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Exasiu EXTENSIVO
Exasiu
História Moderna I
Renascimento; antigo regime; estado moderno e o absolutismo monárquico;
reformas religiosas e a Inquisição; mercantilismo
AULA 04
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AULA 00: ANTIGUIDADE
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Estratégia Vestibulares – Aula 04 – História Moderna I
Sumário
Introdução .......................................................................................................................... 4
1. Antigo Regime: Sociedade Europeia na Época Moderna ................................. 6
1.1 – Sociedade Estamental .................................................................................................. 7
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Nesta aula começaremos a estudar a Idade Moderna, dentro do bloco História Geral.
Novamente estamos em um momento de transição de um velho mundo medieval para um novo
mundo moderno. Falaremos da formação de uma nova mentalidade que enfrentará muita
resistência para se firmar e se consolidar.
E não me canso de afirmar para você toda questão de história é imperdível! Você precisa
estar preparado para TUDO! Não esquece:
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Como tarefas importantes nessa trajetória, quero lembrá-lo de fazer seu controle de
temporalidade. Atente-se para o período que começamos a estudar e em que momento
terminaremos na aula de hoje. Reforço que, nesta aula, nos aprofundaremos nas experiências dos
séculos XV, XVI e XVII.
Se você tiver dúvidas, utilize o Fórum de Dúvidas! Eu vou te responder bem rapidinho. Ah,
não tem pergunta boba, ok? Vamos começar? Já sabe: pega seu café e sua ampulheta. Bora!!
XV XVII
XVI
Dito isso, vamos mergulhar nessa história!
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INTRODUÇÃO
Chegamos ao período que se convencionou chamar de Moderno ou Modernidade, o qual
se estende do século XV ao século XVIII. A historiografia afirma que, no final da Idade Média, uma
série de transformações ocorridas impulsionaram a desagregação do feudalismo e germinaram as
sementes de um novo modo de pensar, sentir e de viver.
Concorda comigo que a expressão “moderno” dá a impressão de algo renovador,
progressista e bastante positivo? Quem não gosta de ser visto como uma “pessoa moderna”?
Assim, esse termo foi cunhado por historiadores renascentistas justamente para atribuir um
significado positivo a esse período, afinal, era preciso diferenciá-lo do período “de trevas” que o
precedeu e, ao mesmo tempo, construir a imagem da Europa como um continente muito
importante na história do mundo.
Contudo, apesar dessa tentativa de exaltar positivamente a Modernidade – de certa forma,
encobrindo as continuidades do período anterior e as contradições da experiência histórica que
se abria (como veremos ao longo dessa aula e das demais) –, durante a Idade Média, a Europa
pode ser entendida como a “periferia do mundo”.
O intelectual Enrique Dussel, em seu livro, 1492: o encobrimento do outro (1993), defende
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a tese de “Europa Periférica” a partir da comparação que estabelece entre o Império Islâmico e a
Europa Ocidental e o papel de cada uma dessas civilizações durante o Medievo. Veja alguns
elementos que o autor levanta:
Entendeu a
comparação do autor?
Para ele, e alguns
outros historiadores,
durante a Idade Média a
Europa ficou excluída do
comércio internacional,
sem grande acúmulo de
riqueza em forma de
moeda (a unidade de
valor e riqueza era a terra,
um bem pouco rentável
se não for altamente explorada) e com uma cultura baseada no misticismo religioso da Igreja
Católica e de sua violência, praticada por meio do Tribunal da Inquisição, contra ideias e pessoas
que não reafirmassem os dogmas da Instituição.
Nesse contexto, se comparada com o esplendor da cultura islâmica, que formou um grande
império e promoveu um amplo desenvolvimento técnico, científico e filosófico (se você não lembra
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disso, volta na aula sobre Império Islâmico e dá um bizu), a Europa era periférica, sem importância
real para o desenvolvimento da humanidade. Sacou?
Contudo, os acontecimentos que ocorrem entre os séculos XV e XVIII, mudaram esse
cenário. As Guerras de Reconquista contra os muçulmanos na Península Ibérica, as viagens “de
descobrimento” durante as “Grandes Navegações”, o estabelecimento de várias rotas marítimas
em diferentes pontos de vários continentes, a subjugação e o controle sobre diversos povos e
regiões fizeram com que a Europa deixasse de ser a “periferia do mundo” para ser “construtora
de periferias”.
E a América Latina, que nos interessa pela importância histórica e por sermos habitantes
dela, foi a primeira experiência de dominação de um continente sobre o outro. Afirma Dussel:
“A modernidade aparece quando a Europa se afirma como centro de uma História mundial
que inaugura, e por isso a periferia é parte de sua própria definição. [...] A modernidade
originou-se nas cidades europeias medievais livres, centros de enorme criatividade. Mas
“nasceu” quando a Europa pôde se confrontar com o seu “Outro” e controlá-lo, vencê-lo,
violentá-lo: quando pôde se definir como um ego descobridor, conquistador, colonizador
da identidade constitutiva da própria Modernidade.” (p. 8)
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Percebe que estudar a Época Moderna é muito mais que entender a desagregação do
feudalismo e as transformações locais e internas à Europa? Esse momento, como muitos
intelectuais afirmam, é a primeira grande experiência de interação entre os povos de todos os
continentes. O mundo muda e a Europa ocupará um papel central daí em diante. Assim,
precisaremos compreender as contradições que marcaram esse processo – que torna a história
mais rica, mais complexa e mais inter-relacional.
Por isso, nesta aula veremos as transformações e os processos ocorridos no território
Europeu. Na aula seguinte, veremos a expansão da Europa e os processos decorrentes disso.
Avancemos, bixo!
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Contudo, o campo também era um centro produtor. Por exemplo, nele estava o rio – fonte
de energia hidráulica para o moinho - fundamental para a moagem dos cerais, base da
alimentação da população europeia – e para a forja (oficina do ferreiro). Também se encontravam
no campo as mineradoras, local de onde os trabalhadores retiravam pedras para a construção civil.
Assim, vemos que as pessoas continuavam no campo, mas realizando muitas outras
atividades além da agricultura. Em geral, as pessoas que trabalhavam para os proprietários desses
negócios eram livres.
Já em relação aos camponeses, uma parte importante continuava submetida às relações
de servidão, especialmente, no nordeste da Europa. Contudo, as relações foram sendo
flexibilizadas ao longo dos séculos desse período.
Outra persistência da antiga ordem feudal foi a forma como a sociedade se organizava: por
estamentos – definidos pelo nascimento da pessoa. Eram três os estamentos e cada um deles
representava uma ordem social. Você já deve ter lembrado, né, já falamos disso nas aulas
anteriores.
Na Idade Média, a sociedade estava formada por clero, nobres e servos. Diante das
transformações econômicas ocorridas na Baixa Idade Média, como já vimos, surgiu uma nova
classe social – a burguesia – e, também, diversificaram-se as profissões. Existiam as corporações
de ofício, as oficinas, os mestres, contramestres e os aprendizes. Lembra disso?
Pois bem, ocorreu que, nenhuma dessas novas atividades, mesmo as mais rentáveis, não
foi capaz de alterar a relação de poder, direitos e privilégios entre as ordens estamentais. Assim,
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no lugar antes ocupado essencialmente pelos servos, no Antigo Regime, esse estamento passou
a ser ocupado, também, por todas as classes sociais que não eram nobres ou, tampouco, parte
do clero. Evidentemente, a burguesia mercantil buscava meios de interferir nas decisões das
cortes monárquicas. Essa pressão foi mais ou menos eficiente a depender do poder econômico
da burguesia e da força das monarquias.
A Inglaterra foi um lugar em que a burguesia teve mais sucesso a ponto de conseguir
compor uma parte do Parlamento, a chamada Câmara dos Comuns. Já na França a monarquia
conseguiu concentrar mais poder e a burguesia ficou mais alijada do poder político. Veremos mais
sobre esses países na aula sobre o século XVIII e a crise do Antigo Regime.
Veja o esquema clássico da divisão estamental da sociedade do Antigo Regime.
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De acordo com a visão dominante dessa época, cada uma dessas ordens tinha um estatuto
jurídico específico, com obrigações e direitos exclusivos.
Entre essas obrigações estava, por um lado, o dever exclusivo por parte do 3º Estado de
pagar impostos e de trabalhar.
Por outro lado, o direito exclusivo de participar da política e de ocupar os cargos mais altos
da administração do Estado, o qual era devido ao clero e à nobreza.
Mas, Profe, essa visão é muito medieval, ultrapassada para época, não é?
Pois é querida e querido aluno, realmente é uma visão tradicional, fundada na Idade Média.
Assim, é conservadora porque não alterava substancialmente a forma de enxergar a organização
do mundo e a forma como a sociedade se organizava. Permanecia a antiga concepção de que os
homens não nasciam iguais e, portanto, não podiam ter os mesmos direitos e deveres. Ou seja,
não havia o que, depois, chamaremos de “igualdade jurídica”.
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verificavam no processo de transição da Idade Média para a Moderna. Ele tem expressão na
filosofia, na política, nas artes plásticas, na literatura, na música, na arquitetura, entre outros.
Vejamos alguns tópicos importantes sobre esse assunto, que são os mais cobrados na sua prova.
“Que obra-prima é o homem! Como é nobre sua razão! Que capacidade infinita! Como é
preciso e bem-feito em forma e movimento! Um anjo na ação! Um deis no entendimento,
paradigma dos animais, maravilha do mundo.”
(Shakespeare, Hamlet)
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O Homem de Vitruviano/Schutterstock
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O Humanismo surgiu nas Universidades Medievais. Na verdade, são importantes até hoje,
do contrário você não estaria se dedicando a ler esta aula!!!
Além do que já vimos na aula anterior, nas Universidades Medievais, os estudiosos se
dedicavam à análise dos textos da Antiguidade Clássica. O objetivo inicial desses intelectuais era
devolver a “pureza original” às traduções dos séculos anteriores que, segundo eles, estavam
pautadas em interpretações subordinadas à doutrina cristã.
Além disso, consideravam que as traduções feitas ao longo do tempo deturparam as ideias
originais dos autores clássicos. Assim, redescobriram autores clássicos como Platão, Aristóteles e
Cícero. Com isso, colocaram em circulação novas interpretações e ideias sobre diferentes
assuntos.
Os humanistas também se dedicaram ao estudo das línguas e, por isso, recuperaram textos
em grego, em latim e em outras línguas. Essa dedicação acabou por levar os humanistas aos
estudos das instituições políticas e dos métodos de estudos da antiguidade. Dessa forma, o
humanismo foi se expandindo e influenciou diversos setores da intelectualidade.
O traço que melhor caracteriza o princípio humanista, como falamos, foi a ideia greco-
romana de exaltação do homem e de seus atributos naturais: a razão e a liberdade. Para essa
perspectiva, o homem é criador e criatura do mundo em que vive. Sem romper com a Igreja,
exalta-se o individualismo tendo o homem como o centro e ponto de partida da observação e
investigação sobre o mundo. Por exemplo, o humanista italiano Giovanni Pico dela Mirandola
(1463-1494), estudioso de Platão, afirmava que Deus criou o homem dotado de liberdade para
construir a si mesmo.
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Vemos, portanto, que há uma interpretação científica do mundo. O resultado disso nas artes,
sejam plásticas ou arquitetônicas, foi o estudo sobre a perspectiva baseada nos princípios da
matemática e geometria. Os historiadores da arte, como Gombrich1, afirmam que mesmo os
gregos e helenísticos, que conseguiram criar ilusões de profundidade, não conheciam o que se
descobriu na renascença: leis matemáticas da perspectiva.
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GOMBRICH, E.H. A História da Arte. Rio de Janeiro:LTC, 2015
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Foi o pintor renascentista Filippo Brunelleschi (1377-1446) que provocou a revolução que
deixou os florentinos italianos perplexos com uma imagem que desaparece no horizonte da
imagem!
A literatura renascentista:
Macbeth é uma das obras mais marcantes do renascentista William
Shakespeare (1564-1616). Nesta tragédia, o autor ressalta a ambição e a
cobiça humana e os fantasmas que assombram os atos criminosos.
Provavelmente essa história foi elaborada entre 1603 e 1607. A arte de
Shakespeare é composta por 37 peças teatrais, entre comédias
românticas, tragédias e dramas históricos.
A vida desse artista é muito interessante. Aos 13 anos parou de estudar porque sua família
empobreceu e ele precisou trabalhar. Foi praticamente autodidata. Em 1585 morou em Londres
– cidade que vivia um período de efervescência cultural no Governo da Rainha Elisabeth I.
Começou a trabalhar de guardador de cavalos na porta do Teatro, virou copista de peças desse
teatro, depois, copista oficial e, em 1589 já adaptava peças de autores famosos. Não demorou
para que fosse um dos dramaturgos que mais escreveu peças para o Globe Theatre.
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SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. Coleção Discutindo a História. São Paulo: Ed. Atual, 1994, p. 50.
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(fome, peste, guerras). A doutrina católica havia construído uma ideia de que todos eram
pecadores e só havia salvação na vida eterna. Qualquer visão otimista da vida era um contrassenso
para o período e praticamente uma ideia revolucionária em potencial.
Pois bem, a moral humanista estabeleceu que os homens, apoiados na razão e na graça divina,
poderiam construir um novo mundo, baseado na promoção do bem. Para tanto, seria preciso
processos de autorreflexão, de autoconhecimento, ou seja, sair da passividade medieval. Com
efeito, um elemento importantíssimo para viabilizar esse autoconhecimento foi a luta pela
preservação da liberdade individual, pois as amarras da vida (a servidão, a opressão dos governos
e a doutrinação alienante) não permitiriam a busca racional do bem.
Um dos pensadores que tentou construir uma visão de sociedade baseada nesses
pressupostos morais foi o inglês Thomas More (1478-1535). More escreveu a obra Utopia (1516)
em que elaborou uma sociedade ideal baseada na condenação dos governos autoritários
(absolutos), dos privilégios e da busca incessante pelo dinheiro.
O movimento humanista também inspirou o pensamento político daquele período, mas
este nós iremos desenvolver na parte específica desta aula sobre formação das monarquias, pois
pensadores como Nicolau Maquiavel (1469-1527) e Thomas Hobbes (1588-1679) nos ajudam a
entender o processo de centralização do poder até a formação das monarquias absolutistas e os
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Já nos séculos XV e XVI, os humanistas, nas Universidades, ao tomarem contato com os textos da
antiguidade clássica e ao estudarem as línguas originais, também passaram a estudar e exercitar
a retórica greco-romana. Nesta acepção, a retórica tinha a função de educar e persuadir.
O ato de estudar e debater levava a formulação e reformulação do pensamento e à capacidade
de construir e articular os argumentos para efetivar um debate de ideias, como mencionamos
acima. É nesse processo de alteração e discussão que os velhos dogmas eclesiásticos passaram a
ser escrutinados, criticados e, em algumas situações reinterpretados.
Além disso, perceba que a postura do sujeito que usa a retórica clássica não pode ser tão passiva,
no sentido contemplativo e informativo que propunha Agostinho. É preciso uma postura mais
investigativa e aberta ao livre pensamento. Ademais, em um debate as ideias são acareadas,
testadas, verificadas. Ou seja, não há verdade imutável.
Nesse sentido, a retomada do paradigma da antiguidade clássica, contribui para o
desenvolvimento de um pensamento mais racional, como temos afirmado.
Por fim, alguns historiadores nos ensinam que os letrados da Modernidade se apropriavam dessa
arte retórica porque tinham aspiração política, tal como os políticos greco-romanos. E o momento
de centralização política que marca o contexto de transição da Idade Média para a Moderna era
propício para disputar espaços de poder.
Fique ligado! Vá fazendo as articulações na sua cabeça para perceber como os modos de pensar,
sentir e viver foram se alterando aos poucos e em diferentes espaços.
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sobre o mundo, deus e a humanidade. Além disso, com a tomada de Constantinopla pelo
Império Otomano, em 1453, muitos intelectuais e professores gregos foram para a Europa
Ocidental, principalmente para cidades italianas como Veneza, Florença e Pádua. Eles
revigoraram o estudo da língua grega na Europa ocidental e levaram em sua bagagem
diversas obras de autores clássicos, como Platão, Aristóteles, Galeno, Plotino, entre vários
outros.
b) Incorreta. Apesar de criticar a postura da Igreja em relação ao trato com o conhecimento
antigo, Petrarca não liderou nenhuma reforma protestante. Na verdade, as tentativas nesse
sentido estouraram na Europa somente após sua morte, no século XVI, com Martinho Lutero
na Alemanha, Ulrich Zwinglio e João Calvino na Suíça.
c) Incorreta. O humanismo não era teocêntrico. Pelo contrário, uma de suas principais
características eram o antropocentrismo, princípio que pregava que o homem era a medida
de todas as coisas e estava no centro do universo. Dotado de razão e liberdade, ele é
considerado um ser privilegiado, capaz de escolher o seu próprio destino e de efetuar
grandes realizações. De fato, esse pensamento tinha relação direta com os postulados dos
autores da Antiguidade, sobretudo da Grécia e de Roma. Entretanto, o interesse e a
valorização da Antiguidade já existiam desde a Idade Média e mesmo dentro da Igreja, como
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Quero ressaltar o mecenato pela importância que essa prática teve para a expansão e
divulgação do renascimento cultural. Naquele contexto de transformações, nos centros urbanos
e comerciais, havia uma competição - não apenas econômica-, mas também de influência política
e social. Por isso, os mercadores importantes, bem como bispos e até mesmo os nobres,
patrocinavam a arte e a cultura para se tornarem figuras importantes na sociedade. Ter um retrato
de si pintado era sinal de poder e status social.
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Para além de uma prática, o mecenato se constituiu como uma relação entre o mecenas e
o artista. Ou seja, a prática do mecenato era uma forma de ambos ganharem status na nova
sociedade que se formava na Modernidade.
O historiador Peter Burke, no seu livro A Fabricação do Rei: a construção da imagem pública
de Luís XIV, sistematizou 3 formas de mecenato. Dá uma olhada:
Sistema Doméstico: uma pessoa rica mantém um artista em sua casa, garantindo
dinheiro, moradia, alimentação e lazer em troca de serviços artísticos e literários;
Sistema sob encomenda: quando a relação entre o mecenas e o artista dura o
tempo da produção de um trabalho encomendado;
Sistema de mercado: quando um artista tenta vender no mercado um trabalho
pronto. Era o menos comum e malvisto justamente por conta do caráter
personificado das obras.
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As ideias humanistas se espalhavam pela Europa por meio das rotas comerciais e dos
diversos eventos produzidos por vários mecenas. Contudo, em 1456, a expansão ganhou grande
e significativo impulso: era a criação da prensa de Guttenberg. O primeiro livro impresso foi a
3
Hans Holbein, Os Embaixadores, 1533, Foto: Galeria Nacional, Londres.
4
A intertextualidade em pintura. Uma leitura dos Embaixadores de Holbein. In: Como se lê uma obra de arte, Lisboa, Edições 70,
1997, pp. 35-68.
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Bíblia – impressa em vernáculo alemão (mais adiante nesta aula você verá a importância desse
feito para a Reforma Protestante na Alemanha). Era um cenário muito significativo para a profusão
dessa nova realidade renascentista. Façamos uma pequena reflexão:
Falamos até aqui que o humanismo forja uma nova mentalidade, racionalista
e antropocêntrica, mas sem ruptura com os dilemas e questões eclesiásticas.
Havia uma crítica e reinterpretações dos dogmas, mas não um afastamento
do divino. Assim, a impressão da Bíblia já era em si a expressão do
conhecimento técnico científico, já que a prensa foi fruto de uma invenção
humana. Além disso, ela foi traduzida do latim para o alemão o que garantiu
a possibilidade da leitura por parte de muitas outras pessoas, que não apenas os
membros da igreja. Dessa forma, era o homem chegando diretamente perto de Deus
e do divino, por meio da sua própria leitura individual do texto sagrado, sem
intermediações dos clérigos. Percebe, querido e querida, como este cenário era mais
humanista e antropocêntrico? O homem inventa uma máquina de imprimir livros, traduz
a Bíblia (o mais importante livro de todos, naquele momento), imprime-a e depois
distribui para muitas pessoas lerem. Cara, isso era o cenário renascentista no dia a dia,
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em uma forma popular, para além das reflexões e contribuições individuais dos grandes
pensadores. Abria-se a possibilidade de toda uma coletividade refletir. Por isso, não
havia como as ideias não se desalojarem dos seus pedestais dogmáticos.
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Astronomer Copernicus, conversation with God, 1872, Jan Matejko (Polish Painter, 1838-1893), oil on
canvas, 221 × 315 cm (87 × 124 in), Jagiellonian University Museum, Krakow, Poland.
O julgamento de Giordano
Bruno pela Inquisição romana.
Relevo em Bronze. Ettore
Ferrari, Campo del Fiore,
Itália.
Giordano Bruno, queimado vivo em 17 de fevereiro de 1600, Campo del Fiore, na Itália
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Giordano Bruno foi filósofo, teólogo, poeta escritor de peças de teatro, professor – humanista.
Foi acusado pela Igreja Católica de negar as doutrinas da Igreja Católica, como o geocentrismo e
a Santíssima Trindade. Portanto, para a Igreja ele era um herético. Por isso, sofreu um julgamento
que durou 8 anos. A ele foi oferecido a opção de abjuração – declinar de suas ideias. Ele não
aceitou. Por isso, foi condenado a pena de morte. Método: ser queimado vivo em praça pública!
Centenas de milhares assistiram o martírio.
No julgamento teve que ouvir a sentença ajoelhado. Nesse momento, ele teria dito:
"Talvez vocês, meus juízes, pronunciem essa sentença contra mim com maior temor do que eu a
recebo"
Giordano Bruno levantou temas bastante atuais e que acabaram sendo comprovados ao longo do
tempo, como a infinitude do Universo e a existência de vários planetas. Além disso defendeu a
existência de outras vidas inteligentes vivendo em planetas como o nosso. Contudo, há
controvérsias se ele realmente foi um cientista ou um pregador religioso. E a base dessa
controvérsia é a própria ideia do que é ciência.
O antropólogo e medievalista, João Eduardo Pinto Basto Lupi, pesquisador do Centro de Filosofia
e Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina, afirma que ele tinha ideias
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5
Entrevista à BBC. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-43081130> . Acesso em
14-03-2019.
6
Entrevista à BBC. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-43081130> . Acesso em
14-03-2019.
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Pelos mesmos motivos citados, podemos eliminar as alternativas A e D que fazem referência
ao Iluminismo que é Movimento do século XVIII.
A alternativa b está errada porque o Humanismo não rompeu com a Igreja e não é
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A Igreja Católica sofreu alto grau de questionamento por volta do século XV. As disputas de
poder, os abusos, os desvirtuamentos da fé religiosa e a própria mudança de mentalidade da
população medieval – mais adepta ao dinamismo da força econômica do comércio - provocaram
movimentos por novas doutrinas religiosas. Nesse contexto, apareceram as reformas religiosas.
Portanto, alguns historiadores afirmam que os reformistas estavam respondendo a esse
processo e, assim, colocaram em xeque o poder papal, a hierarquia da Igreja e seus dogmas
(verdades) apontando suas limitações e a incapacidade de dar respostas para as crises que se
arrastavam desde o século XIV.
Vejamos 3 blocos de problemas que a Igreja estava envolvida:
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papa, a respeito da prerrogativa de nomear sacerdotes para compor o alto clero (bispos,
cardeais, etc.). Também era comum que autoridades seculares e eclesiásticas disputassem a
jurisdição sobre algum serviço ou função pública, como a educação, sobretudo nas
universidades onde grande parte delas era formada. As irmandades de leigos igualmente
eram alvo dessa briga de jurisdições, frequentemente tendo que recorrer ora a um, ora a
outro poder para conseguir alguma autorização para execução de suas atividades. Por fim,
as propriedades fundiárias e demais riquezas que o clero sustentava eram alvo da cobiça de
muitos nobres, monarcas e burgueses, que defendiam o confisco de pelo menos parte disso
pelo Estado. Essas motivações guiaram a decisão de grande parte da nobreza alemã a aderir
ao luteranismo. Na Inglaterra, o rei Henrique VIII rompeu com a Igreja Católica e fundou a
Igreja Anglicana por essas razões, além de seu desejo pessoal de obter um divórcio oficial.
Gabarito: E
(FUVEST 2013)
“O senhor acredita, então”, insistiu o inquisidor, “que não se saiba qual a melhor lei?”
Menocchio respondeu: “Senhor, eu penso que cada um acha que sua fé seja a melhor, mas
não se sabe qual é a melhor; mas, porque meu avô, meu pai e os meus são cristãos, eu quero
continuar cristão e acreditar que essa seja a melhor fé”.
Carlo Ginzburg. O queijo e os vermes. São Paulo: Companhia das Letras, 1987, p. 113
O texto apresenta o diálogo de um inquisidor com um homem (Menocchio) processado, em
1599, pelo Santo Ofício. A posição de Menocchio indica
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culturais, já que sua família era cristã. Veja que o trecho traz a noção de individualismo e
humanismo, na medida em que cada indivíduo é capaz de compreender por si mesmo e
escolher qual fé seguir. Veja que não poderia ser nenhuma das demais alternativas porque
nenhuma delas se encaixa no excerto de texto trazido no comando da questão.
Gabarito: A
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Além disso, articula comigo: até então, como vimos nas aulas anteriores, a Igreja Católica
apresentava a Igreja como uma Instituição Universal, ou seja, acima de qualquer rei ou reino. No
entanto, essa noção se chocava com a noção de nacionalidade que surgia nesse momento como
impulsionador da expressão do poder real (isso ficará mais claro na parte desta aula sobre
aspectos políticos do Antigo Regime, os Estados Nacionais). Também por esse motivo, muitos
monarcas viam a Igreja, com sede em Roma, como uma instituição estrangeira que tentava
interferir demasiadamente nas questões internas, ou nacionais. Sacou?
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Para você não ficar com dúvidas onde se localiza o Sacro Império e onde estavam
os demais reinados na virada da Idade Média para a Idade Moderna:
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São Pedro, em Roma, autorizou a venda de indulgência. Assim, ele oficializava o desvirtuamento
do sentido da indulgência como caminho para salvação.
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Em relação ao ponto 1, há uma afronta ao poder da hierarquia eclesiástica que detinha, até então,
o monopólio da interpretação da Bíblia. Isso conferia ao clero um superpoder, concorda? Afinal,
ele poderia passar qual ideia lhes conviesse. Além disso, quero que note como isso tem um traço
humanista: a capacidade do indivíduo de interpretar o mundo (inclusive religioso) por si mesmo.
No que se refere ao ponto 2, há uma afronta ao poder papal, pois ele era considerado o único
homem infalível e sua palavra tinha um caráter sagrado. Por meio da ideia de Lutero, percebemos
que a única palavra é a que se extrai diretamente da escritura sagrada, logo, qualquer ser humano
é falível, inclusive o papa.
Por fim, o ponto 3 é uma crítica profunda à concepção de salvação da alma. Este tema é muito
importante e acompanha não apenas o dogma católico, mas as preocupações filosóficas humanas.
Martinho Lutero negava qualquer outro meio de salvação da alma que não seja a fé em Deus.
Note que, ao propor a submissão da Igreja ao Estado, Lutero foi ao encontro dos
interesses de parte da nobreza alemã que estava descontente com a influência do
poder da Igreja, principalmente porque a Igreja possuía muitas terras. Com efeito, a
força das ideias de Lutero, além de viabilizar alianças entre os detentores de poder,
também estimulou revoltas populares. Isso porque as ideias dele acabavam
questionando a interpretação divina da estratificação social (uma vez pobre, sempre
pobre!).
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Em 1530 a doutrina luterana foi mais bem delineada por meio da Confissão de Augsburgo a qual
passou a dar forma mais acabada à Reforma Luterana.
A Confissão de Augsburgo incluía:
• O princípio da salvação pela fé;
• A livre leitura da Bíblia, principalmente após a tradução para o
alemão (popularização da Bíblia);
• A utilização do alemão nos cultos religiosos, e não mais o latim;
• Supressão do clero secular, do celibato e das imagens religiosas;
• Submissão da Igreja ao Estado.
A tensão entre protestantes e católicos gerou muitos conflitos de modo que, em 1555, foi
selada a Paz de Augsburgo. O acordo definiu que cada governante, nas diferentes localidades do
Sacro Império Romano-Germânico, escolheria sua religião e a de seus súditos.
(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)
“21 – Estão errados os pregadores de indulgência que dizem que um homem é libertado e
salvo de todo castigo dos pecados pelas indulgências papais. [...]
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27 – Eles pregam que a alma voa para fora do Purgatório tão logo tilinte o dinheiro jogado
na caixa. [...]
45 – Os cristãos deveriam aprender que todo aquele que vê um homem necessitado e não
socorre, e depois dá dinheiro para perdões, não está comprando para si a indulgência do
papa mas a cólera de Deus. [...]
82 – Por que o papa não esvazia o Purgatório apenas por caridade, se o faz através de uma
basílica?”
LUTERO, Martinho [1517]. In: Coletânea de documentos históricos para o 1º grau: 5ª a 8ª
séries. São Paulo: SE/Cenp, 1980, p. 81-82.
No trecho, Martinho Lutero crítica a venda de indulgências para afirmar o princípio de
a) sacerdócio universal.
b) justificação pela fé.
c) autoridade pela palavra revelada.
d) predestinação.
e) livre arbítrio.
Comentários
A questão aborda a Reforma Protestante, um conjunto de movimentos religiosos que
passaram a contestar o monopólio da Igreja Católica sobre o cristianismo, fundando novas
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Ética
ascética
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Para ele o homem estava predestinado a ser salvo ou a ser condenado à danação eterna.
Os predestinados seriam os escolhidos de Deus. A partir dessa teoria, o trabalho intenso e a
riqueza proveniente dele eram interpretados como sinal da salvação. Como não se sabia quem
eram os salvos e os condenados, havia que se buscar e testar constantemente os sinais da
salvação.
Tal entendimento contribui para uma “ética protestante” ou “ética ascética”. O modo
de vida ascético consistia em viver constantemente uma vida metódica, racionalizada e
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7
Os esponsais dos Arnolfini, 1434. Jan van EYCK. Retirado de: GOMBRICH, E.H. A História da Arte. Rio de Janeiro: LTC, 2015, p.
241.
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Henrique VIII era um aliado da “Santa Sé”, mas uma série de questões o levaram a romper com a Igreja
Católica.
Motivos da ruptura
Anulação do
Reduzir a influência
Apropriar-se dos casamento do Rei
do Papa dentro da
bens da Igreja Henrique com
Inglaterra
Catarina de Aragão
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das relações diplomáticas e das relações de poder nos processos de sucessão dos
tronos. Henrique VIII não queria continuar casado com Catarina de Aragão, pois ela era
espanhola e isso poderia abrir um problema de sucessão, especialmente porque ela
nunca ficou grávida de um homem. Por fim, e não menos importante, Henrique VIII
amava Ana Bolena – a cortesã da Corte. E queria com ela se casar.
O terceiro elemento da ruptura constitui o motivo pontual da ruptura com a Igreja, pois a partir
da recusa do Papa em anular o casamento do rei com a espanhola, Henrique VIII recorreu ao
Parlamento, que legitimou a anulação do casamento com a justificativa de interesse nacional.
E para concluir o processo de criação da Igreja Anglicana, em 1534, o Parlamento Inglês votou
o Ato de Supremacia, por meio do qual o Rei se tornava o chefe supremo da Igreja.
Europa viveu décadas de conflitos e disputas religiosas que desencadearam verdadeiras guerras
religiosas.
É interessante saber que cada um dos lados dessas disputas era apoiado por reis e príncipes de
cada religião. Do lado protestante, os príncipes alemães, ingleses e dinamarqueses. O lado
católico contava com o apoio dos reis da Espanha, por exemplo, que eram muito poderosos. Não
foi por outro motivo que a atuação do Tribunal da Santa Inquisição foi mais atuante na Península
Ibérica.
Na França era grande a divisão e extremamente violenta a disputa. Um dos mais trágicos
eventos desse contexto foi a chamada Noite de São Bartolomeu, ocorrida em 24 de agosto de
1572. Na verdade, foi um dia inteiro de combate. A mando de Carlos IX, os protestantes franceses,
conhecidos como huguenotes (calvinistas) foram massacrados. Estima-se que 20 mil protestantes
morreram.
Esse contexto nos mostra que os reis queriam impor sua religião aos seus súditos. Não
havia a ideia de liberdade e tolerância religiosa. Ao contrário, em uma sociedade
profundamente marcada e organizada socialmente por paradigmas religiosos, tal
liberdade era incompatível com a paz social. Assim, para se alcançar paz e ordem era
preciso impô-las por meio da religião. Percebemos, então, uma faceta do poder político
absolutista. A ideia era: Um rei, um reino e uma fé!
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Para dar uma resposta à sociedade católica diante das críticas que se espalhavam pela
Europa e para impedir a continuidade do avanço do protestantismo a Igreja Católica organizou
uma série de medidas, que conhecemos por Contrarreforma.
Muitos clérigos que andavam incomodados com os abusos, aproveitaram para realizar uma
verdadeira reforma interna na Instituição. Porém, doutrinariamente, houve uma reafirmação dos
princípios católicos. Foi um longo processo que se estendeu por 4 papados:
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A Contrarreforma foi eficiente e revigorou a Igreja, que foi obrigada a atuar profundamente
na reconversão de católicos e na conquista de outros. Aquele número de 40% de europeus
convertidos ao protestantismo caiu para 20%. Na França não passaram de 500 mil.
Ademais, a atuação da Igreja Católica não se limitou apenas à Europa. Como veremos,
nessa época houve a dominação da América Latina. E nesse local do Mundo, a Igreja Católica
atuou fortemente, especialmente por meio da Companhia de Jesus no processo de catequese
dos povos ameríndios.
A Inquisição e a tortura
Na aula sobre Idade Média, falamos sobre a criação do Tribunal da Santa Inquisição. Apenas para
relembrarmos, o Tribunal foi criado em 1231 pelo Papa Gregório IX para perseguir as pessoas
consideradas heréticas, ou que praticassem rituais diferentes daqueles legitimados pela Igreja
Católica. Era um contexto de afirmação dos dogmas católicos. Com o passar do tempo, e a
consolidação da Igreja, o Tribunal ficou inoperante.
Contudo, no contexto de transição da Época Medieval para a Moderna, houve a reativação das
acusações e processos baseados em acusações contra heresias. Primeiro foram os humanistas e
renascentistas, como demos o exemplo de Giordano Bruno. Depois do século XVI, a partir do
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NOVINSKY, Ana W. Viver nos tempos da Inquisição. São Paulo: Ed. Perspectiva, 2018, p. 95.
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Aprenda se divertindo
O mercador de Veneza (EUA, 2005, Direção de Michael Radford). Uma
adaptação da peça de William Shakespeare. No filme é possível perceber
o repúdio social à prática de cobrança de usura (cobrança de juros).
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LEAL, Bruno. A “Paz de Vestfália”: um marco das relações internacionais. jan/2018. Café História.
Disponível em: https://www.cafehistoria.com.br/paz-de-vestfalia-marco-%E2%80%8E/. Data de
acesso: 25/01/2022.; Carneiro, H. (2006). Guerra dos Trinta Anos. História das guerras, 3, 163-187;
DW. 1648: Paz da Vestfália encerrava Guerra dos Trinta Anos. Disponível em: https://www.dw.com/pt-
br/1648-paz-da-vestf%C3%A1lia-encerrava-guerra-dos-trinta-anos/a-660411. Acesso em:
26/01/2022.
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A partir daí, uma série de conflitos foram sendo ampliados, envolvendo outros reinados
e instaurando um sangrento conflito de proporções internacionais. A França, governada
pelo cardeal Richelieu, pretendia expandir suas fronteiras e se tornar “a” potência na
Europa.
Porém, quem não foi assassinado morreu de fome ou de epidemias, de modo que os
próprios soberanos dos diversos reinados reconheceram que ninguém sairia vitorioso e
resolveram organizar o armistício em duas frentes simbólicas. Do lado germânico, por
exemplo, a população foi reduzida de 16 milhões para 8 milhões. No império constituído
por 300 territórios soberanos a unidade e identidade nacional se fragmentaram. Para
uma Europa do século XVII com uma população de cerca de 20 milhões de pessoas, a
Guerra dos Trinta anos foi proporcionalmente a guerra mais mortal do continente.
Em 1648, então, nas cidades alemãs de Münster (católica) e Osnabrück (luterna),
ocorreu a assinatura dos tratados da Paz de Westfália, colocando fim à Guerra dos
Trinta Anos. O Imperador Ferdinando 3º (do Sacro Império Romano-Germânico)
assinou a Paz da Vestfália com a Suécia e a França. O documento marcou o fim do
primeiro grande conflito europeu.
Com esta paz, houve um reconhecimento das soberanias dos Estados (em formação)
e um nivelamento do poder dos países, baseado na diplomacia internacional. Foi como
se cada governo nacional reconhecesse que os países vizinhos possuem direitos,
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uma tentativa de sobreposição do poder espiritual (Igreja) sobre o temporal (dos reis e príncipes),
as disputas não levavam à formação de um soberano. Ainda vimos que, na Idade Média, o poder
político estava fragmentado. Com efeito, o Estado Absolutista da Idade Moderna irá superar as
particularidades e as fragmentações regionais do período histórico antecessor. O modelo
FEUDAL da Idade Média, baseado no papel de diversos suseranos feudais no topo de hierarquia
da relação de vassalagem, será substituído por figuras SOBERANAS.
Veja abaixo uma representação gráfica do poder político fragmentado (característica da
Idade Média) e do poder político absoluto (característica da Idade Moderna) para que a ideia fique
mais clara para você.
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Entre a metade do século XIV e até o final do XVI, vimos que muitas mudanças passaram a
ocorrer na Europa: o renascentismo; o dinamismo comercial que contribui para deteriorar as
relações de servidão; as reformas religiosas, entre outros. No que diz respeito à organização do
poder, passou a predominar um único centro de poder geral - como no diagrama acima - nos
espaços territoriais dos reinos (Reino Franco, Reino de Leão, Castela e Aragão, por exemplo). Isso
porque, além das novidades, as crises do século XIV (fome, peste, guerra), somadas à
reconfiguração das forças que disputavam e compartilhavam o poder (nobreza, reis, clero),
levaram a novas formas institucionais da administração do poder político, rumo à centralização
(absolutismo).
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A burguesia foi sendo aceita pelas classes já existentes, principalmente porque todo mundo
se beneficiava das riquezas geradas pelos negócios comerciais. As cortes e palácios necessitavam
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prosperasse;
➢ com a nova mentalidade favorável a mudanças na estrutura social;
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Repare no esqueminha!
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Apesar de, para os estudos para o vestibular, alguns historiadores apresentarem essa ideia
de “equilíbrio” vista logo acima, Perry Anderson discorda dessa elaboração.
Segundo esse historiador,
“o Estado absolutista nunca foi um árbitro entre aristocracia e a burguesia, e menos ainda um
instrumento da burguesia nascente contra a aristocracia: ele era a nova carapaça política de uma
nobreza atemorizada”10.
Nesses termos, a monarquia absolutista da época moderna teria sido uma monarquia feudal
diferente das monarquias medievais, mas a classe dominante (a nobreza), por ter predominado,
impôs uma nova forma de poder da própria nobreza. Para o historiador inglês,
10
ANDERSON, Perry. Linhas do Estado Absolutista. São Paulo: Editora Brasiliense. 1985, p. 18.
11
Idem, p. 20.
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A despeito dessa divergência na historiografia, a qual você deve ficar ligado, os monarcas
lançaram mão de um conjunto de instrumentos de governo para assegurar o Estado. Esses
instrumentos passaram a caracterizar os Estados Absolutistas, são eles:
Sobre o corpo de leis, quero destacar que as novas práticas de troca de mercadorias
exigiam uma nova base jurídica. Até então, predominava o direito canônico, o qual condenava as
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práticas comerciais. Além disso, a sociedade medieval estava baseada no direito consuetudinário,
próprio para o sistema feudal. Dessa maneira, os monarcas, a fim de não perderem o apoio dos
comerciantes, apoiaram-se no direito privado romano para orientar as relações jurídicas mercantis.
Sobre esse aspecto do Estado Absolutista, recorro a uma passagem esclarecedora de Perry
Anderson
“A superioridade do direito romano para a prática mercantil nas cidades residia, assim,
não somente em suas bem definidas noções de propriedade absoluta, mas nas suas
tradições de equidade, em seus critérios racionais de prova e na ênfase dada a uma
magistratura profissional – vantagens que os tribunais consuetudinários normalmente não
ofereciam. A assimilação do direito romano na Europa do Renascimento foi, assim um
indício da difusão das relações capitalistas nas cidades e no campo: economicamente, ela
correspondia aos interesses vitais da burguesia comercial e manufatureira.”12
O sistema de leis imposto pelos monarcas, baseado no direito romano, ainda favorecia a
própria centralização política do poder. Isso porque a noção de propriedade privada inscrita nos
direitos civil e público romano foi a fonte que ajudou a legitimar as propriedades – territoriais ou
de outra ordem - dos reis absolutistas e a relação dos reis com seus súditos. Assim, a mudança do
sistema de leis de consuetudinário para o romano contribui para:
➢ impulsionar relações mercantis
➢ legitimar a centralização do poder
12
Idem, p. 26.
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Entretanto, alerto você de que, neste momento, apesar de a igualdade jurídica valer para
algumas atividades daquela sociedade (comércio), ainda não existia a ideia de igualdade jurídica
entre os indivíduos. Imagina, um camponês ser equipara a um príncipe? Difícil, né, pelo menos
neste momento da história.
Concomitantemente a esse sistema de leis, foi preciso um corpo de burocratas para aplicar
as legislações e um conjunto de estruturas administrativas para administrar a justiça dos soberanos
e os tributos que sustentavam a realeza.
A fim de proteger todo o patrimônio das Monarquias Absolutistas, também era
indispensável um forte exército, diferente das cavalarias – chamadas de milícias feudais por alguns
historiadores –, que davam suporte às nobrezas locais. Por isso, a partir do século XVI os Estados
Absolutistas começaram a profissionalizar seus exércitos. Agora, havia uma particularidade na
composição dos soldados desse exército. Como os camponeses e plebeus da Europa vinham
desencadeando uma onda de revoltas, a nobreza não foi favorável a admitir camponeses para a
composição dos exércitos, pois, com armas, eles poderiam se voltar de forma mais violenta contra
toda a realeza e os ricos da Renascença. Concordam?
Com medo de armar o campesinato, de acordo com Perry Anderson, os exércitos francês,
holandês, espanhol, austríaco e inglês arregimentaram albaneses, suíços, irlandeses, turcos,
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húngaros, em suma, mercenários. Foi dessa situação que, um dos teóricos do absolutismo, J.
Bodin, escreveu:
“É praticamente impossível treinar todos os súditos de uma comunidade nas artes da guerra e ao
mesmo tempo mantê-los obedientes às leis e aos magistrados”.
(FUVEST 2001)
"É praticamente impossível treinar todos os súditos de um [Estado] nas
artes da guerra e ao mesmo tempo mantê-los obedientes às leis e aos
magistrados."
(Jean Bodin, teórico do absolutismo, em 1578).
Essa afirmação revela que a razão principal de as monarquias europeias recorrerem ao
recrutamento de mercenários estrangeiros, em grande escala, devia-se à necessidade de:
a) conseguir mais soldados provenientes da burguesia, a classe que apoiava o rei.
b) completar as fileiras dos exércitos com soldados profissionais mais eficientes.
c) desarmar a nobreza e impedir que esta liderasse as demais classes contra o rei.
d) manter desarmados camponeses e trabalhadores urbanos e evitar revoltas.
e) desarmar a burguesia e controlar a luta de classes entre esta e a nobreza.
Comentário
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Veja como os elementos do nosso quadrante acima, os que caracterizaram a formação dos
Estados Absolutistas, faziam sentido, de modo que um elemento puxava o outro. Assim é a
dinâmica histórica, queridos aluno e aluna.
Outro exemplo para você fixar bem essas relações, foi o primeiro imposto regular instituído
para todo o território da França, a taille royale. Ele foi criado para financiar as primeiras unidades
militares da monarquia francesa, em meados do século XV. A primeira unidade foi constituída de
escoceses. Já na Espanha, por volta da metade do século XVI, 80% das rendas do Estado espanhol
era direcionada para as despesas militares.
Essa militarização, sustentada por impostos e pela renda do comércio, ocorreu porque os
conflitos passaram a assumir dimensões internacionais. Principalmente em razão das incursões
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além-mar das embarcações comerciais. A Guerra dos Cem Anos, entre Inglaterra e França, teria
sido o anúncio do clima que se instauraria na Europa das Monarquias Absolutistas. Não por menos,
um dos teóricos do absolutismo, Nicolau Maquiavel, assim escreveu sobre qual deveria ser a
preocupação maior dos reis e príncipes:
“Um príncipe não deve, portanto, ter outro, pensamento ou objetivo senão a guerra,
nem adquirir perícia em outra coisa que não seja a guerra, a sua organização e disciplina;
porque a guerra é a única arte própria dos governantes”.
Está aí uma justificativa para a profissionalização dos exércitos nos Estados Absolutistas.
Além da guerra e do comércio, os Estados Absolutistas também começaram a desenvolver
intensas relações diplomáticas. Os representantes dos reis em outros territórios também era uma
atividade assumida pela nobreza (lembra-se do quadro Os Embaixadores?). Dentre as atividades
da diplomacia, encontrava-se a promoção dos casamentos entre cortes. De acordo com Perry
Anderson, como o Estado era concebido como um patrimônio do monarca, os títulos que ele e
sua família adquiriam se dava por meio da união de pessoas.
O supremo estratagema da diplomacia era, assim, o casamento – espelho pacífico da guerra, que
tantas vezes a provocou13.
13
Idem, p. 38.
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Sobre os sistemas tributários dos Estados Absolutistas, além de eles financiarem o aparato
militar, eles também sustentavam a os cargos e privilégios que a nobreza mantinha junto as cortes.
A burocracia absolutista assumiu um caráter “parasitário”, pois, além dos privilégios, passou a
comercializar os próprios cargos a fim de auferir mais renda.
O curioso é que a venda de cargos, por si só, representava uma prática diferente de
rendimentos da nobreza, pois, diferentemente do direito consuetudinário de heranças, os cargos
comercializados não dependiam puramente das relações tradicionais. Com isso, a própria nobreza
dava um passo para fora do continuísmo dos laços medievais. São as contradições de um tempo
histórico.
Já para a burguesia comercial, apesar de pagarem altos impostos, algumas medidas
protecionistas foram feitas a favor das atividades comerciais as quais estavam envolvidos. A
França, por exemplo, aboliu inúmeras barreiras internas ao comércio e impôs tarifas externas
contra os concorrentes estrangeiros.
Porém, a centralização política e administrativa do poder ocorreu de forma diferente nas
localidades da Europa (França, Inglaterra, Itália, Espanha, Portugal, entre outros reinos). Isso
porque a relação entre as instituições já existentes e predominantes nos séculos XIII e XIV (o
Parlamento inglês, as Cortes Ibéricas e as Assembleias Gerais francesas) com os monarcas foi
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Vamos ver, então, os pensadores e os processos que levaram à centralização do poder nas
Monarquias Absolutistas europeias. Primeiro os pensadores, pois eles ajudaram a legitimar o
Estado Absolutista.
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sobre a Década de Tito Lívio – Maquiavel defendeu a unificação da Itália sob os mandos de um
governante.
Jean Bodin foi o teórico do absolutismo que mais difundiu, no
século XVI, a concepção soberana do poder real, acima de qualquer
outro poder. Em uma França marcada por conflitos entre católicos e
protestantes, ele escreveu Os seis livros da República (1576). Segundo
o historiador Richard Bonney, a teoria de Bodin sustentava que, para um
monarca absolutista, o poder significava que ele era suficientemente
poderoso a ponto de agir livremente sem nenhum tipo de obrigação
institucional14. Nesse sentido, ele desenvolve a teoria da soberania
segundo a qual o poder político teria fundamento na capacidade soberana de o
governante criar novas leis e de impor obediência a elas. Nas palavras de Bodin,
“a lei não é senão o mando do soberano no exercício do seu poder”. As limitações do poder
soberano seriam a lei divina e a lei natural.”
A reflexão de Bodin, tal como Maquiavel em relação à Itália, seria uma solução para os
conflitos nos territórios franceses a ponto de o poder absoluto se sobrepor às diferenças políticas
14
BONNEY, Richard. O Absolutismo. Portugal: Publicações Eropa-America. 1989, p. 27.
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e religiosas. Por defender a teoria do poder monárquico apoiado na razão, e não na religião, bem
como por defender a tolerância religiosa, o livro de Bodin também foi posto no Index.
Boussuet, que foi tutor de Luis XV, também escreveu Memórias para a
Educação do Delfim.
Dentro dessa ideia, Bossuet também defendeu que o rei deveria ser o
chefe da Igreja francesa. Para ele, o papa só teria autoridade para assuntos
espirituais. Em Política segundo a Sagrada Escritura (1709), assim sistematiza:
15
BOSSUET, Jacques. Política segundo a Sagrada Escritura. In: LE BRUN, Jacques.
16
BOBBIO, Norberto. Dicionário de Política. Brasília: Ed. UnB. 1998, p. 2.
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Federal de Santa Catarina, se coube a Maquiavel retirar o estatuto religioso da política, coube a
Dante Alighieri fazer o mesmo com o Estado, porém, antes do autor de O Príncipe17.
Dante Alighieri, analisou o Estado em três textos: Convívio (1306); textos reunidos em Espistolae
(1308-1312); e, Monarquia (1313). Esta última obra representa a contribuição desse autor italiano
para o pensamento político moderno. Nela, Dante desenvolve uma crítica às intervenções do
poder da Igreja na política e, conforme o professor Dal Ri Júnior, teria sido a primeira “exaltação
do que mais tarde viria a se tornar o Estado secularizado”, pois Dante via na instituição de um
Estado monárquico mundial (ou pelo menos na península itálica) a salvação para a humanidade.
Com isso, em Monarquia, Dante argumenta a favor da soberania universal de um imperador para
solucionar as constantes crises que acometiam o território italiano entre os séculos XIII e XIV.
Somente essa autoridade suprema poderia trazer a paz os homens.
Os italianos viviam sob um profundo conflito divisionista entre apoiadores do Império do Vaticano
e apoiadores do Sacro Império Romano-Germânico, cuja influência dominava o norte da península
itálica.
Nos reinados italianos, assim como vimos nas passagens sobre as Reformas, o poder espiritual da
Igreja era muito criticado por dois motivos: a degeneração das instituições eclesiásticas e a
ausência da verdadeira missão espiritual, devido a contaminação do “dinheiro”; e, a corrupção
17
DAL RI JR, Arno. Direito e política na Monarquia de Dante Alighieri. Introdução. ALIGHIERI, Dante.
Monarquia. São Paulo: Ed. Lafonte. 2012.
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dos clérigos que atuavam na vida pública. Lembro de que as indulgências também foram
duramente criticadas por Dante em A Divina Comédia.
Com efeito, a teoria dantesca sobre o Estado, ao mesmo tempo que propunha um poder de um
soberano, afirmava a necessidade de limitação do poder da Igreja e do próprio soberano. Isso
porque, para Dante, essas limitações evitariam abusos sobre a sociedade civil. Essa ideia do poeta
florentino é muito próxima de Thomas Morus.
Diante da busca pela proteção da sociedade civil, algo que Dante advogava a seu favor, pois fora
perseguido pela Igreja e por governantes, o bem comum só poderia ser atingido por uma
monarquia racional, capaz de distinguir razão e fé. Nesse sentido, na obra Monarquia, três
elementos marcam a defesa da soberania do povo:
1-a consolidação do princípio da propriedade privada e a sua utilização como limite ao poder
espiritual e do que Dante imaginava como monarquia absolutista;
2-o resgate das instituições públicas e privadas do direito romano;
3-a existência de direitos naturais que resguardam a liberdade e a dignidade humanas.
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Comentários
É uma questão conceitual. Na verdade, trabalha com a esquematização de pensamento e
sistema político autocrático. Assim, existem, ao longo da história, várias experiências
históricas e formatos específicos que seguiram as características descritas no texto. O texto
descreve um sistema de Estado unitário, centralizador, coercitivo e baseado em uma
dominação que pode ser carismática, na medida em que o Estado e as lideranças atendem
a um desejo de unidade. Tendo isso em mente, vamos analisar cada alternativa:
Errado. O Estado liberal não é autocrático e nem centralizador. Seu modelo é essencialmente
descentralizador, como nos federalismos.
Gabarito, conforme comentário acima.
Errado. No renascimento eram monarquias e não repúblicas.
Correto. Os dois regimes trazidos pela questão se encaixam na descrição. Agora cuidado, o
nazismo tem outras características que o torna diferente do absolutismo.
Errado. A teoria socialista prevê um Estado governado democraticamente pela maioria. Não
trate a experiência soviética ou chinesa como sinônimos de socialismo.
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Gabarito: B
(UFG)
(...) O príncipe que baseia seu poder inteiramente na sorte se arruina quando esta muda.
Acredito também que é feliz quem age de acordo com as necessidades do seu tempo, e da
mesma forma é infeliz quem age opondo-se ao que o seu tempo exige.
Maquiavel. "O Príncipe". Brasília: Ed. UnB, 1976. p.90.
A formação dos Estados modernos na Europa Ocidental foi fruto de um complexo processo
de alianças entre setores da nobreza e da nascente burguesia. O rei encarnava essa tensa
aliança que expressava as lutas políticas próprias ao período de formação do capitalismo.
Acerca do processo de formação dos Estados modernos, é possível afirmar que
( ) os princípios disseminados na obra de Nicolau Maquiavel, "O Príncipe", são condizentes
com a moralidade política medieval, que defendia a origem divina do poder real; portanto,
ao príncipe caberia aceitar os desígnios divinos e governar para o bem da coletividade.
( ) Maquiavel elabora uma reflexão realista sobre o poder e o homem; portanto, aconselha
o príncipe a governar em nome de uma razão destinada, primordialmente, ao fortalecimento
do poder do soberano.
( ) a imagem do rei estava associada, desde a formação dos Estados feudais, a princípios
religiosos. Os rituais de coroação, mediados pela Igreja Católica, sacralizavam o poder real.
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18
ANDERSON, Perry. Idem, p. 85.
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Nesta imagem, do livro Memórias de Philipp de Commynes, o rei Luís XI, que governou a França
de 1461 a 1483, está no alto, de manto azul. Ele comanda uma reunião dos Estados Gerais,
formado por representantes do clero, da nobreza e representantes de cidades (ou seja,
burgueses).
Além disso, com a crescente centralização do poder, os reis franceses se depararam com o
desafio de administrar um território de vasta extensão. Assim, se a Guerra dos Cem Anos viabilizou
a criação de um exército e impostos permanentes, pouco contribuiu para aprimorar a
administração do território francês. Esse aprimoramento foi realizado em meio ao contexto das
guerras religiosas, portanto, interna ao território francês. Isso porque, os conflitos da reforma
protestante na França envolveram, praticamente, toda a população: burguesia, nobreza,
camponeses, clero, reis. Lembro de que, em linhas gerais, a disputa religiosa na França foi entre
a burguesia calvinista (huguenotes) e a nobreza católica.
Diante de tantas disputas internas, uma forma de suprimir as contendas e controlar o
território foi aprimorar a estrutura burocrática do Estado. Isso foi feito com o rei Francisco (1515-
1547) e o rei Carlos IX (1560-1574), por exemplo.
Cabe lembrar que, em função da guerra religiosa, houve uma crise de sucessão no trono
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francês. O rei Henrique III (reinado de 1573 a 1575) foi assassinado por um católico fanático.
Nesse contexto, faltava, então, um elemento importante para liberar o caminho rumo à
consolidação da Monarquia Absolutista francesa, qual seja, a pacificação do território. Isso ocorreu
com o rei Henrique IV, o qual, após se converter ao catolicismo e decretou o Edito de Nantes
(1598). Por meio dessa ação, o rei viabilizou a liberdade de culto aos protestantes. Com isso, o rei
também conquistou a simpatia da burguesia comercial calvinista. Henrique IV também criou o
cargo de intendente, formado por funcionário subordinados apenas ao rei e que possuíam
autoridade para intervir nas províncias.
A distribuição de cargos na administração do Estado francês, que já perdurara por mais de
um século, atingiu ponto máximo e se estabilizou em 1604, com a inovação do instituto chamado
paulette. A paulette era o pagamento de uma percentagem anual em cima do valor da compra
do cargo para que ele – o cargo – passasse a ser hereditário. Tratou-se de uma inovação, pois,
com a medida, a burocracia passou a se retroalimentar e se descolar da nobreza. Esse elemento
foi importante para construir, ao longo dos anos, a autonomia do que virá a ser o Estado soberano
francês em relação à nobreza.
Henrique IV também estabeleceu, pela primeira vez, o poder a presença reais em Paris,
formando, assim, a capital permanente do reino francês.
Seguiu-se o rei Luis XIII, que era menor de idade e, por isso, os poderes reais foram
delegados ao bispo regente Richelieu. Este promoveu uma série de reformas administrativas e foi
responsável por envolver a França na Guerra dos 30 Anos (1618-1648) contra a dinastia Habsburgo
(do Sacro Império Romano-Germâncio) e a Espanha.
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Por sua vez, Luís XIV, que governou de 1643 a 1715, e ficou conhecido pela frase “O
Estado sou eu”, consumou o apogeu do Estado Absolutista na França. Ele herdou um
Estado com um exército consolidado, com uma administração burocrática definida,
com finanças regulares e sem grandes conflitos internos. Ou seja, o poder monárquico
estava, praticamente, racionalizado e ampliado.
Assim como para a França, a Guerra dos Cem Anos contribui para fortalecer a centralização
do poder na Inglaterra. Porém, entre os ingleses, como os barões (a nobreza) detinham a primazia
dos poderes locais sobre os poderes do monarca, além de o Grande Conselho (futuro Parlamento)
ter significativo poder, foi o enfraquecimento da nobreza nesta guerra que favoreceu a figura do
monarca.
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Porém, essa situação de insulamento dos ingleses contribuiu para disputas entre os nobres.
Com efeito, o desenvolvimento histórico das tensões políticas na Inglaterra se deu entre a nobreza
organizada no Grande Conselho (a futura Câmara dos Comuns, o Parlamento) e aquela em torno
da Coroa.
Prosseguindo, com os altos custos militares na Guerra dos Cem Anos, os nobres começaram
a ficar enfraquecidos, pois os combates eram feitos por seus guerreiros e não por um exército
único, como dito. Na prática, era dinheiro dos nobres que se perdia nos combates. Além disso,
logo após a Guerra dos Cem Anos, iniciou-se em solo inglês uma disputa interna, a Guerra das
Duas Rosas (1455-1485).
Esse conflito, que envolveu toda a nobreza inglesa, foi a disputa pelo trono entre as famílias
York e Lancaster uma vez que, após a Guerra dos Cem Anos, não mais existia uma autoridade real
vitoriosa capaz de unir a nobreza inglesa. Havia um vazio de poder após a derrota para a França.
O desfecho dessa Guerra entre as duas famílias ocorreu com a ascensão dos Tudors ao
poder, por meio da figura de Henrique VII.
Por sua vez, com Henrique VIII (reinado de 1509 a 1547) melhor se delineou a centralização
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do poder político, pois, ele decretou o Ato de Supremacia como parte da disputa com o papado.
Mais uma vez, lembro de que o protestantismo possuía muito mais afinidade com os interesses
comerciais da burguesia em ascensão do que a condenação do comércio feita pela Igreja Católica.
Por isso, a nova religião na Inglaterra agradou os burgueses a ponto de Henrique VIII conseguir
articular seu fortalecimento.
Essa força de Henrique VIII também se desenvolveu porque para se defender dos ingleses
defensores do Vaticano, convocou o Parlamento a fim de mobilizar a classe fundiária a seu favor.
Ele conseguiu legitimidade para confiscar os bens da Igreja, bem como transferiu para suas mãos
o poder religioso.
Dando sequência a uma política voltada para o comércio e, portanto, interessada em auferir
renda para a Coroa, a rainha Elizabeth (reinado de 1558 a 1603) desenvolveu medidas
mercantilistas, de característica expansionista:
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Por isso, a teoria absolutista dos pensadores que advogam que o rei poderia legislar de
forma suprema não encontrou viabilidade prática entre os ingleses. Havia uma limitação
que se esbarrava no Parlamento, pois esta instituição contrabalanceava qualquer
tentativa absolutista.
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A rainha Elizabeth foi sucedida por Jaime I, que governou de 1603 a 1625, dando início a
dinastia Stuart. Com os Stuarts foi dado mais um passo rumo à consolidação da monarquia inglesa,
pois em razão da origem escocesa da família, Inglaterra e Escócia foram unificadas sob o mesmo
reinado. Contudo, os Stuarts tinham tendências absolutistas e se enfrentavam o tempo todo com
o Parlamento e com os interesses quer seja da burguesia quer seja da nobreza.
Em 1640, a disputa física entre os cavaleiros partidários do rei, de um lado, e, do outro, dos
chamados “cabeças redondas” em defesa do Parlamento, cindiu os ingleses em dois grandes
grupos e originou a chamada Revolução de Oliver Cromwell. O Rei foi decapitado e instalou-se
uma Repúbica.
19
Idem, pp. 113-114.
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passou a ser ocupado pelo protestante Guilherme de Orange, muito mais propenso a defender
os negócios mercantis.
É importante ressaltar que nesse processo, Guilherme de Orange foi obrigado a assinar
uma declaração que estabelecia um equilíbrio de poderes entre a Coroa e a Câmara dos Comuns.
Nesse sentido, o documento assinado foi a Declaração de Direitos (Bill of Rights) segundo a qual
o monarca não se sobreporia ao Parlamento, e nem tentaria fazê-lo.
Dessa forma, diferentemente de uma monarquia absolutista com um único foco de poder,
na Inglaterra se constituiu uma Monarquia Constitucional. Para alguns, do ponto de vista do
absolutismo, tratou-se de uma monarquia absolutista acanhada. Perry Anderson define o processo
ocorrido na ilha normanda como uma centralização concorrente entre o poder real e o poder de
representação da nobreza20 (no Parlamento).
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A Espanha foi considerada a uma grande potência da Europa Moderna, por isso é
importante falarmos um pouco sobre ela, sem contar que ela impactou diretamente a colonização
na América Latina.
20
Idem, p. 113.
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Com a união de Fernando e Isabel, os reis católicos, a monarquia espanhola, dentre todas
do continente europeu, foi a que mais se beneficiou – do ponto de vista territorial- da instituição
do casamento. Lembre-se, o casamento tinha um papel importante na diplomacia entre os reinos.
Outro ponto importante da singularidade dessa monarquia foi que ela, com as conquistas
do Novo Mundo, acumulou uma riqueza fruto dos metais preciosos. Segundo Perry Anderson, a
pilhagem da América fez com que a Monarquia Espanhola tivesse um tesouro muito superior a
qualquer outra casa real do período da Renascença21. A consequência disso foi que,
diferentemente dos demais reinos, o absolutismo na Espanha pode dispensar (durante um tempo)
a constituição de um sistema administrativo de tributação eficiente.
ideológico poderoso ao impor o medo. Os reis eram católicos e abriram um vasto espaço para a
atuação da Igreja Católica espanhola, formando-se uma aliança estratégica entre governo e
religião. Aqui não houve tolerância com os protestantes.
Poderosos e com recursos para financiar seus planos expansionista, seja no continente, seja
nas Américas (com a famosa armada de navios espanhóis), os reis espanhóis não tiveram dúvidas
em promover guerras. Anexaram regiões do sul da Itália e de Portugal. Tentara investidas contra
França e Inglaterra e invadiram principados da Alemanha. Por esses motivos, considera-se que a
Espanha foi a primeira potência da Europa no século XVI.
A fim de controlar todo o território, Fernando e Isabel iniciaram uma série de medidas
autoritárias: as ordens militares regionais forma anexadas ao poder central; para alunar poderes
regionais, castelos baroniais foram demolidos; as guerras privadas (resoluções de conflito
diretamente) foram proibidas; a autonomia das cidades foi suprimida a partir da instalação das
corregedorias oficiais responsáveis por administrá-las; o Estado assumiu o controle das finanças
da Igreja, eliminando, assim, a influência do papado na Espanha. Nos dizeres de Perry Anderson,
“a máquina de Estado castelhana foi, em outras palavras, racionalizada e modernizada”22.
21
Idem, p. 59.
22
Idem, p. 64.
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Nesse contexto, entre 1556 e 1598, reinou Felipe II, que foi a expressão da centralização
absolutista. O viés autoritário do absolutismo de Felipe II apareceu com a repressão aos
protestantes luteranos, calvinistas e anglicanos. Também expulsou judeus e mulçumanos da
Espanha. Para tanto, a Inquisição foi imprescindível.
A ambição de Felipe II e a certeza de sua soberania foi tamanha que, com a armada
espanhola, tentou invadir a Inglaterra. Nesse ponto, podemos perceber o papel do casamento na
promoção de guerras e pacificações. Veja:
# Felipe II, casou-se com a inglesa Maria I Tudor e, com esse casório, tentou adquirir direitos à
coroa da Inglaterra (1554), com a morte de Maria (em 1558), o projeto de união dos dois reinos
falhou, pois não chegaram a ter um filho.
# A terceira das mulheres de Felipe II foi a francesa Isabel de Valois, filha de Henrique II da França.
Esse casamento foi parte do processo de pacificação entre França e Espanha.
castelhano.
Quero que você articule a seguinte associação, após vermos os exemplos da França,
Inglaterra e Espanha:
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estagnação
produção agrícola
escassez de moeda marítimo-
deficitária
comercial
Mudança do eixo
Solução: Expansão
comercialdo
Marítimo-
Mediterrâneo para
comercial
Oceano Atlântico
23
SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. São Paulo: Ed. Saraiva, 1994.
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24
Perceba que a questão
24
Ortelius, Abraham, Aegid. Coppenius Diesth, and Humphrey Llwyd. Theatrum Orbis Terrarum.
Antverpiae: Apud Aegid. Coppenium Diesth, 1570. Map. https://www.loc.gov/item/98687183/. Acessado
em 15-03-2019.
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➢ Metalismo: Objetivo era obter diretamente os metais preciosos. Caso clássico da Espanha
que, por meio de suas colônias latino-americanas, conseguiu extrair quantidade enorme de
outro e prata.
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Para finalizar, articula comigo uma ideia: se tomarmos as concepções mercantilistas como
ponto da análise, podemos chegar à conclusão de que houve concorrência entre os países
europeus no sentido de ver quem acumulava mais metais precisos. Assim, ao longo da história
dessa época moderna, tomaremos contato com diversos momentos em que esses reinos entram
em conflito.
Portanto, como elemento fundamental desse contexto, Portugal e Espanha, que foram os
pioneiros das Grandes Navegações, como veremos, desenvolveram um dos maiores sistemas de
lucratividade da época moderna: o Colonialismo!
✓ Para ter superávit comercial foi necessário o COLONIALISMO;
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E aí Bixo, quem lembra como se chama essa relação entre metrópole e colônia? ... (30 segundos
depois...) Aposto que você respondeu “na lata”: pacto colonial ou exclusivo metropolitano!! Já
tatua na mente essa informação porque será assunto da nossa próxima aula!
25
NOVAIS, Fernando A. Portugal e Brasil na crise do sistema colonial (1777-1808). In: VAINFAS,
Ronaldo. Dicionário do Brasil colonial (1500-1808).
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O Século XVI e XVII foi marcado por uma transição do sistema feudal estabelecido na Idade
Média para o sistema mercantilista surgido no início da Idade Moderna. Nesse momento, os
europeus viviam inúmeros acontecimentos, como as expansões marítimas, o surgimento do
Protestantismo, a ascensão da classe burguesa, a centralização política das monarquias
europeias e o Renascimento Cultural e Científico. Tudo isso fez surgir o modelo econômico
mercantilista, porém suas formas eram variadas e multifacetárias, causando desigualdade
econômicas entre os Estados Modernos.
Entre as dificuldades da economia mercantil durante o início da Idade Moderna, vejamos a
alternativa correta:
a) Errado. A Burguesia era a principal classe econômica interessada na expansão do
comércio, nesse período. Com o renascimento comercial e urbano, surge uma classe de
comerciantes que se consolida durante o Período Moderno. Esses eram os principais agentes
econômicos do Mercantilismo.
b) Errado. A Igreja Católica vivia um momento de enfraquecimento, visto o crescimento dos
adeptos as reformas religiosas propostas pelos Protestantes ao início do século XVI. Sua
influência se concentrava principalmente nos países ibéricos, nos reinos italianos e em boa
parte dos territórios franceses. Ela não conseguia se impor sobre as transformações
econômicas desse momento.
c) Errado. Durante os séculos mencionados acima, os europeus já haviam começado as
expansões marítimas, quebrando o monopólio comercial dos muçulmanos e de algumas
cidades italianas com o Oriente.
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Bem, querida e querido aluno, chegamos ao final da aula sobre a primeira parte do Período
Moderno. Ainda teremos mais uma aula para falar sobre as transformações desse modelo
absolutista que findará na Contemporaneidade.
Como eu falei, esta não é um tema muito cobrado, mas sem entendê-lo, depois, ficará difícil
entender as causas do Iluminismo, da Revolução Americana e Francesa, por exemplo. Por isso,
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6. DICIONÁRIO CONCEITUAL
Conservadorismo
O conservadorismo se confunde com imobilismo, pois ele é a negação, mais ou menos
acentuada, do aperfeiçoamento e desenvolvimento autônomo da civilização humana e do
indivíduo. Por isso, para os conservadores é melhor que as circunstâncias não mudem. Com efeito,
o termo conservadorismo só faz sentido, do ponto de vista histórico, se for analisado com seu
oposto, o progressismo. Ambos os termos são inseparáveis no processo de formação do
pensamento político europeu. Nesse sentido, o progressismo foi associado à ideia de
autorrealização do homem por meio da ação política individual como instrumento de libertação
das amarras do passado.
Veja portanto, que o conservadorismo se opõe à visão antropológica. Por isso, em muitas
análises, o conservadorismo é associado ao pensamento religioso medieval e, posteriormente, à
permanência das monarquias absolutistas contra as ideias (progressistas) do iluminismo. Também
é comum associar o conservadorismo ao mundo estático, ausência de mudanças.
Em relação ao poder político, os conservadores têm uma contribuição importante para a
organização do Estado. Isso porque, ao conceberem que os homens possuem limites inerentes à
sua natureza, o poder seria necessário para coagir aqueles que tentassem ultrapassar esses limites
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(considerados desvios, pontos fora da curva). Embora expresse um viés autoritário com esse tipo
de pensamento, o conservadorismo também contribuiu para limitar poderes tirânicos.
Ao lembramos da monarquia na Inglaterra, podemos associar que a nobreza conservadora
desse país, ao longo da história, lutou para impor limites ao poder dos reis. Dessa forma, para os
conservadores é importante sempre controlar o poder político, seja para que ele não se
transforme e inove, seja para que ele não cometa abusos. Daí, mais uma vez, a ideia de imobilismo
e estatismo do conceito de conservadorismo.
Parlamento
Quando se fala de Parlamento e de parlamentarismo, se faz normalmente referência a
fenômenos políticos cujo desenvolvimento histórico pertence a um período mais moderno.
Contudo, segundo o Dicionário de Política, organizado pelo filósofo político Norberto Bobbio,
em quase todos os países europeus houve, mesmo nos séculos iniciais depois de Cristo,
instituições políticas genericamente denominadas "Parlamentos", embora por vezes fossem
também chamadas de "Estados Gerais", "Cortes", "Estamentos", etc. Aliás, já vimos isso quando
estudamos Roma.
Já no período medieval, também existiam os “Parlamentos”. Na Inglaterra, por exemplo,
o Conselho Geral perdurou durante muito tempo até se transformar na Câmara dos Comuns. Mas,
que fique claro: o exame das características estruturais e das modalidades de desenvolvimento
das funções específicas revela uma grande distância entre os Parlamentos "medievais" e os
Parlamentos modernos. Assim como os Reis medievais eram diferentes dos Reis modernos, os
espaços de deliberação da nobreza medieval (os parlamentos) também foram modificados com a
chegada da Idade Moderna.
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"assembléia", queremos indicar uma estrutura colegial organizada, baseada não num princípio
hierárquico, mas, geralmente, num princípio igualitário27.
Privilégio
O conceito de privilégio na sociedade contemporânea é equiparado, na linguagem usual,
às vantagens exclusivas que as classes altas têm: maior riqueza e poder político. Assim, a elite
seria privilegiada. Mas, originalmente, os privilegiados da sociedade feudal e do Antigo Regime
eram um corpo social definido por deterem, de fato, privilégios concedidos pelas autoridades.
Nesse sentido, privilégio seria a vantagem exclusiva ou especial de que goza alguém mediante
concessão de uma autoridade superior (um rei) ou de uma circunstância específica (Estados
absolutistas).
Sistema Internacional
De acordo com Raymond Aron, mencionado pelo professor e historiador Bruno Leal
(UnB) , um sistema internacional é “conjunto constituído pelas unidades políticas que mantêm
28
relações regulares entre si e que são suscetíveis de entrar em uma guerra geral”. Com isso, o
historiador se refere a uma espécie de ordenação racional que busca ditar as dinâmicas no pano
26
BOBBIO, Norberto. Dicionário de Política. Brasília: Ed. UnB. 1998, p. 879.
27
Idem, 880.
28
LEAL, Bruno. A “Paz de Vestfália”: um marco das relações internacionais. jan/2018. Café História.
Disponível em: https://www.cafehistoria.com.br/paz-de-vestfalia-marco-%E2%80%8E/. Data de
acesso: 25/01/2022
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internacional, gerenciar conflitos, negociar termos de paz e discutir questões que interessam aos
seus membros além de constituir um ecossistema político que, embora diverso, compartilha de
determinados valores e cultura. É justamente um sistema internacional nos temos descritos por
Aron que vai se forjar no âmbito da Paz de Westfália.
A imagem acima representa Martinho Lutero (1483-1546) em sua própria defesa na Dieta de
Worms, uma assembleia oficial do Sacro Império Romano Germânico que, dentre outras
questões político-religiosas, apurou acusações de heresia. Durante uma de suas falas,
marcadas por defender seus escritos, ele precisou responder objetivamente se concordava
com o conteúdo que havia escrito ou se pretendia, Lutero disse:
“A não ser que eu esteja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pela razão clara, sou
limitado pelas Escrituras que citei e minha consciência é cativa à palavra de Deus. Não posso
e não irei me retratar de nada, uma vez que não é nem seguro nem correto agir contra a
consciência. Esta é minha posição."
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(BBC News. Os 500 anos do inquérito de Lutero, que abriu o mundo ocidental para a liberdade de
pensamento. 25 de abril de 2021. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-
56809062. Acesso em: 29/04/2021)
domínio das técnicas do retrato e da perspectiva sobrepôs-se à arte europeia, dando origem
ao Renascimento.
b) a presença de artistas nas cidades atraía os investimentos de ricos burgueses em busca de
prestígio social, fazendo com que as regiões que concentravam os artistas, como a Itália e
os Países Baixos, se urbanizassem mais que as outras.
c) nas cidades podia-se estudar a cultura artística em universidades, dedicadas ao cultivo da
tradição clássica e ao ensino de novas técnicas, como o uso do estilo gótico na arquitetura e
da perspectiva na pintura.
d) a riqueza concentrada nas cidades permitia a prática do mecenato, enquanto o
crescimento do comércio estimulava o encontro entre as culturas europeia e bizantina,
possibilitando a redescoberta dos valores da antiguidade clássica.
3. (Estratégia Vestibulares/profe. Alê Lopes)
“É somente na minha pessoa que reside o poder soberano. É somente de mim que os meus
tribunais recebem a sua existência e sua autoridade; a plenitude desta autoridade, que eles
não exercem senão em meu nome, permanece sempre em mim, e seu uso nunca pode ser
contra mim voltado; é unicamente a mim que pertence o Poder Legislativo sem dependência
e sem partilha; é somente por minha autoridade que os funcionários dos meus tribunais
procedem; toda ordem pública emana de mim, e os direitos e interesses da nação estão
necessariamente unidos com os meus e repousam nas minhas mãos.”
Declaração do rei francês, Luís XV, em 1766. Apud: Paulo Miceli. História Moderna.
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Itália, e ficou proibido de voltar à então cidade-Estado. A revisão judicial faz parte das
homenagens que marcam o 700º aniversário da morte do poeta e é um gesto simbólico,
segundo Traversi. Ela tem a intenção de investigar se as sentenças foram justas ou “fruto
envenenado da política que usou a Justiça para atacar um oponente”, afirmou o advogado.
(NEXO Jornal. Por que a Itália vai revisar a condenação de Dante Alighieri. 19/05/2021.
Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2021/05/19/Por-que-a-It%C3%A1lia-vai-
revisar-a-condena%C3%A7%C3%A3o-de-Dante-Alighieri. Acesso em: 19/05/2021)
Apesar de ser notoriamente conhecido por sua contribuição na literatura, com A Divina
Comédia, o suposto julgamento político porque passou Dante Alighieri – motivo de
questionamento séculos depois - expõe um contexto em que parte da Europa
a) estava fortalecendo as relações sociais feudais para retomar o controle dos poderes
descentralizados, em particular, na Península Ibérica, com vistas à expulsão dos árabes.
b) estava sob o arbítrio das monarquias absolutistas e sob a perseguição de opositores que
apresentassem ideias críticas ao direito divino dos reis governarem.
c) iniciava a construir uma unidade cultural que se formava em torno do renascentismo, no
final da Idade Média, em contraste com as disputas fraticidas existentes no âmbito da
política.
d) principalmente, a Itália, despontava com atividades comerciais ultramarinas em direção ao
comércio com o Oriente, motivos que levaram à tensão com a Igreja Católica.
e) vivia sob o juízo da contrarreforma religiosa, razão que levou à perseguição de Dante
Alighieri.
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a) carregava vários elementos da mentalidade medieval. Esse tipo de mapa continha uma
série de referências bíblicas, estabeleciam Jerusalém como centro do mundo e projetavam
o Jardim do Éden.
b) fazia parte de um contexto mais amplo de mudanças de paradigmas de pensamento
causadas pelo movimento iluminista, que se opunha ao racionalismo renascentista.
c) foi confeccionada graças ao uso de aviões, que permitiram a Mercator e outros cartógrafos
a ter uma perspectiva mais realista do espaço, proporcionada pela altura da qual podiam
observar.
d) diferente dos mapas medievais, tinha uma função geográfica e representava espaços
físicos observados ou intuídos por meio da exploração territorial. Nota-se a influência das
ideias renascentistas.
e) pôde ser confeccionada graças a navegações de espanhóis e portugueses, que exploraram
o globo contratando cartógrafos renascentistas. Inclusive, Mercator foi o cartógrafo de
Colombos, em 1492.
6. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)
Em outras palavras, se não dá para atribuir importância central aos vínculos econômicos do
comércio, de importação e exportação Leste e Oeste, isso se deve ao fato de que o próprio
modo de produção feudal – de modo algum superado na Europa Ocidental durante os
séculos XVI e XVII – não conseguia criar um sistema econômico unificado.
ANDERSON, Perry. Linhagens do Estado Absolutista.
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na caixa. [...]
45 – Os cristãos deveriam aprender que todo aquele que vê um homem necessitado e não
socorre, e depois dá dinheiro para perdões, não está comprando para si a indulgência do
papa mas a cólera de Deus. [...]
82 – Por que o papa não esvazia o Purgatório apenas por caridade, se o faz através de uma
basílica?”
LUTERO, Martinho [1517]. In: Coletânea de documentos históricos para o 1º grau: 5ª a 8ª
séries. São Paulo: SE/Cenp, 1980, p. 81-82.
No trecho, Martinho Lutero crítica a venda de indulgências para afirmar o princípio de
a) sacerdócio universal.
b) justificação pela fé.
c) autoridade pela palavra revelada.
d) predestinação.
e) livre arbítrio.
10. (Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)
“A invenção do telescópio permitiu aos astrônomos desvendar todo um outro mundo: a
descoberta de Saturno, a descoberta dos satélites de Júpiter, as manchas solares, as fases
de Vênus e da superfície lunar com suas montanhas e crateras. (...) A importância deste
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“No Século XIV, o poeta florentino Petrarca era um colecionador de textos antigos,
manuscritos gregos e latinos, pelos quais tinha paixão. Ele acreditava que as traduções feitas
desses originais ao longo do tempo deformaram o pensamento de Aristóteles, Cícero e
Tácito com o intuito de adequá-los à religião cristã. Tanto para ele, como para seu
compatriota Bocage, era tempo de os redescobrirem em sua pureza original, de depurar
todos os erros acumulados nesses textos no curso da Idade Média. Isso serviria para
enriquecer a cultura humana”.
BOURQUIN, L. Histoire. Paris: Belin, 2001.
d) Petrarca é um dos primeiros humanistas. Ele tratou de temas como o amor à pátria, a
busca pela glória, a importância de educar e transmitir os saberes e a referência aos textos
antigos.
15. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)
Nas cidades, as festas ocorriam em escala muito maior; e, o que é mais importante, todo dia
era uma festa, no sentido de que havia permanentemente à disposição diversões, oferecidas
por profissionais. Pelo menos nas grandes cidades, os cantores de baladas e palhaços
apresentavam-se o tempo inteiro, ao passo que os aldeães só os viam de vez em quando. As
cidades abrigavam minorias étnicas, as quais muitas vezes viviam juntas e partilhavam uma
cultura que excluía os de fora.
Peter Burke. Cultura Popular na Idade Moderna: Europa 1500-1800. SP: Cia das letras,
2010, p. 65-66)
A partir do texto, é possível afirmar que a vida na cidade moderna
a)Era uma expressão dos renascimentos cultural e comercial que tinham no espaço urbano
seu principal cenário.
b)Era muito parecida com a vida na cidade clássica, como na Grécia, cujo papel central era a
política.
c)Era tão importante quanto o campo e, por isso, alcançou a maioria da população dos
principais reinos.
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século XX.
c) Absolutista, como as repúblicas italianas renascentistas.
d) Totalitários, durante as monarquias absolutistas e dos regimes nazifascistas
contemporâneos.
e) Socialista, com partido único e repressão como forma exclusiva de dominação.
19. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)
A crítica humanista pautava-se pela percepção _________1________, em oposição
___________2_______ do mundo medieval.
Considerando as diferenças entre o pensamento humanista e o pensamento medieval, na
passagem da Idade Média para a Moderna, preenche corretamente as lacunas
a)1: de ruptura e de transformação; 2: à permanência e à continuidade
b) 1: controle do próprio destino; 2: ao antropocentrismo
c) 1: geocentrista; 2: ao heliocentrismo
d) 1: individualista e racionalista; 2: ao neoclassicismo
e) 1: orientada pela fé; 2: à percepção orientada pela razão
20. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)
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Ora, entre o século XIV e o XV, na verdade, houve uma mudança de equilíbrio; os
“humanistas”, e com eles os artistas, os artesãos, os homens de ação, substituíram as trilhas
já sem perspectiva da especulação medieval por novas exigências, novos impulsos, novos
fermentos, diante das perguntas até aquele momento, sem respostas.
(Eugenio Garin. Apud. COTRIM, Gilberto. História Global)
O texto acima faz referência
a) Ao Movimento iluminista
b) Ao Movimento Cartista
c) Ao Movimento da Contracultura
d) Ao Movimento Renascentista
e) Ao Movimento Protestantista
21. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)
As profundas mudanças pelas quais passou a Europa no fim da Idade Média refletiram-se,
no plano cultural, em uma verdadeira revolução: o Renascimento, que se iniciou na península
Itálica no século XIV e se estendeu até o começo do século XVII por toda a Europa.
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(ARRUDA, José Jobson de A., PILETTI, Nelson. Toda a História. São Paulo: Ed. Ática. 2007,
p. 93)
A origem do renascimento cultural está diretamente relacionado
a) ao incentivo da Igreja Católica em reformar suas capelas e catedrais, fato que estimulou
as escolas artísticas.
b) ao advento das ideais iluministas.
c) ao desenvolvimento de um centro de comércio ativo e dinâmico, capaz de gerar excedente
de riqueza possível de ser investido na produção cultural.
d) à retomada da centralidade do homem proporcionada pelo pensamento liberal dos
pensadores contratualistas.
e) ao patrocínio da nobreza feudal de artistas que passaram a ser contratados para retratar
famílias e propriedades.
22. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)
No período do Renascimento, não houve apenas uma mudança na qualidade da obra
intelectual, mas também um aumento na quantidade da produção cultural.
(COTRIM, Gilberto. História Global)
Entre os fatores que influenciaram a disseminação do renascimento, pode-se destacar:
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a) A riqueza acumulada pelos artistas renascentistas que financiavam suas próprias obras,
segundo a lógica do individualismo.
b) O desenvolvimento de novas técnicas artísticas, como a perspectiva.
c) Retomada de elementos greco-clássicos que permitiu o aperfeiçoamento das obras
renascentistas.
d) A existência concentrada de artistas brilhantes nas ricas cidades italianas.
e) O desenvolvimento da imprensa e a ação dos mecenas do setor bancário e religioso.
23. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)
Alguns humanistas cristãos, a partir do século XI, condenaram o distanciamento do clero
católico do que chamavam de “espírito do Evangelho”. Qual o nome do alemão que, a partir
das suas 95 Teses, criou uma das correntes religiosas do protestantismo?
a) Marinho Lutero.
b) Rei Henrique VIII.
c) Max Weber.
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d) João Calvino.
e) Thomas Morus.
24. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)
No início da Idade Moderna, ocorreram mudanças significativas no plano religioso europeu.
Considerando:
I – a venda de indulgências.
II – o avanço islâmico em direção ao leste europeu.
III – a insatisfação de setores mercantis em relação à Igreja.
IV – a corrupção que reinava em setores do clero.
V – o interesse dos reis em fortalecer o poder da Igreja.
Assinale abaixo a alternativa que apresenta razões para o surgimento da Reforma
Protestante:
a) I e II.
b) I, II e III.
c) I, III e IV.
d) II, III e V.
e) IV e V.
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(ARRUDA, José Jobson de A., PILETTI, Nelson. Toda a História. São Paulo: Ed. Ática. 2007,
p. 163)
Qual ação pode ser considerada de responsabilidade da Companhia de Jesus no contexto
da Contrarreforma religiosa?
a) a elaboração de um programa social que fosse capaz de atender às demandas dos
camponeses.
b) o aconselhamento de reis católicos a partir das ideias do despotismo esclarecido.
c) a organização de exércitos responsáveis por combater calvinistas na região sul da França.
d) a difusão do catolicismo entre povos não-cristãos por meio da catequese.
e) a criação de escolas de artes responsáveis por formar pintores que passariam a difundir o
catolicismo por meio de afrescos.
27. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)
O processo de centralização política que levou à formação dos Estados Modernos não
ocorreu de forma brusca ou sem resistência por parte de grupos que não queriam perder
seu poder. Apesar disso, o Estado se tornou um instrumento importante, inclusive, no
desenvolvimento econômico.
(COTRIM, Gilberto. História Global)
Foram medidas estatais que impulsionaram a economia:
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a) Luís XVI.
b) Felipe II.
c) João Sem-Terra.
d) Fernando de Castela.
e) Henrique II.
29. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)
Durante a Idade Moderna, na Europa, ocorreu o fortalecimento gradual dos governos das
monarquias nacionais. Desse processo, resultou o absolutismo monárquico, o qual contou
com pensadores que ajudaram a justificar o aperfeiçoamento do poder absolutista. A Teoria
da Soberania sustentou que um monarca era suficientemente poderoso para agir livremente
e de forma racional sem nenhum tipo de limitação. Nas palavras do autor: “a lei não é senão
o mando do soberano no exercício do seu poder. As limitações do poder soberano seriam
a lei divina e a lei natural.”
Assinale a alterantiva abaixo que apresenta o responsável por tal pensamento.
a) Jean Jacques Rousseau.
b) Thomas Hobbes.
c) John Locke.
d) Immanuel Kant.
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e) Jean Bodin.
30. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)
Fundado como condado em 1066, Portugal tornou-se soberano em 1139 pelas mãos de Dom
Afonso Henriques. Assim começava a dinastia dos Borgonha que governou o reino por mais
de 200 anos. Nesse período podemos destacar o reinado de Dom Dinis, marcado por
a) Definição das fronteiras atuais e organização interna do reino.
b) Conflitos com muçulmanos, que acabaram dominando parte do reino.
c) Perseguição aos judeus, que passaram a se converter ao cristianismo para manter seus
negócios no comércio.
d) Centralização do poder e expansão marítimo-comercial.
e) Desenvolvimento das técnicas de navegação e fortalecimento da economia pesqueira.
31. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)
O conjunto de práticas econômicas ocorridas entre os séculos XV e XVIII recebeu o nome de
mercantilismo. Suas práticas variaram de país para país, mas tinham em comum
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I – mercantilismo metalista
II – Colbertismo ou mercantilismo industrial
III – mercantilismo comercial
A – tipo de mercantilismo que priorizou a prática de comprar barato e vender caro, ganhar
no frete, estimular a construção naval e a formação de companhias de comércio.
B – tipo de mercantilismo que priorizou o mercado de produtos luxuosos, uma política
proposta por um dos Ministros de Luís XIV.
C – tipo de mercantilismo que acentuava a importância da acumulação de ouro e prata.
a) I – A; II – B; III – C.
b) I – A; II- C; III – B.
c) I – C; II – A; III – B.
d) I – B; II – C; III – A.
e) I – C; II – B; III – A.
34. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)
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Entre 1509 e 1547, o rei Henrique VIII governou a Inglaterra. Durante seu reinado, ele
a) promoveu medidas para impedir que houvesse casamentos fora da tradição inglesa.
b) criou uma nova religião a ponto de fundir o poder político do monarca com o poder
religioso.
c) fortaleceu os laços com a Igreja Católica sediada em Roma com vistas ao projeto de
dominação da Europa continental.
d) fortaleceu o parlamento inglês.
e) assinou uma carta se comprometendo a não criar impostos ou alterar as leis sem antes
consultar o Grande Conselho.
35. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)
Em 1559, a Igreja Católica produziu uma lista de livros proibidos, o Index Librorum
Proibitorum (Índice de Livros Proibidos), na qual foram relacionados livros considerados
contrários à doutrina católica.
Leia as afirmações abaixo a respeito desse contexto histórico:
I – o Index foi publicado pela primeira vez no contexto da Contrarreforma Católica.
II – os textos de João Calvino foram incluídos na lista de livros proibidos.
III – o Index foi uma das respostas da Igreja às divisões que o catolicismo sofria com as
doutrinas protestantes.
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b) Mercantilismo Comercial
c) Mercantilismo Industrial
d) Mercantilismo de plantagem
e) Mercantilismo concorrencial
37. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)
A respeito reforma protestante na Europa do século XVI, pode-se afirmar que era um ponto
comum entre luteranos e calvinistas
a) o retorno ao pensamento filosófico de São Tomás de Aquino.
b) a crítica à venda de indulgências.
c) a defesa do ensino do latim aos leigos para que fosse possível a livre interpretação da
bíblia.
d) a defesa do trabalho como caminho da salvação.
e) a importância de o cristianismo adorar santos apenas em formato de anjos.
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súditos. Com efeito, a razão pela qual os indivíduos deixam o estado de natureza para
ingressar na esfera do Estado é que o primeiro, não regulado por leis impostas por um poder
comum, se resolve numa situação de conflito permanente (o famoso ‘bellum omnium contra
omnes’) ”.
BOBBIO, N. A Teoria das Formas de Governo. São Paulo: Edipro, 2017: p. 108.
Com base nas considerações de Norberto Bobbio sobre o teórico inglês Thomas Hobbes e
sua teoria acerca do Estado, é correto afirmar que esse pensador
a) defendeu, como um dos maiores teóricos do absolutismo monárquico, que o Estado deve
ter o monopólio do uso legítimo da força para assegurar a estabilidade do reino e a
segurança dos súditos.
b) era um fervoroso defensor do absolutismo monárquico, porém acreditava que o uso da
força deveria ser equilibrado entre os poderes estabelecidos, já que o rei deveria ser
controlado por possíveis desvios de caráter.
c) defendeu o absolutismo até a queda de Carlos I de Stuart, pois, após a decapitação desse
rei, temendo pela própria vida, declinou de suas posições e passou a defender a instauração
de um governo civil.
d) defendia a autoridade dos parlamentares em detrimento da monarquia, no contexto da
Guerra Civil Inglesa (1642-1651), por julgar a autoridade real fraca e incapaz de solucionar o
conflito.
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e) assim como outros contratualistas, como John Locke e Rousseau, são ícones do
Iluminismo, além de grandes defensores da democracia e dos direitos civis individuais.
40. (UNAERP 2017)
“Depois de ter queimado personagens tão santas como João Huss (1415) e Savonarola
(1498), depois de recusar-se a ouvir os apelos à renovação, a Igreja enfrentou nas piores
condições possíveis o embate de Wittenberg: Lutero (1483-1546) juntava à ciência teológica
de Wyclif a veemência de João Huss”.
DELUMEAU, Jean. A Civilização do Renascimento. Volume 1. Lisboa: Estampa, 1984, p.126
(Imprensa Universitária; 37).
Intensas transformações políticas, econômicas e sociais entre os séculos XIV e XVI
contestaram a estrutura e os dogmas da Igreja Católica, um movimento conhecido como
Reforma Protestante. Em meio a esse cenário, em 1524 estourou uma revolta camponesa
que exigia o fim da propriedade privada e a distribuição igualitária das riquezas. Os membros
do grupo liderado pelo luterano Thomas Münzer e que levaram a cabo esse movimento eram
conhecidos como
a) hussistas.
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b) calvinistas.
c) puritanistas.
d) jansenistas.
e) anabatistas.
41. (UNAERP 2017)
“Francesco Petrarca (1304-1374) foi o primeiro poeta a fazer de si mesmo, de suas emoções,
de suas hesitações e de sua perplexidade seu tema único e permanente. Nos poemas de seu
Cancioneiro, percorre todos os desvios de sua alma, perscruta seus sentimentos mais
íntimos, acompanha as oscilações mais sutis do seu estado de espírito. Todos os recursos de
seu lirismo se concentram para expor e glosar sua humanidade inquieta e frágil”.
SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. 15. ed., São Paulo: Atual; Campinas: Editora da
Unicamp, 1988, p. 38 (Coleção Discutindo a História). Adaptado.
Na esteira do desenvolvimento comercial e urbano que se iniciara no final da Idade Média,
um movimento intelectual e artístico que representava uma nova visão de mundo teve lugar
na Europa entre os séculos XIV e XVI, vindo a ser conhecido como Renascimento. Sobre as
principais características desse movimento, considere as afirmativas e assinale a opção
correta.
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c) Inglaterra.
d) Suécia.
e) Dinamarca.
43. (ACAFE 2022) 4000143949
No ano de 2017 lembra-se os 500 anos da Reforma Protestante. A publicação das 95 teses
de Martinho Lutero iniciou um confronto entre Roma e o monge agostiniano.
Considere a Reforma Protestante e seus desdobramentos, ocorrida na Europa, e analise as
afirmações a seguir.
I. A ética Calvinista glorificava o trabalho e o lucro e classificava a riqueza como uma graça
divina.
II. Para reforçar o catolicismo na Inglaterra e, com o apoio do Papa Clemente, Henrique VII
fundou a Ordem Anglicana.
III. Em sua doutrina, Lutero manteve o celibato e a liturgia em latim.
IV. Excomungado pela Igreja Católica, Lutero recebeu a proteção da nobreza alemã̃.
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Os países reconquistados, ou que voltavam a ser católicos, tinham que seguir o programa
traçado em 1554 por Inácio de Loyola, o qual determinava que os reis não poderiam permitir em
suas administrações a presença de heréticos. Essa determinação era fruto da criação, em 1542,
pelo papa, da congregação da Inquisição.
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b) A monarquia absolutista foi uma forma de monarquia feudal em que a classe dominante
permaneceu a mesma, e a principal função do rei era militar, ou seja, a de mobilizar os
exércitos, caso fosse necessário lutar contra algum tipo de invasão.
c) A recuperação e a difusão, no Ocidente, do Direito Romano tiveram grande influência nos
Estados absolutistas, porque apresentavam uma concepção de soberania que reforçava a
dominação da classe feudal tradicional.
d) Contou com expresso apoio da burguesia local, pois, com a presença de um Estado
centralizado, seria possível implementar uma série de padrões monetários e fiscais que
permitiriam a ampliação das atividades comerciais.
e) O absolutismo monárquico rejeitou a natureza religiosa do poder político para defender
a necessidade de um organismo político laico, afirmando a racionalidade do Estado
Moderno, no qual as leis e as ordens eram estabelecidas pelo rei, e não por desígnios de
natureza sagrada.
46. (UNITAU 2018)
“Como bem viu Erwin Panofsky, uma das características marcantes do Renascimento é a
autoconsciência, que, para Eugenio Garin, manifestou-se, sobretudo, entre os humanistas.
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Não foram poucos os que sentiram com tristeza que se vivia um momento único, em que a
insegurança e a transformação contínuas impunham limites às obras: ‘[...] o mito do
renascimento, da nova luz e, portanto, da obscuridade correspondente que teve de precedê-
la foi produto, precisamente, da polêmica dos humanistas contra a cultura dos séculos
precedentes’”.
Adaptado de: SOUZA, L. de M. Idade Média e Época Moderna: fronteiras e problemas.
Signum, n. 7 (2005).
Assinale a alternativa que apresenta características do movimento humanista.
a) A renovação do contraste entre paganismo e cristianismo, contraste esse existente desde
o Cristianismo primitivo e que era reforçado pela Contrarreforma.
b) O desaparecimento da noção de Estado e do conceito de corpo público, substituídos pelo
de comunas, com um novo tipo de estratificação social.
c) A contraposição entre um mundo marcado pela complexidade das formas e a simplicidade
de significação da natureza.
d) A presença do realismo, o secularismo e o individualismo, além do entusiasmo pela
Antiguidade Clássica, e, na pintura, pelos retratos, pelas paisagens e pela natureza morta.
e) A presença de manifestações artísticas eminentemente religiosas, cujos temas têm por
objetivo persuadir os fiéis e estimular a piedade entre eles.
47. (UNITAU 2017)
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todos os monarcas.
48. (UNITAU 2017)
Publicada pela primeira vez em 1605, a obra Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, tornou-
se referência literária e documental ao tratar do contexto da Idade Moderna, criticando a
sociedade daquele momento. Essa crítica era feita em relação
a) aos padrões morais do homem moderno.
b) ao pioneirismo espanhol na descoberta da América.
c) à permanência dos ideais da cavalaria medieval.
d) ao retorno às referências clássicas.
e) ao poder do senhor feudal.
49. (UNITAU 2016)
Três grandes obras ilustram o ideal humanista na Europa do século XVI: Elogio da Loucura,
de Erasmo de Roterdã, O Príncipe, de Nicolau Machiavel, e Utopia, de Thomas Morus.
As afirmações a seguir tratam do ideal humanista.
I. O pensamento humanista valorizava as obras da Antiguidade Clássica e aliava o
conhecimento à preocupação com a erudição, o que levou à expansão da educação.
II. O humanismo é concebido, comumente, como um empreendimento moral e intelectual,
que colocava o homem no centro dos estudos e das preocupações filosóficas.
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III. O humanismo surgiu para designar atitudes renascentistas que faziam a crítica à
religiosidade e defendiam a leitura dos clássicos na educação.
Está CORRETO o que se afirma em
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I e III, apenas.
d) III, apenas.
e) I, II e III.
50. (UFPR 2016)
Segundo a historiadora Miri Rubin, “longe de serem estéreis e previsíveis, as universidades
medievais produziram não apenas servidores civis e burocratas eclesiásticos como também
pensadores radicais, cuja obra teve impacto real e que, apesar de suas críticas desafiadoras,
morreram em suas próprias camas, e não na cela de uma prisão”.
(Revista Ensino Superior, Unicamp, 25/04/2012)
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A partir desse excerto e dos conhecimentos sobre o período medieval europeu, assinale a
alternativa que relaciona as universidades com seu contexto de surgimento e expansão.
a) As universidades foram patrocinadas pelo papado, para fornecerem profissionais
preparados para atuar num contexto de expansão marítima e comercial e de declínio da
Igreja Católica perante a formação dos Estados Nacionais, ao mesmo tempo em que
estimulariam a autonomia do conhecimento escolástico.
b) As universidades foram patrocinadas pelos comerciantes burgueses, a fim de fornecerem
profissionais para atuar num contexto de iluminismo científico e de feudalização da
sociedade, com o propósito de substituir os mosteiros como fonte produtora de
conhecimento científico e tecnológico.
c) As universidades foram patrocinadas pelo papado ou por reis e príncipes, a fim de
fornecerem profissionais para atuar num contexto de renascimento urbano e comercial e de
formação dos primeiros Estados Nacionais, tornando-se espaços autônomos de valorização
do conhecimento científico.
d) As universidades surgiram patrocinadas pelo papado, a fim de fornecerem profissionais
para atuar num contexto de declínio do poder da nobreza, com o intuito de criar espaços
autônomos para estudo do direito e da matemática, de modo a servir à nascente
administração eclesiástica.
e) As universidades surgiram patrocinadas por reis, príncipes ou pelo papado, a fim de
fornecerem profissionais tanto para o gerenciamento eclesiástico das cidades pertencentes
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à Igreja Católica quanto para as cortes das nascentes monarquias nacionais, em um contexto
de revolução científica.
51. (UFPR 2012)
Tenho insistido também que a monarquia deve ser atribuída exclusivamente aos varões, já
que a ginecocracia vai contra a lei natural; esta deu aos homens a força, a prudência, as
armas, o poder. A lei de Deus ordena explicitamente que a mulher se submeta ao homem,
não só no governo de reinos e impérios, mas também na família. (...) Também a lei civil proíbe
à mulher os cargos e ofícios próprios ao homem. (...) É extremamente perigoso que uma
mulher ostente a soberania. (...) No caso de uma rainha que não contraia o matrimônio – caso
de uma verdadeira ginecocracia –, o Estado está exposto a graves perigos procedentes tanto
dos estrangeiros como dos súditos, pois caso seja um povo generoso e de bom ânimo
suportará mal que uma mulher exerça o poder. (Jean Bodin, Los seis libros de la republica.
Edição espanhola de 1973, p. 224.)
A citação extraída do livro do jurista francês Jean Bodin (1530-1596), publicado em 1576,
refere-se ao exercício do poder soberano por mulheres, algo que seria contrário às leis da
natureza, à lei de Deus e às leis civis, de acordo com o pensamento político da época.
Contudo, uma importante monarca contemporânea a Bodin, Elizabeth Tudor, exerceu o
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poder político em condições adversas e muitas vezes ameaçadoras à sua integridade física,
e seu longo reinado foi considerado pelos historiadores como a “época dourada” da
Inglaterra. Sobre a monarquia e o exercício do poder soberano, é correto afirmar:
a) Durante o século XVI, o poder soberano das monarquias europeias foi enfraquecido,
devido ao renascimento dos impérios e do papado.
b) A lei sálica, presente nas constituições de alguns reinos europeus, permitia que as
mulheres exercessem o poder soberano, e é contra essa lei que se coloca Jean Bodin.
c) O conceito de poder soberano foi determinante para o exercício da tirania dos reis
absolutistas no século XVI, que governaram sozinhos ao fechar os parlamentos.
d) Elizabeth exerceu o poder soberano por tanto tempo porque aceitou dividi-lo com a Igreja
Anglicana.
e) O poder soberano de monarcas como Elizabeth se fundamentava no princípio de não
reconhecer poder superior ao do rei, a não ser o poder divino.
9. GABARITO
3. D
1. B 4. C
2. D 5. D
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6. E 30. A
7. E 31. B
8. C 32. D
9. B 33. E
10. D 34. B
11. A 35. C
12. E 36. E
13. D 37. B
14. D 38. C
15. A 39. A
16. A 40. E
17. E 41. A
18. B 42. A
19. A 43. B
20. D 44. D
21. C 45. D
22. E 46. D
23. A 47. B
24. C 48. C
25. B 49. A
26. D 50. C
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27. D 51. E
28. C
29. E
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A imagem acima representa Martinho Lutero (1483-1546) em sua própria defesa na Dieta de
Worms, uma assembleia oficial do Sacro Império Romano Germânico que, dentre outras
questões político-religiosas, apurou acusações de heresia. Durante uma de suas falas,
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marcadas por defender seus escritos, ele precisou responder objetivamente se concordava
com o conteúdo que havia escrito ou se pretendia, Lutero disse:
“A não ser que eu esteja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pela razão clara, sou
limitado pelas Escrituras que citei e minha consciência é cativa à palavra de Deus. Não posso
e não irei me retratar de nada, uma vez que não é nem seguro nem correto agir contra a
consciência. Esta é minha posição."
(BBC News. Os 500 anos do inquérito de Lutero, que abriu o mundo ocidental para a liberdade de
pensamento. 25 de abril de 2021. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-
56809062. Acesso em: 29/04/2021)
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a) errado, pois a ideologia socialista surge no século XIX. Lutero pretendia ampliar o debate
acadêmico religioso. Segundo a historiadora Jaquelini de Souza, professora na Universidade
Regional do Cariri e pesquisadora nas Faculdades EST (antiga Escola Superior de Teologia),
instituição da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Lutero não pretendia fundar
uma nova religião, nem abandonar o catolicismo. "Quando ele publicou suas 95 teses, ele
chamava para um debate acadêmico, queria conversar com seus pares sobre uma prática
que ele considerava abusiva: seu objetivo era combater [a venda de] indulgências".
b) correto, é o gabarito, pois, além de se opor à venda de indulgências, Lutero defendia que
a conexão dos fieis deveria ser direta com o divino, com Deus. Não por menos ele traduz a
bíblia do latim para o alemão na expectativa de que os leigos pudessem fazer sua própria
interpretação a partir do acesso aos textos religiosos. Além disso, conforme o teólogo e
historiador Sérgio Ribeiro Santos, coordenador do curso de História na Universidade
Presbiteriana Mackenzie, "Sua resposta [de Luterofoi icônica. Ao dizer que não é bom
alguém agir contra a própria consciência, sua declaração marcou época. Futuramente, um
dos primeiros direitos individuais passa a ser o direito de crença, de consciência".
c) falso, pois isso não era inovador. Lutero era agostiniano, ou seja, antes dele, Santo
Agostinho já havia feito uso da razão para estabelecer uma combinação com a fé.
d) errado, a crise das investiduras ocorreu no século XI.
e) errado, pois a doutrina agostiniana não colocava a razão acima da fé e, da mesma forma,
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c) Como soberanos, cuja origem de todo poder estava em suas mãos, de modo que suas
ações legitimavam existência dos demais poderes.
d) Como deuses, cuja origem do poder era determinado por Deus e, por isso, era sagrado.
e) Como reis absolutistas, que reinavam, mas não governavam de fato devido à existência
dos Parlamentos.
Comentários:
a) falso, pois os reis eram bem instruídos na arte de governas, haja vista a obra O Príncipe
de Maquiavel. Além disso, seria estranho os reis se autodeclararem loucos. Na condição de
deuses que mandavam e desmandavam, até podiam fazer isso. Mas, mesmo se assim
procedessem, a característica que sobressairia não seria a de loucos, mas sim de deuses.
b) errado, pois predominava a concentração de poder.
c) errado, não havia outros poderes descentralizados, apenas o poder absoluto. Quer dizer,
isso na França. Já na Inglaterra havia o Parlamento, mas este ficou fechado durante um bom
tempo, no século XVII, quando os reis católicos governaram.
d) sim, porque todo poder, incluindo-se normas de conduta, julgamentos, execução da
administração, concentra-se no rei. Assim, os reis exerciam não só um poder de governo,
mas um poder sobre os indivíduos, como deuses.
e) errado. Na França não foi assim, pois os Burbons reinaram de forma absoluta. DA mesma
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Apesar de ser notoriamente conhecido por sua contribuição na literatura, com A Divina
Comédia, o suposto julgamento político porque passou Dante Alighieri – motivo de
questionamento séculos depois - expõe um contexto em que parte da Europa
a) estava fortalecendo as relações sociais feudais para retomar o controle dos poderes
descentralizados, em particular, na Península Ibérica, com vistas à expulsão dos árabes.
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b) estava sob o arbítrio das monarquias absolutistas e sob a perseguição de opositores que
apresentassem ideias críticas ao direito divino dos reis governarem.
c) iniciava a construir uma unidade cultural que se formava em torno do renascentismo, no
final da Idade Média, em contraste com as disputas fraticidas existentes no âmbito da
política.
d) principalmente, a Itália, despontava com atividades comerciais ultramarinas em direção ao
comércio com o Oriente, motivos que levaram à tensão com a Igreja Católica.
e) vivia sob o juízo da contrarreforma religiosa, razão que levou à perseguição de Dante
Alighieri.
Comentários
Gente, gente!! Atenção, tema quente para 2021/2022, pois o ano de 2021 marca o
700º aniversário de morte do poeta e filósofo italiano Dante Alighieri. Vamos lá!
Sobre o movimento renascentista, vamos lembrar que ele representou o novo, o
moderno, o mundo das cidades e da circulação do dinheiro, em oposição ao modo de vida
medieval. Dante Alighieri (1265-1321) estava inserido no início desse contexto e sua produção
literária representou a tendência desse processo. Em uma passagem de A Divina Comédia,
por exemplo, ele expõe a prática cristã de condenação da usura, ou seja, um dos elementos
(juros) que impulsionava o novo, o comércio. Olha só:
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“Se volveres a lembrança ao Gênese, entenderás que o homem retira da natureza seu
sustento e a sua felicidade. O usuário, ao contrário, nega a ambas, desprezando a natureza e
o modo de vida que ela ensina, pois outros são no mundo seus ideais”.
(Dante Alighieri, A Divina Comédia, Inferno, Canto XI, tradução de Hernâni Donato).
Veja, então, que ele transportou para a literatura a tensão que marcaria o renascentismo
e, logo em seguidas as reformas religiosas. Era, assim, um pensador de visão. Por isso, como
protagonista do humanismo, esse autor anunciou e sintetizou duas críticas que se expandiram
com os pensadores do período da Renascença que o sucederam, quais sejam:
• A crítica aos desvirtuamentos na Igreja Católica, muito em voga durante as Reformas (já vistas
nesta aula);
• A crítica à desorganização do poder político na Itália, anunciado o que seriam os fundamentos
do Estado Monárquico Absolutista
A título de curiosidade, no século XIV, Florença se dividiu em duas facções políticas: a
negra e a branca. Dante era membro do partido branco e foi acusado de corrupção quando
os negros assumiram o controle da cidade em 1301. Ele foi multado, banido por dois anos e
proibido permanentemente de ocupar um cargo público. Dante, no entanto, não pagou a
multa nem compareceu ao tribunal e, por isso, foi condenado à morte. No exílio, caso fosse
capturado por soldados de Florença, seria queimado vivo. Foi no exílio que ele escreveu A
Divina Comédia.
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Então, veja, apesar da efervescência cultural, a Itália não passava por um processo de
unificação nacional e, tampouco, política, as disputas entre facções, famílias e os “partidos”
da época criavam situações de guerra civil e transmitia instabilidade para toda e qualquer
tentativa de construção de poder unitário e forte. Não por menos, logo adiante, Maquiavel
irá publicar O Príncipe, no início do século XVI, uma tentativa de fornecer elementos teóricos
para a arte de governar e manter a estabilidade do governo.
Diante disso, nosso gabarito é a alternativa C.
Por fim, vou deixar um “aprenda se divertindo” para vocês. Olha só: no link
https://www.uffizi.it/mostre-virtuali/dante-istoriato-paradiso#1 você encontra uma exposição
virtual desenhos em alta definição feitos pelo pintor italiano Federico Zuccari entre 1586 e
1588 sobre A Divina Comédia.
a) falso, pois na Baixa Idade Média as relações feudais estavam sofrendo
transformações em direção ao seu fim e substituição por novas relações sociais, marcadas pelo
renascimento comercial.
b) falso, pois neste momento, as monarquias nacionais ainda não tinham começado a
se formar.
d) falso, pois os pioneiros na expansão comercial marítima em direção às Índias foram
os portugueses e os espanhóis.
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a) carregava vários elementos da mentalidade medieval. Esse tipo de mapa continha uma
série de referências bíblicas, estabeleciam Jerusalém como centro do mundo e projetavam
o Jardim do Éden.
b) fazia parte de um contexto mais amplo de mudanças de paradigmas de pensamento
causadas pelo movimento iluminista, que se opunha ao racionalismo renascentista.
c) foi confeccionada graças ao uso de aviões, que permitiram a Mercator e outros cartógrafos
a ter uma perspectiva mais realista do espaço, proporcionada pela altura da qual podiam
observar.
d) diferente dos mapas medievais, tinha uma função geográfica e representava espaços
físicos observados ou intuídos por meio da exploração territorial. Nota-se a influência das
ideias renascentistas.
e) pôde ser confeccionada graças a navegações de espanhóis e portugueses, que exploraram
o globo contratando cartógrafos renascentistas. Inclusive, Mercator foi o cartógrafo de
Colombos, em 1492.
Comentários
Atente-se à data indicada pelo enunciado: século XVI. O mapa reproduzido é de 1587.
Portanto, estamos falando de um período de grandes transformações sociais, econômicas,
políticas e culturais na Europa. A colonização da América já havia se iniciado; o renascimento
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retratados na cartografia, ao passo que se buscava representar o espaço geográfico de forma mais
utilitária.
e) Incorreta. Mapas como o de Mercator puderam mesmo ser concebidos graças as grandes
navegações e a contratação de cartógrafos renascentistas para registrar o percurso feito por essas
expedições. No entanto, Mercator não esteve na primeira viagem de Colombo.
Gabarito: D
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italianos e em boa parte dos territórios franceses. Ela não conseguia se impor sobre as
transformações econômicas desse momento.
c) Errado. Durante os séculos mencionados acima, os europeus já haviam começado
as expansões marítimas, quebrando o monopólio comercial dos muçulmanos e de algumas
cidades italianas com o Oriente.
d) Errado. As Monarquias europeias, em sua maioria, apoiavam o avanço da economia
capitalista mercantilista.
e) Gabarito. De um ponto de vista geral, a Idade Média foi um período de isolamento
regional da Europa com o restante do mundo. Os feudos produziam somente o suficiente
para seus habitantes. Então não existiam muitas trocas comerciais e os pagamentos de
impostos e taxas eram feitos com a própria produção. Isso fez a moeda desaparecer em
algumas regiões, por desuso. Com o renascimento comercial, essa escassez acabou por
dificultar as trocas comerciais. Não havia metais preciosos suficientes para sustentar o novo
sistema econômico agora baseada em um sistema monetário.
Gabarito: E
constatavam, em particular, naqueles países que mais tarde viriam a ser os mais receptivos à
Reforma luterana”.
SKINNER, Q. As Fundações do Pensamento Político Moderno. São Paulo: Companhia das
Letras, 1996, p. 339.
As principais fontes de tensão entre o Estado e Igreja nos países europeus, no contexto das
Reformas Protestantes, foram
a) a insistência de muitas autoridades seculares em manter crenças politeístas e a
inflexibilidade do clero em realizar as cerimônias religiosas em língua vernacular.
b) a conversão de muitos reis europeus ao islamismo, tornando-o religião oficial de seus
reinos, e o antissemitismo propagado pelo clero católico.
c) a defesa da reforma agrária pelos setores eclesiásticos e o aumento dos tributos sobre os
camponeses e a burguesia.
d) a rejeição da participação de ordens regulares na empresa colonial e a adoção de
costumes indígenas nas cerimônias públicas dos governos europeus.
e) privilégios e jurisdições que o clero aspirava tradicionalmente, além das vastas extensões
de terras pertencentes a comunidades religiosas.
Comentários
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O enunciado nos entrega de bandeja que o tema da questão são as Reformas Protestantes.
Estas foram um conjunto de movimentos religiosos diversos que eclodiram na Europa por volta
do século XVI. Esses movimentos foram motivados pela insatisfação de muito setores das
sociedades europeias a respeito de determinados dogmas da Igreja e comportamentos do clero
católico. Tais como: a venda de indulgências, a ostentação de riquezas, a hierarquia rígida e
vertical do clero, entre outros. A principal classe social que aderia às Reformas costumava ser a
burguesia, uma vez que a Igreja condenava suas formas de sustento e enriquecimento. No
entanto, em muitos lugares camponeses, trabalhadores urbanos e até parte da nobreza e alguns
monarcas romperam com o catolicismo. Note que a questão aborda especificamente as
motivações das autoridades seculares, ou seja, aquelas que trabalhavam no Estado. Com isso em
mente, vejamos quais foram as principais fontes de tensão entre o Estado e a Igreja naquele
contexto:
a) Incorreta. No século XVI, a maioria dos Estados europeus e seus funcionários eram
cristãos, logo monoteístas. Além disso, a Igreja insistia em realizar as cerimônias religiosas em
latim, não em língua vernacular (aquela falada pelas pessoas). Inclusive, usar as línguas correntes
era uma das principais reivindicações dos movimentos reformadores.
b) Incorreta. Nenhum rei europeu se converteu ao islamismo naquele contexto. Ainda, o
antissemitismo (ódio contra judeus) era algo generalizado nas sociedades europeias da época,
tanto entre clero quanto entre as autoridades seculares e as classes sociais no geral.
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c) Incorreta. O clero não defendia a realização de uma reforma agrária. Pelo contrário, o
estamento clerical costumava atuar para legitimar a ordem social vigente. Por outro lado, de fato
era um contexto em que muitas monarquias aumentavam os tributos sobre camponeses e
burgueses. Porém, isso não era uma fonte de atrito entre Estado e Igreja. Inclusive, o próprio clero
também cobrava dízimos exorbitantes que igualmente nutriram a insatisfação popular que
inspirou os movimentos reformadores.
d) Incorreta. As monarquias católicas que se aventuraram nas grandes navegações e na
colonização de outros continentes usaram, e muito, o serviço das ordens regulares, como os
jesuítas, franciscanos, carmelitas, entre outras. E nenhuma delas adotou costumes indígenas na
realização de cerimônias públicas do Estado. Na verdade, em alguns países era comum colocar
grupos de cada território conquistados para se apresentarem brevemente em festejos e
celebrações públicas, como aniversários ou casamentos da realeza, mas eram fenômenos bem
circunscritos que não afetavam a administração do governo em si.
e) Correta! Muitos monarcas e nobres entravam em conflito com o clero, e mesmo com o
papa, a respeito da prerrogativa de nomear sacerdotes para compor o alto clero (bispos, cardeais,
etc.). Também era comum que autoridades seculares e eclesiásticas disputassem a jurisdição sobre
algum serviço ou função pública, como a educação, sobretudo nas universidades onde grande
parte delas era formada. As irmandades de leigos igualmente eram alvo dessa briga de jurisdições,
frequentemente tendo que recorrer ora a um, ora a outro poder para conseguir alguma
autorização para execução de suas atividades. Por fim, as propriedades fundiárias e demais
riquezas que o clero sustentava eram alvo da cobiça de muitos nobres, monarcas e burgueses,
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que defendiam o confisco de pelo menos parte disso pelo Estado. Essas motivações guiaram a
decisão de grande parte da nobreza alemã a aderir ao luteranismo. Na Inglaterra, o rei Henrique
VIII rompeu com a Igreja Católica e fundou a Igreja Anglicana por essas razões, além de seu desejo
pessoal de obter um divórcio oficial.
Gabarito: E
de vários reinos.
c) racionalização administrativa própria do processo de centralização das monarquias
nacionais.
d) adoção de princípios iluministas na gestão dos governos, dando origem ao despotismo
esclarecido.
e) o incentivo às Cruzadas, que envolvia a promessa de terras, cargos públicos e privilégios
aos que aderissem.
Comentários
A formação da burocracia estatal, isto é, uma camada de funcionários públicos a serviço do
governo, na Europa, esteve associada ao processo de formação do Estado moderno. Podemos
localizar o início desse processo entre o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna, entre os
séculos XIV e XVII, dependendo do país estudado. Nesse período, o mundo europeu também
vivenciava a revitalização do comércio e das cidades, a difusão do humanismo e do renascimento
cultural, a proliferação de universidades, as grandes navegações, as reformas protestantes e a
centralização do poder na figura dos monarcas. Com isso mente, vejamos ao que esteve vinculada
a formação da burocracia estatal:
a) Incorreta. Como mencionei, a Reforma Protestante realmente aconteceu no mesmo
contexto que a formação da burocracia estatal. No entanto, esta última teve início ainda durante
a Baixa Idade Média (XIV-XV), as monarquias centralizavam o poder e necessitavam de um corpo
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de funcionários fiéis para executar sua administração do território e das populações. Por sua vez,
a Reforma só teve início no século XVI.
b) Incorreta. A Europa vivenciou duas grandes ondas de povos bárbaros vindos do leste:
entre os séculos III e V, que resultou na queda do Império Romano do Ocidente e no surgimento
de vários reinos germânicos; e entre os séculos IX e X, que culminou na fragmentação do Império
carolíngio e na consolidação do feudalismo. Então, note que ambos os fenômenos se deram muito
antes do início do processo de centralização das monarquias na Baixa Idade Média (XIV-XV).
c) Correta! Conforme o poder era centralização pelos reis, foram necessárias várias
mudanças para assegurar a eficiência da ação governamental e a obediência ao monarca. Nesse
sentido, a burocracia estatal e a sociedade de corte se compuseram daqueles nobres, burgueses
e clérigos mais ricos e influentes que eram próximos dos reis. Além disso, também foram criados
exércitos permanentes e sistemas unificados de leis válido em todo o território nacional.
d) Incorreta. De fato, o iluminismo e o fenômeno do despotismo esclarecido levaram a
racionalização administrativa a um novo patamar. Contudo, quando as primeiras ideias iluministas
começaram a circular, por volta do século XVII, a maioria das burocracias estatais dos principais
reinos europeus já estava formada. Nesse sentido, as ideias iluministas apropriadas pelo
despotismo esclarecido serviram para aprimorar ainda mais essa burocracia.
e) Incorreta. As Cruzadas foram um conjunto de expedições militares de cunho religioso
organizadas pelos europeus para retomar a cidade sagrada de Jerusalém que estava sob domínio
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muçulmano desde o século VII. Essas expedições ocorreram entre os séculos XI e XIII, ou seja,
bem antes das monarquias europeias darem início ao processo de centralização e,
consequentemente, da formação da burocracia estatal.
Gabarito: C
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b) Correta! Como mencionei antes, Lutero criticava não só alguns dogmas, como muitos
dos comportamentos e atitudes do clero que lhe pareciam inadequados e pouco embasadas nas
escrituras, como a venda de indulgências (perdão). Para ele, somente o exercício da fé levava à
salvação. Logo, não adiantava tentar obter o perdão divino com grandes obras ou compra de
indulgências.
c) Incorreta. Esse princípio complementa aquele do sacerdócio universal. A autoridade da
palavra revelada significava que todo cristão era capaz de interpretar a palavra divina contida na
Bíblia, sem a necessidade de um sacerdote mediando a leitura e interpretação. No entanto, não
é disso que o trecho destacado fala.
d) Incorreta. O princípio de predestinação era mais afirmado pelos calvinistas do que pelos
luteranos, apesar dos primeiros terem se inspirado nos segundos. Segundo esse princípio, Deus
já sabe o destino de cada pessoa, uma vez que é onisciente. Portanto, os homens não poderiam
fazer nada para alterar o que lhes acontecerá. O sinal da graça divina poderia ser identificado nas
pessoas quando elas seguiam uma rígida disciplina, de trabalho intenso e controle de gastos. Isto
lhes levaria à riqueza, o sinal definitivo da predestinação.
e) Incorreta. O livre arbítrio é a capacidade que as pessoas tem de tomar suas próprias
decisões, independente da vontade de Deus ou de qualquer outra influência. Logo, vemos que
não é disso que se trata o trecho.
Gabarito: B
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e se espalhou pela Europa, entre os séculos XIV e XVII. Esse movimento se desenvolveu em
paralelo com os renascimentos comercial e urbano que provocaram o declínio do feudalismo. Os
humanistas se distinguiam por professarem o humanismo, filosofia que valorizava a razão, o
questionamento, o antropocentrismo, o naturalismo, bem como operava um resgate da cultura e
dos saberes das civilizações greco-romanas. Com isso em mente, vejamos o que as ciências desse
período tinham como base de seu conhecimento:
a) Incorreta. Lembre-se que o renascimento se caracterizava pela valorização da razão sobre
a fé. Portanto, a ciência renascentista não acreditava em uma verdade revelada por Deus, mas sim
na interpretação das leis da natureza.
b) Incorreta. Na verdade, a predestinação era um princípio do calvinismo, uma vertente do
protestantismo cristão fundada por João Calvino, no século XVI. Além disso, a predestinação
segundo os calvinistas não tinha a ver com o destino da humanidade revelado por sinais. Antes,
significava que Deus já sabe o destino de cada pessoa, uma vez que é onisciente. Portanto, os
homens não poderiam fazer nada para alterar o que lhes acontecerá. O sinal da graça divina
poderia ser identificado nas pessoas quando elas seguiam uma rígida disciplina, de trabalho
intenso e controle de gastos. Isto lhes levaria à riqueza, o sinal definitivo da predestinação.
c) Incorreta. Os cientistas da renascença questionavam religiões e mitos como formas de
explicação do funcionamento da natureza e do universo. Lembre-se, que a razão era o atributo
principal para a construção desse conhecimento.
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clássica. Nesse movimento, o interesse pelas culturas greco-latinas contribuiu para a construção
do ideal humanista. Essa corrente de pensamento se opunha à cultura medieval, teocêntrica,
colocando o ser humano como centro do universo (antropocentrismo).
b) Incorreto. Período de enorme intercâmbio comercial e cultural, o Renascimento se espalhou
pela Europa, através da influência das cortes e de ricos mercadores italianos e holandeses que
investiam no comércio marítimo. O contato comercial com a França, Espanha, Inglaterra e em
menor escala, Portugal, era frequente, portanto, não se pode dizer que havia rejeição de
influências estrangeiras no âmbito cultural.
c) Incorreto. Pelo contrário, a vida cortesã era um ideal a ser buscado por nobres e artistas. Nas
cortes, através do mecenato de grandes senhores, a arte Renascentista tomou forma. Portanto,
podemos afirmar que as cortes Renascentistas tiveram um papel basilar na produção e divulgação
cultural e científica do período.
d) Incorreto. O socialismo se originou nos movimentos revolucionários do século XVIII, enquanto
o Renascimento ocorreu entre os séculos XIV e XVII.
e) Correto! O Renascimento foi um movimento artístico, cultural e científico que surgiu na Itália,
no século XV e se expandiu para outras regiões da Europa, trazendo renovação nas áreas de
filosofia, política, economia, cultura, artes, ciência, dentre outras. O movimento representou uma
das principais mudanças de mentalidade na história da humanidade, e seu ápice se deu no século
XVI.
Gabarito: E
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uma mobilidade social quase nula. Nessa visão, Deus teria criado a sociedade daquela forma e
não deveria haver alterações. Com isso, o clero, aliado a nobreza, costumava condenar
determinadas formas de enriquecimento e qualquer insubordinação por parte daqueles que
nasceram para servir. Entretanto, com a revitalização das cidades e do comércio, o renascimento
cultural, a difusão do humanismo e o surgimento da burguesia, a teologia católica se viu cada vez
mais pressionada desde a Baixa Idade Média. No entanto, foi no século XVI, já na Idade Moderna,
que os primeiros movimentos protestantes eclodiram pela Europa. Com base nessas
considerações, vejamos qual dos listados foi uma liderança protestante importante:
a) Incorreta. Napoleão Bonaparte era católico e viveu entre 1769 e 1821, mais de dois séculos
depois das reformas protestantes.
b) Incorreta. Henrique VII (1457-1509) foi rei da Inglaterra entre 1487 até sua morte. Logo, vemos
que é anterior à eclosão das reformas protestantes. Vale mencionar que, na verdade, ele era pai
de Henrique VIII, o rei inglês que rompeu com a Igreja Católica se aproveitando da onda de
questionamentos gerado pelo protestantismo. Para atingir objetivos políticos e econômicos,
Henrique VIII fundou sua própria Igreja, a Anglicana, em 1534.
c) Incorreta. John Locke (1639-1704) viveu em um período que sofria as consequências diretas das
reformas protestantes e da reação da Igreja à elas, a Contrarreforma. No século XVII, a Europa
vivenciou várias guerras religiosas, inclusive entre as monarquias, como a Guerra dos Trinta Anos.
No entanto, Locke não foi exatamente uma liderança protestante. Ele era puritano (calvinista), mas
se destacou mais na produção filosófica, como o pai do liberalismo político.
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d) Correta! O francês João Calvino (1509-1564) foi fortemente influenciado pelas ideias do alemão
Martinho Luterano, que iniciou o movimento protestante na Alemanha. Calvino desenvolve um
pouco mais alguns dos apontamentos de Lutero, sobretudo o tema da predestinação, sendo a
devoção ao trabalho, disciplina e a riqueza material consideradas o sinal da graça divina. Em geral,
o calvinismo teve maior adesão nos setores burgueses por se apegar a pontos que legitimavam
seu modo de vida e de sustento, que eram condenados pelo clero católico. Calvino teve que se
refugiar na Suíça ao fugir da França, monarquia absolutista católica que perseguiu ativamente os
protestantes no século XVI. Vale dizer que entre os franceses, os calvinistas eram chamados de
huguenotes, enquanto entre os ingleses eles eram conhecidos como puritanos.
e) Incorreta. Jacques Bossuet (1627-1704) foi um teórico do absolutismo francês, católico, que
argumentava os reis eram escolhidos por Deus para governar, por isso estava acima de todas as
leis regidas pelos homens.
Gabarito: D
todos os erros acumulados nesses textos no curso da Idade Média. Isso serviria para
enriquecer a cultura humana”.
BOURQUIN, L. Histoire. Paris: Belin, 2001.
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sua intensa atividade comercial e marítima, que conectava a cidade aos mercados orientais
trazendo todos os tipos de mercadorias e saberes para o continente europeu. Justamente,
Petrarca foi um dos intelectuais humanistas mais ativos na época. Sabendo disso, avaliemos qual
é a alternativa correta:
a) Incorreta. Realmente, o humanismo foi um movimento artístico e intelectual que se
espalhou por toda Europa entre os séculos XIV e XVI. Entre as principais características do espírito
humanista podemos citar: o resgate do conhecimento da Antiguidade; o antropocentrismo; o
racionalismo; o naturalismo; e o individualismo. Porém, esse movimento não nasceu na França,
mas sim na Itália, exatamente por seu pioneirismo na retomada do comércio marítimo no
Mediterrâneo. Esse contato maior com o Oriente e a África colocou as cidades italianas em
contato com obras e saberes da Antiguidade até então perdidos pelos europeus ou escondidos
pela Igreja gerando o surgimento de novas formas de pensar sobre o mundo, deus e a
humanidade. Além disso, com a tomada de Constantinopla pelo Império Otomano, em 1453,
muitos intelectuais e professores gregos foram para a Europa Ocidental, principalmente para
cidades italianas como Veneza, Florença e Pádua. Eles revigoraram o estudo da língua grega na
Europa ocidental e levaram em sua bagagem diversas obras de autores clássicos, como Platão,
Aristóteles, Galeno, Plotino, entre vários outros.
b) Incorreta. Apesar de criticar a postura da Igreja em relação ao trato com o conhecimento
antigo, Petrarca não liderou nenhuma reforma protestante. Na verdade, as tentativas nesse
sentido estouraram na Europa somente após sua morte, no século XVI, com Martinho Lutero na
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concretamente. Petrarca também inseriu a busca da glória como um dos elementos do ideal
humanista, em oposição à finitude da vida. Ele é mais conhecido por sua poesia em romanço,
cujos exemplares mais conhecidos são o Canzoniere e o Trionfi. Todavia, ele também se dedicou
ao estudo do latim e escreveu a maioria de suas obras nessa língua, incluindo trabalhos
acadêmicos, ensaios introspectivos, cartas e mais poesia.
Gabarito: D
b)Era muito parecida com a vida na cidade clássica, como na Grécia, cujo papel central era a
política.
c)Era tão importante quanto o campo e, por isso, alcançou a maioria da população dos
principais reinos.
d)Era um cenário de diversidade cultural e religiosa, de convivência harmônica entre as várias
etnias e religiões que expressava nas festas populares.
e)Era organizada exclusivamente por meio de guildas nas quais incluía-se, inclusive a divisão
de trabalho destinadas a organizar o lazer.
Comentário
Essa é uma questão sobre o tema da cidade moderna, mais especificamente sobre os
aspectos culturais da vida urbana. Para responder era preciso contextualizar bem a cidade e a
cultura naquele contexto.
O texto traz informações sobre as festas populares e o lazer desenvolvidos na cidade. Aqui
era importante conectar cultura-cidade-era moderna. Isso nos faria conectar a vida urbana com o
cenário dos renascimentos urbano e cultural. Agora veja, o que possibilitava o financiamento da
cultura na cidade? O renascimento comercial!!
Então, veja, essa era uma questão de contextualizar e relações entre as esferas da vida
social,
Tendo isso em mente, vamos à análise das alternativas:
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moedas, pesos e medidas em um país; na criação de um corpo de leis baseado no direito romano
e não mais no direito canônico (da Igreja); na formação de exércitos permanentes para a proteção
dos comércios, da nobreza e do território e para a repressão de revoltas internas; na reorganização
administrativa que gerava a formação de uma burocracia e sistema fiscal com membros da
nobreza, do clero e de setores da burguesia nos territórios dos reinos; no estabelecimento de uma
língua oficial; no desenvolvimento da diplomacia. No topo dessa administração estava o monarca,
que possuía poder para interferir na economia, na sociedade, no exército e, em alguns casos, até
na religião. Entretanto, cada país vivenciou esses processos à sua maneira.
Na perspectiva econômica, eram praticadas um conjunto de medidas e teorias econômicas que
denominamos de mercantilismo. Veja, a situação da Europa no final da Idade Média era de crise.
Havia escassez de moeda, alta mortalidade na força de trabalho por conta de epidemias (peste
negra), produção agrícola deficitária, estagnação marítimo-comercial, pois a principal zona de
comércio internacional, o Mediterrâneo, era monopolizado por poucas cidades e reinos. Perceba
que a questão econômica da Modernidade está relacionada com o comércio, atividade mercantil.
Nesse sentido, a solução para os problemas econômicos europeus passava por melhorar e
aumentar as rotas comerciais, chegar e controlar as fontes de distribuição de mercadorias. Tal
empreendimento demanda grandes recursos e coordenação arrojada, o que explica a pretensão
de centralização política nas monarquias e uma série de práticas econômicas mercantilistas.
Mercantilismo foi o Sistema Econômico predominante no período da Modernidade, ou seja, foi o
conjunto de ideias e de práticas (uma doutrina) que conduziram a economia dos Estados
Modernos Absolutistas. Essas práticas não foram universalistas, ou seja, elas variaram de país para
país a depender do seu contexto interno e das oportunidades relacionadas com o domínio das
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os reis queriam expandir seus territórios e seu poder. Assim, a solução encontrada foram
as grandes navegações e busca por novos lugares que poderiam servir de fornecedores de
matérias primas a baixos custos que poderiam ser industrializadas e vendidas na Europa.
Gabarito: A
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e há muitos filósofos lendo, debatendo e aprendendo uns com os outros. Confira a noção de
perspectiva na obra:
A alternativa b está errada porque o Humanismo não rompeu com a Igreja e não é
movimento estético, mas filosófico, apesar de estar no contexto do desenvolvimento do
renascimento.
A alternativa C está errada porque o antropocentrismo não é o Movimento, mas uma das
características do renascimento.
Gabarito: E
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O texto trata sobre sistemas de ideias políticas que promovem um tipo de Estado
a) Liberal, com garantias de direitos de cidadania, como os Estados Unidos no século XVIII.
b) Autocrático, como as Modernas Monarquias absolutistas e os regimes totalitários do
século XX.
c) Absolutista, como as repúblicas italianas renascentistas.
d) Totalitários, durante as monarquias absolutistas e dos regimes nazifascistas
contemporâneos.
e) Socialista, com partido único e repressão como forma exclusiva de dominação.
Comentários
É uma questão conceitual. Na verdade, trabalha com a esquematização de pensamento e
sistema político autocrático. Assim, existem, ao longo da história, várias experiências históricas e
formatos específicos que seguiram as características descritas no texto. O texto descreve um
sistema de Estado unitário, centralizador, coercitivo e baseado em uma dominação que pode ser
carismática, na medida em que o Estado e as lideranças atendem a um desejo de unidade. Tendo
isso em mente, vamos analisar cada alternativa:
a. Errado. O Estado liberal não é autocrático e nem centralizador. Seu modelo é
essencialmente descentralizador, como nos federalismos.
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Comentários
O pensamento medieval era marcado pelo controle da Igreja Católica, no qual a terra era
plana e o centro do universo. Essa mentalidade também colocava Deus acima de tudo e qualquer
coisa. Além disso, esse pensamento procurava legitimar que a ordem social era uma criação divina,
portanto, as pessoas eram classificadas com base em seu nascimento e não deviam tentar mudar
de classe ao longo da vida. Por sua vez, o humanismo era uma corrente filosófica que começou a
se popularizar na Europa conforme seus habitantes entravam em contado com outras culturas,
graças às Cruzadas e à queda do Império Bizantino. Com o renascimento cultural e urbano novas
classes sociais ligadas ao comércio começaram a surgir. Assim, o humanismo pregava que o centro
do pensamento não devia mais ser Deus, mas sim o homem (antropocentrismo). A religião deveria
ceder espaço à razão, ao empirismo e à ciência. É sob a influência dessa filosofia, que alguns
estudiosos começam a propor a teoria do heliocentrismo (Sol como centro do universo) e, mais
adiante, a concepção atual de que o universo é infinito e não tem um centro. Por outro lado, os
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humanistas valorizavam o talento e o mérito pessoal. Apesar do nascimento ainda ser importante,
esse momento é o começo da ideia de meritocracia que está associada ao surgimento de novas
classes sociais, sobretudo a burguesia. Por último, lembre-se que o humanismo está associado ao
Renascimento cultural, movimento intelectual que questionavam o domínio da Igreja sobre o
pensamento. Agora que lembramos essas diferenças, vejamos qual alternativa melhor preenche
as lacunas:
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Gabarito: A
20. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)
Ora, entre o século XIV e o XV, na verdade, houve uma mudança de equilíbrio; os
“humanistas”, e com eles os artistas, os artesãos, os homens de ação, substituíram as trilhas
já sem perspectiva da especulação medieval por novas exigências, novos impulsos, novos
fermentos, diante das perguntas até aquele momento, sem respostas.
(Eugenio Garin. Apud. COTRIM, Gilberto. História Global)
O texto acima faz referência
a) Ao Movimento iluminista
b) Ao Movimento Cartista
c) Ao Movimento da Contracultura
d) Ao Movimento Renascentista
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e) Ao Movimento Protestantista
Comentários
Em primeiro lugar, vamos reparar que a questão aborda os séculos XIV e XV, na Europa.
Por sua vez, o texto destacado fala das mudanças geradas pelo pensamento humanista e o
desenvolvimento de novas classes sociais. Portanto, o tema da questão é a passagem entre a
Idade Média e a Idade Moderna. Com a informação do período, podemos descartar quatro
alternativas:
Portanto, a alternativa correta é a letra “e”, movimento renascentista, o qual teve início
justamente entre os séculos XIV e XV, profundamente influenciado pelo humanismo e pelo
surgimento de novas classes sociais ligadas ao comércio e ao ambiente urbano.
Gabarito: D
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Comentários
O Renascimento cultural foi um movimento que ocorreu entre o século XIV e início do XVII, na
Europa. Seu surgimento e desenvolvimento estão profundamente ligados à crise do mundo
medieval e às transformações que resultaram no começo da Idade Moderna. Sabendo disso,
vejamos qual alternativa aponta corretamente os fatores que influenciaram a disseminação de
seus ideais:
c) Incorreta, pelas mesmas razões que a “b”. Realmente, os elementos da cultura grega e
romana foram amplamente apropriados pelos artistas renascentistas. Contudo, seu uso
não implicava na maior circulação. Como já disse, era preciso muitos recursos para fazer
qualquer coisa circular pelo espaço naquela época.
d) Incorreta. De fato, havia grande concentração de artistas brilhantes nas cidades italianas.
Afinal, foram nelas que o renascimento cultural se iniciou primeiro, graças a seu contato
com o Mediterrâneo e o monopólio de rotas marítimas que conectavam a península
itálica com o Oriente Médio e a Ásia. Contudo, isso só garantia que as obras e ideias
desses artistas ficassem concentradas naquela região. Para que elas se disseminassem
pelo resto do continente era preciso investimento, como disse antes.
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b) Rei Henrique VIII, da Dinastia Tudor, foi um monarca inglês que governou entre 1509 e 1547,
quando morreu. Ele rompeu com a Igreja Católica em 1532 e fundou sua própria religião: a
Igreja Anglicana, que não diferia muito da católica, mas tinha no rei sua autoridade máxima.
Suas motivações foram mais políticas e pessoais do que religiosas. Ele tinha interesse em
confiscar as terras da Igreja para usá-las como barganha no tráfico de influência com a nobreza
e burguesia inglesas. Além disso, não gostava que o clero tivesse isenção fiscal e privilégio de
foro. Por outro lado, ele queria se divorciar para se casar com outra mulher e o Papa não
consentia.
d) João Calvino foi um teólogo e escritor francês que viveu entre 1509 e 1564. Ele era um
entusiasta das ideias de Lutero, contudo foi perseguido na França e se refugiou na Suíça. Lá,
ele desenvolveu sua própria vertente do protestantismo inaugurando um novo movimento: o
calvinismo. Ele dava mais ênfase ao princípio da predestinação.
e) Thomas Morus viveu entre 1478 e 1535. Ele era filósofo, homem de estado, diplomata,
escritor, advogado e homem de leis, ocupou vários cargos públicos, e em especial, de 1529 a
1532, o cargo de "Lord Chancellor" de Henrique VIII da Inglaterra. É geralmente considerado
como um dos grandes humanistas cristãos do Renascimento.
Gabarito: A
24. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)
No início da Idade Moderna, ocorreram mudanças significativas no plano religioso europeu.
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Considerando:
I – a venda de indulgências.
II – o avanço islâmico em direção ao leste europeu.
III – a insatisfação de setores mercantis em relação à Igreja.
IV – a corrupção que reinava em setores do clero.
V – o interesse dos reis em fortalecer o poder da Igreja.
Assinale abaixo a alternativa que apresenta razões para o surgimento da Reforma
Protestante:
a) I e II.
b) I, II e III.
c) I, III e IV.
d) II, III e V.
e) IV e V.
Comentários
Veja, o enunciado começa falando “início da Idade Moderna”, logo o tempo de referência é a
virada entre o século XV e XVI. O tema é a reforma protestante, o que é indicado no comando.
Portanto, o espaço é a Europa. Agora repare que precisamos encontrar a alternativa que
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apresenta as razões para o surgimento dessa reforma. Lembrando que ela começou com a
publicação das 95 Teses de Martinho Lutero, em 1517, na Alemanha. Graças ao
aperfeiçoamento da imprensa, suas ideias circularam rapidamente por todo o continente e
novas vertentes do protestantismo surgiram como o calvinismo na Suíça ou o puritanismo na
Inglaterra. Com isso em mente, vejamos:
I – Verdadeira! Essa prática consistia basicamente na venda de perdão ou até mesmo de
lugares no paraíso realizada por alguns clérigos. A venda de indulgências foi uma das principais
motivações para Lutero romper com a Igreja Católica em 1517.
II – Falsa. Apesar da conquista do Império Bizantino pelo Império Turco-Otomano, em
1453, ser um dos marcos para o início da Idade Moderna, não estava relacionado com os
movimentos protestantes na Europa ocidental. Não diretamente, pelo menos.
III – Verdadeira! Desde quando o comércio voltou a crescer e as cidades a se desenvolver,
novas classes sociais foram se formando, como mercadores, banqueiros, artesãos, etc.
Contudo, algumas atividades eram condenadas pela Igreja Católica, como o empréstimo e a
usura. Além disso, lembre-se que o clero pregava que existia três ordens sociais criadas por
Deus, as quais eram definidas pelo nascimento e não deveriam mudar. As novas classes sociais
ligadas ao comércio e ao ambiente urbano, como a burguesia, desafiavam essa ordem divina,
pois tinham outras oportunidades de enriquecimento. Não à toa, muitas vertentes do
protestantismo foram inauguradas por pessoas de origem burguesa, como o próprio Martinho
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ocidental de forma minoritária, na Península Ibérica, pois desde as Guerras de Reconquista nos
séculos XIV e XV, Portugal e Espanha expulsaram os reinos islâmicos da região, sobrando
apenas alguns habitantes remanescentes. Portanto, isso também não estava relacionado com
a Reforma Protestante, no século XVI.
Quanto às que restaram, o enunciado nos dá algumas características importantes pertencentes
a vertente protestante que pede para que identifiquemos. Essas características estavam
presentes tanto no luteranismo quanto no calvinismo. Contudo, a predestinação, em especial,
era mais destacada no calvinismo. Por isso, a alternativa “b” é a correta.
Quanto ao anglicanismo, esta era a religião fundada pelo rei Henrique VIII da Inglaterra. Ele
governou entre 1509 e 1547, quando morreu. Ele rompeu com a Igreja Católica em 1532 e
fundou sua própria religião: a Igreja Anglicana, que não diferia muito da católica, mas tinha no
rei sua autoridade máxima. Suas motivações foram mais políticas e pessoais do que religiosas.
Ele tinha interesse em confiscar as terras da Igreja para usá-las como barganha no tráfico de
influência com a nobreza e burguesia inglesas. Além disso, não gostava que o clero tivesse
isenção fiscal e privilégio de foro. Por outro lado, ele queria se divorciar para se casar com outra
mulher e o Papa não consentia.
Gabarito: B
26. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)
A Igreja católica ficou muito enfraquecida com a expansão do protestantismo. Uma de suas
respostas a esse avanço foi a formação da Companhia de Jesus, fundada pelo espanhol
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Europa. Por isso, a manutenção das relações com Portugal e Espanha foi muito
importante para o clero católico nesse momento. Lembre-se que a Companhia de Jesus
a ordem era inspirada em uma estrutura militar cuja missão era impedir o avanço do
protestantismo e converter indivíduos ao catolicismo por meio da contemplação (na
maioria das vezes, forçada). A principal estratégia era criar escolas religiosas e
implementar o estudo da catequese. Portanto, sua maior utilidade foi durante a
colonização da América, da África e da Índia, lugares onde portugueses e espanhóis
estavam estabelecendo colônias ou entrepostos comerciais. No entanto, na América e
na África não era raro eles terem que lidar com reações violentas dos nativos e por isso
a formação militar dos jesuítas eram bem requisitadas.
e) Incorreta. Na verdade, a Igreja Católica preferiu praticar o mecenato, contratando
artistas renascentistas para fazer obras de artes e ornamentar templos com temas
bíblicos e cristãos para atrair mais fiéis.
Gabarito: D
27. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)
O processo de centralização política que levou à formação dos Estados Modernos não
ocorreu de forma brusca ou sem resistência por parte de grupos que não queriam perder
seu poder. Apesar disso, o Estado se tornou um instrumento importante, inclusive, no
desenvolvimento econômico.
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contribuíram para gerar transformações que abriram oportunidade para muitos monarcas
centralizarem o poder em sua figura. Lembre-se que no feudalismo, o poder era fragmentado,
pois os senhores feudais eram a autoridade máxima em seus próprios territórios. As relações e
hierarquias entre eles eram estabelecidas pela vassalagem. Contudo, nem todos deviam
lealdade diretamente ao rei, mas a um dos vassalos do rei, ou a um dos vassalos de um dos
vassalos do rei, sacou? Pois bem, nessa mesma época começou a rolar o renascimento
comercial e urbano, recorda? Durante o período feudal, o comércio estava estagnado. Os
poucos comerciantes que negociavam excedentes agrícolas de gêneros específicos entre os
feudos encontravam muitas dificuldades para realizar suas atividades. Como cada feudo tinha
suas próprias regras e leis, cada um tinha também seus próprios tributos e suas próprias
moedas. Alguns nem moedas tinham. Por outro lado, uma das consequências das Cruzadas foi
o tal do renascimento comercial e urbano, uma vez que botou os europeus em contato com
mercados do Oriente Médio e da Ásia, por meio da retomada do controle de algumas rotas
comerciais do Mediterrâneo. Assim, novos produtos e objetos de luxos passaram a circular. Os
mercadores eram mais procurados e aos pontos cidades foram crescendo nos pontos onde eles
se estabeleciam para fazer suas trocas. Porém, a dificuldade em relação a fragmentação
tributária e monetária dos feudos persistia.
Então, veja, de um lado os reis estava descontentes com a descentralização do poder e
de outro os mercadores e burgueses com a fragmentação econômica. Assim, em muitos lugares
monarcas e burgueses se aliaram para concretizar seus interesses. Os reis unificavam os tributos
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moedas existia. Portanto, a unificação monetária foi uma das primeiras medidas aplicadas pelas
monarquias nacionais no início do processo de centralização do poder.
III – Verdadeira! Para centralizar o poder sob um Estado monárquico e absolutista, foi necessário
racionalizar seu funcionamento por meio do estabelecimento de um corpo jurídico e uma
estrutura burocrática. Sem isso seria impossível administrar a justiça e administrar a arrecadação
de tributos em vastos territórios nacionais.
IV – Verdadeira! Assim como as moedas, pesos e medidas também variavam de região para
região dentro de um mesmo reino devido a descentralização dos feudos. Sabe como aqui no
Brasil a gente mede peso em quilogramas e nos EUA eles usam pounds (libras)? Então, imagina
se fosse assim em cada cidade um mesmo país, ia ser uma loucura. Essa era a situação. Os
comerciantes odiavam, até porque as principais mercadorias mais importantes eram gêneros
agrícolas e metais preciosos, os quais precisavam ser pesados para se auferir algum valor. Por
isso, a unificação dessas unidades de medida foi igualmente uma das primeiras medidas
centralizadoras dos monarcas.
Portanto, a alternativa correta é a letra “d”.
Gabarito: D
28. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)
No processo de formação das monarquias europeias, qual rei foi compelido a assinar um
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documento, no século XIII, se comprometendo com a nobreza a não criar impostos sem o
consentimento do Grande Conselho, o embrião do parlamento?
a) Luís XVI.
b) Felipe II.
c) João Sem-Terra.
d) Fernando de Castela.
e) Henrique II.
Comentários
Antes demais nada vamos nos localizar. O tema da questão é a formação das monarquias
nacionais na Europa. Ou seja, estamos falando do período entre a Baixa Idade Média e a Idade
Moderna. Mais especificamente, o enunciado fala de um acontecimento no século XIII. Em
segundo lugar, lembre-se que cada país passou por esse processo de centralização do poder em
ritmos diferentes. Pois bem, até esse período, o poder era descentralizado na maior parte dos
reinos, com a nobreza feudal sendo a maior autoridade em seus próprios feudos, apenas
hierarquizados com base na vassalagem. Contudo, não existia parlamentos em lugar algum até o
século XIII, pelo menos não oficialmente. O primeiro reino a formalizar um conselho parlamentar
foi a Inglaterra. As resistências locais dos nobres à consolidação do poder monárquico foram
grandes. O rei governante entre 1199-1216, enfrentou uma série de revoltas da nobreza feudal
britânica, ao tentar organizar as bases tributárias do Estado Monárquico. Recusando-se a pagar
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quaisquer impostos lançados unilateralmente pelo soberano, os nobres coagiram o rei a assinar a
Magna Carta, em 1215. Esse documento o obrigava a consultar um parlamento eleito entre a
nobreza antes de criar ou aumentar qualquer tributo. Com essas informações, vamos começar
eliminando todas as alternativas que não mencionam monarcas ingleses. Assim, estão incorretas:
a) Luís XVI foi rei da França entre 1774 e 1792, quando morreu decapitado pela Revolução
Francesa.
b) Felipe II foi rei da Espanha entre 1556 e 1598. Foi durante seu reinado que o reino
espanhol anexou Portugal e seus territórios, pois Felipe era o primeiro na linha de sucessão ao
trono português, cujo último rei na época morreu sem deixar herdeiros. Com isso, os dois reinos
se tornaram a União Ibérica a partir de 1580 e que durou até depois da morte de Felipe (1598),
quando os portugueses tomaram seus territórios de volta, na década de 1640.
d) Não existiu um Fernando de Castela. Na verdade, era Fernando de Aragão, um reino
que existia no território espanhol antes da unificação que resultou na fundação da Espanha. Isto
ocorreu quando Fernando casou com Isabel de Castela, um reino vizinho, em 1469.
Agora, vejamos os dois monarcas ingleses que sobraram:
c) João Sem Terra foi rei da Inglaterra entre 1199 até 1216, quando faleceu. Ele era o filho
mais novo do rei Henrique II, por isso não tinha esperanças de herdar terras significativas. Por isso,
também foi apelidado de “João Sem Terra”. No entanto, depois de seus irmãos mais velhos
tentarem se rebelar contra seu pai, João foi nomeado Lorde da Irlanda e recebeu terras na
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Inglaterra e no continente. Um de seus irmãos, Ricardo I, tornou-se rei em 1189, porém ele morreu
durante uma Cruzada no Oriente Médio. Com isso, João foi coroado rei em 1199.
d) Henrique II foi rei da Inglaterra entre 1154 até 1189, quando faleceu. Ele era pai de João
Sem Terra. Durante seu reinado, ele restaurou a administração real, restabeleceu a hegemonia
sobre Gales e conseguiu o controle total de suas terras em Anjou, Maine e Touraine, na
Normandia.
Portanto, vemos que aquele que assinou a Magna Carta foi João Sem Terra, que de fato
era um monarca inglês, viveu e reinou no momento da assinatura desse documento.
Gabarito: C
29. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)
Durante a Idade Moderna, na Europa, ocorreu o fortalecimento gradual dos governos das
monarquias nacionais. Desse processo, resultou o absolutismo monárquico, o qual contou
com pensadores que ajudaram a justificar o aperfeiçoamento do poder absolutista. A Teoria
da Soberania sustentou que um monarca era suficientemente poderoso para agir livremente
e de forma racional sem nenhum tipo de limitação. Nas palavras do autor: “a lei não é senão
o mando do soberano no exercício do seu poder. As limitações do poder soberano seriam
a lei divina e a lei natural.”
Assinale a alterantiva abaixo que apresenta o responsável por tal pensamento.
a) Jean Jacques Rousseau.
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b) Thomas Hobbes.
c) John Locke.
d) Immanuel Kant.
e) Jean Bodin.
Comentários
a) Incorreta. Jean Jacques Rousseau viveu entre 1712 e 1778, no século XVIII. Ou seja,
depois que as monarquias absolutistas já estavam consolidadas, inclusive a da França,
onde ele residia. Além disso, Rousseau era um pensador iluminista de tendência
republicana, tenaz crítico do absolutismo francês. Mais que isso, ele defendia uma
democracia participativa, isto é, um governo em que de fato a maioria da população
participasse ativamente, não somente elegesse representantes.
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b) Incorreta. Thomas Hobbes viveu entre 1588 e 1679, ou seja, entre os séculos XVI e XVII,
portanto se enquadra no período. Porém, o trecho destacado no enunciado não é de
sua autoria. Na verdade, Hobbes justificou a concentração do poder por ser o Estado
produto de um contrato entre os homens, que não poderia ser rompido entre os
governantes e governados. Em Leviatã (1651), Hobbes argumenta que os homens teriam
cedido direitos (como a autonomia), por meio de um contrato, ao Estado. Como os
homens viviam em guerra permanente no estado de natureza, sem sujeições a leis, o
poder era disputado de forma irracional. A organização da sociedade civil por meio do
contrato permitiria racionalizar a vida dos homens, pois viabilizaria a preservação da
propriedade privada e da paz social. Porém, seria preciso a renúncia de direitos naturais
em prol do soberano.
c) Incorreta. John Locke viveu entre 1632 e 1704, portanto, entre os séculos XVII e XVIII.
Por pouco, ele se enquadra no final do período que destaquei no comentário. No
entanto, ele não era um teórico do absolutismo. Na realidade, Locke foi um crítico dessa
teoria do poder. Ele foi um dos fundadores do pensamento liberal na política. Esse
pensador defendia a liberdade religiosa, o princípio da tolerância, a organização política
pelo consentimento, a propriedade privada e o princípio da vontade da maioria.
d) Incorreta. Immanuel Kant viveu entre 1724 e 1804, logo, entre os séculos XVIII e XIX, fora
do período que destaquei. Além disso, Kant era um filósofo iluminista que defendia uma
república representativa, isto é, que elegesse representantes para governar.
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Gabarito: E
surgiu o condado de Portucale ou Portucalense, que fazia parte do reino de Leão. D. Henrique
de Borgonha (1066-1112) foi nomeado para administrar Portucale e trabalhou pela autonomia
do condado. No entanto, quem realizou esse objetivo foi seu filho. D. Afonso Henriques (1109-
1185), quando declarou a independência da região e tornou-se o primeiro soberano do reino
de Portugal, em 1139. Assim, fundou-se a Dinastia dos Borgonha. Todavia, a questão direciona
seu comando para o reinado de D. Dinis (1261-1325), iniciado em 1279. Vamos às alternativas
para avaliar qual delas aponta as principais características de seu reinado:
a) Correta! D. Dinis foi o responsável por conquistar terras o suficiente para que Portugal
tivesse as fronteiras que tem hoje. Além disso, ele se dedicou a aprimorar a organização
interna do reino, concedendo vários privilégios a nobreza para garantir seu apoio.
b) Incorreta. Os mulçumanos já haviam sido expulsos dos territórios portugueses desde
1139.
c) Incorreta. A perseguição aos judeus era uma prática recorrente em vários reinos da
Europa, inclusive na Península Ibérica. Contudo, essa prática só se tornou mais intensa
na região a partir do século XVI com a publicação do Édito de Toledo, em 1449, na
Espanha, que definia vários critérios para impedir pessoas com ascendência judaica,
islâmica e pagã não pudessem ocupar determinados cargos e títulos. Em Portugal, isso
também foi adotado no mesmo século, como Estatutos da Limpeza de Sangue. Esses
critérios também discriminavam aqueles que desempenhavam ou cujos ancestrais
desempenharam trabalhos mecânicos (manuais). De qualquer forma, isso ocorreu depois
do governo de D. Dinis.
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aventurar no oceano em busca de novos territórios para colonizar. Agora, vejamos qual alternativa
aponta corretamente os elementos comuns nas práticas mercantilistas das diversas nações
europeias do período:
a) Incorreta. Nobreza e clero geralmente eram antagonistas da burguesia, uma classe em
ascensão e que enriquecia por meios condenados pela Igreja e pelos nobres. Para estes não era
interessante que houvesse livre-comércio, mas sim que os mercadores respeitassem suas regras.
b) Correta! Como disse no comentário, o mercantilismo dependia de um Estado interventor
na economia, portanto, precisava que o poder fosse centralizado. Assim, era possível implementar
medidas protecionistas para garantir a balança comercial favorável. Em outras palavras, os países
acreditavam que era necessário sempre exportar mais que importar e para isso ocorrer o Estado
precisava implementar medidas que favorecesse os comerciantes nacionais em detrimento dos
estrangeiros. Era preciso controlar as rotas comerciais, chegar e monopolizar os pontos de
distribuição de mercadorias.
c) Incorreta. De fato, o metalismo era uma característica do mercantilismo. Consistia em ter
como base da riqueza os metais preciosos, sobretudo o ouro e a prata. Portanto, a acumular esses
metais era garantia de riqueza. Esse era o primeiro princípio do mercantilismo.
d) Incorreta. O Colbertismo é uma vertente do mercantilismo criado entre os séculos XVI e
XVII, característica apenas da política econômica francesa desse período. Essa vertente foi
teorizada e promovida por Jean-Baptiste Colbert, controlador geral das finanças do rei Luís XIV.
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Basicamente, o Colbertismo valorizava ainda mais o princípio da balança comercial favorável, por
meio do incremento da produção de manufaturas em território nacional.
e) Incorreta. Assim como o Colbertismo, o colonialismo e o industrialismo também eram
vertentes ou tipos de mercantilismo. Todavia, eles não eram praticados por todas as nações
europeias. O colonialismo, prática de conquistar, povoar e transformar novos territórios em fonte
de matérias-primas para exportação, era característico do mercantilismo de Portugal, Espanha,
Holanda, Inglaterra e França. Por seu turno, o industrialismo era centrado no desenvolvimento da
produção manufatureira, utilizando matérias-primas das colônias para conseguir uma balança
comercial favorável. Originou-se na França e pode ser entendido como sinônimo do Colbertismo.
Essa prática também era comum na Inglaterra.
Gabarito: B
32. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)
No contexto do mercantilismo, o pacto colonial, também chamado de exclusivo comercial,
estabelecia que
a) as mercadorias importadas ou exportadas deveriam ser transportadas pelos navios
ingleses.
b) a balança comercial das metrópoles deveria ser superavitária.
c) as companhias de comércio deveriam ser formadas metade pelo capital estatal e metade
pelo capital privado.
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d) todos os produtos que chegassem à colônia ou saíssem dela tinham que passar pela
metrópole.
e) as colônias não podiam manter barreiras alfandegárias, priorizando o livre comércio.
Comentários
O tema da questão é o mercantilismo, mas especificamente o pacto colonial (exclusivo
comercial metropolitano). O mercantilismo foi o Sistema Econômico predominante no período da
Modernidade (s. XV a XVIII), ou seja, foi o conjunto de ideias e de práticas (uma doutrina) que
conduziram a economia dos Estados Modernos Absolutistas. Essas práticas não foram
universalistas, ou seja, elas variaram de país para país a depender do seu contexto interno e das
oportunidades relacionadas com o domínio das rotas econômicas, especialmente, as marítimas.
Contudo, os modelos locais tinham em comum o fato de o Estado intervir fortemente na
economia, em parceria com setores mercantis. Os princípios fundamentais do mercantilismo,
comuns na maioria das nações europeias, eram o metalismo, o protecionismo e a balança
comercial favorável. O pacto colonial só existia naquelas nações que possuíam colônias em outros
continentes. Com base nisso, vejamos qual alternativa apresenta corretamente o que este último
princípio estabelecia:
a) Incorreta. Na verdade, o pacto colonial determinava que as mercadorias importadas ou
exportadas deveriam ser transportadas apenas pelos navios oriundos na metrópole que controlava
a colônia em questão. Por isso também é chamado de exclusivo comercial metropolitano. Assim,
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era mais fácil para as metrópoles cobrarem impostos e taxas sobre a circulação dessas
mercadorias, além de garantir que os comerciantes de seu próprio reino tivessem mais vantagens
sobre aqueles de outras nações ou oriundos das colônias. Ou seja, nas colônias inglesas, apenas
navios ingleses podiam transportar as mercadorias; nas colônias portuguesas, apenas navios
portugueses; nas colônias espanholas, apenas navios espanhóis; e assim por diante.
b) Incorreta. Isso era uma característica da economia mercantilista, porém era o que
determinava o princípio da balança comercial favorável, não o pacto colonial.
c) Incorreta. Isso realmente ocorria, contudo não era o pacto colonial que determinava esse
procedimento. Conforme o Estado precisava de empréstimos e financiamentos privados para
levar a cabo seus planos econômicos, recorria à iniciativa privada por meio de concessões de
monopólios.
d) Correta! Era exatamente o que determinava o pacto colonial. Além de apenas navios da
metrópole poderem transportar as mercadorias, estas tinham que passar pelo centro
administrativo do império colonial para serem devidamente tributadas.
e) Incorreta. As barreiras alfandegárias faziam parte do princípio do protecionismo, que
buscava taxar muito mais produtos estrangeiros do que aqueles de origem nacional ou das
próprias colônias, com o objetivo de garantir que a metrópole exportava mais do que importava.
Gabarito: D
33. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)
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b) criou uma nova religião a ponto de fundir o poder político do monarca com o poder
religioso.
c) fortaleceu os laços com a Igreja Católica sediada em Roma com vistas ao projeto de
dominação da Europa continental.
d) fortaleceu o parlamento inglês.
e) assinou uma carta se comprometendo a não criar impostos ou alterar as leis sem antes
consultar o Grande Conselho.
Comentários
A questão aborda a tensão entre a Coroa inglesa e o poder da Igreja Católica.
Henrique VIII pertenceu à dinastia Tudor e criou a religião anglicana. Para tanto, rompeu
com o papado. O estopim foi o não reconhecimento pela Igreja do divórcio que o rei fez de sua
primeira esposa, Catarina de Aragão. Assim, em 1534, por meio do Ato da Supremacia, Henrique
VIII rompeu com a Igreja de Roma. Essa situação fez com que o rei fosse excomungado. Como
reação, o monarca inglês expropriou os bens da Igreja Católica localizados em solo inglês.
Apesar desse estopim, vamos sistematizar os móvitos desse atrito entre Inglaterra e Roma:
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Motivos da ruptura
Anulação do
Reduzir a influência
Apropriar-se dos casamento do Rei
do Papa dentro da
bens da Igreja Henrique com
Inglaterra
Catarina de Aragão
A reforma anglicana foi impulsionada pelo rei inglês Henrique VIII e teve motivações e
características distintas das reformas luterana e calvinista. Não havia questões doutrinárias e, por
isso, não constituiu um rompimento radical com os dogmas e rituais católicos
a) falso, pois Henrique VIII quis justamente o contrário, a anulação do casamento para poder
com Ana Bolena – uma cortesã da Corte.
b) é o gabarito.
c) errado, pois a relação entre eles se estremeceu.
d) errado. Essa questão sobre a “briga” entre monarquia inglesa e parlamento inglês é
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própria das revoluções do século XVII, as Revoluções Inglesas. No geral, foi uma luta para que o
poder do rei fosse controlado e para que o parlamento assumisse certo protagonismo nos rumos
da Inglaterra. No final, o rei teve seu poder limitado. De toda foram, não foi uma questão própria
do reinado de Henrique VIII.
e) errado, pois foi João Sem Terra que, em 1215 assinou a Magna Carta assumindo esse
compromisso.
Gabarito: B
35. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)
Em 1559, a Igreja Católica produziu uma lista de livros proibidos, o Index Librorum
Proibitorum (Índice de Livros Proibidos), na qual foram relacionados livros considerados
contrários à doutrina católica.
Leia as afirmações abaixo a respeito desse contexto histórico:
I – o Index foi publicado pela primeira vez no contexto da Contrarreforma Católica.
II – os textos de João Calvino foram incluídos na lista de livros proibidos.
III – o Index foi uma das respostas da Igreja às divisões que o catolicismo sofria com as
doutrinas protestantes.
IV – a Contrarreforma expressou a vontade de a Igreja controlar o poder dos reis.
Assinale a única alternativa que apresenta todos os itens com características desse período
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a) I e II.
b) I e III.
c) I, II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
Comentários
I, II e III estão corretas, pois estão no contexto da dinâmica histórica da Reforma Protestante e da
reação da Igreja com a Contrarreforma. A lista de livros do Index, apesar de ter perdido
efetividade prática com o passar dos séculos, formalmente, ela só foi revogada em 1966 Porém,
a alternativa IV está errada na medida em que, naquele momento, a Igreja não pretendia controlar
os reis. Na verdade, essa divergência já havia ocorrido a partir da Querela das Investiduras (m
movimento no qual a Igreja protestava contra a nomeação de bispos e papas por reis, séculos X
e XI).
Gabarito: C
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interpretação os cultos e o texto sagrado deviam ser proferidos em línguas mais populares e não
em latim.
d) errado, pois essa premissa era do calvinismo, pois, para essa doutrina, o trabalho árduo,
recompensado pela prosperidade econômica, seria um sinal da predestinação para a salvação.
e) falso, pois tanto luteranismo quanto calvinismo combatiam a adoração aos Santos.
Gabarito: B
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morreu sem deixar herdeiros do gênero masculino. Sua filha mais velha era casada com o rei de
Castela, reino que viria a fazer parte da formação da Espanha alguns anos mais tarde. Ela, então,
reivindicou o trono português, contando com a nobreza e o clero lusitanos. Entretanto, D. João,
mestre da Ordem de Avis, descendente bastardo da dinastia de Borgonha, também reivindicou a
coroa e foi atuado pela nascente burguesia mais enriquecida. A disputa entre os dois pretendentes
à coroa portuguesa desencadeou o conflito abordado pela questão, a Revolução de Avis. Como
o próprio nome dado ao ocorrido deixa transparecer, o vencedor foi o mestre da Ordem de Avis,
que foi coroado como D. João I em 1385, consolidando o Estado centralizado em Portugal. Com
isso, o reino lusitano foi primeiro da Europa a passar por tal processo. Portanto, a alternativa
correta só pode ser a letra “c”, uma vez que é a única a mencionar Portugal e D. João I.
Gabarito: C
BOBBIO, N. A Teoria das Formas de Governo. São Paulo: Edipro, 2017: p. 108.
Com base nas considerações de Norberto Bobbio sobre o teórico inglês Thomas Hobbes e
sua teoria acerca do Estado, é correto afirmar que esse pensador
a) defendeu, como um dos maiores teóricos do absolutismo monárquico, que o Estado deve
ter o monopólio do uso legítimo da força para assegurar a estabilidade do reino e a
segurança dos súditos.
b) era um fervoroso defensor do absolutismo monárquico, porém acreditava que o uso da
força deveria ser equilibrado entre os poderes estabelecidos, já que o rei deveria ser
controlado por possíveis desvios de caráter.
c) defendeu o absolutismo até a queda de Carlos I de Stuart, pois, após a decapitação desse
rei, temendo pela própria vida, declinou de suas posições e passou a defender a instauração
de um governo civil.
d) defendia a autoridade dos parlamentares em detrimento da monarquia, no contexto da
Guerra Civil Inglesa (1642-1651), por julgar a autoridade real fraca e incapaz de solucionar o
conflito.
e) assim como outros contratualistas, como John Locke e Rousseau, são ícones do
Iluminismo, além de grandes defensores da democracia e dos direitos civis individuais.
Comentários
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Em primeiro lugar, é preciso ressaltar a distinção entre público e privado deriva do direito romano,
que estava sendo restituído pelos europeus a partir de fins da Idade Média. Em segundo, o estado
de natureza na filosofia significa ausência de sociedade, de contrato social entre os indivíduos. Em
outras palavras, quando as pessoas não vivem em sociedade elas estão vivendo no estado de
natureza. No caso do filósofo Thomas Hobbes (1588-1679), estado de natureza e esfera privada
são sinônimos e ambos se desfazem à medida que os indivíduos se agrupam em sociedade.
Hobbes, entre outros filósofos de sua época e posteriores, são conhecidos como “contratualistas”,
pois defendem que para viver em sociedade as pessoas fazem uma espécie de contrato entre si,
um acordo direto ou indireto, no qual as responsabilidades são divididas entre elas para todos
possam viver minimamente em segurança. Uma das frases mais famosas de Hobbes é bellum
omnium contra omnes (traduzida como “O homem é o lobo do homem”) é expressiva de seu
pensamento que defende que sem o contrato social as pessoas vivem em constante conflito no
estado de natureza, pois considera que o ser humano é mau desde seu nascimento e sempre está
em busca de realizar seus interesses individuais em detrimento do coletivo.
Autor do livro Leviatã, Hobbes argumentava para evitar o risco de se aniquilarem uns aos outros,
os homens optam racionalmente por estabelecer um contrato e um vínculo social estável que
garantiria a conservação da vida de cada pessoa. Para que esse estado existisse, os homens abriam
mão de sua liberdade natural em favor do soberano, senhor absoluto, que seria responsável pela
preservação da ordem e garantia de sobrevivência. Por esse contrato, as pessoas renunciavam às
suas vontades, para atender às vontades de um só: o soberano. Para fazer valer esse pacto, o
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soberano deveria ter a força, pois, para Hobbes, os pactos sem espada não são mais do que
palavras. Por essa razão, Hobbes também é considerado um dos principais teóricos do
absolutismo. Mas atenção, não confunda: nem todo contratualista é absolutista, e vice-e-versa.
Por exemplo, John Locke, contemporâneo de Hobbes, também é considerado um contratualista,
mas é um liberal, não absolutista. Jean-Jacques Rousseau, por sua vez, é um contratualista, mas é
um republicano.
Por outro lado, é importante destacar que Hobbes viveu na Inglaterra durante os acontecimentos
da Revolução Inglesa (1642-1649), da Commomwealth (1649-1660) e da Restauração da
monarquia inglesa (1660). Esses eventos fizeram parte da crise do absolutismo inglês. O primeiro
deles, em 1649, foi responsável pela destituição e decapitação do rei Carlos I, que procurava
implementar reformas centralizadoras, ou seja, absolutistas. Na verdade, seus antecessores
(Henrique VIII, Elizabeth I e Jaime I), cada um a sua maneira, procurou centralizar gradativamente
o poder em suas próprias mãos. Continuando, com a execução de Carlos I, inicia-se a República
Puritana, também conhecida como Commonwealth, período no qual o Parlamento aumentou seu
poder. Contudo, ainda nesse momento, uma das principais lideranças revolucionárias, Oliver
Cromwell, assumiu o controle do Estado e instaurou um governo aos moldes do absolutismo. Com
sua morte, em 1658, seu filho Ricardo assume. No entanto, ele não tinha as mesmas habilidades
políticas que o pai e foi deposto em 1660 pelo Parlamento, que trouxe de volta o herdeiro legítimo
da Dinastia Stuart destituída em 1649. Carlos II foi coroado num evento que foi chamado de
Restauração, em 1660. Ele governou com o apoio dos burgueses e com um Parlamento fortalecido
até 1685, quando morreu. Como vimos, Hobbes morreu em 1679, portanto não viveu sob o
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governo do sucessor de Carlos II, que tentaria mais uma vez aplicar medidas absolutistas e seria
destituído em 1688 pelos parlamentares, fato conhecido como Revolução Gloriosa. De qualquer
forma, fica nítido que as ideias de Hobbes estão completamente relacionadas com o período e os
acontecimentos que vivenciou na Inglaterra do século XVII. Entretanto, os absolutistas acabaram
perdendo definitivamente na Inglaterra em 1688. Considerando tudo isso, vejamos:
a) Correta! Como foi dito, Hobbes acreditava que a segurança e a ordem só poderiam ser
garantidas com o estabelecimento de um pacto social entre os súditos e o soberano. Este
último é quem detém o poder do Estado. Portanto, na teoria absolutista soberano e Estado
são praticamente sinônimos. Além disso, mencionamos acima que o dito filósofo acreditava
que o soberano, e consequentemente o Estado, só poderiam sustentar tal pacto com o uso
da força.
b) Incorreta. Os absolutistas não defendiam a divisão da força entre os poderes estabelecidos.
O soberano deveria deter total controle sobre o uso da força.
c) Incorreta. Hobbes continuou defendendo suas ideias absolutistas mesmo após a Revolução
Inglesa.
d) Incorreta. Hobbes não defendia a autoridade dos parlamentares, mas sim a do monarca
como algo absoluto.
e) Incorreta. Como destacado no final do segundo parágrafo do comentário, de fato Locke e
Rousseau eram contratualistas como Hobbes. Contudo, este último era absolutista, logo
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d) jansenistas.
e) anabatistas.
Comentários
A Igreja Católica sofreu alto grau de questionamento por volta do século XVI. As disputas de
poder, os abusos, os desvirtuamentos da fé religiosa e a própria mudança de mentalidade da
população medieval – mais adepta ao dinamismo da força econômica do comércio – provocaram
movimentos por novas doutrinas religiosas. Entretanto, a contestação à hierarquia eclesiástica,
sobretudo ao poder do papa, muito antes de Lutero. Na Aula 03, vimos alguns movimentos
religiosos, alguns dos quais inspirados no cristianismo, mas que a Igreja classificou como heréticos
e os perseguiu ainda na Idade Média. Por outro lado, nos últimos séculos do medievo, houve um
debate interno na Igreja que discutia a oposição entre pobreza evangélica e a riqueza e jurisdições
da Igreja, que teve como um de seus expoentes John Wyclif (1329-1384). Ele pregava a
simplificação do culto e a adesão do papa aos ideais de uma vivência cristã calcada na pobreza e
o repúdio aos bens acumulados da Igreja.
Outra liderança que criticava o poder papal e a corrupção eclesiástica foi Jan Hus (1369-1415),
natural da região da Boêmia (atual República Tcheca). Hus tomou contato com as obras de Wyclif
quando era estudante, passando a defendê-las, pregando uma religião mais pessoal, na qual os
leigos teriam maior importância. Ele defendia que nos ofícios religiosos deveria ser utilizada a
língua nacional (no caso, a tcheca) que substituiria o latim, língua dominada principalmente pelo
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clero. Além disso, Hus afirmava que os fiéis deveriam participar da eleição dos seus bispos como
forma de diminuir a importância dos bispos católicos alemães, que dominavam a alta hierarquia
da Igreja na Boêmia. Suas ideias alimentavam o nacionalismo do povo tcheco contra a dominação
alemã. Hus foi chamado a expor seu pensamento no Concílio de Constança, na Suíça, no qual
seria pautado também o Cisma do Ocidente. Contudo, Hus não teve oportunidade de expor suas
ideias, sendo preso e queimado na fogueira. Sua morte desencadeou entre os tchecos uma revolta
conhecida como Movimento Hussita.
Por sua vez, Girolamo Savonarola foi um monge dominicano, natural de Ferrara, na Itália, e de
família nobre. Ele foi um grande crítico das transformações na mentalidade europeia causadas
pelo Renascimento cultural, sobretudo o resgate de determinados elementos pagãos da
antiguidade e da devassidão em geral. Era um defensor da vida ascética e buscava renovar a
Igreja. Savonarola escreveu tratados filosóficos inspirados em São Tomás de Aquino. No início da
década de 1480, foi enviado à Florença, uma das cidades mais renascentistas da Península Itálica
naquele momento, governada pelos Médici. Vendo que seus sermões contra a vida pagã e imoral
não surtiam grandes efeitos, viajou pela península para espalhar seus ideais. Quando retornou à
Florença, em 1489, seus sermões surtiram um novo efeito, atraindo muitos fiéis à Catedral na qual
pregava. Ele criticava intensamente a corrupção da Igreja e a tirania dos Médici. Conseguiu se
tornar Prior do Convento de S. Marco. Seu sucesso era tamanho, que a família Médici chegou a
ser expulsa da cidade e lá foi fundada uma República teocrática com base nos príncipios religiosos
pregados por Savonarola. Entretanto, suas persistência em criticar a Igreja Romana e sua
aproximação com o monarca francês, naquele momento adversário político do papa e diversas
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cidades italianas, fez com que o papa Alexandre VI intensificasse a perseguição à ele. Em 1498 o
Convento de S. Marco foi atacado e Savonarola foi preso junto de outros monges. Julgados pelos
emissários da Igreja, foram condenados à morte naquele ano.
Portanto, quando Martinho Lutero pregou suas 95 teses na porta da Catedral de Wittenberg, em
1517, boa parte de suas críticas não eram exatamente novas. Eram adaptações com algumas
inovações das propostas de reformadores anteriores. Entre essas teses estão a condenação das
indulgências, críticas à hierarquia católica, à existência do papa, à necessidade de dar esmolas e
ao uso da Bíblia em latim. A livre interpretação dos textos sagrados, sem o auxílio do clero, e
celebrações religiosas mais simples, baseadas exclusivamente no texto bíblico também eram
defendidas. Contudo, Lutero não teve o mesmo destino de seus antecessores. Ele até foi
condenado como herético e excomungado pelo papa. Inclusive, o Imperador do Sacro Império
Romano Germânico, Carlos V, convocou Lutero para de retratar frente a um conselho de nobres,
em 1521, a Concordata de Worms. A diferença, no entanto, é que um dos nobres presentes,
Frederico da Saxônia, apoio o reformador e lhe deu refúgio em seu castelo, onde se dedicou à
tradução da Bíblia para o alemão. As ideias luteranas encontraram ressonância na sociedade alemã
da época. Muitos nobres usaram a pregação para ficar com os bens da Igreja. Os camponeses do
sul, pretendendo a partilha das terras, também se rebelaram, conhecido Revolta dos Camponeses
ou Revolta dos Anabatistas, na qual se destacou como liderança Thomaz Müntzer. Eles eram
conhecidos como anabatistas, pois negavam o sacramento do batismo. Porém, Lutero não apoiou
essa revolta, com receio de perder a proteção que recebeu dos nobres e a identificação da
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Reforma com o radicalismo político. Com isso e com as informações dadas pelo enunciado, já
podemos saber que a alternativa correta é a letra “e”. Contudo, vejamos um pouco sobre os
movimentos destacados nas demais alternativas.
a) Os hussistas era os seguidores de John Hus, conforme explicamos no comentário.
b) Os calvinistas eram os seguidores do francês João Calvino (1509-1564), adepto das ideias
de Lutero, por isso perseguido e refugiado na Suíça. Em Genebra, adotou um modelo
religioso e político para construir uma “cidade-igreja”, que interferiria na vida das pessoas
com a proibição, por exemplo, de jogos e festas. A teoria calvinista concordava com o
princípio da justificação pela fé e incorporava um outro elemento: a teoria da
predestinação. Além disso, defendia que para identificar o sinal da graça os homens devem
seguir uma disciplina rígida que enfatiza o trabalho e uma vida regrada. O trabalho intenso
e o controle de gastos levariam à riqueza, que seria um sinal da predestinação. Por outro
lado, o calvinismo defendia o direito à resistência política diante dos governantes, quando
estes excedessem suas funções, porém sem uma abordagem muito radical, na qual cada
grupo deveria resistir “a partir de seu lugar”. Nessa lógica, apenas um magistrado pode se
opor a outro magistrado. A participação popular só deve ocorrer quando há uma usurpação
e nenhum magistrado se interpõe ao usurpador, tornando ilegítimo o exercício de sua
autoridade.
c) Puritanistas, ou simplesmente puritanos, era como chamavam os calvinistas na Inglaterra,
pois após a cisão de Henrique VIII com a Igreja Católica, fundando a anglicana, os puritanos
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queriam “purificar” esta Igreja, estabelecer as bases para uma nova ordem social e realizar
o plano divino, ao qual eles acreditavam estar predestinados.
d) Os jansenistas eram os seguidores do bispo holandês Cornellius Jansenius. Derivado do
cristianismo, esse movimento baseou-se numa doutrina que contemplava a conciliação da
liberdade humana com a graça emanada por Deus. Tal doutrina nasceu de uma
interpretação livre dos escritos de Santo Agostinho feita pelo referido bispo. Misturando
alguns elementos do calvinismo com o catolicismo, Jansenius defendia que a graça seria
concedida através da predestinação, contrariando a teoria de que seriam as ações tomadas
de acordo com o livre-arbítrio característico ao ser humano, o qual faria recair sobre si (ou
não) a graça divina. Ele também acreditava que o pecado original inclinou o gênero humano
para o Mal. Além disso, a doutrina jansenista não contemplava a obediência ao Papa, nem
o culto a Nossa Senhora, não reconhecia a capacidade das autoridades eclesiásticas de
representação da vontade de Deus e contou entre os seus principais contestatários os
Jesuítas e os Molinistas. Apesar de declarado herético, o jansenismo continuou tendo
adeptos em muitos círculos eclesiásticos, inclusive entre parte do clero.
Gabarito: E
Cancioneiro, percorre todos os desvios de sua alma, perscruta seus sentimentos mais
íntimos, acompanha as oscilações mais sutis do seu estado de espírito. Todos os recursos de
seu lirismo se concentram para expor e glosar sua humanidade inquieta e frágil”.
SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. 15. ed., São Paulo: Atual; Campinas: Editora da
Unicamp, 1988, p. 38 (Coleção Discutindo a História). Adaptado.
Na esteira do desenvolvimento comercial e urbano que se iniciara no final da Idade Média,
um movimento intelectual e artístico que representava uma nova visão de mundo teve lugar
na Europa entre os séculos XIV e XVI, vindo a ser conhecido como Renascimento. Sobre as
principais características desse movimento, considere as afirmativas e assinale a opção
correta.
1. O hedonismo, isto é, a determinação do prazer individual como único bem supremo,
finalidade e fundamento da vida moral, foi uma das características do Renascimento mais
controvertidas em relação à moral que vigorara na Idade Média.
2. O ateísmo foi uma das características mais marcantes do Renascimento, pois os
humanistas, ousadamente, consideravam que a mais perfeita e expressiva cultura já
manifestada pelo homem se dera antes do advento de Cristo; evidentemente, a Igreja não
via com bons olhos essa atitude.
3. O naturalismo, a busca por uma representação da natureza fiel à realidade, é uma das mais
distinguíveis características do Renascimento. Ele se baseava no ideal de imitação (imitatio),
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proposto em especial por Petrarca, segundo o qual a natureza deveria ser imitada à perfeição
pelo artista do período.
4. O humanismo, ideia fundamental do Renascimento, baseava-se no animismo, isto é, na
crença de que a alma humana sustentava todas as atividades orgânicas humanas, incluindo
os sentidos, o que explicaria por que as obras dos grandes artistas do período eram
consideradas expressões da criação divina.
a) Apenas 1 está correta.
b) Apenas 3 está correta.
c) Apenas 1 e 2 estão corretas.
d) Apenas 1 e 4 estão corretas.
e) Apenas 2 e 3 estão corretas.
Comentários
Esta questão envolve interpretação de texto e contextualização. Em primeiro lugar, repare que o
texto fala de Francisco Petrarca, poeta italiano muito influenciado pelo movimento renascentista.
Repare que o texto destaca que Petrarca tinha como tema principal de seus poemas ele mesmo,
isto é, o próprio ser humano e todas as suas dimensões. Mas por que isto é renascentista? Para
responder essa pergunta, devemos contextualizar algumas coisas.
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Como próprio enunciado já disse, o Renascimento cultural foi um movimento artístico e intelectual
influenciado pelo desenvolvimento urbano e comercial vivenciado pelos Europeus a partir do final
da Idade Média. Esse movimento foi desencadeado, principalmente: pelo contato dos europeus
com as culturas islâmica e orientais, consequência das Cruzadas e da Expansão Árabe; com o
resgate de saberes e obras da antiguidade clássica encontradas em ruínas do Império Romano
por toda a Europa e trazidas para o ocidente pelos árabes e bizantinos, cujas regiões também
haviam pertencido aos antigos romanos, gregos, macedônios, egípcios e persas; a criação e
desenvolvimento de universidades europeias na Baixa Idade Média. As principais características
do Renascimento eram o antropocentrismo (homem como centro do mundo), o racionalismo
(necessidade de uma explicação pela razão), o naturalismo (estudo da natureza), o individualismo
e o resgate da antiguidade. O conhecimento científico se desenvolveu com base nesses princípios,
procurando estabelecer leis gerais sobre o funcionamento da natureza, do ser humano e da
sociedade. A crítica à Igreja e ao absolutismo também foram alimentados pelas inovações
renascentistas. Contudo, nem todo renascentista era contrário à Igreja ou à centralização do
poder, mas esses eram temas colocados em debates por eles.
Portanto, podemos entender minimamente porque Petrarca, enquanto um renascentista,
interessou-se tanto em explorar a própria humanidade em sua obra. Se o homem passou a ser
considerado o centro do mundo; se o individualismo incentivava as pessoas a demonstrar suas
habilidades e obter reconhecimento dos outros, acentuando a individualidade na competição de
um mundo comercial; se o naturalismo que, além de fomentar os estudos sobre a natureza física,
também incentivava os estudiosos à buscar compreender a natureza humana; faz sentido o
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interesse de Petrarca por sua própria essência como ser humano. Considerando isso, vejamos as
afirmações propostas.
1. Correta! O hedonismo é uma doutrina filosófica que teve origem no período helenístico,
na Grécia Antiga, entre os séculos IV e II a. C., quando os territórios gregos estavam sob
domínio macedônico. Os macedônios, sobretudo no governo de Alexandre, incorporaram
diversos elementos da cultura grega e tiveram como política disseminá-la pelas regiões que
foram conquistando no Leste europeu, no Oriente Médio e na África. Assim, do contato
entre a cultura grega e a cultura oriental nasceu a cultura helenística. O hedonismo nasceu
no seio desta cultura. Hedonismo vem do grego Hedonê – nome de uma deusa, na
mitologia grega, que representa o prazer. Hedonê era a representação encarnada de uma
vida prazerosa. Trata-se uma doutrina, ou filosofia de vida, que defende a busca por prazer
como finalidade da vida humana. Buscar prazer é o que move as paixões, os desejos e todo
o mecanismo da vida, sendo, portanto, a primeira e mais completa ponte para a finalidade
última da vida: a felicidade. Durante a Antiguidade Clássica, o hedonismo ganhou diversos
contornos e significados ao longo do tempo, dando à luz diferentes posições sobre seus
preceitos. Nessa época, os hedonistas se dividiam entre os que acreditavam que o prazer
era um bem em si mesmo, podendo ser usado intensamente para alcançar a felicidade e
diminuir a dor; e aqueles que defendiam a moderação do prazer, argumentando que existia
dois tipos de prazer: os que levavam à verdadeira felicidade e estavam ligados ao intelecto
e no enobrecimento do espírito (natural); e os que estão ligados àquilo que sai do controle
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da pessoa ou surgem, muitas vezes, por convenção social, portanto são efêmeros e podem
gerar vicio, o que tira a liberdade individual das pessoas (não-naturais). Muitos séculos
depois, a partir do século XIV, com o advento do Renascimento europeu, o hedonismo
estava entre os elementos da antiguidade que foram resgatados e ganhou novos contornos
e rumos distintos. Por um lado, havia a Igreja Católica e as vertentes protestantes que o
condenavam. Por outro, a personalidade do homem moderno médio e de uma certa elite
intelectual, artística e burguesa era a face perfeita do hedonismo. Grandes bailes
celebrando a vida e os prazeres eram realizados, os salões enchiam-se com pessoas em
sarais literários, recitando poesias hedonistas; artistas, escritores, intelectuais e burgueses
uniam-se para a busca conjunta do prazer.
2. Incorreta. É verdade que o ateísmo ganhou mais adeptos com o Renascimento, contudo
não era algo muito difundido mesmo nessas circunstâncias históricas de contestação do
poder da Igreja. Apesar de muitos renascentistas e humanistas pregarem o
antropocentrismo, isso não significava uma ruptura drástica com o cristianismo ou com a
religião em geral. Os mais recorrentes eram críticas, reformas e adaptações das teologias
em circulação. Além disso, a afirmação é equivocada em afirmar que antes de Cristo as
sociedades antigas admiradas pelos humanistas eram ateias. A maioria das sociedades da
Antiguidade tinham religiões politeístas, ou seja, que acreditavam em vários deuses.
3. Incorreta. Essa afirmação, em especial, depende tanto da interpretação do texto quanto
do conhecimento do contexto para ser avaliada. Isto porque ela não está de todo errada
ao afirmar que ao descrever o naturalismo como característica do Renascimento. Porém, o
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erro está em dizer que Petrarca defendia o estudo e a imitação da natureza física nas suas
obras, pois, na verdade, esse poeta tinha como tema principal a natureza humana. De certa
forma, os interesses sobre os dois tipos de natureza estão relacionados, como dito no
comentário, mas não é o suficiente para sustentar uma afirmação como esta, já que Petrarca
abordava a natureza física.
4. Incorreta. Os humanistas não pregavam que a alma era a fonte da atividade humana, mas
sim a razão. O humanismo renascentista implicou uma atitude diante do ser humano e da
natureza caracterizada, fundamentalmente, pela dessacralização, pelo questionamento e
pela dúvida, resultando em sucessivas inovações nos campos artístico, científico e
tecnológico, possibilitando grandes transformações sociais e políticas. De acordo com o s
humanistas, o homem é a medida de todas as coisas e está no centro do universo. Dotado
de razão e liberdade, é considerado um ser privilegiado, capaz de escolher o seu próprio
destino e de efetuar grandes realizações.
Portanto, a alternativa correta é a letra “a”.
Gabarito: A
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espírito das Cruzadas para tentar recuperar para a Igreja fiéis e territórios perdidos. A divisão entre
católicos e protestantes foi responsável por tornar a Europa palco de uma série de guerras de
motivação religiosa. A dinastia dos Habsburgos era de origem austríaca. Por meio de alianças,
casamentos e tratados diplomáticos conseguiram controlar vastos territórios. Sob o reinado de
Carlos V, entre 1519 e 1556, os Habsburgos dominavam a Espanha, os Países Baixos, diversas
partes da Itália, grande parte dos territórios alemães, a Áustria, a Boêmia (atual República Tcheca)
e a região da Borgonha (atual França). Carlos V era o soberano mais poderoso da Europa e
acalentava construir um império unificado sob uma mesma lei, uma mesma Igreja (o catolicismo)
e um mesmo soberano. O sonho de expansão territorial, contudo se chocava com três obstáculos:
1) a difusão da Reforma Protestante, que dividia a Europa entre Igrejas rivais; 2) a oposição da
França, que sentia seus interesses ameaçados pela expansão dos Habsburgos; 3) e o avanço do
Império Otomano na parte oriental da Europa. Incapaz de controlar um império tão vasto, Carlos
V abdicou do trono em 1556 e dividiu o Império Habsburgo entre seu irmão, Ferdinando I, que
recebeu a parte austríava, e seu filhos, Filipe II, que assumiu a parte espanhola de seu vasto
império. Este último deu prosseguimento à política expansionista de seu pai. Durante seu reinado,
os espanhóis expandiram seus domínios sobre a América, anexando também Portugal e suas
colônias a partir de 1580.
Amparado na Contrarreforma, Filipe II apresentou-se como defensor do catolicismo e soberano
responsável por reconquistar os territórios e fiéis perdidos para os protestantes. Essa pretensão
deu origem a um conflito militar entre os países cristãos da Europa: a Guerra dos Trinta Anos
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(1618-1648), que opôs, em termos gerais, católicos, liderados pelos Habsburgos, e protestantes.
O único país católico que se opôs aos Habsburgos foi a França, por conta de disputas territoriais.
Tendo começado como um conflito religioso na Alemanha e na Boêmia, a guerra consumiu
imensos recursos, arasou regiões inteiras e produziu um saldo estimado de 7 milhões de mortos.
O Tratado de Westfália, assinado em 1648, marcou o fim da guerra e o esgotamento do sonho
imperial dos Habsburgos. O documento reconhecia alguns princípios básicos: a independência
entre poder político e religioso; o direito de os súditos terem sua próppria crença religiosa sem
serem obrigados a adotar a Igreja do soberano; e a soberania de cada Estado nacional sobre seu
próprio território. Nem todos os países respeitaram o tratado, contudo ele reconhecia pela
primeira vez alguns dos princípios fundamentais sobre os quais se assenta o Estado moderno.
Agora que contextualizamos as informações do texto destacado pela questão, repare no que o
enunciado pede: identificar o país que não foi rival dos Habsburgos durante a Guerra dos Trinta
Anos. Ora, sabendo que em tal guerra lutaram em lados opostos católicos e protestantes, que os
Habsburgos lideraram os primeiros e a França foi uma exceção entre os católicos, pois apoiou os
protestantes, podemos identificar facilmente a alternativa correta observando quais países eram
protestantes, no caso: Inglaterra, Suécia e Dinamarca. Portanto, a correta só pode ser a letra “a”.
Você poderia identificar facilmente a correta também ao lembrar que a Espanha era governada
por Filipe II, da dinastia Habsburgo.
Gabarito: A
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No ano de 2017 lembra-se os 500 anos da Reforma Protestante. A publicação das 95 teses
de Martinho Lutero iniciou um confronto entre Roma e o monge agostiniano.
Considere a Reforma Protestante e seus desdobramentos, ocorrida na Europa, e analise as
afirmações a seguir.
I. A ética Calvinista glorificava o trabalho e o lucro e classificava a riqueza como uma graça
divina.
II. Para reforçar o catolicismo na Inglaterra e, com o apoio do Papa Clemente, Henrique VII
fundou a Ordem Anglicana.
III. Em sua doutrina, Lutero manteve o celibato e a liturgia em latim.
IV. Excomungado pela Igreja Católica, Lutero recebeu a proteção da nobreza alemã̃.
Todas as afirmações corretas estão em:
a) II - III
b) I - IV
c) I - II - III
d) II - III - IV
Comentários
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A Reforma Protestante foi uma série de movimentos religiosos, na Europa, que reivindicavam
alterações em dogmas e práticas do cristianismo, desafiando a autoridade do clero e da Igreja
Católica. A maioria desses movimentos resultou na fundação de novas igrejas cristãs como o
luteranismo, o calvinismo, o anabatismo, entre outras. O pioneiro nesse sentido foi o monge
agostiniano Martinho Lutero quando, em 1517, publicou suas 95 Teses. Estas consistiam em uma
série de críticas ao catolicismo e propostas de reforma. Graças à então recente invenção da
imprensa, as ideias de Lutero rapidamente se espalharam pela Europa, inspirando novos
reformistas, movimentos e igrejas. Sabendo disso, vejamos o que é verdadeiro entre as afirmações
propostas:
I. Verdadeira! João Calvino foi um reformador francês que se inspirou nas ideias de Lutero, dando
maior ênfase em alguns pontos e propondo outras medidas. Ele teve que fugir da França devido
à perseguição religiosa, refugiando-se na Suíça, de onde influenciou muitos protestantes de toda
Europa. É importante lembrar que tanto Calvino quanto Lutero eram de origem burguesa, cujas
atividades eram condenadas pela doutrina católica. Entretanto, Calvino foi quem mais trabalhou
para retirar os estigmas sobre as práticas burguesa, como o lucro, a meritocracia, a usura e a
ascensão social.
II. Falsa. O anglicanismo não é uma ordem, mas sim uma nova igreja fundada durante as reformas
protestantes, no século XVI. Além disso, a Igreja Anglicana não foi fundada por Henrique VII, mas
sim por seu filho, Henrique VIII, em 1534.
III. Falsa. Lutero não achava necessário que os sacerdotes fossem celibatários, como era o clero
católico. Ele também defendeu a necessidade do uso da língua vernacular na liturgia. Em outras
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palavras, que a bíblia fosse traduzida para a língua corrente, assim como os rituais e cerimônias
do culto cristão que até então eram ministrados somente em latim.
IV. Verdadeira! A Igreja Católica excomungou Lutero após a publicação das 95 Teses e pretendia
prendê-lo e executá-lo. No entanto, uma parte da nobreza alemã simpatizou com a reforma
luterana e refugiou o reformador alemão.
Portanto, a alternativa correta é a letra “b”!
Gabarito: B
Os países reconquistados, ou que voltavam a ser católicos, tinham que seguir o programa
traçado em 1554 por Inácio de Loyola, o qual determinava que os reis não poderiam permitir em
suas administrações a presença de heréticos. Essa determinação era fruto da criação, em 1542,
pelo papa, da congregação da Inquisição.
Comentários
Ao ler o texto selecionado, note que se fala de países que voltaram a ser católicos e da proibição
de pessoas consideradas heréticas em seus territórios. São mencionados dois anos que
correspondem à metade do século XVI. Ora, nessa época, a Europa vivenciava um grande rebuliço
em razão das Reformas Protestantes. Estas foram uma série de movimentos religiosos que
romperam com a Igreja Católica, fundando novas igrejas cristãs. Diante disso, as monarquias e o
clero católicos reagiram violentamente. Sabendo disso o que a instituição mencionada pelo texto
procurava combater:
a) Incorreta. O lucro comercial, a usura e ascensão social deles decorrentes eram condenados pela
Igreja Católica. Por isso, muitos burgueses aderiram às reformas protestantes, que não
condenavam essas coisas. No entanto, não era especificamente o lucro comercial que a Igreja
estava combatendo, promover o programa de Inácio de Loyola.
b) Incorreta. As Reformas Protestantes rejeitavam o uso do latim na publicação da bíblia e nas
cerimônias do culto, como era feito pelo clero católico. Eles defendiam o emprego das línguas
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vernaculares, isto é, as línguas faladas pelo povo no seu cotidiano. Entretanto, também não era
especificamente isso que a Igreja queria combater com o programa de Loyola.
c) Incorreta. A relação da Igreja Católica com a arte renascentista era contraditória. Ela condenava
as obras que abordavam temas profanos e atentava ao pudor católico. No entanto, contratava
artistas renascentistas para a realização de obras religiosas, como uma forma de cooptar um estilo
que estava se popularizando.
d) Correta! A Igreja Católica queria mesmo era acabar com a concorrência. Perder o monopólio
sobre a religião cristão podia ameaçar consideravelmente seu poder político perante a população
e os Estados europeus. Portanto, ao longo dos séculos XVI e XVII, a Europa foi mergulhada em
uma infinidade de guerras religiosas, entre católicos e protestantes. Nesse quadro, o programa
de Loyola era uma forma de garantir o poder da Igreja Católica.
Gabarito: D
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renunciavam às suas vontades, para atender às vontades de um só: o soberano. Para fazer valer
esse pacto, o soberano deveria ter a força, pois, para Hobbes, os pactos sem espada não são mais
do que palavras. Por essa razão, Hobbes também é considerado um dos principais teóricos do
absolutismo. A imagem trazida pela questão, capa da publicação original de Leviatã, é expressiva
se suas concepções políticas. Nela, vejamos um homem no topo, segurando armas de guerra. A
figura do homem é gigante e está acima do que parece ser uma cidade ou reino. Além disso, o
quadro no ele está também fica acima das demais figuras na imagem, quase todas contendo
representações de armas, fortalezas e de espaços de poder. Mas atenção, não confunda: nem
todo contratualista é absolutista, e vice-e-versa. Por exemplo, John Locke, contemporâneo de
Hobbes, também é considerado um contratualista, mas é um liberal, não absolutista. Jean-Jacques
Rousseau, por sua vez, é um contratualista, mas é um republicano.
De forma mais ampla, o absolutismo é o nome dado à forma de organização política na qual os
poderes político, econômico e religioso estão centralizados na figura de um soberano dentro dos
limites do território nacional que governa. Essa organização consistia na unificação das moedas,
pesos e medidas em um país; na criação de um corpo de leis baseado no direito romano e não
mais no direito canônico (da Igreja); na formação de exércitos permanentes para a proteção dos
comércios, da nobreza e do território e para a repressão de revoltas internas; na reorganização
administrativa que gerava a formação de uma burocracia e sistema fiscal com membros da
nobreza, do clero e de setores da burguesia nos territórios dos reinos; no estabelecimento de uma
língua oficial; no desenvolvimento da diplomacia. No topo dessa administração estava o monarca,
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que possuía poder para interferir na economia, na sociedade, no exército e, em alguns casos, até
na religião. Entretanto, cada país vivenciou esses processos à sua maneira.
É importante destacar que Hobbes viveu na Inglaterra durante os acontecimentos da Revolução
Inglesa (1642-1649), da Commomwealth (1649-1660) e da Restauração da monarquia inglesa
(1660). Esses eventos fizeram parte da crise do absolutismo inglês. O primeiro deles, em 1649, foi
responsável pela destituição e decapitação do rei Carlos I, que procurava implementar reformas
centralizadoras, ou seja, absolutistas. Na verdade, seus antecessores (Henrique VIII, Elizabeth I e
Jaime I), cada um à sua maneira, procurou centralizar gradativamente o poder em suas próprias
mãos. Continuando, com a execução de Carlos I, inicia-se a República Puritana, também
conhecida como Commonwealth, período no qual o Parlamento aumentou seu poder. Contudo,
ainda nesse momento, uma das principais lideranças revolucionárias, Oliver Cromwell, assumiu o
controle do Estado e instaurou um governo aos moldes do absolutismo. Com sua morte, em 1658,
seu filho Ricardo assume. No entanto, ele não tinha as mesmas habilidades políticas que o pai e
foi deposto em 1660 pelo Parlamento, que trouxe de volta o herdeiro legítimo da Dinastia Stuart
destituída em 1649. Carlos II foi coroado num evento que foi chamado de Restauração, em 1660.
Ele governou com o apoio dos burgueses e com um Parlamento fortalecido até 1685, quando
morreu. Como vimos, Hobbes morreu em 1679, portanto não viveu sob o governo do sucessor de
Carlos II, que tentaria mais uma vez aplicar medidas absolutistas e seria destituído em 1688 pelos
parlamentares, fato conhecido como Revolução Gloriosa. De qualquer forma, fica nítido que as
ideias de Hobbes estão completamente relacionadas com o período e os acontecimentos que
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reino dos homens. a religião católica, monoteísta e altamente hierarquizada, servia bem
aos interesses expansionistas e unificadores dos reis modernos.
Gabarito: D
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burguesia. Os burgueses eram em grande parte mercadores e banqueiros, vivendo nas zonas
urbanas. Parte deles enriqueceu, mas enfrentava grandes obstáculos devido à fragmentação
política dos feudos, que dificultava as trocas comerciais. Nobreza, clero e riqueza fundiária eram
as bases do sistema feudal e buscavam legitimar seu poder sustentando uma ideologia que
defendia a sociedade estamental. Além disso, a Igreja Católica condenava algumas práticas
comuns entre os burgueses, como o empréstimo a juros (usura). Por essas razões, monarcas e
burgueses em muitos casos de aliaram, de modo que os segundos financiavam os projetos
centralizadores dos primeiros, enquanto estes retribuíam adotando medidas que facilitassem o
comércio dentro do território nacional, como a unificação de moedas, pesos e medidas por
exemplo. Todos esses fatores foram gradativamente gerando uma mudança na mentalidade das
pessoas, sobretudo daqueles que viviam nas cidades e nos grandes centros urbanos. Portanto,
essas pessoas começaram a ver o período feudal como uma fase de estagnação, de retrocesso,
de obscuridade, principalmente quando comparado com as sociedades da Antiguidade, que aos
poucos eram redescobertas pelos europeus por meio dos documentos e artefatos encontrados
nas ruínas da Europa ou daqueles trazidos pelo contato com os povos muçulmanos e orientais.
Em outras palavras, o Renascimento cultural foi um movimento artístico e intelectual influenciado
pelo desenvolvimento urbano e comercial vivenciado pelos Europeus a partir do final da Idade
Média. Esse movimento foi desencadeado, principalmente: pelo contato dos europeus com as
culturas islâmica e orientais, consequência das Cruzadas e da Expansão Árabe; com o resgate de
saberes e obras da antiguidade clássica encontradas em ruínas do Império Romano por toda a
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Europa e trazidas para o ocidente pelos árabes e bizantinos, cujas regiões também haviam
pertencido aos antigos romanos, gregos, macedônios, egípcios e persas; a criação e
desenvolvimento de universidades europeias na Baixa Idade Média. Do ponto de vista intelectual,
o humanismo se destacou, valorizando a dúvida e o questionamento como motores do progresso
científico. Suas principais características eram o antropocentrismo (homem como centro do
mundo), o racionalismo (necessidade de uma explicação pela razão), o naturalismo (estudo da
natureza), o individualismo e o resgate da antiguidade. O conhecimento científico se desenvolveu
com base nesses princípios, procurando estabelecer leis gerais sobre o funcionamento da
natureza, do ser humano e da sociedade. A crítica à Igreja e ao absolutismo também foram
alimentados pelas inovações renascentistas. Os adeptos do movimento se viam como herdeiros
das grandes civilizações antigas que estavam reedificando a grandiosidade do homem europeu
após um período de “trevas” (Idade Média), no qual, supostamente, não houve inovações
científicas e o obscurantismo da Igreja impedia o progresso. Contudo, nem todo renascentista era
contrário à Igreja ou à centralização do poder, mas esses eram temas colocados em debates por
eles. Com isso em mente, vejamos:
a) Incorreto. Apesar de muitos humanistas fazerem críticas duras à Igreja Católica, isso não
significava que a maioria deles rompeu drasticamente com o catolicismo, aderindo a
religiões pagãs. Muitos continuaram sendo católicos e, quando muito, convertiam-se a
alguma vertente do cristianismo protestante.
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A contestação aos dogmas e autoridade da Igreja Católica sobre a religião cristã já acontecia antes
do fim da Idade Média. Na Aula 03, vimos que mesmo durante o medievo a Igreja teve que lidar
com movimentos que denominou de heresias. Tratava-se de grupos e/ou indivíduos que
praticavam outras crenças e religiões, algumas até inspiradas no cristianismo, mas que o clero
católico reconhecia como ameaça à seu monopólio sobre o sagrado. Mesmo entre o próprio clero
houve divergências quanto à dogmas e hierarquias, como nos casos do Cisma do Oriente, do
Cisma do Ocidente, ou quando clérigos como John Wyclif e Girolamo Savonarola criticaram a
opulência dos cultos e do papado. Contudo, é a partir dos primeiros anos do século XV, já na
Idade Moderna, que a Igreja Católica sentirá fortes golpes ao seu poder. Diversos movimentos
religiosos varrem a Europa propondo reformas em diferentes níveis do cristianismo. Entretanto,
diferente do sucesso que a Igreja teve reprimindo as heresias medievais, no início da modernidade
uma série de novos fatores decorrentes das transformações culturais, econômicas e sociais em
andamento no continente favoreceu os movimentos reformistas e dificultou a hegemonia católica.
Entre esses fatores podemos citar: o contato com culturas islâmicas e orientais causado pelas
Cruzadas, pela Guerra da Reconquista e pelos renascimentos comercial e urbano; o surgimento
de novas classes sociais, residentes nas cidades em crescimento, sobretudo a burguesia; a criação
e desenvolvimento de universidades pelo continente; o Renascimento cultural influenciado pelo
humanismo e pelo resgate das culturas antigas; as crises do sistema feudal que enfraqueceu parte
considerável da nobreza; e a busca por concentração de poder pelos reis, que resultou no
desenvolvimento de Estados absolutistas, que ora entravam em choque com a Igreja, ora a ela se
aliavam.
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De forma mais ampla, o absolutismo é o nome dado à forma de organização política na qual os
poderes político, econômico e religioso estão centralizados na figura de um soberano dentro dos
limites do território nacional que governa. Essa organização consistia na unificação das moedas,
pesos e medidas em um país; na criação de um corpo de leis baseado no direito romano e não
mais no direito canônico (da Igreja); na formação de exércitos permanentes para a proteção dos
comércios, da nobreza e do território e para a repressão de revoltas internas; na reorganização
administrativa que gerava a formação de uma burocracia e sistema fiscal com membros da
nobreza, do clero e de setores da burguesia nos territórios dos reinos; no estabelecimento de uma
língua oficial; no desenvolvimento da diplomacia. No topo dessa administração estava o monarca,
que possuía poder para interferir na economia, na sociedade, no exército e, em alguns casos, até
na religião. Entretanto, cada país vivenciou esses processos à sua maneira. Apesar de a Igreja
Católica buscar alianças com monarcas em vários momentos, havia uma tensão latente entre as
duas partes, pois os reis nem sempre estavam inclinados a conceder tantos privilégios ao clero,
ou por divergências religiosas. Alguns soberanos acabaram se convertendo ao protestantismo,
sobretudo nas regiões onde a burguesia se tornava um ponto de sustentação importante do
Estado absolutista. Além disso, como já vimos na Aula 02, as religiões monoteístas como o
cristianismo tinham um papel importante nas pretensões expansionistas e unificadoras de muitos
monarcas. Era mais fácil unificar a população de um vasto território, se todos acreditassem no
mesmo e único deus, de modo que se fazia um paralelismo entre um só Deus e um só soberano.
Por isso, absolutismo e reformas religiosas estão intimamente ligados. Inclusive, entre 1618-1648,
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a Europa se tornou palco de um conflito armado entre países católicos e protestantes: a Guerra
dos Trinta Anos.
Em cada região da Europa, a pressão por reformas religiosas teve características próprias, apesar
de dialogarem entre si e se influenciarem mutuamente. Bons exemplos são Martinho Lutero, que
em 1517 publicou 95 teses que criticavam a Igreja, propondo alterações em vários dogmas. As
ideias de Lutero se espalharam rapidamente, influenciando outros reformadores como João
Calvino, na Suíça, e Cornellius Jansenius, na Holanda. Era mais comum a burguesia aderir a esses
movimentos, pois sua forma de sustento e trabalho era muito criticada pelo catolicismo. Porém,
não eram raros os casos em que camponeses, por exemplo, aderiam a movimentos reformistas,
alguns dos quais escalava até a prática de violência. Esse é o caso dos anabatistas, na Alemanha,
que inspirados em Lutero exigiam a repartição das terras e o fim do sacramento do batismo.
Houve casos também em que mesmo a nobreza aderia às reformas. O próprio Lutero foi acolhido
por alguns nobres germânicos quando o papa e o imperador Carlos V o condenaram. Por outro
lado, na Inglaterra, o rei Henrique VIII rompeu com o papado e fundou uma nova igreja: a
anglicana. Sabendo desse contexto, vejamos cada alternativa:
a) Incorreto. Na realidade, a Península Ibérica foi a primeira região da Europa a ser palco
da consolidação de um Estado absolutista: Portugal. Isso ocorreu mais de cem anos
antes das reformas protestantes florescerem. O reino de Portugal se formou graças à
vitória contra os muçulmanos instalados na península pelas tropas lideradas por Afonso
Henrique, em 1139. Porém, somente quase duzentos anos depois é que o absolutismo
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se consolidou naquele reino. Em 1383, morre o rei D. Fernando sem deixar herdeiros.
Sua filha, casada com o rei de Castela, e seu irmãos bastardo, Mestre da Ordem de Avis,
iniciam uma disputa armada pela sucessão do trono. A primeira era apoiada pela
nobreza e pelo clero portugueses, enquanto o segundo tinha apoio da burguesia
mercantil. O vitorioso foi o pretendente bastardo que foi coroado como D. João I,
fundando a dinastia de Avis e consolidando o absolutismo português. Diferente de
outras regiões onde a Igreja Católica entrou em choque com as pretensões absolutistas
dos monarcas, como na Inglaterra, em Portugal o papado favoreceu a concentração de
poder na figura do rei. “Mas, profe, você não acabou de dizer que o clero português
ajudou a rainha de Castela contra D. João?” Sim, ajudaram! Mas não confunda, nem
sempre o clero de uma região estava alinhado com as decisões do papa, lá em Roma.
Lembra que disse que a formação do reino de Portugal estava relacionada com a vitória
sobre os muçulmanos? Então! Por conta disso, os reis portugueses (e também os
espanhóis) eram vistos pelo papado como grandes contribuintes para a expansão do
cristianismo. Com o advento das grandes navegações e a chegada dos portugueses a
América e a África, esse entendimento do papado sobre eles continuou, já que eles
continuaram combatendo e convertendo povos pagãos. Como reconhecimento dos
feitos dos monarcas portugueses, o papa concedeu a eles o direito de Padroado e
beneplácito régio, os quais lhes permitiam, dentro de seus territórios, nomear clérigos
e sancionar/vetar alterações dogmáticas vindas de Roma. Isso contribuiu para maior
concentração de poder dos monarcas lusos.
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política diante dos governantes, quando estes excedessem suas funções, porém sem
uma abordagem muito radical, na qual cada grupo deveria resistir “a partir de seu
lugar”. Nessa lógica, apenas um magistrado pode se opor a outro magistrado. A
participação popular só deve ocorrer quando há uma usurpação e nenhum magistrado
se interpõe ao usurpador, tornando ilegítimo o exercício de sua autoridade. Na França,
os calvinistas eram conhecidos como huguenotes e, em troca de liberdade de culto
naquele país católico, eles não defenderam radicalmente a ideia de resistência política,
mesmo quando os governantes não agiam de acordo com a suposta “vontade divina”.
Entretanto, não podemos afirmar que eles colaboraram ativamente para a implantação
do absolutismo francês. Foi mais como uma “omissão”, de forma que eles não se
opuseram a esse processo.
d) Incorreto. Os príncipes alemães não tinham interesse em juntar seus domínios aos do
Imperador. Este era católico e seguiu aliado da Igreja até o fim de seu reinado. Seus
sucessores continuaram apoiando o catolicismo e o papado, inclusive seu filho, Filipe II,
que se tornou rei da Espanha, liderou uma guerra contra os reinos protestantes (Guerra
dos Trinta Anos). No entanto, de fato, os príncipes alemães tinham interesse em se
apossar das terras da Igreja e disputar o poder político e econômico com o Imperador,
por isso sua adesão às ideias de Lutero.
e) Incorreto. Realmente, a Reforma Católica, ou Contrarreforma, teve papel importante na
consolidação de algumas monarquias absolutistas, como Portugal e Espanha. Contudo,
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não foi apoiada por todos os monarcas europeus. Alguns deles entraram em conflito
direto com o papado, como o já citado Henrique VIII, da Inglaterra.
Gabarito: B
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Três grandes obras ilustram o ideal humanista na Europa do século XVI: Elogio da Loucura,
de Erasmo de Roterdã, O Príncipe, de Nicolau Machiavel, e Utopia, de Thomas Morus.
As afirmações a seguir tratam do ideal humanista.
I. O pensamento humanista valorizava as obras da Antiguidade Clássica e aliava o
conhecimento à preocupação com a erudição, o que levou à expansão da educação.
II. O humanismo é concebido, comumente, como um empreendimento moral e intelectual,
que colocava o homem no centro dos estudos e das preocupações filosóficas.
III. O humanismo surgiu para designar atitudes renascentistas que faziam a crítica à
religiosidade e defendiam a leitura dos clássicos na educação.
Está CORRETO o que se afirma em
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I e III, apenas.
d) III, apenas.
e) I, II e III.
Comentários
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A partir desse excerto e dos conhecimentos sobre o período medieval europeu, assinale a
alternativa que relaciona as universidades com seu contexto de surgimento e expansão.
a) As universidades foram patrocinadas pelo papado, para fornecerem profissionais
preparados para atuar num contexto de expansão marítima e comercial e de declínio da
Igreja Católica perante a formação dos Estados Nacionais, ao mesmo tempo em que
estimulariam a autonomia do conhecimento escolástico.
b) As universidades foram patrocinadas pelos comerciantes burgueses, a fim de fornecerem
profissionais para atuar num contexto de iluminismo científico e de feudalização da
sociedade, com o propósito de substituir os mosteiros como fonte produtora de
conhecimento científico e tecnológico.
c) As universidades foram patrocinadas pelo papado ou por reis e príncipes, a fim de
fornecerem profissionais para atuar num contexto de renascimento urbano e comercial e de
formação dos primeiros Estados Nacionais, tornando-se espaços autônomos de valorização
do conhecimento científico.
d) As universidades surgiram patrocinadas pelo papado, a fim de fornecerem profissionais
para atuar num contexto de declínio do poder da nobreza, com o intuito de criar espaços
autônomos para estudo do direito e da matemática, de modo a servir à nascente
administração eclesiástica.
e) As universidades surgiram patrocinadas por reis, príncipes ou pelo papado, a fim de
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à mulher os cargos e ofícios próprios ao homem. (...) É extremamente perigoso que uma
mulher ostente a soberania. (...) No caso de uma rainha que não contraia o matrimônio – caso
de uma verdadeira ginecocracia –, o Estado está exposto a graves perigos procedentes tanto
dos estrangeiros como dos súditos, pois caso seja um povo generoso e de bom ânimo
suportará mal que uma mulher exerça o poder. (Jean Bodin, Los seis libros de la republica.
Edição espanhola de 1973, p. 224.)
A citação extraída do livro do jurista francês Jean Bodin (1530-1596), publicado em 1576,
refere-se ao exercício do poder soberano por mulheres, algo que seria contrário às leis da
natureza, à lei de Deus e às leis civis, de acordo com o pensamento político da época.
Contudo, uma importante monarca contemporânea a Bodin, Elizabeth Tudor, exerceu o
poder político em condições adversas e muitas vezes ameaçadoras à sua integridade física,
e seu longo reinado foi considerado pelos historiadores como a “época dourada” da
Inglaterra. Sobre a monarquia e o exercício do poder soberano, é correto afirmar:
a) Durante o século XVI, o poder soberano das monarquias europeias foi enfraquecido,
devido ao renascimento dos impérios e do papado.
b) A lei sálica, presente nas constituições de alguns reinos europeus, permitia que as
mulheres exercessem o poder soberano, e é contra essa lei que se coloca Jean Bodin.
c) O conceito de poder soberano foi determinante para o exercício da tirania dos reis
absolutistas no século XVI, que governaram sozinhos ao fechar os parlamentos.
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d) Elizabeth exerceu o poder soberano por tanto tempo porque aceitou dividi-lo com a Igreja
Anglicana.
e) O poder soberano de monarcas como Elizabeth se fundamentava no princípio de não
reconhecer poder superior ao do rei, a não ser o poder divino.
Comentários
Vimos que uma das características das monarquias é se basear no poder divino dos reis, ou seja,
o poder deriva diretamente de Deus, de modo que não podia haver questionamento a essa
condição. Essa noção predominou na monarquia inglesa. Assim, acima dos monarcas, apenas
Deus. Gabarito, letra E.
Sobre a alternativa A, há um erro ao se afirmar que houve o enfraquecimento das monárquicas
durante o século XVI. Na verdade, nesse período elas estavam em ascensão. Já a B, traz uma
discussão sobre as leis sálicas, aplicada ao Reino dos Francos a partir do período merovíngio.
Posteriormente, no período carolíngio, ela teria sido modificada. Dentre as regras que ela
estabelecia, havia a normatização do direito de herança, como a proibição das mulheres
exercerem o trono. Ou seja, há uma informação contrária na alternativa B. A alternativa C erra
ao sugerir que os parlamentos foram fechados permanentemente. A letra D erra ao afirmar a
partilha de poder entre monarquia e Igreja. Na Inglaterra, o anglicanismo fez exatamente o
contrário, ou seja, juntou a chefia da Igreja com o poder real.
Gabarito: E
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