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Saiba o que é e o que deve conter um projeto executivo

O projeto é a fase que antecede a execução da obra. Ele se divide em


várias etapas: estudo preliminar; anteprojeto; projeto legal e projeto executivo.
O projeto tem como finalidade planejar e indicar as etapas da construção,
assim como determina como, quando e de que maneira será construída a
edificação.
Embora a importância do projeto seja imensa, muitos profissionais ainda
não conhecem todas as informações necessárias sobre o projeto executivo de
arquitetura, e, quando conhecem, costumam não dar o devido valor.
Dessa forma, fizemos este artigo para tratar de forma profunda sobre o
assunto, falando sobre o que é, qual a diferença entre projeto básico e projeto
executivo, como fazer este documento essencial e quem é o responsável por
fazê-lo legalmente.

Índice
 O que é projeto executivo?
 Qual a diferença entre os projetos básico e executivo?
 Como fazer o projeto executivo
 Quem é o profissional responsável?

1. O que é projeto executivo?

O projeto executivo é o documento que oferece as maiores informações


sobre a obra entre todos os projetos existentes na legislação brasileira. O
detalhamento de projeto nessa etapa é muito superior às etapas anteriores,
pois o projeto executivo serve como um manual de instruções para quem está
no canteiro de obras.
A definição de projeto executivo pode ser encontrada no Manual de
Obras Públicas. Segundo este manual, o projeto executivo consiste:

“Conjunto de informações técnicas necessárias e


suficientes para a realização do empreendimento,
contendo de forma clara, precisa e completa todas as
indicações e detalhes construtivos para a perfeita
instalação, montagem e execução dos serviços e obras
objeto do contrato”.
Vale destacar que o projeto executivo não é um novo projeto, mas sim
uma extensão e detalhamento do que já foi produzido anteriormente no
anteprojeto, também conhecido como projeto básico.
Ademais, ele deve estar de acordo com as determinações da ABNT —
Associação Brasileira de Normas Técnicas, especialmente no que diz respeito
à representação e o que deve conter uma planta de projeto executivo.
Desse modo, é importante não deixar de incluir todas as partes
necessárias e formatar o documento da forma que é pedido pelo órgão. Caso
isso não seja feito, o projeto executivo pode perder a validade e a empresa
enfrentar diversos problemas para obter alvarás e licenças para a obra.
Outro problema que pode ser gerado pela não adequação do projeto
executivo às normas existentes está na perda de processos de licitação.
2. Qual a diferença entre os projetos básico e executivo?

Embora sejam documentos diferentes por essência, muitos profissionais


confundem o projeto básico com o projeto executivo. Como já falamos sobre o
projeto executivo, falaremos agora o que é o projeto básico e, posteriormente,
como eles se diferenciam entre si.
O projeto básico, também conhecido como anteprojeto, é a proposta
final a ser apresentada ao cliente. Ele deve conter:
 Plantas baixas;
 Planta de cobertura;
 Fachada;
 Cálculo de dimensões das áreas;
 Estrutura do projeto;
 Apresentação em 3D e outros aspectos gráficos.
Nessa etapa de projeto, o cliente é peça fundamental e deve aprovar
todos os pontos: distribuição dos espaços, forma da edificação, escolha dos
materiais, estrutura do projeto, entre outros elementos.
Essa etapa é a fase que antecede a execução da obra. Dessa forma, é o
momento para pedir as últimas alterações e mudanças. Caso isso não
aconteça, e essas solicitações ficarem para depois, mudanças no projeto
deverão ser feitas, o que irá gerar perda de tempo, recursos e mais gastos.
Dessa forma, a diferença principal entre o projeto básico e o executivo é
que o primeiro é feito para o cliente. Dessa maneira, contém informações mais
gerais sobre a edificação, mas que indicam todas as informações que o cliente
precisa saber para aprovar a construção da edificação.
Já o projeto executivo não é feito para o cliente, mas sim para os
profissionais que atuam no canteiro de obra. Dessa maneira, contém
informações completas sobre a edificação, materiais que serão utilizados e a
forma como a construção deverá ser feita.
Funciona, basicamente, como um manual de construção para os
operários da construção civil. Por isso, deve apresentar informações claras e
precisas sobre o processo. Caso algum erro ocorra na obra, geralmente o
problema se dá por algum equívoco no projeto executivo ou erro de execução.
Além disso, pode existir um erro de representação e comunicação entre
o projeto e o responsável pela execução da obra. Por isso é importante contar
com bons profissionais e com uma padronização dos projetos.

3. Como fazer o projeto executivo

O projeto executivo deve conter todos os detalhes do projeto básico com


acréscimo de informações. Dessa maneira, ele deve apresentar:
 Cálculos estruturais;
 Plantas e desenhos detalhados;
 Especificações técnicas;
 Quantitativo de materiais e equipamentos;
 Preços negociados;
 Planilhas de orçamento.
Além disso, para evitar surpresas e erros estruturais durante a execução
das obras, o projeto executivo deve conter também relatório técnico com
complementação do memorial descritivo, além do memorial de cálculo.
Deve apresentar também o orçamento detalhado da execução dos
serviços e obras. Um bom jeito de acertar no projeto executivo é ter ideia do
que não fazer, grande parte dos projetos não aceitos em licitações públicas,
ou mesmo de obras embargadas pelo governo, apresentam erros no projeto
executivo.
Desenhos técnicos sem revisão, superfaturamento, erros de cálculo e
informações não precisas são alguns dos problemas mais recorrentes que
podem levar a acidentes, perda de recursos de clientes e empresas durante a
obra ou mesmo interdição e paralisação da construção.
Vale destacar que, dependendo da gravidade da situação e do tipo de
obra que é realizada, as obras públicas, por exemplo, a empresa e
profissionais responsáveis pelo projeto executivo — engenheiros e arquitetos
— podem enfrentar problemas na esfera judicial.
Entre os exemplos maiores do que não fazer, temos a Refinaria de
Abreu e Lima, iniciada no ano de 2005 e com custo estimado em US$ 2,5
bilhões. As obras da refinaria foram iniciadas antes mesmo da Petrobras
apresentar o projeto básico completo.
Dessa maneira, o projeto executivo ficou prejudicado e foi impossível de
ser colocado em prática. Afinal, o projeto executivo deve acompanhar a
execução da obra, orientando a construção, e não chegar após a construção já
ter iniciado.
À medida que as obras avançaram, os erros por conta da falta
de planejamento e projeto começaram a aparecer e se tornaram
insustentáveis, aumentando os gastos da obra de forma exponencial.

4. Quem é o profissional responsável?

O responsável pela elaboração do projeto executivo é aquele que está à


frente do projeto, arquitetos ou engenheiros. Apesar de ambos apresentarem
atribuições legais para elaboração do projeto executivo, recomenda-se,
especialmente para obras civis, a contratação de um arquiteto.
O profissional arquiteto apresenta qualidades diferenciadas para
elaboração do projeto executivo, devido à sua formação e vivência profissional.
Contudo, existem tipos de projeto e construção que se encaixam melhor a um
engenheiro. Como tudo no universo da construção, depende de cada caso.
Para outros casos, o designer de interiores também é responsável pela
elaboração de projetos executivos, mas apenas para projetos de design que
não afetem a estrutura ou precisem de serviços de construção, demolição ou
ampliação de espaços.
Sendo assim, o projeto executivo é um importante documento para o
canteiro de obras, pois serve como manual para os operários que atuam em
campo. Por isso, deve ser feito com cuidado e seguindo as regras legais e da
empresa para oferecer um melhor resultado.
Saiba também por que o projeto estrutural é fundamental para
qualquer obra.
O que é e como fazer um projeto executivo de arquitetura?

A etapa mais importante de um projeto, se considerarmos o impacto do


nosso trabalho na sociedade, é sem dúvida o projeto executivo de
arquitetura. É nele que toda a contextualização histórica, todo o trabalho de
pesquisa e levantamento de dados, todo ordenamento e solução dos
problemas do cliente, toda a solução estética geral, culminam.
Esta etapa pode colocar tudo a perder se não representar de forma clara
e sucinta tudo o que os construtores, fornecedores e clientes precisam
entender.
Por isso, vamos te ajudar a construir um projeto arquitetônico executivo
impecável, que irá garantir o sucesso da sua carreira.

O que é projeto executivo?

A lei 8.666 de 1993 define que toda obra precisa ter um projeto, que se
divide em projeto básico e executivo.
O projeto básico reúne os elementos que definem a obra. Seu objetivo
é mostrar com precisão as características básicas do empreendimento. É
basicamente a fase que define as etapas, elementos e serviços que
constituirão a obra.
Ela é caracterizada por estudos preliminares, anteprojeto, estudos de
viabilidade técnica e econômica, entre outros. São realizados trabalhos como
levantamento topográfico, sondagem, projeto de fundações, projetos de
instalações elétrica e hidráulica e assim por diante.
Já o projeto executivo de arquitetura detalha e se aprofunda mais nos
elementos da obra. De acordo com o Manual de Obras Públicas, o projeto
executivo é “o conjunto de informações técnicas necessárias e suficientes para
a realização do empreendimento, contendo de forma clara, precisa e completa
todas as indicações e detalhes construtivos para a perfeita instalação,
montagem e execução dos serviços e obras objeto do contrato.”
Ou seja, não é construído um novo projeto, mas é realizado o
detalhamento das etapas constituintes do projeto básico. Em sua construção,
ele precisa seguir as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT).
Se não seguir esse modelo, ele pode perder a sua validade e será mais
difícil obter os alvarás e licenças para o início da obra.
O projeto arquitetônico executivo ainda deve conter um relatório técnico
com a revisão e complementação do memorial descritivo e do memorial de
cálculo. Isso evitará surpresas e erros estruturais durante a execução da obra.
A confecção de um projeto executivo de arquitetura bem detalhado irá
garantir a produtividade durante a execução da obra. Como todas as decisões
relativas à construção estão claras e explícitas no projeto, os funcionários não
irão precisar parar para tirar dúvidas ou corrigir problemas.

Como fazer um projeto executivo de arquitetura

Se você quer ser um arquiteto de sucesso e reconhecido no mercado,


precisa saber fazer um projeto executivo de arquitetura impecável. É esse
material que irá revelar a qualidade do seu trabalho.
Veja os elementos e detalhamento do projeto executivo:
 Plantas e desenhos detalhados;
 Elevações;
 Cortes;
 Cálculos estruturais;
 Especificações técnicas;
 Especificações de execução;
 Tabelas de áreas;
 Quantitativo de materiais e equipamentos;
 Planilhas de orçamento;
 Preços negociados.

Em cada um dos desenhos que serão inseridos no projeto arquitetônico


executivo é preciso constar o norte magnético, as cotas horizontais, as
indicações de mudança de nível, de caimento de telhado e outras
recomendações sobre a construção.
O projeto executivo de arquitetura deve ter as seguintes escalas:

 Quadro de materiais de acabamento;


 Quadro geral das áreas;
 Maquete detalhada;
 Orçamento do projeto;
 Elaboração de As Built;
 Planta de Localização e Situação;
 Planta Baixa de Layout;
 Planta Esquema Sistemas Hidráulico e Elétrico;
 Planta de Forro;
 Planta de Acabamentos e Isolamentos;
 Planta de Paginação de Piso;
 Planta de Decoração;
 Planta de Paisagismo e Pavimentação Externa;
 Elevações;
 Cortes longitudinais, transversais e seções parciais;
 Quadro geral de áreas.

Esse checklist serve tanto para projetos maiores quanto para projeto
executivo residencial.
 Conheça 3 projetos de arquitetura sustentável para se inspirar

Otimizando a elaboração do projeto

Há uma lista de documentos e desenhos que integram a definição de


projeto executivo de arquitetura na NBR 13532/1995, mas é muito
importante estar atento às circunstâncias para flexibilizar os padrões de
representação, mudar a quantidade de cada tipo de material entregue ou
elaborar formas inovadoras de traduzir o estudo preliminar aprovado em
material compreensível de acordo com o grau de conhecimento de cada parte
envolvida na obra.
Podemos exemplificar essa situação da seguinte forma:
um escritório atende ao padrão da norma ao fazer um detalhe de escada, com
planta, cortes, vistas, ampliações, etc. Porém toda a burocracia padrão, em
certos casos, pode ser resolvida com uma reunião de 15 minutos em torno de
um modelo 3D virtual refinado que já havia sido construído etapas antes. É
necessário apenas de alguns ajustes para que possam ser extraídos todos os
desenhos do mesmo.
Como tempo é dinheiro e tempo economizado em desenho significa
mais tempo dedicado à solução de problemas ou ao acompanhamento da obra, é
muito importante manter um fluxo de projeto no qual não haja perda de
informações de uma etapa para a outra.
Também é importante que não seja necessário o redesenho dessas
informações e questões já solucionadas. Isso dependerá crucialmente da
integração entre as equipes de um escritório e das ferramentas utilizadas.

Softwares

Desde os anos 80, ferramentas de representação novas surgem a uma


taxa muito mais rápida do que a normatização ou legislação vigente poderão
acompanhar. Por isso, olhos e ouvidos abertos a essas inovações lhe ajudarão
a se manter competitivo.
Softwares gratuitos como o Dalux BIM Viewer, no qual se pode caminhar
em realidade virtual em um modelo BIM de projeto executivo com todas as
demais disciplinas integradas, tirar medidas, acessar especificações de cada
objeto, a partir de qualquer smartphone ou tablet, são o exemplo disso.
Outro fator muitas vezes subestimado por arquitetos desde a sua
formação acadêmica à hora de elaborar e precificar um contrato é a
compatibilização de projetos complementares durante a confecção do projeto
executivo.
Conhecimentos gerais e capacidade de revisão de outras disciplinas são
indispensáveis na hora de discutir e negociar soluções com os colaboradores.
Isso pode economizar tempo e etapas adicionais de retrabalho ao escritório.
Além disso, leva a uma obra concisa e sem imprevistos.
Nos projetos de menor escala isso acontece também entre a equipe de
projeto e fornecedores ou prestadores de serviço. É igualmente necessário
objetivar, antes de qualquer reunião com terceiros, que resultado estético ou
funcional se pretende com aquele produto/serviço, por mais que não se
entenda completamente o potencial do mesmo.
Colocando essas práticas em observação, o resultado de um projeto
executivo deverá ser mais do que suficiente: palpável, efetivo, exequível. O
produto entregue poderá variar entre escritórios e até circunstancialmente em
cada projeto.
Para um jovem profissional recomenda-se analisar minuciosamente a
relação de material de entrega antes do início de cada caso, para que isso não
gere imprevistos ou transtornos com o cliente, mas também manter uma mente
aberta em como adequar essa relação a cada situação.

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