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Planejamento e controle de

obras

Aula 7 - Planejamento e controle de obras – da


teoria à prática (Parte II)
INTRODUÇÃO

Imagine que este é o momento de transformar as informações dos projetos e do cronograma em números – mais
precisamente valores.

Por isso, nesta aula, vamos aprender a planejar o orçamento da obra, que prevê o quanto será gasto em materiais,
equipamentos e serviços.

O orçamento permite fazer comparações entre aquilo que foi investido e o que foi, de fato, realizado, a fim de verificar
se a evolução da obra está de acordo com os custos registrados até então.

Vamos lá?.

OBJETIVOS

Elaborar o planejamento financeiro de uma obra.

Propor recursos para execução da obra.

Julgar a contratação de mão de obra e fornecedores.

Identificar a importância da segurança no canteiro de obra.


PLANEJAMENTO FINANCEIRO DE UMA OBRA
O ideal é que a obra só inicie quando seu orçamento estiver pronto.

Para a elaboração de um bom planejamento financeiro, é necessário, primeiramente, levantar todos os custos
relacionados a ela, como de:

Insumos.

Mão de obra.

Aluguel de equipamentos.

Cargas tributárias incidentes sobre as atividades.

Para isso, é preciso conhecer muito bem a quantidade de materiais e serviços consumida em cada etapa da obra.

Feito o levantamento dessas quantidades da forma mais precisa possível, o construtor pode começar a pesquisar
preços, negociar com fornecedores e decidir de acordo com as condições mais vantajosas.

Fonte:

Quanto maior a quantidade de itens orçados, melhores os preços e as condições de pagamento.

Disso resulta a importância de se ter todos os números já levantados corretamente.

Vejamos um modelo de planilha que pode ser utilizada:


Disponível em: https://goo.gl/H8d2DP (glossário). Acesso em: 28 nov. 2017.

O orçamento deve ir junto para a obra como uma ferramenta de gestão e de controle de gastos. É a partir dele que são
gerados outros documentos importantes, como o cronograma físico-financeiro, que identifica se o consumo do
orçamento está condizente com o estágio de sua construção.

Por isso, ele é um forte aliado para melhorar o fluxo de caixa, pois ajuda a conciliar o melhor o fluxo de desembolso
com o de entrada de dinheiro em cada obra, fornecendo uma visão completa das despesas de cada obra.

Para auxiliar nessa etapa de orçamento, podemos:

Utilizar uma solução tecnológica para gerir todas as informações levantadas para fins orçamentários.

Garantir acompanhamento e replanejamento adequados.

Integrar todas as áreas da empresa envolvidas nesse fluxo, facilitando a troca de informações entre canteiro de
obras e administrativo.

As principais vantagens e os benefícios de um planejamento bem realizado são:

• Redução de custos durante a obra;

• Organização e sincronia da obra;

• Otimização de recursos da obra.


BUSCA DE RECURSOS PARA EXECUÇÃO DA OBRA
Com o valor total estimado da obra em mãos, chegou a hora de marcar um cafezinho com seu gerente do banco para
saber de que formas a instituição financeira pode ajudar sua construtora na nova empreitada.

Ele poderá orientar sobre as linhas de crédito disponíveis que tenham taxas de juros mais vantajosas, além de informar
sobre as modalidades de financiamento de construção mais adequadas para seu bolso.

Muitos bancos oferecem, por exemplo, a de imóvel na planta, na qual o construtor não precisa utilizar recursos próprios
para iniciar o empreendimento, e a construção vai evoluindo à medida que as unidades forem sendo vendidas.

O construtor também pode acionar recursos próprios ou utilizar consórcios imobiliários para captar esse valor.

Autorizado pelo artigo 278 da Lei nº 6.404/1976 (glossário) , o consórcio de empresas consiste na associação de
companhias para obterem um objetivo comum, geralmente de custo elevado, como é o caso da execução de obras de
Engenharia.

O saldo apurado no resultado do consórcio é transferido às consorciadas na proporção prevista no contrato.

Como o mercado da Construção Civil ainda está aquecido, as construtoras precisam de mais crédito para financiar as
obras e também gerar mais empregos, uma coisa leva a outro e tudo contribui para o crescimento do País.

Fonte:

Esse setor é de grande interesse para os bancos. Existem aqueles, por exemplo, que têm uma linha de crédito única e
exclusiva: os bancos financiam imóveis na planta para a Pessoa Física.

Entretanto, essa operação só será oferecida para construtoras que também utilizarem as linhas de crédito do banco
para viabilizar seu investimento. Dessa forma, a construção é mais rápida, a venda é mais fácil, e a construtora cumpre
com o prazo de entrega.

Saiba mais
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Para continuar lendo sobre a busca de recursos para a execução da obra, clique aqui. (galeria/aula7/docs/busca_recursos.pdf)

CONTRATAÇÃO DE PROFISSIONAIS
Já sabendo do tipo e da quantidade de mão de obra que será necessária na execução do projeto, os quais estarão
especificados em documentos como projetos, cronogramas e orçamentos, o ideal é providenciar a contratação de
profissionais para todas as etapas da obra antes mesmo de ela começar.

A área de Construção Civil possui uma grande oferta de profissionais, desde empresas que cuidam de toda a obra – ou
partes específicas dela – até profissionais autônomos.

Ao firmar contrato com uma empresa terceirizada, por exemplo, a construtora não precisa admitir funcionários com
habilidades tão específicas, pois essas empresas já possuem estruturas montadas para atender essas demandas.

No caso de optar pela contratação de profissionais específicos para cada etapa, como eletricistas e gesseiros para as
etapas de acabamento, por exemplo, o ideal é a construtora contar com um banco de profissionais de referência, que já
tiveram seu trabalho recomendado e até contratado pela empresa em outra ocasião.

O mesmo deve acontecer com os fornecedores de matéria-prima e equipamentos:

Fonte:

Se você já sabe o quanto vai precisar e para quando, por que não já deixar tudo acertado para não ficar para a última
hora e evitar atrasos no cronograma?

Dessa forma, assim que você estiver com a lista de insumos e equipamentos a serem utilizados em mãos, será hora de
solicitar cotações.

Para deixar esse processo ainda mais ágil e assertivo, hoje é possível contar com ferramentas que disponibilizam as
solicitações de cotações para diversos fornecedores e cruzam os dados recebidos para facilitar a avaliação da
construtora.

Ao fazer seu cadastro nesse sistema, o fornecedor é acionado e pode incluir diretamente todas as informações que
você solicitar, como preço, prazo de entrega e condições de pagamento.

CONTRATAÇÃO DE MÃO DE OBRA


Na hora de contratar a mão de obra a parte mais difícil é contratar profissionais éticos e eficientes para realizar o
serviço.

O primeiro passo ao começar uma obra é contratar um responsável por ela, seja um arquiteto, engenheiro ou tecnólogo
com formação na área.

Ele dará o apoio não somente para a contratação da mão de obra, mas também para a especificação correta da
reforma, o que é mais importante, pois, em muitos casos, exige projetos.
Esse tipo de profissional também assegura que as melhores técnicas sejam empregadas. Devemos escolhê-lo com
base nos trabalhos já executados por ele e na satisfação de clientes antigos.

A análise de casos deve ter por base projetos similares ao que o contratante deseja realizar no que diz respeito ao
porte e grau de dificuldade da obra.

Esta é uma das boas e velhas formas de conduzir a obra: perguntar para a mãe, o cunhado, o vizinho e o amigo quem
foi o pedreiro, arquiteto, engenheiro, empreiteiro, eletricista, pintor ou marceneiro que trabalhou em sua casa. Assim, dá
para saber se a pessoa é de confiança, se deixa o lugar limpo, se promete e não cumpre ou se costuma atrasar.

Saiba mais
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Para continuar lendo sobre contratação de mão de obra, clique aqui. (galeria/aula7/docs/contratacao_mao_de_obra.pdf)

CONTRATAÇÃO DE FORNECEDORES
Existem várias formas para a avaliação e qualificação de um novo fornecedor. Toda construção precisa ter um
procedimento para cadastro de fornecedor. Ela começa avaliando:

A análise de casos deve ter por base projetos similares ao que o contratante deseja realizar no que diz respeito ao
porte e grau de dificuldade da obra.

Esta é uma das boas e velhas formas de conduzir a obra: perguntar para a mãe, o cunhado, o vizinho e o amigo quem
foi o pedreiro, arquiteto, engenheiro, empreiteiro, eletricista, pintor ou marceneiro que trabalhou em sua casa. Assim, dá
para saber se a pessoa é de confiança, se deixa o lugar limpo, se promete e não cumpre ou se costuma atrasar.

Os históricos recentes de vendas.

O atendimento a prazos.

As certificações – como ISO 9001.

Fonte:

Tudo isso é feito a partir do ponto de vista de um auditor. Não deve ser somente uma questão de preço.
Ao se estabelecer uma cadeia de fornecimento, é importante que se entregue no prazo, com qualidade, características
e especificações requeridas – prática não muito comum no setor da Construção Civil.

Portanto, a qualificação de um fornecedor é estratégica, mas sua homologação não é algo definitivo.

A construção precisa retomar o processo periodicamente e avaliar sua cadeia de fornecimentos, pois existem produtos
que são críticos ao processo da construção: os itens primários (como concreto e aço). Para esses itens, é desejável
sempre ter uma gama de fornecedores aptos a atender no prazo e em condições comerciais. 

A mudança de fornecedor será sempre necessária quando os requisitos mínimos de qualidade, segurança,
disponibilidade, preço e bom atendimento não forem cumpridos.

SEGURANÇA NO CANTEIRO DE OBRA


A segurança é uma das maiores preocupações de todos aqueles que trabalham diariamente em canteiros de obra.

De acordo com a última atualização do Anuário Estatístico da Previdência Social, entre 2007 e 2013, foram
registrados cinco milhões de acidentes de trabalho no Brasil. Os dados também mostraram que a Construção
Civil é o quinto setor econômico com o maior número de acidentes e o segundo mais letal aos trabalhadores.

Conforme destaca a Previdência Social, a construção de edificações é o segundo setor com o maior número de mortes
em acidentes de trabalho no País, perdendo apenas para a área de transporte rodoviário de carga.

Todos os envolvidos no projeto, de engenheiros a pedreiros, devem estar cientes dos riscos aos quais estarão expostos
na execução da obra. Cabe à construtora fazer essa avaliação e repassar essas informações por meio de treinamentos
teóricos e práticos inclusive aos trabalhadores terceirizados, antes da obra iniciar e durante ela também.

As capacitações são o momento de repassar orientações de segurança, como medidas de prevenção e de controle em
situações de emergência, e de conscientizar quanto à importância de seguir essas instruções.

Também é necessário o investimento em Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) (glossário) e Equipamentos de


Proteção Coletiva (EPCs) (glossário) de qualidade, e adequados à carga e às exigências de cada serviço.

Exemplos
,
• Capacetes;

• Óculos de proteção;

• Protetores auditivos;

• Cintos de segurança;

• Trava-quedas.
A construtora precisa, ainda, certificar-se de que o estado de saúde de todos é compatível com o trabalho a ser
realizado, por meio da emissão de Atestados de Saúde Ocupacional (ASOs).

Além disso, deve seguir à risca todas as Normas Regulamentadoras (NRs) aplicadas ao setor, como é o caso da NR-35,
que estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para os trabalhos em altura.

Atenção
,
O trabalho em altura é responsável por 40% dos acidentes de trabalho no Brasil, de acordo com dados do Ministério do Trabalho
e Emprego (MTE). Por isso, merece atenção especial antes de a construtora iniciar os trabalhos. A maioria dos acidentes deve-se
à negligência de métodos de trabalho adequados no canteiro de obras.
Os três principais motivos que comprometem a segurança dos empreendimentos são:

Mau uso dos equipamentos de proteção

Nas obras, há muitas tarefas consideradas perigosas. Além disso, alguns trabalhadores e
gestores não verificam o uso de EPIs e EPCs. Esses instrumentos são fundamentais para
evitar danos à integridade física e à saúde do trabalhador.

Uso de maquinário antigo

Em muitas construções, os responsáveis não se atentam em renovar a frota de


equipamentos para construção.

Além de apresentar baixo desempenho, a máquina antiga pode sofrer estragos inesperados
que comprometem toda a integridade física do colaborador. O ideal é sempre renovar o
maquinário e ter uma política de manutenção que garanta o funcionamento e não cause
nenhum tipo de acidente.

Pressa nas obras

Cada etapa do empreendimento possui serviços complexos que demandam atenção dos
trabalhadores.

Com a redução da carga horária de 42 para 36 horas, há uma pressão em cima dos
operários para agilizarem o desenvolvimento da obra, evitando assim possíveis atrasos.

Devido a essa pressa, os colaboradores sempre utilizam técnicas improvisadas que não
obedecem às diretrizes das normas regulamentadoras, colaborando para o aumento do
número de acidentes.

O ideal é estabelecer um planejamento adequado analisando equipamentos, materiais, métodos, condições


topográficas etc.

Elaborar um cronograma realista permite identificar qual a melhor forma de aplicar os recursos e melhorar a qualidade
da obra sem comprometer a higiene e segurança de todos os que estão envolvidos no empreendimento.

Todos os trabalhadores devem compreender essas normas. Além das técnicas de segurança do trabalho, eles devem
ficar atentos a tudo que acontece no espaço onde trabalham, verificando fatores físicos, químicos e biológicos que
podem prejudicar a saúde.

Saiba mais
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Para continuar lendo sobre segurança no canteiro de obra, clique aqui. (galeria/aula7/docs/seguranca_canteiro_obra.pdf)

EXERCÍCIOS
Questão 1: Os consórcios imobiliários são:

Financiamentos de imóveis na planta para a Pessoa Física.

Financiamentos de imóveis na planta para a Pessoa Jurídica.

Associações de companhias para alcançar objetivos diversos.

Associações de companhias para alcançar um objetivo comum.

N.R.A.

Justificativa

Questão 2: Na hora de contratar a mão de obra, a parte mais difícil é selecionar profissionais éticos e eficientes para
realizar o serviço. Ao começar uma obra, o primeiro passo é escolher um responsável com formação na área, que pode
ser:

Bombeiro, eletricista ou pedreiro.

Bombeiro, arquiteto ou tecnólogo.

Arquiteto, engenheiro ou tecnólogo.

Arquiteto, engenheiro ou bombeiro.

Mestre de obra, pedreiro ou tecnólogo.

Justificativa

Questão 3: Correlacione as duas colunas de acordo com os tipos de equipamentos utilizados em uma obra:

I – EPI

II - EPC

( ) Capacete

( ) Corrimão

( ) Sinalizadores

( ) Protetor auricular

Agora, assinale a opção que apresenta a sequência correta:

I - II - II - I

II - I - I - II

I - II - I - II

II - II - I - I

I - I - II - II

Justificativa
ATIVIDADE
O planejamento é a função administrativa que compreende a seleção de:

• Objetivos;

• Diretrizes;

• Planos;

• Processos;

• Programas.

Para que os objetivos sejam alcançados dentro da máxima eficiência, é indispensável que a empresa obtenha
harmonia entre os recursos físicos e financeiros por meio do planejamento racional, a fim de conseguir a definição
precisa dos recursos necessários, compatíveis com os prazos e custos.

Diante de deficiências na função administrativa, o que pode ocorrer?

Resposta Correta
Glossário
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIS)

Todo dispositivo ou produto, de uso individual do trabalhador, destinado à proteção contra riscos capazes de ameaçar a
segurança e a saúde.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPCS)

Aqueles que envolvem uma gama variada de equipamentos com diferentes funções, tais como:

• Enclausuramento acústico de fontes de ruídos – volume propagado inferior a 80 dB;

• Ventilação e exaustão no ambiente de trabalho;

• Proteção de partes móveis de máquinas e de equipamentos;

• Capelas de segurança biológica e química – que restringem o risco de contaminação a um só local;

• Estruturas de ancoragem e plataformas de segurança em áreas altas;

• Sistemas de sinalização;

• Corrimões;

• Sirenes para incêndios;

• Iluminação;

• Pisos antiderrapantes;

• Fitas demarcadoras;

• Chuveiros lava-olhos.

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