Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Idade Média
Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
AULA 00 – V2
Março de 2021
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Sumário
Apresentação da Aula 3
Cronograma de Aulas 7
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
6. Lista de Questões 79
7. Gabarito 104
Apresentação da Aula
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
História.
Levantei dados de questões aplicadas nos últimos 15 anos, em um total de 115 questões.
As informações estão organizadas em: História Geral (HG); História do Brasil (HB); História da
América (HÁ); e, “Outros Assuntos”.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
E em Mundo Moderno Alê, o que o Exame Intelectual costuma cobrar? Veja só:
CPF 12283999642
Perceba, caro aluno, que não dá para você ir para o Exame Intelectual sem estar afiado
os assuntos TOP FIVE cobrados no Exame, ou seja:
Expansão Marítima
Iluminismo
Independência dos EUA
Revolução Francesa
Reforma Religiosa na Europa
Sacou como devemos construir a Estratégia para a sua aprovação?
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Outra coisa: Em 2020, a prova veio super específica. Algumas questões difíceis, conteudistas;
algumas pediram relações entre diferentes experiências histórias e a influência dos fatores
internacionais nos processos da história do Brasil.
Pois bem, foi a partir de todas essas informações que montei o curso: focado no que
mais cai e na forma de cobrança da prova. Trata-se da melhor maneira de ajudar você a
GABARITAR em História.
Com isso, apresento-lhe o Cronograma de Aulas, as quais cobrem 100% do conteúdo
programático cobrado no Edital/Manual do Candidato.
Cronograma de Aulas
Mestra, não dá pra resumir? Não dá não, meu querido e querida! Você precisa sair na frente
e varrer seu Edital. Bora lá que a jornada é longa, mas vai compensar tudo.
IDADE MÉDIA
Aula 0 A Sociedade Feudal (Século V ao XV). O Renascimento Comercial e Urbano. (Referente aos
pontos A e B)
MODERNA I
Aula 1 Os Estados Nacionais Europeus da Idade Moderna, o Absolutismo e o Mercantilismo. O
Renascimento Cultural, o Humanismo e as Reformas Religiosas. (Referente aos pontos C e E)
MODERNA II
Aula 2 A Expansão Marítima Europeia. A Montagem da Colonização Europeia na América. Os Sistemas
Coloniais Espanhol e Inglês. (Referente aos pontos D e F)
BRASIL COLÔNIA I
Aula 3 O Sistema Colonial Português na América. Estrutura Político-Administrativa; estrutura
socioeconômica; invasões estrangeiras. (Referente ao ponto G)
MODERNA III
Aula 4 As Revoluções Inglesas (Século XVII). O Iluminismo e o Despotismo Esclarecido. A Independência
dos Estados Unidos. (Referente aos pontos H, I e J)
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
BRASIL COLÔNIA II
Aula 5 Expansão territorial; rebeliões coloniais. Movimentos Emancipacionistas: Conjuração Mineira e
Conjuração Baiana. (Referente ao ponto G)
CONTEMPORÂNEA I
Aula 6 A Revolução Industrial. A Revolução Francesa e a Restauração (o Congresso de Viena e a Santa
Aliança). (Referente aos pontos ponto I e K)
BRASIL IMPÉRIO I
Aula 7 O processo da independência do Brasil: o Período Joanino; Primeiro Reinado; Período Regencial.
(Referente ao ponto L)
CONTEMPORÂNEA II
O Pensamento e a Ideologia no Século XIX. O Idealismo Romântico; o Socialismo Utópico e o
Aula 8 Socialismo Científico; o Cartismo; a Doutrina Social da Igreja; o Liberalismo e o Anarquismo; o
Evolucionismo e o Positivismo. O imperialismo e os antecedentes da Primeira Guerra Mundial.
(Referente aos pontos M e N)
BRASIL IMPÉRIO II
Aula 9
Segundo Reinado; Crise da Monarquia e Proclamação da República. (Referente ao ponto L)
CONTEMPORÂNEA III
CPF 12283999642
Aula 10 A Primeira Guerra Mundial; consequências da Primeira Guerra Mundial. O Mundo na Época da
Segunda Guerra Mundial. O “entreguerras”; a Segunda Guerra Mundial. (Referente aos pontos
N e O)
BRASIL REPÚBLICA I
Aula 11 A República Velha no Brasil; conflitos brasileiros durante a República Velha. (Referente ao ponto
N)
BRASIL REPÚBLICA II
Aula 12 O Brasil na Era Vargas; A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial. A República Entre
1945-1964. (Referente ao ponto O)
CONTEMPORÂNEA IV
O Mundo no Auge da Guerra Fria. A reconstrução da Europa e do Japão e o surgimento do mundo
Aula 13 bipolar; os principais conflitos da Guerra Fria – a Guerra da Coréia (1950 – 1953), a Guerra do
Vietnã (1961 – 1975), os conflitos árabes-israelenses entre 1948 e 1974; A descolonização da
África e da Ásia. (Referente ao ponto P)
BRASIL REPÚBLICA III
Aula 14
A República Brasileira entre 1964 até os dias atuais. (Referente aos pontos P e Q)
CONTEMPORÂNEA V
Aula 15 O Mundo no Final do Século XX e Início do Século XXI. Declínio e queda do socialismo nos países
europeus (Alemanha, Polônia, Hungria, ex- Tchecoslováquia, Romênia, Bulgária, Albânia, ex-
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
“Uma palavra escrita não pode nunca ser apagada. Por mais que o desenho tenha sido feito a
lápis e que seja de boa qualidade a borracha, o papel vai sempre guardar o relevo das letras
escritas. Não, senhor, ninguém pode apagar as palavras que eu escrevi."
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Esse curso intensivo vai no alvo e prioriza o que realmente cai. Foi pensado para você
estudar até o dia do seu exame intelectual.
Atenção desde já: manter a linha cronológica é FUNDAMENTAL para você não perder a
sequência histórica e cronológica dos conteúdos. Até mesmo porque você precisará alinhar a
História geral com História do Brasil.
Assim, na disciplina de história, temos que fazer sempre o controle da temporalidade.
Por isso, sugiro que você monte sua linha do tempo: durante a leitura da aula, cada data que
aparecer você anote e completa sua linha do tempo. Para facilitar sua vida, as datas ficam
sempre grifadas em amarelo.
Você faz o controle dessa linha por meio da marcação do exato momento histórico que
você está estudando. Assim, você nunca mais vai ficar “perdido no tempo” (acreditem: essa é
a principal dificuldade para quem estuda história – mas não será para você!).
Além disso, faremos muitas questões divididas em dois momentos:
➢ 1º. Ao longo da teoria - para memorizar.
➢ 2º. Ao final do material na Lista de exercícios. Nesta lista constam as questões da EsPCEx,
autorais e adaptadas.
Quero enfatizar que todas as questões da lista são comentadas item a item. No
CPF 12283999642
comentário, eu explico o conteúdo, mas também mostro os macetes e os caminhos que você
precisa fazer para chegar na resposta certa. Ou seja, eu faço uma análise comentada e com
estratégias de respostas para cada questão.
Esse é o caminho para gabaritar o conteúdo e sair para o abraço .
Na composição do nosso curso, também temos as videoaulas. Dinâmicas e interativas,
elas têm o conteúdo completo que também consta nos Livros Digitais, especialmente, naqueles
assuntos mais espinhosos que quase todo mundo esquece na hora H. Nas videoaulas dou dicas
e macetes preciosos para você resolver as questões objetivas.
Há também o Fórum de Dúvidas, que será nosso mecanismo de contato permanente.
Estaremos sempre perto! Além de o Fórum permitir que você tire dúvidas rapidamente, o curso
EAD permite que você estude conforme suas necessidades e potencialidades. Aliás, essa é uma
das principais vantagens do ensino EAD, pois quem monta o horário de estudos é você. Tem
quem mande bem pela manhã, outros à tarde, e tem o estudante “super noturno”.
Além disso tudo, para você avaliar como está seu desenvolvimento e, replanejar a rota
de estudos, se for o caso, teremos Simulados Periódicos, com correção de todas as disciplinas.
Ao longo da preparação, também fazemos revisões e aprofundamentos, a depender das
demandas, dificuldade e sugestões dos alunos. Isso pode ocorrer no Canal do Youtube, ao vivo,
ou em Salas Vip – um ambiente virtual de aprendizagem com no máximo 50 alunos. A
disponibilização dessas aulas, quando ocorrem ficam disponíveis na área do aluno.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Esse é o diferencial da nossa proposta: fazer do seu jeito, conforme as suas necessidades
e com nossa orientação por meio dos nossos materiais e videoaulas! O que importa é sua
APROVAÇÃO!
Veja alguns cuidados que você deve ter ao estudar essa disciplina:
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
analisar
contexto
Processo
histórico
Então, a tradicional linha do tempo é um exercício fundamental para quem quer gabaritar
história. Em estatística, chamamos isso de série histórica. Para entender tendências mais gerais
do mercado de trabalho, por exemplo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
pega os dados de períodos grandes de tempo. Assim, consegue-se perceber o movimento, as
transformações, as tendências e as variáveis constantes. É isso que fazemos com a História,
como qualquer outra ciência.
Terceiro: é fundamental desvendar as relações causais dos processos – causas e
consequências. São elas que ligam os fios e fatos da História. Quando estamos diante de um
acontecimento precisamos fazer as perguntas: quando, onde, por que, por quem, resultou em
que, para quem? Vamos diagramar essa ideia?
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Quando?
Para
Onde?
quem?
Fato
Histórico
Resultou
Por quê?
em quê?
Por
quem?
Normal!! Contudo, isso não vale mais quando o que você quer entrar em uma das melhores
Universidade do País. Mesmo você, que já fez cursinho antes, que já leu e releu as apostilas e,
mesmo assim, não conseguiu gabaritar, devo dizer: estava com o método errado.
É preciso mudar a perspectiva, e é isso que nós propomos com nosso material. A
COMPREENSÃO DOS PROCESSOS DEPENDE DA MEMORIZAÇÃO e NÃO EXISTE
MEMORIZAÇÃO SEM COMPREENSÃO. Essas coisas são complementares, sacaram?
Ou seja, a decoreba e a compreensão dos porquês são complementares e não
excludentes.
Se você topa o desafio, vamos que vamos, juntos, até a sua APROVAÇÃO!
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Veja a seguir:
Idade Antiga: 4000 a.C até 476 d.C (da invenção da escrita até queda do
CPF 12283999642
Império Romano)
Idade Média: 476 d.C até 1453 d.C (até a queda de Constantinopla, capital
do Império Bizantino)
Idade Moderna: 1453 d.C até 1789 d.C (até a Revolução Francesa)
Idade Contemporânea: 1789 até os dias atuais
Idade
Idade Antiga: Idade Moderna:
Idade Média: 476 Contemporânea:
4000 a.C até 476 1453 d.C até
d.C até 1453 d.C 1789 até os dias
d.C 1789 d.C
atuais
Mas lembre-se: o fluxo histórico é CONTÍNUO. Não tem um dia no qual os homens acordaram
e se deram conta de que “tinha acabado a Idade Média e começado a Moderna...” e disseram:
“Aí, querido, agora somos Modernos!!! :P......
Por isso, a divisão é um recurso pedagógico e de pesquisa, feito por diversos historiadores ao
longo dos últimos séculos e a mais aceita nas provas de História. Outras existem e em momentos
oportunos, comento com você, ok?
Se tiver dúvida, já sabe, é só mandar no Fórum de Dúvidas!
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Você está começando do zero? Tem dificuldade com história e vive ficando perdido
no tempo?
Então, faz esses dois treininhos aqui para aquecer e tomar o primeiro contato com a
disciplina.
E não esquece: toda longa jornada começa com o primeiro passo. Seja humilde e
bora buscar o 12/12. Gabaritar é possível!
O estudo da história está dividido por periodização organizada pela historiografia com
objetivos didáticos para podermos comparar períodos, processos e fenômenos. Dessa
forma, existe uma linha do tempo que marca uma cronologia aceita cientificamente.
CPF 12283999642
A periodicidade, compreendida entre a criação da escrita e os dias atuais, está correta em:
a) Idade Média, Idade Antiga, Idade Moderna e Idade Contemporânea.
Comentários:
O estudo da história está dividido por periodização. Por exemplo, o cronograma do nosso
curso, está organizado segundo uma lógica cronológica. Às vezes, alguns alunos se
confundem nessas marcações. Atenção.
Essa cronologia foi organizada pela historiografia com objetivos didáticos para podermos
comparar períodos, processos e fenômenos, uma vez que a história é o estudo da vida dos
homens no seu devido tempo. Sacou? A subdivisão é a seguinte:
Idade Antiga: 4000 a.C até 476 d.C (da invenção da escrita até queda do Império
Romano)
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Idade Média: 476 d.C até 1453 d.C (até a queda de Constantinopla, capital do
Império Bizantino)
Idade Moderna: 1453 d.C até 1789 d.C (até a Revolução Francesa)
Idade
Idade Antiga: Idade Moderna:
Idade Média: 476 Contemporânea:
4000 a.C até 476 1453 d.C até
d.C até 1453 d.C 1789 até os dias
d.C 1789 d.C
atuais
Idade Média é uma terminologia criada por historiadores do século XVIII. Convencionou-se
que seria um período entre o ano de 476, com o fim do Império Romano do Ocidente, e o
CPF 12283999642
ano de 1453, com o fim do Império Bizantino (ou, Império Romano do Oriente).
Levando esse texto em consideração, a Idade Média ocorreu entre os séculos:
a) V e XV
b) IV e XIV
c) III e XIII
d) V e XVI
e) V e XIV
Comentários:
Datas são elementos importantes na História. Mas nem sempre elas aparecem com a data
por extenso (quatrocentos e setenta e seis) ou o número cardinal (476). Em história, muitas
vezes nos referimos aos séculos para narrar um processo, fazer comparações e localizar um
acontecimento. Representamos os séculos pelos algarismos Romanos (I, II, III, IV, V, VI, VII,
VIII, IX, X, XI, etc.....) – isso vocês aprendem em matemática.
Por exemplo, a Independência do Brasil foi no ano começo do século XIX.
Assim, saber o tempo a que se refere o século é muito importante; vejamos:
O Século tem 100 anos:
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
O século 1 começa no ano 1 e vai até o ano 100 100 anos século I
O século 2 começa no ano 101 e vai até o ano 200 100 anos século II
E assim sucessivamente....
Perceba, então, que um século sempre começa com 1 e termina com 00, ou seja:
1 até 100
101 até 200
201 até 300...
Então, vamos lá:
476 estão entre 401 e 500, logo é o século V (cinco).
1453 está entre 1401 e 1500. Logo século XV (quinze).
Há uma continha que fazemos para facilitar a vida:
Sempre você pega a data e despreza a primeira e a segunda casas (unidade e dezena).
Exemplo:
CPF 12283999642
476
1
5
Agora, se a data termina em 0/00/000, então, você não faz nenhuma conta. Apenas corta
os zeros. O século será o exato número que sobra.
Exemplo:
Sendo assim, podemos dizer que a Idade Média ocorreu entre os séculos V e XV (entre
476 e 1453).
Gabarito: A
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
cultura greco-romana).
Porque o meio é meio termo. Não é a excelência. Já viu alguém passar em Medicina
sendo um aluno mediano? Difícil, né? Então, Idade Média, não é média só porque estaria no
meio. Essencialmente porque seria um tempo histórico no qual não houve grande esplendor
econômico e político. Sacou?
Contudo, repare que essa visão historiográfica é eurocêntrica, uma vez que se coloca
como centro da Idade Média a formação da ordem social feudal – que se deu, sobretudo, na
porção Ocidental da Europa.
Mas, entre 476 e 1453 há muitas outras experiências humanas que não podem ser
resumidas ao feudalismo. E eu não estou falando de China, Japão ou Índia, tampouco dos povos
do centro ou do sul do continente africano. Falo da região que nesta aula chamarei de “Mundo
do Mediterrâneo” ou o lugar onde se localizou o Império Romano.
Nesse tempo da Idade Média, nessa região do “Mundo Mediterrâneo” concorreram pelo
menos 3 civilizações:
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
A Islâmica,
A Bizantina, representada
representada pelo Império
pelo Império Bizantino ou
Islâmico, localizada na
Império Romano do Oriente;
Península Arábica.
A Ocidental, representada
pelos Reinos Bárbaros;
originará a sociedade feudal.
Observe o mapa abaixo. Preste atenção como elas convivem nas terras do antigo Império
Romano.
Todas essas civilizações se formaram, expandiram-se e fragmentaram-se no mesmo
período e, em muitas situações, disputando os mesmos espaços. Portanto, houve conflito entre
elas e, de certa forma, relações de influência umas com as outras. Nesta aula tomaremos contato
com as três civilizações.
Para efeitos pedagógicos, os historiadores acordaram dividir a Idade Média em 3 blocos.
CPF 12283999642
Veja:
Idade Média
1000
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
1
LE GOFF, Jacques. A Civilização do Ocidente Medieval. Lisboa: Editorial Estampa. Vl. 1. 1983, p. 29.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Assim, para Le Goff, o mundo medieval nasceu sobre as ruínas do mundo romano, pois
Roma teria alimentado o surgimento do Idade Média2. Esse estudioso e vários outros
medievalistas, como Giorgani, defendem a tese de que:
Veja, segundo o argumento acima, o ato inicial não é simplesmente a chegada dos povos
não-romanos em terras do Império Romano, mas a compenetração e fusão destes dois
elementos: romanos e germânicos.
No mesmo sentido, o professor inglês Perry Anderson, no seu livro Passagens da
Antiguidade ao Feudalismo3, elabora a tese de que a ordem feudal, ou o mundo feudal, foi a
síntese da interação entre os modos de vida dos romanos e dos germânicos.
vida. Nem romanos e nem germânicos podiam mais sustentar seus velhos padrões
de reprodução material e subjetiva a partir do século V. Era preciso buscar superar
suas crises! Ambos estavam nessa busca.
2
LE GOFF, Jacques, Idem. p. 27.
3
ANDERSON, Perry. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1989.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Esses momentos de transição entre o velho mundo e a formação do novo são os mais
difíceis de estudar porque é tudo muito fluido, é a desintegração do velho e a formação do
novo. E mesmo quando o Novo parece já estar lá imponente e forte, conseguimos perceber
que o Velho insiste em lembrar que ele continua existindo. Por isso, quando falamos em “mundo
feudal” estamos tratando de economia, sociedade, política, cultura e religião, ou seja, do
homem e do seu modo de viver.
Portanto, o feudalismo (ordem feudal) é uma tipologia criada pelos historiadores a partir
da generalização dos aspectos político, econômicos, sociais e religiosos. É essa tipologia que
você deve levar para prova (veja a questão 3 da lista de questões). Mas, sem NUNCA perder
seu senso crítico sobre o processo, pois, em questões mais difíceis, a banca vai testar sua
CPF 12283999642
capacidade analítica de mostrar que você sabe a tipologia, mas consegue ver suas contradições
e diversidades – ou seja, os furos do “tipo ideal”. Sacou?
Vamos partir desse pressuposto: a formação dos reinos germânicos foi produto da
desagregação do Império Romano do Ocidente e do movimento de ocupação dos germânicos
nessa região que, até então, era dominada pelos romanos. A síntese desses dois processos teve
como consequência o impulso para a formação da Ordem Feudal, no centro da Europa.
Embora saibamos que a marca factual do fim da Antiguidade seja o fim do Império
Romano do Ocidente, quero alertar-lhe para o fato de que as migrações dos povos germânicos
para as regiões que antes formavam o Império Romano do Ocidente não pararam em 476. Na
Alta Idade Média, ou seja, entre os séculos V e X, os germânicos continuaram se deslocando
por toda a Europa Ocidental.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
agressões externas.
Claro que sei, Profe! Quer dizer “o eclipse da cidade diante do campo”. Ou seja, as cidades
perderam importância e o ambiente rural se fortaleceu!
- Uau, arrasou!!! Bingo! Agora, pensemos nas consequências desse processo para a organização
da vida.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
“Antes a alegria de viver estava nas ruas e nos grandes monumentos urbanos; agora se refugia nas casas
e nas cabanas. Antes, com suas leis, tropas e edis*, o Império se honrara em facilitar a vida pública como
ideal de vida; agora, com os reinos germânicos, dilui-se o culto da urbanidade em proveito da vida
privada. Para os recém-chegados, os germanos, quase tudo é de domínio privado.” (*Administradores
públicos plebeus)
Lembra do que o estudioso francês Jean-Pierre Vernant falava sobre o diálogo como
instrumento da política da antiguidade clássica? E vimos que, primeiro na Grécia e depois em
Roma, as instituições políticas eram abertas à participação dos cidadãos. Elas foram tão
importantes que ficavam localizadas no ponto mais alto da cidade-estado – a Acrópole!
“(...) sobretudo no domínio da organização política e no domínio da cultura, .... eles precipitaram,
agravaram, exageraram a decadência que se tinha iniciado sob o Baixo Império. De um declínio,
eles fizeram uma regressão.” Regressão quantitativa, regressão técnica, regressão do gosto e dos
costumes e regressão da administração e da majestade de governo, eis o saldo das invasões dos
Bárbaros.5
Esse cenário rural e privado era propício para a adaptação dos povos germânicos devido
às suas características culturais.
Vamos ler um trecho do texto escrito por Tácito, um historiador Romano, sobre os povos
germânicos. Perceba a relação que o autor estabelece entre a política, a guerra e a família.
4
ROUCHE, Michel. Alta Idade Média Ocidental, p. 403.
5
LE GOFF, Jacques. A civilização do Ocidente Medieval, 2005.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
“Os reis são escolhidos segundo sua nobreza, os chefes segundo sua coragem. Mas
o poder dos reis não é ilimitado, nem arbitrário e os chefes, mais pelo exemplo do
que pela autoridade, tomam as decisões, atraem os olhares, combatem na primeira
linha, impõem-se pela admiração. Além disso, ninguém tem o direito de tirar a vida,
de acorrentar, mesmo de fustigar, a não ser os sacerdotes, não a título de castigo,
nem sob a injunção de um chefe, mas como se a ordem viesse do deus que eles
acreditam estar presente ao lado dos combatentes. Os germanos levam à batalha
imagens e emblemas que tiram dos bosques sagrados, mas o que estimula
singularmente a bravura, não é nem o acaso, nem a disposição fortuita que constitui
o esquadrão, nem os cantos, mas sim as famílias e os parentes.” 6
Segundo Tácito – e diversos medievalistas concordam com ele - o espaço privado das
relações domésticas e familiares era o lugar privilegiado das decisões importantes para os povos
germânicos. Assim, podemos concluir que havia uma tendência de se constituir uma
sociabilidade mais ligada às relações pessoais e familiares em que os olhares públicos não eram
capazes de alcançar. Se liga nessa cena, hein?
CPF 12283999642
6
TÁCITO. A Germânia. In: PINSKY, Jaime (org.). 100 textos de História Antiga. São Paulo: Contexto, 1988. p. 74-75
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Outros historiadores colocam mais ênfase nas perseguições de um povo bárbaro sobre o outro,
ou na atração por territórios mais ricos, ou mesmo no crescimento demográfico dos povos
bárbaros. Independentemente da causa das invasões bárbaras, ou dos deslocamentos sobre a
Europa Ocidental, fato foi que elas foram importantíssimas e é isso que você deve levar para a
prova.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Ok, Profe, entendi. Mas, qual foi o papel da Igreja nesse processo entre os séculos V e IX até a
ordem feudal se consolidar?
Veja: na formação do feudalismo há um suporte estrutural, algo como uma ponte que
liga os elementos desse processo. Quem cumpre essa “função de ponte” na transição da
antiguidade para o estabelecimento da ordem feudal é a Igreja Católica. Essa instituição
assumiu uma posição de continuidade e manutenção do antigo Império Romano e, por isso, foi
a “ponte” entre o passado e o futuro! Segundo Perry Anderson,
Ela foi, realmente, o principal e frágil aqueduto sobre o qual passavam agora as reservas culturais do
Mundo Clássico ao novo universo da Europa Feudal, onde a escrita se tornara clerical... A Igreja foi a
indispensável ponte entre duas épocas, numa passagem “catastrófica” e não “cumulativa” entre dois
modos de produção.7 (grifo nosso)
7
ANDERSON, Perry. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1989, p.
131.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
injustiça da massa da população miserável que vivia tanto do lado dos romanos quanto do lado
dos bárbaros. Por essa razão, é comum a historiografia afirmar que a Igreja Católica possuía um
sentido universal, isto é, conquistar adeptos independentemente do povo a que a pessoa
pertencesse.
Com isso, foi se formando um contexto de relações em que se pretendiam anular as
tensões e os conflitos. Percebe, então, a estrutura mental que formou um dos pontos desse
novo mundo cultural? Na próxima aula, nós veremos que essa mentalidade dará suporte para a
formação de uma sociedade estamental de três ordens: clerical; nobre; e, servil.
Outro exemplo está relacionado com a expansão da língua latina e, portanto, com a
cultura clássica. Durante o Império Romano, a grande massa não conhecia o latim – língua dos
governos e das elites intelectuais. Desse modo, a expansão do cristianismo subverteu essa
ordem.
Alguns autores afirmam que isso vulgarizou e corrompeu a cultura clássica por meio de
um processo de assimilação e adaptação dos elementos clássicos por uma população mais
vasta. Estes, especialmente os povos germânicos, teriam a arruinado. Argumento forte,
polêmico e até aristocrático, não acha?
De qualquer maneira, a cultura surgida nesse processo foi uma fusão de elementos
romanos e germânicos e a Igreja foi a responsável por salvaguardar e transmitir a herança
CPF 12283999642
clássica. Assim, as novas línguas (espanhol, português, francês) que se consolidaram nesse
momento foi a expressão dessa experiência histórica.
Também quero enfatizar que, nesse momento de transição,
como parte das interações socioculturais ocorridas entre os povos
romanos e germânicos, houve a conversão de muitos não-romanos ao
cristianismo. Veja o que diz o especialista em cultura medieval Georges
Duby:
8
DUBY, Georges. História artística da Europa: A idade Média. São Paulo: Ed. Paz e Terra, 1997.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Por isso, de maneira bem focada, vamos tomar o exemplo de um dos reinos romano-
germânico cristãos que nos ajudará a entender o processo que estou descrevendo. Trata-se
do Reino Franco. Sigamos fortes amores!
9
ARRUDA, José Jobson de A. Atlas Histórico Básico. São Paulo: Ed. Ática, 2008, p 13.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Nesse momento, apesar de o início do Reino Franco ter sido marcado por um Estado
centralizado, as constantes disputas pela sucessão do trono somada à baixa autoridade dos reis
seguintes a Clóvis enfraqueceram o poder real. Com isso, desencadeou-se um processo de
descentralização do poder em direção aos senhores proprietários de terra, pois estes
começaram a assumir tarefas políticas e militares para protegerem suas terras, famílias e
agregados (já, já esses senhores serão os senhores feudais que estudaremos no momento da
consolidação da ordem feudal, acompanhe com atenção).
10
BASCHET, J. A civilização feudal. Do ano mil à colonização da América. São Paulo: Ed. Globo Livros,
2014
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Em função do sucesso dos cavaleiros, daí em diante essa figura passou a ser central
na vida medieval. A relação entre o cavaleiro que oferecia proteção e serviços
militares em troca de receber terra dos senhores viria a constituir o que iremos
CPF 12283999642
estudar como “relação de vassalagem”. Note que essa era uma relação estabelecida
entre nobres e não entre nobres e servos. No começo, recebia-se do Rei, depois era
de outro senhor de terra. Ou seja, a partir da importância militar do exército de
cavalaria, fruto de um aprendizado no enfrentamento com os árabes, estava instituída
as bases da relação de vassalagem. Tá aí um achado que é muito louco, é
praticamente a arqueologia da história!!!
Dessa experiência, Carlos Martel tomou medidas decisivas para consolidar a força militar
dos francos. Uma delas foi estabelecer uma forte cavalaria, a qual passou a ser formada pelos
principais guerreiros. Os membros da cavalaria, juntamente com a Igreja, eram os que mais se
beneficiavam da partilha das terras após as vitórias em campo de batalhas.
Com a morte de Carlos Martel, e como parte da disputa de poder interno, seu filho,
Pepino - o Breve, obteve o apoio do Papa e depôs o último rei da dinastia merovíngia, em 751.
Com isso, Pepino iniciou a Dinastia Carolíngia. Em troca do decisivo apoio da Igreja, Pepino
cedeu ao Papa imensas extensões de terra no centro da Península Itálica, que ficaram
conhecidas como Terras de São Pedro – embrião do que hoje conhecemos como Vaticano.
Parece uma espécie de vassalagem, né?
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Depois da morte de Pepino, em 768, seu filho Carlos Magno assumiu o trono. Governou
até 814. Foi considerado o maior rei da Alta Idade Média, pois organizou um eficiente sistema
administrativo capaz de suportar a expansão territorial.
O período que governou é conhecido na história como Renascimento Carolíngio.
Renascimento porque Carlos Magno tentou um projeto para fazer renascer o antigo Império
Romano do Ocidente. O “Renascimento Carolíngio” foi caracterizado pelo incentivo à cultura
e ao desenvolvimento do saber. O Imperador chegou a formar um círculo de eruditos em sua
corte ao qual denominava de Academia. Mas, com a morte de Carlos Magno, em 814, pouco a
pouco, o saber ficou concentrado nas mãos da Igreja Católica.
Independentemente da vontade dos reis e do clero, percebemos que, na realidade, os
elementos básicos e estruturais do feudalismo estavam em pleno desenvolvimento nesse
momento. Parte dessa explicação, está diretamente relacionada com as decisões tomadas por
Carlos Magno para a montagem do seu sistema de governo. Daqui a pouco veremos essa
estrutura.
Os territórios eram administrados pelos “emissários do senhor”, os Missi Dominici. Dessa
maneira, parte desse sistema funcionava por meio da designação de cargos aos senhores de
terra na burocracia estatal.
Além disso, com esse modo de administrar o reinado, Carlos Magno conseguiu
CPF 12283999642
reequilibrar as relações entre o poder do rei, o poder da Igreja e o poder da nobreza. Ou seja,
ele restabeleceu a ideia de conciliação que, anteriormente, estava a cargo da Igreja. Lembra de
que os ricos senhores de terras se enfrentavam com os reis francos – pelo menos até a ascensão
de Pepino? Uma das formas de controlar a disputa pelo poder entre esses senhores foi reforçar
as doações de terras conquistadas em guerras. Em troca, o Rei cobrava lealdade dos senhores.
Ou seja, caro aluno e aluna, Carlos Magno impulsionou o uso das relações de
vassalagem!!!
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Título de nobreza tem origem nos títulos de propriedade doados pelos reis no
momento histórico da Alta Idade Média. No começo eram vitalícios, depois se
tornaram hereditários. Ao se tornarem hereditários, não podiam ser transferidos
porque, naquele momento, a terra não era um bem material monetizado.
Ao contrário, seu valor estava na relação de lealdade e de proteção que se
estabelecia entre quem doa a terra e quem a recebe. Sacou?
Por sua vez, os guerreiros beneficiados, para assegurar a presença de homens armados
em seus próprios destacamentos, também concediam benefícios a outros homens, os vassalos.
Dessa forma, os senhores próximos a Carlos Magno constituíam seus próprios vassalos. Meu,
era quase uma reação em cadeia de vassalagem!!! Do rei para o senhor, do senhor para o
cavaleiro, do cavaleiro para outro cavaleiro e sucessivamente.
vassalo
2
vassalo
3
rei vassalo
1
vassalo
4
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
No ano de 800 ocorreu um evento muito representativo das relações que se constituíram
durante a idade média e que tinha começado lá com o Rei Franco Clóvis, em 496: Carlos Magno
foi coroado pelo papa Leão III como o Imperador do “Novo Império Romano do Ocidente”!
Veja como o esplendor da Roma Antiga continuava iluminando e inspirando reis muitos séculos
CPF 12283999642
depois de ter sucumbido, a ponto de ser refundado! Contudo, perceba que, nesse momento,
a instituição que legitimou o poder foi a Igreja Católica! Dali em diante, a Monarquia e a Igreja
fizeram parte de um mesmo arranjo político que permitiu aos nobres permanecerem como
classe dominante por muitos séculos!
Mas, em 814, a morte do Imperador representou o fim da expansão territorial e a
fragmentação do último reino unificado da Europa Ocidental no período medieval. Novamente,
a disputa pela sucessão do trono vem para alterar os rumos da história.
Com efeito, após a morte de Carlos Magno o trono passou a ser ocupado por seu filho,
Luís - o Piedoso. Este, por sua vez, teve três filhos:
➢ Luís, o Germânico;
➢ Lotário;
➢ Carlos, o Calvo.
A disputa pelo poder não parou. Em 843 buscou-
se uma solução e o Império foi divido, era o Tratado de
Verdun. Com esse tratado, o império ficou dividido
assim:
➢ Luís, o Germânico, ficou com a Germânia
(para guardar essa informação não precisa
nem de dica!!!);
➢ Lotário ficou com a região da Itália;
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Em 987 chega ao fim a dinastia Carolíngia no território da França. Hugo Capeto foi
coroado na região pertencente a Carlos, o Calvo. Iniciou-se a Dinastia Capetíngia. Nessa altura
da história, no século X, uma nova onda de invasões assolou a Europa Ocidental. De novo???
Meu Deuxsss, e o que aconteceu com uma nova onda de invasões, Profe? De onde esses caras
vieram, agora? Gente, eles não cansam?
Pois é, gente, eles não cansam! Dessa vez, foram os temidos vikings e os normandos.
Alguns historiadores dizem que eles se aproveitaram das lutas fratricidas pelo poder no Império
Franco para adentrar as fronteiras enfraquecidas. Além disso, essas incursões acentuaram o
processo de feudalização da sociedade europeia ocidental, tal como estamos vendo até aqui!!!
Os processos de descentralização e de isolamento de grupos, famílias e comunidades
se aprofundaram mais ainda. Os senhores de terras abrigavam as populações que fugiam desses
povos e suas incursões violentas. Em troca de proteção, nos castelos fortificados, as pessoas se
submetiam ao poder dos nobres. Em troca dessa proteção, o homem livre trabalhava para o
CPF 12283999642
11
ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática, 2008. p.15.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Por fim, é nesse momento, nobre aluno e aluna, em pleno século IX, que o feudalismo
se consolida como modo de vida, como sistema econômico, enfim, como uma Nova
Ordem “mundial” (europeia, né? hehe 😊). Agora, guarde esse conhecimento todo
com o máximo carinho, pois, esse assunto continuará na próximo nossa próxima aula
do Livro Digital, ok?
Lembre-se de que tanto o fim do Império Romano do Ocidente quanto a presença dos povos
bárbaros na Europa foram determinantes para o surgimento do feudalismo.
Pois bem, como os povos de origem bárbara passaram a dominar do século V em diante, seria
natural que as práticas e costumes desses bárbaros adentrassem com eles nos próximos
capítulos da história, concorda?
CPF 12283999642
Uma dessas práticas era a forma com que os “escravos” bárbaros eram tratados. Diferente da
maneira com que os romanos lidavam com seus escravos, os germânicos mantinham relações
que mais se aproximavam do que foram os “servos”.
Leia um trecho do livro Costumes dos Germanos, do historiador Tácito (de fins do século I d.C.).
Nesta passagem fica evidente essa diferença:
“Não se servem dos demais escravos como nós [romanos], empregando cada um em seu trabalho de
casa: deixam cada um viver separado e trabalhando para si próprio; e o senhor os faz pagar certa
quantidade de cereais, gado e roupa como um lavrador, e com isso em mais nada tem que lhe obedecer
o escravo. Os outros trabalhos domésticos são feitos pela mulher e pelos filhos. Poucas vezes açoitam
os escravos; não os põem em cadeias nem os condenam a trabalhos. Costumam matá-los, não por
castigo, mas quando os cegam o aborrecimento e a cólera, como o poderiam fazer com um inimigo,
porém sem receber pena por isso. Os libertos são pouco mais estimados que os escravos, e poucas
vezes têm lugar de mando na casa dos senhores e nunca nas cidades, salvo naqueles povos governados
por reis” .
Veja, então, querida e querido, que o modelo de relação de servidão não brotou do nada, ele
é resultado dos costumes dos povos bárbaros e dos processos de formação política dos
territórios que, em razão da descentralização do poder e da formação de comunidades
comandadas por senhores, acabaram submetidos a eles. Ahhh, esses pobres vulneráveis...só
poderiam virar os servos da gleba mesmo...
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
12
LE GOFF, Jacques. A civilização ocidental medieval. Lisboa: Ed. Estampa, 1983.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
2.3.1 – O Feudo
Feudo. Mansos
A partir da imagem, podemos identificar alguns lugares chamados de mansos. Veja que em
cada espaço existem relações de produção e sociais específicas.
Atente para o fato de que podemos estabelecer uma série de ligações entre economia,
sociedade e política no feudo.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
2.3.2.1 - Sociedade
CPF 12283999642
A sociedade feudal era estamental, ou seja, estava dividida em estamentos. Cada estamento
era composto por um grupo ou classe social. A participação de cada indivíduo, em cada grupo
social, era determinada pelo seu nascimento e\ou pela função que o indivíduo executava na
sociedade. Isso formava uma pirâmide social.
No feudalismo havia 2 classes sociais divididas em 3 ordens sociais estabelecidas.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Cuidado com uma singularidade: o clero! Observe que as pessoas não nasciam
membros do clero, elas nasciam no seio da nobreza. Por isso, quem nasceu nobre, no
feudalismo, executava duas atividades diferentes: guerrear ou orar.
Já quem nasceu plebeu - sem propriedades, sem herança e sem status – eram os
trabalhadores. Eles estavam, majoritariamente, submetidos à relação de servidão, por
isso, são conhecidos como servos.
NOBREZA (ou bellatores - palavra latina que significa guerreiros): ordem dos detentores
de terra, que se dedicavam, principalmente, às atividades militares. Sobre eles não recaia
nenhum imposto, apenas a obrigação de guerrear. Ao contrário, recebiam taxas devido ao fato
de serem os proprietários das terras e dos instrumentos de trabalho. Portanto, eram
privilegiados.
Clero (ou oratores – palavra latina que significa rezadores): ordem dos membros da Igreja
Católica. Havia o Baixo Clero, que eram os membros sacerdotes e diáconos e, o Alto Clero, que
eram os bispos, arcebispos e sacerdotes e o próprio Papa. As famílias nobres mais ricas ficavam
com os cargos mais altos da Igreja, estes detinham poder e influência política sobre os nobres
donos de terra. Os de pouco riqueza, os que não tinham tantas terras ficavam no baixo clero.
Essa ordem também era isenta de pagamento de taxas e impostos. Portanto, também eram
privilegiados.
Servos (ou laboratores, palavra latina que significa trabalhadores): ordem composta pela
população camponesa os quais realizavam as atividades de subsistência material para todas as
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
classes sociais do feudo. Ser servo significava estar preso à terra vitaliciamente – a pessoa e
toda a família. Os servos deviam produzir 3 dias por semana no manso senhorial e nos outros 3
dias recebiam o manso servil no qual podiam plantar para si e sua família, desde que pagassem
as determinadas taxas aos senhores feudais. No 7º dia da semana realizavam suas atividades
religiosas e culturais. Por isso, não tinham privilégio algum.
Notou que cada uma das ordens sociais tinha uma função que, na verdade, era entendida
como obrigação!
Profe, mas porque era uma obrigação? Assim.... não tinha jeito de mudar isso?
Não querido aluno, não mesmo! Não há mobilidade social em sociedades estamentais,
porque o critério de pertencimento ao estamento é o nascimento. Além disso, a mentalidade
feudal era muito influenciada pela Igreja Católica e esta instituição pregava que a divisão
desigual fazia parte da ordem divina criada por Deus, por isso, deveria ser aceita por todos, sob
pena de castigos divinos terríveis. Veja abaixo um texto de um clérigo, Eadmer de Canterbury
(ou Cantuária), do século XI:
CPF 12283999642
A razão de ser dos carneiros é fornecer leite e lã, a dos bois é lavrar a terra; e a dos cães é proteger
os carneiros e os bois dos ataques dos lobos. Se cada uma destas espécies de animais cumprir a
sua missão, Deus protegê-la-á. Deste modo, fez ordens, que instituiu em vista das diversas missões
a realizar neste mundo. Instituiu uns – os clérigos e os monges – para que rezassem pelos outros
e, cheios de doçura, como as ovelhas, sobre eles derramasem o leite da pregação e com a lã dos
bons exemplos lhes inspirassem um ardente amor à Deus. Instituiu os camponeses para que eles
– como fazem os bois, com seu trabalho – assegurassem a sua própria subsistência e a dos outros.
A outros, por fim – os guerreiros -, instituiu-os para que mostrassem a força na medida do
necessário e para que defendessem dos inimigos, semelhantes a lobos, os que oram e os que
cultiva a terra13.
13
Eadmer de Cantebury. Apud. COTRIM, Gilberto. História Global. Brasil e Geral. São Paulo: Ed.
Saraiva, 2012, p. 179.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
14
14
COTRIM, G. Gilberto. História Global. Brasil e Geral. São Paulo: Ed. Saraiva, 2012, p. 178.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Por causa do pecado da Eva, por exemplo, as pessoas não viveriam no reino dos céus e as
mulheres teriam que viver para sempre com a dor do parto. Já Maria, era considerada a Virgem
e Santa que veio para redimir os homens. Ou seja, naquele momento histórico também persistia
a dualidade da visão masculina sobre o feminino.
Outro fato interessante era a visão que se tinha da menstruação. As mulheres eram proibidas
de participar dos ritos sacerdotais e tocar os ornamentos sagrados pelo medo de contaminação
que a menstruação poderia causar. Entretanto, ironicamente, era dentro dos conventos que as
mulheres poderiam conquistar maior liberdade, pois, ali tinham a oportunidade da
aprendizagem.
Outro ponto muito importante para ser levantado é o impacto sobre as mulheres acerca da
compreensão mistifica da Idade Média segundo a qual o período medieval teria sido atrasado
e a Antiguidade Clássica avançada. De fato, o período medieval era muito conservador,
principalmente para as mulheres. Porém, foi nele que elas tiveram um avanço: a tentativa de
libertação através do trabalho, e em alguns casos, da educação formal. Isso não existia no
contexto clássico, pois o feminino apenas tinha algum papel na clandestinidade, especialmente,
as mulheres de Atenas.
Além disso, foi com o avanço da Idade Moderna e da retomada do direito romano que se
começou a restringir a pequena liberdade da mulher e sua capacidade de ação. A famosa caça
CPF 12283999642
às bruxas, por exemplo, aconteceu na Idade Moderna durante os séculos XV e XVII e executou
40 a 100 mil mulheres na fogueira.
2.3.2.2 – Política
Uma dúvida, Profe: aonde foi parar o rei? Falamos de nobres, senhores feudais, cavaleiros,
clero...mas e cadê o rei nisso tudo?
O rei existia sim, pois esse era título de nobreza mais importante e antigo. Ele provém
de Carlos Magno, seus filhos e os filhos de seus filhos.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
SUSERANO VASSALO
- Doa terra - Recebe a terra
- Recebe - Oferece a
proteção proteção
CPF 12283999642
Visto que as invasões marcaram um período essencial para a formação das sociedades feudais do
Ocidente, verifica-se então a consolidação do poder dos castelães16 que podiam oferecer abrigo
fortificado [...]. Consequentemente, instalou-se uma nova ordem baseada em laços de dependência e
juramentos que, aliada à emancipação dos principados regionais, constituía-se em verdadeiro obstáculo
à autoridade real. (p. 123 – grifo nosso)
15
AMIM, Mônica. Idade Média:um tempo de fazer cristão. In: Revista ComparArte, Rio de Janeiro,
Volume 01, Número 01, Jan-Jun 2017, pp. 12116-142.
16
Castelães, nesse caso, era o dono do castelo ou o senhor de terra.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Lembro mais uma vez de que relação de suserania e vassalagem se trata de uma relação entre
dois membros da nobreza. Não confunda com as relações de servidão estabelecidas
entre o senhor feudal e um servo!!
“O rei não tinha poder algum sobre os domínios dos duques e condes. Seus vassalos não eram
considerados súditos dos reais. Vigora um princípio segundo o qual “o vassalo de meu vassalo não é
meu vassalo”. Cada um dos duques e condes administrava os assuntos do governo interno, fazia a guerra
e firmava tratados, sem consultar o rei. Os duques e condes tinham seus próprios vassalos, os quais por
sua vez, podiam ter os seus cavalheiros de menor categoria. [...]O vassalo recebe do senhor um feudo.
O feudo se transmitia por herança ao filho mais velho Depois da morte do vassalo, seu filho mais velho
se apresentava perante o senhor, ajoelhava-se, punha suas mãos nas mãos do senhor e se declarava seu
vassalo: jurava fidelidade ao senhor e se comprometia a servir-lhe daí em diante. Então, o senhor lhe
transmitia a posse do feudo.” (grifo nosso)
CPF 12283999642
Dito isso, concluímos que o título de rei continuava existindo, mas sem um grande reino
com poder centralizado. O rei é, também, um importante senhor feudal. Entendeu?
2.3.2.3 – Economia
De um ponto de vista mais geral, a economia na Europa Ocidental era rural, com graus
diferentes a depender da região. Em especial, na Baixa Idade Média, a economia europeia ficou
isolada em relação aos outros continentes. Em muitas regiões, ocorreu o desaparecimento da
moeda devido ao desuso. Além disso, os pesos e medidas se regionalizaram. Tudo isso se
transformou em um obstáculo maior à atividade mercantil.
17
KOSMINSKY, E.A. História da Idade Média. Centro do Livro Brasileiro. Sem Data. p.35.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
É verdade que, durante o Império Carolíngio, no Governo de Carlos Magno, houve uma
abertura de rotas para a exploração mercantil, mas elas não foram suficientes para reverter a
dinâmica estrutural do empobrecimento do Ocidente Europeu desde o século V, com a
desintegração do Império Romano do Ocidente. Dessa forma, o feudo foi a unidade produtiva
que resultou dessa experiência multissecular.
Nos feudos, a economia era autossuficiente, ou seja, produzia-se o necessário para a
sociedade que ali vivia. Até o século X, dificilmente ocorria excedente de produção. Isso
acontecia porque as técnicas de produção eram rudimentares e existia grande preocupação
com as invasões de povos de fora dos feudos. Como não havia grandes atividades econômicas,
porque a produção era de subsistência, e como não havia moeda, as trocas e o pagamento de
taxas e impostos eram realizados por meio da própria produção. Um bom exemplo, foram as
taxas que os servos tinham que pagar aos senhores feudais. Essas eram, majoritariamente, em
víveres18.
E você lembra quais foram as taxas que os servos tinham que pagar
OBRIGATORIAMENTE?
CPF 12283999642
18
Víveres eram os mantimentos ou alimentos necessários à sobrevivência.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
C O N S E Q U ÊN C I A S
Fim das
C Invasões
Bárbaras
A 1- explosão
demográfica –
U excedente
populacional
S
2- aumento da
A produção –
excedente de
S produção.
Novas
Técnicas
Produtivas
“A dramática aceleração das forças de produção detonou uma correspondente explosão demográfica.
A população total da Europa Ocidental provavelmente foi além do dobro entre 950 e 1348, indo de uns
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
20 milhões de habitantes para 54 milhões. Tem sido calculado que a expectativa média de vida, que
seria de uns 25 anos no Império Romano, teria subido para 35 anos pelo século XIII, na Inglaterra feudal”
50
CPF 12283999642
40
30
20
10
0
1000 1100 1200 1500
Série 1
Fonte19
Observados os dados acima, podemos afirmar que realmente houve uma grande
expansão demográfica. Disso decorreu como primeira consequência: a necessidade de
aumentar a produção
para evitar fenômenos de fome, como o que ocorreu em 1033. Assim, foi necessário ampliar as
áreas agricultáveis e melhorar as técnicas de produção.
19
LE GOFF, Jacques. A Civilização do Ocidente Medieval. Lisboa: Editorial Estampa. 1983, pp. 87-139.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Todo esse melhoramento na produção não apenas evitou a fome como gerou excedente
de produção. Isso criou novas demandas no sentido da dinamização das atividades econômicas.
Era necessária uma atividade comercial mais robusta e vigorosa.
Porém, essa demanda esbarrava nos interesses dos senhores feudais que aumentavam
cada vez mais as taxas cobradas dos servos, colocavam barreiras para o avanço das inovações
agrícolas e, também, para as atividades comerciais que extrapolassem os muros dos feudos.
Além disso, o aumento da circulação de grãos, aves, gado, lã, ferramentas impulsionou
os setores do artesanato e do comércio. Assim, muitos servos acabaram por se envolver nessas
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
É verdade que os artesãos permaneceram ativos durante todo esse tempo que
estamos estudando, especialmente, aqueles que serviam aos nobres: os armeiros,
nas batalhas medievais; ourives, na construção e ornamento dos castelos e igrejas.
Mas, o artesanato se diversificou e muitas outras atividades foram criadas, sobretudo,
aquelas ligadas às atividades mercantis.
expulsos ou fugiram do feudo, esconderam-se nos bosques ou foram para os centros das
antigas cidades abandonadas (não vem à mente de vocês aquele carinha, Robin Hood? hehe).
Acontece que a escassez de terras agricultáveis não atingiu apenas servos. Os filhos de
senhores feudais também. Lembra-se de que as terras eram sempre doadas em troca de
proteção, né? Portanto, não estavam monetizadas. Assim, em um contexto de paz, sem terras
a serem doadas e estando proibidas as investiduras leigas (que vocês aprenderão na próxima
seção), o que é que o filho do senhor feudal ia fazer da vida? É daí que surge a figura de Dom
Quixote de La Mancha - o cavaleiro andante que luta contra os velhos moinhos de vento...
20
ANDERSON, Perry, op. cit. P. 181.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Essas mudanças que estamos discutindo estão relacionadas com o esgotamento do modelo de
autossuficiência do feudo. O feudo não respondeu às novas exigências e demandas de um
cenário que começava a mudar.
Portanto, querida e querido aluno, estamos diante do processo de desagregação do feudalismo
e de todas as relações que se desenvolveram e se consolidaram nesses séculos, desde o V.
Assim como foi com o Império Romano, a desagregação do feudalismo foi um processo lento,
que enfrentou a transição do velho mundo para um novo mundo.
Cabe-nos, agora, descrever o desenrolar esse processo e as consequências dessas
transformações.
CPF 12283999642
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
isolamento. Estes locais foram os principais centros de formação cultural da Idade Média, pois
eram espaços propícios para a reflexão e leituras, não somente de textos religiosos. Com efeito,
os mosteiros passaram a funcionar como escolas e bibliotecas, pois contribuíram para preservar
obras de diversas civilizações, como a greco-romana.
No Monte Cassino, na Itália, São Bento de Núrsia – famoso entre camponeses e todo o
povo por seus milagres - organizou a primeira ordem monástica no Ocidente, a ordem dos
beneditinos, baseado na regra orar e trabalhar, que significa viver, na prática, em estado de
obediência, pobreza e castidade (clero regular). Posteriormente, surgiram os franciscanos e
dominicanos, que pregavam voto de pobreza e por isso eram conhecidos como ordens
mendicantes. Em 910 foi fundada a abadia de Cluny, no sul da França. Essa abadia se tornou
importante porque ela alterou a estrutura de poder na Igreja na medida em que os abades
passaram a ser autônomos da tutela dos bispos e da influência dos nobres proprietários de
terras.
Além dessa fragmentação dentro da Igreja, havia o problema da nomeação dos clérigos.
Os bispos eram nomeados por leigos (aqueles que não eram formados nas teorias teológicas),
por reis, por imperadores, ou seja, sem a influência direta do papado.
Assim, no geral, os governantes eram os responsáveis pela investidura espiritual e, ao
mesmo tempo, detinham o poder político. Da mesma forma, nas paróquias os padres eram
praticamente controlados pelos senhores feudais. Isso teve como consequência um
empobrecimento da vida espiritual e a falta de independência da Igreja nos assuntos religiosos.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Nesse contexto de buscar uma maior unidade organizativa e doutrinaria para a Igreja, o
papado, em Roma, começou a elaborar reformas. Uma delas, promovida pelo papa Gregório
VII, no século XI, em 1073, ficou conhecida como a reforma gregoriana, a qual buscou
reafirmar a supremacia do poder espiritual sobre o temporal.
Entre os pontos fundamentais dessa reforma estavam a consolidação do poder supremo
do Papa e a determinação para que os senhores feudais, e os leigos de uma forma geral, não
mais nomeassem os bispos de sua região. Em dois anos, o Papa Gregório derrubou vários
prelados (ordenações) concedidos em troca de alguma riqueza. Também instituiu o celibato
clerical como regra. Isso gerou grande insatisfação dos senhores feudais mais poderosos.
Por um lado, parte dos motivos que levaram a essa reforma estava ligada à resolução de
problemas internos da Igreja, ou seja, fazer com que a Instituição e a cristandade voltassem aos
tempos de Cristo, entendida como a época primitiva do cristianismo marcada pelos Apóstolos,
em busca de maior unidade doutrinária.
Por outro lado, os fins da reforma também visavam (re)estabelecer o poder do Papa
sobre o poder feudal. Esse último aspecto era importante para assegurar o comando sobre
mentes e corações dos cristãos.
Dessa iniciativa do Papado em controlar as nomeações dos bispos e dos padres nas
paróquias eclodiu a Querela das Investiduras, isto é, a disputa entre reis e senhores, de um lado,
e, do outro, Igreja, para nomear os clérigos.
CPF 12283999642
Concordata
de Worms
1122
Investidura Investidura
Espiritual Leiga
feita pelo Papa feita pelo rei
Vimos que uma das primeiras grandes divergências na Igreja Católica foi aquela entre a Igreja
do Ocidente (Igreja Católica Apostólica Romana) e a Igreja do Oriente (Ortodoxa, em
Constantinopla e pertencente ao Império Bizantino). Dentre as divergências mostrei para você,
na aula passada, que a forma de culto as imagens (ícones) e a maior ou menor proximidade do
poder Imperial distinguiam as duas Igrejas (se tiver dúvidas, volta lá rapidinho e confere, OK?).
Dessa diferença, entre a Igreja com sede em Roma e a Igreja Bizantina, surgiu o Cisma do
Oriente (ano de 1054). Aqui, na Baixa Idade Média, também apareceram divergências quanto
às concepções doutrinárias. Além da Querela das Investiduras, que vimos anteriormente, houve
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
diferenças mais fraticidas e com respostas mais duras e violentas por parte da Igreja. Vamos vê-
las?
Por volta dos séculos XII ao XIII, houve o surgimento de seitas e facções que, embora
baseadas no cristianismo, contrariavam a doutrina oficial da Igreja Católica no que se referia a
princípios mais estruturantes e, por isso, geravam incompatibilidades de doutrinamento. Essas
divergências passaram a ser denominadas de heresias. Surgiram como movimentos
espontâneos, mas, algumas delas, fundaram igrejas com hierarquias próprias. Elas foram
classificadas em 2 tipos:
caráter
dogmático e
filosófico
ORIENTAL
praticada por
doutores e
eruditos
Heresias
Caráter popular
OCIDENTAL
CPF 12283999642
praticada por
pessoas iletradas e
pouco instruídas
Os chamados hereges foram combatidos com extrema violência pela Igreja Católica,
principalmente após a criação e organização do Tribunal do Santo Ofício, no século XIII, em
1231 pelo Papa Gregório IX. O objetivo do Tribunal era descobrir e julgar os hereges e o
julgamento desses hereges chamava-se Inquisição do Santo Ofício. Os castigos iam de
excomunhão até morte na fogueira.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
No total, entre o século XI e XIV, foram 8 cruzadas consideradas oficiais, isto é, organizadas pela
Igreja e pela nobreza. Fala-se em “cruzadas oficiais” porque em 1096, antes da primeira
cruzada, houve uma cruzada popular - a dos mendigos - não organizada pelo papado, mas por
alguns senhores feudais. Tal como essa cruzada popular, em 1212 houve a Cruzada das
Crianças, baseada na ideia de que a pureza dos cristãos inocentes poderia derrotar os infiéis
definitivamente. Tanto a Cruzada dos Mendigos quanto a das Crianças foram massacradas e,
como afirmam alguns historiadores, indiretamente, fez-se um controle populacional.
É verdade que a ideia de levar a guerra santa aos muçulmanos não era nova. O papa
Gregório VII já havia proposto uma força expedicionária para ajudar os bizantinos contra os
turcos seljúcidas. O Basílio Miguel VII (do Império Bizantino) pedira ajuda ao Papa, pois o
Império estava em conflito com os turcos no leste, com os pechenegues nos Bálcãs e com os
normandos no sul da Itália. No final de 1074, o Papa pensou em liderar esta expedição, pois
vislumbrava uma forma de articular o fim do Cisma de 1054. Porém, essas intenções não
vingaram. Gregório morreu em 1085.
CPF 12283999642
Em 1088 assume o papado da Igreja Urbano II, um líder que pretendia salvar a Igreja das
diversas crises. Em 1089, Urbano começou uma reaproximação diplomática com
Constantinopla, cujo Império necessitava conter o avanço dos turcos – já convertidos ao
islamismo - sobre a capital do Império Bizantino. Urbano II visualizou uma oportunidade política
para fortalecer a Igreja e expandir seus domínios.
Contudo, Urbano II ainda não tinha força e prestígio suficientes para organizar as
peregrinações. Em 1095, Urbano II convocou o Conselho de Clermont. Neste Conselho, o
número de participantes eclesiásticos era grande, 400 bispos e abades marcaram presença. Ao
final do evento, Urbano II fez um sermão aberto na praça para convocar reis, príncipes e plebeus
para promoverem uma Guerra Santa sob a bandeira da Igreja Católica. Neste sermão, Urbano
II teria dito:
“a todos aqueles que partirem para as Cruzadas e perecerem no caminho, seja por terra, seja por mar, ou que
perderem a vida combatendo os pagãos, será concedida a remissão de seus pecados”.
Após reunir forças clericais, Urbano II começou sua jornada no sul da França para recrutar
guerreiros. Por onde passava, os sermões do Papa reuniam milhares de fiéis que, após ouvirem
o chamado à purificação da terra de Cristo, aceitavam a missão. Os cavaleiros foram
convencidos pelo discurso da absolvição dos pecados. Como viviam da violência, caso
atingissem os objetivos da Cruzada, seriam perdoados.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Veja como os fatos históricos fazem sentido: lembra-se de que havia os cavaleiros
andantes, os quais perambulavam por territórios de forma autônoma? Pois é, a França
concentrava inúmeros desses guerreiros.
Papa Urbano II chegando à França para pregar a cruzada,
miniatura no Romano de Godefroi de Bouillon , século XIV, BN,
Paris
Você lembra que por volta do ano 1000 houve um surto populacional na Europa
ocidental? O elemento da superpopulação, combinado com as crises de fome – como a ocorrida
no ano de 1033 – forçaram a busca por novas terras e por novas atividades econômicas. Esta
circunstância contribuiu para motivar tanto as Cruzadas, rumo à Palestina, quanto a expansão
para o Oeste Europeu, nas chamadas de Guerras de Reconquista - recuperar a Península Ibérica
dos mulçumanos.
Já os cavaleiros sem terras, os “dons quixotes da vida”, também tinham o interesse de
conquistar riquezas ao longo das Cruzadas. Por sinal, era sabido que o Oriente Médio, centro
das rotas comerciais, detinha as mais variadas riquezas daquela época (tecidos, ouro,
especiarias, etc.).
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
dos Nobres. Em 1 de julho de 1097 ocorreu uma das batalhas mais conhecidas de
todas as Cruzadas, a Batalha de Dorileia, local próximo a Niceia (cidade ao sul de
Constantinopla). 50 mil turcos de um lado e os cruzadistas do outro. Mais uma vez,
a cavalaria oriental surpreendeu os ocidentais: agora, além dos fortes cavalos
árabes e da espada, os cavaleiros turcos haviam desenvolvido a habilidade de
montar e, ao mesmo tempo, atirar flechas (arqueiros montados). Porém, a
superioridade numérica dos cristãos fez a diferença e os cristãos saíram vitoriosos
do confronto. Outro ponto importante dessa Primeira Cruzada foi que a tentativa
de aliança entre a Igreja Ocidental e a Ortodoxa para combater o islamismo foi
desfeita. Uma série de traições de ambos os lados inviabilizou esta aliança. No
final, vastas terras da região da Mesopotâmia passaram para o domínio da
cristandade europeia. Em junho de 1099, 13 mil cruzadistas chegaram às portas
de Jerusalém e a tomaram. O Duque Godolfredo se tornou o novo governante
cristão de Jerusalém após 400 anos de domínio mulçumano.
• Terceira Cruzada (1189-1192): ficou conhecida como a Cruzada dos Reis, pois
contou com a participação do Rei Ricardo Coração de Leão (Inglaterra), Rei Felipe
Augusto (França) e Frederico Barba Roxa (do Sacro Império Romano-Germânico).
• Quarta Cruzada (1202-1204): ficou conhecida como a Cruzada Comercial, pois foi
organizada e patrocinada pelos ricos comerciantes de Veneza.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
O espírito das Cruzadas, a ideologia criada em torno delas e todo o misticismo das
histórias dos cruzadistas foram importantes para os processos de expansão europeu,
tanto no próprio continente (retomada da Península Ibérica dos mulçumanos) quanto
para a expansão marítima nos idos do século XIV, em busca de rotas comerciais.
No mesmo sentido, também como saldo das Cruzadas, Jacques Le Goff afirma que
A Cavalaria
CPF 12283999642
Em 732. Durante a batalha de Poitiers, entre católicos e muçulmanos, ocorreu uma experiência
militar na formação dos reinos germânicos a partir do enfrentamento com os árabes
mulçumanos. Tratou-se do uso de cavalos enquanto estratégia militar. O que era uma inovação.
Desde então, as cavalarias passaram a ser organizadas tal como uma instituição vinculada à fé
cristã dentro da lógica feudal. Lembre-se: formada por nobres senhores feudais.
Dessa forma, os cavaleiros combatiam por Cristo (considerado o grande suserano) e apoiados
na veneração a uma corte celeste, formada por anjos e santos como São Miguel e São Jorge.
Antes das Cruzadas, de acordo com o historiador Marc Bloch, os cavaleiros andantes ajudaram
na reconquista do norte da Espanha contra os mulçumanos, contribuíram para a formação do
Estado da Normandia (sul da Itália) e atuavam como mercenários para o Império Bizantino
contra os mulçumanos21.
Posteriormente, na iminência das Cruzadas, esses cavaleiros encontraram, finalmente, na
conquista e na defesa do Túmulo de Cristo o seu campo de ação preferido. Além disso,
conforme a historiadora Mônica Amim:
“A cavalaria foi um dos eventos mais notáveis da história da Europa entre a cristianização e os tempos
modernos, tanto que se transformou no tema de toda uma fase da literatura. A cavalaria como
instituição, com todos os aparatos que a distinguiam, assumiu sua forma definitiva por volta do século
21
BLOCH, Marc. Op. cit. p. 326.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
XI, quando também se estabeleceu o hábito da cerimônia de sagração para se armar o cavaleiro. Com
a crescente influência da Igreja, esta cerimônia foi, paulatinamente, transformada numa espécie de
sacramento, precedido pela vigília de armas, noite de preces e benção das armas. É importante, porém,
diferenciar dentro da cavalaria, instituição secular, as ordens cavaleirosas de caráter religioso: o grau de
cavaleiro podia ser conferido a alguém por qualquer senhor feudal, obviamente com a participação da
Igreja, enquanto as ordens de cavalaria eram criadas pelo Papa, e seus membros – misto de monges e
guerreiros – faziam o voto de castidade no ato da sagração. Nesse contexto, as ordens militares
responderam, por um lado, às necessidades de defesa; por outro lado, na Terra Santa, ordens como a
dos Templários e dos Hospitalários se colocaram, desde o início, a serviço dos peregrinos e cruzados. O
rápido aumento do número de irmãos e o grande afluxo de donativos tornaram essas ordens fortes e
poderosas, a ponto de reis e príncipes confiarem a elas a guarda dos principais castelos. Devido a seus
êxitos e ao seu prestígio essas ordens acumularam grandes fortunas, feudos e territórios que agruparam
em comandaturas, e mantiveram por um longo tempo a ideia de Cruzada e de ordem cavaleiresca no
Ocidente. (pp. 127-128).”
A Ordem dos Templários, formada por monges cavaleiros franceses para proteger Jerusalém,
era uma organização de caráter militar-religioso. Os membros ocupavam uma ala do palácio
real que supostamente fez parte do Templo de Salomão. Por isso, o nome Templários. Essa
ordem chegou a reunir 20 mil cavaleiros e foi fundamental para assegurar as conquistas da
cristandade nas regiões do Oriente. O Papa Clemente V dissolveu a Ordem em 1312.
CPF 12283999642
Você deve imaginar que esses processos não se deram de um dia para o outro. Como
demonstramos acima, as transformações no feudalismo são resultado do período que ocorre
entre os séculos XI e XIII. Assim, a retomada da vida urbana e mercantil é a resultante desse
processo e, por isso, devem ser compreendidas de maneira complementar uma com a outra.
No entanto, essa resultante é ao mesmo tempo a causa do aprofundamento das
transformações do feudalismo, como se fosse uma lógica retroalimentar. Tome nota de mais
uma colocação feita pelo professor Anderson:
A ascensão desses enclaves urbanos não pode ser separada da influência agrária que os cercava. É
bastante incorreto divorciar os dois em qualquer análise da Idade Média [...].” (idem, p. 185)
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
onde hoje é a Bélgica, Holanda e Países Baixos. Ali se estabeleceu a chamada Rota Comercial
do Norte. Essa rota se desenvolveu por meio da ligação de várias associações de mercadores
dessa região. Essas associações eram conhecidas como hansas. Por isso, a Rota do Norte é
conhecida como Liga Hanseática.
A Liga Hanseática foi fundada no século XIII por mercadores germânicos das regiões de
Hamburgo, Lubeck, Brêmen, Dantizig, Brugues, Rostock. Durante a Baixa Idade Média se
constituiu como uma potência comercial europeia. Mas, era mais que isso. No século XV, era
uma confederação político-econômica que reunia quase 60 cidades, possuía uma das maiores
frotas marítimas, exército e governo centralizado. A Liga agrupou o que aprenderemos, daqui
há algumas aulas, como os príncipes burgueses. Eles formaram as monarquias europeias mais
dinâmicas e, com isso, impulsionaram o comércio marítimo e as reformas políticas e religiosas
da Época Moderna.
1- Italiano 2- Germânico
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
onde as pessoas poderiam guardar seu dinheiro. Não demorou muito para que as casas
bancárias também começassem a emprestar dinheiro à juros. Assim, cambistas viraram
banqueiros. Essa atividade foi desenvolvida especialmente por judeus, pelo fato de não serem
cristãos e não terem problema com a questão da usura – prática condenada pela Igreja Católica.
Oi? Profe, por que a Igreja condenava o fato de as pessoas emprestarem dinheiro
à juros?
Querida e querido, a Igreja condenava o empréstimo de dinheiro devido ao
conjunto de valores e dogmas que deveriam reger o comportamento e atitudes
dos cristãos. Nesse sentido, o dinheiro do lucro era indecente porque a pessoas
que o emprestava ganhava mais dinheiro somente por ter esperado o tempo
passar. Isso tinha dois problemas: primeiro, nenhum tipo de trabalho realizado;
segundo o tempo era um elemento divino que deveria ser manipulado e usado
apenas por deus – o tempo era o da vida e o da morte.
Esses preceitos morais da religião cristã geraram obstáculos para os cristãos se
envolverem em atividades bancárias, por isso, pessoas de outras religiões foram
os que aproveitaram a janela de oportunidades gerada nesse contexto. No caso,
foram os judeus.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
“O apogeu das fortunas estava na atividade banqueira, onde as taxas de juros astronômicas podiam ser ganhas de
empréstimos extorsivos à príncipes e nobres com pouco dinheiro vivo. [...] A volta da cunhagem de moeda à Europa
na metade do século XIII, com a fabricação simultânea em 1252 [...]
No mundo romano as cidades eram centros políticos, administrativos, militares e, secundariamente, econômicos
[...] a idade medieval nasce e se desenvolve a partir de sua função econômica. É criada pela renovação das trocas
e é assunto de mercadores. O que, bastantes vezes, revela a falsa continuidade da realidade urbana entre o
primeiro milênio e a Idade Média é que a cidade medieval se instala ao lado do núcleo antigo. [...] Veneza, Florenza,
Génova, Pisa, Milão, Paris, Londres, Hamburgo e Lubeck são criações medievais típicas [...] Este papel de guia, de
fermento e de motor, doravante, assumido pela cidade, afirma-se primeiramente na ordem econômica. Mas,
mesmo se a cidade, a princípio, foi um local de trocas, um nó comercial, um mercado, a sua função essencial este
domínio é a produção.”
Da leitura atenta do excerto acima, podemos verificar alguns elementos importantes sobre as
cidades medievais:
❖ Não eram uma simples continuidade das antigas cidades da antiguidade
22
LE GOFF, Jacques. A bolsa e a vida: economia e religião na Idade Média. São Paulo: Ed. Brasiliense,
1989.
23
LE GOFF, J. A civilização do Ocidente Medieval. Lisboa: Editora Estampa, 1983, pp. 102, 103,107.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Em um primeiro momento esses espaços urbanos eram fortificados e construídos ao lado dos
antigos centros urbanos. Mas, as atividades ali dentro eram diferentes, pois predominava o
comércio. Esses espaços eram chamados burgos – palavra derivada da fusão do germânico e
latim burgs + burgu. e que significa “pequena fortaleza” Seus frequentadores eram os
burgueses.
24
Mas profe, por que frequentadores? Essas pessoas do burgo não moravam lá?
Querida e querido, inicialmente não moravam. O burgo era um lugar que servia para fazer
o comércio local, onde ficavam alguns locais para armazenagem e outros mercados. Mas, com
o tempo e a ampliação das atividades, as pessoas passaram a construir casas para morar mais
perto e economizar tempo e transporte. Jacques Le Goff afirma que o êxodo rural, ou seja, a
migração do campo para a cidade, foi um grande fenômeno durante a Idade Média Central.
24
VICENTINO, Claudio. Idem, p. 229.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Assim, os vários elementos humanos que chegaram nesses espaços, ao longo desse tempo,
constituíram uma “sociedade nova”.
Pela própria configuração espacial da Europa feudalizada é possível imaginar que os
burgos, de alguma maneira, estavam localizados em terras feudais. Assim, essas transformações
econômicas, sociais e comportamentais se chocavam com o status quo dos nobres senhores
feudais. Nesse processo, surgiu um novo conjunto de taxas imposto pelo senhor feudal que
deveriam ser pagas pelos burgueses. Em contrapartida, eles exigiam liberdade de comércio e
de circulação.
Desses choques, derivou o movimento comunal organizado por burgueses para
conquistar a autonomia e independência das cidades e, assim, livrar-se do domínio e autoridade
do senhor feudal. Essa demanda poderia ser alcançada pacificamente por meio de uma carta
de emancipação, conhecida como Carta de Franquia, emitida por um nobre em troca do
pagamento de grande monta de moedas. Este documento garantia autonomia administrativa e
judiciária dentro do burgo.
Contudo, em muitas situações, os senhores resistiram e se negaram a reconhecer a
independência dos burgos. Nesses casos, os burgueses recorreram ao rei-suserano de um
senhor-vassalo. Lembram que o rei continuou existindo e ele era suserano de alguns senhores
feudais vassalos e estes lhes deviam fidelidade? Então, em alguns momentos, os reis usaram
CPF 12283999642
esse poder hierárquico e intermediaram esses conflitos. Alguns historiadores chamam isso de
uma aliança do rei com a burguesia na busca da retomada do seu poder e prestígio, nesse
contexto de desagregação do feudalismo. Guarde essa informação com cautela, certo!
Quanto mais livres e independentes eram as cidades, mais o comércio e o artesanato
prosperavam. Diante desse cenário, novas instituições surgiam. As principais foram:
Guildas
• Associação de mercadores. Tinham objetivo de garantir o monopólio do
comércio local, tabelar preços, regular a atividade mercantil.
Corporações de Ofício
• Associação de artesãos, donos das oficinas . Tinham o objetivo de
controlar a produção e a qualidade dos produtos fabricados nas oficinas
locais.
• Eram organizadas por especialidade (ofício). Ex. sapateiro,
ferramenteiro, jornaleiro.
• Funcionavam como escolas para os APRENDIZES.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Essa cidade, que semeava as sementes para um novo mundo, uma nova
mentalidade, uma nova forma de ser e sentir, de fazer riqueza e de desafiar
as agruras da vida, forjava os instrumentos para romper com a rigidez da
sociedade feudal. As corporações de ofício são um exemplo de que existia
mais mobilidade social, a partir da atividade artesanal, do que no feudo –
apesar do controle e intervenção dessa instituição.
CPF 12283999642
Assim, mesmo com muitas limitações estruturais feudais, houve um lento enriquecimento de
comerciantes e artesãos que, ao longo do tempo, controlaram com exclusividade determinadas
atividades. Esse processo indica a formação de uma nova classe social: A BURGUESIA.
Apenas atente-se, aluno e aluna, para o fato de que estamos falando de um “processo de
formação de classe social”, portanto, isso é uma engrenagem que se movimentou por muitos
séculos depois desse momento inicial.
Então, nesse momento histórico, a burguesia quer ser aceita pela nobreza e ser parte dela. Por
isso, a burguesia quer ganhar dinheiro e, com ele, comprar terras e títulos de nobiliárquicos. Ela
quer entrar para o time, sacou? Ela ainda não é aquela burguesia da revolução Francesa que
derrubou o rei e cortou sua cabeça. Na passagem do feudalismo para Idade Moderna a
burguesia não é contra a nobreza, ela quer imitar, ser parte e igual aos nobres. Cuidado para
não colocar o carro na frente dos bois, hein. Em história chamamos isso de anacronismo!
Contudo, sabemos que isso é muito difícil porque títulos de nobreza não eram monetizados,
afinal, eram um título de propriedade só adquirível por meio da doação de um outro nobre e
para tanto, a pessoa tinha que nascer no berço de uma família de nobres. Como é que a
burguesia vai conseguir ser nobre um dia, pensa bem?
Além disso, a nobreza sempre vai olhar a burguesia com desprezo e nunca como iguais. Afinal,
o dinheiro da burguesia vinha do trabalho! E, vamos combinar, trabalho não era uma coisa bem
vista pela nobreza. Lembra-se que os que foram criados por Deus para trabalhar foram os servos
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
– recorda-se da visão religiosa da criação das 3 Ordens Sociais? Então! Meritocracia é um valor
que só vai tomar a cena da história lá pelo século XVII.
Olhar de Coruja 360º. hein, Guerreiro e Guerreira!
Perante esta sociedade, a burguesia está longe de assumir uma atitude revolucionária.
Não protesta nem contra a autoridade dos príncipes territoriais, nem contra os privilégios
da nobreza, nem, principalmente, contra a Igreja. (...) A única coisa de que trata é a
conquista do seu lugar. As suas reivindicações não excedem os limites das necessidades
mais indispensáveis.
Henri Pirenne. História econômica e social da Idade Média, 1978.
Segundo o texto, é correto afirmar que
CPF 12283999642
a) a burguesia, nascida da própria sociedade medieval, nela não tem lugar; para conquistá-
lo, suas reivindicações são a liberdade de ir e vir, elaborar contratos, dispor de seus bens,
fazer comércio, liberdade administrativa das cidades, ou seja, não tem o objetivo de
destruir a nobreza e o clero.
b) os burgueses, enriquecidos pelo comércio, reivindicam privilégios semelhantes aos da
nobreza e do clero na sociedade moderna; acentuadamente revolucionários, os seus
interesses significam título, terras e servos para garantirem um lugar compatível com sua
riqueza.
c) o território da burguesia é o solo urbano, a cidade como sinônimo de liberdade,
protegida da exploração da nobreza e do clero; para isso, cria o direito urbano, isto é, leis
para o comércio, a justiça e a administração que, de forma revolucionária, asseguram-lhe
um lugar na sociedade moderna.
d) a sociedade medieval tem um lugar específico para os burgueses, pois as liberdades,
as leis, a justiça e a administração estão em suas mãos; tal situação tem o objetivo de
brecar o poder político e econômico dos nobres e da Igreja, fortalecidos pela expansão
da servidão e pelo declínio do comércio.
Comentário
Na aliança firmada entre a recente surgida burguesia e os monarcas, que levou à formação
das Monarquias Absolutistas, a burguesia exigiu dos monarcas que ajudou
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Gabarito: D______________________________________________________________
(adaptada 2017)
Por trás do ressurgimento da indústria e do comércio, que se verificou entre os séculos XI
e XIII, achava-se um fato de importância econômica fundamental: a imensa ampliação das
terras aráveis por toda a Europa e a aplicação de métodos mais adequados de cultivo.
(LEWIS, Munford, A Cidade na História. Ed. Itatiaia Limitada, Belo Horizonte, 1965, vol I,
p. 336).
Com base no texto, é correto afirmar que
a) a Alta Idade Média caracterizou-se pela reorganização espacial das áreas rurais,
aumentando significativamente a produção de grãos para abastecer a emergente
população urbana.
b) o contexto descrito foi também decorrência da abertura dos portos europeus no mar
Mediterrâneo, que ampliou o comércio e favoreceu a criação de novos núcleos urbanos.
c) as condições climáticas mais severas na porção oeste do continente europeu
contribuíram, nesse período, para a introdução de um sistema de uso intensivo do solo.
d) a presença de uma atividade industrial organizada, associada à queda da produção de
CPF 12283999642
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
A Baixa Idade Média vai do século XIV ao XV. É o ato final da Idade Média. É
o cenário onde as crises mais profundas da desagregação do feudalismo
acontecem. Em momentos de transição, nem sempre há compasso temporal
entre a desagregação do antigo modo de vida e o estabelecimento e
consolidação do novo. (guarde isso) Por isso, historiadores afirmam que, em
grande medida, a própria expansão econômica e populacional das sociedades
cristãs medievais, a partir do século XI, contribuiu para as crises que
estudaremos a partir de agora.
tempos Modernos – o que foi, para muitos, muito mais aberta – e talvez mais feliz – do que
aquela fechada e asfixiante vida feudal.
Mas, na viragem do século XIII para o século XIV, a Cristandade não só parou como encolheu. Não houve
novos desbravamentos, novas conquistas de solo, e as terras marginais, que tinham sido cultivadas sob
a pressão demográfica e na mira da expansão, foram abandonadas porque o rendimento que davam
era, na verdade, muito baixo. [...] A curva demográfica inflete e começa a descer. (idem, p. 141)
Para além da fome, da guerra e da peste que marcam a crise do século XIV, Le Goff e
Perry Anderson, por perspectivas distintas, afirmam que esta tríade na verdade é a
consequência de um processo de desagregação das estruturas sociais e econômicas do mundo
feudal cristão.
Vários sintomas de crise econômica surgiram nesse momento. A primeira delas foi uma
série de desvalorizações monetárias. Muitos bancos faliram em 1343. Houve algo como um
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
inadimplemento (não pagamento) das enormes dívidas que alguns nobres fizeram nos anos
anteriores, o que dificultou a manutenção dos empréstimos das casas bancárias que ainda
resistiam.
Isso fragilizou a economia das cidades, que, como vimos dependia dessas casas bancárias.
Na cidade, a produção têxtil declinou, a construção civil também, com a paralisação das obras
de catedrais e igrejas ajudaram a diminuir a oferta de trabalho livre nas cidades.
Apesar disso, é importante ressaltar que essa depressão econômica não atingiu todos os
setores em todos os lugares. Como falamos na introdução, a crise é sinal de um processo de
reorganização. O mesmo ocorreu com a economia. O melhor exemplo, é o do setor têxtil. As
manufaturas de tecido de luxo deram lugar às confecções de tecidos menos valiosos.
Além disso, alguns senhores feudais foram se adaptando às novas realidades e começaram
a criar gado – mais valioso nessa época.
Por fim, como ensinou o professor Le Goff “só os mais poderosos, os mais hábeis ou os
mais bem-sucedidos tiram proveito; os outros são atingidos” (p. 145)
4.1.2 - Fome
A expansão agrícola dos séculos XI ao XIII chegou ao fim na primeira metade do século
CPF 12283999642
XIV. A principal consequência, então, foi a fome. O fenômeno ocorreu entre 1315 e 1322,
acentuadamente entre 1315 e 17. A “Grande Fome” está relacionada imediatamente com as
seguintes causas:
❖ Resistência dos nobres em permitir a ampliação das terras agricultáveis por meio da
derrubada das florestas (oiiii? Os nobres eram ambientalistas?? – brincadeira ). Os
bosques eram lugar de caça (esporte favorito da nobreza), além disso era a fonte de mel,
cera e madeira – todos são elementos luxuosos e de necessidade essencial para manter
seus castelos iluminados e aquecidos.
❖ Esgotamento de boas terras para a agricultura. As terras dos antigos mansos comunais
não tinham o mesmo potencial agrícola que as demais terras, assim, o excedente de
produção não acompanhava a proporção do excedente populacional.
❖ Aumento excessivo dos preços dos alimentos somado ao aumento abusivo das taxas
impostas pelos senhores de terra.
❖ Fatores climáticos. Entre 1315 e 1317 foi um período de muitas chuvas e umidade.
4.1.3 – Peste
Entre 1347 e 1350, com a memória viva sobre a devastação causada pela Grande Fome,
as épocas frias e chuvosas que ocorreram no começo do século, a população europeia viveu
uma epidemia transmitida pela pulga de ratos contaminados com a bactéria pasteurella pestis
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
– a peste bubônica, popularmente chamada de peste negra, pois, ela provocava feridas com
pus e deixava marcas pretas no corpo.
Nesse momento, as condições de alimentação, saúde, moradia e sanitárias eram muito
ruins nas cidades medievais, na Europa. Como sabemos, o cenário era de renascimento
comercial e urbano e, portanto, de maior circulação de pessoas mercadorias e.... doenças!
Historiadores medievalistas afirmam que cerca de 25 milhões de pessoas morreram nesse
momento.
A porta de entrada da peste foi a cidade italiana de Gênova. Leia a descrição feita pela
historiadora Bárbara Tuchman25
divino”, em razão dos vícios e pecados da humanidade. Deus era tido como um juiz temerário,
que enviava a morte como punição, para toda a humanidade. O medo se espalhava, e com ele
a violência e hordas de pessoas perambulando pelas estradas europeias. A insegurança voltou
a reinar no continente.
Esses momentos foram tão significativos na história do fim da Idade Média que muitos
pintores renascentistas ainda pintaram “a morte do século XIV”.
“A Peste Negra dizimou boa parte da população europeia, com efeitos sobre o crescimento
das cidades. O conhecimento médico da época não foi suficiente para conter a epidemia.
Na cidade de Siena, Agnolo di Tura escreveu: “As pessoas morriam às centenas, de dia e
de noite, e todas eram jogadas em fossas cobertas com terra e, assim que essas fossas
ficavam cheias, cavavam-se mais. E eu enterrei meus cinco filhos com minhas próprias
mãos (...) E morreram tantos que todos achavam que era o fim do mundo.”26
25
TUCHMAN, B.W. Um espelho distante: o terrível século XIV.Rio de Janeiro: José Olympio,2000,p.97.
26
Agnolo di Tura. The Plague in Siena: An Italian Chronicle. In: William M. Bowsky. The Black Death: a turning point in history?
New York: HRW, 1971
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
CPF 12283999642
Em 1358 ocorreu na região da atual França uma enorme violenta rebelião camponesa.
Esse evento, que não durou mais que 1 mês expôs a tensão latente que existia entre senhores
e servos.
Como vimos, os senhores feudais ampliaram sucessivamente o montante de taxas a serem
pagas pelos servos no processo de expansão da economia. Além disso, o fenômeno da grande
fome atingiu sobretudo servos que não contavam com acúmulo de produção em grandes
celeiros, como os nobres. Estes, inclusive, aumentaram mais ainda as taxas a serem pagas pelos
servos que ainda continuavam na terra.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Esse contexto expôs a grande desigualdade existente entre as três ordens sociais que
compunham a sociedade feudal. Os servos se revoltaram tanto com seus senhores que os
superexploravam como com a Igreja que, longe dos ensinamentos de caridade, humildade,
simplicidade dos ensinamentos cristãos (já que muitos se acostumaram com os privilégios
clericais), abandonavam os fiéis a própria sorte nesse cenário apocalíptico.
A exploração, sobretudo, a abusiva, provoca resistências – que podem ser passivas,
silenciosas, negociais. Assim, já havia durante toda a Idade Média várias manifestações de
resistência dos servos e camponeses. Foram deserções, fugas para os bosques, roubos nas
terras do senhor, incêndio nas plantações e nos celeiros. Mas, em 1358, diante das condições
daquele contexto, surgiu uma enorme e muito violenta rebelião. Foram as Jacquerie –
expressão idiomática francesa que significa “joão ninguém”
Além das revoltas de caráter popular, como a Jacquerie, o contexto do século XIV também
CPF 12283999642
é marcado pela chamada Guerra dos Cem Anos. Foi um longo conflito entre a França e a
Inglaterra ocorrida entre 1337 e 1453. O conflito envolvia a disputa de sucessão dinástica na
França e pelo controle das ricas terras na região de Flandres (lembra da Feira de Flandres?).
Essa guerra contribuiu para o clima de insegurança da Europa.
O professor Le Goff argumenta que a Guerra dos cem Anos foi uma solução fácil
encontrada por nobrezas atingidas pela crise e independentemente de mortes ou ruínas
econômicas, gerou uma nova economia e uma nova sociedade.
Atente-se para uma coisa, querida e querido, nem a França e nem a Inglaterra já
eram Estados centralizados nesse contexto. Então, falar em França e Inglaterra é
um pouco inapropriado, pois são regiões muito feudalizadas, sobretudo, a da
França. Ter essa noção é fundamental para que possamos compreender a exata
importância dessa guerra justamente no processo de centralização política de
ambos. Essa longa guerra empobreceu uma parcela da nobreza, mas contribuiu
fortemente para a retomada da importância do poder real. Essa situação possibilitou a construção
de monarquias centralizadas. Só mais uma coisa: Não se preocupe com os detalhes dessa guerra
agora. Voltarei a ela quando estivermos estudando formação das monarquias nacionais.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Comentário
A questão aponta para o final da Idade Média, em especial o século XIV caracterizado por
muitas tragédias como a “Grande Fome” que dizimou 12% da população europeia e a
Peste Negra que matou 33% da população da Europa. Apesar deste declínio populacional,
os senhores feudais ampliaram a quantidade de impostos sobrecarregando os
camponeses sobreviventes, por isso, surgiram as revoltas camponesas - como as
Jacqueries, na França. Neste cenário de crise que ameaçava os interesses da elite, iniciou-
se o processo de formação dos Estados Nacionais por meio da centralização do poder nas
mãos dos reis.
Gabarito: D
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
É correto afirmar que, no século XIV,
a) as violentas revoltas e mortes de camponeses foram provocadas pelo desespero em não
conseguir pagar, em dinheiro, aos senhores feudais, as novas taxas e o aumento das já
existentes, além da exigência de mais tempo de trabalho nas reservas senhoriais.
b) as revoltas camponesas aconteceram, tanto na Inglaterra como na França, contra os
cercamentos, que empobreceram os trabalhadores e os obrigaram a deixar a terra pelo
não pagamento do aumento dos aluguéis, o que enriqueceu ainda mais os senhores da
terra.
c) a impossibilidade de juntar dinheiro para a compra da terra onde trabalhavam fez com
que muitos camponeses se revoltassem, porque se colocaram contra os senhores que
aumentaram os impostos e exigiram o pagamento de novos; algo considerado ilegal.
d) o recrudescimento da servidão decorria de uma nova estrutura econômica presente na
Inglaterra, onde as pequenas propriedades rurais e os campos comunais perdiam espaço
para os latifúndios produtores de matéria-prima para a nascente indústria.
Comentário
As rebeliões camponesas, que ajudaram a compor o quadro que levou o Feudalismo a ruir,
CPF 12283999642
✓ A centralização Estatal
✓ Reorganização das monarquias
✓ Novas formas artísticas para expressar outras visões de mundo
✓ Novas formas de fazer comércio
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
27
Para finalizar essa
seção da aula,
escolhi uma das
obras que
considero mais
significativa sobre
essa experiência
do século XIV e XV.
Observe
atentamente cada
quadrante, pois
ela foi pintada
dessa forma. É
uma composição
de múltiplas obras.
Foi feita por Pieter
Bruegel, o Velho,
em 1562. Chama-se “O Triunfo da Morte”.
Nela estão inscritos todos os problemas do século XIV: a fome, a guerra, a morte, todo tipo de
CPF 12283999642
Faça seu controle de temporalidade. Agora está fácil. Paramos no século XV.
Faça todas as questões. Você precisa ser melhor. Melhor que seu concorrente, mas,
antes, melhor do que você era antes dessa aula.
Eu confio!!! Vamos juntos!!
Até a próxima aula! Bons estudos,
Um beijo e um abraço apertado e um suspiro apertado de amor sem fim,
Alê
27
O Triunfo da Morte, c.1562, óleo sobre madeira, 117 x 162 cm, Pieter Bruegel, o Velho.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Queridos alunos, para que você possa treinar, colocamos questões específicas, autorais e
adaptamos para você treinar e memorizar. Dúvidas, recorram ao Fórum de Dúvidas. Seja Safo,
não perca tempo. Vamos gabaritar história! 😉
6. Lista de Questões
A crise do sistema feudal motivou uma série de mudanças sociais e culturais com o revigoramento do
comércio e das cidades, entre os séculos XI e XIII, na Europa. Nas alternativas abaixo, assinale aquela que
se relaciona com o surgimento da burguesia.
a) Os avanços tecnológicos adotados na agricultura não foram suficientes para ampliar o comércio de
alimentos, incentivando a produção e comercialização de bens manufaturados.
b) A intensificação das invasões bárbaras motivou o surgimento de cidades fortificadas onde a prática
comercial era intensa.
c) A Peste Negra, por ser mais facilmente combatida nas cidades, onde havia melhores condições de
higiene, fez com que as cidades multiplicassem suas populações e ampliassem as trocas comerciais.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
d) O crescimento do comércio com o Oriente e o surgimento de feiras nas principais rotas comerciais da
Europa favoreceram o estabelecimento de uma nova classe social de mercadores e artesãos, assim como
o surgimento de várias cidades no interior europeu.
e) O advento da Guerra Santa desmotivou as práticas comerciais entre os artesãos e os organizadores das
Cruzadas, em função de sérias ameaças às rotas comerciais no Oriente, limitando o comércio ao
continente europeu.
3) (Espcex (Aman) 2016)
Os fragmentos de texto abaixo foram extraídos de VICENTINO e DORIGO (2011) e se referem à Igreja
Medieval.
I. Pouco a pouco, a Igreja foi “se transformando na maior proprietária de terras da Idade Média e
construindo fortes vínculos com a estrutura feudal”.
II. Viviam afastados das tentações do mundo por meio do isolamento em abadias e de votos de castidade,
pobreza e silêncio. Com o tempo, num mundo em que uma restrita minoria era alfabetizada, as igrejas,
os mosteiros e as abadias converteram-se nos principais centros da cultura letrada.
III. Viviam apegados aos bens materiais e em contacto com a sociedade, a terra, a administração e a
CPF 12283999642
IV. A proibição de casamento rigorosamente aplicada a partir do Século XI liberava os padres dos
compromissos conjugais e contribuía, além disso, para a manutenção do patrimônio eclesiástico feudal,
ao evitar a divisão entre possíveis herdeiros dos membros do clero.
Os últimos anos do século X foram marcados, na Europa Ocidental, pela diminuição das invasões bárbaras
e pela queda da mortandade por epidemias. Tais fatos geraram estabilidade e crescimento demográfico.
A partir do século XI, o continente experimentaria profundas transformações que levariam ao que se
conhece como Renascimento Comercial.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
a) o Iluminismo gerou uma mentalidade de busca pela prosperidade material, o que levou ao incremento
de práticas comerciais.
c) é a obrigação anual de corveia e o pagamento da talha e banalidades como obrigações de servos aos
CPF 12283999642
senhores feudais.
“O feudalismo foi a forma de organização política, social e econômica dominante na Europa Ocidental
durante a Idade Média.”
a) I, II e III.
b) II, III e V.
c) I, IV e V.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
d) III, IV e V.
e) I, III e V.
7) (Espcex (Aman) 2013)
O período conhecido por Idade Média prevaleceu na Europa desde a queda do Império Romano ocidental
(Séc. V) até a queda de Constantinopla (Séc. XV). Nesse período, o sistema vigente era o feudal.
IV. Os nobres estavam obrigados a pagarem aos seus servos uma pequena indenização, que passou a ser
conhecida por banalidade;
V. Existência de vínculos pessoais entre os nobres mais poderosos e os nobres mais fracos (suserania e
vassalagem).
Assinale a única alternativa que apresenta todos os itens com características desse período.
CPF 12283999642
a) I e II
b) II e IV
c) III e V
d) I e IV
e) II e V
8) (Espcex (Aman) 2011)
Durante o feudalismo na Europa Ocidental, uma série de obrigações submetia servos e vilões aos seus
senhores. Uma delas era a banalidade, que consistia na(o)
c) pagamento de taxas ao senhor pelo uso de instalações do feudo, como o moinho, o forno, o celeiro,
bem como outras instalações.
d) pagamento de tributo pela família de um servo morto para que seus herdeiros mantivessem a posse
da terra.
e) pagamento de uma taxa ao senhor, correspondente ao número de pessoas que o servo mantinha sob
sua responsabilidade.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
O período conhecido por Baixa Idade Média estendeu-se dos séculos X ao XV e foi marcado por profundas
transformações, entre elas o renascimento comercial. É correto afirmar que essa transformação esteve
relacionada com
a) a formação das feiras, que eram pontos de comércio temporário, tendo-se destacado inicialmente as
regiões de Champanhe e, posteriormente, a região de Flandres.
b) o aparecimento de um novo grupo social, os mercadores, que passaram a ocupar o lugar da nobreza
na sociedade estamental durante toda a Idade Moderna.
c) o reaparecimento da moeda e das transações financeiras, que ficaram limitadas às cidades italianas,
mais próximas do mercado oriental.
e) o surgimento do movimento comunal, uma disputa entre senhores feudais e burgueses, em torno das
taxas de impostos cobrados sobre as atividades comerciais realizadas nos feudos.
10)(Estratégia Militares/2020/ professora Alê Lopes)
CPF 12283999642
Enquanto uma unidade produtiva autossuficiente, o feudo possuía uma organização do dia a dia muito
particular. Nesse sentido, a alternativa que expressa corretamente uma característica presente do manso
senhorial é:
b) neste manso, as relações cavalheirescas se desenvolviam com exclusividade e estavam limitadas por
este território.
d) a produção agrícola desta área era destinada ao pagamento das taxas do servo ao senhor.
e) o manso senhorial era o espaço comum dos servos, do clero e da família do senhor feudal.
11)(Estratégia Militares/2020/ professora Alê Lopes)
No Norte da Europa, na região onde hoje é a Bélgica, Holanda e Países Baixos, um importante lugar do
reflorescimento comercial se desenvolveu entre o fim da Idade Média e o início do renascimento
comercial. Ali se estabeleceu a chamada Rota Comercial do Norte. Essa rota se desenvolveu por meio da
ligação de várias associações de mercadores dessa região, os quais eram denominados
a) Liga Hanseática.
b) Liga de Delos.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
d) Liga Bancária.
Mas, na viragem do século XIII para o século XIV, a Cristandade não só parou como encolheu. Não houve
novos desbravamentos, novas conquistas de solo, e as terras marginais, que tinham sido cultivadas sob a
pressão demográfica e na mira da expansão, foram abandonadas porque o rendimento que davam era,
na verdade, muito baixo. [...] A curva demográfica inflete e começa a descer. (idem, p. 141)
O texto do enunciado faz referência a uma das crises do século XIV na Europa, a qual resultou em um
impacto demográfico negativo. Trata-se da crise
a) da guerra
b) monetária.
c) climática.
d) da peste negra.
CPF 12283999642
e) de fome.
13)(Estratégia Militares/2020/ professora Alê Lopes)
A casa de Deus, que cremos ser uma, está, pois, dividida em três: uns oram, outros combatem e os outros,
enfim, trabalham. Essas três partes que coexistem não sofrem com a sua disjunção; os serviços prestados
por uma são a condição da obra das outras duas; e cada uma, por sua vez, se encarrega de aliviar o todo.
De modo que essa tripla associação nem por isso é menos unida, e é assim que a lei tem podido triunfar
e que o mundo tem podido gozar de paz.
(Adalbéron de Laon (c. 1020). Apud LE GOFF, Jacques. A Civilização do Ocidente Medieval. Lisboa:
Estampa, 1984, p. 45-46).
Assinale a alternativa que corresponde aos três estamentos sociais do mundo medieval aludido no texto
acima:
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
“Embora o feudalismo seja um sistema que caracterizou diversas regiões da Europa ocidental entre os
séculos X e XIII, podemos dizer que suas instituições resultaram de longa gestação, mesclando elementos
romanos e germânicos” (COTRIN...p. 175)
Assinale, abaixo, a alternativa que apresenta as afirmações verdadeiras sobre elementos romanos e
elementos germânicos:
a) I e II estão certas.
A respeito da Europa entre os séculos X e XV, ou seja, durante o mundo medieval, é correto afirmar que:
a) o cristianismo difundido pela Igreja penetrou de tal maneira em nas camadas da sociedade medieval
que foi capaz de anular as crenças pagãs e a formação de outras religiões.
b) a peste negra foi uma doença que teve graves consequências para a sociedade medieval, dizimando
um terço da população europeia.
c) a sociedade possuía mobilidade e estava organizada da seguinte maneira: Clero, nobreza e camponeses.
d) o feudalismo, enquanto sistema de vida econômico, social e religioso, não possui relações com a
desestruturação dos reinos bárbaros e do Império Romano.
e) Na maioria dos países, a epidemia de Peste Negra assolou burgos e castelos, mas preservou os
camponeses do contágio, por estarem isolados no campo.
16)(Estratégia Militares/2020/professora Alê Lopes)
É possível reconhecer que o sistema feudal europeu possuía uma sociedade organizada a partir dos
seguintes segmentos sociais
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Na Idade Média, no sistema político feudal, como de um modo geral no conjunto da existência, a Igreja
desempenha um papel essencial [...]. Na vida do dia-dia, nos sermões, a Igreja afirma que o dízimo não é
dado a ela, o que seria um tanto constrangedor, mas a Deus, ou, com mais rigor, a São Pedro. Por outro
lado, os padres, os monges explicam que pagar os foros aos senhores é fazer a vontade de Deus, porque
Deus lhes confiou um poder de comando que corresponde a suas intenções.
Jacques Le Goff. O Deus da Idade Média. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007, p. 82.
a) o catolicismo era uma ideologia manipulada pelos senhores feudais durante a Idade Média,
permanecendo subjugada aos seus interesses na ordem social.
b) Deus aparece como fiador das relações sociais que compõem a ordem feudal, conferindo poder de
mando aos senhores e obrigações tributárias aos estratos subalternos.
CPF 12283999642
c) a religião era instrumentalizada pelo Estado para a manutenção de um sistema de impostos, o que
possibilitava o enquadramento das classes subalternas ao poder central.
d) o alto clero, formado a partir de indivíduos egressos da nobreza, coordenava a cobrança de tributos de
camponeses e servos, excluindo sacerdotes hierarquicamente inferiores.
Com o declínio do Império Romano na Europa Ocidental, constituíram-se novas relações sociais que
acabaram caracterizando o Período Medieval (século V ao XIV).
a) Carlos Magno libertou o seu império do poderio papal por intermédio de alianças militares realizadas
com a nascente nobreza mercantil de Veneza.
b) Os camponeses possuíam o direito de deixar as terras em que trabalhavam e migrar para os burgos
pelo acordo consuetudinário com os suseranos.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
d) A crença em milagres que se propagou ao longo dos séculos, somando ao distanciamento social nos
feudos, fez com que esses séculos fossem pacíficos.
e) No Reino dos Francos, assim como na Península Ibérica, o islamismo foi a religião predominante.
19)(Estratégia Militares/2020/professora Alê Lopes)
A Peste Negra, ou Morte Negra, era assim chamada porque no seu desenvolvimento provocava
hemorragias subcutâneas, que assumiam uma coloração escura no momento terminal da doença. A
morte dava-se entre três e sete dias, depois de contraída a patologia, e levava de 75 a 100% dos
acometidos. O agente causador da peste era transmitido pelo rato, por meio das pulgas e sua penetração
na pele humana causava uma adenite aguda, que recebia o nome de “bubão”, principal sintoma da
doença. Daí também o nome de peste bubônica.
a) A Peste Negra, conhecida hoje como peste bubônica, provocou a queda demográfica ocasionando
perdas na produção econômica.
b) A Peste Negra foi interpretada por muitos médicos e leigos medievais como um castigo divino.
d) Além da peste bubónica, a fome também contribuiu para agravar a situação da sociedade europeia e,
dessa forma, aprofundar a crise do feudalismo.
e) Foi interrompida pela descoberta cientifica de que o isolamento social nos feudos dificultava a
circulação da doença e, consequentemente, o contágio.
20) (3º SIMULADO EsPCEx)
O feudalismo na Europa Ocidental surgiu no século X, expandiu-se durante o século XI e atingiu seu auge
no final do século XII e no século XIII. (...) Pelo século XIII, o feudalismo europeu já havia produzido uma
civilização unificada e desenvolvida (...).
ANDERSON, Perry. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. São Paulo: Ed. Brasiliense. 1989, p. 177.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
a) I, II, III, V
b) I, II, IV, V
c) I, II, V
e) I, II, IV
21)Estratégia Militares/2020/ professora Alê Lopes)
Idade Média é uma terminologia criada por historiadores do século XVIII. Convencionou-se que seria um
período entre o ano de 476, com o fim do Império Romano do Ocidente e 1453 com o fim do Império
Bizantino (ou, Império Romano do Oriente). São civilizações que conviveram neste período histórico
CPF 12283999642
“A invasão é o fato inicial da Idade Média. Nenhum fato da mesma amplitude ou de consequências
comparáveis se produziu depois, e a História subsequente, entendida corretamente, nada mais foi que a
evolução da sociedade resultante da invasão. É necessário entender por invasão a compenetração desses
dois elementos até então separados: o civilizado grego ou latino, helenizado ou latinizado, e o bárbaro
recém-chegado sobre o solo imperial.”
a) do encontro, seguido de trocas culturais, de duas civilizações com hábitos e costumes diferentes, a
romana e a germânica.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
d) do surgimento de uma nova raça de europeus que ficou conhecida como medievalistas.
e) de múltiplas determinações culturais, com destaque para os mulçumanos que invadiram a Península
Ibérica.
23)(Estratégia Militares/2020/ professora Alê Lopes)
No processo de formação do feudalismo, o Reino dos Francos, incialmente um povo bárbaro, tomou uma
atitude que foi determinante para a formação das relações políticas e sociais na Idade Média. Trata-se da
Com a insegurança provocada pelas invasões, os europeus ocidentais procuraram se proteger, buscando
refúgio no campo. Houve, então, um enfraquecimento do poder central do antigos reinos germânicos e
romanos, ao mesmo tempo em que o poder dos senhores locais se fortalecia. O comércio foi dificultado
pela insegurança reinante e pelo bloqueio das estradas e do Mar Mediterrâneo.
b) A desagregação da sociedade feudal marcada pelas novas ondas de invasões bárbaras e o avanço do
papel das cavalarias.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
c) A penetração dos muçulmanos que conquistaram Constantinopla, fato que concorreu para a
fragmentação da Europa Ocidental.
e) A invasão dos povos bárbaros que contribuíram para a destruição definitiva de todos os elementos da
cultura romana.
26)(Estratégia Militares/2020/ professora Alê Lopes)
Feudo: palavra derivada do germânico fehu (gado) significando um “bem oferecido em
troca de algo”. Os feudos podiam não ser apenas uma extensão de terras mas também
um castelo ou outros direitos.
Em relação à herança dos povos que formaram a sociedade feudal, a definição para a
palavra feudo, enquanto extensão territorial, está relacionada a noção de
a) Comitatus
b) Colonato
c) Beneficium
d) Servitium
CPF 12283999642
e) Mitium
"Foi de vital importância o fato de que, a partir do século XII, nobres e burgueses passaram a morar na
parte cercada pelas muralhas das cidades. Os interesses e prazeres das duas classes tornaram-se assim
semelhantes..." (Jacob Burckhardt, 1860)
a) ocorreu em todos os lugares da Europa onde se desenvolveram cidades, pondo fim à dominação social
da nobreza.
b) ocorreu em todas as cidades marítimas, de Lisboa a Hamburgo, passando pela Itália do Norte e
Flandres.
c) foi interrompido pela nobreza, a partir da crise do século XIV, depois de ter se desenvolvido na Baixa
Idade Média.
e) marcou as mais importantes cidades europeias, constituindo-se num dos fatores da criação das
Universidades medievais.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
28)(adaptada- 2000)
"Os próprios céus, os planetas e este centro [a Terra] Respeitam os graus, a precedência e as posições.
Como poderiam as sociedades,
Os graus nas escolas, as irmandades nas cidades,
O comércio pacífico entre praias separadas,
A primogenitura e o direito de nascença,
Os privilégios da idade, as coroas, cetros, lauréis,
Manter-se em seu lugar certo - não fossem os graus? "
Estes versos de Shakespeare da peça Troilo e Cressida) revelam uma visão de mundo:
a) moderna e liberal, ao tratarem das cidades, do comércio e, virtualmente, até do novo continente.
b) medieval e aristocrática, ao defenderem privilégios, graus e hierarquias como decorrentes de uma
ordem natural.
c) universal e democrática, ao se referirem a valores e concepções que ultrapassam seu próprio tempo
histórico.
d) clássica e monarquista, ao mencionarem instituições, como a monarquia e o direito de primogenitura,
que eram características do mundo greco-romano.
e) particularista e elitista, ao expressarem hierarquias, valores e graus exclusivos da Inglaterra do século
CPF 12283999642
XVI.
29)(adaptada- 2015)
A cidade é [desde o ano 1000] o principal lugar das trocas econômicas que recorrem sempre mais a um
meio de troca essencial: a moeda. [...] Centro econômico, a cidade é também um centro de poder. Ao
lado do e, às vezes, contra o poder tradicional do bispo e do senhor, frequentemente confundidos numa
única pessoa, um grupo de homens novos, os cidadãos ou burgueses, conquista “liberdades”, privilégios
cada vez mais amplos.
GOFF Jacques Le. São Francisco de Assis. Rio de Janeiro: Record, 2010. Adaptado.
a) os fundamentos do sistema feudal coexistiam com novas formas de organização política e econômica,
que produziam alterações na hierarquia social e nas relações de poder.
b) o excesso de metais nobres na Europa provocava abundância de moedas, que circulavam apenas pelas
mãos dos grandes banqueiros e dos comerciantes internacionais.
c) o anseio popular por liberdade e igualdade social mobilizava e unificava os trabalhadores urbanos e
rurais e envolvia ativa participação de membros do baixo clero.
d) a Igreja romana, que se opunha ao acúmulo de bens materiais, enfrentava forte oposição da burguesia
ascendente e dos grandes proprietários de terras.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
A palavra “feudalismo” carrega consigo vários sentidos. Dentre eles, podem-se apontar aqueles ligados a
a) nasceu na Idade Média, mas sobreviveu ao fim desta época, como demonstram sua difusão pelas
CPF 12283999642
b) seu período de incubação, entre os séculos IV e VIII, e de decadência, entre os séculos XIV e XVI, foram
quase tão longos quanto seu próprio período de plenitude (séculos IX e XIII).
c) não teria se desenvolvido, não fossem a expansão árabe e, depois, a presença das demais civilizações
orientais, que obrigaram a Europa a se isolar e construir sua própria identidade.
d) foi um sistema não original, pois também existiu em lugares como a Ásia Menor, durante o Império
Bizantino, certas regiões da África, antes da colonização, e no Japão, na era Tokugawa.
e) foi um modo de produção inferior ao escravista romano, pois, se este produziu a riqueza do Império,
aquele muito pouco teve a ver com a riqueza das cidades da Baixa Idade Média.
32)Observe a imagem a seguir:
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
33)(adaptada- 2010)
“A instituição das corveias variava de acordo com os domínios senhoriais, e, no interior de cada um, de
acordo com o estatuto jurídico dos camponeses, ou de seus
mansos [parcelas de terra].”
Marc Bloch. Os caracteres originais da França rural, 1952.
CPF 12283999642
Nos séculos XIV e XV, a Itália foi a região mais rica e influente da Europa. Isso ocorreu devido à
Os especialistas em demografia histórica são mais ou menos concordes em estimar que a população global
do reino da França no mínimo duplicou entre os anos mil e 1328, passando de cerca de 6 milhões de
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
habitantes para 13,5 milhões, e de 16 a 17 milhões, considerando as regiões que desde então se tornaram
francesas.
LE GOFF, Jacques. O apogeu da cidade medieval. Trad. Antônio Danesi, São Paulo: Martins Fontes, 1992,
p. 4. (Adaptado).
De acordo com a citação, pode-se afirmar que o principal fator que permitiu o crescimento da população
europeia foi
a) o controle da Peste Negra por meio da implantação de medidas de saneamento das grandes cidades
europeias.
b) o fim dos conflitos entre os reinos, especialmente o da “Guerra dos Cem Anos”, entre França e
Inglaterra.
c) a relativa estabilidade política e econômica, que fomentou a expansão dos burgos e o aumento da
produção agrícola nos campos.
d) o incremento da agricultura, que impulsionou o sistema de trocas de mercadorias promovendo a
prosperidade nos feudos.
36)(FUVEST 2009)
CPF 12283999642
"A Idade Média europeia é inseparável da civilização islâmica já que consiste precisamente na
convivência, ao mesmo tempo positiva e negativa, do cristianismo e do islamismo, sobre uma área comum
impregnada pela cultura greco-romana." José Ortega y Gasset (1883-1955).
a) formou-se uma civilização complementar à islâmica, pois ambas tiveram um mesmo ponto de partida.
b) originou-se uma civilização menos complexa que a islâmica devido à predominância da cultura
germânica.
c) desenvolveu-se uma civilização que se beneficiou tanto da herança greco-romana quanto da islâmica.
e) criou-se uma civilização sem dinamismo, em virtude de sua dependência de Bizâncio e do Islão.
37)(FUVEST 2018)
Um grande manto de florestas e várzeas cortado por clareiras cultivadas, mais ou menos férteis, tal é o
aspecto da Cristandade – algo diferente do Oriente muçulmano, mundo de oásis em meio a desertos.
Num local a madeira é rara e as árvores indicam a civilização, noutro a madeira é abundante e sinaliza a
barbárie. A religião, que no Oriente nasceu ao abrigo das palmeiras, cresceu no Ocidente em detrimento
das árvores, refúgio dos gênios pagãos que monges, santos e missionários abatem impiedosamente.
J. Le Goff. A civilização do ocidente medieval. Bauru: Edusc, 2005. Adaptado.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Acerca das características da Cristandade e do Islã no período medieval, pode-se afirmar que
a) o cristianismo se desenvolveu a partir do mundo rural, enquanto a religião muçulmana teve como base
inicial as cidades e os povoados da península arábica.
b) a concentração humana assemelhava-se nas clareiras e nos oásis, que se constituíam como células
econômicas, sociais e culturais, tanto da Cristandade quanto do Islã.
d) o clero cristão, defensor do monoteísmo estrito, combateu as práticas pagãs muçulmanas, arraigadas
nas florestas e nas regiões desérticas da Cristandade ocidental.
e) a expansão econômica islâmica caracterizou-se pela ampliação das fronteiras de cultivo, em detrimento
das florestas, em um movimento inverso àquele verificado no Ocidente medieval.
38)(FUVEST 2011)
Se o Ocidente procurava, através de suas invasões sucessivas, conter o impulso do Islã, o resultado foi
exatamente o inverso.
Amin Maalouf, As Cruzadas vistas pelos árabes. São Paulo: Brasiliense, p.241, 2007.
CPF 12283999642
a) difusão do islamismo no interior dos Reinos Francos e a rápida derrocada do Império fundado por Carlos
Magno.
b) maior organização militar dos muçulmanos e seu avanço, nos séculos XV e XVI, sobre o Império Romano
do Oriente.
c) imediata reação terrorista islâmica, que colocou em risco o Império britânico na Ásia.
d) resistência ininterrupta que os cruzados enfrentaram nos territórios que passaram a controlar no Irã e
Iraque.
e) forte influência árabe que o Ocidente sofreu desde então, expressa na gastronomia, na joalheria e no
vestuário.
39)(FUVEST – 1998)
Durante muito tempo desconhecidos na Europa medieval, os textos de Aristóteles se difundiram a partir
do século XII. Suas obras chegaram ao ocidente europeu por intermédio
b) dos monges beneditinos da Europa continental, que preservaram a cultura clássica em seus mosteiros.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
c) de sacerdotes bizantinos, que frequentavam as cortes reais da Europa e as grandes cidades do Ocidente.
d) dos centros de cultura muçulmanos, sobretudo da península ibérica, cujos manuscritos, em árabe,
foram traduzidos para o latim.
b) a Reforma Protestante, que levou à quebra da unidade da Igreja Católica na Europa Ocidental.
Entre os fatores citados abaixo, assinale aquele que não concorreu para a difusão da civilização bizantina
CPF 12283999642
na Europa Ocidental:
e) Contatos comerciais das repúblicas marítimas italianas com os portos bizantinos nos mares Egeu e
Negro.
42)(FUVEST – 1982)
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
A tentativa de reunificação política da Europa ocidental realizada pelo Império Carolíngio na primeira
metade do século IX, fracassou devido:
b) às invasões dos vikings, muçulmanos e húngaros, que partilharam o Império entre si.
c) à falta de uma estrutura econômica mais sólida, pois sua produção agrícola insuficiente tornava-o
dependente do exterior.
e) ao excessivo respeito de Carlos Magno às tradições das diversas províncias que compunham o Império.
44)(FUVEST – 2010)
“A instituição das corveias variava de acordo com os domínios senhoriais, e, no interior de cada um, de
acordo com o estatuto jurídico dos camponeses, ou de seus mansos [parcelas de terra].”
a) da vassalagem.
CPF 12283999642
b) do colonato.
c) do comitatus.
d) da servidão.
e) da guilda.
45)(FUVEST – 2005)
Na representação que a sociedade feudal, da Europa Ocidental, deixou de si mesma (em textos e em
outros documentos não escritos),
“O Feudalismo medieval nasceu no seio de uma época infinitamente perturbada. Em certa medida, ele
nasceu dessas mesmas perturbações. Ora, entre as causas que contribuíram para criar ou manter um
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
ambiente tão tumultuado, algumas existiram completamente estranhas à evolução interior das
sociedades europeias." (Marc Bloch, A SOCIEDADE FEUDAL)
O texto refere-se:
a) às invasões dos turcos, lombardos e mongóis que a Europa sofreu nos séculos IX e X, depois do
esfacelamento do Império Carolíngio.
b) às invasões prolongadas e devastadoras dos sarracenos, húngaros e vikings na Europa, nos séculos IX e
X (ao Sul, Leste e Norte respectivamente), depois do esfacelamento do Império Carolíngio.
c) às lutas entre camponeses e senhores no campo e entre trabalhadores e burgueses nas cidades,
impedindo qualquer estabilidade social e política.
d) aos tumultos e perturbações provocadas pelas constantes fomes, pestes e rebeliões que assolavam as
áreas mais densamente povoadas da Europa.
fluxos migratórios dos povos bárbaros; 2 – o entendimento macro do que ocorreu entre o século
V e IX, em outras palavras, as “perturbações” a que o texto se refere. Sobre o ponto 1, fluxos
migratórios dos bárbaros, as invasões, volte nos mapas da aula e repare que o momento do
esfacelamento do Império Carolíngio está relacionado ao segundo ciclo de invasões bárbaras,
no qual havia os vikings. Sobre o segundo conhecimento, o texto deixa claro que quer alguma
“causa” externa quando afirma “algumas existiram completamente estranhas à evolução
interior das sociedades europeias”. Dentre as causas “externas” vimos que, de fato, as invasões
bárbaras assumiram importância histórica significativa.
Gabarito: B
47)(FUVEST – 1996)
a) nasceu na Idade Média, mas sobreviveu ao fim desta época, como demonstram sua difusão pelas
Américas, espanhola e portuguesa, e sua permanência na Europa, ao longo do período moderno.
b) seu período de incubação, entre os séculos IV e VIII, e de decadência, entre os séculos XIV e XVI, foram
quase tão longos, quanto seu próprio período de plenitude (séculos IX e XIII).
c) não tria se desenvolvido, não fossem a expansão árabe e, depois, a presença das demais civilizações
orientais, que obrigaram a Europa a se isolar e construir sua própria identidade.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
d) foi um sistema não original, pois também existiu em lugares como a Ásia Menor, durante o Império
Bizantino, certas regiões da África, antes da colonização, e no Japão, na era Tokugawa.
e) foi um modo de produção inferior ao escravista romano, pois, se este produziu a riqueza do Império,
aquele muito pouco teve a ver com a riqueza das cidades da Baixa Idade Média.
48)(FUVEST 1992)
b) pelo cultivo da terra por escravos com produção intensiva e grandes benefícios para os vassalos.
c) pela aplicação do sistema assalariado e trabalho forçado dos vilões nas pequenas propriedades
senhoriais.
e) pela propriedade senhorial da terra, regime de trabalho servil e bases essencialmente agrárias.
49)(FUVEST – 1980)
CPF 12283999642
A economia da Europa ocidental, durante o longo intervalo entre a crise do escravismo, no século lII, e a
cristalização do feudalismo, no século IX, foi marcada pela
a) depressão, que atingiu todos os setores, provocando escassez permanente e fomes intermitentes.
b) expansão, que ficou restrita à agricultura, por causa do desaparecimento das cidades e do comércio.
d) prosperidade, que ficou restrita ao comércio e ao artesanato, insuficientes para resolver a crise agrária.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
"Assim, pois, a cidade de Deus que é tomada como una, na realidade tripla. Alguns rezam, outros lutam,
outros trabalham. As três ordens vivem juntas e não podem ser separadas. Os serviços de cada uma dessas
ordens permitem os trabalhos das outras duas e cada uma por sua vez presta apoio às demais ".
c) um retorno às concepções de Santo Agostinho, que opunha à cidade de Deus a cidade dos homens.
d) uma descrição da estrutura social de Roma, sede do papado e considerada a cidade de Deus.
e) uma crítica à desigualdade entre os homens, pois estes são considerados iguais perante Deus.
52)(FUVEST – 1993)
"O Feudalismo medieval nasceu no seio de uma época infinitamente perturbada. Em certa medida, ele
nasceu dessas mesmas perturbações. Ora, entre as causas que contribuíram para criar ou manter um
ambiente tão tumultuado, algumas existiram completamente estranhas à evolução interior das
sociedades europeias."
CPF 12283999642
O texto refere-se:
a) às invasões dos turcos, lombardos e mongóis que a Europa sofreu nos séculos IX e X, depois do
esfacelamento do Império Carolíngio.
b) às invasões prolongadas e devastadoras dos sarracenos, húngaros e vikings na Europa, nos séculos IX e
X (ao Sul, Leste e Norte respectivamente), depois do esfacelamento do Império Carolíngio.
c) às lutas entre camponeses e senhores no campo e entre trabalhadores e burgueses nas cidades,
impedindo qualquer estabilidade social e política.
d) aos tumultos e perturbações provocadas pelas constantes fomes, pestes e rebeliões que assolavam as
áreas mais densamente povoadas da Europa.
Perto do ano 1000, manifestações de medo foram verificadas em todo o Ocidente, como se o fim do
milênio trouxesse consigo o fim dos tempos. Tal situação deve ser entendida como
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
c) decorrência da tomada do Império Bizantino pelos muçulmanos do norte da África. d) traço típico de
uma sociedade em transição que se tornava mais clerical e menos guerreira.
A palavra “feudalismo” carrega consigo vários sentidos. Dentre eles, podem-se apontar aqueles ligados a
Para moer o trigo e assar o pão, o camponês dependia do uso do moinho e do forno, de propriedade do
senhor feudal, por isso pagava um imposto, em espécie, chamado de:
a) censo.
CPF 12283999642
b) banalidades.
c) talha.
d) corveia.
e) mão morta.
56)(FUVEST 2006)
Segundo o historiador Robert S. Lopez ("A Revolução Comercial da Idade Média 950-1350"), "o estatuto
dos construtores das catedrais medievais representava um grande progresso relativamente à condição
miserável dos escravos que erigiram as Pirâmides e dos forçados que construíram os aquedutos romanos".
As catedrais medievais foram construídas por
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
A proliferação das universidades medievais, no século XIII, responsável por importantes transformações
culturais, está relacionada:
a) ao Renascimento cultural promovido por Carlos Magno e pelos homens cultos que trouxe para sua
corte.
b) à invenção da imprensa que possibilitou a reprodução dos livros a serem consultados por mestres e
alunos.
c) à importância de se difundir o ensino do latim, língua utilizada pela Igreja para escrever tratados
teológicos, cartas e livros.
a) uma aventura militar que levou a Cristandade a perder importantes territórios e a conhecer a Peste
Negra.
CPF 12283999642
"Os cristãos fazem os muçulmanos pagar uma taxa que é aplicada sem abusos. Os comerciantes cristãos,
por sua vez, pagam direitos sobre suas mercadorias quando atravessam o território dos muçulmanos. O
entendimento entre eles é perfeito e a equidade é respeitada."
Ibn Jobair, em visita a Damasco, Síria, 1184. In: Amin Maalouf, 1988.
a) as relações comerciais entre as civilizações do Ocidente e do Oriente eram realizadas pelos judeus e
bizantinos.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
b) o conflito entre xiitas e sunitas pôs a perder o florescente comércio que se havia estabelecido
gradativamente entre cristãos e muçulmanos.
c) o comércio, entre o Ocidente cristão e o Oriente islâmico, permaneceu imune a qualquer interferência
de caráter político.
d) a Península Ibérica desempenhou o papel de centro econômico entre os mundos cristão e islâmico por
ser a única área de contato entre ambos.
e) as cruzadas e a ocupação da Terra Santa pelos cristãos engendraram a intensificação das relações
comerciais entre cristãos e muçulmanos.
60)(FUVEST 2014)
Durante muito tempo, sustentou-se equivocadamente que a utilização de especiarias na Europa da Idade
Média era determinada pela necessidade de se alterar o sabor de alimentos apodrecidos, ou pela opinião
de que tal uso garantiria a conservação das carnes.
a) permite identificar a existência de circuitos mercantis entre a Europa, a Ásia e o continente africano.
A cidade é [desde o ano 1000] o principal lugar das trocas econômicas que recorrem sempre mais a um
meio de troca essencial: a moeda. [...] Centro econômico, a cidade é também um centro de poder. Ao
lado do e, às vezes, contra o poder tradicional do bispo e do senhor, frequentemente confundidos numa
única pessoa, um grupo de homens novos, os cidadãos ou burgueses, conquista “liberdades”, privilégios
cada vez mais amplos.
GOFF Jacques Le. São Francisco de Assis. Rio de Janeiro: Record, 2010. Adaptado.
a) os fundamentos do sistema feudal coexistiam com novas formas de organização política e econômica,
que produziam alterações na hierarquia social e nas relações de poder.
b) o excesso de metais nobres na Europa provocava abundância de moedas, que circulavam apenas pelas
mãos dos grandes banqueiros e dos comerciantes internacionais.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
c) o anseio popular por liberdade e igualdade social mobilizava e unificava os trabalhadores urbanos e
rurais e envolvia ativa participação de membros do baixo clero.
d) a Igreja romana, que se opunha ao acúmulo de bens materiais, enfrentava forte oposição da burguesia
ascendente e dos grandes proprietários de terras.
7. Gabarito
A A
D A
D B
C B
C D
C E
E C
CPF 12283999642
C C
A B
C B
A D
E D
B B
C A
B A
C D
B E
C B
E B
C E
D E
A A
C B
A B
A A
C A
D B
B A
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
D A
B A
E
8. Questões Comentadas
1) (Espcex (Aman) 2017)
“A invasão é o fato inicial da Idade Média. Nenhum fato da mesma amplitude ou de consequências comparáveis
se produziu depois, e a História subsequente, entendida corretamente, nada mais foi que a evolução da sociedade
28
LE GOFF, Jacques. A Civilização do Ocidente Medieval. Lisboa: Editorial Estampa. Vl. 1. 1983, p. 29.
29
LE GOFF, Jacques, Idem. p. 27.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
resultante da invasão. É necessário entender por invasão a compenetração desses dois elementos até então
separados: o civilizado grego ou latino, helenizado ou latinizado, e o bárbaro recém-chegado sobre o solo
imperial.” (GIORGANI, 1968, p.21).
Veja, segundo o argumento acima, o ato inicial não é simplesmente a chegada dos povos
não-romanos em terras do Império Romano, mas a compenetração e fusão destes dois
elementos: romanos e germânicos.
No mesmo sentido, o professor inglês Perry Anderson, no seu livro Passagens da
Antiguidade ao Feudalismo30, elabora a tese de que a ordem feudal, ou o mundo feudal, foi a
síntese da interação entre os modos de vida dos romanos e dos germânicos.
Conclusão: Essa interação se deu em um contexto de decadência dos dois modos de vida. Nem
romanos e nem germânicos podiam mais sustentar seus velhos padrões de reprodução material
e subjetiva a partir do século V. Era preciso buscar superar suas crises! Ambos estavam nessa
busca.
Gabarito: A
2) (Espcex (Aman) 2017)
A crise do sistema feudal motivou uma série de mudanças sociais e culturais com o revigoramento do
comércio e das cidades, entre os séculos XI e XIII, na Europa. Nas alternativas abaixo, assinale aquela que
se relaciona com o surgimento da burguesia.
a) Os avanços tecnológicos adotados na agricultura não foram suficientes para ampliar o comércio de
alimentos, incentivando a produção e comercialização de bens manufaturados.
b) A intensificação das invasões bárbaras motivou o surgimento de cidades fortificadas onde a prática
comercial era intensa.
c) A Peste Negra, por ser mais facilmente combatida nas cidades, onde havia melhores condições de
higiene, fez com que as cidades multiplicassem suas populações e ampliassem as trocas comerciais.
30
ANDERSON, Perry. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1989.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
d) O crescimento do comércio com o Oriente e o surgimento de feiras nas principais rotas comerciais da
Europa favoreceram o estabelecimento de uma nova classe social de mercadores e artesãos, assim como
o surgimento de várias cidades no interior europeu.
e) O advento da Guerra Santa desmotivou as práticas comerciais entre os artesãos e os organizadores das
Cruzadas, em função de sérias ameaças às rotas comerciais no Oriente, limitando o comércio ao
continente europeu.
Comentários:
Durante a ocorrência das Cruzadas, as rotas entre Ocidente e Oriente foram reabertas, o que fez ressurgir
o comércio entre essas partes. Junto com a volta do comércio, as cidades também renasceram e as feiras
comerciais voltaram a acontecer. Tudo isso serviu de base para o surgimento de uma nova classe social
que passou a se dedicar a esse comércio renascido: a burguesia.
Gabarito: D
3) (Espcex (Aman) 2016)
Os fragmentos de texto abaixo foram extraídos de VICENTINO e DORIGO (2011) e se referem à Igreja
Medieval.
I. Pouco a pouco, a Igreja foi “se transformando na maior proprietária de terras da Idade Média e
CPF 12283999642
II. Viviam afastados das tentações do mundo por meio do isolamento em abadias e de votos de castidade,
pobreza e silêncio. Com o tempo, num mundo em que uma restrita minoria era alfabetizada, as igrejas,
os mosteiros e as abadias converteram-se nos principais centros da cultura letrada.
III. Viviam apegados aos bens materiais e em contacto com a sociedade, a terra, a administração e a
exploração das riquezas.
IV. A proibição de casamento rigorosamente aplicada a partir do Século XI liberava os padres dos
compromissos conjugais e contribuía, além disso, para a manutenção do patrimônio eclesiástico feudal,
ao evitar a divisão entre possíveis herdeiros dos membros do clero.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Os últimos anos do século X foram marcados, na Europa Ocidental, pela diminuição das invasões bárbaras
e pela queda da mortandade por epidemias. Tais fatos geraram estabilidade e crescimento demográfico.
A partir do século XI, o continente experimentaria profundas transformações que levariam ao que se
conhece como Renascimento Comercial.
a) o Iluminismo gerou uma mentalidade de busca pela prosperidade material, o que levou ao incremento
de práticas comerciais.
c) é a obrigação anual de corveia e o pagamento da talha e banalidades como obrigações de servos aos
senhores feudais.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
“O feudalismo foi a forma de organização política, social e econômica dominante na Europa Ocidental
durante a Idade Média.”
a) I, II e III.
b) II, III e V.
c) I, IV e V.
d) III, IV e V.
e) I, III e V.
Comentários:
[II] INCORRETA. As atividades rurais eram a base da economia feudal;
[III] INCORRETA. Não havia praticamente nenhuma mobilidade social no Feudalismo.
Gabarito: C
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
O período conhecido por Idade Média prevaleceu na Europa desde a queda do Império Romano ocidental
(Séc. V) até a queda de Constantinopla (Séc. XV). Nesse período, o sistema vigente era o feudal.
IV. Os nobres estavam obrigados a pagarem aos seus servos uma pequena indenização, que passou a ser
conhecida por banalidade;
V. Existência de vínculos pessoais entre os nobres mais poderosos e os nobres mais fracos (suserania e
vassalagem).
Assinale a única alternativa que apresenta todos os itens com características desse período.
a) I e II
b) II e IV
CPF 12283999642
c) III e V
d) I e IV
e) II e V
Comentários:
Uma das características do feudalismo foi a descentralização do poder, com o fortalecimento
do poder local, ou seja, dos senhores feudais, em detrimento do poder real. A economia
essencialmente agrária estava baseada no trabalho servil, realizado pelo camponês livre – não
escravo –porém “preso à terra” por um conjunto de obrigações costumeiras, como a corveia, a
talha e as banalidades; esta última uma obrigação paga pelo servo ao senhor feudal, em
produtos, como taxas pela utilização de recursos como moinho e fornalha. No interior da elite,
a nobreza, as relações pessoais se fortaleceram e se estabeleceram os lações de suserania e
vassalagem, sempre entre nobres.
Gabarito: E
8) (Espcex (Aman) 2011)
Durante o feudalismo na Europa Ocidental, uma série de obrigações submetia servos e vilões aos seus
senhores. Uma delas era a banalidade, que consistia na(o)
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
c) pagamento de taxas ao senhor pelo uso de instalações do feudo, como o moinho, o forno, o celeiro,
bem como outras instalações.
d) pagamento de tributo pela família de um servo morto para que seus herdeiros mantivessem a posse
da terra.
e) pagamento de uma taxa ao senhor, correspondente ao número de pessoas que o servo mantinha sob
sua responsabilidade.
Comentários:
Os principais tributos devidos pelo servo ao senhor feudal eram a corveia, paga com trabalho
no domínio senhorial, e a Talha, paga com metade da produção que o servo obtinha em seu
lote. As banalidades eram a terceira obrigação em termos de importância e representavam
menos de 10% daquilo que os servos deviam ao senhor.
Gabarito: C
9) (Espcex (Aman) 2011)
O período conhecido por Baixa Idade Média estendeu-se dos séculos X ao XV e foi marcado por profundas
transformações, entre elas o renascimento comercial. É correto afirmar que essa transformação esteve
relacionada com
CPF 12283999642
a) a formação das feiras, que eram pontos de comércio temporário, tendo-se destacado inicialmente as
regiões de Champanhe e, posteriormente, a região de Flandres.
b) o aparecimento de um novo grupo social, os mercadores, que passaram a ocupar o lugar da nobreza
na sociedade estamental durante toda a Idade Moderna.
c) o reaparecimento da moeda e das transações financeiras, que ficaram limitadas às cidades italianas,
mais próximas do mercado oriental.
e) o surgimento do movimento comunal, uma disputa entre senhores feudais e burgueses, em torno das
taxas de impostos cobrados sobre as atividades comerciais realizadas nos feudos.
Comentários
As feiras medievais eram áreas de comércio que se desenvolveram principalmente no
cruzamento das principais rotas, mas também nas proximidades de grandes castelos e centros
religiosos, locais de grande aglomeração humana. Eram temporárias e as principais feiras se
realizaram na região que ligava o norte da Itália à região de Flandres. A nova classe de
mercadores não ocupou o lugar da nobreza, que se manteve como elite; as moedas, apesar de
restritas, circulavam nas mãos da alta nobreza e do alto clero; o crescimento da cidade não era
entendido como ameaça a atividade rural, assim como as disputas que ocorreram, como o
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Enquanto uma unidade produtiva autossuficiente, o feudo possuía uma organização do dia a dia muito
particular. Nesse sentido, a alternativa que expressa corretamente uma característica presente do manso
senhorial é:
b) neste manso, as relações cavalheirescas se desenvolviam com exclusividade e estavam limitadas por
este território.
d) a produção agrícola desta área era destinada ao pagamento das taxas do servo ao senhor.
e) o manso senhorial era o espaço comum dos servos, do clero e da família do senhor feudal.
Comentários
Ao longo do tempo, para que o feudo se tornasse uma unidade produtiva autossuficiente, ele
foi organizado de maneira que cada um dos seus espaços cumprisse uma função determinada
CPF 12283999642
e, assim, pudesse ser ocupado por grupos sociais específicos. Veja a imagem abaixo:
Feudo. Mansos
A partir da imagem,
podemos identificar
alguns lugares
chamados de mansos.
Veja que em cada
espaço existem
relações de produção e
sociais específicas.
Atente para o fato de
que podemos
estabelecer uma série
de ligações entre
economia, sociedade e
política no feudo.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Aproveito este comentário para deixar um conhecimento muito importante para seus estudos.
Acompanha comigo:
O feudo é o lugar, no feudalismo, onde tudo acontecia. Os grandes historiadores, como Perry
Anderson e Jacques Le Goff, costumam defini-lo como “unidade produtiva autossuficiente”.
Olha que definição interessante. Vamos nos debruçar um pouco sobre ela?
CPF 12283999642
O feudalismo é o único sistema político econômico e social no qual o espaço físico é, ao mesmo
tempo, a unidade produtiva e o lugar onde as pessoas moram, rezam, trabalham, festejam,
casam-se, celebram a vida e a morte. Por isso, os historiadores chamam o feudo de unidade
produtiva – porque é nele que tudo se produz ou toda forma de riqueza se constitui. E é
autossuficiente porque além de servir para produzir serve também para outras atividades
sociais, políticas, culturais e religiosas necessárias para a vida em sociedade. Para você
comparar, é como se, no capitalismo, tudo ocorresse dentro de uma fábrica. A fábrica é uma
unidade produtiva porque produz mercadorias, mas não é autossuficiente. Sacou?
Diante desses elementos, vamos às alternativas:
a) falsa, pois os feudos eram locais essencialmente agrícolas, sendo que o comércio era
desenvolvido nos burgos, isto é, um local de concentração de pessoas – em geral em zonas
litorâneas e em pontos específicos de rotas comerciais – que formarão o que conhecemos
como cidades.
b) falso, pois, apesar de as relações cavalheirescas, com destaque para as relações de
vassalagem, existirem no mundo feudal, essas relações não estavam limitadas ao manso
senhorial. Na verdade, por se uma relação social entre pessoas da nobreza, vassalos e
senhores se relacionavam no conjunto das terras do feudo e para além delas. Basta
pensarmos nas situações de conflitos físico-militares.
c) correto, é o nosso gabarito. Vimos no esquema acima que, dentro da divisão dos
mansos, no manso do senhor (o “dono” da parada) ficavam os principais bens.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
d) falso, pois os servos plantavam no manso servil e, fruto dessa colheita, é que pagavam
tributos.
e) falso, pois o manso comum é que era o espaço comum.
Gabarito: C
11)(Estratégia Militares/2020/ professora Alê Lopes)
No Norte da Europa, na região onde hoje é a Bélgica, Holanda e Países Baixos, um importante lugar do
reflorescimento comercial se desenvolveu entre o fim da Idade Média e o início do renascimento
comercial. Ali se estabeleceu a chamada Rota Comercial do Norte. Essa rota se desenvolveu por meio da
ligação de várias associações de mercadores dessa região, os quais eram denominados
a) Liga Hanseática.
b) Liga de Delos.
d) Liga Bancária.
A Liga Hanseática foi fundada no século XIII por mercadores germânicos das regiões de
Hamburgo, Lubeck, Brêmen, Dantizig, Brugues, Rostock. Durante a Baixa Idade Média se
constituiu como uma potência comercial europeia. Mas, era mais que isso. No século XV, era
uma confederação político-econômica que reunia quase 60 cidades, possuía uma das maiores
frotas marítimas, exército e governo centralizado. A Liga agrupou os príncipes burgueses. Eles
formaram as monarquias europeias mais dinâmicas e, com isso, impulsionaram o comércio
marítimo e as reformas políticas e religiosas da Época Moderna.
1- Italiano 2- Germânico
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Mas, na viragem do século XIII para o século XIV, a Cristandade não só parou como encolheu. Não houve
novos desbravamentos, novas conquistas de solo, e as terras marginais, que tinham sido cultivadas sob a
pressão demográfica e na mira da expansão, foram abandonadas porque o rendimento que davam era,
na verdade, muito baixo. [...] A curva demográfica inflete e começa a descer. (idem, p. 141)
O texto do enunciado faz referência a uma das crises do século XIV na Europa, a qual resultou em um
impacto demográfico negativo. Trata-se da crise
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
a) da guerra
b) monetária.
c) climática.
d) da peste negra.
e) de fome.
Comentários
No contexto do que ficou conhecida como a crise do século XIV a historiografia costuma
associar este século a um tripé de eventos: a fome, a peste e a guerra. Veja que o texto do
enunciado aborda, diretamente, a crise da fome, pois não havia pessoas para cultivar e produzir
produtos agrícolas. Por isso, nosso gabarito é a alternativa e).
Fome
A expansão agrícola dos séculos XI ao XIII chegou ao fim na primeira metade do século XIV. A
principal consequência, então, foi a fome. O fenômeno ocorreu entre 1315 e 1322,
acentuadamente entre 1315 e 17. A “Grande Fome” está relacionada imediatamente com as
seguintes causas:
➢ Resistência dos nobres em permitir a ampliação das terras agricultáveis por
CPF 12283999642
Agora, para além da fome, da guerra e da peste, que marcam a crise do século XIV, os
historiadores Le Goff e Perry Anderson, por perspectivas distintas, afirmam que esta tríade na
verdade é a consequência de um processo de desagregação das estruturas sociais e
econômicas do mundo feudal cristão. Vamos ver as outras alternativas a partir de tópicos.
Alternativa b), errada, até porque o mais ajustado é falarmos em Crise Econômica.
Vários sintomas de crise econômica surgiram nesse momento. A primeira delas foi uma
série de desvalorizações monetárias. Muitos bancos faliram em 1343. Houve algo como um
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
inadimplemento (não pagamento) das enormes dívidas que alguns nobres fizeram nos anos
anteriores, o que dificultou a manutenção dos empréstimos das casas bancárias que ainda
resistiam.
Isso fragilizou a economia das cidades, que, como vimos dependia dessas casas bancárias.
Na cidade, a produção têxtil declinou, a construção civil também, com a paralisação das obras
de catedrais e igrejas ajudaram a diminuir a oferta de trabalho livre nas cidades.
Apesar disso, é importante ressaltar que essa depressão econômica não atingiu todos os
setores em todos os lugares. Como falamos na introdução, a crise é sinal de um processo de
reorganização. O mesmo ocorreu com a economia. O melhor exemplo, é o do setor têxtil. As
manufaturas de tecido de luxo deram lugar às confecções de tecidos menos valiosos.
Além disso, alguns senhores feudais foram se adaptando às novas realidades e começaram
a criar gado – mais valioso nessa época.
Por fim, como ensinou o professor Le Goff “só os mais poderosos, os mais hábeis ou os
mais bem-sucedidos tiram proveito; os outros são atingidos” (p. 145)
Alternativa d): Peste Negra
Entre 1347 e 1350, com a memória viva sobre a devastação causada pela Grande Fome,
as épocas frias e chuvosas que ocorreram no começo do século, a população europeia viveu
CPF 12283999642
uma epidemia transmitida pela pulga de ratos contaminados com a bactéria pasteurella pestis
– a peste bubônica, popularmente chamada de peste negra, pois, ela provocava feridas com
pus e deixava marcas pretas no corpo.
Nesse momento, as condições de alimentação, saúde, moradia e sanitárias eram muito
ruins nas cidades medievais, na Europa. Como sabemos, o cenário era de renascimento
comercial e urbano e, portanto, de maior circulação de pessoas mercadorias e.... doenças!
Historiadores medievalistas afirmam que cerca de 25 milhões de pessoas morreram nesse
momento.
A porta de entrada da peste foi a cidade italiana de Gênova. Leia a descrição feita pela
historiadora Bárbara Tuchman31
"Em outubro de 1347 (...) Navios genoveses chegaram ao porto de Messina,na Silícia,com
homens mortos e agonizantes nos remos. (...) Os marinheiros doentes tinham estranhas inchações
escuras,do tamanho de um ovo ou uma maçã nas axilas e virilhas,que purgavam pus e sangue e eram
acompanhadas de bolhas e manchas negras por todo o corpo, provocadas por hemorragias internas.
(...) Sentiam muitas dores e morriam rapidamente (...)”
31
TUCHMAN,B.W. Um espelho distante: o terrível século XIV.Rio de Janeiro: José Olympio,2000,p.97.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
compunham a sociedade feudal. Os servos se revoltaram tanto com seus senhores que os
superexploravam como com a Igreja que, longe dos ensinamentos de caridade, humildade,
simplicidade dos ensinamentos cristãos (já que muitos se acostumaram com os privilégios
clericais), abandonavam os fiéis a própria sorte nesse cenário apocalíptico.
A exploração, sobretudo, a abusiva, provoca resistências – que podem ser passivas,
silenciosas, negociais. Assim, já havia durante toda a Idade Média várias manifestações de
resistência dos servos e camponeses. Foram deserções, fugas para os bosques, roubos nas
terras do senhor, incêndio nas plantações e nos celeiros. Mas, em 1358, diante das condições
daquele contexto, surgiu uma enorme e muito violenta rebelião. Foram as Jacquerie –
expressão idiomática francesa que significa “joão ninguém”
Além das revoltas de caráter popular, como a Jacquerie, o contexto do século XIV também
é marcado pela chamada Guerra dos Cem Anos. Foi um longo conflito entre a França e a
Inglaterra ocorrida entre 1337 e 1453. O conflito envolvia a disputa de sucessão dinástica na
França e pelo controle das ricas terras na região de Flandres (lembra da Feira de Flandres?).
Essa guerra contribuiu para o clima de insegurança da Europa.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
O professor Le Goff argumenta que a Guerra dos Cem Anos foi uma solução fácil
encontrada por nobrezas atingidas pela crise e independentemente de mortes ou ruínas
econômicas, gerou uma nova economia e uma nova sociedade.
Gabarito: E
13)(Estratégia Militares/2020/ professora Alê Lopes)
A casa de Deus, que cremos ser uma, está, pois, dividida em três: uns oram, outros combatem e os outros,
enfim, trabalham. Essas três partes que coexistem não sofrem com a sua disjunção; os serviços prestados
por uma são a condição da obra das outras duas; e cada uma, por sua vez, se encarrega de aliviar o todo.
De modo que essa tripla associação nem por isso é menos unida, e é assim que a lei tem podido triunfar
e que o mundo tem podido gozar de paz.
(Adalbéron de Laon (c. 1020). Apud LE GOFF, Jacques. A Civilização do Ocidente Medieval. Lisboa:
Estampa, 1984, p. 45-46).
Assinale a alternativa que corresponde aos três estamentos sociais do mundo medieval aludido no texto
acima:
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
trabalhava, já agricultores podem ou não ter a posse e trabalham; servos não têm a posse
e trabalham sob um regime de servidão em que não podiam abandonar a terra, já os
agricultores podem ter a posse e trabalham sob pressupostos de uma economia liberal,
ou seja, são assalariados e, quando proprietários, podem ou não vender suas terras. Além
disso, cavaleiros não é uma categoria de estrato social, mas sim uma função
desempenhada por membros da camada social da nobreza.
d) falso, pois “patrícios” é uma categoria do período Romano.
e) falso, pois “estrangeiros” não é um estamento social, mas sim um termo utilizado desde
a Grécia Antiga para se referir às pessoas que não são da cidade. No período Romano, a
ideia de estrangeiro foi deixada de lado e um novo termo passou a ser usado “bárbaros”
para os romanos se referirem às pessoas que não faziam parte do Império Romano.
Gabarito: B
14)(Estratégia Militares/2020/professora Alê Lopes)
“Embora o feudalismo seja um sistema que caracterizou diversas regiões da Europa ocidental entre os
séculos X e XIII, podemos dizer que suas instituições resultaram de longa gestação, mesclando elementos
romanos e germânicos” (COTRIN...p. 175)
CPF 12283999642
Assinale, abaixo, a alternativa que apresenta as afirmações verdadeiras sobre elementos romanos e
elementos germânicos:
a) I e II estão certas.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
II – correto. Reforço que o colonato foi um sistema de trabalho servil que se desenvolveu com
a crise do Império Romano, quando escravos e plebeus empobrecidos passaram a trabalhar
como colonos em terras de grandes senhores proprietários. O proprietário oferecia terra e
proteção ao colono camponês, em troca, recebia do colono um rendimento do trabalho
cultivado. Com isso, foi surgindo um novo tipo de modo de vida no campo. Mais adiante na
história, essa nova forma de relação social se transformará na unidade do feudo.
III – correto. O beneficium foi um tipo de retribuição concedidas aos guerreiros que ajudavam
em conquistas de terras. Em troca, o beneficiado oferecia fidelidade ao chefe ou rei que liderava
os guerreiros. Somando esse tipo de prática com a fusão do da relação social estabelecida pelo
colonato a unidade do feudo está quase completa. Perceba, então, que beneficium + colonato
são muito importantes para moldar o que viria a ser um feudo.
IV – afirmação errada, pois o enfraquecimento do poder centralizado ocorreu no final do
Império Romano, quando este não conseguia mais impor sua forma de governo e de dominação
sobre seus territórios. Nesse sentido, com o enfraquecimento do poder centralizado, os grandes
proprietários de terra ganharam força para estabelecer poderes regionais (descentralizados).
Gabarito: C
15) (Estratégia Militares/2020/ professora Alê Lopes)
CPF 12283999642
A respeito da Europa entre os séculos X e XV, ou seja, durante o mundo medieval, é correto afirmar que:
a) o cristianismo difundido pela Igreja penetrou de tal maneira em nas camadas da sociedade medieval
que foi capaz de anular as crenças pagãs e a formação de outras religiões.
b) a peste negra foi uma doença que teve graves consequências para a sociedade medieval, dizimando
um terço da população europeia.
c) a sociedade possuía mobilidade e estava organizada da seguinte maneira: Clero, nobreza e camponeses.
d) o feudalismo, enquanto sistema de vida econômico, social e religioso, não possui relações com a
desestruturação dos reinos bárbaros e do Império Romano.
e) Na maioria dos países, a epidemia de Peste Negra assolou burgos e castelos, mas preservou os
camponeses do contágio, por estarem isolados no campo.
Comentários
Essa é uma questão geral, que cobra aspectos importantes do período medieval. No centro
aqui é entender a Peste Negra.
a) falso, pois as religiões pagãs, o paganismo, existiu no mundo medieval e, além disso, no
final da Idade Média tivemos o início da formação das religiões protestantes, fruto de
desavenças com as orientações católicas. Apesar de a reforma protestante ser própria do
século XVI, o movimento protestante já data de final do século XV.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
b) é o nosso gabarito. Entre 1347 e 1350, com a memória viva sobre a devastação causada
pela Grande Fome, as épocas frias e chuvosas que ocorreram no começo do século, a
população europeia viveu uma epidemia transmitida pela pulga de ratos contaminados com
a bactéria pasteurella pestis – a peste bubônica, popularmente chamada de peste negra,
pois, ela provocava feridas com pus e deixava marcas pretas no corpo.
Nesse momento, as condições de alimentação, saúde, moradia e sanitárias eram muito ruins
nas cidades medievais, na Europa. Como sabemos, o cenário era de renascimento comercial
e urbano e, portanto, de maior circulação de pessoas mercadorias e.... doenças!
Historiadores medievalistas afirmam que cerca de 25 milhões de pessoas morreram nesse
momento.
A porta de entrada da peste foi a cidade italiana de Gênova. Leia a descrição feita pela
historiadora Bárbara Tuchman32
"Em outubro de 1347 (...) Navios genoveses chegaram ao porto de Messina,na
Silícia,com homens mortos e agonizantes nos remos. (...) Os marinheiros doentes tinham
estranhas inchações escuras,do tamanho de um ovo ou uma maçã nas axilas e virilhas,que
purgavam pus e sangue e eram acompanhadas de bolhas e manchas negras por todo o
corpo, provocadas por hemorragias internas. (...) Sentiam muitas dores e morriam
rapidamente (...)”
CPF 12283999642
32
TUCHMAN,B.W. Um espelho distante: o terrível século XIV.Rio de Janeiro: José Olympio,2000,p.97.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
d) falso. Em História, dificilmente uma passagem de um momento histórico para o outro não
terá relações, em geral, há os elementos de transição. Por exemplo, veja que a religião
católica, a qual predominou durante o mundo medieval, tem origens no Império Romano.
Além disso, convém, reforçar que o sistema feudal se formou por meio da mistura de duas
importantes civilizações, os romanos e os germânicos (reinos bárbaros). Dentre as
contribuições romanas, cito o colonato e o cristianismo. Vindo dos germânicos, temos o
comitatus, o poder tribal fragmentado e o beneficium.
e) Errada, vide comentários da alternativa correta.
Gabarito: B
CPF 12283999642
É possível reconhecer que o sistema feudal europeu possuía uma sociedade organizada a partir dos
seguintes segmentos sociais
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
NOBREZA (ou bellatores - palavra latina que significa guerreiros): ordem dos detentores de
terra, que se dedicavam, principalmente, às atividades militares. Sobre eles não recaia nenhum
imposto, apenas a obrigação de guerrear. Ao contrário, recebiam taxas por serem os
proprietários das terras e dos instrumentos de trabalho. Portanto, eram privilegiados.
Clero (ou oratores – palavra latina que significa rezadores): ordem dos membros da Igreja
Católica. Havia o Baixo Clero, que eram os membros sacerdotes e diáconos e, o Alto Clero, que
eram os bispos, arcebispos e sacerdotes e o próprio Papa. As famílias nobres mais ricas ficavam
com os cargos mais altos da Igreja, os quais detinham poder e influência política sobre os nobres
donos de terra. Os de pouco riqueza, os que não tinham tantas terras ficavam no baixo clero.
Essa ordem também era isenta de pagamento de taxas e impostos. Portanto, também eram
privilegiados.
Servos (ou laboratores, palavra latina que significa trabalhadores): ordem composta pela
população camponesa os quais realizavam as atividades de subsistência material para todas as
classes sociais do feudo. Ser servo significava estar preso à terra vitaliciamente – a pessoa e
toda a família. Os servos deviam produzir 3 dias por semana no manso senhorial e nos outros 3
dias recebiam o manso servil no qual podiam plantar para si e sua família, desde que pagassem
as determinadas taxas aos senhores feudais. No 7º dia da semana realizavam suas atividades
religiosas e culturais. Por isso, não tinham privilégio algum.
CPF 12283999642
Gabarito: C
17)Estratégia Militares/2020/professora Alê Lopes
Na Idade Média, no sistema político feudal, como de um modo geral no conjunto da existência, a Igreja
desempenha um papel essencial [...]. Na vida do dia-dia, nos sermões, a Igreja afirma que o dízimo não é
dado a ela, o que seria um tanto constrangedor, mas a Deus, ou, com mais rigor, a São Pedro. Por outro
lado, os padres, os monges explicam que pagar os foros aos senhores é fazer a vontade de Deus, porque
Deus lhes confiou um poder de comando que corresponde a suas intenções.
Jacques Le Goff. O Deus da Idade Média. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007, p. 82.
a) o catolicismo era uma ideologia manipulada pelos senhores feudais durante a Idade Média,
permanecendo subjugada aos seus interesses na ordem social.
b) Deus aparece como fiador das relações sociais que compõem a ordem feudal, conferindo poder de
mando aos senhores e obrigações tributárias aos estratos subalternos.
c) a religião era instrumentalizada pelo Estado para a manutenção de um sistema de impostos, o que
possibilitava o enquadramento das classes subalternas ao poder central.
d) o alto clero, formado a partir de indivíduos egressos da nobreza, coordenava a cobrança de tributos de
camponeses e servos, excluindo sacerdotes hierarquicamente inferiores.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Com o declínio do Império Romano na Europa Ocidental, constituíram-se novas relações sociais que
acabaram caracterizando o Período Medieval (século V ao XIV).
a) Carlos Magno libertou o seu império do poderio papal por intermédio de alianças militares realizadas
CPF 12283999642
b) Os camponeses possuíam o direito de deixar as terras em que trabalhavam e migrar para os burgos
pelo acordo consuetudinário com os suseranos.
d) A crença em milagres que se propagou ao longo dos séculos, somando ao distanciamento social nos
feudos, fez com que esses séculos fossem pacíficos.
e) No Reino dos Francos, assim como na Península Ibérica, o islamismo foi a religião predominante.
Comentários
a) Errado. Além de Carlos Magno ter estabelecido uma aliança com o poder papal,
consolidando o seu reino a partir da coroação como Imperador no ano de 800, não houve
alianças com a nobreza mercantil de Veneza. O fato inusitado e importante para você guardar
aqui é o seguinte: no Natal do ano 800 d.C., em Roma, enquanto assistia à missa, Carlos Magno
viu-se inesperadamente coroado por Leão III, sucessor de Adriano I, como o "Imperador dos
Romanos". Com isso, o Império Romano do Ocidente, que deixou de existir 325 anos atrás,
estava de volta ao cenário político mundial, dessa vez com o nome de Sacro Império Romano.
A respeito de Carlos Magno, friso que ele conseguiu reequilibrar as relações entre o poder do
rei, o poder da Igreja e o poder da nobreza. Ou seja, ele restabeleceu a ideia de conciliação
que, anteriormente, estava a cargo da Igreja. Lembra de que os ricos senhores de terras se
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
enfrentavam com os reis francos – pelo menos até a ascensão de Pepino? Uma das formas de
controlar a disputa pelo poder entre esses senhores foi reforçar as doações de terras
conquistadas em guerras. Em troca, o Rei cobrava lealdade dos senhores. Ou seja, caro aluno
e aluna, Carlos Magno impulsionou o uso das relações de vassalagem!!!
b) Errado, pois as novas relações sociais constituídas no mundo medieval impunham a obrigação
de os camponeses ou servos da gleba permaneceram ligados à terra que cultivavam, sem terem
o direito de deixá-las.
c) Correta. Os laços de vassalagem se realizavam por meio dos juramentos de fidelidade entre
senhores em troca de terra. A partir da fusão do comitatus (estabelecimento de laços de
fidelidade entre o chefe militar e os seus comandados guerreiros) com o beneficium (os chefes
militares concediam a seus guerreiros posses de terras) e, assim, gerou-se a relação de Suserania
e Vassalagem. Ou seja, o REI, em troca de fidelidade oferecia terra aos guerreiros.
Para esclarecer, SUSERANO é diferente de vassalo. O suserano é quem doa a terra e o vassalo
é quem a recebe. E é uma relação que ocorre APENAS entre senhores, nunca entre senhores
e servos.
SUSERANO VASSALO
- Doa terra - Recebe a
terra
- Recebe
- Oferece a
proteção
proteção
d) Falso pois a Idade Média foi marcada por conflitos em torno da disputa de terras, por
invasões bárbaros, que não haviam parado com o fim do Império Romano, bem como por
guerras religiosas (árabes na Península Ibérica x reinos cristãos).
e) Errado. No período final do Império Romano, na região central do que conhecemos hoje
como França, povos germânicos ali se instalaram e deram início à construção do Reino dos
Francos. Este Reino se tornou o mais importante da Alta Idade Média (entre os séculos V e X).
Os reis e senhores das terras do reino dos Francos estabeleceram alianças com a Igreja Católica,
sendo que esta conferiu legitimidade ao poder dos reis. Assim, na região que hoje conhecemos
como França predominou o cristianismo. Já na Península Ibérica, hoje Portugal e Espanha, de
fato, foi dominada pela invasão islâmica a partir do século VIII.
Gabarito: C
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
A Peste Negra, ou Morte Negra, era assim chamada porque no seu desenvolvimento provocava
hemorragias subcutâneas, que assumiam uma coloração escura no momento terminal da doença. A
morte dava-se entre três e sete dias, depois de contraída a patologia, e levava de 75 a 100% dos
acometidos. O agente causador da peste era transmitido pelo rato, por meio das pulgas e sua penetração
na pele humana causava uma adenite aguda, que recebia o nome de “bubão”, principal sintoma da
doença. Daí também o nome de peste bubônica.
a) A Peste Negra, conhecida hoje como peste bubônica, provocou a queda demográfica ocasionando
perdas na produção econômica.
b) A Peste Negra foi interpretada por muitos médicos e leigos medievais como um castigo divino.
CPF 12283999642
d) Além da peste bubónica, a fome também contribuiu para agravar a situação da sociedade europeia e,
dessa forma, aprofundar a crise do feudalismo.
e) Foi interrompida pela descoberta cientifica de que o isolamento social nos feudos dificultava a
circulação da doença e, consequentemente, o contágio.
Comentários
a) correto, pois a doença dizimou cerca de 1/3 da população europeia. Dessa forma, a força de
trabalho camponesa foi impactada. Com as pessoas doentes, o número de servos trabalhando
foi menor, afetando, portanto, a produção econômica.
b) certo. Lembre-se de que a doutrina religiosa influenciava o conjunto do medievo, sendo que
as explicações causais para uma tragédia eram de ordem espiritual. Como não se achavam
soluções imediatas, até mesmo médicos passaram a crer que a Peste era um castigo.
c) correto, pois o fluxo de pessoas e de mercadorias nas cidades portuárias acelerou a
propagação da doença. Além disso, a peste negra tem origem no continente asiático. Sua
chegada à Europa esteve relacionada às caravanas de comércio que vinham da Ásia por meio
do Mar Mediterrâneo.
d) Correto. A historiografia costuma associar o século XIV ao tripé de eventos fome, peste e
guerra. Segundo o historiador e professor, Jaques Le Goff:
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Mas, na viragem do século XIII para o século XIV, a Cristandade não só parou como encolheu.
Não houve novos desbravamentos, novas conquistas de solo, e as terras marginais, que tinham
sido cultivadas sob a pressão demográfica e na mira da expansão, foram abandonadas porque
o rendimento que davam era, na verdade, muito baixo. [...] A curva demográfica inflete e
começa a descer.
Para além da fome, da guerra e da peste que marcam a crise do século XIV, historiadores como
Le Goff e Perry Anderson, por perspectivas distintas, afirmam que esta tríade na verdade é a
consequência de um processo de desagregação das estruturas sociais e econômicas do mundo
feudal. Ou seja, gente, o feudalismo chega no século XIV em crise e os eventos como peste e a
crise de abastecimento alimentar desse momento (a fome) contribuíram para ruir esse modo de
produção.
e) falso, pois, à época, não se encontrou uma solução cientifica para combater a propagação da
doença. A doença foi diminuindo ao longo de décadas, pois as soluções sanitárias foram
melhorando nas cidades. Não se sabia, por exemplo, que doença era causada pelo
bacilo Yersinia pestis e propagada pela pulga dos ratos.
Gabarito: E
20)(3º SIMULADO EsPCEx)
CPF 12283999642
O feudalismo na Europa Ocidental surgiu no século X, expandiu-se durante o século XI e atingiu seu auge
no final do século XII e no século XIII. (...) Pelo século XIII, o feudalismo europeu já havia produzido uma
civilização unificada e desenvolvida (...).
ANDERSON, Perry. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. São Paulo: Ed. Brasiliense. 1989, p. 177.
a) I, II, III, V
b) I, II, IV, V
c) I, II, V
d) I, II, III, IV, V
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
e) I, II, IV
Comentários:
Sobre a formação do Mundo Feudal ou da ordem social feudal, entre o século V ao XI. Listo
abaixo os principais aspectos que você não pode esquecer:
1- a ruralização da sociedade - o declínio da cidade e do
comércio;
Além disso, A sociedade feudal era estamental, ou seja, estava dividida em estamentos. Cada
estamento era composto por um grupo ou classe social. A participação de cada indivíduo, em
cada grupo social, era determinada pelo seu nascimento e\ou pela função que o indivíduo
executava na sociedade. Isso formava uma pirâmide social.
No feudalismo havia 2 classes sociais divididas em 3 ordens sociais estabelecidas.
Veja o esquema:
CPF 12283999642
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Idade Média é uma terminologia criada por historiadores do século XVIII. Convencionou-se que seria um
período entre o ano de 476, com o fim do Império Romano do Ocidente e 1453 com o fim do Império
Bizantino (ou, Império Romano do Oriente). São civilizações que conviveram neste período histórico
chamado de Idade Média.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
A Islâmica,
A Bizantina, representada
representada pelo Império
pelo Império Bizantino ou
Islâmico, localizada na
Império Romano do Oriente;
Península Arábica.
A Ocidental, representada
pelos Reinos Bárbaros;
originará a sociedade feudal.
Observe o mapa abaixo. Preste atenção como elas convivem nas terras do antigo Império
CPF 12283999642
Romano.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Império Czarista ( na Rússia) também data de um período após a Idade Média, mais
precisamente entre 1547 até a Revolução Comunista de 1917.
Gabarito: D
22)(Estratégia Militares/2020/ professora Alê Lopes)
“A invasão é o fato inicial da Idade Média. Nenhum fato da mesma amplitude ou de consequências
comparáveis se produziu depois, e a História subsequente, entendida corretamente, nada mais foi que a
evolução da sociedade resultante da invasão. É necessário entender por invasão a compenetração desses
dois elementos até então separados: o civilizado grego ou latino, helenizado ou latinizado, e o bárbaro
recém-chegado sobre o solo imperial.”
a) do encontro, seguido de trocas culturais, de duas civilizações com hábitos e costumes diferentes, a
romana e a germânica.
d) do surgimento de uma nova raça de europeus que ficou conhecida como medievalistas.
e) de múltiplas determinações culturais, com destaque para os mulçumanos que invadiram a Península
Ibérica.
Comentários
Inicialmente, vamos recordar da divisão clássica da Idade Média
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
germânicos para as regiões que antes formavam o Império Romano do Ocidente não
pararam em 476. Na Alta Idade Média, ou seja, entre os séculos V e X, os germânicos
continuaram se deslocando por toda a Europa Ocidental. Por isso que o início da ordem
feudal está marcado por um ato inaugural: as invasões bárbaras (povos germânicos),
conforme afirma o professor Jacques Le Goff, no seu livro A Civilização do Ocidente
Medieval33. Para além disso, e mais especificamente, podemos dizer que a formação
propriamente dita do mundo medieval é a compenetração e fusão de dois elementos: a
civilização romana e a germânica. O mundo medieval nasceu sobre as ruínas do mundo
romano, pois a decadência do Império Romano teria alimentado o surgimento do Idade
Média34. No mesmo sentido, o professor inglês Perry Anderson, no seu livro Passagens da
Antiguidade ao Feudalismo35, elabora a tese de que a ordem feudal, ou o mundo feudal,
foi a síntese da interação entre os modos de vida dos romanos e dos germânicos.
Assim, podemos afirmar com tranquilidade que o feudalismo contou com o encontro
cultural e trocas das mais variadas formas de duas civilizações: a romana e a germânica.
Dessa experiência histórica nasceu uma nova forma de ver o mundo, de reproduzir as
condições materiais que permitiam a sobrevivência, de se relacionar uns com os outros e,
também, de representar o mundo espiritual. A esse novo mundo damos o nome de
“Mundo Feudal”. Gabarito, letra A.
CPF 12283999642
No processo de formação do feudalismo, o Reino dos Francos, incialmente um povo bárbaro, tomou uma
atitude que foi determinante para a formação das relações políticas e sociais na Idade Média. Trata-se da
33
LE GOFF, Jacques. A Civilização do Ocidente Medieval. Lisboa: Editorial Estampa. Vl. 1. 1983, p. 29.
34
LE GOFF, Jacques, Idem. p. 27.
35
ANDERSON, Perry. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1989.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
NOBREZA (ou bellatores - palavra latina que significa guerreiros): ordem dos
detentores de terra, que se dedicavam, principalmente, às atividades militares.
Sobre eles não recaia nenhum imposto, apenas a obrigação de guerrear. Ao
contrário, recebiam taxas devido ao fato de serem os proprietários das terras e
dos instrumentos de trabalho. Portanto, eram privilegiados.
Clero ( ou oratores – palavra latina que significa rezadores): ordem dos membros
da Igreja Católica. Havia o Baixo Clero, que eram os membros sacerdotes e
diáconos e, o Alto Clero, que eram os bispos, arcebispos e sacerdotes e o próprio
Papa. As famílias nobres mais ricas ficavam com os cargos mais altos da Igreja,
estes detinham poder e influência política sobre os nobres donos de terra. Os de
pouco riqueza, os que não tinham tantas terras ficavam no baixo clero. Essa ordem
também era isenta de pagamento de taxas e impostos. Portanto, também eram
privilegiados.
Servos (ou laboratores, palavra latina que significa trabalhadores): ordem
composta pela população camponesa os quais realizavam as atividades de
subsistência material para todas as classes sociais do feudo. Ser servo significava
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Depois de toda essa explicação, qual alternativa você assinalaria? Alternativa A, né, meu
caro!
Vejamos os erros das demais:
b) O erro está em dizer que a sociedade estamental era SEM diferença. Guarda isso:
privilégio e status representa uma sociedade baseada na desigualdade e não na
igualdade, ok.
c) A cavalaria era uma função, praticamente toda a nobreza era formada por cavaleiros.
d) Não havia burguês na sociedade feudal. Eles surgem com o renascimento comercial e
urbano e, mesmo assim, serão um estamento sem privilégios durante a Era Moderna.
e) Aqui faltou o clero, que é um estamento muito poderoso e cheio de privilégio na Idade
Média.
Gabarito: A
25)(Estratégia Militares/2020/ professora Alê Lopes)
CPF 12283999642
Com a insegurança provocada pelas invasões, os europeus ocidentais procuraram se proteger, buscando
refúgio no campo. Houve, então, um enfraquecimento do poder central do antigos reinos germânicos e
romanos, ao mesmo tempo em que o poder dos senhores locais se fortalecia. O comércio foi dificultado
pela insegurança reinante e pelo bloqueio das estradas e do Mar Mediterrâneo.
b) A desagregação da sociedade feudal marcada pelas novas ondas de invasões bárbaras e o avanço do
papel das cavalarias.
c) A penetração dos muçulmanos que conquistaram Constantinopla, fato que concorreu para a
fragmentação da Europa Ocidental.
e) A invasão dos povos bárbaros que contribuíram para a destruição definitiva de todos os elementos da
cultura romana.
Comentários:
O texto descreve o contexto do início da Idade Média e a formação da sociedade. Veja
que há dois elementos centrais no texto:
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
troca de algo”. Os feudos podiam não ser apenas uma extensão de terras mas também
um castelo ou outros direitos.
Em relação à herança dos povos que formaram a sociedade feudal, a definição para a
palavra feudo, enquanto extensão territorial, está relacionada a noção de
f) Comitatus
g) Colonato
h) Beneficium
i) Servitium
j) Mitium
Comentários:
As sociedades feudais, na Europa Central, originaram-se da fusão dos elementos romanos
e germânicos. No texto tem uma definição de feudo que traz uma relação de troca – “um
bem por algo”. No caso do feudalismo, a troca de fidelidade por terras é parte do legado
germânico no período medieval e deram origem às relações de suserania e vassalagem.
Atenção: o comando da pergunta questionou o legado referente à “extensão territorial”,
então, temos que buscar entre as alternativas o legado referente à terra.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
27)(adaptada- 2000)
"Foi de vital importância o fato de que, a partir do século XII, nobres e burgueses passaram a morar na
parte cercada pelas muralhas das cidades. Os interesses e prazeres das duas classes tornaram-se assim
semelhantes..." (Jacob Burckhardt, 1860)
b) ocorreu em todas as cidades marítimas, de Lisboa a Hamburgo, passando pela Itália do Norte e
Flandres.
c) foi interrompido pela nobreza, a partir da crise do século XIV, depois de ter se desenvolvido na Baixa
Idade Média.
e) marcou as mais importantes cidades europeias, constituindo-se num dos fatores da criação das
Universidades medievais.
Comentário
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
O gabarito certo dessa questão é a alternativa D. Vou comentar, relembrando você um trecho
da aula de hoje.
“Essa cidade, que semeava as sementes para um novo mundo, uma nova mentalidade, uma
nova forma de ser e sentir, de fazer riqueza e de desafiar as agruras da vida, forjava os
instrumentos para romper com a rigidez da sociedade feudal. As corporações de ofício são um
exemplo de que existia mais mobilidade social, a partir da atividade artesanal, do que no feudo
– apesar do controle e intervenção dessa instituição.
Assim, mesmo com muitas limitações estruturais feudais, houve um lento enriquecimento de
comerciantes e artesãos que, ao longo do tempo, controlaram com exclusividade determinadas
atividades. Esse processo indica a formação de uma nova classe social: A BURGUESIA.
Apenas atente-se, aluno e aluna, para o fato de que estamos falando de um “processo de
formação de classe social”, portanto, isso é uma engrenagem que se movimentou por muitos
séculos depois desse momento inicial.
Então, nesse momento histórico, a burguesia quer ser aceita pela nobreza e ser parte dela. Por
isso, a burguesia quer ganhar dinheiro e, com ele, comprar terras e títulos de nobiliárquicos.
Ela quer entrar para o time, sacou? Ela ainda não é aquela burguesia da revolução Francesa que
derrubou o rei e cortou sua cabeça. Na passagem do feudalismo para Idade Moderna a
burguesia não é contra a nobreza, ela quer imitar, ser parte e igual aos nobres. Cuidado para
CPF 12283999642
não colocar o carro na frente dos bois, hein. Em história chamamos isso de anacronismo!”
Gabarito: D
28)(adaptada- 2000)
"Os próprios céus, os planetas e este centro [a Terra] Respeitam os graus, a precedência e as posições.
Como poderiam as sociedades,
Os graus nas escolas, as irmandades nas cidades,
O comércio pacífico entre praias separadas,
A primogenitura e o direito de nascença,
Os privilégios da idade, as coroas, cetros, lauréis,
Manter-se em seu lugar certo - não fossem os graus? "
Estes versos de Shakespeare da peça Troilo e Cressida) revelam uma visão de mundo:
a) moderna e liberal, ao tratarem das cidades, do comércio e, virtualmente, até do novo continente.
b) medieval e aristocrática, ao defenderem privilégios, graus e hierarquias como decorrentes de uma
ordem natural.
c) universal e democrática, ao se referirem a valores e concepções que ultrapassam seu próprio tempo
histórico.
d) clássica e monarquista, ao mencionarem instituições, como a monarquia e o direito de primogenitura,
que eram características do mundo greco-romano.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
29)(adaptada- 2015)
A cidade é [desde o ano 1000] o principal lugar das trocas econômicas que recorrem sempre mais a um
meio de troca essencial: a moeda. [...] Centro econômico, a cidade é também um centro de poder. Ao
lado do e, às vezes, contra o poder tradicional do bispo e do senhor, frequentemente confundidos numa
única pessoa, um grupo de homens novos, os cidadãos ou burgueses, conquista “liberdades”, privilégios
cada vez mais amplos.
GOFF Jacques Le. São Francisco de Assis. Rio de Janeiro: Record, 2010. Adaptado.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
a) os fundamentos do sistema feudal coexistiam com novas formas de organização política e econômica,
que produziam alterações na hierarquia social e nas relações de poder.
b) o excesso de metais nobres na Europa provocava abundância de moedas, que circulavam apenas pelas
mãos dos grandes banqueiros e dos comerciantes internacionais.
c) o anseio popular por liberdade e igualdade social mobilizava e unificava os trabalhadores urbanos e
rurais e envolvia ativa participação de membros do baixo clero.
d) a Igreja romana, que se opunha ao acúmulo de bens materiais, enfrentava forte oposição da burguesia
ascendente e dos grandes proprietários de terras.
burguesia. Vimos que essas transformações produziram alterações na estrutura social e política.
Por isso, a resposta certa só pode ser a alternativa A. Não poderia ser B, pois, não há abundância
de moeda na Europa, nesse contexto; não poderia ser a C porque não existia essa consciência
entre trabalhadores rurais e urbanos, até mesmo porque, em geral, não havia nítida separação.
Não pode ser item D, a Igreja não sofre essa resistência. Por fim, o item E está errado, afinal,
há complementariedade entre o rural e a cidade.
Gabarito: A
30)(adaptada- 2012)
A palavra “feudalismo” carrega consigo vários sentidos. Dentre eles, podem-se apontar aqueles ligados a
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
casam-se, celebram a vida e a morte. Por isso, os historiadores chamam o feudo de unidade
produtiva – porque é nele que tudo se produz ou toda forma de riqueza se constitui. E é
autossuficiente porque além de servir para produzir serve também para outras atividades
sociais, políticas, culturais e religiosas necessárias para a vida em sociedade.
“Feudalismo é um sistema de organização econômica, social e política, no qual uma camada de guerreiros
especializados – os senhores –, subordinados uns aos outros por uma hierarquia de vínculos de dependência,
domina uma massa campesina que trabalha na terra e lhes fornece com que viver” (Le Goff) .
Lembra-se dessa citação da aula? Logo, o item correto só pode ser a alternativa A. Os demais itens não
se relacionam com feudalismo.
Gabarito: A
31)(adaptada- 1996)
a) nasceu na Idade Média, mas sobreviveu ao fim desta época, como demonstram sua difusão pelas
Américas, espanhola e portuguesa, e sua permanência na Europa, ao longo do período moderno.
b) seu período de incubação, entre os séculos IV e VIII, e de decadência, entre os séculos XIV e XVI, foram
quase tão longos quanto seu próprio período de plenitude (séculos IX e XIII).
CPF 12283999642
c) não teria se desenvolvido, não fossem a expansão árabe e, depois, a presença das demais civilizações
orientais, que obrigaram a Europa a se isolar e construir sua própria identidade.
d) foi um sistema não original, pois também existiu em lugares como a Ásia Menor, durante o Império
Bizantino, certas regiões da África, antes da colonização, e no Japão, na era Tokugawa.
e) foi um modo de produção inferior ao escravista romano, pois, se este produziu a riqueza do Império,
aquele muito pouco teve a ver com a riqueza das cidades da Baixa Idade Média.
Comentário
Vamos lá meus queridos e queridas, em frente. A letra a) acerta ao afirmar que o feudalismo
nasceu na Idade Média. A rigor, o modo de produção feudal passou por um processo de
gestação que combina diversos elementos, tal como fui demonstrando ao longo da aula. Agora,
ele não prosseguiu no mundo moderno e, tampouco, caracterizou as civilizações da América,
nem as originárias, nem quando houve o processo de colonização (assuntos que ainda
estudaremos). Na verdade, mesmo na Idade Média, o feudalismo foi uma característica da
região Ocidental. No mundo Bizantino vimos que outros elementos marcaram esse povo.
A alternativa b) cobra o conhecimento temporal da duração da Idade Média precedente ao
feudalismo, do período em que o feudalismo se consolidou enquanto uma ordem de vida e do
mundo a partir da crise do feudalismo. Vimos que ele se iniciou plenamente no século IX, por
sinal, a própria FUVEST considera que o feudalismo se cristalizou no século IX (vide enunciado
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
da questão 3). Sabendo esses períodos, você logo matéria que a b) não está errada. Mas, na
dúvida, é melhor verificar as demais alternativas.
A alternativa c) faz uma afirmação de causalidade estranha à própria historiografia. Vimos que
os vetores da Idade Média e, portanto, das forças que impulsionaram o feudalismo foram:
aspecto externo, invasões bárbaras; aspecto interno, decadência de Roma Ocidental; aspecto
subjetivo, expansão do cristianismo. O avanço do islamismo sobre o Ocidente não entra na
conta das causas que levaram ao feudalismo.
Para a alternativa d), basta saber que no Império Bizantino não houve feudalismo. Item errado.
Na África e no Japão houve modos de organização social próprios e em alguns aspectos
semelhantes ao feudalismo, mas longe de serem iguais.
A alternativa e) exige um pouco mais do aluno e é a típica alternativa que pode deixar você em
dúvida e te induzir ao erro. Não é possível uma afirmação comparativa sobre qual modo de
produção foi melhor ou pior, mais evoluído ou menos evoluído. Isso porque a métrica de
comparação deve ser mais complexa do que apenas se referir a produção de riqueza, pois
depende do ponto de vista. Ademais, e aqui é a chave para responder o quesito, a historiografia
costuma comparar a economia escravista romana com o tipo de economia predominantemente
rural da Idade Média, rumo ao feudalismo, no tocante ao grau de liberdade da mão de obra.
Na aula, vimos que parte da bibliografia ressalta os camponeses livres e os servos relativamente
CPF 12283999642
livres – pois estavam presos à terra dos senhores – para demonstrarem que, do ponto de vista
da mão de obra, o feudalismo superior à economia romana porque não havia escravidão.
Percebe a sutileza da análise? Por isso essa alternativa se mostra mais complexa para ser
resolvida. Item errado.
Gabarito: B
Comentário
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Essa é uma questão de leitura de imagem. Aí temos que torcer para a imagem vir bem legível
no caderno de questões. Brincadeirinhas à parte, o aspecto da sociedade medieval
representada por 2 cavalos se agarrando só pode ser belicosidade, né. A propensão à guerra
ou ao conflito foi uma das marcas da Alta Idade Média. Os nobres, em especial, tinham como
uma de suas principais funções na sociedade o exercício de duelar. Eram os cavaleiros, como
vimos nos exercícios anteriores.
Gabarito: B
33)(adaptada- 2010)
“A instituição das corveias variava de acordo com os domínios senhoriais, e, no interior de cada um, de
acordo com o estatuto jurídico dos camponeses, ou de seus
mansos [parcelas de terra].”
Marc Bloch. Os caracteres originais da França rural, 1952.
Esta frase sobre o feudalismo trata
a) da vassalagem.
b) do colonato.
c) do comitatus.
d) da servidão.
CPF 12283999642
e) da guilda.
Comentário
A servidão foi a forma de trabalho predominante no sistema feudal, como sabemos. A frase trata sobre
as taxas feudais obrigatórias aos servos. Uma obrigação dos servos era a corveia, que consistia na
realização de trabalho no domínio senhorial durante certo período, normalmente três dias da semana.
Havia outras taxas também. Lembra do esquema da aula? Não podem ser os outros itens porque:
vassalagem é uma relação de fidelidade estabelecida entre nobres; colonato é a relação anterior à
servidão, na qual o camponês trabalhava nas terras do senhor, mas não estava preso a ela; comitatus é
estabelecimento de laços de fidelidade entre o chefe militar e os seus comandados
guerreiros, portanto, predecessor da vassalagem; por fim, a guilda é a associação de
mercadores nas cidades medievais.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
CPF 12283999642
Gabarito: D
34)(adaptada- 2008)
Nos séculos XIV e XV, a Itália foi a região mais rica e influente da Europa. Isso ocorreu devido à
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Ou seja, o desenvolvimento comercial se combinou com o renascimento artístico e fez da Península Itálica
uma região muito importante para a Europa Ocidental.
Gabarito: E
35)(adaptada - 2017)
Os especialistas em demografia histórica são mais ou menos concordes em estimar que a população global
do reino da França no mínimo duplicou entre os anos mil e 1328, passando de cerca de 6 milhões de
habitantes para 13,5 milhões, e de 16 a 17 milhões, considerando as regiões que desde então se tornaram
francesas.
LE GOFF, Jacques. O apogeu da cidade medieval. Trad. Antônio Danesi, São Paulo: Martins Fontes, 1992,
p. 4. (Adaptado).
De acordo com a citação, pode-se afirmar que o principal fator que permitiu o crescimento da população
europeia foi
a) o controle da Peste Negra por meio da implantação de medidas de saneamento das grandes cidades
europeias.
b) o fim dos conflitos entre os reinos, especialmente o da “Guerra dos Cem Anos”, entre França e
CPF 12283999642
Inglaterra.
c) a relativa estabilidade política e econômica, que fomentou a expansão dos burgos e o aumento da
produção agrícola nos campos.
36)(FUVEST 2009)
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
"A Idade Média europeia é inseparável da civilização islâmica já que consiste precisamente na
convivência, ao mesmo tempo positiva e negativa, do cristianismo e do islamismo, sobre uma área comum
impregnada pela cultura greco-romana." José Ortega y Gasset (1883-1955).
a) formou-se uma civilização complementar à islâmica, pois ambas tiveram um mesmo ponto de partida.
b) originou-se uma civilização menos complexa que a islâmica devido à predominância da cultura
germânica.
c) desenvolveu-se uma civilização que se beneficiou tanto da herança greco-romana quanto da islâmica.
e) criou-se uma civilização sem dinamismo, em virtude de sua dependência de Bizâncio e do Islão.
Comentário
Veja como a FUVEST gosta da interação entre a religião islâmica e cristã e de como ambas
foram influenciadas pela cultura greco-romana. Dessa interação:
a) Formou-se uma sociedade complementar à islâmica (item A)? Vocês acham que a
sociedade europeia é complementar a qualquer outra? Não, né!
CPF 12283999642
Um grande manto de florestas e várzeas cortado por clareiras cultivadas, mais ou menos férteis, tal é o
aspecto da Cristandade – algo diferente do Oriente muçulmano, mundo de oásis em meio a desertos.
Num local a madeira é rara e as árvores indicam a civilização, noutro a madeira é abundante e sinaliza a
barbárie. A religião, que no Oriente nasceu ao abrigo das palmeiras, cresceu no Ocidente em detrimento
das árvores, refúgio dos gênios pagãos que monges, santos e missionários abatem impiedosamente.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Acerca das características da Cristandade e do Islã no período medieval, pode-se afirmar que
a) o cristianismo se desenvolveu a partir do mundo rural, enquanto a religião muçulmana teve como base
inicial as cidades e os povoados da península arábica.
b) a concentração humana assemelhava-se nas clareiras e nos oásis, que se constituíam como células
econômicas, sociais e culturais, tanto da Cristandade quanto do Islã.
d) o clero cristão, defensor do monoteísmo estrito, combateu as práticas pagãs muçulmanas, arraigadas
nas florestas e nas regiões desérticas da Cristandade ocidental.
e) a expansão econômica islâmica caracterizou-se pela ampliação das fronteiras de cultivo, em detrimento
das florestas, em um movimento inverso àquele verificado no Ocidente medieval.
Comentário
A alternativa a) erra ao afirmar que o cristianismo se desenvolveu a partir do mundo rural. O
cristianismo nasceu nas cidades romanas. Ele também se desenvolveu no mundo rural, mas
posteriormente à queda de Roma Ocidental. Já a parte da questão sobre o islã está correta.
Veja que você deve prestar atenção na hora de resolver questões na prova: se metade da
CPF 12283999642
questão está erra é porque ela está inteira errada, basta um erro mínio no item para você
descartá-lo. É assim que se resolve provas.
A alternativa b) faz uma comparação ajustada entre o Império do Ocidente e o Império do
Oriente e, por isso, é a alternativa correta. Desde a aula 00 temos visto o quanto a interação
entre home e natureza é importante para o desenvolvimento das civilizações. Aqui não seria
diferente, nos locais com condições mais propícias ao estabelecimento da vida e das rotinas da
vida (trabalho, comércio, pregação espiritual) é que se concentrariam as populações. Esse
processo foi comum tanto na Europa Ocidental, faixa do mediterrâneo, quanto na Península
Arábica. Além disso, vimos na aula que nesta última região, as tribos nômades dos beduínos
procuravam se estabelecer nos oásis.
A alternativa c) faz uma contraposição infundada entre mundo cristão e mundo islão. De fato,
no Oriente, durante a Idade Média predominou a atividade econômica do comércio e havia
cidades importantes, como Meca e Medina. Porém, isso não significou a ausência de transações
comerciais no mundo medieval da cristandade e, tampouco, a inexistência de cidades. Roma,
por exemplo, não deixou de existir, só não era mais um centro aglutinador do mundo, ela ficou
em ruínas. Lembra-se?
A alternativa d) faz uma associação geográfica errada entre islamismo e o deserto. Vimos na
aula que os mulçumanos iniciaram seu movimento religioso na Península Arábica a qual possuía
regiões desérticas e litorâneas. Além disso, a expansão islâmica ocorreu, predominantemente,
em solos desérticos, no norte africano e, depois adentro a Europa pela Península Ibéria. Nessa
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
região não há desertos. Lembro, também, que os mulçumanos foram contidos por Carlos Martel
nos montes Pirineus.
Por fim, a alternativa e) peca por desconsiderar que os árabes mulçumanos eram peritos em
transações comerciais e não em práticas agrícolas. A agricultura no mundo islâmico estava
condicionada pelas difíceis condições climáticas, sendo o pastoreio, as pequenas plantações, o
cultivo de cereais, as principais atividades agrícolas, porém muito mais voltada à subsistência.
Até por isso, na Península Arábica havia muitos nômades.
Gabarito: B
38)(FUVEST 2011)
Se o Ocidente procurava, através de suas invasões sucessivas, conter o impulso do Islã, o resultado foi
exatamente o inverso.
Amin Maalouf, As Cruzadas vistas pelos árabes. São Paulo: Brasiliense, p.241, 2007.
b) maior organização militar dos muçulmanos e seu avanço, nos séculos XV e XVI, sobre o Império Romano
do Oriente.
c) imediata reação terrorista islâmica, que colocou em risco o Império britânico na Ásia.
d) resistência ininterrupta que os cruzados enfrentaram nos territórios que passaram a controlar no Irã e
Iraque.
e) forte influência árabe que o Ocidente sofreu desde então, expressa na gastronomia, na joalheria e no
vestuário.
Comentário
O texto dá a entender que houve um resultado inverso à contenção da expansão, ou seja, um
processo de expansão muçulmana!!! Assim, dentre as alternativas, qual processo representa
sucesso de expansão e esplendor islâmico? Vamos analisar item por item
A- Como vimos, a história da Batalha de Poitiers, em 732, significou a contenção da
expansão islâmica pelos Francos comandados por Carlos Martel. Item contrário ao que
houve de verdade, portanto.
B- Os islâmicos, de fato, avançaram sobre Império Bizantino (Império Romano do Oriente)
com a conquista de Constantinopla, em 1453. O item está correto.
C- Item tresloucado. Primeira coisa, aluno e aluna, a questão de história te coloca em um
tempo e um espaço: Ocidente e Período Medieval. Assim, não cabe falar em império
britânico na Ásia.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
D- O item C representa expansão? Não! Além disso, os cruzados nunca dominaram o Irã e
o Iraque.
E- O item E é interessante, pois realmente a cultura árabe deixou muitos legados para a
cultura Ocidental. Contudo, não está no tempo da questão.
Portanto, o gabarito é letra B.
Gabarito: B
39)(FUVEST – 1998)
Durante muito tempo desconhecidos na Europa medieval, os textos de Aristóteles se difundiram a partir
do século XII. Suas obras chegaram ao ocidente europeu por intermédio
b) dos monges beneditinos da Europa continental, que preservaram a cultura clássica em seus mosteiros.
c) de sacerdotes bizantinos, que frequentavam as cortes reais da Europa e as grandes cidades do Ocidente.
d) dos centros de cultura muçulmanos, sobretudo da península ibérica, cujos manuscritos, em árabe,
foram traduzidos para o latim.
CPF 12283999642
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Gabarito: D
40)(FUVEST 1987)
b) a Reforma Protestante, que levou à quebra da unidade da Igreja Católica na Europa Ocidental.
b- A Reforma Protestante causou uma das maiores rupturas dom a Igreja, mas foi apenas a
partir do século XVI.
c- As heresias (formas de interpretar o cristianismo) não causaram rupturas.
e-A Querela das Investiduras realmente foram outro grande choque, mas não ruptura.
Querela é briga, conflito, discussão. Investidura é quem investe o que. Querela das
investiduras foi uma treta entre um Papa Romano e um Imperador Francês para ver quem
poderia investir cargos eclesiásticos, ou seja, quem vai nomear as pessoas para os cargos da
Igreja. Essa “querela das investiduras” ocorreu entre 1058 e 1122.
Gabarito: D
41)(FUVEST – 1981)
Entre os fatores citados abaixo, assinale aquele que não concorreu para a difusão da civilização bizantina
na Europa Ocidental:
e) Contatos comerciais das repúblicas marítimas italianas com os portos bizantinos nos mares Egeu e
Negro.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Comentários:
A questão nos pede para identificar qual fator citado não se relaciona com a difusão da
civilização bizantina na Europa Ocidental. A história de formação, expansão, consolidação e
decadência do Império Bizantino ocorreu entre os séculos V e XV. Usa-se como marcos
históricos o ano de 476 d.C., fim do Império Romano do ocidente e o ano de 1453, quando os
turco-otomanos conquistaram a capital Constantinopla. Essa data seria o fim da própria Idade
Média. Memorizem essa localização temporal, ok!
Gabarito: B
42)(FUVEST – 1982)
Por um lado, parte dos motivos que levaram a essa reforma estava ligado à resolução de
problemas internos da Igreja, ou seja, fazer com que a Instituição e a cristandade voltassem aos
tempos de Cristo, entendida como a época primitiva do cristianismo marcada pelos Apóstolos,
em busca de maior unidade doutrinária. Por outro lado, os fins da reforma também visavam
(re)estabelecer o poder do Papa sobre o poder feudal. Esse último aspecto era importante para
assegurar o comando sobre mentes e corações dos cristãos. Dessa iniciativa do Papado em
controlar as nomeações dos bispos e dos padres nas paróquias eclodiu a Querela das
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Investiduras, isto é, a disputa entre reis e senhores, de um lado, e, do outro, Igreja, para nomear
os clérigos.
Assim, nosso gabarito é letra a). As demais alternativas estão incorretas pois não citam o Papado
nem os reis como envolvidos nessa “briga”.
Gabarito: A
43)(FUVEST – 1989)
A tentativa de reunificação política da Europa ocidental realizada pelo Império Carolíngio na primeira
metade do século IX, fracassou devido:
b) às invasões dos vikings, muçulmanos e húngaros, que partilharam o Império entre si.
c) à falta de uma estrutura econômica mais sólida, pois sua produção agrícola insuficiente tornava-o
CPF 12283999642
dependente do exterior.
e) ao excessivo respeito de Carlos Magno às tradições das diversas províncias que compunham o Império.
Comentários:
a) correto. Vamos refrescar. Por volta de 800, Carlos Magno foi coroado imperador do novo
Império Romano do Ocidente pelo papa Leão III. A Igreja via nesta aproximação a possibilidade
de conversão de todos os domínios agregados à autoridade de uma mesma liderança política.
Isso passou a ser uma realidade por meio da forma de administração do território implanta pelo
Imperador, a qual incluiu os bispos. Porém, após a morte de Carlos Magno, o Império Carolíngio
foi governado por Luís, O Piedoso, até o ano de 840. Em seguida, três herdeiros disputaram os
domínios do Império, de modo que o Tratado de Verdun (ano 843) oficializou a partilha do
Império Carolíngio em três reinos menores. Essa descentralização e fragmentação enfraqueceu
o Império Carolíngio.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
b) falso, pois a expansão do Império Carolíngio avançou sobre territórios desses povos.
c) incorreto, pois o império contou com uma base agrícola forte e com um razoável comércio
movimentado pelas várias feiras e mercados distribuídos nos centros urbanos europeus, em
particular, por meio das negociações junto aos árabes.
d) errado, pois o Renascimento Carolíngio também expressava a união de todo o Ocidente
cristão.
CPF 12283999642
“A instituição das corveias variava de acordo com os domínios senhoriais, e, no interior de cada um, de
acordo com o estatuto jurídico dos camponeses, ou de seus mansos [parcelas de terra].”
a) da vassalagem.
b) do colonato.
c) do comitatus.
d) da servidão.
e) da guilda.
Comentários:
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
A servidão foi a forma de trabalho predominante no sistema feudal, como sabemos. A frase
trata sobre as taxas feudais obrigatórias aos servos. Uma obrigação dos servos era a corveia,
que consistia na realização de trabalho no domínio senhorial durante certo período,
normalmente três dias da semana. Havia outras taxas também. Contudo, não podem ser os
outros itens porque: vassalagem é uma relação de fidelidade estabelecida entre nobres;
colonato é a relação anterior à servidão, na qual o camponês trabalhava nas terras do senhor,
mas não estava preso a ela; comitatus é estabelecimento de laços de fidelidade entre o chefe
militar e os seus comandados guerreiros, portanto, predecessor da vassalagem; por fim, a guilda
é a associação de mercadores nas cidades medievais.
CPF 12283999642
Gabarito: D
45)(FUVEST – 2005)
Na representação que a sociedade feudal, da Europa Ocidental, deixou de si mesma (em textos e em
outros documentos não escritos),
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Comentários:
A questão aborda a divisão da sociedade feudal em três ordens, de acordo com a interpretação
da Igreja. Para respondê-la, vamos relembrar esse conteúdo.
A sociedade feudal era estamental, ou seja, estava dividida em estamentos. Cada estamento
era composto por um grupo ou classe social. A participação de cada indivíduo, em cada grupo
social era determinada pelo seu nascimento e\ou pela função que o indivíduo executava na
sociedade. Isso formava uma pirâmide social. No feudalismo havia 2 classes sociais divididas em
3 ordens sociais estabelecidas. Veja o esquema:
Ordens Sociais
Classes sociais
CPF 12283999642
Essa lógica definia as funções dos membros de cada estamento na organização da sociedade.
Cuidado com uma singularidade: o clero! Observe que as pessoas não nasciam membros do
clero, elas nasciam no seio da nobreza. Por isso, quem nasceu nobre, no feudalismo, executava
duas atividades diferentes: guerrear ou orar. Já quem nasceu plebeu -sem propriedades, sem
herança e sem status – eram os trabalhadores. Eles estavam, majoritariamente, submetidos à
relação de servidão, por isso, são conhecidos como servos.
• Nobreza (ou bellatores - palavra latina que significa guerreiros): ordem dos
detentores de terra, que se dedicavam, principalmente, às atividades militares.
Sobre eles não recaia nenhum imposto, apenas a obrigação de guerrear. Ao
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
contrário, recebiam taxas por serem os proprietários das terras e dos instrumentos
de trabalho. Portanto, eram privilegiados.
• Clero (ou oratores – palavra latina que significa rezadores): ordem dos membros da
Igreja Católica. Havia o Baixo Clero, que eram os membros sacerdotes e diáconos
e, o Alto Clero, que eram os bispos, arcebispos e sacerdotes e o próprio Papa. As
famílias nobres mais ricas ficavam com os cargos mais altos da Igreja, os quais
detinham poder e influência política sobre os nobres donos de terra. Os de pouco
riqueza, os que não tinham tantas terras ficavam no baixo clero. Essa ordem
também era isenta de pagamento de taxas e impostos. Portanto, também eram
privilegiados.
• Servos (ou laboratores, palavra latina que significa trabalhadores): ordem composta
pela população camponesa os quais realizavam as atividades de subsistência
material para todas as classes sociais do feudo. Ser servo significava estar preso à
terra vitaliciamente – a pessoa e toda a família. Os servos deviam produzir 3 dias
por semana no manso senhorial e nos outros 3 dias recebiam o manso servil no qual
podiam plantar para si e sua família, desde que pagassem as determinadas taxas
aos senhores feudais. No 7º dia da semana realizavam suas atividades religiosas e
culturais. Por isso, não tinham privilégio algum.
Com isso, vamos olhar as alternativas:
CPF 12283999642
Gabarito: E
46)(FUVEST 1993)
“O Feudalismo medieval nasceu no seio de uma época infinitamente perturbada. Em certa medida, ele
nasceu dessas mesmas perturbações. Ora, entre as causas que contribuíram para criar ou manter um
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
ambiente tão tumultuado, algumas existiram completamente estranhas à evolução interior das
sociedades europeias." (Marc Bloch, A SOCIEDADE FEUDAL)
O texto refere-se:
a) às invasões dos turcos, lombardos e mongóis que a Europa sofreu nos séculos IX e X, depois do
esfacelamento do Império Carolíngio.
b) às invasões prolongadas e devastadoras dos sarracenos, húngaros e vikings na Europa, nos séculos IX e
X (ao Sul, Leste e Norte respectivamente), depois do esfacelamento do Império Carolíngio.
c) às lutas entre camponeses e senhores no campo e entre trabalhadores e burgueses nas cidades,
impedindo qualquer estabilidade social e política.
d) aos tumultos e perturbações provocadas pelas constantes fomes, pestes e rebeliões que assolavam as
áreas mais densamente povoadas da Europa.
fluxos migratórios dos povos bárbaros; 2 – o entendimento macro do que ocorreu entre o século
V e IX, em outras palavras, as “perturbações” a que o texto se refere. Sobre o ponto 1, fluxos
migratórios dos bárbaros, as invasões, volte nos mapas da aula e repare que o momento do
esfacelamento do Império Carolíngio está relacionado ao segundo ciclo de invasões bárbaras,
no qual havia os vikings. Sobre o segundo conhecimento, o texto deixa claro que quer alguma
“causa” externa quando afirma “algumas existiram completamente estranhas à evolução
interior das sociedades europeias”. Dentre as causas “externas” vimos que, de fato, as invasões
bárbaras assumiram importância histórica significativa.
Gabarito: B
47)(FUVEST – 1996)
a) nasceu na Idade Média, mas sobreviveu ao fim desta época, como demonstram sua difusão pelas
Américas, espanhola e portuguesa, e sua permanência na Europa, ao longo do período moderno.
b) seu período de incubação, entre os séculos IV e VIII, e de decadência, entre os séculos XIV e XVI, foram
quase tão longos, quanto seu próprio período de plenitude (séculos IX e XIII).
c) não tria se desenvolvido, não fossem a expansão árabe e, depois, a presença das demais civilizações
orientais, que obrigaram a Europa a se isolar e construir sua própria identidade.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
d) foi um sistema não original, pois também existiu em lugares como a Ásia Menor, durante o Império
Bizantino, certas regiões da África, antes da colonização, e no Japão, na era Tokugawa.
e) foi um modo de produção inferior ao escravista romano, pois, se este produziu a riqueza do Império,
aquele muito pouco teve a ver com a riqueza das cidades da Baixa Idade Média.
Comentários:
Vamos lá meus queridos e queridas, em frente. A letra a) acerta ao afirmar que o feudalismo
nasceu na Idade Média. A rigor, o modo de produção feudal passou por um processo de
gestação que combina diversos elementos, tal como fui demonstrando ao longo da aula. Agora,
ele não prosseguiu no mundo moderno e, tampouco, caracterizou as civilizações da América,
nem as originárias, nem quando houve o processo de colonização (assuntos que ainda
estudaremos). Na verdade, mesmo na Idade Média, o feudalismo foi uma característica da
região Ocidental. No mundo Bizantino vimos que outros elementos marcaram esse povo.
A alternativa b) cobra o conhecimento temporal da duração da Idade Média precedente ao
feudalismo, do período em que o feudalismo se consolidou enquanto uma ordem de vida e do
mundo a partir da crise do feudalismo. Vimos que ele se iniciou plenamente no século IX, por
sinal, a própria FUVEST considera que o feudalismo se cristalizou no século IX (vide enunciado
da questão 3). Sabendo esses períodos, você logo matéria que a b) não está errada. Mas, na
CPF 12283999642
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Gabarito: B
48)(FUVEST 1992)
b) pelo cultivo da terra por escravos com produção intensiva e grandes benefícios para os vassalos.
c) pela aplicação do sistema assalariado e trabalho forçado dos vilões nas pequenas propriedades
senhoriais.
e) pela propriedade senhorial da terra, regime de trabalho servil e bases essencialmente agrárias.
Comentário
Essa questão é clássica. O que caracteriza o feudalismo? Vamos lá:
1- Propriedade da terra pertence ao senhor feudal
2- quem trabalha nela são os servos, logo a relação de trabalho predominante no
feudalismo é a servidão
CPF 12283999642
49)(FUVEST – 1980)
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Comentários:
O feudalismo foi um modo de organização social e político que vigorou na Europa durante o
que chamamos de Idade Média. Entre suas principais características podemos citar:
Sociedade estamental dividida em três grupos sociais: o clero, a nobreza e os servos. O clero
era responsável por rezar e exerciam uma grande influência política sobre as pessoas daquela
época. Os nobres também eram chamados de senhores feudais, eles negociavam com o rei
(trabalhavam no exército em troca de terras). Por fim, os servos eram a maior parte da
população camponesa, constituíam a força trabalhadora e eram bastante explorados.
Presença da relação de suserania que consistia em: um nobre (suserano) doava um feudo para
outro nobre (vassalo), e em troca, recebia fidelidade e favores (às vezes militares). O maior
suserano era o rei, que fazia esses acordos com os nobres o tempo inteiro.
O comércio não era forte, logo, a base da economia feudal era agrária. Na falta de comércio, a
unidade econômica principal era o feudo.
CPF 12283999642
Todos os poderes (jurídico, econômico e político) concentravam-se nas mãos dos senhores
feudais. A população era estática e hierarquizada. Com isso, havia uma forte descentralização
do poder.
Domínio da Igreja Católica na vida religiosa e cultural.
Com isso, temos que o gabarito é letra e). As demais alternativas estão incorretas pois, como
vimos, configuram características essenciais do feudalismo.
Gabarito: E
50)(FUVEST 2001)
A economia da Europa ocidental, durante o longo intervalo entre a crise do escravismo, no século lII, e a
cristalização do feudalismo, no século IX, foi marcada pela
a) depressão, que atingiu todos os setores, provocando escassez permanente e fomes intermitentes.
b) expansão, que ficou restrita à agricultura, por causa do desaparecimento das cidades e do comércio.
d) prosperidade, que ficou restrita ao comércio e ao artesanato, insuficientes para resolver a crise agrária.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Comentário
Essa questão cobra o sentido geral da economia que predominou na Europa Ocidental entre o
século V e IX. Há duas formas para resolvermos essa questão, uma rápida, outra reflexiva. Na
prova, primeiro você tentaria resolver rapidamente, depois, caso não tivesse certeza, você iria
para uma reflexão mais profunda.
Por meio da resolução rápida, você apenas pegaria a primeira palavra de cada alternativa: a)
“depressão”; b) “expansão”; c) “estagnação”; d) “prosperidade”; e) “continuidade”. Ora,
estudamos exaustivamente que após a queda do Império Romano, poucos elementos da
Antiguidade Clássica continuaram e avançaram na Idade Média, um desses elementos foi a
religião cristã. Com relação à economia, objeto da questão, houve a crise do modo de produção
romano e o início da ruralização da vida, logo, também da economia. Foi um período de
rupturas, transições e incertezas em torno do destino dos povos ocidentais. Nesse sentido, das
5 alternativas indicadas como possíveis respostas da questão, aquelas que indicam continuidade
ou aspectos positivos estão erradas. Com efeito, há duas alternativas positivas, b) e d), e duas
que indicam continuidade, a c) e a e). Portanto, só poderia ser a letra a) nossa resposta,
“depressão”.
Agora a resolução reflexiva, caso você tivesse dúvidas. O comando da questão é muito claro
sobre o que se pede: do ponto de vista econômico, o que ocorreu na transição? Veja, o próprio
CPF 12283999642
enunciado nos lembra da crise do escravismo. A partir daí você precisaria lembrar do processo
de ruralização e das dificuldades que a população da cristandade passou. Se você voltar nos
deslocamentos dos povos bárbaros, lembrara que uma das razões das migrações foi a busca
por alimentos, pois a maioria dos bárbaros não cultivavam de forma racional. Isso só levava à
escassez de alimentos. Agora, a fome também assolou os latinos que já estavam vivendo sob o
Império Romano, afinal, o modo de produção econômico entrou em crise.
Por fim, você poderia encontrar os erros mais absurdos nas alternativas. Na b), as cidades não
desapareceram completamente e o comércio também não. A c) afirma que houve um numeroso
campesinato livre, vimos que esse tipo de camponês era uma pequena parcela. A d) exagera
com a sugestão do artesanato. E, a alternativa e) contradiz o próprio comando da questão, pois
afirma que houve a preservação do sistema de produção, sendo que o enunciado, como já
disse, nos lembra da crise do escravismo.
Gabarito: A
51)(FUVEST 1998)
"Assim, pois, a cidade de Deus que é tomada como una, na realidade tripla. Alguns rezam, outros lutam,
outros trabalham. As três ordens vivem juntas e não podem ser separadas. Os serviços de cada uma dessas
ordens permitem os trabalhos das outras duas e cada uma por sua vez presta apoio às demais ".
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
c) um retorno às concepções de Santo Agostinho, que opunha à cidade de Deus a cidade dos homens.
d) uma descrição da estrutura social de Roma, sede do papado e considerada a cidade de Deus.
e) uma crítica à desigualdade entre os homens, pois estes são considerados iguais perante Deus.
Comentário
Note que a última frase do trecho faz uma articulação entre religião, trabalho e guerreiros
como se fosse uma engrenagem. A questão faz referência a um momento histórico em que
a engrenagem das relações sociais feudais já estava mais consolidada, século X. Vimos
acima que essa engrenagem começou a ser construída antes e que um elemento da
engrenagem foi levando e puxando o outro. Só com isso, você já conseguiria eliminar a
alternativa a) porque ela isola um desses elementos, a religião, e afirma que Deus sofria
ataques. Foi o contrário, o trabalho e a atividade militar (dos cavaleiros, veremos isso ainda
nessa aula) possuíam um forte componente religioso. Por sua vez, a alternativa b) reafirma
a partir da ideia de funcionalidade, toda a engrenagem que foi sendo construída com a
ruralização, com o fortalecimento do cristianismo, etc. Já a alternativa c) faz uma afirmação
errada do pensamento de Santo Agostinho, pois este pensador refletia sobre a
complementariedade entre Deus e os homens. A alternativa d) está descontextualizada e
CPF 12283999642
essa já deve ser riscada logo na primeira leitura. Por fim, a alternativa e) tá mais para prova
de interpretação de texto do que história: o trecho não faz crítica à injustiça social.
Gabarito: B
52)(FUVEST – 1993)
"O Feudalismo medieval nasceu no seio de uma época infinitamente perturbada. Em certa medida, ele
nasceu dessas mesmas perturbações. Ora, entre as causas que contribuíram para criar ou manter um
ambiente tão tumultuado, algumas existiram completamente estranhas à evolução interior das
sociedades europeias."
O texto refere-se:
a) às invasões dos turcos, lombardos e mongóis que a Europa sofreu nos séculos IX e X, depois do
esfacelamento do Império Carolíngio.
b) às invasões prolongadas e devastadoras dos sarracenos, húngaros e vikings na Europa, nos séculos IX e
X (ao Sul, Leste e Norte respectivamente), depois do esfacelamento do Império Carolíngio.
c) às lutas entre camponeses e senhores no campo e entre trabalhadores e burgueses nas cidades,
impedindo qualquer estabilidade social e política.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
d) aos tumultos e perturbações provocadas pelas constantes fomes, pestes e rebeliões que assolavam as
áreas mais densamente povoadas da Europa.
Gabarito: B
53) (FUVEST 2003)
Perto do ano 1000, manifestações de medo foram verificadas em todo o Ocidente, como se o fim do
milênio trouxesse consigo o fim dos tempos. Tal situação deve ser entendida como
c) decorrência da tomada do Império Bizantino pelos muçulmanos do norte da África. d) traço típico de
uma sociedade em transição que se tornava mais clerical e menos guerreira.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
A palavra “feudalismo” carrega consigo vários sentidos. Dentre eles, podem-se apontar aqueles ligados a
Gabarito: A
55)(FUVEST – 1983)
Para moer o trigo e assar o pão, o camponês dependia do uso do moinho e do forno, de propriedade do
senhor feudal, por isso pagava um imposto, em espécie, chamado de:
a) censo.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
b) banalidades.
c) talha.
d) corveia.
e) mão morta.
Comentários:
A servidão foi a forma de trabalho predominante no sistema feudal, como sabemos. A questão
trata sobre as taxas feudais pagas pelos servos aos senhores. Precisamos identificar qual
imposto citado está relacionado ao uso de equipamentos do senhor feudal. Para respondê-la,
vamos observar um esqueminhas que fala dessas taxas:
CPF 12283999642
Gabarito: B
56)(FUVEST 2006)
Segundo o historiador Robert S. Lopez ("A Revolução Comercial da Idade Média 950-1350"), "o estatuto
dos construtores das catedrais medievais representava um grande progresso relativamente à condição
miserável dos escravos que erigiram as Pirâmides e dos forçados que construíram os aquedutos romanos".
As catedrais medievais foram construídas por
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
flexibilização das
novos grupos
renascimento relações de
sociais:
expansão agrícola comercial e trabalho:
mercadores e
urbano trabalhadores
artesãos
livres
Gabarito: A
57)(FUVEST – 1990)
CPF 12283999642
A proliferação das universidades medievais, no século XIII, responsável por importantes transformações
culturais, está relacionada:
a) ao Renascimento cultural promovido por Carlos Magno e pelos homens cultos que trouxe para sua
corte.
b) à invenção da imprensa que possibilitou a reprodução dos livros a serem consultados por mestres e
alunos.
c) à importância de se difundir o ensino do latim, língua utilizada pela Igreja para escrever tratados
teológicos, cartas e livros.
Comentários:
As expressões culturais medievais foram marcadas pelo predomínio do pensamento religioso.
Contudo, na Baixa Idade Média, as grandes transformações provocadas pela expansão
comercial afetaram o monopólio cultural exercido pela Igreja. O crescimento do comércio, a
urbanização e o contato cada vez mais intenso e frequente com outros povos, sobretudo do
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Oriente, fizeram com que os europeus adquirissem outros valores, deixando de subordinar a
sua vida a uma “vontade divina’.
Com a dinâmica comercial, as cidades transformaram-se, aos poucos, em centros culturais e
passaram a irradiar uma cultura cada vez menos subordinadas aos valores da Igreja. A burguesia
como classe passa a se formar nesse período almejar conhecimento. No processo de
renascimento urbano, comercial e intelectual, destacaram-se as universidades que, a partir do
século XII se tornaram importantes centros de ensino.
Sabendo disso, vamos olhar os itens:
a) Incorreta. De fato, Carlos Magno, no “Renascimento Carolíngio”, formou um círculo de
eruditos em sua corte ao qual denominava de Academia. Dessa noção de Academia
chegaremos às Universidades. No entanto, o enunciado da questão trata da proliferação das
Universidades.
b) Incorreta. A imprensa só foi inventada no século XV, o processo e proliferação das
Universidades é anterior.
c) Incorreta. Discutimos justamente que o processo é marcado pela redução da influência da
Igreja na cultura.
d) Correta, conforme exposto anteriormente.
CPF 12283999642
e) Incorreta. Em primeiro lugar, a sociedade medieval não se enxergava como “Idade das
Trevas”, essa é uma denominação posterior disseminada sobretudo pelo Iluminismo. Além
disso, o conceito de iletrado e analfabeto servem apenas para compreender a sociedade do
presente. O ensino na Idade Média não era tão generalizado como hoje e, sem dúvidas, talvez
a maior parte da sociedade pouco ou nada escrevesse. Entretanto, os medievais aprendiam
mais pela palavra do que pela leitura.
Gabarito: D
58)(FUVEST – 1988)
a) uma aventura militar que levou a Cristandade a perder importantes territórios e a conhecer a Peste
Negra.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
e) uma abertura para o exterior, responsável pela entrada na Europa de elementos da cultura clássica,
como o gótico e a escolástica.
Comentários:
As Cruzadas foram as peregrinações - de caráter militar e religioso - dos cristãos da Europa
Ocidental para recuperarem Jerusalém, a Terra Santa, dos mulçumanos. Desde o século IV, em
razão de Jesus Cristo ter sido morto, crucificado e, segundo a crença bíblica, ressuscitado em
Jerusalém, a cidade palestina recebia fiéis que buscavam purificar seus pecados e adquirir a
salvação de Deus. Porém, as Cruzadas adquiriram contornos de grandes deslocamentos de
massa, verdadeiros exércitos. Elas partiam de diversos pontos da Europa e marchavam até a
região da Palestina. Para você ter uma ideia, na Primeira Cruzada, cerca de 60 mil guerreiros
partiram em direção a Jerusalém em um trajeto de 5 mil quilométricos que levou 3 anos para
ser completado. No total, entre o século XI e XIV, foram 8 cruzadas consideradas oficiais, isto
é, organizadas pela Igreja e pela nobreza.
As Cruzadas não tiveram somente motivação religiosa, outros motivos também precisam ser
destacados. Veja, por volta do ano 1000 houve um surto populacional na Europa ocidental. O
CPF 12283999642
Gabarito: B
59)(FUVEST 2007)
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
"Os cristãos fazem os muçulmanos pagar uma taxa que é aplicada sem abusos. Os comerciantes cristãos,
por sua vez, pagam direitos sobre suas mercadorias quando atravessam o território dos muçulmanos. O
entendimento entre eles é perfeito e a equidade é respeitada."
Ibn Jobair, em visita a Damasco, Síria, 1184. In: Amin Maalouf, 1988.
a) as relações comerciais entre as civilizações do Ocidente e do Oriente eram realizadas pelos judeus e
bizantinos.
b) o conflito entre xiitas e sunitas pôs a perder o florescente comércio que se havia estabelecido
gradativamente entre cristãos e muçulmanos.
c) o comércio, entre o Ocidente cristão e o Oriente islâmico, permaneceu imune a qualquer interferência
de caráter político.
d) a Península Ibérica desempenhou o papel de centro econômico entre os mundos cristão e islâmico por
ser a única área de contato entre ambos.
e) as cruzadas e a ocupação da Terra Santa pelos cristãos engendraram a intensificação das relações
comerciais entre cristãos e muçulmanos.
CPF 12283999642
Comentário
Questão interessante porque demonstra que cristãos e islâmicos, apesar dos conflitos
religiosos, mantinham relações comerciais importantes. Por isso, os eventos históricos que
aumentaram esse contato, como as Cruzadas, aumentaram a atividade comercial entre eles, em
que pese a guerra religiosa. Os outros itens estão errados pois apontam sentido oposto ao que
ocorreu na história.
Item A: as relações comerciais entre Oriente e Ocidente não era realizada por bizantinos com
judeus.
Item B: Conflitos entre xiitas e sunitas tiveram consequências para a unidade do povo islâmico.
Item C: O comércio entre cristãos e islâmicos teve influência de decisões políticas,
especialmente pela Igreja Católica.
Item D: A Península Itálica não foi a única região de contato entre cristãos e muçulmanos.
Gabarito: E
60)(FUVEST 2014)
Durante muito tempo, sustentou-se equivocadamente que a utilização de especiarias na Europa da Idade
Média era determinada pela necessidade de se alterar o sabor de alimentos apodrecidos, ou pela opinião
de que tal uso garantiria a conservação das carnes.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
a) permite identificar a existência de circuitos mercantis entre a Europa, a Ásia e o continente africano.
61)(FUVEST 2015)
A cidade é [desde o ano 1000] o principal lugar das trocas econômicas que recorrem sempre mais a um
meio de troca essencial: a moeda. [...] Centro econômico, a cidade é também um centro de poder. Ao
lado do e, às vezes, contra o poder tradicional do bispo e do senhor, frequentemente confundidos numa
única pessoa, um grupo de homens novos, os cidadãos ou burgueses, conquista “liberdades”, privilégios
cada vez mais amplos.
GOFF Jacques Le. São Francisco de Assis. Rio de Janeiro: Record, 2010. Adaptado.
a) os fundamentos do sistema feudal coexistiam com novas formas de organização política e econômica,
que produziam alterações na hierarquia social e nas relações de poder.
b) o excesso de metais nobres na Europa provocava abundância de moedas, que circulavam apenas pelas
mãos dos grandes banqueiros e dos comerciantes internacionais.
c) o anseio popular por liberdade e igualdade social mobilizava e unificava os trabalhadores urbanos e
rurais e envolvia ativa participação de membros do baixo clero.
d) a Igreja romana, que se opunha ao acúmulo de bens materiais, enfrentava forte oposição da burguesia
ascendente e dos grandes proprietários de terras.
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Considerações Finais
Bem, queridos futuros cadetes, chegamos ao final da nossa aula 00 e, com ela, estudamos o
Período da Idade Média. Nesse momento, estamos no Século XV d.C.
Espero que vocês tenham gostado do nosso Curso e optado por se tornar Coruja, afinal a
estrada até Campinas é longa e não temos tempo a perder.
Não esqueça do mantra: Não existe solução mágica, mas existem estratégias que, se utilizadas
com afinco e dedicação, podem realizar sonhos. Uma ótima professora, um excelente material
e um acertado planejamento individualizado, conforme sua necessidade e suas potencialidades,
podem ser o diferencial para quem vai prestar um dos cursos mais concorridos. Nós estamos
JUNTOS nesse caminho!!!
Lembre-se de que cada questão acertada é como um degrau até a sua sonhada aprovação. E
nessa jornada orientaremos vocês, sempre!
Utilize o Fórum de Dúvidas. Eu responderei suas perguntas rapidinho! E não se esqueça de que
não existe dúvida boba. Quanto mais você pergunta, mais conversamos e mais você sintetiza o
conteúdo, certo!
CPF 12283999642
Profe. Alê Lopes
Aula 00 - Idade Média - Sociedade Feudal e Renascimento Urbano e Comercial
Também nos procurem nas redes sociais. Lá tem dicas preciosas para te ajudar na sua
preparação.
Um grande abraço estratégico,
Alê
CPF 12283999642