Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ENSINO FUNDAMENTAL
História
escola.24244@educacao.mg.gov.br
Telefone: 38 3521-1371
ORIENTAÇÕES
Seja bem-vindo(a)!
HISTÓRIA
Ensino Fundamental
Módulo I
(1° Teste)
HISTÓRIA
SUMÁRIO
Tema 1 – O trabalho............................................................................................................................................................
Tema 2 – O capitalismo ...................................................................................................................................................
Tema 3 – Organização do trabalho e da sociedade ontem e hoje............................................................
1
Caro(a) estudante,
Neste Caderno do Volume 1, o objetivo é contribuir para que você entenda, por
meio do estudo da História, isto é, por meio do estudo das ações humanas ao longo
do tempo, como o mundo em que você vive foi formado e desenvolvido. O tema
abordado ao longo deste e dos outros Cadernos de História é o mundo do trabalho,
suas características antigas e atuais, e como ele foi se constituindo historicamente.
À medida que o feudalismo entrou em crise, sobretudo a partir dos séculos XIII
e XIV, as formas capitalistas de produção foram se desenvolvendo lentamente, ao
longo de séculos, e se completaram com as Revoluções Industrial e Francesa, que
alteraram definitivamente os rumos das sociedades atuais. Esses assuntos serão
explicados na Unidade 4, que encerrará este Caderno.
Bons estudos!
3
HISTÓRIA
UNIDADE 1
POR QUE ESTUDAR HISTÓRIA?
TEMAS
1. Você e a História
2. A sociedade em que você vive e a História
Introdução
Para conhecer o modo como as pessoas viviam e se relacionavam em épocas
diferentes, os historiadores pesquisam e contam com muitos registros, que são
considerados documentos históricos (entre eles, documentos escritos – como
certidões de nascimento, cartas, testamentos – e também documentos não escritos –
como pinturas, vestimentas etc.). Para o historiador, todo detalhe é importante.
A História que você vai estudar também pode ser contada de várias maneiras,
ou seja, de acordo com pontos de vista distintos. Por exemplo: um historiador
pode relatar um fato dando maior importância ao desenvolvimento econômico
de um país em determinado período; mas outro historiador pode contar a mesma
história, com base no que ocorreu com os trabalhadores, e assim por diante.
É comum aprender que o Brasil foi “descoberto” por Pedro Álvares Cabral,
não é mesmo? Essa história também é contada de outra forma, isto é, a partir da
visão dos povos indígenas. Imagine que você é um índio que sobrevive da caça e
da pesca, na sua terra, com seus hábitos e em um determinado momento chegam
enormes embarcações, com pessoas vestidas de uma maneira diferente e falando
uma língua que você não entende. De que forma você contaria esse acontecimento?
Os portugueses contaram de um jeito e os povos indígenas, de outro.
É sobre isto que a História trata: conhecer as ações humanas ao longo do tempo
e refletir sobre elas para compreender melhor o mundo de hoje.
4
10/03/15 10:54
UNIDA
IMPORTANTE!
Nos textos históricos, ao invés de dias, semanas e meses, é muito frequente contar o tempo
em séculos, de modo a identificar períodos em que ocorreram fatos ou grandes mudanças
na sociedade.
Para relembrar, então, como são contados os séculos, primeiro é preciso saber que o marco
inicial do calendário cristão é o nascimento de Jesus Cristo. Portanto, um século é cada
período de 100 anos contados a partir do ano 1, e quando você encontrar as siglas a.C. e
d.C. ao final de determinado século ou ano, saiba que elas estão indicando antes de Cristo
(a.C.) e depois de Cristo (d.C.).
O século I d.C., por exemplo, começou no ano 1 e terminou no ano 100, o século II durou
do ano 101 ao ano 200 e assim sucessivamente: o século XXI começou em 2001 e terminará
em 2100.
Todos os anos que terminam em 00 já indicam o próprio século. Basta cortar esses dois
zeros. Por exemplo, o ano 1500 (1500) pertence ao século XV.
Agora, para os anos que não terminam em 00, o procedimento é outro. Basta somar 1 aos
dois primeiros algarismos. Assim, para o ano de 1501 (1501), é só somar 1 ao 15, o que tota-
liza 16. Portanto, o ano 1501 já pertence ao século XVI.
E, como você viu neste texto, e verá em muitos outros no seu Caderno, os séculos são nor-
malmente indicados com algarismos romanos. É comum se confundir com eles, pois são
formados pela combinação de diferentes símbolos. Para que você possa interpretá-los ade-
quadamente, o quadro a seguir pode ajudá-lo:
A proposta deste Tema é levar você a refletir sobre como as situações reais da
sua vida articulam-se aos acontecimentos históricos mais amplos, que interferem
na vida de muitas pessoas e até mesmo na história de países inteiros. Por exemplo:
se você está ou já esteve desempregado, essa situação, que aparentemente é só
sua, pode ter ligação com uma crise que o país enfrentou ou enfrenta.
5
UNIDADE 1
Você já percebeu, no seu dia a dia, problemas que não são só seus, mas de
várias pessoas? Pois saiba que muitos desses problemas podem ser considerados
fenômenos históricos, por atingirem parte da sociedade.
Registre, nas linhas a seguir, exemplos de fenômenos históricos que você pode
dizer que fazem parte da sua história e da história dos seus familiares.
REFLITA!
Quais são as dificuldades que você já viveu na busca por emprego? Por que, em sua opinião,
elas existem? Por que isso acontece? Será que você sozinho consegue resolver as dificuldades
enfrentadas na hora de arrumar emprego?
6
UNIDA
Portanto, é possível dizer que o desemprego tem diversas razões que podem ou
não atuar juntas. Entre elas, destacam-se:
Com relação às razões históricas, pode-se afirmar que aqueles que procuram
um emprego encontram obstáculos que não podem ser superados apenas por sua
ação imediata ou individual. É o que ocorre, por exemplo, quando são adotadas
novas tecnologias, que podem contribuir para a demissão de trabalhadores.
O mesmo acontece quando não há redução da jornada de trabalho pelas empresas
(de modo que menos pessoas trabalham mais, impedindo a contratação de outros
funcionários); quando uma fábrica local fecha para se instalar em outra cidade
com o objetivo de reduzir custos ou impostos; quando falta terra para o pequeno
trabalhador rural, entre outros fatores.
Isso significa que muitos dos problemas presentes em uma sociedade podem
permanecer muito tempo ou então mudar, de acordo com a própria transformação
da História.
7
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 20 10/03/15 10:54
UNIDADE 1
Uma das formas de você organizar o seu estudo é produzir resumos dos tex-
tos lidos.
O resumo é um gênero textual que se caracteriza por apresentar, de forma
curta e objetiva, as ideias principais de um determinado texto, sem adicionar
dados além daqueles já presentes no original. Para escrever um resumo, é impor-
tante fazer os seguintes procedimentos:
• antes mesmo de iniciar a leitura, verifique o título e quem é o autor. Observe,
também, quando o texto foi feito. Identificar quem é o autor e em que momento
histórico foi escrito pode ajudá-lo a compreender melhor o texto, pois é possível
relacionar essas informações com alguns dados que estão no texto;
• na primeira leitura, fique atento e levante hipóteses a respeito do objetivo e da
intenção do autor ao escrever o texto, bem como qual é o assunto principal. Essas
observações já lhe dão pistas sobre o que você está lendo;
• na segunda leitura do texto, busque identificar as ideias principais que nele apa-
recem. À medida que a leitura gera a compreensão do texto, há um processo de
redução das informações e de construção de um resumo mental, ressaltando as
ideias principais e desprezando as secundárias. Esse resumo mental é útil para que
você, a partir dele, faça seu resumo escrito;
• procure expor as ideias do autor de forma clara e objetiva. Para tanto, inicie suas
frases com expressões, como “o autor afirma que”, “o autor nega que”, “o autor
argumenta que”, “o autor discute que”;
• para explicar as ideias principais, não copie partes do texto; além disso, elimine
tudo o que for supérfluo;
• seja fiel ao texto original e não faça avaliações a respeito do que o autor escreveu.
No resumo, não cabem críticas ao que o autor expôs;
• ao terminar, revise o que você escreveu e, se possível, peça a um conhecido que
leia o seu texto. Pergunte para essa pessoa: É possível compreender as ideias colo-
cadas no resumo?
Muito bem, depois de realizar essas etapas, é o momento de passar o seu
texto a limpo.
8
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 21 10/03/15 10:54
UNIDA
ATIVIDADE 1
A História na sua vida
Faça um resumo do texto A História na sua vida. Procure selecionar somente as
ideias principais do que você acabou de ler.
9
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 22 10/03/15 10:54
UNIDADE 1
Se você já trabalha em uma área na qual pretende continuar e/ou já sabe qual
ocupação quer seguir, valorize seus conhecimentos que são mais relacionados com
essa área.
Caso pretenda mudar de área, mas ainda não saiba o que gostaria de fazer,
você pode:
Certificados emitidos por escolas são documentos importantes, mas não são
a única forma que os empregadores e as empresas utilizam, atualmente, para
conhecer possíveis futuros empregados. Vários outros meios são utilizados: análise
de currículo, entrevistas individuais, entrevistas coletivas ou dinâmicas de grupo,
referências obtidas com outros empregadores etc.
9
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 23 10/03/15 10:54
UNIDA
Seus conhecimentos
Desde o momento em que nasce, você aprende muitas coisas. Apenas uma
parte do que você sabe foi aprendida na escola e/ou formalmente, por meio de
cursos, experiências de trabalho, entre outros.
Se você pensar em sua experiência de vida, poderá observar que nem todos os
conhecimentos são iguais e que cada um tem a sua importância.
Existem conhecimentos:
• que você aprende em lugares diferentes: por exemplo, na escola (saberes que podem
ser considerados de natureza científica, filosófica ou artística); no trabalho (sabe-
res técnicos relacionados às ocupações); na família e na vizinhança (saberes de
relacionamento, que se baseiam no convívio, na intuição, na afetividade); em
revistas e jornais; assistindo à televisão (saberes relacionados às atualidades, à
História e à Arte); em sindicatos, associações de bairro e partidos (saberes relacio-
nados à participação na comunidade e à política). Cada um desses tipos de saberes
aprendidos em um lugar pode ser aplicado em outro lugar;
9
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 24 10/03/15 10:54
UNIDADE 1
• que você aprende de maneiras diferentes: pense em uma pessoa que pratica um
esporte. Para aprendê-lo, ela pode repetir o mesmo gesto muitas vezes, ouvir ins-
truções ou simplesmente observar atentamente outros esportistas para que con-
siga fazer igual ou melhor. É possível, também, aprender a operar um computador
ou cozinhar de diferentes formas: ouvindo instruções; refletindo; comparando;
analisando; entendendo os procedimentos etc. Isso acontece com a maioria dos
conhecimentos científicos.
ATIVIDADE 2
Recontando sua história de vida
O objetivo desta atividade é ajudá-lo a identificar seus conhecimentos, com
base em um balanço daquilo que você sabe fazer e das experiências pelas quais
já passou.
9
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 25 10/03/15 10:54
UNIDA
9
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 26 10/03/15 10:54
UNIDADE 1
LEMBRE-SE!
É muito importante ter toda a documentação sempre organizada, atualizada e em bom estado
de conservação.
Assim, em uma pasta, preferencialmente com folhas plásticas, separe e arquive cópias:
• dos documentos pessoais: CPF, RG, carteira de motorista, título de eleitor e comprovante da
última votação e, para os homens, o certificado militar regularizado;
• dos documentos relativos às atividades profissionais que já realizou, como cartas de reco-
mendação, entre outros;
9
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 27 10/03/15 10:54
UNIDA
Agora, você será orientado sobre como fazer um currículo. Esse documento
sintetiza os seus conhecimentos e saberes, para que as pessoas possam ter uma
ideia de tudo o que você já fez e/ou sabe fazer profissionalmente.
• nome completo;
– outros dados pessoais, como idade, estado civil e número de filhos, além de foto,
não precisam ser incluídos, exceto se essas informações forem solicitadas pelo
empregador ou pela empresa para onde você vai encaminhar seu currículo.
• endereço completo;
– caso encaminhe seu currículo para mais de um local e os objetivos sejam dife-
rentes, faça currículos distintos, tendo em vista as particularidades da função que
você deseja.
– se você não teve emprego com carteira assinada, escreva: “Principais experiên-
cias”. Comece pelo atual ou último emprego e siga em ordem até o mais antigo,
quer dizer, em ordem cronológica inversa.
9
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 28 10/03/15 10:54
A sociedade em que você vive e a História TEMA 2
Este Tema contribuirá para que você compreenda como as ações humanas
transformam a História, mudando, assim, a forma pela qual as sociedades se
organizam ao longo do tempo.
1675
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 31 10/03/15 10:54
UNIDA
Você já usou o dicionário? Sabe para que ele serve e como utilizá-lo?
O dicionário serve para esclarecer dúvidas sobre o significado das palavras. Por
essa razão, ele é sempre bem-vindo.
Durante a leitura dos textos a seguir, grife as palavras que você não conhece ou
não sabe o que significam.
Após a leitura, liste em uma folha de papel, de preferência em ordem alfabé-
tica, as palavras grifadas.
Com o dicionário em mãos, observe as primeiras letras de cada palavra e
procure-as no canto superior externo de cada página. Consulte, por exemplo,
a palavra bater. Tomando as letras ba como referência, procure por: babo, banca,
banco, bar, barba, bater... Lembre-se de que todas as palavras do dicionário seguem
a ordem alfabética.
Quando encontrar a palavra consultada, atente para todos os significados a
ela associados. Isso porque, dependendo de como for usada, pode ter sentidos
diferentes. Por exemplo, a palavra bater, geralmente, significa “dar pancadas”; no
entanto, “bater asas” significa “voar”; “bater palmas” é o mesmo que “aplaudir”;
“bater outro time” indica “vencer”; “bater um prato de arroz e feijão” é “comer com
muita vontade”; quando o coração “bate”, ele está “pulsando”. Então, após escolher
o significado que dá sentido à frase do texto original, registre-o no papel.
Depois desse estudo do significado das palavras, releia o texto e note como fica
mais rápido e fácil entendê-lo.
A dinâmica da História
Os problemas de uma sociedade estão relacionados às suas características his-
tóricas. Como o Brasil atual é um país capitalista, muitas de suas características
estão ligadas à forma como o capitalismo se organiza.
Capitalismo
Sistema de organização econômica da sociedade que, segundo boa parte dos historiadores,
surgiu na Europa entre os séculos XVI e XVIII, e é, atualmente, dominante na maior parte do
mundo. Nesse modelo econômico, os meios de produção (a terra, as ferramentas para trabalhá-la,
as indústrias, as máquinas e tudo que sirva para produzir o que é consumido), bem como
o comércio, são de propriedade privada, isto é, têm dono. E são os donos (também chamados
patrões, capitalistas ou burgueses) que decidem como os produtos serão ofertados, quais serão
seus preços, quais serão os salários pagos aos trabalhadores etc. Essas decisões baseiam-se na
oferta e na procura de produtos e serviços no mercado.
17
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 32 10/03/15 10:54
UNIDADE 1
O Brasil possui uma má distribuição de renda, ou seja, muita riqueza nas mãos
de poucas pessoas e uma grande parte da população brasileira sobrevivendo com
baixos rendimentos. Isso se chama desigualdade social e é uma decorrência do
fato de o Brasil ser capitalista.
A desigualdade social é uma marca de nossa sociedade e se reflete, por exemplo, na diferença entre as moradias.
17
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 33 10/03/15 10:54
UNIDA
Toda ação para direcionar os rumos que a sociedade irá tomar ou a disputa
pelo rumo da mudança histórica é o que alguns historiadores chamam de política.
© Fabiano Accorsi /Folhapress
17
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 34 10/03/15 10:54
UNIDADE 1
ATIVIDADE 1
Ação política e a mudança da História
1 Segundo o texto A dinâmica da História, o Brasil apresenta diversos problemas
relacionados às desigualdades sociais, ou seja, há muita riqueza nas mãos de pou -
cas pessoas enquanto a maioria da população tem baixa renda. De acordo com o
estudo da História, isso acontece porque:
c) é normal que haja muitas pessoas pobres e poucas pessoas ricas e poderosas,
pois isso é típico da humanidade em todas as épocas e nunca vai mudar.
2 De acordo com o texto, o que é uma ação política? De que maneira ações desse
tipo influenciam a História da sociedade?
a) Ação política é a ação dos políticos e de seus partidos para serem eleitos pelo
povo. Isso não influencia a História da sociedade, pois desconsidera os interesses
da população.
b) Ação política é a ação realizada pelos partidos políticos, eleitos pela socie-
dade para criar as leis e executá-las. Portanto, o cidadão comum está excluído da
prática política.
Você sabia que hoje existem vários direitos que devem ser protegidos
pelo Estado, mas que nem sempre existiram? Isto é, os direitos foram sendo
adquiridos ao longo da História pela ação política de grupos e de indivíduos que
se organizaram para isso. Por exemplo, na Europa, há mais de 500 anos, os reis e
os senhores de terras tinham o poder de vida e morte sobre as pessoas, e podiam
puni-las por falarem o que pensavam. Depois de muitas lutas e revoluções, hoje,
em quase todos os países daquele continente, todas as pessoas têm o direito
assegurado à vida e à liberdade de expressão.
20
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 35 10/03/15 10:54
TRABALHO, CAPITALISMO E SOCIEDADE
HISTÓRIA
UNIDADE 2 TEMAS
1. O trabalho
2. O capitalismo
3. Organização do trabalho e da sociedade ontem e hoje
Introdução
Assim, para compreender melhor a realidade em que vive, você vai estudar a
origem do capitalismo. Vai também analisar esse assunto para compreender como
se dá a produção na sociedade capitalista atual, ou seja, como o trabalho é pensado
para produzir os bens e serviços que as pessoas consomem.
Mas o que tudo isso tem a ver com a História? Para responder a essa pergunta,
você vai estudar, nesta Unidade, como as formas de organizar o mundo do
trabalho foram sendo transformadas ao longo da História, já que essas formas de
organização da nossa sociedade não são naturais, isto é, não são obras do acaso.
Pelo contrário, elas foram pensadas e construídas pelos seres humanos ao longo do
tempo e, portanto, podem ser explicadas historicamente.
O trabalho TEMA 1
21
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 37 10/03/15 10:54
UNIDA
Você já fez algum trabalho em casa, como consertar coisas, cozinhar, limpar
ou qualquer outra atividade sem cobrar pelo serviço? Já trabalhou fora de casa,
como empregado ou autônomo, plantando, prestando algum tipo de serviço,
fabricando ou vendendo algo?
23
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 38 10/03/15 10:54
UNIDADE 2
Escolher uma posição para estudar é importante, pois você precisa, ao mesmo
tempo, organizar o seu material (livro, caderno, lápis etc.) e se sentir confortável
para conseguir se concentrar.
Ao realizar uma leitura, você pode utilizar alguns métodos para facilitar seu
estudo. Grifar as passagens importantes do texto, por exemplo, facilitará a com-
preensão das informações nele contidas, além de ajudar a relembrar o conteúdo,
pois bastará olhar as marcações que você fez enquanto leu. Além disso, a prática
do resumo, que você estudou na Unidade 1, pode ser um ótimo procedimento.
• em primeiro lugar, leia o texto inteiro, tentando responder à questão “Do que
trata este texto?”;
Observe como estão destacadas as ideias que ajudam você a perceber o que é
essencial para a compreensão do assunto.
Não deixe de praticar essas dicas nas suas próximas leituras; elas ajudarão
você a estudar com mais facilidade!
23
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 39 10/03/15 10:54
UNIDA
O trabalho humano
O ser humano começou a trabalhar quando passou a transformar a natureza para
atender às suas necessidades. Portanto, o trabalho é tão antigo quanto a humanidade.
© Ruslan Rizvanov/123RF
O barro pode ser moldado por um artesão e transformado em vaso.
© JoãoPrudente/Pulsar Imagens
A terra, cultivada por alguém que tenha noções de agricultura, gera alimentos.
© Tetiana Vitsenko/123RF
© Denis And Yulia Pogostins/123RF
23
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 40 10/03/15 10:54
UNIDADE 2
Esses são alguns exemplos da ação do ser humano e de como ele pode alterar a
natureza em benefício próprio.
Você já parou para pensar qual é a diferença entre o trabalho humano e as ati-
vidades que os animais realizam? Afinal, os animais também executam diversas
tarefas para atender às suas necessidades de sobrevivência, como caçar, proteger
seus filhotes etc.
26
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 41 10/03/15 10:54
UNIDA
26
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 42 10/03/15 10:54
UNIDADE 2
São denominados meios de produção originais tudo o que o ser humano usa
na forma como encontra na natureza, como a água, a madeira, o peixe e a própria
terra. Quando uma pessoa realiza algum trabalho sobre esses meios de produção
para utilizá-los em um novo processo produtivo, eles se tornam matéria-prima.
© Science Source/Diomedia
26
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 43 10/03/15 10:54
UNIDA
1 Com base no que você entendeu do texto O trabalho humano, relacione os termos
□na forma
Elementosnaturais usados pelo homem
como estão na natureza.
a) Meios de trabalho.
□um novo
Elemento da natureza empregado em
processo de trabalho.
b) Meios de produção originais.
e) Meios de produção.
□objetos
Conjunto dos meios de trabalho e
de trabalho.
a) Fabricação de computadores.
b) Produção de lã.
c) Montagem de automóvel.
29
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 44 10/03/15 10:54
TEMA 2 O capitalismo
Você já deve ter ouvido falar que vive em uma sociedade capitalista. Mas o que
é o capitalismo? O que é mercado? E mercadoria? Por que dizer que se vive em
uma sociedade capitalista?
Escreva, nas linhas a seguir, o que você já sabe sobre esse assunto.
30
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 46 10/03/15 10:55
UNIDADE 2
31
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 47 10/03/15 10:55
UNIDAD
Como seria se a nossa sociedade não fosse organizada em função do lucro dos
empresários, mas sim de acordo com os interesses dos trabalhadores? Será que
continuaríamos vivendo em uma sociedade capitalista?
1 Refletindo sobre o que você leu no texto Capitalismo: sociedade de classes, salário
e lucro, identifique as seguintes afirmações como certas “C” ou erradas “E”.
32
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 48 10/03/15 10:55
UNIDADE 2
d) □ No modelo econômico capitalista, mesmo que uma empresa esteja com difi-
culdades de lucrar, ela evitará demitir os seus trabalhadores ou reduzir os salários
pagos a eles.
2 Com base no texto que leu, responda com suas palavras à seguinte pergunta:
Por que é possível dizer que nossa sociedade é capitalista?
O livro O que é capitalismo, de Afrânio Mendes Catani (1985), pode ajudar você a aprofundar os
seus conhecimentos acerca do tema apresentado.
Você já sabe que o lucro é o motor do capitalismo, mas você já parou para
pensar em como a empresa privada gera lucro?
O trabalho é a fonte que gera toda riqueza porque transforma meios de produção
em um novo produto ou serviço. Mesmo em uma linha de produção com máquinas
automatizadas, os trabalhadores são sempre necessários para operá-las e dar-lhes a
devida manutenção. Se alguém juntar farinha, fermento, batedeira e um padeiro na
mesma sala, não ganhará dinheiro com isso, a menos que o padeiro trabalhe.
33
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 49 10/03/15 10:55
UNIDAD
34
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 50 10/03/15 10:55
UNIDADE 2
35
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 51 10/03/15 10:55
Organização do trabalho
e da sociedade ontem e hoje TEMA 3
Você já deve ter reparado que a forma como se organiza o trabalho muda com
o tempo.
Escreva, nas linhas a seguir, o que você sabe sobre esses assuntos.
capitalismo imprimiu em nossa vida cotidiana. Essa influência acontece por causa
da importância que o trabalho adquiriu na organização da vida humana.
39
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 54 10/03/15 10:55
55
UNIDADE 2
40
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 55 10/03/15 10:55
UNIDAD
Por quase todo o tempo que durou o feudalismo, praticamente não houve
trabalho assalariado tal como existe hoje. A relação de trabalho baseava-se em uma
série de obrigações dos servos para com os seus senhores, entre as quais trabalhar
na terra dos nobres e pagar tributos em forma de serviços e produtos.
CRUZADAS
Na Idade Média, o mundo ocidental era dividido entre fiéis (os adeptos do cristianismo)
e infiéis (aqueles que não eram adeptos do cristianismo, como os povos pagãos, os
judeus e os muçulmanos). Como resultado dessa divisão, a sociedade medieval
foi marcada por guerras expansionistas, dentro e fora da Europa, contra os infiéis,
conhecidas como Cruzadas.
41
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 56 10/03/15 10:55
UNIDADE 2
Veja agora duas sugestões de filmes interessantes que podem ajudar você a refletir um
pouco mais sobre a organização do trabalho na nossa sociedade:
• Tempos modernos (Modern Times). Direção: Charlie Chaplin. Estados Unidos da América, 1936.
Essa comédia mostra de forma irônica como o modo de produção industrial afetava a rotina
de um trabalhador estadunidense na década de 1930.
Esse filme satiriza as relações conturbadas entre patroas e empregadas domésticas, mos-
trando os preconceitos de classe vigentes por trás dessas relações.
42
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 57 10/03/15 10:55
UNIDAD
□de trabalho.
Mudança nas condições técnicas
□venda
Relação de trabalho baseada na
da força de trabalho para um
c) Sociedade feudal.
□ Relação de trabalho baseada em
uma série de obrigações dos traba-
d) Regime de servidão.
lhadores em relação aos nobres, como
trabalhar gratuitamente na terra.
e) Sociedade capitalista.
□mente
Transformações sobre o que é moral-
aceito nas relações de trabalho.
43
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 58 10/03/15 10:55
UNIDADE 2
• entrar em contato com pessoas conhecidas que possam ajudar na busca por
um emprego;
44
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 59 10/03/15 10:55
O FEUDALISMO E A TRANSIÇÃO PARA O CAPITALISMO
UNIDADE 3
HISTÓRIA
TEMAS
1. O feudalismo na Europa
2. O mundo feudal
3. As relações de trabalho no feudalismo
4. A crise no feudalismo e a transição para o capitalismo
Introdução
Nesta Unidade, você vai estudar o feudalismo, uma forma de organização da
sociedade que antecedeu o capitalismo na Europa Ocidental, especialmente entre
os séculos IX e XV. Como seriam os costumes da população naquela época? Seriam
os mesmos que você conhece hoje?
O feudalismo na Europa TE MA 1
Neste Tema, você vai estudar alguns aspectos da vida cotidiana no período do
feudalismo, de modo a entender como a sociedade europeia se organizava política,
econômica e socialmente antes da formação do capitalismo.
Antes de começar o estudo desta Unidade, pense no que você já sabe sobre o
feudalismo. Para isso, reflita sobre as seguintes questões: Você já assistiu a filmes
que têm castelos como cenário? Quem morava nesses castelos? Como você ima-
gina que era a vida dessas pessoas? Elas trabalhavam? O que faziam? Quem cons-
truía os castelos? Onde moravam esses construtores? Que trabalhos realizavam?
46
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 61 10/03/15 10:55
UNIDA
Com base nas reflexões que você fez sobre as perguntas, escreva nas linhas a
seguir como você imagina que era o feudalismo na Europa.
47
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 62 10/03/15 10:55
UNIDADE 3
Feudalismo
O feudalismo foi uma forma de organização da sociedade que prevaleceu na
Europa Ocidental entre os séculos IX e XV, durante a Idade Média. Caracteri- zou-
se, principalmente, pelo poder político descentralizado, pela economia
baseada na agricultura de subsistência, pelo trabalho servil e pela divisão social
fixa e hierarquizada.
Idade Média
Tradicionalmente, a História é dividida em cinco grandes períodos:
Desde o século III, as regiões dessa parte do continente europeu vinham sendo
ameaçadas por invasões de povos germânicos vindos do norte e do centro-leste
da Europa, chamados pelos romanos de bárbaros. Ao longo dos séculos seguintes,
esses povos conquistaram a maior parte da Europa Ocidental, inclusive Roma, em
476. Essas conquistas contribuíram para a queda da extensão ocidental do Império
Romano, isto é, a região que ficava na Europa.
48
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 63 10/03/15 10:55
UNIDA
Foi esse movimento que deu origem aos feudos (também chamados senhorios),
grandes propriedades de terra que funcionavam como centro da economia e da
política no sistema feudal, que atingiu suas características clássicas no século IX.
Os feudos tendiam a ser autossuficientes, ou seja, produziam quase tudo que seus
habitantes necessitavam, garantindo a sobrevivência desses povos. Veja a seguir
a representação das divisões internas do senhorio medieval, isto é, como as terras
do feudo eram organizadas:
Veja como era a estrutura de um feudo, quem vivia onde e como se dava a produção.
TERRAS DO SENHOR
A produção do “manso senhorial” pertencia ao
senhor. Toda a labuta cabia aos servos, obrigados a
trabalhar alguns dias da semana nessa área (quase
REDUTO NOBRE
Lar do senhor feudal e metade das terras cultiváveis).
de sua família. O senhor
era dono das terras,
CANTEIRO DOS POBRES dos instrumentos de
No “manso servil”, a terra trabalho e de boa parte
também pertencia ao da produção do feudo. Ele
senhor feudal, mas aqui os defendia militarmente a
servos podiam trabalhar em propriedade.
benefício próprio, desde
que pagassem os impostos
devidos.
LAVOURA SANTA
Quando não era ela
mesma a dona do feudo
– o que não era raro –, a
Igreja Católica costumava
ter a própria porção das
ZONA NEUTRA plantações, cedida pelo
Os pastos e os senhor feudal.
bosques – as “terras
comunais” – eram
de posse coletiva,
usados tanto em
benefício do
senhor quanto dos
servos. Aqui se CASA DE DEUS
praticava a caça e A Igreja Católica era a mais
se extraía madeira. influente instituição do
© Artur Lopes e Rodrigo Ratier/Editora Abril
Fonte: Guia do Estudante História Vestibular + Enem 2011. 4. ed. São Paulo: Abril, 2010.
49
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 64 10/03/15 10:55
UNIDADE 3
50
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 65 10/03/15 10:55
UNIDA
A sociedade feudal seguia uma rígida divisão social. Eram basicamente três
ordens (também chamadas estamentos), como você pode ver no esquema a seguir:
© Daniel Beneventi
CLERO NOBREZA
OS QUE TRABALHAVAM
Os servos produziam tudo o que era necessário para o sustento da
sociedade feudal. Trabalhavam nas terras do feudo e, embora não
fossem escravos, estavam presos à terra em que trabalhavam. Além
dos servos, havia uma pequena parcela de outros trabalhadores,
como os artesãos e os chamados vilões (trabalhadores livres que
SERVOS (e outros
ofereciam sua força de trabalho temporariamente para o senhor
trabalhadores) feudal, não estando presos a um feudo específico).
51
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 66 10/03/15 10:55
UNIDADE 3
© Jo Ann Snover/123RF
LEMBRE-SE!
© Leandro Robles/Pin gado
52
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 67 10/03/15 10:55
68 UNIDA
a) Que relação pode ser estabelecida entre a função de cada ordem social na socie-
dade feudal e as diferentes habitações apresentadas nas imagens?
b) Se essas construções fossem utilizadas ainda hoje, quem habitaria e qual função
teria cada uma delas? Por quê?
Para responder a essa pergunta, pense nas diferenças sociais e econômicas entre as pessoas nos
dias de hoje: Quem mora nos condomínios e mansões e quem mora nas favelas? O que fazem e que
trabalho têm as pessoas que vivem em cada um desses lugares?
53
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 68 10/03/15 10:55
UNIDADE 3
© Jonathan Blair/Corbis/Latinstock
As cidades que você está acostumado a ver nos dias atuais não possuem
muros, ao contrário do que ocorre em Carcassone. Por que será que, na Idade
Média, havia a preocupação de se fortificarem as cidades com muralhas?
54
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 70 10/03/15 10:55
O mundo feudal TE MA 2
Você já deve ter ouvido falar (ou mesmo assistido a filmes) sobre histórias e
lendas de cavaleiros medievais, como a lenda do Rei Arthur e os cavaleiros da
Távola Redonda, que representam personagens da nobreza. Na Idade Média,
apenas os nobres tinham o direito de utilizar cavalos e armamentos completos
(espada, escudo, elmo, armadura). Com isso em mente, escreva quais seriam,
em sua opinião, as obrigações do senhor feudal (cavaleiros, príncipes e nobres)
na sociedade medieval.
Após o estudo das palavras, releia o texto tentando compreendê-lo, uma vez que
você já conhecerá os sentidos e significados das palavras até então desconhecidas.
Você estudou que, na sociedade feudal, a corveia e a talha eram algumas das
obrigações dos servos com o senhor para quem trabalhavam.
55
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 70 10/03/15 10:55
UNIDA
DEVERES DO SUSERANO
Proteção
Concessão do feudo
Daniel Beneventi sobreimagem © Album/Latinstock
DEVERES DO VASSALO
Auxílio militar ou monetário
Fidelidade e conselho
56
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 70 10/03/15 10:55
UNIDADE 3
Para os católicos, o mundo dividia-se entre fiéis (os católicos) e infiéis (por exemplo,
os muçulmanos, ou seja, os seguidores do islamismo). Muitos muçulmanos ocupavam,
sobretudo, parte da Península Ibérica, território onde hoje estão Espanha e Portugal.
57
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 73 10/03/15 10:55
UNIDA
Assista ao filme Robin Hood (direção de Ridley Scott, 2010), que apresenta a suposta trajetória
daquele que se tornaria Robin Hood, personagem tão conhecido entre os contadores de histó -
ria. Ambientado no início do século XII, retrata as relações sociais durante o feudalismo, com
longas disputas por terras e poder.
Do mesmo modo que os textos escritos, os mapas também precisam ser lidos e
interpretados. Assim, ao se deparar com um mapa, procure fazer os procedimentos
descritos a seguir:
• ler o título para reconhecer o assunto ali exposto. É importante ainda observar o
ano em que o mapa foi elaborado, pois isso ajuda a entender o contexto histórico de
elaboração desse material. A série Cruzadas, por exemplo, embora trate de um tema
antigo, é composta de mapas novos, produzidos para este Programa. Portanto, con-
siste em uma visão atual sobre um episódio histórico. Os mapas antigos também são
documentos importantes que auxiliam na compreensão da História;
58
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 74 10/03/15 10:55
UNIDADE 3
As Cruzadas
A primeira Cruzada começou em 1096 e terminou em 1099. Nesse período,
os cruzados conquistaram Jerusalém, que era conhecida como Terra Santa e
estava sob o domínio dos muçulmanos. Mas estes últimos, liderados pelo sultão
de nome Saladino, a retomaram em 1189. Nos anos seguintes, a reconquista
dessa cidade, considerada sagrada por cristãos, judeus e muçulmanos, foi o
objetivo de muitas expedições militares europeias frustradas. Até 1270, várias
cruzadas se formaram sob o comando da Igreja, com apoio da nobreza europeia,
a fim de recuperar Jerusalém do domínio muçulmano, mas foi tudo em vão.
Além da guerra religiosa, o que mais motivou as pessoas a participar das
Cruzadas?
Naquela época, apenas o primeiro filho (primogênito) dos senhores feudais
herdava os feudos; então, a pouca terra que restava não era suficiente para os
muitos homens sem propriedades rurais. Os nobres cavaleiros, sem terra da
CRUZADAS
©Portal de Mapas
Primeira Cruzada Bruges GODOFREDO
(1096-1099) Paris
DE BULHÕES
HUGO DE
Ratisbona
VERMANDOIS Vézelay
Lyon
RAIMUNDO Toulouse
DE TOULOUSE
Bari Constantinopla
Niceia
BOEMUNDO Edessa
DA SICÍLIA Antioquia
Jerusalém
48°
Oitava Cruzada
(1270)
LUÍS IX
Aigues-Mortes
Túnis
48°
N
Igreja Católica Romana
Igreja Ortodoxa Grega
455 km
0° Na Oitava (e última) Cruzada, comandada pelo rei Luís IX, o exército
8° Islamismo 40°
fran cê8°s foi d er r ot ad o e m T1ú6n° is ( at ual capital d2a4 T° unís ia), n a Áf r ic a .32 °
59
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 74 10/03/15 10:55
UNIDA
Assista ao filme Cruzada (direção de Ridley Scott, 2005), que conta a história de nobres cavalei-
ros franceses unidos em uma grande cruzada para lutar contra os muçulmanos em Jerusalém,
cidade conhecida como Terra Santa.
60
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 74 10/03/15 10:55
UNIDADE 3
© Leemage/Diomedia
61
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 74 10/03/15 10:55
UNIDA
62
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 74 10/03/15 10:55
UNIDADE 3
Esses homens não recebiam salário, mas trabalhavam em troca de moradia e proteção.
Eles trabalhavam em terras que não eram suas, mas de um proprietário que exigia parte
da produção. Ali viviam até a morte, nunca podendo abandonar seu trabalho. Porém, eles
não poderiam ser negociados ou expulsos da propriedade.
a) um homem que viveu sob o regime de parceria, trabalho típico da segunda metade do século
XIX no Brasil.
b) um escravo da Antiguidade romana, que não recebia salário nem terras, vivendo ao lado de
seu proprietário.
c) um servo feudal, preso à terra e às tradições medievais. Morava no feudo de seu senhor e pagava
pela proteção recebida, a talha e a corveia.
d) um colono que, após 20 anos de trabalho, recebia a propriedade da terra, através da Lei de
Terras de 1850.
e) um vassalo que jurava obediência ao seu senhor, seu suserano. Além dos serviços agrícolas
prestados, esse vassalo ia à guerra, defendendo os interesses de seu senhor.
Instituto Federal de São Paulo (IFSP), 2013. Ensino Técnico integrado ao Ensino Médio. Disponível em:
<http://www.ifsp.edu.br/index.php/arquivos/category/307-1.-semestre-2013.html?download=4714%3
Aprova-ensino-tecnico-integrado-ao-ensino-medio>. Acesso em: 26 fev. 2014.
2 A palavra “feudalismo” carrega consigo vários sentidos. Dentre eles, podem-se apontar aqueles
ligados a:
63
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 74 10/03/15 10:55
As relações de trabalho no feudalismo TEMA 3
Pense em sua rotina: Quais foram as últimas vezes que você usou dinheiro? E as
últimas vezes que recebeu algum pagamento em dinheiro? Como seria passar um mês
sem comprar nem vender nada? Você trabalharia ou já trabalhou por obrigação? Você
já trabalhou sem receber algum pagamento em dinheiro? Escreva, em poucas linhas,
sua reflexão sobre essas questões, pois elas o ajudarão a entender um pouco mais do
antigo mundo medieval em comparação com sua própria realidade.
Trabalhar diretamente para o senhor feudal significava arar uma parte das ter-
ras desse senhor, o chamado manso senhorial, e entregar-lhe toda a produção.
O trabalho indireto ocorria quando o camponês entregava parte da produção da
sua gleba, o manso servil, para o senhorio, por meio de uma série de tributos.
64
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 74 10/03/15 10:55
UNIDA
• natural, uma vez que se baseava em trocas diretas, sem a interferência do comer-
ciante, pois os produtos eram trocados entre os produtores;
Na Idade Média, utilizava-se o sistema agrícola de rotação de culturas para preservar os nutrien-
tes da terra e aumentar a vida útil do solo. Esse sistema ainda hoje é empregado.
Na época, era comum dividir em três partes a área destinada ao cultivo. Em duas delas, planta- vam-
se dois tipos de gêneros agrícolas, como o trigo e a cevada, por exemplo. A terceira parte não
recebia plantação durante um ano, período no qual permanecia intocada.
No ano seguinte, havia um rodízio, e outra parte do campo ficava em repouso. No outro ano,
novamente os cultivos mudavam de lugar.
Com esse sistema, evitava-se o esgotamento dos nutrientes da terra, fenômeno que acontece
quando uma área recebe o cultivo de apenas um produto por muito tempo.
65
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 82 10/03/15 10:55
UNIDADE 3
Após um período que variava entre dois e quatro anos, dependendo do ofício,
os aprendizes eram promovidos a artífices, uma espécie de auxiliar do mestre.
Como as oficinas, muitas vezes, funcionavam na moradia dos trabalhadores, era
comum que o ofício passasse de pai para filho.
Você viu que a sociedade feudal apresentava uma rígida organização social.
Nela, grande parte dos trabalhadores não conseguia melhorar o seu padrão de
vida. Pensando nisso, atualmente, quais são as chances de um trabalhador
melhorar as suas condições de vida e a de seus familiares? O que você acha
necessário fazer para alcançar uma posição de destaque na sociedade?
66
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 82 10/03/15 10:55
UNIDA
Hoje o trabalhador é “livre” para vender a sua força de trabalho para quem ele
quiser, mas isso não garante que ele tenha condições reais de alterar a sua posição
social, pois, para tanto, ele teria de deixar de ser empregado e tornar-se detentor
dos meios de produção, ou seja, ser proprietário e patrão. Nesse sentido, você acha
que existe muita diferença entre o mundo feudal e o mundo capitalista atual?
a) □ O trabalho é assalariado.
d) □ O trabalhador nada possui e vende a sua força de trabalho para o dono das
ferramentas e instrumentos de trabalho.
h) □ O patrão não tem nenhuma obrigação para com o trabalhador a não ser
pagar-lhe o salário em troca do trabalho realizado.
67
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 86 10/03/15 10:55
UNIDADE 3
No quadro acima, observa-se a organização espacial do trabalho agrícola típica do período Maître de Talbot, Lestravailleurs. Reproduzido de Edward Landa & Christian Feller (Ed.), Soil and culture. New York: Springer, 2010, p. 16.
b) os camponeses utilizavam, então, práticas de plantio direto, o que permitia a melhor conserva -
ção do solo e a fertilidade das terras que pertenciam a um senhor feudal, como sugere o castelo
fortificado que domina a paisagem ao fundo do quadro.
68
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 86 10/03/15 10:55
A crise no feudalismo e a transição
para o capitalismo TEMA 4
Neste Tema, você vai estudar o processo histórico que levou à crise do feuda-
lismo e a formação do capitalismo, de modo que você compreenda por que e como
surgiu o modelo de organização econômica e social de hoje em dia.
Entre o final do
século XIII e o início
70
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 86 10/03/15 10:55
UNIDA
resultado a intensificação dos conflitos entre os senhores feudais, que acabaram dis-
putando territórios e poder. Para aumentar as suas rendas, inclusive para financiar
essas guerras, os senhores feudais passaram a explorar ainda mais os servos, aumen-
tando os impostos.
Por outro lado, do ponto de vista externo, as Cruzadas contribuíram para que
rotas marítimas e terrestres fossem reconquistadas, facilitando a retomada do
comércio no Mar Mediterrâneo, já que muitas expedições navegaram em direção
ao norte da África e do Oriente Médio, local da Terra Santa. Essas rotas acaba-
ram por consolidar os contatos comerciais entre os europeus e os comerciantes do
Oriente, especialmente com a cidade de Constantinopla.
Nas brechas que iam se abrindo no sistema feudal, o comércio ganhava força.
Conforme assinalado, apesar de nunca ter deixado de existir, ele tinha um papel
secundário durante a primeira metade da Idade Média. Nos últimos séculos desse
período, especialmente a partir do século XI, essa situação começou a mudar, a
produção agrícola cresceu e o comércio passou a ser uma força decisiva para a trans-
formação social que se preparava.
Os comerciantes, apoiados
© Archives Charmet/Bridgeman Art Library/Keyst one
71
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 88 10/03/15 10:55
UNIDADE 3
72
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 88 10/03/15 10:55
UNIDA
Releia com atenção o texto As causas internas e externas da crise do sistema feudal
e resuma-o, conforme as orientações a seguir.
• Faça uma pequena introdução, deixando claro o tema do seu resumo: a crise feu-
dal. Na sequência, localize no tempo o período em que ocorreu a crise do sistema
feudal, que resultou no declínio do feudalismo e no surgimento do capitalismo.
• Identifique as causas internas da crise feudal e as explique. Para isso, pense nas
razões que levaram ao aumento da exploração dos servos.
• Identifique a causa externa, citada pelo texto, que influenciou na crise do sistema
feudal. Explique como essa causa contribuiu para tal crise.
73
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 88 10/03/15 10:55
UNIDADE 4
HISTÓRIA
A CONSOLIDAÇÃO DO CAPITALISMO
TEMAS
1. A Revolução Industrial
2. A manufatura
3. A grande indústria
4. A Revolução Francesa
Introdução
Depois de estudar o modo de vida e os meios de trabalho no feudalismo e
analisar alguns elementos da passagem desse sistema econômico para o capita•
lismo, você verá, nesta Unidade, o modo como o capitalismo se consolidou – do
ponto de vista econômico, político e social – na História da nossa civilização. Esse
processo ocorreu após um longo período de formação que se iniciou na crise do
feudalismo e se estendeu até o século XVIII, quando houve a sua consolidação.
75
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 91 10/03/15 10:55
UNIDADE 4
Agora, escreva, nas linhas abaixo, o que você já sabe sobre a indústria e sua
importância.
Você está acostumado a ler em voz alta para si ou para outras pessoas? Ler em
voz alta é importante por vários motivos; entre eles, destacam•se:
• ajuda no entendimento daquilo que você leu e, como consequência, torna mais
ágil o processo de aprendizagem;
• cria um estímulo visual (ver e ler as letras grafadas, as imagens e cores, acompa•
nhadas do som da sua voz, pode ajudá•lo a associar os sons às letras);
Nesta Unidade, você vai praticar a leitura em voz alta durante o estudo dos
textos. Lembre•se de que nem sempre na primeira leitura é possível ter fluência
verbal, ou seja, prática na pronúncia das palavras. Do mesmo modo, em um
primeiro momento, pode•se não compreender todas as ideias do texto. Por isso,
retome a leitura quantas vezes forem necessárias.
76
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 93 10/03/15 10:55
UNIDA
O capitalismo industrial
Na transição do feudalismo para o
capitalismo, a burguesia (ou seja, os
comerciantes) teve um papel funda•
mental para a expansão econômica. A
prática do comércio enriqueceu a bur•
guesia, gerou lucros e criou a necessi•
dade de expansão em busca de novas
áreas além da Europa, onde se pudesse
comprar matérias•primas e fornecer
as mercadorias produzidas pelos países
europeus. Foi nesse contexto que dois fenômenos históricos muito relacionados
com a nossa História se desenvolveram: as Grandes Navegações e a colonização das
Américas. Você estudou, nas Unidades anteriores, que, nesse período, o comércio
se tornou o principal motor da economia, e essa é uma das características prin•
cipais da Época Moderna, marcada pelo capitalismo comercial.
O triunfo da Revolução Industrial aconteceu quando, no século XVIII, o capita•
lismo comercial deu lugar ao capitalismo industrial. A atividade econômica deixou
de ser comandada pelos comerciantes e passou ao controle dos industriais, pro•
prietários dos meios de produção. E, como os industriais empregavam trabalhadores
77
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 93 10/03/15 10:55
UNIDADE 4
78
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 93 10/03/15 10:55
UNIDA
E por que o trabalho foi sendo transformado? Essa foi uma consequência do
crescimento da importância do mercado na sociedade que está ligada à ideia
do aumento dos lucros dos proprietários.
79
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 98 10/03/15 10:55
UNIDADE 4
ATIVIDADE 1
As características da Revolução Industrial
Assinale com um “X” as características da Revolução Industrial:
80
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 98 10/03/15 10:55
A manufatura TEMA 2
O objetivo deste Tema é explicar para você as grandes mudanças históricas que
ocorreram na organização do trabalho e caracterizaram o capitalismo industrial.
Aqui, você vai estudar a forma de produção que deu origem à indústria moderna:
a manufatura.
Você já fez algum trabalho em que realizava todas as tarefas para chegar
ao produto final (por exemplo, construir uma pipa, fazer um móvel, costurar
uma roupa etc.)? E um trabalho em que cada um faz uma tarefa para se chegar
ao produto final, você já fez (como, por exemplo, o trabalho em um fábrica ou
oficina)? Se você não fez, pergunte para quem já realizou esses dois tipos de
trabalho: Qual é a maneira mais rápida e produtiva de se trabalhar? A satisfação
em fazer cada uma dessas diferentes tarefas é a mesma? Por quê?
Com base em suas respostas, escreva, nas linhas abaixo, o que você pensa sobre
esse assunto.
82
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 99 10/03/15 10:55
UNIDA
83
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 100 10/03/15 10:55
UNIDADE 4
nhece no produto de seu próprio trabalho. XXI. São Paulo: Record, 2007. 3. ed. revista. p. 284.
© Bridge man Art Library/Ke ysto ne
© Hulton-Deutsch Collection/Corbis/Latinstock
Xilogravura que representa mulheres trabalhando em Nessa imagem do início do século XX,
oficina de fiação em Saulxures, atual França, 1862. podem ser observadas características do
[Biblioteca das Artes Decorativas, Paris, França.] trabalho industrial.
84
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 100 10/03/15 10:55
UNIDA
ATIVIDADE 1
Vantagens e desvantagens da manufatura
Releia o texto O trabalho manufatureiro: simplificação, repetição e produção em série
e responda:
85
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 103 10/03/15 10:55
TEMA 3 A grande indústria
Neste Tema, você vai estudar como aconteceu a passagem da manufatura para
a grande indústria, consolidando o capitalismo industrial. Enquanto o ponto de
partida da mudança na manufatura foi a força de trabalho, com o aumento da
especialização, a principal transformação na grande indústria ocorreu nos meios
de produção, uma vez que a ferramenta foi ultrapassada pela máquina.
A industrialização
As mudanças na manufatura começaram com alterações na organização
da força de trabalho. Já na grande indústria, a principal transformação ocorreu
nos meios de produção, isto é, nos instrumentos de trabalho. As ferramentas se
transformaram em máquinas e foi essa transformação que determinou, em grande
medida, a forma e as condições de trabalho. Ou seja, o processo produtivo passou a
determinar a maneira como o trabalhador tinha de executar suas tarefas e em que
condição devia realizá•las.
86
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 104 10/03/15 10:55
UNIDADE 4
87
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 104 10/03/15 10:55
UNIDA
© Austrian Archives/Corbis/Latinstock
Grandes máquinas são típicas
do processo industrial em larga
escala. Observe que basta apenas
uma pessoa para operar uma
única máquina, não sendo mais
ne c e ss á r io c o nt ratar muitos
tr a ba lh a do r es .
ATIVIDADE 1
Trabalho e industrialização
Reflita sobre o texto A industrialização e leia atentamente as perguntas que
estão na coluna à esquerda.
Em seguida, consulte a coluna à direita e verifique qual das alternativas melhor
responde às perguntas.
□fontes
As ferramentas passaram a ser movidas por
de energia independentes do homem,
a) Qual foi a principal
transformação que a indus• e as máquinas passaram a fazer operações antes
trialização trouxe para o feitas pelo ser humano.
trabalho?
□cessoPorque as máquinas dominaram todo o pro•
produtivo e eram movidas por uma fonte
b) Que transformações a
de energia independente do trabalho humano.
industrialização trouxe
para o trabalhador, no □maneira
Como a máquina tem um ritmo próprio e uma
própria de ser operada, o ser humano tem
que diz respeito ao seu
trabalho? de se adaptar a ela e trabalhar no seu ritmo e da
forma que ela determinar. Com isso, pela primeira
c) Por que, com a
vez na História, o ser humano deixou de controlar
industria• lização, a suas ferramentas e passou a ser controlado por elas.
produtividade nãodependia Além disso, a máquina substituiu o trabalhador em
mais dos limitesdo trabalho
suas funções, causando demissões em massa.
humano?
88
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 104 10/03/15 10:55
UNIDADE 4
“Nessa parte da cidade não há esgotos, banheiros públicos ou latrinas nas casas;
por isso, imundícies, detritos e excrementos de pelo menos 50 mil pessoas são jogados
todas as noites nas valetas, de sorte que, apesar do trabalho de limpeza das ruas, for•
mam•se massas de esterco seco das quais emanam miasmas que, além de horríveis à
vista e ao olfato, representam um enorme perigo para a saúde dos moradores.” (p. 79)
“M. H., de vinte anos, tem duas crianças; a menor é um bebê, que fica aos cuida•
dos do mais velho; ela sai para a fábrica pouco depois das cinco horas da manhã e
retorna às oito da noite; durante o dia, o leite escorre•lhe dos seios, ensopando•lhe o
vestido. M. W. tem três crianças; sai de casa por volta das cinco horas da manhã de
segunda•feira e só retorna no sábado, às sete horas da noite; no seu regresso, tem
tanto a fazer pelas crianças que não pode se deitar antes das três horas da manhã;
às vezes, a chuva parece molhar•lhe até os ossos e ela trabalha nesse estado; afirma:
‘Meus seios me causam dores terríveis e com frequência escorrem a ponto de me
deixarem molhada’.” (p. 182)
“Antes de chegar a Leeds, nunca constatei essa singular deformação das par•
tes inferiores do fêmur. Inicialmente, pensei tratar•se de raquitismo; mas o grand e
número de pacientes que chegavam ao hospital de Leeds, a incidência da doença
numa idade (oito a catorze anos) em que os jovens geralmente não são mai s sujei•
tos ao raquitismo e, enfim, o fato de a enfermidade só ter se manifestado a partir
do emprego dos jovens nas fábricas, isso me levou a logo mudar de opinião. Até o
presente, já examinei cerca de cem desses casos e posso afirmar, categoricamente,
que são consequência do excesso de trabalho. Tanto quanto sei, todos os casos eram
89
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 104 10/03/15 10:55
UNIDA
© Stapleton Collection/Corbis/Latinstock
prias veem no trabalho a origem de
seu mal. O número de casos de esco•
liose da coluna vertebral que consta•
tei, provocada evidentemente por uma
longa permanência numa posição
o
ereta, não deve ser inferior a trezentos
édi
cr
©
(doutor Loudon, evid. p. 1213).” (p. 190)
ENGELS, Friedrich. A situação da classe trabalhad ora na Inglaterra. São Paulo: Boitempo, 2010. Tradução: B. A. Schumann.
REFLITA
Você acha que, do tempo em que esses registros foram publicados até hoje, a situação dos
trabalhadores mudou? Por quê? Quais aspectos mudaram e quais ainda hoje permanecem?
90
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 104 10/03/15 10:55
TEMA 4 A Revolução Francesa
Neste Tema, você vai estudar a Revolução Francesa, que ocorreu no final do
século XVIII. Você verá como ela contribuiu para a consolidação do capitalismo,
com a constituição do Estado burguês, bem como para a conquista de alguns
direitos e liberdades civis e políticas, que existem até hoje, permitindo que o tra•
balhador mudasse de sua condição de servo para a de cidadão.
91
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 104 10/03/15 10:55
UNIDADE 4
© RM N/Other I mag es
92
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 111 10/03/15 10:55
UNIDA
93
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 111 10/03/15 10:55
UNIDADE 4
Com a crise social, política e econômica, em 1791, Luís XVI e a família real
fugiram em busca do auxílio de outras monarquias europeias para tentar conter
o processo revolucionário, mas foram capturados e presos. Isso contribuiu para
o fim da monarquia absolutista (em que o rei mandava em tudo e fazia as leis
segundo as suas vontades) e o rei teve de obedecer a uma Constituição (conjunto
de leis) que representava a soberania e a vontade do povo. Em 1792, os revolucio•
nários tiraram o rei do poder e convocou•se uma Convenção Nacional, na qual a
França foi declarada república. Era uma mudança radical, pois, em uma república
democrática, todo o poder deve vir do povo: o chefe do Estado deve ser eleito
pelos cidadãos e o seu mandato deve ter duração limitada, ou seja, a nobreza e o
rei não comandam mais a nação politicamente.
De 1792 até 1795, a Revolução entrou em sua fase mais violenta, conhecida
como “Terror”, sob a liderança dos jacobinos, o grupo mais radical da Revolução
Francesa, que era contrário à nobreza, à monarquia e à Igreja.
94
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 111 10/03/15 10:55
UNIDA
Após grandes conquistas territoriais por toda a Europa, Napoleão foi final•
mente derrotado e preso em 1814. Chegou a retomar a liderança francesa no ano
seguinte, mas foi vencido definitivamente pelos ingleses na Batalha de Waterloo,
na Bélgica, em junho de 1815.
Na América Latina, essas ideias foram uma influência ideológica decisiva para
as lutas de independência em todo o continente, inclusive no Brasil. Os ideais da
Revolução Francesa expressos no lema “liberdade, igualdade e fraternidade” esta
vam destinados a se impor ao longo dos séculos.
95
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 120 10/03/15 10:55
UNIDADE 4
Veja algumas sugestões de filmes que podem ajudar você a compreender melhor a
Revolução Francesa.
• A Revolução Francesa (The French Revolution). Direção: Doug Shultz, 2005.
Esse filme apresenta o período mais radical da Revolução Francesa (o período jacobino). No
centro da história, está Danton, um dos líderes revolucionários condenados por Robespierre.
• Napoleão (Napoléon). Direção: Abel Gance, 1927.
Para realizar uma boa pesquisa, tenha clareza sobre o assunto que será pes•
quisado – neste caso, a Revolução Francesa.
96
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 120 10/03/15 10:55
UNIDA
Depois das leituras, tendo compreendido o que leu, construa o seu próprio
texto. Não faça cópias de trechos dos textos lidos. Seu texto tem de mostrar ao
leitor o que foi aprendido com a pesquisa realizada.
Por último, indique a bibliografia pesquisada, ou seja, a relação dos livros e sites
utilizados para buscar as informações.
ATIVIDADE 1
Fatos da revolução
Releia o texto A Revolução Francesa: luta do povo e ascensão da burguesia , obser•
vando as partes grifadas, e preencha o quadro indicando o ano e os respecti•
vos acontecimentos que marcaram a Revolução Francesa. Dessa maneira, você
vai organizar uma cronologia – uma sequência de acontecimentos ao longo do
tempo – sobre essa revolução. Você pode complementar sua resposta, reali•
zando uma pesquisa na biblioteca ou na internet.
97
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 120 10/03/15 10:55
UNIDADE 4
□Direitos
O fim da propriedade privada, como resultado direto dos ideais inscritos na Declaração dos
do Homem e do Cidadão, de clara inspiração social ista.
Uma base político•ideológica, a partir do jacobinismo, para os modernos movimentos de ori•
gem popular de contestação à ordem burguesa.
O fim da servidão e a afirmação da igualdade jurídica entre todos os cidadãos, independente
da sua origem social.
98
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 120 10/03/15 10:55
UNIDA
República
A origem da palavra república vem do latim res publica, que significa “coisa
pública”, ou seja, aquilo que pertence a todos. Assim, na concepção política inaugu-
rada pela Revolução Francesa, o poder vem do conjunto da população. O mandato do
chefe de Estado não é mais divino, mas representa a vontade do povo, que pode se
manifestar, por exemplo, por meio do voto, escolhendo seus representantes.
Liberdade
A liberdade na Revolução Francesa tem vários sentidos:
• o destino dos homens não está subordinado à vontade divina; os homens têm
liberdade de escrever sua história. Assim, um governo considerado injusto deve
ser substituído.
• o uso livre da razão e do pensamento surge como critério não apenas da inves•
tigação científica, mas também da organização social. Por isso, a sociedade deve
ser organizada segundo princípios racionais e não divinos. O homem deve usar
sua liberdade de pensamento não só para entender a sua realidade, como também
para questioná•la e propor mudanças.
• a liberdade de locomoção entre os territórios surge como consequência da abolição
da servidão que obrigava os camponeses a permanecerem presos à mesma terra.
Igualdade
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão propõe a igualdade natural dos
homens. A condição do nascimento deixa de ser um critério de divisão social.
Portanto, todas as pessoas têm direitos iguais e devem ser tratadas igualmente
perante a lei e a justiça. É daí que surge a noção contemporânea de cidadania.
Fraternidade
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão coloca•se como universal, sendo
válida para todos os lugares, pois tem a pretensão de envolver todas as pessoas
como uma grande comunidade de irmãos. Nesse sentido, considera todos iguais e
que um deve agir para com o outro com solidariedade.
99
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 120 10/03/15 10:55
UNIDADE 4
100
00_book_HISTORIA_VOL 1.indb 120 10/03/15 10:55
CESEC DE
ITAMARANDIBA
HISTÓRIA
Ensino Fundamental
Módulo II
(2° Teste)
HISTÓRIA
SUMÁRIO
1
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 7 10/03/15 11:14
Caro(a) estudante,
Neste Caderno do Volume 2, você estudará a História europeia. Por que estu-
dar a Europa? Porque foi nesse continente que se formou o capitalismo, que, aos
poucos, expandiu-se pelo mundo, tornando-se o sistema econômico predominante
atualmente, inclusive no Brasil.
Você vai estudar a História europeia do final do século XVIII e do século XIX,
marcada por duas Revoluções (Industrial e Francesa), cujas consequências se
estenderam muito além dos países em que começaram. Nesse período, a indus-
trialização era referência econômica em toda a Europa, enquanto os ideários da
Revolução Francesa (liberdade, igualdade e fraternidade) inspiraram uma série de
movimentos revolucionários que se espalharam por esse continente. Esta revo-
lução, ao buscar melhores condições de vida e mais direitos para os trabalhadores,
bem como maior participação política, acabou influenciando os destinos das socie -
dades ocidentais até os dias de hoje.
Na Unidade 1, o ponto de partida será a Europa depois da Revolução Francesa.
Você vai estudar o processo de formação da classe operária e também o surgi-
mento de ideias políticas que tinham, em certa medida, aspectos comuns com
os princípios dessa revolução. Esses novos ideários políticos ficaram conhecidos
como liberalismo, socialismo, comunismo e nacionalismo.
Na Unidade 2, você vai estudar a “Primavera dos Povos”, nome dado ao con-
junto de eventos revolucionários que aconteceu em diferentes países da Europa
em 1848. Você verá como foi esse período, considerado pelos historiadores como
um dos mais agitados do século XIX na Europa. Ele serviu como um desabrochar de
lutas nacionalistas e também de lutas por direitos trabalhistas.
Na Unidade 3, você estudará a Comuna de Paris de 1871, uma importante
revolução dos trabalhadores franceses. Poderá compreender como foi esse
momento histórico, em que os trabalhadores, sobretudo os operários, consegui-
ram impor sua vontade e fazer prevalecer seu poder na organização e gestão da
sociedade parisiense.
Por fim, na Unidade 4, você verá como a expansão do capitalismo e a consoli-
dação da sociedade industrial foram fatores que deram origem ao imperialismo.
Para ter sucesso nessa etapa de seus estudos, é importante que você participe
ativamente das atividades e das oficinas oferecidas gratuitamente nos CEEJAs.
Nelas, é fundamental que você compartilhe sua experiência de vida e seus conheci-
mentos sobre a realidade, que são muito valiosos e precisam ser aproveitados.
Bons estudos!
2
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 8 10/03/15 11:14
A EUROPA DEPOIS DAS REVOLUÇÕES
HISTÓRIA
UNIDADE 1 TEMAS
1. Nobres e burgueses: a disputa pelo Estado
2. A formação da classe operária
3. Novas ideias políticas: liberalismo, socialismo e comunismo
4. Novas ideias políticas: nacionalismo
Introdução
Duas revoluções marcaram o final do século XVIII e o século XIX: a Revolução
Industrial, ocorrida inicialmente na Inglaterra, e a Revolução Francesa. Elas muda -
ram profundamente o mundo europeu. Caso queira ampliar seus conhecimentos
sobre esses assuntos, pesquise-os no Caderno do Volume 1.
3
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 9 10/03/15 11:14
UNIDADE 1
4
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 10 10/03/15 11:14
Nobres e burgueses: a disputa pelo Estado TEMA 1
Neste Tema, você estudará as disputas pelo poder político que ocorreram na
Europa enquanto o capitalismo se tornava o sistema econômico predominante.
Você vai compreender como elas acabaram por influenciar as lutas políticas e as
novas formas de organização do Estado em todo o mundo.
5
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 11 10/03/15 11:14
UNIDADE 1
6
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 12 10/03/15 11:14
UNIDADE 1
No Congresso de Viena, três países reforçaram sua união, formando a Santa Aliança: Prússia,
Áustria e Rússia.
Esses países se propuseram a lutar para defender os “preceitos da justiça, da caridade cristã e
da paz” e pregaram que as relações entre os países fossem reguladas pelas “elevadas verdades
presentes na doutrina de Nosso Salvador”. O idealizador dessa aliança foi Alexandre I, czar russo
(“czar” era um título adotado pelos reis da Rússia entre 1546 e 1917). Assim, na realidade, a Santa
Aliança pretendia defender o retorno das monarquias na Europa.
Embora a Inglaterra não tenha assinado esse acordo, sua política esteve afinada com a das demais
potências. O objetivo comum era acabar com os ideais da Revolução Francesa e garantir a monar -
quia e a ordem na Europa.
Embora o poder dos monarcas já não fosse mais absoluto, isto é, embora eles não
pudessem mais governar sem obedecer às leis estabelecidas, sua volta aos governos
na Europa significou um retrocesso em relação às ideias democráticas e republica -
nas da Revolução Francesa. No entanto, o retorno de algumas monarquias ao poder
não conseguiu evitar a independência das colônias europeias que acontecia naquele
mesmo período. Na América, surgiram muitas repúblicas, sendo o Brasil o único país
a ter adotado a monarquia, sob o governo do imperador dom Pedro I.
7
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 13 10/03/15 11:14
UNIDADE 1
8
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 14 10/03/15 11:14
UNIDADE 1
Uma dessas teorias, proposta por Thomas Hobbes (pensador inglês que
viveu entre os séculos XVI e XVII), sugere que o Estado foi criado para tirar o ser
humano do seu “estado de natureza”, no qual o homem seria um ser selvagem
e não seguiria nenhuma lei ou regra. Para Hobbes, as sociedades naturais são
caóticas porque seus membros têm liberdade sem limites e, por isso, lutam entre
si. O Estado, então, é uma força que se coloca acima de todos, organizando as
relações entre os humanos e disciplinando-os.
É importante lembrar que a relação dos cidadãos com o Estado precisa ser com-
preendida tendo em vista o momento histórico em questão. O estudo da História
ajuda a perceber como a ação dos cidadãos em movimentos organizados altera a
forma de organização do Estado.
9
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 15 10/03/15 11:14
UNIDADE 1
1 Qual foi uma das reivindicações mais importantes das lutas populares para
garantir os ideais de liberdade e igualdade da Revolução Francesa?
a) A volta da monarquia.
b) A manutenção da república.
c) O direito de voto por sufrágio universal.
d) O direito de liberdade comercial entre burgueses e trabalhadores.
a) República.
b) Monarquia.
c) Coronelismo.
d) Democracia.
10
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 16 10/03/15 11:14
UNIDADE 1
11
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 17 10/03/15 11:14
A formação da classe operária TEMA 2
Escreva, nas linhas a seguir, o que você já sabe sobre esse assunto.
12
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 18 10/03/15 11:14
UNIDADE 1
Movimento operário
Jean Pierre Moynet. O burguês e o trabalhador, 1848. Gravura. Biblioteca Nacional da França, Paris. (“Então, vejamos, Burguês…
Vocês [burgueses] confiscaram duas revoluções em benefício próprio... Nós [operários] recomeçamos a tarefa em 1848 para
que todo mundo tirasse proveito, VOCÊS E NÓS... Vocês dizem que isso é ser exigent e, mas francamente isto é ser JUSTO.”
Tradução: Célia Gambini.)
Quando os operários decidiram se mobilizar para lutar não apenas por melho-
rias nas fábricas, mas também para mudar a sociedade, foram criados os primeiros
partidos organizados por trabalhadores.
13
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 19 10/03/15 11:14
UNIDADE 1
Você sabe em que país surgiram as primeiras organizações operárias?
Para responder a essa questão, é importante lembrar-se de que o primeiro país
a se industrializar foi a Inglaterra. E foi justamente nesse país que ocorreram as
primeiras manifestações de trabalhadores.
Cartistas lutam contra a polícia. Xilogravura integrante do livro Histórias verdadeiras do reino
da rainha Victoria, de Cornelius Brown, 1886.
14
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 20 10/03/15 11:14
UNIDADE 1
Carta do Povo
1. Um voto para todo homem maior de 21 anos, com domínio de suas faculdades
mentais e que não esteja cumprindo pena por crime cometido.
6. Parlamentos anuais que apresentem controle mais eficaz contra suborno e inti-
midação, já que, apesar de ser possível comprar uma base eleitoral a cada sete
anos (mesmo com a cédula eleitoral), não haveria dinheiro suficiente para com-
prar uma base (sob o regime do sufrágio universal) a cada 12 meses. Os membros
seriam eleitos por apenas um ano e não seria possível ignorar ou trair seus elei-
tores como hoje.
Releia os pontos reivindicados pelos cartistas. Analisando ponto por ponto, ima -
gine qual era a situação que eles queriam mudar. Por exemplo: se eles pediram
sufrágio universal masculino, ou seja, o direito de voto a todos os homens adultos,
pode-se deduzir que esse direito não existia. Quem votava então?
15
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 21 10/03/15 11:14
UNIDADE 1
16
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
Novas ideias políticas:
liberalismo, socialismo e comunismo TEMA 3
Talvez você não conheça esses nomes, mas já deve ter ouvido falar em países
como Cuba, ou ainda sobre a extinta União Soviética; países em que a produção e
a oferta de serviços essenciais para garantir os direitos da população não são pri-
vadas, mas totalmente públicas e administradas pelo Estado.
Tente se lembrar de alguma notícia sobre esses países e escreva, nas linhas a
seguir, o que você sabe sobre o assunto.
A Revolução Industrial nasceu na Inglaterra, mas esse não foi o único país euro-
peu a se industrializar. No começo do século XIX, países como França, Bélgica e
Holanda também desenvolveram suas indústrias e, com isso, assistiram ao cresci-
mento da classe operária.
17
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 1
Liberalismo
• lei da oferta e da procura, que regula o mercado. Por um lado, quando a oferta de
um determinado produto é maior do que a procura para seu consumo, a tendência
é que os preços caiam. Por outro lado, se a oferta for menor que a procura, a ten-
dência é o aumento do preço da mercadoria.
O pensamento socialista
Com o avanço das lutas sociais, surgiram movimentos que não acreditavam
que os próprios capitalistas realizariam a igualdade social. Para alcançar esse obje -
tivo, algumas correntes socialistas julgavam necessário acabar com a propriedade
privada, pois esta era a fonte de poder dos capitalistas e, de acordo com as ideias
socialistas, a causa da exploração e da miséria dos trabalhadores.
18
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 1
Socialismo científico
© RMN/Other Images
(1772-1837) e o inglês Robert Owen (1771-1858) são
considerados os primeiros socialistas do século XIX.
Socialismo e comunismo
19
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 1
Desde o século XIX, essas teorias vêm tendo grande importância para as
lutas dos trabalhadores organizados em partidos políticos. Contudo, o comu-
nismo, tal como Marx e Engels propuseram para o movimento operário, até hoje
não se realizou.
20
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 1
Manifesto comunista
As transformações ocorridas na Europa e no mundo ao longo do século XIX
foram impulsionadas, inclusive, pela formação da classe operária.
Foi nesse contexto que Marx e Engels formularam o Manifesto comunista (1848),
no qual discutiram a natureza histórica da luta de classes entre burguesia e pro-
letariado e apontaram a revolução operária como única alternativa para, a longo
prazo, promover a conquista da democracia, a transformação radical de todo o
modo de produção e a instituição do comunismo. Para tanto, os autores apresen-
taram algumas medidas que poderiam ser postas em prática, deixando claro que
nem todas deveriam ser iguais para todos os países. São elas:
21
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 1
22
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 1
Com base no que você estudou até aqui, responda: Como você definiria o comu-
nismo? Quais são as diferenças entre ele e o socialismo?
HORA DA CHECAGEM
• defende as liberdades política e econômica, • julga necessário acabar com a propriedade pri-
entre elas a liberdade de expressão do indiví- vada. Segundo o socialismo, as fábricas, as terras
duo e a liberdade de comércio; e as máquinas deveriam pertencer aos trabalha-
dores. Já os meios de produção não pertenceriam
• garante e defende a propriedade privada; mais aos capitalistas, mas a toda a sociedade;
• defende que o mercado regule a economia,
• defende um Estado constituído por trabalha-
restringindo a participação do Estado (livre
dores, para governar e regular a economia de
mercado e governo limitado);
acordo com os interesses dos trabalhadores;
• defende a igualdade perante a lei (Estado
• defende o imposto de renda progressivo; ou
de direito), mas não a igualdade econômica e
seja, quem ganha menos paga menos;
social, pois acredita que cada indivíduo é res-
ponsável por sua situação social e econômica. • defende a abolição do direito de herança, para
Por isso, não tem como centro de suas preo- ninguém começar a vida com mais oportunida-
cupações a situação de miséria e pobreza da des que os outros;
maioria da população trabalhadora.
• defende educação gratuita para todas as crian-
ças em escolas públicas e abolição do trabalho
infantil nas fábricas.
23
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
Novas ideias políticas: nacionalismo TEMA 4
O que é nacionalismo para você? É somente torcer para a seleção brasileira nos
jogos de futebol? É amar seu país e defendê-lo, fazendo tudo o que o governo pede?
Escreva, nas linhas a seguir, o que você pensa sobre esse assunto.
Nacionalismo
Você já deve ter visto diferentes ban-
deiras e hinos nacionais, especialmente
História – Volume 2
durante competições esportivas interna-
A invenção das nações
cionais, como as Olimpíadas ou a Copa
do Mundo. Você está acostumado a viver Esse vídeo retrata uma partida de fute-
em um mundo onde a existência dos paí- bol, na qual bandeiras e outros símbo-
los pátrios revelam o sentimento das
ses é considerada óbvia. Mas saiba que, pessoas sobre suas nacionalidades. Ele
por mais estranho que pareça, os países demonstra que a criação das nações é
nem sempre existiram! relativamente recente e que responde a
interesses econômicos e políticos. Para
As nações, com suas fronteiras, línguas tanto, trata do nacionalismo, uma das
e símbolos culturais, foram, em sua maio- expressões ideológicas que ajudaram a
moldar os rumos das sociedades a par-
ria, uma “invenção” do século XIX. Mesmo tir do século XIX.
em países que hoje são considerados
24
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 1
muito antigos, como a Inglaterra ou a Suíça, até o século XVIII, as pessoas não tinham
o sentimento de serem “inglesas” ou “suíças”. Essa identificação das pessoas com as
nações foi construída ao longo do século XIX.
Essa é uma pergunta difícil, pois não existe um critério claro e único para res-
pondê-la. Para ilustrar essa dificuldade, vale examinar alguns dos aspectos nor-
malmente associados à ideia de nação.
• Uma mesma língua (ou unidade linguística) – Em um país, pode-se falar mais de uma língua.
Na Suíça, Espanha e África do Sul, por exemplo, diversas línguas convivem. Na América Latina,
o Paraguai é um país oficialmente bilíngue e, no México e no Peru, há línguas indígenas vivas,
isto é, que ainda hoje são faladas. Por outro lado, uma mesma língua pode ser falada em vários
países, como acontece, por exemplo, com o português, que é falado no Brasil, em Portugal e em
outras regiões. Portanto, só a unidade linguística não é suficiente para caracterizar uma nação,
ou seja, falar a mesma língua que alguém não significa que você pertence à mesma nação que
essa pessoa.
• Uma mesma origem histórica – A história do norte da Índia é muito diferente da história do
sul desse país, assim como ocorre entre as diferentes regiões da Itália. Por sua vez, a América
Espanhola tem similaridades em sua história, embora a região abrigue países diversos. Por isso,
esse também não é um critério exclusivo para definir uma nação.
• Uma mesma genética – A ciência tem mostrado que a ideia de “pureza racial” é um mito, por-
que é impossível distinguir um grupo social de outro com base em características genéticas. Por
isso, nenhuma tentativa de utilizar o aspecto genético para definir uma nação pode ser conside-
rada válida.
• Uma mesma etnia – Em muitos países, diferentes etnias convivem, o que impede definir uma
nação com base na questão étnica.
• Uma mesma cultura – Considerando que, em uma mesma região, coexistem diferentes grupos
culturais e que a cultura se modifica com a História, não há como definir uma cultura nacional
única de um país.
A complexidade desses aspectos mostra que eles não são suficientes para
justificar como se constitui uma nação; ou seja, não é pela língua, pela história,
pela etnia, pela genética ou pela cultura que um grupo de pessoas pertence a uma
mesma nacionalidade. Sendo assim, é possível concluir que o conceito de nação
não surgiu naturalmente. Na realidade, a ideia de nação é uma invenção humana
movida por interesses políticos e econômicos.
Foi no século XIX que o conceito de nação começou a ser definido, pois foi
nesse período que as nações começaram a se constituir. Mas, como esse conceito
25
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 1
era algo recente, as pessoas não se sentiam como pertencentes à nação, ou seja,
elas não possuíam um sentimento nacional que as tornasse leais e devotas à
nação, como previa a Revolução Francesa. Era preciso criar esse sentimento.
Por isso, no século XIX, vários intelectuais passaram a discutir quais aspectos
poderiam justificar a constituição de uma nação ou o pertencimento a ela. Daí
a tentativa de justificá-la com critérios, como língua, história, cultura etc. Mas
como você viu, esses aspectos nem sempre existiam, o que exigiu, muitas vezes,
que eles fossem criados e até impostos aos povos. Por exemplo:
26
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 1
No caso alemão, o passo decisivo para forjar a unidade foi econômico, por meio
da “união alfandegária”, que derrubou as barreiras mercantis entre os Estados e
desenvolveu o capitalismo no país. A formação da Alemanha (assim como a da
Itália) foi um processo turbulento que só se realizou na década de 1870.
Outra possibilidade para formar uma nação seria: em lugar de juntar vários
territórios menores, juntar diferentes regiões de impérios para lutar contra
o império que os dominava, reivindicando a independência dessas regiões para
se tornarem nações independentes. Um exemplo disso aconteceu na própria
América, no começo do século XIX. Na mesma época em que o Brasil decla-
rou sua independência, separando-se do Império Português (1822), surgiram
novos países no território que constituía o Império Espanhol, como a Argentina,
o Chile, o Paraguai e muitos outros.
27
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
DIVISÃO POLÍTICA DA EUROPA APÓS O CONGRESSO DE VIENA (1815)
ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática, 2008, p. 25. Mapa original.
ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática, 2008, p. 25. Mapa original.
SUÉCIA
Mar
do
DINAMARCA
REINO UNIDO Norte
DA GRÃ-BRETANHA RÚSSIA
E IRLANDA PAÍSES
BAIXOS IMPÉRIO
ALEMÃO
BÉLGICA
OCEANO
ATLÂNTICO
ROMÊNIA
Mar Negro
SÉRVIA
BULGÁRIA
ITÁLIA MONTENEGRO
ESPANHA ANDORRA Córsega TURQUIA
PORTUGAL (parte europeia)
Sardenha
© Maps World
GRÉCIA
Sicília CHIPRE
(R. UN.)
Fonte: SHEPHERD, William R. The Historical Atlas. New York: Henry Holt and Company, 1911. Disponível em:
<http://www.lib.utexas.edu/maps/historical/shepherd/europe_1911.jpg>. Acesso em: 13 mar. 2014.
28
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 1
Registre, nas linhas a seguir, suas observações sobre os mapas da página anterior.
29
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 1
Neste Tema, você estudou que os atuais países nem sempre existiram.
30
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
1848: A “PRIMAVERA DOS POVOS”
HISTÓRIA
UNIDADE 2 TEMAS
1. Um ano de profundas mudanças
2. A “Primavera dos Povos”
3. O resultado das revoluções de 1848
4. Novas conquistas dos trabalhadores
Introdução
Nesta Unidade, você estudará um dos anos mais agitados do século XIX na
Europa: 1848. Nesse ano, ocorreram movimentos revolucionários na maior parte
do continente europeu.
31
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 2
Felix Philippoteaux. Lamartine rejeita a bandeira vermelha, 1848. Óleo sobre tela.
Museu da Cidade de Paris, França.
[...] Esta é, Senhores, minha profunda convicção; acredito que, na hora atual,
estamos dormindo sobre um vulcão. [...]
Será que não percebem – como dizer? – que um vento de revolução está no ar?
Este vento, não sabemos onde nasce, de onde vem, nem, creiam, quem arrasta
com ele; e é em tempos como esses que os senhores se mantêm calmos
diante da degradação da moral pública, pois a palavra não é forte demais. [...]
TOCQUEVILLE, Alexis de. Discurso na Câmara dos Deputados, 27 de janeiro de 1848. Assembleia Nacional Francesa.
Disponível em: <http://www.assemblee-nationale.fr/histoire/Tocqueville1848.asp>. Acesso em: 26 fev. 2014. Tradução: Célia Gambini.
32
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 2
Tais palavras são tão ilustrativas que, poucas semanas depois, elas se rea-
lizaram. Uma revolta armada derrubou a monarquia francesa e a república foi
novamente proclamada. Mas os acontecimentos não se restringiram à França:
a revolução tinha começado em boa parte do continente, atingindo todos os
países do centro da Europa ao mesmo tempo.
33
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 2
As revoluções de 1848
• insatisfação da burguesia por não possuir o poder político e por ser fortemente
afetada pela crise econômica;
As demandas dos povos europeus eram tão semelhantes que muitos autores
a consideram um movimento único, referindo-se a ele como a Revolução. Isso
porque as tendências sociais e políticas presentes nos diferentes países europeus
onde a revolução ocorreu eram bastante parecidas.
34
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 2
2 Destaque, nas linhas a seguir, pelo menos três questões que levaram às revolu-
ções de 1848 na Europa.
35
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
A “Primavera dos Povos” TEMA 2
Neste Tema, você estudará o processo histórico que ficou conhecido como
“Primavera dos Povos”, caracterizado por uma série de revoltas e revoluções que
aconteceram simultaneamente em muitas regiões da Europa, em torno do ano de
1848, e que mudaram o rumo político e social de muitas nações.
Você já estudou que os conflitos entre classes sociais antagônicas (burgueses versus
trabalhadores) e entre povos de nações diferentes levaram a Europa a uma série de
revoltas e revoluções.
Você já viu esse tipo de conflito na atualidade, seja no Brasil ou em outros luga -
res do mundo? Escreva, abaixo, o que você conhece sobre esses conflitos.
36
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 2
Novamente a França
Os problemas sociais e políticos enfrentados pelos franceses, novamente sob
o regime monárquico, continuavam: a crise econômica só piorava, o desemprego
aumentava e a burguesia estava insatisfeita com a monarquia, que ela mesma
havia apoiado. De 1830 a 1848, a França experimentou muitas manifestações, que
reuniram diferentes grupos sociais.
O que unia todos esses grupos eram as exigências por reformas eleitorais, pois
seus integrantes acreditavam que a situação seria resolvida se outros indivíduos
fossem eleitos. Mas, para isso, era necessário voltar ao governo republicano, que
havia sido instituído durante a Revolução Francesa.
Em 1848, os franceses conseguiram formar um governo provisório: o rei
abdicou, a república foi reestabelecida, instituiu-se o sufrágio universal e novas
eleições foram marcadas. Por ampla margem de votos, eles elegeram Luís
Bonaparte, sobrinho de Napoleão Bonaparte. Apoiado em seu sobrenome famoso
e com promessas de recuperar os momentos de glória da época do Império Napo-
leônico, Luís Bonaparte foi eleito como um protesto aos políticos conservadores.
No entanto, poucos anos depois, ele deu um golpe de Estado, reinstituindo o im-
pério e proclamando-se imperador com o nome de Napoleão III.
Mas não foi só na França que ocorreram revoluções. Veja a tabela e o mapa nas
próximas páginas, que mostram as revoluções ocorridas fora do território francês.
História – Volume 2
A Primavera dos Povos
Esse vídeo aborda as principais revoltas e mobilizações populares que surgiram na Europa
no ano de 1848, dando destaque ao seu alcance geográfico e às proposições políticas comuns.
Reflita sobre as tentativas de mudanças sociais e políticas que deixam marcas ao longo da
História. Muitas delas influenciam acontecimentos até os dias atuais.
37
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 2
Influenciado pelas ideias liberais, o povo organizado pressionou o Parlamento para implantar o
sufrágio universal e foi fortemente reprimido pelos exércitos do reino da Prússia. O Parlamento
e o rei suprimiram (extinguiram) os direitos feudais e concederam liberdades políticas, embora
sem a inclusão dos trabalhadores.
Áustria
Praga
Também era parte do Império Austríaco. Ali, os revoltosos conseguiram a aprovação de uma
Constituição liberal que reconhecia os direitos históricos do povo tcheco. No entanto, as forças
fiéis ao império reorganizaram-se, reprimindo o Parlamento tcheco e retomando o controle
sobre Viena, a capital imperial.
Hungria
Fazia parte do Império Austríaco e lutava pela independência desde 1830. Chegou a declarar a
autonomia de todos os territórios de língua húngara. Contudo, havia um detalhe: em território
húngaro viviam outras minorias (como sérvios, croatas e romenos).
O nacionalismo húngaro era poderoso, e o imperador austríaco, que enfrentava problemas
na sua própria Viena, precisou do auxílio de tropas russas para esmagar a revolta. Os russos
invadiram a Hungria pelo norte, e a revolução foi liquidada. A repressão foi implacável, com
centenas de pessoas executadas.
Península Itálica
Era uma região dividida em vários Estados, onde vigoravam governos absolutistas. O norte estava
dominado pelos austríacos e o sul vivia sob a sombra do Papa. Seguindo os acontecimentos
de Paris, a insurreição surgiu nos Estados mais conservadores, começando por Nápoles; já Milão
e Veneza levantaram-se contra a dominação austríaca. Em outros lugares, como Florença, Roma e
Turim, os soberanos se anteciparam à insurreição promulgando Constituições.
Em fevereiro de 1849, Giuseppe Mazzini, político e revolucionário, proclamou a república em
Roma, e o Papa foi obrigado a fugir. A insurreição foi derrotada pelos franceses que, a essa
altura, eram liderados por Luís Bonaparte; isso permitiu o retorno do Papa. Também na Itália,
a unificação e a república seriam adiadas por alguns decênios.
38
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 2
© Maps World
Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2003, p. 87.
© RMN – Grand Palais (Château de Versailles)/Gérard Blot/Other Images
Nesta gravura de 1848, estão os representantes dos operários (o socialista utópico Blanc),
dos profissionais liberais (o advogado Dupont), dos escritores (o poeta romântico Lamartine)
e da pequena burguesia (Ledru-Rollin, candidato dos democratas-socialistas), entre outros.
39
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 2
Você acha que esse tipo de revolta generalizada em vários países pode conti -
nuar acontecendo? Por quê?
40
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 2
Uma república pode ser aristocrática, governada por uma elite, ou democrática,
governada pelo conjunto da população.
41
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 2
42
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
O resultado das revoluções de 1848 TEMA 3
43
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 2
• sua sincronia temporal (acompanhando as datas, você pode notar que todas
aconteceram no mesmo período).
• o movimento operário inglês entrou em confronto com o Estado nos anos ante-
riores e tinha acabado de ser derrotado em 1848. Por isso, não estava em condições
de iniciar uma nova luta;
• a Inglaterra era líder absoluta do desenvolvimento Aristocracia operária
capitalista. Nessa condição, podia melhorar os salá- Expressão criada como refe-
rios de parte dos trabalhadores, criando o que depois rência aos trabalhadores que
recebiam salários muito altos
foi chamado de aristocracia operária. Ao mesmo
e tinham acesso a um padrão
tempo, o Parlamento incorporava, aos poucos, as de vida semelhante ao dos
principais reivindicações políticas dos trabalhadores. burgueses. A oferta de altos
salários foi um instrumento
A Rússia era um país de grandes proporções ter- utilizado muitas vezes pelos
ritoriais, tinha parte do seu território na Europa e na capitalistas para seduzir lide-
ranças operárias combativas.
Ásia, e a maioria de sua população era camponesa e
44
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 2
ainda vivia no regime de servidão. Essa população era oprimida pelo governo do
czar e estava insatisfeita com sua condição. Entretanto, o potencial revolucionário
não era suficiente: seus trabalhadores foram impotentes em aderir aos conflitos e,
como consequência, o exército do czar, que não precisava lutar contra os trabalha-
dores russos, pôde reprimir, violentamente, uma revolta que ocorreu na Áustria.
A ausência da revolução – ou das lutas que ocorreram em outros países – na
Inglaterra e na Rússia fragilizou os demais movimentos europeus.
Mas por que trabalhadores e nacionalistas não conseguiram triunfar nos países
em que realizaram o movimento? A resposta a essa pergunta deve também consi-
derar aspectos que se referem aos trabalhadores e à burguesia:
45
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 2
1 Segundo o texto Derrotas e vitórias das revoluções de 1848, existem alguns motivos,
sobre os quais os historiadores concordam, que explicam o porquê de todas as revol-
tas de 1848 terem sido derrotadas. Escreva, nas linhas a seguir, alguns desses motivos.
2 Apesar das derrotas, o texto afirma que as revoltas e revoluções de 1848 trouxe-
ram alguns resultados para o movimento operário. Quais foram eles?
46
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 2
1 O ano de 1848 ficou célebre em razão da onda de revoluções que varreu, então, a Europa –
evento denominado Primavera dos Povos. O objetivo maior dos revolucionários de toda parte era
alcançar a liberdade e combater a opressão; em algumas regiões, porém, as palavras de ordem rei -
vindicavam, também, o fim do jugo estrangeiro, ou seja, demandavam autonomia para as nações.
Considerando-se os eventos ocorridos em 1848 e suas consequências, é CORRETO afirmar que:
a) na Alemanha, se instalou, com sucesso, uma República parlamentar, que aboliu as instituições
imperiais e consolidou a unidade do país.
b) na França, se proclamou, outra vez, a República, mas Luís Napoleão Bonaparte, o Presidente
eleito, instituiu, por meio de um golpe, o II Império.
c) na Inglaterra, uma série de greves gerais colocou em xeque a Monarquia, que precisou recorrer à
Lei Marcial para recobrar a ordem.
d) na Rússia, os revolucionários ocuparam o poder durante alguns meses, o que provocou reação
sangrenta e guerra civil.
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 2009. Disponível em:
<http://download.uol.com.br/vestibular2/prova/ufmg_2009_hist.pdf>. Acesso em: 26 fev. 2014.
2 O movimento revolucionário de 1848, que abalou, mas não destruiu, a ordem social vigente na
Europa, pode ser caracterizado como um conflito no qual
a) a burguesia, ou frações desta classe, face ao perigo representado pelo proletariado, não
tomou o poder.
b) o campesinato, em luta encarniçada contra a nobreza, abriu espaço para a burguesia tomar
o poder.
c) a nobreza, diante da ameaça representada pela burguesia, fez concessões ao proletariado para
se manter no poder.
d) o proletariado, embora fosse uma classe já madura e com experiência, ficou a reboque dos
acontecimentos.
e) não houve luta de classes, e sim disputas derivadas das tensões e contradições existentes entre
ricos e pobres.
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), 2004. Disponível em:
<http://vestibular.unifesp.br/index.php?option=com_phocadownload&view=category&id=16:provas-e-gabaritos-2004&Itemid=112>. Acesso em: 26 fev. 2014.
47
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
Novas conquistas dos trabalhadores TEMA 4
Você já ouviu falar em direito ao sufrágio universal? Você sabia que esse direito
é muito recente na História e que foi necessária muita luta para democratizar a
participação política? Escreva o que você sabe sobre isso.
48
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 2
Democracia política
Foi na segunda metade do século XIX que se construiu, na maioria dos países, a
possibilidade de se ter a democracia política – que muitos chamam de democracia
liberal – sem que o capitalismo fosse ameaçado. Entre os séculos XIX e as duas pri-
meiras décadas do século XX, diversos países europeus estabeleceram o sufrágio
masculino, como se pode observar a seguir.
49
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 2
50
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
HISTÓRIA
A COMUNA DE PARIS
UNIDADE 3
TEMAS
1. O surgimento da Comuna de Paris e seus desdobramentos
2. O desfecho da Comuna de Paris
Introdução
Na Unidade 2, você estudou que, desde o início do século XIX, os trabalhado-
res e alguns setores da burguesia se organizaram e entraram em conflito com os
governos para solicitar maior participação no poder político. Estudou também que
esses grupos não conseguiram essa conquista naquele primeiro momento, mas
somente anos depois. Além dos movimentos nacionalistas, os trabalhadores expe-
rimentaram sua força naqueles episódios. Nos anos seguintes, com o crescimento
do movimento operário, as ideias socialistas ganharam força, fazendo os trabalha -
dores acreditarem que eles próprios poderiam organizar a sociedade.
Como seria isso na prática? Em 1871, durante alguns meses, o povo de Paris
viveu essa experiência, conhecida como Comuna de Paris. Esta Unidade vai expli-
car como ela aconteceu.
Neste Tema, você aprenderá sobre aquele que foi um dos eventos históricos
mais marcantes do século XIX: a Comuna de Paris. Você analisará como e quais
foram os fatores que deram origem à Comuna e, também, suas consequências para
a Europa e o mundo dali por diante.
51
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 3
Registre o que você pensa sobre esse assunto nas linhas a seguir.
52
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 3
© BHVP/Roger-Viollet/Glow Images
53
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 3
• O primeiro fator é que o Império Francês, comandado por Napoleão III, tornara-se
uma espécie de “sanguessuga gigante”: era forte, burocrático e corrupto. Essa
situação era reconhecida e odiada pela população, que sonhava em eliminar
o funcionalismo público, o grande parasita social. Não foi à toa que a Comuna
anulou todas as características desse Estado.
• O segundo fator é que, embora a França de 1871 fosse um país formado princi-
palmente por uma população rural (somente a Inglaterra tinha mais habitantes
nas cidades do que no campo), Paris tinha um grande número de operários, dife -
rença importante em relação a 1848, pois houve uma concentração da produção
industrial entre 1848 e 1871. A união dos trabalhadores em grandes fábricas ser-
via de estímulo para a organização operária. Naquele momento, as influências
políticas mais importantes para esses operários eram o blanquismo e as ideias
de Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865). O blanquismo, referência a Louis-Auguste
Blanqui (1805-1881), defendia a justiça, a liberdade e a igualdade entre os seres
humanos, direitos conquistados com a participação efetiva na luta revolucio-
nária. Por sua vez, Proudhon acreditava na propriedade coletiva dos meios de
produção, ou seja, uma associação ou cooperativa de trabalhadores que se res-
ponsabilizariam pela produção e sua respectiva distribuição. Por defender essas
propostas, acabou sendo reconhecido como um dos primeiros pensadores anar-
quistas. Sua frase mais célebre é: “A propriedade é um roubo!”.
• Por fim, o terceiro fator é que, em 1870, a França entrou em guerra contra a
Prússia (Guerra Franco-prussiana). Com a derrota francesa, a cidade de Paris
foi sitiada e um tratado de paz, considerado humilhante pelos franceses, foi
imposto. Esse acontecimento também motivou o movimento social dos traba-
lhadores parisienses.
Fazendo uma análise mais profunda, pode-se constatar que a Comuna de Paris
foi o resultado das lutas sociais que ocorriam na França desde muito antes, espe-
cialmente entre burguesia e proletariado.
54
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 3
Um dos eventos que ajudou a dar ori- A coroação de Guilherme I marcou a for-
gem à Comuna, como já apontado, foi a mação da Alemanha, mas a unificação
alemã foi um longo processo. Sob a lide-
guerra entre a França e a Prússia, cujos
rança da Prússia – mais especificamente,
governos queriam ampliar os territórios de de Otto von Bismarck –, a formação da
seus respectivos países. O Império Francês, nação alemã foi marcada por guerras e
pela exaltação ao nacionalismo. A vitória
de Napoleão III, pretendia anexar territórios
prussiana contra a França somente con-
e aumentar seu poder. A Prússia, governada firmou o poderio prussiano e fortaleceu
por Guilherme I, almejava fazer o mesmo. o espírito nacionalista nos Estados ger-
mânicos, que acabaram se unificando e
A Prússia era, naquele momento, uma formando o Segundo Império Alemão,
das regiões de maior desenvolvimento também conhecido como Segundo Reich (o
regime nazista instaurado por Adolf Hitler,
capitalista do mundo. Além de contar com entre 1933 e 1945, ficou conhecido como
uma forte indústria, tinha um exército Terceiro Reich). Em nome do nacionalismo
poderoso, que inovou as estratégias milita- alemão, os diferentes Estados germânicos
foram se unindo, liderados por Bismarck,
res. Assim, na guerra entre as duas nações,
para combater a França.
a França foi derrotada e humilhada.
© Mary Evans/Diomedia
Em 1871, Guilherme I foi coroado imperador da Alemanha no Palácio de Versalhes, lugar simbólico do poder da
monarquia francesa. Essa atitude foi considerada uma ofensa pelos franceses. [Anton Alexander von Werner. A
Proclamação de Guilherme como imperador do novo Reino da Alemanha na Sala dos Espelhos em
Versalhes, 1885. Óleo sobre tela, 140 cm × 142 cm. Castelo Friedrichsruhe, Alemanha.]
55
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 3
Com a prisão de Napoleão III, a república foi proclamada pela terceira vez na
França. Quem assumiu sua liderança foi uma figura conservadora, o ex-minis-
tro Adolfo Thiers, que negociou a rendição humilhante com os prussianos. Os
termos de rendição incluíam a obrigatoriedade de os franceses custearem a
guerra – com aumento de impostos a serem pagos à Prússia.
Adolfo Thiers tentou proibir o uso de armas por membros da Guarda Nacio-
nal, uma organização civil que existia em Paris desde a Revolução Francesa.
Quando a população se deu conta dessa manobra, expulsou Thiers e o exército
prussiano da cidade de Paris. Nesse contexto, foi proclamada a Comuna, que
existiu oficialmente de março a maio de 1871.
© RMN – Grand Palais/Agence Bulloz/Other Images
56
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 3
57
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 3
Será que se essas ideias fossem implantadas, não haveria menos agressão a
mulheres e menos crianças nas ruas hoje em dia?
Leia o artigo a seguir, proclamado pela Comuna de Paris, sobre a produção nas
fábricas e procure o significado das palavras desconhecidas.
Artigo IX
• todas as empresas privadas (fábricas, grandes armazéns) são expropriadas e os
seus bens entregues à coletividade;
• os trabalhadores que exercem tarefas predominantemente intelectuais (direção,
gestão, planificação, investigação etc.) periodicamente serão obrigados a desem-
penhar tarefas manuais;
• todas as unidades de produção são administradas pelos trabalhadores em geral e
diretamente pelos trabalhadores da empresa, em relação à organização do traba-
lho e distribuição de tarefas;
• fica abolida a organização hierárquica da produção;
• as diferentes categorias de trabalhadores devem desaparecer e desenvolver-se a
rotatividade dos cargos de trabalho;
• a nova organização da produção tenderá a assegurar a gratuidade máxima de tudo
o que é necessário e diminuir o tempo de trabalho;
• devem-se combater os gastadores e parasitas. Desde já são suprimidas as funções
de contramestre, cronometrista e supervisor.
COGGIOLA, Osvaldo (Org.). A Comuna de Paris na história. In: . Escritos sobre a Comuna de Paris. São Paulo: Xamã, 2003, p. 16.
58
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 3
História − Volume 2
A Comuna de Paris
Esse vídeo aborda o momento em que os trabalhadores parisienses conseguiram fazer pre-
valecer seus interesses, implantando um novo modelo de organização e gestão da sociedade.
Ele mostra as ideias e os interesses que marcaram a organização da Comuna de Paris e ajuda
a entender a importância desse movimento para a classe trabalhadora, até os dias de hoje. Ele é
um importante recurso para ajudar você a compreender o que estudou nesta Unidade.
59
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
O desfecho da Comuna de Paris TEMA 2
60
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 3
• deve haver o fim de qualquer corpo armado diferente da população: a nação é o povo
em armas, o que configura, em última análise, uma proposta de extinção do exército;
61
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 3
ATIVIDADE 1
A Comuna
De acordo com o texto A Comuna e sua organização política, cite, nas linhas a
seguir, pelo menos três modificações políticas propostas pela Comuna.
A Semana Sangrenta
Enquanto a Comuna revolucionava Paris, o exército francês reorganizava-se a
partir da cidade de Versalhes, a poucos quilômetros da capital, preparando-se para
um embate com os comunardos. Outras cidades da França também proclamaram
“Comunas”, mas essas duraram menos tempo.
Você estudou que, por causa da Guerra Franco-prussiana, havia tropas da Prússia
próximas de Paris. No entanto, os prussianos não invadiram a cidade tomada pela
população armada, pois consideravam que tinham atingido seus objetivos na guerra:
além da vitória militar, apropriaram-se de um importante território francês rico em
minérios, a Alsácia-Lorena.
Mas, com o tempo, o governo prussiano, que liderou a unificação alemã, ficou
alarmado com o que acontecia em Paris, pois temia que o sentimento revolucionário
se espalhasse. Assim, quando o exército francês voltou para a cidade determinado
a esmagar o movimento, as tropas alemãs não interferiram na batalha entre os
franceses. Contudo, ajudaram o exército francês ao soltarem centenas de solda-
dos, prisioneiros de guerra, para auxiliarem nessa tarefa. Diante da Comuna, a
rivalidade entre as nações foi substituída pela colaboração entre os governos que
defendiam os interesses dos nobres e burgueses de seus países.
Em maio daquele mesmo ano (1871), o exército francês invadiu Paris e cumpriu
sua missão com uma brutalidade que marcou os registros históricos. Enfrentando
a resistência determinada dos trabalhadores, que montaram barricadas em toda
a cidade, as tropas do governo agiram sem piedade: o resultado ficou conhecido
como a “Semana Sangrenta”.
62
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 3
Georges Jules Victor Clairin. O incêndio das Tulherias em maio de 1871. Óleo sobre tela, 48 cm × 79 cm.
Museu d’Orsay, Paris, França.
63
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 3
Gustave Boulanger. Batalha na Praça da Concórdia durante os últimos dias da Comuna, 1871.
Óleo sobre tela. Museu Carnavalet, Paris, França.
64
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 3
Em uma extensão que nos pareceu sem fim, avistamos pilhas de cadáveres. “Reco-
lham todos esses vagabundos”, disse-nos o sargento, “e os coloquem nessas carro-
ças”. Carregamos esses corpos pegajosos de sangue e de lama. Os soldados faziam
brincadeiras horríveis: “Olha só que cara isso vai fazer!” e esmagavam alguns
rostos com o tacão. Parecia-nos que alguns ainda estavam vivos e avisamos os
soldados, mas eles responderam: “Vamos! Vamos! Continuem!”. Certamente,
alguns morreram ali. Colocamos mil novecentos e sete corpos nas carroças.
LISSAGARAY, Prosper-Olivier. História da Comuna de 1871, p. 525. Gallica. Biblioteca Nacional da França (BNF).
Disponível em: <http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k36518g/f532.image>. Acesso em: 9 abr. 2014. Tradução: Célia Gambini.
65
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 3
Paul Charles Chocarne-Moreau. Na barricada. Fotografia exposta no Salão dos Artistas Franceses de 1909.
Negativo monocromático em suporte de vidro. Fundo Druet-Vizzavona. Paris, França.
66
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 3
ATIVIDADE 2
A Semana Sangrenta
1 Para você, o que significa dizer que as classes dominantes da Europa se senti-
ram ameaçadas com a experiência vivida durante a Comuna de Paris?
2 Passados mais de 140 anos da Comuna, o que você acha que os trabalhadores
de hoje poderiam aprender com esse movimento?
67
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
UNIDADE 3
Mesmo com a repressão aos movimentos populares, não seria justamente pela
pressão deles que os novos direitos são conquistados?
68
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 48 10/03/15 11:14
HISTÓRIA
IMPERIALISMO
UNIDADE 4
TEMAS
1. Conceito de imperialismo
2. Capitalismo monopolista e práticas imperialistas
3. A partilha do mundo
Introdução
No final do século XIX, o desenvolvimento industrial criou as condições para
uma expansão do capitalismo que atingiu vários continentes além da Europa. Esse
movimento se caracterizou por um novo processo de expansão colonial europeia,
especialmente sobre os continentes africano e asiático.
Com tudo isso, ficou mais interessante para os capitalistas europeus instalarem
suas indústrias em países onde a mão de obra fosse mais barata e possuísse menos
ou nenhum direito trabalhista, o que facilitaria sua exploração e aumentaria as
margens de lucro das empresas. Essa é uma das características dessa movimenta-
ção imperialista.
70
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 84 10/03/15 11:15
TEMA 1 Conceito de imperialismo
Neste Tema, você estudará o processo histórico que ficou conhecido como
imperialismo e seus efeitos na história do capitalismo.
Antes de começar o estudo desta Unidade, reflita sobre o que você já sabe sobre
o assunto.
Quais são as marcas dos produtos que você geralmente consome? Pesquise nos
rótulos das embalagens a origem de cada uma dessas marcas. Com base nessa pes-
quisa, você acha que, no capitalismo atual, as empresas precisam estar instaladas
nas mesmas cidades onde vendem seus produtos?
• Você acha que essa reflexão tem alguma relação com o imperialismo, tema desta
Unidade? Por quê?
71
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 85 10/03/15 11:15
UNIDADE 4 87
O que é imperialismo?
Atualmente, a expressão imperialismo refere-se à relação de dominação de
um país sobre outro. No caso do Brasil, os Estados Unidos exercem esse controle
indireto sobre a economia, a política e a cultura. Desse modo, quando alguém diz
“abaixo o imperialismo americano”, está se queixando dessa intervenção estadu-
nidense sobre seu país.
volvimento, ele precisou se espalhar pelo Existem várias análises que tentam
explicar como isso foi possível. Uma
mundo para se fortalecer, e a forma como delas defende a ideia de que “crise”,
ele se propagou para atingir seu objetivo para o capitalismo, significa dificul-
dades para lucrar, podendo ser gerada
foi por meio de uma relação de dominação.
por vários motivos. Como, nas últimas
Portanto, de acordo com essa visão, embora décadas do século XIX, os negócios em
alguns países tenham sido chamados de outras regiões do mundo ofereciam
novas oportunidades de lucro, eles
“imperialistas”, o centro da questão está no poderiam ser entendidos como parte de
próprio capitalismo e não nos países. Em uma saída da crise.
72
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 86 10/03/15 11:15
UNIDADE 4
Assista ao filme Syriana (direção de Stephen Gaghan, EUA, 2005. 127 min). Ele trata de questões
políticas e de terrorismo, ambos ligados à indústria do petróleo. Veja-o e associe seu conteúdo
ao que você aprendeu no Tema 1.
73
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 87 10/03/15 11:15
UNIDADE 4
ATIVIDADE 1 Imperialismo
74
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 88 10/03/15 11:15
UNIDADE 4
1 Que relação pode ser feita entre a imagem e o que você estudou até aqui sobre
o imperialismo?
2 Assinale “V” para verdadeiro e “F” para falso, em cada uma das sentenças a seguir.
d) □ O imperialismo foi necessário para que países sem acesso à ciência e à tec-
nologia pudessem se desenvolver.
75
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 89 10/03/15 11:15
Capitalismo monopolista e
práticas imperialistas TEMA 2
• Em relação às fusões que você conhece, quais foram as consequências desse processo?
Escreva, a seguir, o que você conhece sobre esse assunto. Se você já trabalhou
em alguma empresa que sofreu um processo de fusão com outra empresa, registre
suas percepções sobre essa experiência.
Capitalismo monopolista
A motivação para a expansão do capitalismo pelo mundo, embora seja um
assunto polêmico, não é difícil de ser entendida. Ela resulta de duas tendências do
capitalismo monopolista: a concentração e a centralização de capitais.
77
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 92 10/03/15 11:15
UNIDADE 4
• Uma fábrica investe R$ 2,00 para produzir mercadorias, que vende por R$ 4,00.
• O ciclo recomeça, mas dessa vez o capitalista terá R$ 3,00 para investir (e não
R$ 2,00); ou seja, seu capital aumentou. Desse modo, ele produzirá mercadorias
que poderá vender por R$ 6,00, e, assim, sucessivamente.
Com isso, você tem uma ideia do que é a concentração de capital: ela significa
o aumento do volume do capital.
Por que isso acontece? Na disputa entre as empresas pela obtenção dos merca-
dos, quem é maior produz mais barato, pois tem ganhos de escala, ou seja, pode
vender uma quantidade grande de mercadoria.
Como assim? Muitos gastos de uma empresa serão os mesmos quando o negócio
cresce: o aluguel de um galpão não será diferente se tiver uma, duas ou dez má -
quinas funcionando; uma empresa maior pode negociar descontos na compra de
matérias-primas, uma vez que precisa de maiores quantidades delas; e assim por
diante. Essa situação é chamada de ganhos de escala.
78
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 93 10/03/15 11:15
UNIDADE 4
Mas não é só isso. Uma grande empresa tem outros recursos para “quebrar”
seus concorrentes e comprá-los. Devido a seus altos lucros acumulados, ela tem
condições de vender seus produtos, por um determinado período, com preço re-
duzido e forçar o prejuízo do rival. Essa estratégia funciona porque a empresa
recupera o lucro quando o concorrente deixa de existir.
Quando ocorre uma crise, geralmente a empresa grande tem mais meios de
sobreviver. Um exemplo é a maior facilidade que ela tem para conseguir crédito
bancário. Muitas vezes, ela aproveita esses momentos para comprar a preços
baixos os negócios dos concorrentes que enfrentam dificuldades.
A concorrência e o monopólio
De acordo com o que você estudou até aqui, os processos de concentração e
centralização se associam e se reforçam, isto é, os processos de concentração
de capitais em algumas grandes empresas se associam à redução do número de
empresas no mercado, resultando na seguinte tendência:
Concentração de capitais
(aumento do volume de capitais)
+
Centralização de capitais
(redução do número de empresas)
=
Empresas cada vez maiores e em menor número
79
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 94 10/03/15 11:15
UNIDADE 4
Quando isso acontece no capitalismo, diz-se que não é mais a concorrência que
prevalece no mercado, mas o monopólio, já que pequenas e médias empresas não
conseguem concorrer com as grandes. Formam-se as grandes corporações, que
tendem a absorver várias marcas que antes competiam entre si.
ATIVIDADE 1
As práticas do capitalismo monopolista
80
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 95 10/03/15 11:15
UNIDADE 4
Você conhece o jogo “Monopoly”, no Brasil também chamado de “Banco Imobiliário”? Nesse
jogo, os participantes compram e vendem propriedades. Com o passar das rodadas, aqueles
que conseguem comprar mais dessas propriedades causam a falência dos que têm menos.
Desse modo, o jogo reproduz a dinâmica do próprio capitalismo. Por esse motivo, seu nome
original é “Monopoly”.
“Holding – formada por uma empresa que controla uma série de outras empre-
sas do mesmo ramo ou de ramos diferentes. Esse controle acontece porque essa
grande empresa tem o controle da maior parte das ações das empresas menores.”
81
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 96 10/03/15 11:15
UNIDADE 4
• nome da holding;
• qual é/são a(s) empresa(s) que ela controla em dois ramos distintos (por exem-
plo, ramo alimentício, ramo de higiene etc.).
Holding:
Ramo Ramo
82
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 97 10/03/15 11:15
UNIDADE 4
Exportação de capitais
Quando as grandes empresas esgotam suas possibilidades de ampliação de
negócios no país de origem, elas precisam expandir seus mercados, investindo em
outros países.
Uma empresa que tem fábricas em outros países é uma multinacional, forma-
ção que, como já foi explicado, começou a ser adotada por capitalistas no final do
século XIX.
Essas empresas não precisam apenas de mercados, mas também de matérias-
-primas em grande escala. Por esse motivo, no final do século XIX, muitos países
menos desenvolvidos se especializaram na produção de alguns gêneros para expor -
tação, como café no Brasil, trigo e carne na Argentina, cobre no Chile etc.
Com isso, começou a ser desenhada uma divisão internacional da produção, de
acordo com a qual alguns países exportavam produtos industrializados e outros,
matérias-primas.
Um fator importante dessa nova configuração econômica é que muitos dos
negócios multinacionais precisam passar pelo controle do Estado. Nesse caso,
existem duas modalidades principais, pois com o capital internacional, isto é, o
dinheiro investido em outro país por uma empresa ou grupos de empresas, inclu-
sive bancos, pode-se:
• obter uma concessão (licença) para operar um serviço ou explorar uma área,
como iluminar uma cidade e cobrar tarifa ou explorar petróleo;
• emprestar dinheiro para o Estado, que deverá pagá-lo, posteriormente, com juros.
A dívida externa de um país surge dessa prática.
83
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 98 10/03/15 11:15
UNIDADE 4
ATIVIDADE 3
Multinacional
84
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 99 10/03/15 11:15
A partilha do mundo TEMA 3
Você já deve ter percebido a mania que muitos brasileiros têm de achar que
tudo que vem de fora do país é melhor, não é mesmo?
Mas será que isso é verdade? Por que será que essa imagem de que os europeus
e os estadunidenses são superiores e de que os brasileiros têm de se submeter a
eles ficou gravada na cabeça de tantas pessoas?
Escreva, nas linhas a seguir, o que você sabe sobre esse assunto.
85
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 99 10/03/15 11:15
UNIDADE 4
A expansão do imperialismo
A história da chegada do capitalismo a outros países e outras regiões fora da
Europa nem sempre aconteceu pacificamente. Quando encontravam resistência,
muitas vezes, os países capitalistas adotavam a guerra como meio de abrir portas
para seus negócios.
Por esse motivo, a Inglaterra, que era a grande potência mundial no século XIX
(como os Estados Unidos são hoje), envolveu-se em conflitos em todos os continentes.
Assim, como já foi visto, a expansão do capitalismo pelo mundo deu início
a uma nova colonização, baseada em relações capitalistas, que ficou conhecida
como “imperialismo” ou “neocolonialismo”.
© Bridgeman Art Library/Keystone
Jornal francês Le Petit Journal, final do século XIX. A colonização europeia é reproduzida conforme a
visão eurocentrista: soldados levantam a bandeira francesa, afirmando o domínio europeu, e,
ao fundo, a fumaça sugere que a colonização não foi pacífica.
86
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 99 10/03/15 11:15
UNIDADE 4
O Ocidente na Ásia
A região da Índia, onde os portugueses tiveram feitorias (entrepostos comer -
ciais, geralmente fortificados e instalados em zonas costeiras) entre os séculos
XVI e XVIII, foi colonizada pela Inglaterra no século XIX. Na realidade, a Índia não
era um país unido, mas sim composto de diferentes reinos, línguas e etnias. Para
estabelecer sua dominação, os ingleses souberam explorar a seu favor a rivalidade
entre os diferentes reinos, assim como as tensões entre diferentes grupos sociais.
© GL Archive/Alamy/Glow Images
87
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 99 10/03/15 11:15
UNIDADE 4
Os ingleses tiveram forte presença na Índia desde o século XVIII, situação que
causou diversas revoltas entre os indianos. A principal delas foi a Guerra dos Cipaios
(“cipaios” era o nome dado aos soldados indianos), em 1857. Os rebeldes foram repri-
midos em 1859 e a Índia passou a ser administrada diretamente pelos ingleses.
© American Art Association of New York/Biblioteca do Congresso, Washington, EUA
Execução de rebeldes cipaios pelas tropas britânicas. Fotogravura da pintura de Vasily Vereshchagin,
c. 1884. Biblioteca do Congresso, Washington, EUA.
Em 1841, os ingleses provocaram uma guerra para forçar o livre-comércio com a China. Esse con-
flito ficou conhecido como a Guerra do Ópio. Os ingleses, que produziam ópio em grande quan-
tidade na Índia, forçaram a legalização da droga no território chinês. O ópio é uma droga feita
com base em algumas espécies da papoula e provoca euforia, seguida de cansaço físico e mental.
Em 1839, as autoridades chinesas haviam jogado 20 mil caixas de ópio ao mar. Em resposta, a
Inglaterra exigiu indenização. Como a China não aceitou, os ingleses declararam guerra. Der-
rotada, a China assinou o Tratado de Nanquim, abrindo seus portos ao livre-comércio e entre-
gando a ilha de Hong Kong à Inglaterra. O vício do ópio difundiu-se entre os chineses, e Hong
Kong só foi devolvida à China em 1997.
88
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 99 10/03/15 11:15
UNIDADE 4
A divisão da África
Entre 1884 e 1885, 14 países europeus, além dos Estados Unidos e da Rússia,
reuniram-se na cidade alemã de Berlim. Eles pretendiam entrar em acordo sobre
a “partilha da África” entre os países presentes, pois o continente africano era
rico em matérias-primas e recursos minerais, além de ser um potencial mercado
consumidor dos produtos das indústrias europeias.
A partilha foi feita de acordo com a relação de forças entre os países na época:
Inglaterra e França ficaram com as maiores áreas. A Alemanha, país recentemente
unificado e que estava em ascensão econômica e militar, também foi contemplada
com diversas colônias, embora não tivesse ficado satisfeita com essa partilha. Países
menores não receberam territórios.
1914
Estados independentes
Possessões:
alemãs
belgas
britânicas (domínios,
colônias e protetorados)
espanholas
Ateliê de Cartografia da Sciences Po, 2012
francesas (departamento
argelino, colônias e protetorados)
italianas
portuguesas
Império Otomano
89
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 99 10/03/15 11:15
UNIDADE 4
Portugal foi uma exceção, pois mantinha ocupações na África desde o tempo
das Grandes Navegações, no final do século XV, e possuía territórios nos quais
seu domínio já estava consolidado.
Em primeiro lugar, essa divisão não respeitou a história nem os vínculos étnicos e
familiares dos habitantes locais. Como resultado, muitas etnias ficaram divididas em
vários países. O contrário também aconteceu: etnias diferentes e, muitas vezes, que
viviam conflitos históricos, foram reunidas em um mesmo território. Essa situação está
na raiz de muitos conflitos étnicos que se estendem no continente até os dias atuais.
© Bettmann/Corbis/Latinstock
90
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 99 10/03/15 11:15
UNIDADE 4
História – Volume 2
A partilha da África
O vídeo, que você recebeu com o material, apresenta a ação imperialista europeia sobre a
África no final do século XIX, destacando a partilha do continente entre as grandes potências
europeias. Ele relaciona a divisão do continente aos problemas africanos atuais, entre eles a
miséria e os conflitos étnicos.
Em sua opinião, essa intervenção na África nos dias atuais é favorável para a
população africana?
91
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 99 10/03/15 11:15
UNIDADE 4
ATIVIDADE 1
Colonialismo e ideologia
Cecil Rhodes (1853-1902) foi um dos mais conhecidos agentes do colonialismo
inglês no final do século XIX. Seus negócios no sul da África adquiriram tamanha
proporção que deram seu nome a um país da região: a Rodésia, cujo nome foi
mudado em 1980 para Zimbábue.
Observe a charge a seguir, que representa o colonialista Cecil Rhodes segurando
a linha telegráfica que se estendia do Egito até o sul da África.
© Heritage Images/Diomedia
O mundo já está totalmente loteado, e o pedaço que sobrou está sendo dividido,
conquistado e colonizado [...]. Eu conquistaria os planetas, se pudesse, sempre
penso nisso. Entristece-me vê-los tão claros e ainda tão distantes.
Apud: HUBERMAN, Leo. Man’s Worldly Goods: the story of the wealth of nations.
The Leo Huberman People’s Library, p. 268. Tradução: Eloisa Pires.
92
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 99 10/03/15 11:15
UNIDADE 4
93
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL2.indb 99 10/03/15 11:15
CESEC DE
ITAMARANDIBA
HISTÓRIA
Ensino Fundamental
Módulo III
(3° Teste)
HISTÓRIA
SUMÁRIO
1
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 7 10/03/15 11:28
Caro(a) estudante,
O Volume 3 é dedicado ao estudo do século XX. Nele, é apresentado o período
histórico que se inicia em 1914, com a 1 a Guerra Mundial, e que se estende até o
episódio que ficou conhecido como Guerra Fria.
Na Unidade 1, você estudará a 1a Guerra Mundial (1914-1918) e a Revolução
Russa (1917), que tiveram grande impacto no mundo todo.
Essa experiência russa, que pretendia instalar um Estado de operários e cam-
poneses para construir o comunismo, despertou sentimentos contraditórios: ins-
pirou trabalhadores que queriam seguir a proposta comunista e, ao mesmo tempo,
gerou pânico entre aqueles que defendiam a ordem capitalista. A situação ficou
mais delicada com a crise econômica do capitalismo, precipitada pela quebra da
Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929, Tema que será tratado na Unidade 2.
Nessa Unidade, você verá que, como resposta à crise, em alguns países capitalis-
tas, reforçou-se o papel do Estado, como nos Estados Unidos da América (EUA) e
na Grã-Bretanha. Em outros países, foram instituídos regimes autoritários, como o
fascismo na Itália e o nazismo na Alemanha.
O fortalecimento do nazismo na Europa, as questões imperialistas não resolvidas
ao fim da 1a Guerra Mundial e o crescimento do anticomunismo podem ser consi-
derados as principais motivações para o início da 2 a Guerra Mundial, assunto que
será estudado na Unidade 3. Nela, você verá que, ao final da 2a Guerra Mundial, duas
grandes potências despontaram e passaram a disputar a Hegemonia
hegemonia do mundo: os EUA, país capitalista, e a União
Poder de uma nação sobre
das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), socialista. as outras, superioridade,
Nesse período, os EUA e a URSS desenvolveram a tecnolo- supremacia.
gia nuclear. O antagonismo entre o capitalismo estaduni-
dense e o socialismo soviético desencadeou o que ficou conhecido na História como
Guerra Fria, que influenciou lutas sociais e políticas em vários países após o fim da
2a Guerra Mundial.
Por fim, você verá, na Unidade 4, que as diversas lutas pelo fim da dominação
colonial dos países europeus na Ásia e na África se tornaram vitoriosas. Estudará
também que, na América Latina, a Guerra Fria acentuou-se após o triunfo da Revo-
lução Cubana em 1959 e que, nos anos seguintes, golpes militares foram apoia-
dos pelos EUA sob a alegação de combate ao socialismo soviético. Isso aconteceu,
por exemplo, no Brasil e interrompeu inúmeros processos de mudança social que
questionavam o modelo capitalista vigente.
Como você pode perceber, a História do século XX foi bastante intensa do ponto
de vista social, político e econômico, e contribuiu para definir o modo como a
sociedade atual vive e se organiza.
Bons estudos!
3
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 8 10/03/15 11:28
O INÍCIO DO SÉCULO XX: A 1a GUERRA
HISTÓRIA
UNIDADE 1
MUNDIAL E A REVOLUÇÃO RUSSA
TEMAS
1. Os motivos da 1a Grande Guerra
2. A 1a Guerra Mundial
3. As raízes da Revolução Socialista
4. A Revolução Russa
5. O nascimento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
Introdução
Na primeira parte da Unidade, você vai estudar a 1a Guerra Mundial (1914-
-1918). Na sequência, será analisada a Revolução Russa (1917). Esses dois grandes
eventos marcaram a História do mundo ao longo do século XX.
Neste Tema, você vai estudar os principais motivos que levaram a Europa à
guerra, em um contexto de choque de interesses entre capitalistas de diferentes
países, bem como de conflitos nacionalistas e imperialistas.
Caso você não se lembre, consulte o Caderno do Volume 2 para ver como o
capitalismo se formou e se consolidou na Europa, dando origem ao imperialismo
no final do século XIX. Com o imperialismo, o
Imperialismo
capitalismo se expandiu para fora da Europa,
Conjunto de práticas de dominação
explorando outras áreas do mundo, especial- política e econômica e de conquista
mente Ásia, África e também América Latina. territorial por parte de alguns países
Como consequência, quando os países que sobre outros. Se precisar rever esse
assunto, leia-o na Unidade 4 do
lideravam a expansão do capitalismo entra- Volume 2.
ram em conflito entre si, envolveram todos
4
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 9 10/03/15 11:28
UNIDADE 1
os continentes, ainda que o centro dos acontecimentos tenha sido a Europa. Foi o
que ocorreu na 1a Guerra Mundial.
• Quais foram os principais países envolvidos nesse conflito? Por que esses países
se envolveram?
Escreva o que você sabe sobre esses assuntos nas linhas a seguir.
5
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 10 10/03/15 11:28
UNIDADE 1
Leia o texto inteiro tentando responder à seguinte questão: “Do que trata o
texto?”. Somente após essa compreensão, retome a leitura, grifando com o lápis
as informações que julgar essenciais para identificar os motivos que levaram à
1a Guerra Mundial.
A disputa pelas áreas coloniais criou rivalidades entre os diferentes países euro-
peus, aumentando a tensão entre eles. Esse clima conflituoso agravou-se com a
entrada da Alemanha no campo de disputas.
6
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 11 10/03/15 11:28
UNIDADE 1
corrida imperialista, até então liderada pela Inglaterra e França, a Alemanha que-
brou o velho equilíbrio de forças europeu, aumentando as oposições entre as gran-
des potências europeias.
7
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 12 10/03/15 11:28
UNIDADE 1
8
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 13 10/03/15 11:28
UNIDADE 1
9
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 14 10/03/15 11:28
UNIDADE 1
ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática, 2008, p. 27. Mapa original (mantida a grafia).
1
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 15 10/03/15 11:28
0
UNIDADE 1
Você conheceu até agora os vários motivos que levaram grande parte dos paí-
ses europeus à 1a Guerra Mundial, responsável por uma enorme perda populacio-
nal e destruições materiais. Entre esses motivos estão: as disputas imperialistas
(isto é, disputas econômicas e políticas por dominação de territórios, que seriam
fontes de matérias-primas para a indústria e mercados consumidores) e os con-
flitos étnicos e nacionalistas (ou seja, entre povos que se julgavam melhores que
outros por estes apresentarem características diferentes).
Agora, pense nos conflitos atuais e procure lembrar as informações que você vê
na TV ou nos jornais, por exemplo, sobre as guerras no Oriente Médio. Você poderá
observar que os motivos das disputas ainda são as fontes de riquezas econômicas (no
caso atual, o petróleo) e que, em algumas situações, as justificativas continuam sendo
étnicas e religiosas, como no conflito entre palestinos e israelenses no Oriente Médio.
Você vê sentido para que existam guerras no mundo? Que caminhos podem ser
trilhados para que se evitem futuras guerras?
11
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 16 10/03/15 11:28
UNIDADE 1
a
TEMA 2 A 1 Guerra Mundial
Neste Tema, você vai estudar a 1 a Guerra Mundial, os motivos para o seu fim e
suas consequências para a História da Europa e do mundo.
Você já viu filmes de guerra nos quais os soldados ficavam se protegendo den-
tro de trincheiras, avançando pouco a pouco, desviando de balas e explosivos?
A guerra de trincheiras foi um tipo de batalha que marcou a 1 a Guerra Mundial.
Você tem algum conhecimento de como é uma guerra de trincheiras? Escreva, nas
linhas abaixo, o que você sabe sobre esse assunto.
12
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 16 10/03/15 11:28
UNIDADE 1
O conflito
A 1a Guerra Mundial foi um conflito de grande dimensão na História. Embora
outros confrontos tenham durado mais tempo do que a 1a Guerra Mundial,
nenhum envolveu tantas pessoas, direta ou indiretamente, até aquele momento.
Protagonizada por alguns dos países mais industrializados do mundo, a guerra
mobilizou toda a estrutura econômica e social das nações que dela participavam.
Até aquele momento, nunca se havia lutado com tantos recursos. E esses recur-
sos apoiavam-se em um desenvolvimento tecnológico que ampliava o alcance e
o tamanho da destruição. Estima-se que mais de 8,5 milhões de pessoas tenham
morrido na guerra (cf. PBS, disponível em: <http://www.pbs.org/greatwar/resour-
ces/casdeath_pop.html>. Acesso em: 13 mar. 2014).
Inicialmente, a dinâmica da guerra mostrou um equilíbrio entre o poder militar
da Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria e Itália) e da Tríplice Entente (Grã-
-Bretanha, França e Rússia). Após anos de luta nas trincheiras, que eram abrigos ou
proteções escavados na terra para que os soldados pudessem se proteger, o entu -
siasmo nacionalista que motivara os primeiros combates foi diminuindo.
13
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 1
Por causa do processo revolucionário interno que vivia, a Rússia saiu da guerra,
após assinar com a Alemanha o tratado de paz de Brest-Litovsky, cujas condições de
paz eram penosas para os russos. O exemplo da Revolução Russa, como você verá no
próximo Tema, tornou-se um estímulo para muitos soldados e operários de outros
países e, ao mesmo tempo, foi motivo de preocupação para diversos chefes de Estado
aliados à classe burguesa dominante, que temiam uma revolução social no seu país.
Além disso, depois de 1917, os EUA, que até então só participavam do esforço
econômico da guerra, apoiando principalmente os ingleses e os franceses com
envio de mantimentos e armas, aderiram ao confronto, aliando-se à Tríplice
Entente. Foi uma mudança decisiva: a entrada de tropas estadunidenses (ou seja, o
apoio de uma das maiores potências econômicas mundiais) desempatou a guerra a
favor da Tríplice Entente. O fato de a Itália ter mudado de lado também contribuiu
para o enfraquecimento da Tríplice Aliança.
14
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 1
15
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 1
Tirol e da Ístria. Nesse contexto, a Itália assinou um tratado de não agressão com
a França e com a Rússia, tornando frágil sua posição na Tríplice Aliança. Como os
italianos não tiveram suas reivindicações territoriais atendidas ao final da guerra,
isso foi explorado posteriormente pelo fascismo.
VEJA como a Primeira Guerra mudou o mapa da Europa. Folha de S. Paulo, Mundo, 11 nov. 2008, 02h28.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u466294.shtml> (Acesso restrito). Acesso em: 13 mar. 2014.
Mapa original (base cartográfica com generalização; algumas feições do território não estão representadas). A Prússia, que li derou a
unificação da Alemanha no final do século XIX, era um dos Estados alemães em 1919. Além disso, a União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS) somente se constituiu em 1922, tendo a Rússia como seu maior Estado e Moscou como sua capital [nota do editor].
• abrir mão de todas as suas colônias na África e Ásia para serem divididas entre
os países vencedores (principalmente, França e Inglaterra);
16
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 1
• ter seu território separado em duas partes por um corredor de terras que dava
acesso para o mar à Polônia (corredor polonês).
Para muitos alemães, a assinatura desse tratado significou uma humilhação
que deveria ser reparada assim que possível. Esse foi um dos aspectos que favore -
ceram o crescimento do nazismo e que acabaram dando origem a outro conflito de
grandes proporções: a 2a Guerra Mundial.
Em sua opinião, atualmente a ONU tem feito um trabalho eficaz para o estabe-
lecimento da paz mundial e a efetivação dos direitos humanos? Por quê?
É possível afirmar que, tal como a Liga das Nações, a ONU é impotente diante
dos interesses que impulsionam as nações aos conflitos? Por sua vez, sem a exis-
tência da ONU, os conflitos mundiais não poderiam ser maiores ainda?
17
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 1
IV – A 1a Guerra Mundial caminhou para seu desfecho com a entrada dos EUA ao
lado da Tríplice Entente.
a) I, II e III.
b) II, III e IV.
c) II, IV e V.
d) III, IV e V.
18
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
TEMA 3 As raízes da Revolução Socialista
Você já ouviu falar da Revolução Russa? Essa revolução, que ocorreu em 1917,
derrubou o capitalismo na Rússia e estabeleceu um governo socialista, cujo poder
estava nas mãos dos trabalhadores.
Se você nunca ouviu ou leu nada sobre o assunto, assista, se possível, ao do-
cumentário Eles se atreveram: a Revolução Russa de 1917 (direção de Contraimagem/
Instituto del Pensamiento Socialista “Karl Marx”, 2007), que pode ser encontrado
na internet.
Agora, escreva, nas linhas a seguir, o que você sabe sobre esse assunto.
19
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 1
A Rússia pré-revolucionária
Embora a eclosão da Revolução Russa de outubro de 1917 estivesse relacionada à
1a Guerra Mundial, suas raízes eram mais profundas e suas consequências para o
mundo foram duradouras. A tentativa da Rússia de construir uma sociedade diferente
da sociedade capitalista e orientada inicialmente por valores comunistas dividiu a
política, ao longo do século XX, em dois lados opostos: os que se sentiam estimulados
pelo exemplo russo e os que nele enxergaram uma tragédia que deveria ser evitada.
Mas como foi possível acontecer uma revolução operária na Rússia, que era um
dos países mais desiguais socialmente e menos desenvolvidos economicamente da
Europa no começo do século XX?
20
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 1
A Rússia era, no século XIX, do ponto de vista econômico e social, uma das nações
mais atrasadas da Europa. Assim mesmo, era considerada uma potência, como Ingla-
terra, França, Alemanha e Império Austro-húngaro, devido à sua vasta extensão
territorial e à unidade política do Império, controlado pelo czar.
A maioria da população russa era camponesa e sofria a exploração dos grandes
proprietários rurais, que submetiam essa enorme massa de trabalhadores à servi-
dão, abolida apenas em 1861. Além disso, o Império Russo reprimia as liberdades
civis (como a liberdade de imprensa, o direito de ir e vir, a liberdade de associação
etc.), apoiava a exploração do trabalho camponês e operário e oprimia, em seu ter-
ritório, os judeus e as minorias nacionais não russas, como os poloneses, asiáticos,
ucranianos, georgianos, armênios e tártaros.
Desse modo, conviveram na Rússia uma população rural que trabalhava a terra
em condições de atraso técnico e opressão senhorial, e um crescente operariado
envolvido com as indústrias que também era explorado por seus patrões.
21
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 1
História – Volume 3
A Revolução Russa
O vídeo aborda a Revolução Russa, seus antecedentes e suas principais consequências. Você
vai entrar em contato com personagens históricas, como Lênin, Trotski e Josef Stálin, e vai
entender a importância desse movimento revolucionário para o século XX.
É um ótimo vídeo para que você compreenda mais sobre este e os próximos Temas explicados
neste Caderno.
Você viu que as condições de exploração e opressão exercidas pelo czar sobre
o povo trabalhador russo contribuíram para a insatisfação popular e sua organiza -
ção para uma revolução. Você acha que essas condições existem atualmente em
outros países do mundo? Você acha que hoje em dia seria possível acontecer uma
revolução do mesmo tipo da que ocorreu na Rússia? Por quê?
ATIVIDADE 1
Motivos para a revolução
De acordo com o texto A Rússia pré-revolucionária, escreva, a seguir, alguns dos
principais motivos que levaram a Rússia à revolução.
22
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
A Revolução Russa TEMA 4
Este Tema vai apresentar o processo revolucionário russo de outubro de 1917, que
levou os trabalhadores a tomar o governo de um país pela primeira vez na História.
Escreva, a seguir, o que você sabe sobre esse assunto. Em sua opinião, essas
organizações são importantes para os trabalhadores?
23
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 1
O processo revolucionário
Em 9 de janeiro de 1905, uma passeata pacífica que reivindicava aumento de
salários e redução na jornada de trabalho seguia em direção ao Palácio Imperial,
em São Petersburgo, mas foi brutalmente massacrada pela guarda imperial do czar.
Esse acontecimento ficou conhecido como “Domingo sangrento”. Após esse episó-
dio, uma onda de protestos e greves espalhou-se pelo país e a popularidade do czar
entrou em declínio.
24
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 1
25
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 1
26
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 1
da Duma era composto [...] por burgueses e não tinha qualquer relação com as
massas revolucionárias.
[...] os Sovietes eram na altura compostos por operários e soldados; pouco depois
formaram-se Sovietes de camponeses. [...]
Contudo, havia dois pontos cruciais para o povo russo Reforma agrária
que o Governo Provisório se mostrou incapaz de resol-
Processo de redistribui-
ver: a reforma agrária e a intenção de retirada do país da ção de terras, tendo em
1a Guerra Mundial. Esses motivos alimentavam a espe- vista sua função social,
ou seja, transformar
rança de que os Sovietes pudessem ser um instrumento
o camponês que nela
de mudança social eficaz. vive e trabalha na con-
dição de em pregado,
Em meio a essa situação, líderes revolucionários, como em proprietário. Cabe
Vladimir Lênin, aproveitaram-se do perdão concedido ao Estado prom over
essa r edi s tri b ui ção
pelo Governo Provisório e deixaram o exílio, voltando,
da terra, seja expro-
assim, para a Rússia. Defendendo o lema de “Paz, terra e priando terras ou com-
pão”, a influência dos bolcheviques crescia sobre os Sovie- prando.
tes, com base na relação de confiança que haviam estabe-
lecido com organizações operárias durante o czarismo.
27
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 1
Em agosto de 1917, houve uma tentativa de golpe militar na Rússia que só pôde
ser barrada pela atuação decisiva dos Sovietes. Como resultado do fracasso do golpe,
duas coisas ficaram claras para os revolucionários: a fragilidade do Governo Provisório
e a força dos Sovietes. Assim, naquele momento, sob a liderança dos bolcheviques, os
Sovietes começaram a articular uma ação para a tomada efetiva do poder, realizada em
25 de outubro daquele ano. Nesse dia, tropas populares lideradas por Trotski ocuparam
os principais edifícios da capital e o Governo Provisório foi obrigado a renunciar.
ATIVIDADE 1
A revolução
28
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
O nascimento da União das Repúblicas
TEMA 5 Socialistas Soviéticas
Neste Tema, você vai estudar como a Rússia se transformou durante e após
a revolução, dando origem a uma grande potência mundial que foi referência
ao longo de toda a História do século XX: a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
(1922-1991).
Você já ouviu falar da antiga União Soviética? Caso não, pesquise em biblio-
tecas, na internet ou pergunte às pessoas mais velhas. Em seguida, escreva as
informações obtidas sobre esse assunto.
29
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 1
A Rússia revolucionária
Os revolucionários russos que assumiram o poder em outubro de 1917, lide-
rados por Vladimir Lênin, defendiam um projeto político inspirado nas ideias de
Karl Marx, teórico e crítico radical do capitalismo. Como substituição ao sistema
econômico capitalista, eles propunham a construção de uma sociedade comunista,
sem patrões nem empregados, sem propriedade privada e sem Estado, como um
projeto para o mundo e não somente para um país.
Expropriação dos
Divisão da sociedade capitalistas e divisão Fim das classes sociais:
em classes. dos recursos por meio de todos são produtores.
serviços públicos do Estado.
30
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 1
31
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 1
Assim, os bolcheviques não tiveram trégua. Antes mesmo de quase ser encerrada
a 1a Guerra Mundial, a revolução precisou formar um exército popular, conhecido
como Exército Vermelho, para enfrentar os contrarrevolucionários russos e seu Exército
Branco, apoiado por ingleses, estadunidenses, franceses e japoneses, entre outros.
32
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
42 UNIDADE 1
Você pode pesquisar, nos Cadernos dos Volumes 1 e 2, que o Estado moderno
foi constituído com base na concentração do poder político nas mãos de um
monarca absoluto. Após sua consolidação, tornou-se objeto de disputa de dife-
rentes grupos políticos e classes sociais que pretendiam assumir o governo da
sociedade em que viviam. Assim, dependendo da orientação ideológica e dos
interesses dos grupos que assumem o poder, a máquina estatal pode ser usada
para implementar preferencialmente certas políticas em detrimento de outras.
Não se trata de uma regra, mas se, por exemplo, a classe burguesa estiver no
poder, a tendência é que o Estado seja usado para garantir a proteção da proprie -
dade privada e promover o livre mercado, bem como garantir determinados direi-
tos civis e políticos.
Se o Estado estiver sob orientação socialista, existe uma grande possibilidade
de o governo promover os direitos econômicos e sociais, defendendo os interesses
do trabalhador por meio da promoção de serviços públicos de qualidade, como
saúde, educação e assistência social. É provável também que regule o mercado de
acordo com as necessidades da maioria da população, estipulando e controlando
salários e turnos de trabalho, juros e câmbio, entre outros.
Nas sociedades democráticas, nas quais os poderes Legislativo e Executivo defi-
nem o rumo político da sociedade pela votação de leis e estipulação de políticas a
serem implementadas, é mais comum existir maior pluralidade de grupos e classes
sociais no poder político. Por isso, o Estado tende a ser usado em diferentes direções,
tanto nas mais opressivas como nas mais promotoras dos interesses coletivos.
33
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 1 43
ATIVIDADE 1
O que aconteceu depois da revolução
34
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
HISTÓRIA
O PERÍODO ENTREgUERRAS
UNIDADE 2
TEMAS
1. A Crise de 1929
2. Os regimes autoritários
Introdução
Nesta Unidade, você vai estudar um período turbulento da História mundial: o
período entreguerras.
Ainda nessa Unidade, você viu que uma revolução socialista triunfou na Rússia
(Revolução Russa) e que ela se opunha ao sistema capitalista.
• a crise econômica do capitalismo, que teve seu ponto central na quebra da Bolsa
de Valores de Nova Iorque, em 1929;
35
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
TEMA 1 A Crise de 1929
Neste Tema, você vai estudar como foi o processo que levou à crise do capita-
lismo, com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque em 1929. Você também
identificará as consequências dessa crise para a economia de vários países, tanto
na América quanto na Europa.
36
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 2
37
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 2
Mesmo em países nos quais a pressão dos trabalhadores não era forte para
ameaçar o capitalismo, houve mudanças significativas com o final da 1a Guerra
Mundial. Um exemplo disso são os impérios que deixaram de existir, como o Turco-
otomano, o Austro-húngaro, o Russo e o Alemão.
Em todas essas situações, as monarquias (que eram países governados por reis)
foram substituídas por repúblicas (países governados por representantes escolhidos
pela população).
38
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 2
A entrada de dinheiro nos EUA (por causa dos pagamentos das dívidas dos
países europeus) permitiu o investimento em sua indústria e agricultura, que se
expandiram bastante no início da década de 1920.
39
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 2
Essa não foi, contudo, a primeira e nem a última crise econômica mundial.
De modo geral, para entender as crises do capitalismo e, em especial, a Crise de
1929, é preciso que se leve em consideração as causas imediatas que lhe deram
origem, mas também a forma como o capitalismo se organiza. Desse modo, pode-
-se dizer que dentro da própria organização do capitalismo estava a semente que
originaria a Crise de 1929.
Em 2007, iniciou-se uma grave crise econômica nos países mais desenvolvidos e que afetou
todo o mundo.
Assim como em 1929, essa crise, que havia começado em 2007, atingiu um dos lugares-
-símbolo do capital financeiro mundial: a rua conhecida como Wall Street, o centro finan-
ceiro de Nova Iorque. Em 2011, Wall Street foi palco de manifestações que, por meio da
internet, ficaram conhe-
cidas pelo mundo: o cha-
mado O ccu p y (ocupar ,
© Craig Ruttle/AP Photo/glow Images
40
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 2
Com essa crise, muitas empresas quebraram e, como consequência, diversos tra-
balhadores ficaram desempregados. Tanto a distribuição irregular de renda quanto o
desemprego foram fatores que diminuíram a capacidade de consumo da população.
41
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
52 UNIDADE 2
Outro elemento que contribuiu para a crise foi o avanço do próprio sistema pro-
dutivo das empresas capitalistas. O taylorismo e o fordismo constituíram os típicos
modos de produção capitalista, nos quais a fabricação é feita em série na tentativa
de agilizar o processo produtivo, visando a maior lucratividade. Porém, muitas
vezes, a produção é excessiva e não há demanda (procura) ou consumo suficiente,
o que gera uma crise de superprodução.
Mundo do Trabalho
Organização do trabalho
O vídeo mostra como se deu a reorganização do trabalho nas sociedades capitalistas com base
nas ideias de Frederick Taylor e Henry Ford, que tinham como objetivo fazer uma empresa
produzir no menor tempo e com o menor desperdício de materiais, a fim de aumentar a pro-
dutividade.
42
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 2
© Mary Evans/Diomedia
Com a quebra
da Bolsa de
Valores de
Nova Iorque,
pessoas
correram
aos bancos
para tentar
resgatar suas
aplicações.
43
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 2
Assista ao filme Loucura americana (American madness, direção de Frank Capra, 1932). Ele narra o
momento da Crise de 1929 sob o ponto de vista de um diretor de banco que sofre enorme pres-
são por causa da crise que atinge os EUA e, por consequência, afeta o banco em que ele trabalha.
Outro filme interessante sobre esse assunto se chama Vinhas da ira (The grapes of wrath, direção
de John Ford, 1940). Nele, o ponto de vista é o de uma família de trabalhadores rurais que busca
novas oportunidades, mas se depara com as dificuldades provenientes do momento da crise.
Ao vê-los, você terá a oportunidade de conhecer pontos de vista diferentes sobre esse momento
tão conturbado da História.
44
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 2
que vendiam para esse país muito do que produziam e dele importavam boa parte
do que precisavam.
Mas quando a nação estadunidense entrou em crise econômica, ela não pôde
mais consumir os produtos desses países e nem fornecer-lhes suas mercadorias.
Dessa forma, todos foram atingidos economicamente em função da crise econô-
mica pela qual os EUA passavam.
Foi o que aconteceu, por exemplo, no Brasil, que na época usava grande parte
das suas terras produtivas e da sua força de trabalho para plantar café que seria
vendido aos EUA. Portanto, quando os estadunidenses pararam de comprar
café, muitos proprietários brasileiros faliram e vários trabalhadores ficaram sem
emprego. Esse é um exemplo de como a crise desencadeada naquele país repercu-
tiu no capitalismo mundial.
O efeito imediato dessa crise foi a recessão econômica. Um país entra em reces-
são quando sua economia não vai bem, momento em que as taxas de consumo e a
oferta de empregos diminuem, o que contribui ainda mais para a falência de vários
negócios e o aumento do desemprego. Durante a Crise de 1929, fábricas foram
fechadas, enquanto banqueiros, apoiados pelas leis, confiscavam as terras dos
agricultores, que não conseguiam quitar seus empréstimos bancários.
História – Volume 3
A Crise de 1929
Esse vídeo mostra a Crise de 1929 e como seu raio de influência foi amplo, afetando a economia
e a política mundial, com repercussão inclusive na América Latina. O vídeo trata também do
New Deal, nome dado a uma série de medidas implantadas pelo governo do presidente estadu-
nidense Franklin Roosevelt, que tinha o objetivo de recuperar e reformar a economia dos EUA,
além de auxiliar os afetados pela Grande Depressão.
45
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 2
Nos EUA, com a vitória do candidato democrata Franklin Delano Roosevelt nas
eleições de 1932, foi implantado o programa conhecido como New Deal (em portu-
guês, “Novo Acordo”). Sua proposta central foi a de reativar a economia por meio
da iniciativa do Estado. Realizaram-se inúmeras obras públicas, visando a empre-
gar trabalhadores e injetar dinheiro na produção, ao mesmo tempo em que eram
oferecidos créditos e energia barata para os agricultores. Depois de alguns anos, o
New Deal conseguiu melhorar a situação econômica do país.
46
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 19 10/03/15 11:28
UNIDADE 2 57
Em seu discurso de posse, em 1933, o presidente dos EUA, Franklin Delano Roosevelt, tentou
encorajar seus compatriotas: “O único medo que devemos ter é do próprio temor. Uma multidão
de cidadãos desempregados enfrenta o grave problema da subsistência e um número igualmente
grande recebe pequeno salário pelo seu trabalho. Somente um otimista pode negar as realidades
sombrias do momento.”
O problema que atemorizava os EUA, cujos efeitos foram desemprego e baixos salários, referido
pelo presidente Roosevelt, era:
a) a Primeira Guerra Mundial, em que os EUA lutaram ao lado da Tríplice Entente contra a
Tríplice Aliança, obtendo a vitória após três anos de combate. Entretanto, a vitória não trouxe
crescimento econômico, mas, sim, desemprego e fome.
b) a Segunda Guerra Mundial, quando os norte-americanos lutaram ao lado dos Aliados contra o
Eixo nazifascista. Embora vencedores, o ônus financeiro da guerra foi muito pesado.
c) a Guerra do Vietnã, quando os EUA apoiaram o Vietnã do Sul contra o avanço comunista do
Vietnã do Norte, tendo gasto milhões de dólares em uma guerra infrutífera.
d) a depressão de 1929, causada pela existência de uma superprodução, acompanhada de um
subconsumo, crise típica de um Estado Liberal.
e) a primeira Guerra do Golfo, quando o Iraque invadiu o Kuwait e os EUA, na defesa de seus
interesses petrolíferos, invadiram o Iraque na defesa de seu pequeno estado aliado.
Fonte: Instituto Federal de São Paulo (IFSP), 2011. Ensino Superior. Disponível em:
<http://www.ifsp.edu.br/index.php/component/content/article/62 -vestibular/1373-1o-semestre-de-2011.html>. Acesso em: 13 mar. 2014.
47
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 57 10/03/15 11:28
Os regimes autoritários TEMA 2
Neste Tema, você vai estudar a formação dos governos autoritários na Europa –
principalmente na Itália e na Alemanha –, fenômeno ocorrido no período entre-
guerras e relacionado à 2a Guerra Mundial, a qual aconteceria anos mais tarde.
Nazismo e fascismo
O estudo do nazifascismo, fenômeno que marcou diferentes países europeus,
deve ser entendido dentro do contexto da crise do capitalismo, que ocorreu no
final da década de 1920.
48
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 59 10/03/15 11:28
UNIDADE 2
49
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 60 10/03/15 11:28
UNIDADE 2
Os Camisas Negras
A crise que se abatia sobre a Itália levou muitas pessoas a procurar res-
ponsáveis sobre os quais pudessem jogar a culpa. Os alvos visados foram o s
trabalhadores organizados que defendiam o socialismo e o comunismo como
alternativas ao Estado burguês. A principal novidade política do fascismo foi a
capacidade de mobilizar as massas em sentido contrário ao das organizações
convencionais de trabalhadores (sindicatos, partidos, greves etc.).
Se, a princípio, o fascismo foi visto com desdém pela elite burguesa italiana,
ao longo da década de 1920, muitos dos burgueses passaram a apoiar o movi-
mento. A burguesia industrial e financeira, assim como os pequenos burgue -
ses que manejavam negócios de pouco volume, tinham receio de uma revolução
socialista e por isso começaram a sustentar o governo fascista.
50
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 61 10/03/15 11:28
UNIDADE 2
Jogadores italianos saúdam Mussolini antes da partida contra a seleção francesa, durante a Copa
do Mundo de Futebol de 1938, na França. Como o uniforme titular das duas equipes era azul, a
Itália deveria utilizar seu segundo uniforme, de cor branca. No entanto, Mussolini ordenou que a
equipe se vestisse de negro, em uma alusão aos Camisas Negras fascistas.
51
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 62 10/03/15 11:28
UNIDADE 2
Ainda em 1933, o Parlamento alemão aprovou um ato que deu ao chanceler amplos
poderes executivos e legislativos, primeiro passo para sua ascensão como ditador.
Era o começo do regime nazista e também da organização e do estabelecimento do
52
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 63 10/03/15 11:28
UNIDADE 2
Em 1934, com a morte do então presidente, Paul von Hindenburg, Hitler acumulou
os cargos de chanceler e presidente, tornando-se líder soberano da Alemanha nazista.
Do ponto de vista econômico, o capitalismo alemão apoiou-se na repressão
ao movimento operário para estabelecer um período de grande expansão. Em
vez de se oporem ao nazismo, algumas grandes corporações lucraram direta
53
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 64 10/03/15 11:28
UNIDADE 2
História – Volume 3
O fascismo e o nazismo
O vídeo aborda as condições que favoreceram a ascensão do fascismo e do nazismo após a
1a Guerra Mundial. Ele mostra como esses sistemas totalitários estão relacionados, entre outros
fatores, à crise do capitalismo, ao nacionalismo e à crise econômica que se abateu sobre os
países no pós-guerra, com desemprego e falências.
54
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 65 10/03/15 11:28
UNIDADE 2
Assista ao filme O grande ditador (The great dictator, direção de Charles Chaplin, 1940). Esse filme,
realizado durante a 2a Guerra Mundial, é uma sátira ao nazismo e ao fascismo.
ATIVIDADE 1
O eterno perigo do fascismo
Leia a notícia a seguir, publicada em 2012, sobre a situação da Grécia.
Xenófobo
Aquele que tem aversão ao estrangeiro, preconceito ou antipatia ao imigrante.
55
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 66 10/03/15 11:28
UNIDADE 2
De acordo com o que foi lido e com seus conhecimentos sobre o assunto, res-
ponda às seguintes questões.
1 Você considera que o perigo nazifascista já foi afastado ou acha que ele pode
ocorrer de novo? Por quê?
56
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
2a GUERRA MUNDIAL E GUERRA FRIA
HISTÓRIA
UNIDADE 3
TEMAS
1. Os antecedentes da 2a Guerra Mundial e a expansão nazista
2. A 2a Guerra Mundial
3. A Guerra Fria
Introdução
Nesta Unidade, você vai estudar a 2a Guerra Mundial (1939-1945) e a sua
principal consequência no pós-guerra: a oposição entre duas grandes potências
mundiais – Estados Unidos da América (EUA) e União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS) –, o que caracterizou a chamada Guerra Fria.
Nesta Unidade, você vai estudar que, devido ao grande poderio militar do
regime nazista, uma nova aliança foi articulada para combatê-lo. No entanto,
logo que foi encerrado esse conflito militar, a aliança entre os vencedores se
rompeu, dando início a uma oposição que marcou a segunda metade do século
XX: a Guerra Fria.
57
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
Os antecedentes da 2a Guerra Mundial e a
TEMA 1 expansão nazista
A resposta mais imediata a essa pergunta é que as causas que levaram à explo-
são da 2a Guerra Mundial estavam no fato de que os problemas que haviam gerado
a 1a Guerra Mundial ainda não haviam sido solucionados.
58
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
UNIDADE 3
Essa aliança não foi fácil nem imediata. Muitos historiadores entendem que
as potências liberais (como Inglaterra, França e EUA) toleraram a ascensão do
nazismo e seus primeiros movimentos de guerra esperando que eles pudes-
sem reprimir a agitação da esquerda na Europa e destruir o Estado soviético.
No entanto, quando ficou evidente que os nazistas tinham uma ambição maior,
a de estabelecer uma nova ordem mundial comandada por eles, a aliança final-
mente aconteceu entre Inglaterra, França, EUA e URSS.
59
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
UNIDADE 3
60
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
UNIDADE 3
ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática, 2008, p. 27. Mapa original (mantida a grafia).
A URSS seria constituída apenas a partir de 1922 [nota do editor].
61
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
UNIDADE 3
a) A defesa de uma nova ordem mundial mais democrática e livre dos elementos
indesejáveis da sociedade.
Sabendo-se que o compromisso assumido por Hitler em 1938, mencionado no texto acima, foi
rompido pelo líder alemão em 1939, infere-se que:
a) Hitler ambicionava o controle de mais territórios na Europa além da região dos Sudetos.
d) a política de Chamberlain de apaziguar o líder alemão era contrária à posição assumida pelas
potências aliadas.
e) a forma que Chamberlain escolheu para lidar com o problema dos Sudetos deu origem à destrui-
ção da Tchecoslováquia.
Enem 2008. Prova 1 – amarela. Disponível em:
<http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2008/2008_amarela.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2014.
62
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
a
TEMA 2 A 2 Guerra Mundial
Neste Tema, você vai estudar o processo histórico que caracterizou a 2 a Guerra
Mundial (1939-1945), compreendendo como foi o seu desenvolvimento e os moti-
vos que contribuíram para o seu fim. Vai ver também algumas de suas principais
consequências para o mundo.
Aliados Eixo
URSS Alemanha
EUA Itália
Inglaterra Japão
França
63
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
UNIDADE 3
O Eixo, composto por Alemanha, Itália e Japão, era formado por países que
desenvolveram o capitalismo um pouco mais tarde do que as primeiras nações
capitalistas – somente no fim do século XIX e início do século XX. Os integran-
tes do Eixo quase não possuíam colônias ou territórios que pudessem dominar
política e/ou economicamente.
64
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
UNIDADE 3
Em pouco tempo, ficou evidente que os planos do Terceiro Reich para o Leste
Europeu eram diferentes dos propostos para o restante do continente. Assim
como acontecia com outros povos, como os judeus, a ideologia nazista consi-
derava os eslavos uma raça inferior. Por isso, o “espaço vital alemão” (ou seja,
65
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
UNIDADE 3
NOAKES, Jeremy. (Ed.). Nazism, 1919-1945. v. 3. Exeter: University of Exeter Press, 1998, p. 645. Disponível em:
<http://germanhistorydocs.ghi-dc.org/map.cfm?map_id=3432>. Acesso em: 13 mar. 2014.
Mapa original. Tradução: Renée Zicman.
66
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
UNIDADE 3
A vitória soviética
Inicialmente, os nazistas avançaram de forma
rápida sobre o território soviético. Há indícios de
Leia O diário de Anne Frank,
que Josef Stálin tenha sido surpreendido pelo ataque
escrito por Anne Frank.
nazista, demorando, inclusive, para se convencer
Esse livro, publicado origi-
de que a invasão de fato acontecia. Do lado alemão,
nalmente em 1947, conta
a facilidade do avanço inicial deixou os nazistas eufó- as vivências de uma ado-
ricos. Impulsionados pelo rápido êxito que tiveram les ce nt e ju di a d ur a nte
os anos de p er s e gui çã o
na Europa Ocidental, os invasores germânicos acredi-
nazista, enquanto esteve
tavam que logo marchariam sobre a capital Moscou. escondida com sua famí-
Dessa vez, porém, os alemães se enganaram. lia em cômodos secretos e
no sótão de uma casa em
Nos campos de batalha, os soviéticos conse- Amsterdã, na Holanda. O
guiram se reerguer após uma derrota inicial que diário, escrito entre os anos
de 1942 e 1944, é um como-
quase acabou com seu exército. O Exército Verme-
vente relato sobre o impacto
lho, comandado pelo marechal Zhukov, derrotou as da 2a Guerra Mundial e do
tropas de Hitler na cidade de Stalingrado, no início nazismo na vida cotidiana
de 1943. Foi a primeira vez que o exército alemão das pessoas.
© Ria-novosti/Easypix
• o inverno rigoroso que
d i fic ultou o a b a ste c i -
mento e desloca mento
das tropas nazistas pela
densa neve e pelo excesso
de lama.
67
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
UNIDADE 3
Um dos motivos que explica essa reviravolta foi a tarefa monumental, rea-
lizada pelos soviéticos, que dificilmente poderia ser feita em um país no qual
prevalecesse a propriedade privada da grande indústria: eles transferiram grande
parte de seu parque produtivo para o leste do país, na retaguarda do Exército
Vermelho. Com isso, colocada a salvo das tropas alemãs, a indústria soviética
pôde se dedicar à produção de armas.
Assista ao filme O Resgate do Soldado Ryan (Saving Private Ryan, direção de Steven Spielberg, 1998).
O conflito no Pacífico
O Japão, assim como a Alemanha, industrializou-se tardiamente. E, como
potência industrial que precisava expandir seus mercados e explorar fontes de
matérias-primas, militarizou-se para conquistar novos territórios na Ásia e
no Pacífico.
68
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
UNIDADE 3
Protetorado japonês
Território ocupado
Estado aliado
Limites máximos da expansão japonesa (1942)
Incursões japonesas
Ofensiva aliada
ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática, 2008, p. 31. Mapa original (mantida a grafia).
Assista ao filme Pearl Harbor (Pearl Harbor, direção de Michael Bay, 2001). Ele representa o ata-
que japonês contra a base naval estadunidense de Pearl Harbor, no Havaí, que impulsionou
os EUA a entrar na guerra.
Veja também Cartas de Iwo Jima (Letters from Iwo Jima, direção de Clint Eastwood, 2006). Esse filme
representa uma das maiores batalhas entre japoneses e estadunidenses em uma ilha do Pacífico
durante a 2a Guerra Mundial.
ATIVIDADE 1
Fatos da guerra
69
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
UNIDADE 3
3 Com base no que você estudou, leia as afirmações a seguir e assinale a resposta
correta sobre o que motivou os japoneses a se envolver na guerra na Ásia e no Pacífico.
a) A necessidade de expandir seus mercados e explorar fontes de matérias-primas
para suas indústrias nessas regiões.
b) A necessidade de provar sua honra de samurai ao grande imperador japonês.
c) O ódio e o racismo que os japoneses sentiam em relação aos estadunidenses e
outros povos ocidentais.
O desfecho da guerra
Em julho de 1943, o líder fascista
Benito Mussolini foi deposto. Captu-
No começo da 2a Guerra Mundial, o Brasil
rado ao tentar fugir para a Suíça, ele adotou uma posição de neutralidade. Na
foi julgado e condenado à morte pelos época, o país vivia a ditadura comandada
partigiani (guerrilheiros antifascistas). A por Getúlio Vargas, simpático ao regime
rendição de alemães e japoneses tarda- fascista. No entanto, a pressão dos EUA
acabou se impondo e, em 1943, foi criada a
ria mais do que a dos italianos.
Força Expedicionária Brasileira (FEB). No ano
Até a invasão da Normandia, as seguinte, em torno de 25 mil soldados brasi-
principais tropas aliadas combateram leiros foram enviados à Itália, onde integra-
ram as tropas Aliadas e combateram ao lado
em territórios fora do espaço europeu.
do exército estadunidense.
Leia, na próxima página, quais foram
esses conflitos:
70
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
84 UNIDADE 3
• Os EUA, envolvidos na guerra desde dezembro de 1941, por causa do ataque japo-
nês a Pearl Harbor, combatiam, sobretudo, no Oceano Pacífico.
• A Grã-Bretanha lutava no Mar Mediterrâneo e no norte da África, onde conseguiu
abrir caminho para invadir a Itália.
Em 1944, os soldados Aliados desembarcaram na França. Isso favoreceu
o avanço das tropas soviéticas, que vinham pressionando, desde a Batalha de
Stalingrado, o exército alemão de volta ao seu território. Por ter de lidar com a
guerra em duas frentes (a oriental e a ocidental), o exército alemão começou a
enfraquecer. Quando os soviéticos ocuparam Berlim, a capital alemã, em abril de
1945, o líder nazista Adolf Hitler cometeu suicídio.
© Hulton-Deutsch Collection/Corbis/Latinstock
Era o fim do governo de Hitler, mas não da guerra: ainda restava a frente do
Pacífico, na qual se enfrentavam, desde o ataque a Pearl Harbor em 1941, principal-
mente, EUA e Japão.
Nesse momento da guerra, em que era quase certa a derrota do Japão, os EUA
lançaram uma bomba atômica na cidade japonesa de Hiroshima, em 6 de agosto
de 1945, causando a morte imediata de milhares de civis. A rendição japonesa já
se anunciava, mas, mesmo assim, três dias depois, os EUA atiraram uma segunda
bomba atômica, dessa vez na cidade de Nagasaki. As duas bombas mataram ins-
tantaneamente mais de 300 mil pessoas, além de terem deixado milhares de
sobreviventes com graves sequelas, como mutilações, queimaduras, mutações
genéticas e diversos tipos de câncer, decorrentes da radiação nuclear.
71
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
UNIDADE 3
© Science Source/Diomedia
© Bettmann/Corbis/Latinstock
Explosão da bomba atômica lançada pelos EUA em Nagasaki, no Japão. A cidade japonesa
de Hiroshima aparece arrasada após o ataque atômico realizado pelos estadunidenses.
Muitos historiadores acreditam que o objetivo dos EUA, ao lançar essas bom-
bas, já não era a vitória sobre os japoneses, uma vez que ela estava praticamente
garantida. O propósito real seria enviar uma mensagem intimidadora aos soviéti -
cos, que, aos olhos do mundo, saíam como os principais responsáveis pela derrota
do nazismo. A forma como terminava a 2 a Guerra Mundial era um anúncio ante-
cipado da Guerra Fria, o confronto indireto entre as duas superpotências, EUA e
URSS, que ocorreria nas décadas seguintes.
72
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
UNIDADE 3
De acordo com o texto O desfecho da guerra, pode-se afirmar que estão corretas
as frases:
a) I e II.
b) II e III.
c) I e III.
d) todas.
e) nenhuma.
73
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
TEMA 3 A Guerra Fria
Neste Tema, você vai estudar sobre a Guerra Fria, uma das principais conse-
quências da 2a Guerra Mundial, fenômeno que marcou a divisão do mundo entre
países capitalistas e países socialistas e influenciou os principais conflitos milita-
res, políticos e ideológicos ao longo do século XX.
Você já assistiu a filmes estadunidenses como Rambo, Rocky III, Braddock, 007,
entre outros, nos quais os russos e os comunistas são sempre os inimigos e os
vilões a serem combatidos pelos heróis? Em sua opinião, quais são as principais
mensagens desses filmes?
Um novo equilíbrio
Pouco tempo depois de encerrada a 2a Guerra Mundial, um dos conflitos
mais destrutivos da humanidade até então, a aliança formada para enfrentar o
Eixo se desfez.
74
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
UNIDADE 3
75
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
UNIDADE 3
Assim, é possível dizer que a oposição entre EUA e URSS não significou neces-
sariamente somente uma disputa entre capitalismo e socialismo, mas sim entre
duas nações que buscavam o controle econômico, político e militar sobre outros
países do mundo. Muitas vezes, os discursos anticapitalista e anticomunista foram
utilizados para justificar, perante a opinião pública interna, as políticas adotadas
pelos países desses dois blocos em relação ao domínio de outras nações.
De acordo com o texto Um novo equilíbrio, escreva, com suas palavras, o porquê
de os EUA e de a URSS, que foram aliados durante a 2 a Guerra Mundial, terem se
tornado inimigos logo após a guerra e durante quase todo o século XX.
76
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
UNIDADE 3
Havia uma disputa real por influência geopolítica (isto é, pela influência política
sobre diferentes territórios e países), em que se misturavam motivos de natureza
diversa, principalmente:
A queda de braço entre os líderes da URSS (Nikita Kruchev) e dos EUA (John Kennedy), na década de
1960, representa a disputa pela hegemonia mundial entre esses dois países durante a Guerra Fria.
História – Volume 3
O vídeo, que começa com a explosão da bomba atômica no Japão como prenúncio da Guerra
Fria, representa os vários palcos onde essa guerra se desenrolou. Nessa diversidade de
embates, a polarização de forças entre URSS e EUA encontrou várias expressões: os feitos na
conquista espacial, a corrida armamentista e a indústria cultural. No vídeo, é discutida também
a Guerra do Vietnã.
77
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
UNIDADE 3
Uma das expressões da Guerra Fria foi a formação de dois blocos de aliança militar:
Bloco socialista
Pacto de Varsóvia
(criado em 1955)
Pacto sino-soviético
(anos 1950)
Bloco capitalista
Pacto do Rio (criado em 1947)
SOMÁLIA Cuba foi membro, mas foi
suspensa a partir de 1962
Ateliê de Cartografia da Sciences Po, 2014
Oceano
OTAN (criada em 1949)
Índico AUSTRÁLIA
ANZUS (criado em 1951)
ATELIER de Cartographie de Sciences Po, 2014. Mapa original. Tradução: Benjamin Potet.
78
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
UNIDADE 3
ficou evidente para o mundo que qualquer novo conflito seria letal para quem os
enfrentasse. Intimidados pela ameaça que isso significava, os russos responde-
ram de maneira semelhante e, em poucos anos, também desenvolveram a bomba
atômica. Intensificou-se, então, uma corrida armamentista e nuclear entre as
potências, que se desdobrou em direção a uma corrida espacial.
© Bettmann/Corbis/Latinstock
direto entre EUA e Rússia ameaçaria a pró-
pria humanidade. Dessa forma, a criação
da Organização das Nações Unidas (ONU),
em 1945, na cidade de São Francisco, nos
EUA, deveria auxiliar na manutenção da
paz mundial e da segurança internacional.
Para tanto, a ONU deveria criar mecanis-
mos de cooperação entre as nações, bem
© NASA
Nesse contexto, a expressão “Guerra A Rússia saiu à frente na corrida espacial. Em 1957,
Fria” significava que a disputa entre a cadelinha Laika foi o primeiro ser vivo lançado ao
espaço. Na corrida pela conquista espacial, durante
EUA e Rússia não deveria chegar, de a Guerra Fria, os EUA apressaram-se para enviar o
primeiro homem à Lua, o que conseguiram em 1969.
fato, a um combate militar, mesmo em
seus momentos mais tensos. Por isso, a
disputa entre esses dois países se dava por meio do apoio a guerras civis ou da
intervenção militar direta dessas duas potências em outros países.
79
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
UNIDADE 3
Qual foi a arma mais letal utilizada durante a 2a Guerra Mundial? Quais foram
os danos causados nos territórios por ela atingidos?
ATIVIDADE 2
Propaganda: a alma do negócio
Segundo o texto A propaganda anticomunista e a economia de guerra, o real motivo
das propagandas desenvolvidas pelos EUA durante todo o século XX foi:
Os anos posteriores à Segunda Guerra Mundial foram tensos entre as grandes potências
mundiais. Considerando-se a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e o Pacto de
Varsóvia, criados nesse período, é CORRETO afirmar que:
a) a OTAN visava a apaziguar os conflitos relacionados à divisão da cidade de Berlim, bem como a pro-
teger os países sob sua influência econômica das ameaças de invasão externa e de conflitos militares.
b) ambos desenvolveram políticas que incentivaram a chamada corrida armamentista, que,
durante o período da Guerra Fria, colocou o Planeta sob a ameaça de uma guerra nuclear.
c) ambos foram estabelecidos, simultaneamente, para defender os interesses dos países que dispu-
tavam, após a Segunda Guerra, uma reordenação dos espaços europeu e americano.
d) os países signatários do Pacto de Varsóvia se aliaram e, para defender seus interesses financeiros,
formaram um bloco econômico, a fim de competir com a Alemanha, a Inglaterra e os Estados Unidos.
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 2009. Disponível em:
<http://download.uol.com.br/vestibular2/prova/ufmg_2009_hist.pdf>.
Acesso em: 13 mar. 2014.
80
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
UNIDADE 3
81
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
HISTÓRIA
REVOLUÇÃO E CONTRARREVOLUÇÃO
UNIDADE 4
NO MUNDO DA GUERRA FRIA
TEMAS
1. A descolonização na Ásia e na África
2. Revolução e contrarrevolução na América Latina
Introdução
Na Unidade anterior, você estudou que a 2a Guerra Mundial foi um conflito
devastador: nunca antes uma guerra tinha atingido tantos pontos do planeta ao
mesmo tempo, nem causado tantas mortes entre militares e civis.
Você viu também que, embora nada parecido tenha acontecido na História, o
final do conflito não anunciou uma época de paz. Segundo alguns historiadores,
as explosões das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki no Japão, ao final
da 2a Guerra Mundial, foram uma maneira de os Estados Unidos da América
(EUA) intimidarem a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Iniciou-se, dessa forma, a Guerra Fria, que ficou conhecida com esse nome
por não ter envolvido conflitos armados diretos entre EUA e URSS, as duas
superpotências daquela época.
Para entender como isso aconteceu, você vai estudar, nesta Unidade, o
período que ficou conhecido como Guerra Fria, que se estende de 1945, com o
fim da 2a Guerra Mundial, até 1989, quando houve a queda do Muro de Berlim,
que dividia a cidade de Berlim em parte ocidental (capitalista) e parte oriental
(socialista).
82
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
TEMA 1 A descolonização na Ásia e na África
Em sua opinião, como esses países garantiam suas áreas de influência, sem
estabelecer colônias? De que forma a indústria armamentista e a de propaganda
contribuíram para garantir essas áreas de influência?
A descolonização da Ásia
Como você já estudou, apesar de a Guerra Fria não ter sido um conflito armado
de grandes proporções entre EUA e URSS, ela influenciou confrontos em diver-
sas partes do mundo durante a segunda metade do século XX. Esses confrontos
ocorreram, principalmente, em continentes que estavam à margem do quadro do
desenvolvimento econômico mundial: África, Ásia e, também, América Latina.
83
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
UNIDADE 4
China
Décadas depois da Revolução Russa e logo após a 2 a Guerra Mundial, houve
outra revolução conduzida por comunistas: a Revolução Chinesa.
A Revolução Comunista Chinesa foi liderada por Mao Tsé-tung (1893-1976)
e representou o triunfo final dos comunistas no país, em 1949. O processo de
mudança política na China teve início em 1912, quando o país deixou de ter um
imperador e passou a ser uma república.
No entanto, tal mudança não resolveu os graves problemas sociais que afe-
tavam a China naquela época. Muitos desses problemas estavam associados à
84
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
UNIDADE 4
85
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
UNIDADE 4
86
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 67 10/03/15 11:28
UNIDADE 4
Índia
Para por em prática as suas ideias, Gandhi tecia as vestimentas que usava. Esse
gesto representava a resistência cultural ao negar o modo de vida inglês imposto
aos indianos (no caso, negando as vestes ocidentais e valorizando a vestimenta
indiana), mas, ao mesmo tempo, simbolizava a crítica à dominação econômica
britânica, pois negava o consumo dos produtos de sua indústria têxtil, afirmando
a autonomia dos indianos em relação à Inglaterra.
Embora Gandhi pregasse a não violência como forma de resistência, ele foi preso
inúmeras vezes e os nacionalistas indianos foram brutalmente reprimidos pelo
governo colonial britânico. Após décadas de luta, a Grã-Bretanha foi obrigada a abrir
mão do domínio de sua colônia no território indiano em 1947, consequência do seu
enfraquecimento como potência mundial e da dificuldade em manter suas colônias.
© Bridgeman Art Library/Keystone
87
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 102 10/03/15 11:29
UNIDADE 4
Vietnã
© Bettmann/Corbis/Latinstock
Norte, crescia um movimento
de guerrilha no Vietnã do Sul,
que lutava contra o governo
estabelecido na região. Em fun-
ção disso, o governo dos EUA
decidiu intervir no Vietnã em
1960, provocando um dos con-
flitos anti-imperialistas mais
sangrentos do século, a Guerra
do Vietnã.
Anti-imperialista
Ser contra o império ou a autoridade
imperialista. Neste caso, significa
posicionar-se contra a dominação
estrangeira.
88
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 103 10/03/15 11:29
UNIDADE 4
É importante perceber que a Guerra do Vietnã não foi uma simples guerra
de independência. Seu significado é maior, pois ela está dentro do contexto da
Guerra Fria e pode ser entendida como uma guerra contra a expansão do comu-
nismo na Ásia.
Assista ao filme Apocalypse Now (Apocalypse Now, direção de Francis Ford Coppola, 1979). Há
diversos filmes produzidos por Hollywood que se referem à Guerra do Vietnã. Muitos deles
estão marcados pelo discurso anticomunista característico da Guerra Fria, mostrando os viet-
namitas como inimigos desumanos e os soldados estadunidenses como heróis. Evidentemente,
essa não é a versão vietnamita da História e nem daqueles que se opunham à intervenção dos
EUA no país. Nesse sentido, esse filme é um dos exemplos de discussão crítica da guerra feita
pelos próprios estadunidenses.
Outro exemplo do pensamento crítico estadunidense sobre a guerra no Vietnã é o filme Platoon
(Platoon, direção de Oliver Stone, 1986), que você também pode ver.
89
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 103 10/03/15 11:29
UNIDADE 4
China
Índia
Vietnã
A descolonização da África
Se o movimento de independência das anti- Descolonização
gas colônias europeias na Ásia, processo conhecido Processo no qual um país
como descolonização asiática, cresceu logo após a dominado por outro con-
quista ou recupera sua
2a Guerra Mundial, a África seguiu essa mesma ten-
independência.
dência pouco tempo depois. Na Conferência Afro-
-asiática de Bandung, realizada na Indonésia em 1955, com a participação de
chefes de 29 Estados desses continentes (África e Ásia), foi dado um importante
impulso para esse processo.
90
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 103 10/03/15 11:29
UNIDADE 4
91
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 103 10/03/15 11:29
UNIDADE 4
1951 - 1958
1960 * Território não autônomo
1961 - 1968
1974 - 1980 Fontes:
F. W. Putzger, Historischer Weltatlas, Berlin, Cornelsen, 1995;
1990 - 1993
J. Sellier, Atlas des peuples d’Afrique, Paris, La Découverte, 2o11.
2011 Segundo Afrique contemporaine, 235, 2o1o.
ATELIER de Cartographie de Sciences Po, 2014. Mapa original. Tradução: Benjamin Potet.
92
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 103 10/03/15 11:29
UNIDADE 4
Na segunda metade do século XX, Portugal ainda mantinha colônias na África. Essas colônias
portuguesas estiveram entre as últimas a obter a independência no continente africano, em
meados dos anos 1970. Nessa época, centenas de jovens do exército português morriam na
África defendendo a dominação colonial sobre esse território que muitas pessoas de diversas
nacionalidades viam como injusta.
O descontentamento com essa situação, acrescido de uma grave crise econômica que se
agravava desde a década de 1960, culminou em Portugal na chamada “Revolução dos Cravos”,
um levante de jovens militares de ideias progressistas que derrubou, em 1974, a ditadura de
Salazar. Com o fim do regime de inspiração fascista que governava Portugal desde os anos
1930, os países africanos Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique e
Angola conquistaram a independência.
ATIVIDADE 2 O neocolonialismo
[...] O fim da dominação colonial não significa o fim da influência dos antigos
colonizadores. Para salvaguardar seus interesses, eles continuam a orientar as evo-
luções políticas e econômicas de suas antigas colônias. Esse fenômeno tem um
nome: neocolonialismo. Ele se manifesta de diversas maneiras: relações privilegiadas
entre os antigos colonizadores e as elites dirigentes das novas nações progressi-
vamente colocadas por eles no poder, manutenção de quadros e técnicos euro-
peus em alguns postos-chave, dependência econômica (transferência de tecnologia,
investimentos de capitais etc.), acordos militares e de cooperação científico-cul-
tural etc. Muitas vezes, a antiga potência colonial interfere para eliminar homens
políticos considerados nacionalistas e pouco compreensivos aos interesses do Oci-
dente – os que são contra a ordem neocolonial. [...] Dessa forma, foram assassina-
dos, entre outros, Patrice Emery Lumumba, que foi primeiro-ministro do primeiro
governo independente do atual Zaire*, Amilcar Cabral e Eduardo Mondlane, líderes
das independências da Guiné-Bissau e de Moçambique. Foram derrubados o presi-
dente Kuame Nkrumah, líder da independência de Gana, e Milton Obote, primeiro-
-ministro de Uganda. [...]
SERRANO, Carlos; MUNANGA, Kabengele. A revolta dos colonizados: o processo de descolonização e as independências da África e da Ásia. São Paulo: Atual, 1995, p. 71.
93
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 108 10/03/15 11:29
UNIDADE 4
94
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 109 10/03/15 11:29
Revolução e contrarrevolução na América Latina TEMA 2
Neste Tema, você vai estudar como o contexto da Guerra Fria influenciou os
rumos políticos, econômicos e sociais da História dos países latino-americanos no
período após a 2a Guerra Mundial.
95
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 111 10/03/15 11:29
UNIDADE 4
96
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 112 10/03/15 11:29
UNIDADE 4
[...] Em 1911, a República Dominicana foi militarmente ocupada até 1914. Naquele
mesmo ano, os marines desembarcaram na Nicarágua, onde permaneceram até 1924.
Cuba e Honduras sofreram mais uma intervenção dos EUA em 1912. Nova ocupa-
ção de Cuba ocorreu em 1917, e se prolongou por dois anos, sem que ainda houvesse
sequer o pretexto do comunismo... E se repetiu em 1922. Em 1924, Honduras sofreu
sua quarta intervenção e, no ano seguinte, a quinta. Em 1926, os marines invadiram de
novo a Nicarágua.
Em 1947, por um acordo com os militares nativos, os EUA derrubaram, na Venezuela,
o presidente Rómulo Gallegos, como castigo por ter aumentado o preço do petróleo expor-
tado. Em 1954, utilizando aviões de bombardeio e mercenários, os paladinos da liberdade
puseram fim, na Guatemala, ao governo democrático de Jacobo Arbenz. Em 1961, ocorreu
a fracassada invasão de Playa Girón, em Cuba. Em 1964, no Panamá, soldados dos EUA
mataram 20 estudantes, ao reprimirem a manifestação em que os jovens queriam tro -
car, na zona do canal, a bandeira estrelada pela bandeira de seu país! No mesmo ano, a
CIA participou do golpe militar que derrubou o governo João Goulart, no Brasil. Em 1965,
num acinte ao Direito Internacional, o Congresso dos EUA reconheceu unilateralmente
o “direito” de os EUA intervirem militarmente em qualquer país do continente. No mesmo
ano, para livrar a República Dominicana “do perigo comunista”, os marines ocuparam
o país, com a ajuda de tropas brasileiras, e impediram a posse de Juan Bosch.
Em 1973, a CIA arquitetou o plano que, em 11 de setembro, resultou no
assassinato do presidente Salvador Allende, do Chile, e levou o general Augusto
Pinochet ao poder. Em 25 de outubro de 1983, tropas da 82a divisão aerotransportada
invadiram Granada e assassinaram o presidente Maurice Bishop. Em 1984, para
reforçar a contrarrevolu- ção nicaraguense, 11 mil soldados dos EUA se espalharam
por Honduras. Em 1988 e 1989, pilotos americanos e a Guarda Nacional de Kentucky
participaram de bombar- deios à população civil do interior da Guatemala, sob
pretexto de combater guerrilhas. Em El Salvador, inúmeros oficiais dos EUA
assessoraram as tropas do governo contra os combatentes da FMLN. Em 20 de
dezembro de 1989, 25 mil soldados dos EUA inva- diram o Panamá, derrubaram e
aprisionaram o presidente Manuel Noriega, sob pre- texto de tráfico de drogas, e
impuseram no poder o presidente Guillermo Endara. Mais de mil panamenhos foram
mortos durante a ocupação. E entre 1982 e 1990, o governo dos EUA patrocinou uma
guerra de agressão à Nicarágua, financiando e treinando mercenários e mantendo o
bloqueio econômico.
Por onde andaram, as tropas de invasão dos EUA só deixaram miséria, desigualdade,
corrupção e morte. Mas fizeram bem, amado Teófilo, em colocar a Estátua da Liberdade
à porta principal dos EUA. Assim, estamos todos cientes de que ela delimita a esfera
da liberdade. A todos nós, que não somos norte-americanos, resta-nos a liberdade de
jamais contrariar a liberdade de eles restringirem ou suprimirem a nossa.
BETTO, Frei. O paraíso perdido: nos bastidores do socialismo. São Paulo: Geração, 1993, p. 70-72.
97
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 112 10/03/15 11:29
UNIDADE 4
A Revolução Cubana
Em 1959, um movimento guerrilheiro, liderado por Fidel Castro, derrubou a
ditadura de Fulgêncio Batista em Cuba, ilha localizada na América Central, e deu
início a um programa de reformas sociais que não agradou os EUA, já que contri-
buía para que Cuba se tornasse cada vez mais independente da influência e do
domínio econômico estadunidense. Nesse programa, constavam: reforma agrária;
reforma urbana; nacionalização dos bancos (o que significou que os bancos deve-
riam ser controlados pelo Estado e não por empresas privadas); nacionalização
de algumas empresas estrangeiras, inclusive estadunidenses; nacionalização do
ensino; campanha nacional para erradicar o analfabetismo; entre outras medidas.
98
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 114 10/03/15 11:29
UNIDADE 4
Em 1961, os EUA, governados naquela época por John Kennedy, pagaram por
uma expedição de mercenários – termo militar utilizado para se referir ao sol-
dado militar ou civil treinado que luta por dinheiro –, com o objetivo de derrubar
o governo iniciado por Fidel Castro. Imaginavam que seria uma empreitada fácil,
mas não foi. A ação estadunidense ficou conhecida como a invasão da Baía dos
Porcos e foi um fracasso.
99
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 117 10/03/15 11:29
UNIDADE 4
Uma das primeiras medidas da Revolução Cubana, em 1959, foi organizar uma campanha nacio-
nal para acabar com o analfabetismo.
Mais de 250 mil professores e estudantes, inclusive jovens de 10 a 19 anos, voluntariaram-se
para essa ação. A maioria deles atuava na área rural, tornando a campanha uma oportuni-
dade para que os estudantes conhecessem melhor a realidade do país. A taxa de analfabe-
tismo, que era superior a 20% antes da Revolução, baixou para menos de 4% em 1961. Pouco
tempo depois, Cuba foi declarada território livre de analfabetismo.
História – Volume 3
Revolução Cubana e Guerra Fria
Não deixe de assistir a esse vídeo, pois nele é apresentado o processo histórico da revolução que
levou Cuba a se tornar um país socialista. A Revolução Cubana de 1959 pode ser considerada um
divisor de águas desse período: depois dela, as posições políticas se radicalizaram, aumentando
a oposição entre os países capitalistas e as nações socialistas, os dois polos da Guerra Fria.
Esse vídeo destaca também o ataque dos militares ao governo socialista liderado por Salvador
Allende, no Chile.
A ditadura no Chile
O Chile viveu uma das ditaduras que mais violou os direitos políticos na América
do Sul. Em 1970, na quarta vez em que concorreu à presidência nas eleições
nacionais, o candidato do Partido Socialista, Salvador Allende, venceu a disputa.
Allende tinha um ambicioso programa de transformação da sociedade, propondo
uma “via chilena” ao socialismo.
Sua proposta era construir lentamente, e por meio do caminho constitucional
e democrático, as mudanças necessárias para superar a desigualdade social e a
dependência externa.
100
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 117 10/03/15 11:29
UNIDADE 4
101
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 117 10/03/15 11:29
UNIDADE 4
© OFF/AFP/Getty Images
102
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 117 10/03/15 11:29
UNIDADE 4
103
00_BOOK_HISTORIA_CE_VOL3.indb 119 10/03/15 11:29
CESEC DE
ITAMARANDIBA
HISTÓRIA
Ensino Fundamental
Módulo IV
(4°Teste)
HISTÓRIA
SUMÁRIO
1
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 7 10/03/15 11:53
Caro(a) estudante,
Por fim, na Unidade 4, você verá como a ditadura no Brasil (1964-1985) está
relacionada à Guerra Fria e às revoluções que fervilhavam na Ásia, na África e no
restante da América Latina.
A abordagem da História nacional também será norteada por dois eixos, que
servem como referência a todo este Volume: relações de trabalho e soberania. Você
refletirá sobre a situação dos trabalhadores e a situação do Brasil em relação à
política externa.
Ao longo deste Caderno, você vai perceber que o mais importante no estudo
da História não é memorizar os eventos ocorridos, mas sim, interpretar os
acontecimentos, estabelecer relações mais amplas e, desse modo, construir uma
visão mais crítica sobre a vida nacional e mundial.
Bons estudos!
2
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 8 10/03/15 11:53
HISTÓRIA
DA COLÔNIA À INDEPENDÊNCIA
UNIDADE 1 TEMAS
1. As Grandes Navegações e a colonização do Novo Mundo
2. A colonização da América e o antigo sistema colonial
3. A América portuguesa
4. A independência nas Américas
Introdução
As Grandes Navegações e
a colonização do Novo Mundo TEMA 1
3
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 9 10/03/15 11:53
UNIDADE 1
ATENÇÃO!
Foi usada a palavra “descobrimento” entre aspas, pois, quando os europeus chegaram ao Brasil,
milhares de indígenas já viviam aqui há muito tempo. Portanto, de fato, o Brasil não foi desco-
berto, mas conquistado pelos portugueses.
4
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 10 10/03/15 11:53
UNIDADE 1
Mapa das Ilhas Molucas, que fazem parte da Indonésia, tal como
os exploradores europeus imaginavam o comércio de especiarias
no continente asiático no século XVI.
5
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 11 10/03/15 11:53
UNIDADE 1
Como parte desse movimento de expansão por meio dos mares, ocorreu a con-
quista e colonização de todo o continente americano, inclusive do que viria a ser o
território brasileiro.
Observe as cores das linhas que estão no mapa e veja as rotas que estão
indicadas na legenda. Cada linha traçada no mapa corresponde a uma rota
específica e a legenda o ajudará na identificação de cada uma delas.
6
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 12 10/03/15 11:53
UNIDADE 1
ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática, 2008, p. 19. Mapa original.
7
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 13 10/03/15 11:53
UNIDADE 1
e de produzir do colonizador.
A palavra “índio”, usada para denominar os nativos do continente americano, foi originalmente
utilizada pelos europeus para se referir aos povos da atual Índia, na Ásia, onde predomina va a
religião hindu.
Antes das Grandes Navegações, as pessoas não tinham informações suficientes para conhe-
cer o mundo como atualmente. Naquela época, havia muitas incertezas sobre o tamanho dos
oceanos e sobre as terras que existiam, e os mapas não tinham a precisão de hoje. O próprio
Cristóvão Colombo acreditou que estava em uma região da Ásia, as Índias, quando chegou
às ilhas do Caribe.
Do pau-brasil à cana-de-açúcar
Entre os anos de 1500 e 1530, a extração do pau-brasil foi a principal atividade
econômica praticada pelos portugueses. Para isso, utilizaram-se do trabalho
indígena. Os nativos cortavam a madeira e a armazenavam em depósitos
chamados feitorias até que os navios portugueses viessem buscá-la. Em troca,
os portugueses entregavam bugigangas aos indígenas. Essa relação de trocas é
chamada de escambo.
8
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 14 10/03/15 11:53
UNIDADE 1
9
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 15 10/03/15 11:53
UNIDADE 1
História – Volume 4
Engenhos da colonização
Os nativos, que viviam nas terras brasileiras antes da chegada dos portugueses,
chamavam o pau-brasil de “ibirapitanga” (madeira vermelha). No entanto, o territó-
rio não foi batizado com o nome indígena da planta, e sim com o nome português.
O fato de o Brasil ter seu nome derivado de uma mercadoria remete à maneira
como os portugueses colonizaram essa terra, isto é, uma colonização não para
povoar e fazer desenvolver uma nação e sim para explorar ao máximo os povos e
recursos dessa terra e enviar seus produtos para o exterior.
Será que essa relação prevalece até os dias de hoje? Afinal, no Brasil, prevalece
a produção para a exportação ou a produção para satisfazer os interesses internos?
10
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 16 10/03/15 11:53
UNIDADE 1
11
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 17 10/03/15 11:53
A colonização da América e
o antigo sistema colonial TEMA 2
Neste Tema, você vai estudar o processo de colonização das Américas, seus
diferentes objetivos em cada parte do território e as suas características definidas
pelo antigo sistema colonial.
Você já ouviu falar que o Brasil e os Estados Unidos da América (EUA) tiveram
processos de colonização muito diferentes? Em um lugar, as pessoas foram para
explorar e em outro, para viver. Escreva, nas linhas a seguir, o que você sabe sobre
esse assunto.
As colônias de exploração, por sua vez, eram organizadas para atender ao prin-
cipal objetivo de suas metrópoles: a obtenção de lucros. Esse tipo de colonização
12
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 19 10/03/15 11:53
UNIDADE 1
13
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 20 10/03/15 11:53
UNIDADE 1
Europa
Nantes
Bordeaux
Lisboa
Estados Unidos
COMÉRCIO Córdoba Argel
Mar Mediterrâneo
Charleston TRIANGULAR Trípoli
Marrakesh Norte Cairo
Nova Orleans
da África Shiraz
Assuan
Oceano Índia
Havana Jeddah Muscat
Atlântico
Caribe Oriente Mumbai
Veracruz Timbuktu
St-Louis Médio
Gorée Cartum Goa
Sikasso Zabid
Cabo Verde África
América Caracas África Ocidental
espanhola Bissau Oriental
Cartagena Costa
continental Guianas Costa Lagos Costa
do Marfim do Ouro
dos Escravos
Mogadíscio
DURAND, Marie-Françoise et al. Atlas da mundialização: dossiê especial Brasil. São Paulo: Saraiva , 2009, p. 26. Mapa original.
Você acabou de ler que a escravidão dos povos africanos fez parte do antigo
sistema colonial. Como o objetivo desse sistema era transferir riqueza para a
metrópole e seu mecanismo principal era o comércio, o tráfico de africanos
escravizados, feito por mercadores europeus, se impôs como tendência domi-
nante. Contudo, apesar de o comércio de africanos escravizados ter sido predo-
minante, ele não era o único.
Nas regiões da colônia em que o comércio com a metrópole era muito menor e,
portanto, havia menos riqueza para compra de escravos, os colonos utilizaram a
escravidão indígena. Isso aconteceu, por exemplo, na região da Vila de São Paulo
de Piratininga, origem da atual cidade de São Paulo. Nesse caso, o comércio de
indígenas escravizados era um negócio interno, cujos lucros ficavam nas mãos dos
próprios traficantes, conhecidos como bandeirantes.
14
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 20 10/03/15 11:53
UNIDADE 1
15
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 20 10/03/15 11:53
A América portuguesa TEMA 3
Quem sai da capital do Estado de São Paulo em direção ao interior pode utilizar
uma série de rodovias: Anhanguera, Raposo Tavares, Bandeirantes, Fernão Dias,
entre outras. Por que será que essas rodovias têm esses nomes? Você já ouviu falar
dos bandeirantes? Quem eles eram? Escreva o que você sabe sobre esse assunto
nas linhas abaixo.
16
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 25 10/03/15 11:53
UNIDADE 1
Sendo assim, o segundo ciclo foi o do açúcar, que era o principal produto colonial
desde o início da colonização até a descoberta do ouro em Minas Gerais, Mato Grosso
e Goiás. Esse ciclo do açúcar abrangeu diversas regiões da América portuguesa além
da colônia brasileira, como Açores e Moçambique, na África. Quando a rentabilidade
da produção e do comércio do açúcar diminuiu, principalmente em função da con-
corrência com outras colônias (inglesas, francesas e holandesas), a Coroa portuguesa
buscou alternativas de exploração em seu território.
17
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 26 10/03/15 11:53
UNIDADE 1
© Douglas Cometti/Folhapress
18
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 26 10/03/15 11:53
UNIDADE 1
Posteriormente, quando São Paulo se tornou o centro econômico do País, os paulistas adotaram
a figura do bandeirante como símbolo de empreendedorismo. Por exemplo, a sede do governo
estadual paulista é conhecida como Palácio dos Bandeirantes.
ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática, 2008, p. 20. Mapa original.
19
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 26 10/03/15 11:53
UNIDADE 1
e) □ Eram homens cultos e justos, que levaram a civilização aos índios do Brasil.
20
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 29 10/03/15 11:53
A independência nas Américas T EMA 4
Neste Tema, você vai aprender sobre o processo de independência das co-
lônias americanas, no qual a independência do Brasil está inserida. O estudo
desse assunto se baseará nas contradições que deram origem à crise do antigo
sistema colonial.
Você já ouviu ou leu algo sobre dom Pedro I ou sobre seu grito de independên-
cia ou morte às margens do Ipiranga, que está descrito na letra do hino nacional?
Escreva, nas linhas abaixo, o que você sabe a respeito da independência do Brasil:
Quando aconteceu? Onde? Por quê? Depois, compare com as informações do texto
A crise do antigo sistema colonial e a independência das colônias, que vem a seguir.
21
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 31 10/03/15 11:53
UNIDADE 1
22
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 32 10/03/15 11:53
UNIDADE 1
A esperança criolla de maior participação política nos assuntos do reino foi frus-
trada e, com isso, surgiram inúmeros conflitos contra as forças que ainda eram
leais à metrópole. Desse modo, o movimento de independência das colônias espa-
nholas foi marcado pela guerra. Em 1824, por exemplo, graças à aliança dos exér-
citos liderados por Simón Bolívar, saído da Venezuela, e por José de San Martín,
saído da Argentina, o Peru alcançou sua independência.
Simón Bolívar foi um militar e líder político venezuelano. É considerado um dos principais
libertadores das ex-colônias espanholas e, junto a José de San Martín, um dos fundadores
de várias nações independentes na América Latina. Dentre essas nações, foi presidente
tanto da Grã-Colômbia, como do Peru.
José de San Martín foi um general sul-americano que lutou e liderou os processos de inde-
pendência da Argentina, do Chile e do Peru.
23
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 32 10/03/15 11:53
UNIDADE 1
ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática, 2008, p. 22. Mapa original.
Ao contrário de Portugal, que tinha uma única e grande colônia na América (o Brasil),
a Espanha dividiu seu domínio sobre o território americano em várias colônias, de forma a
facilitar e organizar sua administração. Os termos usados pela Espanha para designar suas
colônias na América eram “Vice-Reinados” ou “Capitanias”, administrados por governado-
res e representantes do rei.
24
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 32 10/03/15 11:53
UNIDADE 1
De acordo com o texto A crise do antigo sistema colonial e a independência das colô-
nias, escreva, nas linhas a seguir, os fatores que explicam a independência das
colônias espanholas na América entre 1811 e 1822.
25
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 35 10/03/15 11:53
UNIDADE 1
A independência do Brasil
Na América portuguesa, a História aconteceu de maneira diferente do modo
como ocorreu nas colônias espanholas. Por causa das guerras napoleônicas na
Europa, a família real portuguesa foi obrigada a vir para o Rio de Janeiro, em 1808,
porque o exército de Napoleão estava prestes a invadir Portugal. A partir desse
momento, o Brasil, que até então era uma colônia, tornou-se, na prática, a sede
do governo português, pois foi daqui que dom João passou a governar. A vinda
da família real portuguesa para o Brasil tornou-se possível após acordos firma-
dos com a Inglaterra. Os portugueses, antigos aliados e devedores dos ingleses,
tiveram sua corte escoltada por navios ingleses até chegarem à costa brasileira.
26
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 36 10/03/15 11:53
UNIDADE 1
27
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 36 10/03/15 11:53
UNIDADE 1
Agora, assinale a alternativa que indica quais dessas afirmações estão corretas.
a) □ I e II. c) □ II e III. e) □ III, IV e V.
b) □ I, II e III. d) □ II, III e V. f) □ Todas estão certas.
28
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 36 10/03/15 11:53
DO IMPÉRIO À REPÚBLICA
HISTÓRIA
UNIDADE 2
TEMAS
1. O cenário político do Brasil Império
2. O cenário econômico do Brasil Império
3. O desenvolvimento do capitalismo no Brasil durante a
Primeira República (1889-1930)
Introdução
Na Unidade 1, você estudou que a expansão mercantil europeia foi o que
moveu a colonização portuguesa e espanhola nas Américas e que ela fez parte
do processo de transição do feudalismo para o capitalismo. Como consequên -
cia do processo de expansão mercantil, a colonização portuguesa na América
desenvolveu-se, sobretudo, baseada no comércio de produtos para exportação,
utilizando trabalho escravo.
Neste Tema, você estudará o que permaneceu e o que mudou no Brasil, com a
independência, a partir de 1822.
29
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 40 10/03/15 11:53
UNIDADE 2
Uma das permanências mais marcantes foi que a base da economia bra-
sileira continuou sendo o latifúndio monocultor voltado para a exportação.
Isso significava que os grandes latifundiários continuaram no poder mesmo após
a independência.
30
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 2
História – Volume 4
Desafios da Independência
Com base na obra Independência ou Morte (1888), do pintor Pedro Américo, que representa um
dos principais momentos da História do Brasil, o vídeo faz um contraponto entre a realidade e
a ficção, e apresenta reportagens sobre os principais acontecimentos que contribuíram para o
nascimento e a consolidação do processo da independência brasileira.
31
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 2
A permanência da escravidão
32
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 2
econômico dos grandes proprietários rurais no Brasil, era, naquele momento, mais
importante do que a libertação política.
33
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 2
34
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 2
35
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 2 47
36
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
O cenário econômico do Brasil Império TEMA 2
Você já sabe que a independência não trouxe liberdade para os africanos escra-
vizados no Brasil. Em sua opinião, por que a escravidão não foi abolida com a
independência? Registre suas conclusões nas linhas a seguir. Quando terminar de
estudar este Tema, não deixe de conferir sua resposta, certo?
37
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 2
38
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 2
A indústria inglesa desejava ampliar seus mercados consumidores e, para isso, pre -
cisava do aumento do trabalho assalariado. Sem contar que, ao expandir o trabalho
assalariado e proibir a escravidão, no caso do Brasil, boa parte dos capitais até então
investidos em escravos poderia ser redirecionada para outros setores da economia,
inclusive para o consumo.
Toda terra não registrada passou para o Estado, que só podia vendê-la,
nunca doá-la. Em resumo, essa lei transformava a terra brasileira em mer-
cadoria e instituía a propriedade da terra nos moldes do capitalismo. Surgi-
ram, assim, as terras devolutas, ou seja, terras que se tornaram propriedade do
Estado, mesmo quando nelas moravam pessoas que não tiveram conhecimento
das novas regras.
39
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 2
Com a nova Lei de Terras, o Estado esperava arrecadar dinheiro para financiar
a vinda de imigrantes e resolver o problema da falta de mão de obra decorrente
do fim do tráfico de escravos. Contudo, suas consequências mais importantes
foram outras.
A lei garantiu a terra aos que a registraram como sua propriedade, o que
aumentou a concentração de grandes extensões de terra em poder de poucos.
Com isso, trabalhadores tornaram-se mão de obra barata para a lavoura ou para
a indústria que começava a se desenvolver no País.
Trabalhadores rurais da atualidade lutam pela redistribuição de terras para todos que
querem trabalhar nela. Essa luta histórica também é consequência da antiga Lei de
Terras, que, no passado, impediu os trabalhadores rurais de terem acesso à terra. A
foto mostra agricultores e produtores rurais durante a Marcha da Reforma Agrária, na
Via Epia, em direção à Esplanada dos Ministérios. Brasília (DF), 5 set. 2011.
© Ed Alves/Esp. CB/D.A Press
40
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 2
A vinda da maioria dos imigrantes para a América, no século XIX, estava relacionada à
unificação nacional da Itália e da Alemanha. Você pode estudar sobre esses processos no
Volume 2.
As unificações europeias foram movimentos socialmente conservadores em que o acesso
à terra não foi democratizado. Ao contrário: milhares de camponeses italianos e alemães
perderam suas terras, vítimas do desenvolvimento capitalista no campo. Assim sendo, a
maioria dos que se dirigiram para o continente americano no século XIX, inclusive para o
Brasil, viajou nessa complicada circunstância, deixando para trás esse difícil cenário europeu.
41
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 2
42
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 2
História – Volume 4
Imigração
43
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 2
1 Levando-se em conta o trecho lido, explique o que quer dizer “o ex-escravo foi
abandonado à sua própria sorte”.
44
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
O desenvolvimento do capitalismo no Brasil
TEMA 3 durante a Primeira República (1889-1930)
O que explica essa mudança política e qual foi seu significado concreto? Em
termos gerais, a proclamação da República foi uma resposta à inadequação das
ações políticas do império diante das transformações econômicas e sociais do País.
45
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 2
46
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 2
Por sua vez, regiões que não produziam gêneros para exportação em grande
escala eram simplesmente excluídas do crescimento econômico.
Faça uma pesquisa sobre a produção cafeeira no Brasil. Utilize a internet, livros,
revistas e/ou jornais. Com base nas informações que encontrar, responda:
47
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 2
A Primeira República
As alterações econômicas, culturais e sociais do século XIX constituem o
cenário propício para a mudança da forma de governo que ocorreu no Brasil em
1889. A proclamação da República abriu espaço para ampliar o poder de novos
grupos econômicos – como os cafeicultores paulistas –, em um contexto de trans-
formação capitalista.
48
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 2
No final do século XIX, milhares de trabalhadores pobres se reuniram no sertão da Bahia, sob a
liderança de Antônio Conselheiro, e fundaram uma comunidade.
Essa comunidade, que chegou a ter mais de 30 mil pessoas, ficou conhecida como arraial dos
Canudos. A república não tolerou essa tentativa de autonomia popular. Sucessivas expedi-
ções militares foram enviadas para desfazer o arraial. Porém, só obtiveram sucesso, em 1897,
quando o exército se impôs e o arraial foi completamente destruído, e muitos de seus inte-
grantes foram assassinados ou presos. Esse episódio é conhecido como Guerra de Canudos.
Os acontecimentos desse trágico evento foram narrados em detalhes por Euclides da Cunha,
na sua obra Os sertões (1902).
Flávio de Barros (Coleção Canudos)/Acervo Museu da República
49
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 2
O filme brasileiro Guerra de Canudos (direção de Sérgio Rezende, 1997) é baseado na história real
do movimento liderado por Antônio Conselheiro e mostra o enfrentamento entre o exército
nacional e os trabalhadores.
Capitalismo dependente
Mas esse estímulo internacional tampouco foi o único responsável pelo desenvolvi-
mento do capitalismo na América Latina. Ele combinou impulsos externos e internos,
em um processo que o sociólogo brasileiro Florestan Fernandes chamou de “moder-
nização induzida”. Quer dizer, a modernização do Brasil não foi completa e, onde ela
aconteceu, foi por causa da relação de um segmento social com a economia externa.
50
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 2
1 Faça uma lista destacando os principais problemas enfrentados pelo Brasil logo
após a proclamação da Independência.
51
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 2 65
52
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
CESEC DE
ITAMARANDIBA
HISTÓRIA
Ensino Fundamental
Módulo V
5° Teste
HISTÓRIA
DA PRIMEIRA REPÚBLICA A GETÚLIO VARGAS
UNIDADE 3 TEMAS
1. O capitalismo no Brasil
2. A Primeira República ou República Velha (1889-1930)
3. A Era Vargas
4. O retorno de Getúlio ao poder
Introdução
Esta Unidade abordará a História do Brasil entre o início da república, em 1889, e o
último governo de Getúlio Vargas, que terminou em 1954. De início, serão analisadas
as particularidades do desenvolvimento do capitalismo no Brasil, uma questão essen-
cial dessa fase. Na sequência, o período será dividido em duas partes, segundo suas
características políticas: a Primeira República (1889-1930) e os dois governos de Vargas
(1930-1945; 1951-1954).
Durante a Primeira República, também conhecida como República Velha, diver-
sos presidentes alternaram-se no poder, geralmente representantes dos Estados
de São Paulo e Minas Gerais. Os anos seguintes foram dominados pela liderança de
Getúlio Vargas, que governou o País por muitos anos, ora como ditador, ora como
presidente e eleito democraticamente, até o seu suicídio em 1954. Na esfera inter-
nacional, observa-se a repercussão, não somente no Brasil, mas em toda a América
Latina, de acontecimentos diversos, como as duas grandes guerras mundiais, a
Revolução Russa, a ascensão do fascismo, a Crise de 1929 e a Guerra Fria (Temas
que você pode consultar no Volume 3).
Na primeira metade do século XX, o desenvolvimento da indústria nas zonas urba-
nas, sobretudo no Sudeste brasileiro, fez emergir duas classes sociais com interes-
ses divergentes: uma nova burguesia urbana, dona das indústrias e do comércio, e o
operariado, formado pela classe trabalhadora. Tais classes passaram a conviver com
a burguesia agrária, formada pelos donos das grandes propriedades rurais, e com o
trabalhador rural.
Mas, apesar do desenvolvimento da indústria, o Brasil continuou sendo exportador
de produtos primários (matérias-primas) e importador de produtos manufaturados e
industrializados. E, como o País ainda era essencialmente agrário, a população, em sua
maioria, vivia e exercia suas atividades no campo.
A dívida externa (a quantia que o Brasil devia no exterior, por causa dos emprés-
timos feitos com bancos ou governos estrangeiros) aumentou ainda mais, e as diver-
gências de interesses no interior das classes – e entre elas – são uma característica do
período. Com o crescimento do trabalho assalariado, por exemplo, surgiram novas
formas de organização e de reivindicação trabalhistas.
53
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
TEMA 1 O capitalismo no Brasil
Refletindo sobre essas informações, escreva, nas linhas a seguir, o que você
sabe sobre as relações que podem ser estabelecidas entre o desenvolvimento do
capitalismo no Brasil e o capitalismo mundial.
54
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 3
O dinamismo da economia
© Rembrandt/CPDOC FGV
de exportação possibilitou um
acúmulo de capitais favorável à
instalação das primeiras indús-
trias nacionais ainda na segunda
metade do século XIX. São consi-
deradas nacionais não somente
porque se instalaram no Brasil,
mas porque se tratava de inves-
timento de brasileiros no País.
Quando essas indústrias produ-
ziam para consumo dos próprios
brasileiros, elas estavam orien-
tadas para o mercado interno.
Tratava-se de uma novidade
importante em relação à pro-
dução desde o período colonial:
pela primeira vez, formava-se um
setor da economia que não estava
voltado para a exportação, mas
para atender às necessidades da
população brasileira. Família de imigrantes trabalhando na colheita de café.
55
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 3
Essa produção voltada para o mercado interno está relacionada com o cresci-
mento da classe consumidora brasileira. Nas zonas urbanas, o crescimento das
indústrias teve como consequência a ampliação do número de trabalhadores assa -
lariados que podiam, mesmo com dificuldades, comprar algumas das coisas de que
necessitavam. Eram, portanto, consumidores. Essa foi uma mudança fundamental
em relação aos tempos da escravidão. Isso, porém, não significava que os proble -
mas dos trabalhadores estivessem resolvidos.
O detalhe do painel representa a classe trabalhadora brasileira, composta por operários da indústria e trabalhadores rurais. [Clóvis
Graciano. História do desenvolvimento paulista, 1969. Detalhe de painel em azulejos na Avenida Rubem Berta, São Paulo (SP).]
56
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 3
57
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 3
Tarsila do Amaral. Segunda classe, 1933. Óleo sobre tela, 110 cm × 151 cm. Coleção Fanny Feffer.
58
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 3
Ainda que nosso País tenha se tornado mais democrático que na época em que
Tarsila pintou seu quadro, você acredita que esse preconceito tenha deixado de
existir nos dias de hoje? Por quê?
59
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
A Primeira República ou
República Velha (1889-1930) TEMA 2
Escreva o que você pensa sobre esse assunto nas linhas a seguir.
60
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 3
Washington Luís, ex-governador de São Paulo, declarou, certa vez, que a ques-
tão operária era um caso de polícia, deixando claro como o Estado lidava com as
questões trabalhistas durante a República Velha.
61
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 3
de leite. O Estado mineiro também era Derrotados militarmente, uma parte dos
importante do ponto de vista político revoltosos se reorganizou no interior do Brasil,
sob o comando de Miguel Costa e Luís Carlos
por ser um dos maiores colégios elei- Prestes. Conhecido como Coluna Prestes, esse
torais do País. grupo percorreu aproximadamente 25 mil qui-
lômetros pelo País em mais de dois anos, com
No início do período republicano, a intenção de semear a revolução, pregando
a maior parte dos interesses regionais reformas políticas e sociais contra a explo-
ração das camadas mais pobres. No final do
de outros Estados não era contem-
processo, Prestes aderiu ao comunismo e se
plada pelo governo federal, coman- tornou a principal liderança do Partido Comu-
dado, basicamente, por paulistas e nista Brasileiro.
62
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 41 10/03/15 11:53
UNIDADE 3
Você sabe o que são charges? Charges são imagens, baseadas em fatos do dia
a dia, que podem ser complementadas com palavras. Nas charges, os autores,
normalmente, usam o humor para ironizar uma determinada situação. Elas são
bastante utilizadas para analisar, de forma crítica, situações políticas, questões
cotidianas e aspectos da vida social.
O título da charge (As próximas eleições... “de cabresto”) é uma ironia à situação
política na época da Primeira República no Brasil. De acordo com o texto A Repú-
blica das Oligarquias, como é possível interpretar essa charge?
63
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 78 10/03/15 11:53
TEMA 3 A Era Vargas
64
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 81 10/03/15 11:53
UNIDADE 3
Revolução de 1930
Durante a República Velha, houve a chamada “política do café com leite”, em que
presidentes paulistas alternavam o poder com mineiros. Essa política, porém, entrou
em crise nas eleições de 1930, quando as lideranças paulistas romperam a aliança
com Minas Gerais e o presidente Washington Luís indicou outro paulista para a pre-
sidência: Júlio Prestes. Em oposição a esse ato, as lideranças de Minas Gerais e da
Paraíba apoiaram a candidatura do gaúcho Getúlio Vargas. Só que quem se elegeu
foi Júlio Prestes.
Diante dessa diversidade de forças que apoiaram o golpe, o novo governo tra-
tou logo de centralizar em suas mãos as decisões econômicas e políticas e tentar
articular os diferentes interesses que estavam em jogo.
65
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 82 10/03/15 11:53
UNIDADE 3
Os paulistas foram derrotados, mas a derrota militar não trouxe prejuízo político ou
econômico significativo para as classes dominantes do Estado de São Paulo. Ao contrá-
rio, Vargas sinalizou que pretendia governar com os paulistas e não contra eles. E assim
foi feito. Para atender a uma das exigências da Revolução, ele convocou eleições para a
Assembleia Nacional Constituinte que daria origem à Constituição de 1934.
1934-1937
Essa Constituição, porém, não durou muito tempo, já que, em 1937, Vargas
fechou o Congresso Nacional e instaurou a ditadura, que ficou conhecida como
Estado Novo. Uma nova Constituição foi outorgada em 1937, suprimindo direitos
políticos da população. Mas qual foi o pretexto que levou Vargas a dar um golpe de
Estado e instaurar uma ditadura?
66
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 82 10/03/15 11:53
UNIDADE 3
Ligado à ANL, um grupo de comunistas brasileiros, alguns deles saídos das filei-
ras do Exército, como o próprio Luís Carlos Prestes, realizou, em 1935, uma tenta -
tiva revolucionária de derrubar Getúlio, batizada pejorativamente pelos opositores
como “Intentona Comunista”. Os revolucionários tinham receio do avanço dos
integralistas no governo de Getúlio, por isso era preciso derrubá-lo. Mobilizando
militares em Natal (RN), no Recife (PE), em Olinda (PE) e no Rio de Janeiro (RJ),
o movimento fracassou em sua intenção de levantar a população contra o governo
e foi duramente reprimido.
67
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 82 10/03/15 11:53
UNIDADE 3
68
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 82 10/03/15 11:53
UNIDADE 3
Porém, não foi somente a força que assegurou o poder de Vargas. Do ponto de
vista econômico, o crescimento industrial, acelerado durante a 2 a Guerra Mundial
(1939-1945), renovou as bases do capitalismo no País, o que fez que a classe bur -
guesa apoiasse o governo varguista. As dificuldades da produção agrícola e indus-
trial na Europa reduziam as importações brasileiras e isso incentivava a produção
interna. Além disso, o preço do café, no início dos anos de 1940, voltou a subir no
mercado externo, o que agradou à elite agrária.
69
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 82 10/03/15 11:53
UNIDADE 3
A política trabalhista
Mundo do Trabalho
Previdência social
70
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 82 10/03/15 11:53
UNIDADE 3
71
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 82 10/03/15 11:53
UNIDADE 3
72
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 82 10/03/15 11:53
O retorno de Getúlio ao poder TEMA 4
Neste Tema, você vai estudar o último período do governo de Getúlio Var-
gas no Brasil, bem como suas consequências para os caminhos que a nação
seguiria depois.
Escreva, nas linhas a seguir, o que você sabe sobre essas instituições e sua
importância para o País.
74
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 92 10/03/15 11:53
UNIDADE 3
1951-1954
75
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 93 10/03/15 11:53
UNIDADE 3
De acordo com o texto O último governo Vargas, em seu último mandato como
presidente do Brasil, Getúlio deparou-se com medidas contraditórias em seu
governo, que, por fim, o fizeram se suicidar. Cite algumas dessas contradições.
76
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 93 10/03/15 11:53
HISTÓRIA
DE JUSCELINO KUBITSCHEK (JK) À DITADURA
UNIDADE 4
TEMAS
1. O dilema da formação nacional
2. De Juscelino Kubitschek (JK) a João Goulart (Jango)
3. A ditadura militar no Brasil (1964-1985)
Introdução
Nesta Unidade, você vai estudar o governo de Juscelino Kubitschek (JK), de 1956
a 1961. Também serão abordados os acontecimentos que desencadearam o pro-
cesso que deu origem ao golpe de 1964 e a instauração da ditadura militar, entre
os anos de 1964 a 1985.
O suicídio de Getúlio Vargas em 1954 foi sua última e grande jogada política
contra seus opositores. Após a sua morte, uma grave crise de poder se instaurou
com a disputa entre segmentos políticos e sociais com projetos diferentes para o
País. Por trás dessa disputa, havia um dilema: escolher entre dois caminhos opos-
tos para o Brasil. É sobre esse dilema que se tratará neste Tema, pois ele acabou
por definir a História brasileira na segunda metade do século XX, que será estu -
dada nesta Unidade.
Na Unidade anterior, você estudou a Era Vargas, que ficou marcada por algumas
contradições. Do ponto de vista econômico, pode-se destacar que, ao mesmo tempo
que o governo incentivava a industrialização nacional, mantinha os interesses dos
77
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 96 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
Tendo essas questões em vista, responda: Você sabe quando as empresas mul-
tinacionais se instalaram no Brasil? Quais mudanças elas trouxeram para a eco-
nomia e para a sociedade brasileira? Registre suas ideias nas linhas a seguir.
78
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
Cada um desses pensadores tinha pontos de vista diferentes sobre esse dilema,
os quais serão resumidamente apresentados aqui. Dessa forma, você poderá
entender algumas características que fizeram parte da constituição da sociedade
brasileira.
79
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
Para Caio Prado Jr., o dilema da formação nacional se coloca nos seguintes ter-
mos: para que o capitalismo no Brasil evoluísse em bases nacionais, era necessário
fortalecer o mercado interno.
Muitos países capitalistas fizeram suas reformas agrárias com esses objetivos.
Por que ela, ainda hoje, não aconteceu no Brasil e em outros países da América
Latina? Parte da resposta é a constatação de que uma melhora das condições de
vida do trabalhador rural refletiria no preço do trabalho nas cidades.
É possível supor que, se tivesse sido feita uma reforma agrária no País e hou-
vesse boas condições de trabalho no campo, esse movimento migratório se inter-
romperia ou até se inverteria. Caso as mudanças tivessem sido implementadas,
uma das saídas que os patrões teriam de adotar para manter os empregados seria,
entre outros benefícios, o aumento dos salários.
Portanto, é possível afirmar que uma reforma agrária modificaria o padrão de vida
da classe trabalhadora, tanto no campo, quanto nas cidades. No entanto, os privilégios
da classe dominante foram assentados na exploração da mão de obra dos trabalhado-
res brasileiros, pois a reforma agrária não estava entre os interesses da elite.
80
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
Na perspectiva das classes dominantes, existe o risco de que, “se derem a mão,
o povo pedirá o braço”. E se os trabalhadores, fortalecidos, resolvessem enfrentar o
capitalismo?
81
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
82
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
De Juscelino Kubitschek (JK)
TEMA 2 a João Goulart (Jango)
Você conhece Brasília? Por que você acha que a capital do Brasil foi transferida
para lá?
83
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
O governo de JK (1956-1961)
O mineiro Juscelino Kubitschek (JK) foi empossado no governo em 1956,
substituindo Café Filho – que assumiu a presidência da República após o suicí-
dio de Vargas. JK gravou suas iniciais na História brasileira como o construtor
de Brasília, cidade planejada e erguida em aproximadamente quatro anos e
para onde se transferiu a capital brasileira em 1960.
Salvador foi a primeira capital brasileira, permanecendo assim até o século XVIII, quando, em
1763, o governo português transferiu a capital de Salvador para o Rio de Janeiro.
A transferência da capital para o Rio de Janeiro estava ligada à mudança do eixo econômico na
época: com a decadência da produção açucareira e o crescimento da mineração, sobretudo em
Minas Gerais, o ouro dessa região era escoado pelos portos cariocas.
JK, por sua vez, construiu Brasília no Planalto Central, área até então pouco povoada, e para
lá transferiu a capital, em 1960, de forma a manter o governo federal longe do clima de cons-
piração que estava presente no Rio de Janeiro e também para proporcionar maior ocupação e
desenvolvimento na região Centro-Oeste do País.
A imagem mostra os candangos, operários que se deslocaram do Nordeste para a construção de Brasília.
Inicialmente, o termo tinha conotação pejorativa, mas, nessa época, foi ressignificado, adquirindo
sentido positivo, para indicar pessoas lutadoras, corajosas e dignas.
84
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
85
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
Para os trabalhadores, o grande problema era a inflação cada vez maior. Entre 1956
e 1959, o preço do arroz triplicou, enquanto o feijão tornou-se oito vezes mais caro.
Como o salário não acompanhava esses aumentos, as greves se tornaram mais fre-
quentes, assim como os processos trabalhistas e a repressão da segurança pública.
O governo tornou-se cada vez mais impopular e o sucessor apoiado por JK não foi
eleito. Nas eleições de 1960, o paulista Jânio Quadros foi eleito com 48% dos votos.
História – Volume 4
Industrialização
Esse vídeo apresenta o processo da industrialização no Brasil, iniciado em meados
do século XX, e relata os acontecimentos dessa época e suas consequências para as
transformações econômicas, sociais e políticas do País, durante os governos de Vargas e de
Juscelino Kubitschek.
ATIVIDADE 1
Desenvolvimentismo e consumo
Com a instalação de multinacionais no Brasil durante o governo JK, a propa -
ganda de eletrodomésticos, automóveis, cosméticos e produtos químicos (produtos
de limpeza, tintas e remédios) se intensificou nos diferentes meios de comunica -
ção (rádio, TV e impressos).
86
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
87
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
Alguns historiadores dizem que Jânio calculava que haveria resistência à sua renún-
cia. Talvez ele imaginasse reassumir com maior prestígio, em condições de governar
de maneira autoritária. Isso porque Jânio considerava-se importante para os partidos
políticos e acreditava que as classes dominantes brasileiras, diante de sua renúncia,
pediriam seu retorno, pois não correriam o risco de serem governadas por João Goulart
(o seu vice-presidente, conhecido como Jango, que tinha o apoio dos operários).
Jango era visto por muitos como o herdeiro político de Getúlio Vargas, de quem
foi ministro. Embora Jânio estivesse certo em pressentir a oposição a Jango, Jânio
não se beneficiou disso politicamente. A oposição, liderada pelo jornalista Carlos
Lacerda, chamou Jango de comunista. O perigo comunista e a aproximação com a
União Soviética eram veementemente combatidos pela elite capitalista brasileira.
88
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
Reformas de Base
Após o retorno do presidencialismo, Jango lançou o programa de reformas
durante um grande comício no Rio de Janeiro, no início de 1964, com a presença de
aproximadamente 300 mil pessoas. Entre suas propostas, estava o combate ao impe-
rialismo, por meio da nacionalização de refinarias de petróleo privadas. O presidente
era favorável à reforma agrária e ao direito de voto aos analfabetos e aos praças do
Exército (sargentos, cabos e suboficiais). Suas propostas tinham a intenção de redu-
zir a desigualdade social, mas seus opositores o acusavam de comunista.
Houve reação imediata nos grandes centros urbanos. Em São Paulo, o empre-
sariado organizou, com apoio de setores conservadores da classe média e da
© Arquivo/Agencia Estado/AE
Movimento
mobilizado
pelos setores
conservadores
da sociedade
organiza uma
marcha na
região central
de São Paulo
(SP), 25 de
março de 1964.
89
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
90
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
© Arquivo/Agência O Globo
© Arquivo/Agência O Globo
Tanques atravessam as ruas do Rio de Janeiro durante o golpe militar de 1964, anunciando o terror e
a repressão que a ditadura imporia à população.
91
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
A ditadura militar no Brasil (1964-1985) TEMA 3
Neste Tema, você vai estudar a ditadura militar implantada no Brasil a partir de
1964. Você poderá compreender como esse período da História recente contribuiu
para a formação do cenário sociocultural, político e econômico do País atual.
Você estudou, no Tema anterior, que o golpe militar foi uma das justificativas
adotadas pelos setores conservadores e dominantes da sociedade brasileira da
época para solucionar supostos problemas do Brasil.
Observando o País em que você vive hoje, você conclui que esses problemas
foram solucionados?
92
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
As características da ditadura
Durante mais de 20 anos, o Brasil viveu sob uma ditadura comandada
pelos militares e apoiada por diferentes setores da sociedade civil. Durante
esse período, não houve liberdade de expressão, organização ou comunicação.
A imprensa foi censurada, assim como qualquer manifestação cultural que
criticasse o regime. Qualquer crítica ao governo era julgada revolucionária ou
subversiva e, portanto, proibida pelos militares. Na política, aqueles que expres-
sassem publicamente seu desacordo estavam sujeitos à prisão e à tortura, que
em muitos casos levaram à morte, e também à execução sumária. Qualquer
oposição ao regime era considerada fora da lei, embora a própria ditadura
fosse ilegítima.
O golpe de 1964 não pode ser considerado uma revolução, pois com ele não houve nenhuma
ruptura na hierarquia social e política do País. O golpe militar garantiu a permanência dos inte-
resses capitalistas e impediu o avanço das reformas sociais no Brasil. No poder, permanecia a
elite capitalista representada, então, pelos militares.
93
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
94
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
“Foi na realidade uma noite do povo”, publicou O Globo em sua edição do dia
seguinte. Espetáculo de gala no estádio do Pacaembu, em São Paulo. Pelé teria
festejado seu milésimo gol se o resultado fosse o contrário. Mas foi o Corinthians
que marcou quatro gols no Santos. [...]
BETTO, Frei. Batismo de sangue: guerrilha e morte de Carlos Marighella. 14. ed. rev. e ampliada. Rio de Janeiro: Rocco, 2006, p. 17-18.
a) Quem foi Carlos Marighella? Será que ele foi de fato um terrorista ou essa era
uma imagem propagada pelos líderes da ditadura?
95
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
Assista ao filme Batismo de sangue (direção de Helvécio Ratton, 2007), baseado no livro de
mesmo título, de Frei Betto. Ele conta a história de quatro frades dominicanos que passam
a lutar contra a ditadura, até mesmo apoiando o grupo de guerrilheiros da Ação Libertadora
Nacional (ALN), comandada por Carlos Marighella. Nele, você poderá ver as práticas de tortura
realizadas pela polícia na época.
Outra sugestão é o filme Lamarca (direção de Sérgio Rezende, 1994), baseado no livro Lamarca,
o capitão da guerrilha, de José Emiliano e Miranda Oldack. Ele mostra a história do ex-capitão do
exército brasileiro Carlos Lamarca e de suas lembranças da trajetória que o levou a se rebelar
contra a ditadura, tornando-se líder de um grupo de guerrilheiros.
96
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
ATIVIDADE 2
Apoio civil ao golpe
Ressurge a Democracia!
Vive a Nação dias gloriosos. Porque Governo irresponsável, que insistia em
souberam unir-se todos os patriotas, arrastá-lo para rumos contrários à sua
independentemente de vinculações vocação e tradições.
políticas, simpatias ou opinião sobre
Como dizíamos no editorial d e
problemas isolados, para salvar o que é
anteontem, a legalidade não poderia
essencial: a democracia, a lei e a ordem.
ser a garantia da subversão, a escora
Graças à decisão e ao heroísmo das dos agitadores, o anteparo da desor-
Forças Armadas, que, obedientes a seus dem. Em nome da legalidade não seria
chefes, demonstraram a falta de visão legítimo admitir o assassínio das insti-
dos que tentavam destruir a hierar- tuições, como se vinha fazendo, diante
quia e a disciplina, o Brasil livrou-se do da Nação horrorizada. [...]
O Globo.
97
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
b) Por que os jornais mais importantes do País apoiaram a ditadura, até mesmo
chamando-a de “democracia”, como você viu no artigo citado? De quem eram
esses jornais e a quais interesses serviam?
2 Apesar de a imprensa ser livre para noticiar o que quiser, você considera que,
nos dias de hoje, ela nos apresenta as diferentes versões sobre os fatos ou está
comprometida com determinados interesses políticos, econômicos e ideológicos,
dando-lhes privilégios? Por quê?
98
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
Ditadura e capitalismo
A ditadura no Brasil estava relacionada à manutenção dos interesses dos capi-
talistas brasileiros. Os setores capitalistas estavam preocupados com as forças
sociais que não concordavam com o encaminhamento socioeconômico do País e
que se opunham ao:
Anos
1974 163h32
1973 147h04
1972 119h08
1971 111h47
1965 88h16
Fonte: KOWARICK, Lucio; CAMPANÁRIO, Milton. São Paulo, Metrópole do Subdesenvolvimento Industrializado.
Novos Estudos Cebrap, out. 1985, p. 70. Disponível em: <http://novosestudos.uol.com.br/v1/files/uploads/
contents/47/20080623_sao_paulo_metropole.pdf>. Acesso em: 28 mar. 2014.
99
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
Por fim, a tabela Comparação da distribuição da renda no Brasil – 1960, 1970 e 1976
indica um aumento na concentração de renda no País: enquanto os ricos enrique-
ceram ainda mais, a camada popular empobreceu.
100
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
101
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
Em 1985, Tancredo Neves foi eleito presidente da República, por meio do voto
indireto de um colégio eleitoral composto por políticos de várias tendências ideo-
lógicas. No entanto, o novo presidente morreu antes de tomar posse e quem
assumiu foi seu vice, um homem cuja carreira política estava ligada à ditadura:
102
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
103
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
[...] Art. 1 o A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
V – o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
BRASIL. Casa Civil. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm >. Acesso em: 24 mar. 2014.
104
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade
e quaisquer outras formas de discriminação. [...]
Fonte: BRASIL. Casa Civil. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm >. Acesso em: 24 mar. 2014.
Com base no que você estudou do texto, assinale “V” para verdadeiro e “F” para falso.
a) □ O desenvolvimento econômico era um assunto que estava no centro das
preocupações dos militares durante a ditadura.
105
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53
UNIDADE 4
• Luiz Inácio Lula da Silva foi líder sindical em São Bernardo do Campo (região do
ABCD paulista), em um contexto de intensa mobilização operária no final dos anos
1970. Tornou-se um dos fundadores do PT e candidato à presidência da República
pelo mesmo partido;
• Dilma Rousseff participou de organizações vinculadas à luta armada durante a
ditadura e foi prisioneira política entre 1970 e 1972, eleita presidente pelo PT.
No plano político, o Brasil, governado por esses presidentes, é diferente daquele
da época da ditadura, que censurava e perseguia seus opositores. E do ponto de
vista da desigualdade social e da dependência externa, houve mudanças significa -
tivas? Quais são elas?
128 UNIDADE 4
106
00_book_HISTORIA_CE_VOL4.indb 122 10/03/15 11:53