mais tensos e outros menos, houve Revoltas Plebeias.
c- A Grécia, antes de Roma, desenvolveu importantes leis e organizou a justiça, tanto que
para compilar a Lei das 12 Tábuas, os Romanos mandaram seus especialistas para Grécia
a fim de entender como fizeram para sistematizar o costume em leis escritas. Mas o erro
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vez, já nos remete a ideia de polis (Cidade-Estado Antiga). Podemos concluir, então, que foi
justamente sobre esse tipo de organização urbana que se assentaram as bases do conceito
tradicional de cidadania e de uma considerável parte de seu significado atual.
REZENDE FILHO, Cyro de Barros; CÂMARA NETO, Isnard de Albuquerque. A evolução do
conceito de cidadania. Taubaté, Ciências Humanas, n. 2, v. 7, p. 17-23, 2001.
A ideia de cidadania é formulada a partir de elaborações conceituais e das próprias
experiências históricas. Nesse sentido, a cidadania vivenciada pelo povo da Atenas Clássica
era,
a) Uma cidadania universal, já que homens, mulheres e estrangeiros poderiam participar das
decisões políticas.
b) Uma cidadania universal, na medida em que nunca houve critério de renda para participar
da política.
c) Uma cidadania relativa, uma vez que mulheres, estrangeiros e escravos não podiam tomar
parte das discussões e deliberações políticas.
d) Uma cidadania direta, já que aqueles que morassem em Atenas poderiam participar das
discussões políticas.
e) Uma cidadania elitista, uma vez que somente os proprietários de terra poderiam participar
do governo da cidade-estado.
Comentários
A questão exige que você saiba identificar que a noção geral de participação política dos
indivíduos tem origem na Grécia Antiga. Repare que o texto do enunciado chama atenção para
os seguintes elementos: participação política e cidade (pólis). Desse binômio podemos articular
que, na Grécia Antiga, o fato de as decisões públicas – sobre os rumos da vida na cidade e
sobre a relação da cidade com ameaças externas - contarem com a participação política de
muitas pessoas, indica que o núcleo do conceito de cidadania está na vida comunitária. Assim,
ser cidadão é fazer parte da vida comunitária em igualdade de condições com os demais
cidadãos e, principalmente, de forma ativa. É por meio do exercício da cidadania que, não só
os gregos, como na atualidade, o indivíduo pode aprimorar seu papel no desenvolvimento da
sociedade e possuir direitos e deveres.
E quem eram esses cidadãos na Atenas Grega Antiga? Eram, em geral, homens, a partir de 18
anos, filhos de pais atenienses e não estrangeiro. Logo, um conceito excludente de cidadania,
uma vez que mulheres não participava.
Tendo isso em mente, vamos à análise das alternativas:
a- Errada, como vimos, mulheres e estrangeiros estavam excluídos da participação.
b- Claro que houve o critério censitário sim, mas foi sendo abolido aos poucos. Então a
expressão “nunca” nos permite eliminar a alternativa. Observe que o comando falou em
Atenas Clássica – isso quer dizer, no seu momento mais democrático.
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A questão aborda As Guerra Médicas, ocorridas no século V entre gregos e persas, bem como o
contexto da Guerra do Peloponeso, um conflito entre gregos, ocorrido posteriormente. Ainda o
item IV aborda o Período Helenístico.
Lembre-se de que a saga expansionista dos persas, sob o comando de Dário I, levou-os a tentar
conquistar a Grécia. Os gregos (incluindo Atenas e Esparta) se uniram para derrotar os persas, e
conseguiram. A Confederação de Delos foi uma união das cidades-estados com o propósito de
expulsar os persas, porém foi formada já no final da guerra. Nesse sentido, o item II está certo e
já podemos eliminar as letras B e C do nosso radar.
Com o término das Guerras Médicas, Atenas passou a transferir recursos da Liga diretamente para
sua cidade-estado, o que permitiu a reforma urbana da cidade e a construção de grande parte
dos monumentos arquitetônicos que existem até hoje, na Grécia. Foi a época de ouro de Atenas,
momento em que era governada pelo famoso Péricles, entre 461 e 429 a.C. Houve um esplendor
cultural, artístico, filosófico e econômico naquela cidade-estado. Contudo, os membros da Liga
questionaram essa situação e foram reprimidos militarmente.
Em contraposição à hegemonia de Atenas surgiu uma outra Liga formada por cidades-estados
que se opuseram ao que alguns historiadores chamam de “imperialismo ateniense”: a Liga do
Peloponeso, liderada por Esparta.
Entre 431 e 404 a.C., Esparta e Atenas arrastaram praticamente todas as cidades-estados para um
conflito que ficou conhecido como Guerra do Peloponeso. Esparta sai vitoriosa dessa guerra.
Diante disso, o item I está errado, pois não houve uma unidade entre Liga do Peloponeso e a de
Delos, mas um confronto. Com isso, podemos eliminar as alternativas A e D. Pronto, localizamos
o Gabarito, letra E.
Agora, ainda existem outros dois itens para analisarmos. Enquanto estudo, temos que passar por
todas os itens, conferir, ver se tem alguma informação errada, etc. Mas, na hora da sua prova,
você tem que ser “safo”: conseguiu achar o Gabarito, já parte para outra questão. OK?
E Tucídides escreveu isso que está no item III? Sim caros, em História da Guerra do Peloponeso,
além de ele contar as mazelas, Tucídes ainda criticou algumas ações militares de Atenas, perdeu
uma batalha para Esparta e negou a influência de Deuses. Por isso, Tucídes foi julgado traidor e
teve que cumprir uma pena de banimento de Atenas. Inclusive, ele escreveu o livro durante seu
banimento.
E Plutarco? Também escreveu sobre a cultura helenística que Alexandre, o Grande, estava
implementando? Sim.
Repare que, mesmo sem você ter certeza dos itens III e IV você conseguiria matar a questão...
Gabarito: E
(UEL 2015)
O ser humano, no decorrer de seu processo histórico, desenvolveu noções de justiça em
detrimento da prática da vingança. O primeiro código de leis, denominado de Código de
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(UEL 2006)
Sobre o lugar social da mulher no contexto do pensamento dos filósofos gregos clássicos,
é correto afirmar:
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(UFPR 2016)
Considere o excerto de poema espartano do século VII a.C.:
[...] Pois não há homem valente no combate,
se não suportar a vista da carnificina sangrenta
e não atacar, colocando-se de perto. [...]
É um bem comum para a cidade e todo o povo,
que um homem aguarde, de pés fincados, na primeira fila,
encarniçado e todo esquecido da fuga vergonhosa,
expondo a sua vida e ânimo sofredor,
e, aproximando-se, inspire confiança
com suas palavras ao que lhe fica ao lado.
(Tradução de Maria Helena da Rocha Pereira. In: Hélade: Antologia da Cultura Grega,
Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra / Instituto de Estudos Clássicos,
4. ed., 1982.)
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Com base nesse excerto, considere as afirmativas abaixo sobre os valores ressaltados no
poema e sobre características da cidade-Estado de Esparta entre os séculos VII e V a.C.:
1. Esparta e Atenas compartilhavam do mesmo ideal militar expresso no poema, motivo pelo
qual juntaram esforços na Liga de Delos.
2. O poema expressa os valores esperados dos soldados espartanos: a coragem, o espírito
de combate e a cooperação com o coletivo.
3. Para sustentar o exército, o Estado espartano formou a Liga do Peloponeso e distribuiu as
terras conquistadas entre as cidades-Estado aliadas.
4. Esparta manteve uma elite militar, formada pela educação rígida de suas crianças, que
eram controladas pelo Estado e separadas de suas famílias.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
Comentários
A afirmativa 1 está incorreta porque apenas Esparta cultivava o ideal militar como estilo de vida.
Já Atenas adotava o ideal filosófico-cultural. Repare que só resolvendo o item 1 conseguimos
eliminar as alternativas A, C e E. O que você faria se, na hora da prova, só te restasse 1 minuto?
Isso mesmo, analisaria só o item 3. Mas aqui temos tempo, então vamos lá...
A afirmativa 2 exige uma habilidade de interpretação de texto. Veja que, sem muitos problemas,
a leitura feita pelo item 2 está correta.
A afirmativa [3] é incorreta porque a Liga do Peloponeso não teve a finalidade de sustentar o
exército espartano. A liga foi formada para fazer frente a Atenas, e à Liga de Delos, no episódio
conhecido como Guerra do Peloponeso.
Por fim, o item 4 está correto.
Gabarito: B
(UFPR 2012)
Sobre o período helenístico (séculos IV a II a.C.) é correto afirmar:
a) Com a rápida conquista territorial feita pelos macedônios, liderados especialmente por
Alexandre Magno, houve a difusão da cultura grega do Egito até a Índia, por meio da adoção
da koiné, uma variante mais simples do grego. Ocorreu a fusão entre culturas orientais e a
cultura grega, além da construção de polos culturais, como Alexandria. Esse período deixou
uma influência duradoura, que se manteve também dentro dos limites do Império Romano.
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(UDESC 2017)
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“Mas, já que estamos a examinar qual é a constituição política perfeita, sendo essa
constituição a que mais contribui para a felicidade da cidade... os cidadãos não devem
exercer as artes mecânicas nem as profissões mercantis; porque este gênero de vida tem
qualquer coisa de vil, e é contrário à virtude. É preciso mesmo, para que sejam verdadeiros
cidadãos, que eles não se façam lavradores; porque o descanso lhes é necessário para fazer
nascer a virtude em sua alma, e para executar os deveres civis.
Aristóteles. A política. Livro IV, cap. VIII.
A partir da citação acima e de seus conhecimentos sobre a estrutura político-social da Grécia
Antiga, assinale a alternativa correta.
a) A ideia de democracia grega está ligada ao fato de que todos aqueles que habitavam uma
cidade-estado dispunham dos mesmos direitos e deveres, uma vez que todos os trabalhos e
profissões eram igualmente valorizados.
b) A cidadania era uma forma de distinção social porque nem todos os habitantes de uma
cidade eram considerados cidadãos. Estrangeiros e mulheres, por exemplo, não dispunham
dos direitos de cidadania e não tinham direito a voto nas assembleias.
c) As profissões mercantis eram desencorajadas devido à supremacia da Igreja Católica na
administração política grega, durante o Período Clássico. Neste período, a usura e o
exercício do lucro eram vivamente condenados por ferirem os princípios cristãos.
d) Todos os homens que habitavam uma cidade eram considerados cidadãos. A cidadania,
na Grécia Clássica, era qualificada em ordens, sendo que os proprietários de terras eram
cidadãos de primeira ordem e os trabalhadores braçais de segunda ordem. Todos, porém,
tinham direito de voz e voto nas assembleias.
e) A ideia de cidadania, descrita por Aristóteles, é considerada ainda hoje um ideal, uma vez
que é plenamente inclusiva e qualifica de forma igualitária todos os trabalhos e profissões.
Comentários
Questão clássica sobre estrutura política que já respondemos nessa lista de questões diversas
vezes. Assim vamos analisar alternativa por alternativa:
a- A democracia grega não considerava todos os homens iguais. Mulheres, estrangeiros e
escravos não gozavam de direitos políticos, por isso, não eram cidadãos.
b- Gabarita aí, Bixo. Essa é a correta. Cidadania restrita, essa é a palavra-chave!
c- Alternativa maluca. Colocou a Igreja católica no meio de Grécia. Nem existia cristianismo
ainda e a religião era politeísta.
d- A cidadania na Grécia independia de qualquer critério de renda. Essa é a grande inovação.
Até então, a divisão econômica estabelecia a participação política - a esse critério damos o
nome de censitário. A democracia, ainda que restrita, é a lógica de que a riqueza não é um
critério de participação política.
e- Alternativa interpretativa. Por meio do texto, infere-se que Platão não acredita em
igualdade entre os homens. Nas suas palavras: “os cidadãos não devem exercer as artes
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mecânicas nem as profissões mercantis; porque este gênero de vida tem qualquer coisa de
vil, e é contrário à virtude. Então o ideal platônico não é totalmente inclusivo.
Gabarito: B
(UDESC 2017)
“Quem construiu Tebas, a das sete portas? Nos livros vem o nome dos reis, mas foram os
reis que transportaram as pedras? Babilônia, tantas vezes destruída, quem outras tantas a
reconstruiu? Em que casas da Lima Dourada moravam seus obreiros?”
Perguntas de um operário que lê. Bertold Brecht.
Heródoto de Halicarnasso, nascido no século V a.C., é comumente conhecido como “o Pai
da História”. De acordo com o historiador François Hartog, Heródoto interessava-se, entre
outras questões, pelas maravilhas e pelos monumentos considerados, muitas vezes,
expressões da influência divina.
Considerando os questionamentos de Bertold Brecht, assinale a alternativa que contém a
melhor interpretação para a frase de Heródoto: “O Egito é uma dádiva do Nilo”.
a) Permite constatar o desconhecimento de Heródoto no que diz respeito à Geografia, uma
vez que os rios que atravessam o território egípcio são Tigre e Eufrates.
b) Representa um anacronismo pois, no século V a.C., quando proferida, o Egito era ainda
colônia do grande Império Bizantino.
c) Atribui apenas à presença do Nilo o desenvolvimento do Egito, porém não considera a
importância da presença humana, do trabalho empreendido na utilização do rio e dos
benefícios naturais para o desenvolvimento da região.
d) Representa a profunda religiosidade do povo egípcio, o qual atribuía ao deus Nilo o
desenvolvimento do Império, à época, no período pré-dinástico.
e) Atribui centralidade às ações do imperador Nilo que, entre os séculos VI a.C. e V a.C.,
administrou o processo de expansão territorial do Império Egípcio, sem, todavia, ressaltar a
participação dos soldados que lutavam sob o comando do imperador.
Comentários
Essa questão é muito interessante porque opõe duas concepções de ver o mundo colocando
ênfase em um aspecto. É como se Brecht, ao criticar a exclusão da importância das camadas
populares nos eventos históricos, fizesse uma ressalva à perspectiva de Heródoto que assevera a
importância do rio Nilo para a existência do Egito. Diante dessa interpretação, vamos à análise
das alternativas:
a- A alternativa é que desconhece que Tigre e Eufrates são os rios da Mesopotâmia.
b- Nossa, essa questão sofre de anacronismo, pois o Império Bizantino foi fundado no século V
d.C.
c- Essa é a alternativa que melhor se encaixa na contraposição entre a máxima de Heródoto
sobre a importância do Nilo para o desenvolvimento do Egito e a crítica de Brecht.
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(UPE 2015)
Sobre o surgimento da arte cênica, todos falam em Grécia, mas o teatro aparece
exclusivamente, em Atenas, nas últimas décadas do século VI a.C. Nenhuma das versões
sobre o advento do teatro, na verdade, é conclusiva ou informa qual o momento exato em
que se deu o fenômeno da arte dramática.
(HELIODORA, Barbara. Caminhos do teatro ocidental. São Paulo: Perspectiva, 2013. p. 24.)
Sobre a temática abordada no texto, assinale a alternativa CORRETA.
a) O marco inicial do teatro é a Paixão de Osíris, encenada em Abydos, no Egito, no ano de
2600 a.C.
b) A arte teatral surge ainda na Pré-história, em forma de dança ou canto, com o objetivo de
evocar a chuva, a caça ou outras atividades básicas.
c) O auge da produção teatral grega se deu no século V a.C., em Atenas.
d) Os grandes nomes da dramaturgia grega foram Sófocles, Ésquilo, Eurípedes e Plauto.
e) O teatro, desde seu surgimento em Atenas, sempre foi uma arte elitista, sem muito apelo
popular.
Comentários
Essa é uma questão difícil porque trata de assunto pouco estudado no ensino médio: o teatro e
os autores gregos. Mas uma boa interpretação do texto lhe renderia algumas vantagens. Os rituais
teatrais na Grécia Antiga se concentravam em Atenas e, inicialmente, eram feitos como parte das
homenagens ao deus Dionísio. Seu esplendor coincide com o auge da própria cidade de Atenas,
ou seja, por volta do século V a.C, logo após das Guerras Greco-Pérsicas.
Tendo isso em vista:
A e B: Você poderia excluir todas as alternativas que marcam momento seminais do teatro grego,
uma vez que o texto afirma: “Nenhuma das versões sobre o advento do teatro, na verdade, é
conclusiva ou informa qual o momento exato em que se deu o fenômeno da arte dramática.”
Entenderam? Por esse critério podemos eliminar as alternativas A e B.
C: está correta. Perceba que a alternativa não fala de fundação do teatro grego, nem de momento
inicial, mas de auge. E nós sabemos que o auge ateniense se deu no século V, a era de ouro de
Péricles.
D: O erro da alternativa E é colocar Plauto entre os gregos. Titus Maccius Plautus, como o nome
da a entender, foi um dramaturgo romano.
E: o teatro grego não foi elitista, mas profundamente popular e político, sobretudo, a comédia.
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Gabarito: C
(UERN 2015)
Observe a charge e leia o trecho.
A Ágora ou praça central era o espaço onde se reuniam os cidadãos para discutir a vida
política e decidir sobre as ações a serem tomadas. (Vainfas, 2010.)
Ao analisarmos a charge e o texto, e tendo em vista o contexto da Grécia Antiga e o do
Brasil atual em relação à participação política, é possível inferir que
a) em ambos os casos, apesar da ideia de democracia preconizar a participação de todos,
existiam (e existem) limites para o exercício pleno desse direito.
b) na Grécia, cidadão era apenas aquele que participava das gerúsias, por ser considerado
“homo politicus”. No Brasil, só se considera cidadão o indivíduo com mais de 18 anos.
c) tanto na Grécia quanto no Brasil, a democracia era (e é) caracterizada pela participação
universal, ou seja, de toda a população votante e em dia com suas obrigações eleitorais.
d) como no Brasil o voto atual é direto e secreto, o processo democrático torna-se mais
transparente e incorruptível, o que não era possível na Grécia, devido ao controle de poder
dos generais.
Comentários
Essa é uma alternativa que faz uma abordagem clássica sobre Grécia: a política e a participação
política. Trata-se de uma questão comparativa, já que compara dois momentos históricos distintos.
O que sabemos sobre a política ateniense: houve democracia DIRETA, no século V, mas a condição
de cidadão ERA RESTRITA aos homens maiores, nascidos em Atenas e de família ateniense.
Mulheres, estrangeiros e escravos não eram considerados cidadãos e, por isso, não participavam
da vida política da cidade-estado
Hoje me dia, no Brasil, há democracia, mas ela é REPRESENTATIVA. Vota-se em pessoas que, ao
ganharem eleições livres, assumem mandatos eletivos para falar em nome do povo. Além disso,
nem todos podem votar, como menores de 16 anos e estrangeiros sem cidadania brasileira.
Feitas essas considerações, vamos à análise das alternativas:
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(UEPB 2013)
No século V a.C, Atenas vivia o auge de um regime de governo no qual os homens livres
decidiam os interesses comuns de todos os cidadãos.
Assinale a alternativa correta:
a) Platão defendia a valorização das paixões pessoais porque o homem que agia assim em
sociedade considerava as necessidades alheias, favorecendo o fortalecimento do regime
democrático.
b) A democracia ateniense era direta e plena, tendo como cidadãos os homens livres, as
mulheres e os estrangeiros.
c) A democracia da Grécia Clássica garantia os mesmos direitos para todas as pessoas,
embora não defendesse a soberania do homem em relação ao seu destino.
d) As propostas que os atenienses defendiam publicamente eram feitas por meio de
discursos proferidos por sofistas que dominavam a arte da oratória.
e) Para os sofistas, tudo deveria ser avaliado segundo os interesses coletivos para favorecer
a democracia e condenavam os interesses individuais.
Comentários
A democracia ateniense era direta e excludente, uma vez que mulheres, estrangeiros e escravos
não participavam das decisões políticas porque não eram considerados cidadãos. Tendo isso em
mente, vamos usar a técnica de achar a alternativa certa eliminando os erros de cada uma delas.
Assim, passemos à análise das alternativas:
a- Está completamente errado. Platão defendia um esforço racional para um governo
virtuoso, justo e bom. Escrever longos textos sobre seu “projeto político”, ou melhor,
sobre “a política”. Nenhum deles há uma defesa das paixões humanas como
fortalecimento da democracia.
b- O erro da alternativa está em incluir mulheres e estrangeiros entre aqueles que tinham
direito à participação política em Atenas.
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c- Todas as informações estão erradas. Nem todas as pessoas tinham os mesmos direitos
e, além do mais, o homem é o condutor da vida política e social. A polis, como diz o
historiador Pierre-Vernant, é o espaço onde nem os deuses e nem a natureza governa,
mas apenas o homem e sua razão.
d- Está correto. Nessa alternativa, a questão lembra do papel dos discursos e dos sofistas.
Lembro apenas que não eram apenas sofistas que falavam. Péricles e Tucídides eram
generais que falavam em assembleias.
e- Em geral, atribui-se aos sofistas uma perspectiva mais individualista no discurso,
diferentemente dos democratas ou ainda dos filósofos que tinham a defesa do bem-
comum como valor e virtude.
Gabarito: D
(UEPA 2015)
Leia o texto para responder à questão.
Platão:
A massa popular é assimilável por natureza a um animal escravo de suas paixões e de seus
interesses passageiros, sensível à lisonja, inconstante em seus amores e seus ódios; confiar-
lhe o poder é aceitar a tirania de um ser incapaz da menor reflexão e do menor rigor. Quanto
às pretensas discussões na Assembleia, são apenas disputas contrapondo opiniões
subjetivas, inconsistentes, cujas contradições e lacunas traduzem bastante bem o seu caráter
insuficiente.
(Citado por: CHATELET, F. História das Ideias Políticas. Rio de Janeiro: Zahar, 1997, p. 17)
Os argumentos de Platão, filósofo grego da antiguidade, evidenciam uma forte crítica à:
a) oligarquia
b) república
c) democracia
d) monarquia
e) plutocracia
Comentários
A questão remete ao entendimento de Platão sobre o conjunto da sociedade. Repare que ele
iguala, de forma generalizante, o pensamento da maioria das pessoas a “um animal escravo”.
Nesse sentido, este filósofo ateniense acreditava que a maioria não tinha condições de participar
do debate político na ágora: “confiar-lhe o poder é aceitar a tirania de um ser incapaz da menor
reflexão”. A ágora era o espaço da realização da democracia, pois a assembleia era um comício
ao ar livre que reunia centenas de atenienses.
Repare, também, que ele ironiza o espaço da ágora na medida em que faz referência às “pretensas
discussões” neste espaço.
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Diante disso, dentre as cinco formas de governo, ou regimes políticos, listados nas alternativas,
Platão critica a democracia. Com efeito, Platão defendia a Sofocracia, isto é, o governo dos sábios,
dos reis filósofos. Para ele, somente aqueles providos de conhecimento poderiam governar e
tomar à frente da política. Essa concepção de Platão provém de seu entendimento filosófico
segundo o qual que existem dois mundos, o mundo sensível (representa a matéria e as sensações
ao qual estamos inseridos) e o mundo inteligível (representa as ideias, a razão).
Para Platão somos ligados às sensações pessoais e isto nos conduz ao erro pois não podemos
confiar nessas sensações. Somente podemos obter a verdade por meio do mundo da inteligível.
Contudo, o entendimento do mundo inteligível não é para qualquer um, somente para os
filósofos, pois eles buscam o verdadeiro saber. Dessa forma, os filósofos sabem qual é o melhor
caminho para a ampliação do conhecimento e, por conseguinte, o melhor caminho para fazer com
que todas as pessoas da cidade possam se desenvolver. Ainda, os filósofos são os únicos capazes
de conhecer a verdade e devem decidir o destino da cidade.
Neste contexto a democracia seria um empecilho, pois não produz um consenso absoluto,
verdadeiro, além de permitir que pessoas mal preparadas opinem e decidam. Portanto, Platão
estabelece uma severa crítica ao sistema democrático grego
As demais alternativas fazem referência a organizações políticas que restringem a participação,
como oligarquia (governo da elite), monarquia (governo do rei) e plutocracia (governo dos ricos).
Já república é caracteriza por ser uma forma de governo em que se valoriza o espaço público em
oposição ao espaço privado. República não é sinónimo de democracia, pois pode haver uma
república democrática ou mesmo uma república oligárquica.
Gabarito: C
(UEPA 2014)
“No tempo de Péricles (461-429 a.C), o comparecimento à assembleia soberana era aberto
a todo o cidadão. A assembleia era um comício ao ar livre que reunia centenas de atenienses
do sexo masculino, com idade superior a 18 anos. Todos os que compareciam tinham direito
de fazer uso da palavra. As decisões da assembleia representavam a palavra final na guerra
e na paz, nos tratados, nas finanças, nas legislações, nas obras públicas, no julgamento dos
casos mais importantes, na eleição de administradores, enfim na totalidade das atividades
governamentais”.
(BRAICK, Patrícia Ramos e MOTA, Myriam Becho. História: Das cavernas ao terceiro
milênio, 2ª Edição. São Paulo: Editora Moderna, 2010. p. 102).
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Nesse sentido, em razão do aspecto da isocracia, a alternativa D está errada, pois os cidadãos
não eram guiados por uma burocracia. Os próprios cidadãos podiam fazer parte da
administração do Estado, sem contar que os principais assuntos de administração pública
(obras, por exemplo) eram definidos nas assembleias. Ou seja, de fato, a maioria dos
cidadãos governava e não a minoria.
Veja, então, que o tipo de regime político em Atenas era de um governo democrático. Por
isso, a alternativa C está errada, pois a expressão “um regime de governo aristocrático”
invalida a alternativa.
Já a E, apresenta uma competência muito valorizada para os debates públicos da época, a
capacidade de oratória, mas isso não levou a criação de um governo baseado no poder
pessoal. O poder era exercido pela própria assembleia, logo, ele era coletivo, da maioria que
definia os rumos da vida ateniense nesse espaço público. Portanto, essa alternativa também
está errada.
Sobrou, então, a alternativa A, que é nosso Gabarito.
Gabarito: A
(UFES)
Entre as causas do declínio das cidades-estado (polis) da Grécia, é possível destacar o(a):
a) invasão e dominação persa;
b) rivalidade entre as cidades e a disputa pela hegemonia grega;
c) expansão cartaginesa pelo Mediterrâneo;
d) expansão do Império Romano;
e) desaparecimento e morte dos principais reis gregos, quando retornavam da Guerra de
Tróia.
Comentários
Queridas e queridos, questão fácil. Qual a causa do declínio da Grécia? O conflito entre elas
mesmas. Memorize isso!
Gabarito: B
(UEA – 2019)
Discóbolo Lancellotti é cópia romana da escultura grega feita originalmente em bronze, por
Míron, em 450 a.C.
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(UEA – 2018)
O cidadão não é cidadão pelo fato de se ter estabelecido em algum lugar – pois os
estrangeiros e os escravos também são estabelecidos. [...] Por aí se vê, pois, o que é o
cidadão: aquele que tem uma parte legal na autoridade deliberativa e na autoridade
judiciária. (Aristóteles. A política, s/d.)
Aristóteles, filósofo do século IV a.C., fundou e dirigiu, na cidade de Atenas, o Liceu, um
centro de estudos filosóficos. A sua definição de cidadania
(A) referia-se a direitos políticos exclusivos de alguns indivíduos nas cidades.
(B) restringia-se aos governos altamente militarizados das cidades.
(C) desconhecia as práticas políticas efetivas do extenso mundo grego.
(D) abrangia o conjunto da população economicamente ativa na Grécia.
(E) opunha-se ao funcionamento dos regimes democráticos nas pólis.
Comentários
No excerto, o filósofo Aristóteles comenta sobre o que é ser cidadão na polis ateniense. Nessa
época, não era comum que todos os habitantes da cidade tivessem direitos para participarem
das discussões públicas. Isso porque em Atenas somente os homens livres, nascidos de pai e
mãe ateniense, com mais de 18 anos poderiam participar da vida política. Os escravos, mulheres
e estrangeiros eram excluídos desse sistema de decisões.
Visto isso:
A) Correto. Quando ele menciona que o cidadão é aquele que possuí autoridade jurídica, ele
está se referindo a esse grupo seleto de pessoas mencionadas acima.
B) Incorreto. Diversas polis não eram altamente militarizadas, exemplo a própria Atenas.
C) Incorreto. Essa definição de cidadania foi uma das mais exercidas e efetivadas dentro do
mundo grego.
D) Incorreto. Essa definição era excludente, como mencionado nos comentários.
E) Incorreto. Ele funcionou em paralelo ao regime democrático ateniense.
Gabarito: A
(UEA – 2017)
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Às vezes se denomina “Crescente Fértil” a importante região que forma um arco de território
desde o Delta do Nilo através da Palestina e do Levante, estende-se a leste ao longo das
colinas da Anatólia e termina nas montanhas situadas entre o Irã e o Mar Cáspio, incluindo
os vales fluviais da Mesopotâmia. (J. M. Roberts. O livro de ouro da história do mundo, 2001.)
O excerto descreve um espaço geográfico e histórico em que
(A) constituíram-se os padrões culturais europeus, como o teatro trágico, e as organizações
políticas populares, como a democracia.
(B) predominaram a uniformidade cultural, com o emprego de um só idioma, e longo período
de paz social, com a ausência de guerras.
(C) ocorreram mudanças culturais significativas, como a invenção da escrita, e políticas, como
a formação de Estados.
(D) permaneceram precários os contatos entre as comunidades, como nas do centro da
África, e as atividades econômicas, com a coleta.
(E) desapareceram as fontes históricas escritas, como os códigos de leis, e registros
arqueológicos, como as peças de cerâmica.
Comentários
A região do Crescente Fértil também é chamada de Oriente Próximo. Ela é uma terra
muito rica para a produção da agricultura, devido ser localizada entre três rios muito famosos,
o Rio Nilo, Tigre e Eufrates. Pode se dizer o berço da civilização por ter sido onde se constituiu
algumas das primeiras civilizações do planeta, como os egípcios, sumérios, acádios, babilônicos
entre outros. Outro ponto é que o território era plano e de fácil acesso, portanto era um local
de enorme interação entre povos, onde surgiram muitas coisas, como a escrita, a política e os
Estados organizados. Por último, foram espaços de disseminações culturais, e que possuem
registros arqueológicos até hoje.
Com isso, analisando as questões:
A) Incorreto. Essa descrição está atrelada a civilização grega, e não aos povos do Crescente
Fértil.
B) Incorreto. Devido a dominação de diversos povos na região, não predominou nenhuma
cultura em específica no Crescente.
C) Correto. A dinamicidade do espaço fez com que florescesse na região diversas relações
sociais entre os povos que lá viveram.
D) Incorreto. O contato entre os grupos sociais que lá habitaram não era precário, pelo
contrário, era ativo e vivo.
E) Incorreto. Muitos dos objetos dessas populações permaneceram intactas até hoje, e
conservadas em grandes Museus pelo mundo, ou no seu local de origem.
Gabarito: C
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(UEA-2015)
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O túmulo do artesão Sennedjem e de sua esposa Inyferti, que viveram por volta do século
XIII a.C., no Egito, foi decorado com representações de atividades econômicas. Nessa
pintura mural, o artesão e a sua esposa, além de prestarem reverências aos deuses, dedicam-
se
(A) ao trabalho árduo e fatigante pouco favorecido pela proximidade do rio.
(B) aos lazeres da pesca no período anual de inundação das margens do rio.
(C) à coleta de riquezas fornecidas naturalmente pelos solos fertilizados pelo rio.
(D) aos trabalhos agrícolas altamente produtivos nas margens férteis do rio.
(E) à construção de muralhas de contenção das cheias periódicas do rio.
Comentários
Essa questão está inserida no período histórico que chamamos de Antiguidade, que se
estabeleceu em por volta de 4.000 anos antes de Cristo (época da invenção da escrita) até
476 d.C., com o fim do Império Romano.
Passando ao espaço físico, a pergunta está relacionada a civilização egípcia. Ela forma
um dos povos mais antigos de toda a Humanidade, sendo uma das primeiras a ter um sistema
socioeconômico mais complexo, e que notoriamente influenciou outros territórios. Esse
modo de vida que se desenvolveu nessa localidade ficou conhecido como “modo de
produção asiático”, no qual os grupos que lá viviam eram chamados de sociedades
hidráulicas ou de regadio, devido à necessidade de controlar os recursos hídricos e suas
tecnologias – com obras de irrigação, diques, barragens e drenagens – para consolidar e
expandir a produção agrícola. Ainda sobre o espaço dessa sociedade, os egípcios estão
localizados as margens do Rio Nilo, em um território denominado como Oriente Próximo
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(atual Oriente Médio), também conhecida como a região do Crescente Fértil, que também é
formada pelos rios Tigre e Eufrates.
Passados essas informações, analisemos as alternativas:
A) Incorreto. Ao contrário do que é exposto na alternativa, o trabalho as margens do Rio Nilo
favoreciam muito a produção agrícola da região, por se tratar de um espaço desértico, onde
a única fonte fértil para a sobrevivência é as margens do rio.
B) Incorreto. Analisando a pintura, ela não aparenta demonstrar um momento de lazer, e
sim de trabalho do artesão e de sua esposa.
C) Incorreto. O termo riquezas dá a entender que nas margens do Nilo eram recolhidas
coisas preciosas como ouro, ou coisas do tipo, e desvia o foco da opção correta.
D) Correto. Como mencionado nos comentários, a Crescente fértil possibilitou o
desenvolvimento desse povo nas proximidades do Rio.
E) Incorreto. Os egípcios não construíram muralhas.
Gabarito: D
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esse período, os Helenos, assim como os Romanos, foram as sociedades que mais influenciaram
cultural, social, política e economicamente parte da Europa.
Na Grécia Antiga, mesmo que independentes, os grupos sociais que habitavam a região
possuíam duas características em comum: a religião e a língua. Essas eram semelhanças entre
todos os povos que participaram das diásporas ocorridas naquele espaço físico, e os templos
de adoração aos deuses se tornaram uma fonte de união e de renovação cultural para essas
sociedades.
Portanto, indo as alternativas:
A) Incorreto. O texto não aborda que os templos eram as residências dos reis, e sim de um
espaço sagrado e de culto aos deuses antigos.
B) Incorreto. O excerto não faz menção alguma a jogos esportivos.
C) Incorreto. O escrito não faz referência a centro de estudos filosóficos e as civilizações
barbaras.
D) Correto. De acordo com o que foi mencionado nos comentários.
E) Incorreto. Isso não impossibilitou que esses povos divergissem em diversos fatores,
acarretando guerras internas e disputas de poder.
Gabarito: D
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Essa questão está relacionando a historiografia com uma das Guerras mais famosas do
Mundo Antigo, entre Espartanos x Atenienses. O autor grego Tucídides, que viveu aquele
momento, não se atentou somente a dizer o que as duas pólis disseram para justificar a
guerra entre elas, e sim a analisar o contexto por de trás desse conflito. Explicitando que era
somente sua visão sobre os fatos, o historiador, junto com outros intelectuais da época, como
Heródoto, foram os primeiros a pensar o passado como algo a ser estudado, sendo o
segundo nomeado como o pai da História. Eles foram percursores da reflexão histórica, e
seus métodos tiveram enorme influência ao longo do tempo, até que no século XIX, a História
fosse considerada como uma ciência também.
Portanto a única resposta que é coerente com isso, é a alternativa (A). Já as demais,
distorcem ou não tem relação com o que o escritor disse no excerto acima.
Gabarito: A
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Visto isso, baseado no que o autor menciona no texto, o ideal de cidade grega tinha que
ser composto pelo menos em um local para contemplar os deuses, uma praça para se discutir
os problemas políticos da pólis e exercer sua cidadania e intelectualidade, e por fim, um
espaço destinado as mercadorias, onde elas poderiam ser comercializadas, e que deveria ser
próxima a região do Porto, onde ela poderia ser transportada para fora da cidade.
Com isso, percebe-se que a questão é mais interpretativa do que imaginamos, e a única
resposta que se encaixa perfeitamente no que Aristóteles disserta, é a alternativa (A)
“espaços de culto, de decisões políticas e de relações comerciais.”
Gabarito: A
(UEM 2018)
Sobre a antiga civilização grega, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) Sua origem está ligada a duas civilizações que se desenvolveram no sul da Península
Balcânica: a cretense e a micênica.
02) A sociedade espartana era formada basicamente por três classes sociais distintas: os
espartanos (elite social e militar), os periecos (pequenos proprietários e habitantes das
periferias das poleis) e os hilotas (servos).
04) A Lei das Doze Tábuas, promulgada em 450 a.C., era considerada a constituição da
Grécia antiga.
08) A famosa batalha de Poitiers foi a mais sangrenta das batalhas ocorridas durante a guerra
entre Atenas e Troia, deixando aproximadamente dez mil mortos.
16) Heródoto de Halicarnasso escreveu o livro Histórias, utilizando sua própria observação e
a tradição oral de testemunhos oculares para descrever as “guerras médicas”.
Comentários
Para quem não está acostumado com esse tipo de questão, estranha. Mas saiba que há
vestibulares cujas provas são inteirinhas desse tipo. Neste caso, é melhor irmos item por item para
encontrar o Gabarito, ou seja, a somatória dos itens corretos.
01 – Informação correta. Como vimos na aula, o período creto-micênico é o momento originário
do mundo grego. Os cretenses viviam na Ilha de Creta e por serem navegadores entraram em
contato com aqueus, no litoral sul do Peloponeso. Então, formaram a civilização creto-micênica.
Durante muito tempo foram uma grande civilização, inclusive, como ponto de fusão do Crescente
Fértil. No entanto, a partir de 2000 a.C., outros povos foram chegando nessa região - como os
eólios, os jônios (que se estabeleceram onde é Atenas) e os dórios (que formaram Esparta). A
inúmeras invasões foram desintegrando a sociedade creto-micênica.
02 - Os proprietários de terras eram conhecidos como esparciatas, ou espartanos, os quais
formavam a elite. Também existiam homens livre e não proprietários, eram os periecos. Muitas
vezes eram nascidos em Esparta de pais estrangeiros. Não eram cidadãos porque não tinham
direitos políticos, contudo, podiam realizar o comércio e o artesanato. E, claro, pagavam tributos
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ao governo espartano. Nas terras quem trabalhava eram os hilotas, os quais eram servos. Lembre-
se do esqueminha...
(UEM 2016)
Sobre a história da Grécia na Antiguidade Clássica, assinale o que for correto.
01) A sociedade ateniense era formada por três grupos sociais, a saber: os cidadãos
atenienses, os metecos (estrangeiros) e os escravos.
02) Na sociedade ateniense, possuir terras era condição essencial para ser um cidadão. As
famílias ricas viviam na cidade e dedicavam-se à política, à filosofia e à ginástica, enquanto
as suas terras eram cultivadas pelos escravos.
04) Em Esparta, os homens, desde crianças, eram submetidos a uma educação que
privilegiava mais a política e a cultura, e menos a formação de guerreiros.
08) Os espartanos, ao conquistarem as comunidades próximas, atribuíam a denominação de
espartaciatas aos habitantes dessas regiões, os quais cultivavam as terras que pertenciam
aos hilotas.
16) A Guerra do Peloponeso, iniciada em 431 a.C., foi um conflito entre Atenas e Esparta.
Comentários
Os itens 01 e 02 fazem uma boa descrição e síntese da sociedade ateniense. Estão corretos.
Além disso, a política e a cultura eram o foco da educação em Atenas. Diferentemente, em
Esparta a educação era militarizada. Por isso, o item 04 está errada, pois inverteu as
características.
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O item 08 erra porque espartaciatas, ou espartanos, era a própria elite “genuína” de Esparta,
a elite agrária proprietária e detentora de cidadania. Diferentemente hilotas, servos sem
direitos políticos, que estavam na base da pirâmide social.
Por fim, o item 16 está correto. Apenas reforço que a guerra do Peloponeso terminou em
404 a.C.
Gabarito: 01 + 02 + 16 = 19
(UFSC 2018)
O aparecimento da escrita foi tão importante que, durante muito tempo, foi considerado o
marco inicial da História. Foi a terceira forma de comunicação elaborada pelo ser humano e
provocou grande revolução nos seus costumes. Diferentemente da fala e das pinturas
rupestres, a escrita permitiu ao ser humano a comunicação de longo alcance geográfico, a
fixação de leis, de regras e penalidades, que viabilizaram a formação de estruturas sociais e
políticas estáveis. VAIFAS, Ronaldo. História I (Ensino Médio). 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2016,
p. 30.
Sobre a escrita e a comunicação ao longo da História, é correto afirmar que:
01) na região da Mesopotâmia, existia uma escrita chamada de cuneiforme, que serviu,
inclusive, para o registro do Código de Hamurabi, conhecido como o primeiro código de leis
escritas.
02) no Egito antigo, a escrita hieroglífica era privilégio da realeza e só podia ser utilizada para
fins administrativos, sendo absolutamente proibida para registros ou pregações religiosas.
04) o avanço dos conhecimentos na Europa, a partir do século XV, ganhou grande impulso
com a contribuição de Johannes Gutenberg, que, ao desenvolver a impressão com tipos
móveis, renovou radicalmente a tipografia e o alcance das produções escritas.
08) os povos ágrafos, como muitas sociedades ameríndias e africanas, devem ser
considerados menos desenvolvidos do ponto de vista da comunicação por não possuírem
escrita.
16) durante o período medieval, o livre acesso à leitura, através das diversas bibliotecas
espalhadas pelos mosteiros cristãos na Europa, garantiu a consolidação do respeito a
dogmas e doutrinas da Igreja.
32) sancionada como língua oficial dos surdos no Brasil no início do século XXI, a Língua
Brasileira de Sinais (LIBRAS), ao contrário dos idiomas essencialmente orais e auditivos, tem
como característica ser visual e gestual.
Comentários
Essa é uma questão que extrapola o conteúdo dessa aula, mas vale à pena para começarmos a
nos acostumar em responder questões que são temáticas e atravessam os tempos históricos. O
tema, no caso, é: escrita e comunicação;
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Viu, deixa eu falar uma última coisa: Não existe solução mágica para mandar bem na prova.
Apesar disso, existem estratégias que, se utilizadas com afinco e dedicação, podem realizar
sonhos!! Uma ótima professora, um excelente material e um acertado planejamento
individualizado, conforme sua necessidade e suas potencialidades, podem ser o diferencial.
Lembre-se de que cada questão acertada é como um degrau até a sua sonhada aprovação.
E nessa jornada eu orientarei você, sempre!
Utilize o Fórum de Dúvidas. Eu responderei rapidinho! E não se esqueça
de que não existe dúvida boba. Quanto mais você pergunta, mais
conversamos e mais você sintetiza o conteúdo, certo!
Também me procure nas redes sociais. Lá tem dicas preciosas para ajudar
na sua preparação!
Um grande abraço estratégico, Alê
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