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Dicas de orçamentos

de obras
MURILO REIS

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Autor

MURILO REIS
Engenheiro Civil (UEMA). Mestre em Processos Construti-
vos e Saneamento (UFPA). Pós-graduado em Engenharia de
Segurança do Trabalho (UEMA); Engenharia Ambiental
(UNICEUMA), Engenharia de Avaliações e Perícias (UGF) e
Engenharia de Produção (UEMA). Líder Coaching, autor do
livro “Precisa-se de engenheiro: como construir sua carreira
em bases sólidas.”. Possui experiência em execução e
gestão de obras, engenheiro de banco público na área de
orçamento de obras e licitações há 11 anos.

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Introdução

O ofício de orçar obras de construção é uma ciência muito antiga, tão


antiga que é encontrada uma passagem bíblica que trata do
orçamento de obras:

Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se


assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se
tem com que a acabar?

Para que não aconteça que, depois de haver posto os


alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem
comecem a escarnecer dele,

Dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar.

Lucas 14:28-30

Observa-se que nessa passagem bíblica a preocupação é a de Orçar


uma obra errando para menos, e ficar com a mesma inacabada por
falta de recursos, pois se faz uma programação financeira em cima do
orçamento estimado e no decorrer da obra percebe-se ser
insuficiente. Situação bem comum no nosso País. Quem nunca viu
uma obra inacabada?

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Mas também pode haver erro de orçamento para maior. Nesse caso
poderá se pagar ao executor da obra um valor maior do que é devido
com desperdício de recursos do contratante. Atenção especial é
necessária se a obra for com dinheiro público, pois nesse caso o
orçamentista pode inclusive incorrer em crime por superfaturamento
de obra.

Ambos os casos podem acontecer, pois orçar uma obra é um exercício


de futurologia, ou seja, vai se estimar os custos de algo que ainda não
saiu do papel. Para isso deve-se utilizar muito conhecimento técnico
e experiência por parte do orçamentista, além de ter projetos bem
definidos e detalhados.

Uma obra é composta por insumos (materiais, mão-de-obra e


equipamentos) e sendo assim para um correto orçamento é
necessário mensurar o consumo de cada um desses insumos no
decorrer da execução do empreendimento. Para isso recorremos a
valores médios de consumo que podem ou não se confirmarem na
obra devido a inúmeros fatores. Portanto:

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TODO ORÇAMENTO DE OBRA É UMA ESTIMATIVA. O VALOR EXATO SÓ
PODE SER IDENTIFICADO APÓS A CONCLUSÃO DA MESMA.

Fatores que levam a diferenças entre o orçamento e o custo real:

• Insumos utilizados na obra.


• Produtividade efetivamente conseguida na obra.
• Consumo real dos materiais e equipamentos.
• Influência externas ocorridas durante a sua execução (chuvas,
feriados, obsolescência de equipamentos).
• Distâncias e tipos de transportes efetivamente utilizados.
• Incidência de tributos relativos à obra.
• Influência dos custos indiretos efetuados na obra.

É importante ainda saber que além de determinar os custos


prováveis da obra, um orçamento tem outras utilidades, como:

• Levantamento dos insumos a serem utilizados na obra


• Obtenção de índices para gerenciamento da obra
• Dimensionamento de equipes
• Elaboração de cronogramas
• Análise de viabilidade

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O que é necessário para orçar uma obra?

Inicialmente como já dito é


necessário um projeto bem definido,
compatibilizado e detalhado.
Quando falamos em projeto nos
referimos a parte gráfica, memorial
descrito e especificações técnicas.
Quanto melhor for o projeto, menor
a possibilidade de erro no processo
de orçamentação.

Além disso é necessário um profissional (orçamentista) que tenha


experiência no tipo de obra que está orçando, ou seja:
UM BOM ORÇAMENTISTA, NÃO É ORÇAMENTISTA DE TODO TIPO DE
OBRA. ELE SERÁ UM BOM ORÇAMENTISTA DAS OBRAS EM QUE TEM
EXPERIÊNCIA DE CAMPO E CONHECIMENTO TÉCNICO.

Isso é fundamental pois o orçamentista tem em mãos um projeto e ele


precisa para fazer um orçamento correto imaginar cada etapa da obra
acontecendo e identificar os insumos necessários para executa-la.
Nem tudo está explicitado no projeto. Somente com essa capacidade
de abstração o orçamentista consegue realizar essa identificação
corretamente, entender todas as dificuldades para execução de cada
serviço que compõe a execução do projeto.

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Além do projeto que informações a mais o
Orçamentista precisa saber para elaboração do
orçamento?
• Forma de contrato (critérios de medição, prazo, jornada de
trabalho...)
• Conhecer o local de execução da obra (vias de acesso,
disponibilidade de insumos...)
• Conhecer o planejamento da obra

Sim. É necessário conhecer ou conceber um planejamento da obra,


pois muitos dos custos de uma obra advém da duração que ela terá.

Por exemplo, como incluir o custo de um engenheiro da obra sem


saber qual a duração da obra?

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Quais as etapas
para orçar
uma obra?

1. Identificação dos serviços necessários (EAP) através dos projetos e


do plano de ataque da obra (sequência executiva)
2. Conhecer em detalhes as especificação de tais serviços
3. Quantificar esses serviços através de levantamentos nos projetos
(área, volume, peso, distâncias...)
4. Elaboras as composições de custos unitárias ou busca-las em
tabelas referenciais
5. Pesquisar os preços de cada insumo, se atentando especialmente
para o custo da mão-de-obra que compreende o salário, os encargos
sociais, trabalhistas, indenizatórios e complementares, além de
eventuais valores de pagamento por produtividade.
6. Calcular os custo desses serviços
7. Acrescer os custos indiretos, que são todos aqueles custos que não
fazem parte diretamente dos serviços da obra, mas que são
necessários para que a obra aconteça como, por exemplo:
administração local da obra, canteiro de obras, controle tecnológico
de materiais, custo de manutenção do canteiro, etc.

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8. Acrescer o BDI (%), que é composto do Lucro da construtora mais
algumas despesas de difícil mensuração como: Administração
central, impostos sobre a obra (não confundir com encargos
trabalhistas), despesas financeiras, risco do empreendimento,
seguros e garantias por ventura exigíveis.

É importante ainda ter o conhecimento que existem diferenças na


forma de elaborar orçamentos de obras públicas e privadas. As obras
públicas possuem critérios mais rígidos exigidos por meio da
legislação e de acórdãos de órgãos de controle.

Também é importante frisar que ainda não existe uma norma técnica
(NBR) que defina claramente e padronize procedimentos, sendo
assim existem ainda formas e entendimentos diferentes das maneira
de elaborar um orçamento.

É uma área que necessita constante estudo e atenção pois podem


haver mudanças significativas em pouco espaço de tempo devido a
alteração de legislação e no mercado existem ainda poucas opções de
bibliografia, sendo que muitas delas encontram-se com informações
obsoletas.

Esperamos ter ajudado, e podem contar conosco!

Forte abraço!

Eng. Murilo Reis


@eng.jmuriloreis
(98) 98806-0809

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