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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE

MOÇAMBIQUE
Centro de Ensino à Distância

Manual de Curso de Licenciatura em Ensino de


Biologia
UCM-Centro de Ensino à Distância Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia – B0034

Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia

Universidade Católica de Moçambique

Centro de Ensino à Distância

Direitos de autor (Copyright)


Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino `a
Distância (CED) e contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou
reprodução deste manual, no seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer
meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de
entidade editora (Universidade Católica de Moçambique-Centro de Ensino `a Distância). O
não cumprimento desta advertência é passivel a processos judiciais.

Elaborado Por: Carlos José Pedro

Licenciado em Ensino de Biologia pela Universidade Pedagógica - Delegação da Beira.

Colaborador e Docente do Centro de Ensino a Distância-Departamento de Biologia da


Universidade Católica de Moçambique.

Universidade Católica de Moçambique


Centro de Ensino `a Distância-CED

Rua Correira de Brito No 613-Ponta-Gêa


Moçambique-Beira
Telefone: 23 32 64 05

Cel: 82 50 18 44 0
ii
UCM-Centro de Ensino à Distância Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia – B0034

Fax:23 32 64 06
E-mail:ced@ucm.ac.mz
Website: www..ucm.ac.mz

Agradecimentos
A Universidade Católica de Moçambique - Centro de Ensino à Distância e o autor do presente
manual, dr. Carlos José Pedro, agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e
instituições na eleboração deste manual.

Pela contribuição no conteúdo temático dr. Carlos José Pedro, Colaborador e Docente
do Centro de Ensino à Distância da
Universidade Católica de Moçambique

Pelas imagens e ilustrações dr. Carlos José Pedro, Colaborador do Centro


de Ensino à Distância & (Delegado e Docente
na UCM-CED)

Pela revisão linguística dr. Fernando Mualava, Colaborador e


Docente do Centro de Ensino à Distancia da
Universidade Católica de Moçambique

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ÍNDICE
Visão Geral ............................................................................................................................1
Objectivos da Cadeira .............................................................................................................2
Quem deveria estudar esta Cadeira .........................................................................................2
Conteúdos da cadeira ..............................................................................................................3
Ícones de Actividade ..............................................................................................................3
Habilidades de Estudo ............................................................................................................4
Precisa de Apoio? ...................................................................................................................5
Avaliação ...............................................................................................................................6
Unidade – 0 1. Introdução a anatomia .....................................................................................8
Unidade – 02. Evolução Histórica ......................................................................................... 21
Unidade – 03. Evolução Filogenética dos Sistemas nos Invertebrados ..................................25
Unidade – 04. Evolução Filogenética dos Sistemas nos Vertebrados .....................................40
Unidade – 05. Sistema Endócrino-Biocomunicação do sistema endócrino ............................ 73
Unidade – 06. Sistema endócrino – Regulação do sistema endócrino ....................................80
Unidades 7. Caracteristicas evolutivas do tegumento comum e seus anexos .......................... 86
Unidade – 08. Organização dos Peixes ................................................................................. 94
Unidade – 09. Morfologia dos Peixes ................................................................................. 104
Unidade – 10. Organização dos Anfíbios ............................................................................ 114
Unidade – 11. Morfologia dos Anfíbios .............................................................................. 122
Unidade – 12. Organização das aves ................................................................................... 127
Unidade – 13. Morfologia das aves ..................................................................................... 137
Unidade – 14. Organização dos Mamíferos......................................................................... 143
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Unidade – 15. Morfologia dos mamiferos ........................................................................... 150


Unidade – 16. Sistema de Referências ................................................................................ 159
Unidade – 17. Osteologia - Estudo dos Ossos ..................................................................... 165
Unidade – 18. Osteologia - Estudo dos Ossos ..................................................................... 168
Unidade – 19. Osteologia - Estudo dos ossos ...................................................................... 173
Unidade – 20. Artrologia – Estudo das articulações ............................................................ 181
Unidade – 21. Movimentos articulares ................................................................................ 190
Unidade – 22. Miologia – Músculos ................................................................................... 206
Unidade – 23. Miologia – Constituição dos músculos ......................................................... 212
Unidade – 24. Miologia – Doenças Musculares .................................................................. 223
Referências Bibliográficas .................................................................................................. 233

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Visão Geral
Bem vindo à Anatomia Humana e Animal

Caro estudante, bem vindo à Anatomia Humana e Animal. A


Anatomia Humana e Animal, é um campo das ciências Biológicas
que se ocupa com o estudo dos aspectos da estrutura interna do
corpo do Homem e dos animais, descrevendo a estrutura morfo-
fisiológica dos organismos na natureza.

Esta cadeira permitirá que o prezado estudante, compreenda as


diferentes formas estruturais e morfo-funcionais dos organismos
humano e animal, em diferentes habitats na natureza e dentro da
perspectiva evolutiva.

Neste módulo, serão discutidos assuntos como: introdução do


estudo da anatomia, breve historial da anatomia, evolução
filogenética dos sistemas nos invertebrados e vertebrados, sistema
endócrino, características evolutivas do tegumento, organização
dos peixes, morfologia dos peixes, organização dos anfíbios,
morfologia dos anfíbios, organização das aves, morfologia das
aves, organizagação dos mamíferos, morfologia dos mamíferos,
sistema de referências, estudo dos ossos, estudo das articulações,
movimentos articulares, músculos, constituição dos músculos e
doenças musculares.

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Objectivos da Cadeira
Objectivo geral

 Conhecer a anatomia humana e animal e a sua história;

Objectivos Específicos

Ao terminar o estudo da Anatomia Humana e Animal, deverá ser


capaz de:

 Aplicar os conhecimentos sobre a anatomia animal e


humana;

 Caracterizar anatomicamente os órgãos dos sistemas dos


animais invertebrados até aos vertebrados inclusive o
Homem;

 Descrever a estrutura dos sistemas do organismo animal e


Objectivos humano;

 Elaborar esquemas da estrutura dos órgãos dos sistemas do


corpo;

 Relacionar a estrutura e funcionamento dos órgãos e


sistemas;

 Fazer ligação do funcionamento dos diferentes órgãos e


sistemas.

Quem deveria estudar esta Cadeira


Este manual da cadeira de Anatomia Humana e Animal foi
concebido para todos aqueles que estam a ingressar para os cursos
de Licenciatura em Ensino de Biológia, dos programas do Centro
de Ensino à Distância, e para aqueles que desejam consolidar seus
conhecimentos em Anatomia Humana e Animal, para que sejam
capazes de compreender melhor os aspectos morfo-fisiológicos do
organismo humano e animal.

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Todos os manuais das cadeiras dos cursos oferecidos pela


Universidade Católica de Moçambique - Centro de Ensino à
Distância (UCM-CED) encontram-se estruturados da seguinte
maneira:

 Indíce completo;

 Uma visão geral detalhada da cadeira, resumindo os aspectos –


chaves que você precisa conhecer para completar o estudo;

 Unidades temáticas;

 Sumários;

 Exercicios.

Conteúdos da cadeira
 A cadeira está estruturada em unidades de aprendizagem. Cada
unidade inclue, o tema, uma introdução, objectivos da unidade,
conteúdo da unidade incluindo actividades de aprendizagem,
um sumário da unidade e uma ou mais actividades para auto-
avaliação.

Outros recursos

 Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos


uma lista de recursos adicionais para você explorar. Estes
recursos podem incluir livros, artigos ou sites na internet.

Ícones de Actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas
margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes
partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela
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específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança


de actividade, etc.

Acerca dos ícones

Os ícones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos


por adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África
ocidental, ditam do século 17 e ainda se usam hoje em dia.

Habilidades de Estudo
Caro estudante, procure olhar para você em três dimensões
nomeadamente: O lado social, professional e estudantil, daí será
importante planificar muito bem o seu tempo.

Procure reservar no mínimo 2 (duas) horas de estudo por dia e use


ao máximo o tempo disponível nos finais de semana. Lembre-se
que é necessário elaborar um plano de estudo individual, que inclui,
a data, o dia, a hora, o que estudar, como estudar e com quêm
estudar (sozinho, com colegas, outros).

Evite o estudo baseado em memorização, pois é cansativo e não


produz bons resultados, use métodos mais activos, procure
desenvolver suas competências mediante a resolução de problemas
específicos, estudos de casos, reflexão, etc.

Os manuais contêm muita informação, algumas chaves, outras


complementares, daí será importante saber filtrar e apresentar a
informação mais relevante. Use estas informações para a resolução
dos exercícios, problemas e desenvolvimento de actividades. A
tomada de notas desenpenha um papel muito importante.

Um aspecto importante a ter em conta é a elaboração de um plano


de desenvolvimento pessoal (PDP), onde você reflecte sobre os
seus pontos fracos e fortes, perspectivas e o seu desenvolvimento.

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Lembre-se que o teu sucesso depende da sua entrega, você é o


responsável pela sua própria aprendizagem e cabe a ti planificar,
organizar, gerir, controlar e avaliar o seu próprio progresso.

Precisa de Apoio?
Caro estudante, temos a certeza de que por uma ou por outra
situação, o material impresso, lhe pode suscitar alguma dúvida
(falta de clareza, alguns erros de natureza frásica, prováveis erros
ortográficos, falta de clareza conteudística, etc). Nestes casos,
contacte o tutor, via telefone, escreva uma carta participando a
situação e se estiver próximo do tutor, contacte-o pessoalmente.

Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, daí o


estudante terá a oportunidade de interagir objectivamente com o
tutor, usando para o efeito os mecânismos apresentados acima.

Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interação, em caso de


problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado,
numa fase posterior contacte o coordenador do curso e se o
problema fôr da natureza geral, contacte a direcção do CED, pelo
número 825018440.

Os contactos só se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas


normais de expediente.

As sessões presenciais são um momento em que você, caro


estudante, tem a oportunidade de interagir com todo o staff do
CED, neste período pode apresentar dúvidas, tratar questões
administrativas, entre outras.

O estudo em grupo, com os colegas é uma forma a ter em conta,


busque apoio com os colegas, discutam juntos, apoiem-se
mutuamnte, reflictam sobre estratégias de superação, mas produza

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de forma independênte o seu próprio saber e desenvolva suas


competências.

Juntos na Educação à Distância, vencedo a distância.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)

O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e


auto-avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejem realizadas. As tarefas devem ser entregues
antes do período presencial.

Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não


cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante.

Os trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser


dirigidos ao tutor/docentes.

Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa,


contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados,
respeitando os direitos do autor.

O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8


(oito) palavras de um autor, sem o citar é considerado plágio. A
honestidade, humildade científica e o respeito pelos direitos
autorais devem marcar a realização dos trabalhos.

Avaliação
1. Você será avaliado durante o estudo independente (80% do
curso) e o período presencial (20%). A avaliação do
estudante é regulamentada com base no chamado
regulamento de avaliação.

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2. Os trabalhos de campo por ti desenvolvidos, durante o


estudo individual, concorrem para os 25% do cálculo da
média de frequência da cadeira.

3. Os testes são realizados durante as sessões presenciais e


concorrem para os 75% do cálculo da média de frequência
da cadeira.

4. Os exames são realizados no final da cadeira e durante as


sessões presenciais, eles representam 60%, o que
adicionado aos 40% da média de frequência, determinam a
nota final com a qual o estudante conclui a cadeira.

5. A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da


cadeira.

6. Nesta cadeira o estudante deverá realizar: 2 (dois) trabalhos;


1 (um) teste e 1 (exame).

7. Não estão previstas quaisquer avaliações orais.

8. Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão


utilizadas como ferramentas de avaliação formativa.

9. Durante a realização das avaliações, os estudantes devem


ter em consideração: a apresentação; a coerência textual; o
grau de cientificidade; a forma de conclusão dos assuntos,
as recomendações, a indicação das referências utilizadas, o
respeito pelos direitos do autor, entre outros.

10. Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no


manual. Consulte-os.

11. Alguns feedbacks imediatos estão apresentados no manual.

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Unidade – 0 1. Introdução a anatomia

Tema: Introdução a Anatomia

 Que é a anatomia?

 Generalidade da anatomia comparada

Introdução

Prezado estudante, seja bem vindo a introdução da anatomia. Ele estuda


grandes estruturas e sistemas do corpo humano, deixando o estudo de
tecidos para a histologia e das células para a citologia.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre o tema proposto
nesta unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Definir o conceito de Anatomia;

 Identificar os ramos da anatomia;

 Descrever os ramos da anatomia;

Objectivos  Relacionar um ramo com os outros.

Introdução a Anatomia

Etimologia: O termo Anatomia vem do Grego antigo (Anatome) e


significa: Ana = cortar; Tome = em partes, ou;

A palavra “ anatomia” significa, o acto de cortar, selecionar, e é quase


sinónima dissecação, a arte de separar e isolar, com o auxílio de
instrumentos, os componentes do corpo humano.

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Uma “ anatomia” consistia outrora na abertura das paredes do corpo, a fim


de lhe observar o conteúdo. Este sentido inicial estendeu-se aos resultados
da dissecação, depois as observações feitas graças a ela e tomou, por fim, o
de estudo e depois de ciências morfológicas, tanto vegetais como animais.

Mas com o termo se tornou muito geral e de emprego tão diverso que não
definia convenientemente o seu objectivo, raras vezes se utilizava sozinho
e o seu significado passou a ser precisado com o auxílio de qualificativos.
Assim, diz-se: anatomia humana, anatomia dos vertebrados, do coração, da
pele, anatomia descritiva, regional, etc.

 Generalidade da anatomia comparada

O domínio da anatomia não se confina ao homem. O anatomista não se


pode desinteressar da organização dos outros seres vivos, que, embora
mais smples, o esclarecem utilmente acerca do que tem de mais complexo
ou cujas particularidades constituem matéria de reflexão. Os animais mais
próximos do homem, os primatas, diferem no entanto dele em numerosos
caracteres. Mas, apesar disso, esses seres ajudam - no a definir-se melhor e
a saber com mais exactidão o que propriamente lhe pertence.

A anatomia comparada apenas concede ao homem um lugar


insignificante. A sua espécie situa-se entre muitas outras classificadas, por
vezes dificilmente, de acodo com os seus carateres anatómicos. A
taxónomia, que é a ciência da classificação, baseia-se, com efeito, em
carateres diversos, nunca únicos, umas vezes alimentares, outras vezes
anatómicos, mais raramente filogénicos, isto é, paleontológicos e
ancestrais. No entanto, apeasar dessas dificuldades, apresenta um quadro
satisfatório, dos grandes agrupamentos zoológicos, com a sua subdivisão
em ordens, subordem, familias, géneros, espécies e raças, e projecta um
pouco de luz na compreensão do mundo vivo. A anatomia comparada
mostra o que é análogo e o que difere, o que é geral e o que é especial, o
que é constante e o que na forma das estruturas depende da adaptação
funcional ao meio ambiente.

Esclarecem-se assim, lentamente, as leis da organização do mundo vivo e a


sua ascenção progressiva no sentido de mais inteligência e domínio do
meio ambiente. Embora a linguagem da anatomia comparada esteja
impregnada de certo antropomorfismo, visto colocar o homem, o que de
resto é exato (e como duvidar disso?) no cimo da hierárquia, define-o, no
entanto, em relação aos outros aniamais. Trata-se de um vertebrado, de um
mamífero placentário, de um primata de desenvolvimento cerebral mais
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elevado, de postura e locomoção vertical, de mãos hábeis, em fim, o que o


destingue dos outros primatas.

Ramos da anatomia

O uso e a tradição conjugam-se para dar uma definição de anatomia que


lhe determina o sentido: trata - se da ciência da constituição e da
organização dos corpos animais e mais especialmemnte do corpo humano.
Um tratado de anatomia sem outra específicação é um tratado de anatomia
humana.

Mas a exposição dos nossos conhecimentos relativos ao corpo do homem


varia consoante o que-se pretende apresentar e dizer, conforme se deseja
descrever as estruturas nos seus promenores, na sua ordenação, a uma luz
muito geral com uma finalidade muito prática. Estes pontos de vista,
representativos de orientações muito diferentes, são os ramos da anatomia:
anatomia geral, descritiva, topográfica, médico-cirúrgica, funcional,
neuranatomia, anatomia radiológica, de superfície, antropológica e
filosófica para citar apenas os principais.

I-A anatomia geral

Ocupa-se das propriedades das estruturas anatómicas, qualquer que seja a


sua situção. O osso é estudado como um material organizado, dotado de
uma arquitetura e possuidor de propriedades físicas, as articulações como
sistemas mecânicos, os músculos e as aponevroses consoante a sua textura,
os vasos como condutos que formam redes de destribuição e ligados entre
si por canais alternativos, etc. O seu dominio confina com os da histologia
e da anatomia funcional, com as quais se encontra relacionada, no caso da
primeira no tocante à organização dos tecidos e no caso da segunda pelo
que se refere as suas propriedades mecânicas, sem no entanto se dedicar ao
estudo dos problemas próprios de uma e de outra.

Devido aos temas de que se ocupa, a anatomia geral ambiciona definir as


leis que regem a forma das estruturas anatómicas e a sua orginização

II-A anatomia descritiva

É o modo mais antigo e mais simples de apresentação das estrurturas do


corpo. Como o seu nome indica, fornece acerca cada órgão uma descrição,
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na realidade uma definição, através de um plano lógico e num estilo


conciso e desprovido de ambiguidade. É o método de exposição de
Desault, que divide e subdivide os órgãos para lhes estudar cada elemento.
Concedendo cada pormenor a mesma importância, pode-se- lhe apontar o
defeito de ser mais um inventário de que uma interpretação dos factos
observados. Trata-se de um método contrário ao de BICHAT, o qual,
incidindo mais sobre os pormnores, fornece acerca dos órgãos uma noção
por vezes insuficientes para o cirurgião, mais que tem o mérito de conceder
aos factos anatómicos, uns em relação aos outros, a sua verdadeira
importância.

De acordo com os seus gostos e as suas tendâncias, um preferirá o


inventário minuncioso e objectivo dos factos, o outro a descrição de
elementos escolhidos como os mais representativos do ógão considerado,
com exclusão dos pormenores, supérfluos ou demasiado variáveis. Mas,
seja qual fôr o partido adotado, o plano continua a ser o mesmo, é
sistemático, isto é, obdece a uma ordem determinada e racional: é uma
análise do organismo em que se consideram sucessivamente órgãos,
sistemas e aparelhos.

Um órgão é o suporte ou o agente de uma função. Um sistema abrange


todos os órgãos que possuem estruturas analogas. Quando vários sistemas
concorrem para a mesma função, constituem um aparelho. Destinguem-se
assim: os aparelhos da vida de relação e de locomoção, os aparelhos da
vida vegetativa ou de nutrição e de excreção e o aparelho de reprodução.

Como qualquer ciência, a anatomia utiliza uma linguagem própria,


descreve os órgãos, define as suas dimensões, o seu peso, a sua cor e a sua
consistência e compara-os figuradamente as formas conhecidas:
geométricas como o circulo, o hexágono, a pirâmide, o cilindro ou a esfera;
mecânicas ou usuais, como o moitão, a respiga, a mortagem, a prensa ou a
cisterna, ou observadas na natureza, como a lua, o sol e as estrelas;
extraidas da botânica, como o tronco, as raizes, os ramos, as folham, as
árvores, as nervuras, e as tuberosidades; da terra, como os regos e as
eminências; dos corpos animais, como a cabeça para designar as
extremidades arredondadas e o colo as partes extranguladas, etc. Estes
termos evocadores demostram a antiguidade de semelhante vocabulário. A
antiguidade e a idade média, como a renascença, fizeram-nos chegar até a
nós e muitos deles formam inclusivamente adaptados pela linguagem
comum.

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Um órgão deve ser orientado em relação a planos de referência ou eixos:


vertical, horizontal, médio, direito, esquerdo, longitudinal, superior,
inferior, superficial e profundo. Outros termos são menos usuais e mais
próprios da anatomia: chama-se sagital a um plano ou um órgão orientado
da frente para trás, frontal a um órgão situado num plano paralelo a f ronte
e transversal quando o plano é horizontal.

Um elemento anatómico apresenta uma face média virada para o eixo do


corpo e lateral quando a face se encontra virada para fora.

As faces anterior e posterior orieta-se a primeira para frente e a segunda


para atrás. São também designadas por face ventral e a face dorsal. Uma
extremidade recebe o nome de cranial ou caudal, consoante esteja virada
para o crânio ou para extremidade inferior do tronco.

Quando se trata de membros, aplica-se o adjectivo “proximal” à parte


mais próxima da sua raiz e o adjectivo «distal» a parte mais afastada. O
lado de anti-braço virado para o eixo do corpo é o lado cubital e o virado
para fora é o lado radial. A mão possui uma face palmar e uma face
dorsal.A perna, uma face tibial virada para o eixo do corpo e uma face
peronial ou fibular orientada para fora.

Em anatomia utiliza-se muitos outros termos, a maior parte dos quais não
necessitam de serem explicados, pois compreendem-se facilamnte, e
outtros são definidos pela própria desecrição anatómica.

III-A anatomia topográfica ou regional

Descreve o corpo humano adoptando como plano as grandes regiões: a


cabeça, o pescoço, o tórax, o abdomen, a bacia e os membros. Cada uma
destas regiões subdividem-se, por seu torno, em regiões secundárias, cuja
individualidade resulta quer da sua situação – a nuca, por exemplo - ou da
sua massa, como a nádega, quer de um elemento anatómico especial, como
a região parotidiana. O membro superior decompõe-se, assim, em 12
regiões secundárias.

Considera-se cada região uma entidade, com o seu esqueleto, as suas


articulações, os seus músculos, os seus vasos e os seus nervos, pelomenos
em todos os casos em que estes elementos se encontram representados,
mas não necessariamente todos (a região carotidiana, por exemplo, não
tem esqueleto). Seja, porém, qual for o número ou a natureza dos

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componentes da região, a anatomia topográfica destingue apenas conjuntos


de órgãos, considerados segundo as suas relações locais e não
exclusivamente, como acontece na anatomia descrtitva, segundo a sua
integração num sistema.

A fim de precisar tais relações, a anatomia topográfica investiga e


multiplica o que possa ser um elemento de reconhecmento na exploração
de uma região: a profundidade das estruturas, os planos sucessivos
atravessados, a constituição das paredes de uma célula, a proximidade ou o
afastamento, a forma como se agrupam ou cruzam os órgãos. E descreve
os dispositivos que se podem observar: se três elementos anatomicos
desenham um triâgulo em que se passe um nervo, uma artéria, o triângulo é
considerado por sua vez uma entidade e utilizado como processo de
sinalização. Deste modo a anatomia topográfica identifica fendas, canais,
disfiladeiros, goteiras, cortinas, tudo o que delimita uma região, lhe
permite comunicar com as regiões vizinhas, a atravessa ou ocupa.

Seguiu-se aqui um método de exposição especial: uma vez definida a


região, pode-se querer proceder de acordo com o andamento da dissecação,
partindo dos planos mais superficiais – isto é, da pele – para os planos mais
profundos e indicando os elementos anatómicos a medida que surjam, quer
ainda construir a região através da colocação sucessiva das suas paredes e
depois do seu conteúdo.

Este último método, muito didáctico, é o mais indicado para explicar uma
região ao estudante que a ignore, mas o primeiro tem a vantagem de ser um
excelente guia para aquele que disseque ou opere.

A anatomia topográfica leva-nos assim, muito naturalmente, a outra


anatomia, a das aplicações práticas, a anatomia médico- cirúrgica.

IV-A anatomia Médico - Cirúrgica

Considera, como a anterior, as estruturas regionais, mas chama a atenção


para o que se reveste de interesse para o cirurgião ou o médico. Estes têm
de respeitar determinadas regras, pois tal feixe nervoso ou tal ramificação
artérial pode ser mais importante do que um músculo, apesar de muito
mais volumoso, tal interstício articular facilita a passagem do escarpelo no
decurso de uma desarticulação ou tal ponto de referência ser util para
encontrar sem hesitação a artéria que se deve ligar. A anatomia médico-
cirúrgica fixa a variação de aspectos e trajectos de um elemento encontrado
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pela mão do cirurgião. Por seu torno, o médico deve saber onde encostar o
ouvido para auscultar ou descobrir a sede da dor e como explorar através
da pele um órgão profundo. Para isso, tem de conhecer as zonas mudas e
sonoras, os pontos dolorosos e as áreas de projcção do coração, do pulmão,
do figado ou do baço. A anatomia médico- cirúrgica é um guia na
exploração do corpo, impõe gestos e proibe ou autoriza tal ou tal manóbra.
Constantemente posta à prova e constantemente renovada, acompanha e
por vezes precede os progressos da arte médica ou cirúrigca. A cirúrgia do
coração, do figado, do pulmão ou do cérebro por exemplo, tornou-se
possível graças aos progressos da anéstesia, da reanimação e da circulação
extracorporal, mas só pode ser técnicamente disciplinada por se conhecer a
estrutura e arquetetura desses órgãos. A esta anatomia prática dá-se ainda o
nome de anatomia aplicada, subentendido à médicina da cirúrgia.

V-A anatomia Funcional

Esta disciplina estuda e investiga as relações existentes entre as formas


dos órgãos e a sua função. Trata-se de uma anatomia fisiológica. Não é,
porém, uma disciplina fisiológica, pois o fisiológista estuda
expermentalemente as funções como tais, independentemente da forma:
função nervosa, circulatória, respiratória, de excrecção, de reprodução, de
termorregulação, etc. A fisiológia não pode ignorar os órgãos, pois as
funções exercem-se no seu seio, mas o seu objectivo não é o órgão;
interessa-se apenas pelos mecanismos e pela sua regulação e pelos factores
que modificam e fazem variar uma função que está em condições de variar.
Por isso, o fisiológista é levado actualmente a dar mais importância aos
modelos do que aos órgãos e a aparelhagem de que dependem as medições,
os cálculos e, em última análise, a precisão dos resultados expermentais.
Assim, tem diminuido progressivamente o interesse que os fisiologistas
dedicavam noutro tempo as estruturas anatómicas. No estudo da função
muscular, por exemplo, isto é, da contração, pouco importa que se trate da
contração deste ou daquele músculo. Muitos outros exemplos poderiam ser
dados a tal respeito.

O domínio da anatomia funcional é muito diferente. Esta disciplina


considera determinado órgão o agente de uma função especial e não de
uma função geral, e é essa função que interessa definir: valor e acção de
cada músculo individualmente designado nesta ou naquela posição, e
funcionamento de cada articulação; papel da distribuição vascular ou
nervosa no funciomanto de um órgão; dispositivos anatómicos de
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regulação etc. Compete anatomia funcional pôr em evidência não só o


significado das estruturas anatómicas no que tem organizado, mas também
no que modifica simultaneamente a forma e função. Esta anatomia tem
hoje mais aceitação do que antigamente, ao passo que diminui da anatomia
descritiva do género da de Desault.

A biomecânica é um bom exemplo de anatomia funcional. O seu domínio


confunde-se que com aparelho locomotor, cujos órgãos podem ser
comparados a órgãos mecânicos. O osso é sólido, mas cada osso possui
forma bem definida, uma arquitetura, um lugar no conjunto do organismo
que lhe confere papel próprio. O osso obdece as forças que actuam sobre
ele, sofre coaçoes, deforma-se, resiste ou quebra-se, e as suas deformações
podem ser medidas com o auxílio de instrumentos apropriados. Os ossos já
não aparecem asssim como simples suportes, mas sim como elementos
vivos dotados de personalidade, de valor funcional especial. Uma
articulação aparesenta superfícies de dislizamento, uma estrutura que
comanda a natureza do moviemnto, é uma polia, uma rótula. Um músculo
é não só uma força aplicada a uma alavanca cujo a valor funcional se pode
calcular, mas também algo que se pode excitar electricamente e cujo a
paritcipação num movimento pode ser precisada graças a electromiografia.

O mesmo não acontece com os vasos considerados canais, dotados de


esficteres e sefões, que apresentam ramificaçães e dentro dos quais circula
sob pressão um liquido viscoso, o sangue, cuja circulação obdece as leis da
mecânica dos fluidos.

Os brônquios, canais aéreos semi- rigiões, conduzem através das suas


ramifcações um fluxo de ar contido em bolsas fechadas submetidas a
pressões que o aspiram ou expulsam, etc.

VI- A Neuranatomia

Esta disciplina dedica-se ao sistema nervoso central, isto é, as formações


cerebrais, ao cerébelo, ao tronco cerebral e a medula. A neuranatomia
ocupa actualmente lugar especial devido ao seu próprio tema, aos seus
métodos de investigação e as suas aplicações à neurocirúrgia, a neurologia,
etc.

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A forma exterior do sistema nervoso central conta menos do que o estudo


da sua estrutura, constituida por centros (substâncias cinzentas),
agrupamentos celulares ou núcleos, que são os relais, os pontos terminais,
ou a origem de canais nervosos sensitivos e motrizes, e de canais
(substância branca) que chegam aos centros ou deles provém, ou
constituem ainda sistemas de regulação ou associação.

As relações dos centros nervosos, contudo o organismo por intermédio dos


nervos periféricos e as suas relações com a vida psíquica e com a vida
negativa tornam a neuronatomia apaixonante. No seu desenvolvimennto
participam anatomia comparada, a histologia, a citologia, a fisiologia, a
fisica, a química e a patologia.

VII-A anatomia Radiologica

Os raios X constituem um meio de investigação anatómica muito útil. A


radiografia e a radiocinematografia são hoje de uso corrente. Sem efração
corporal, os raios revelam as estruturas ocultas do indivíduo vivo e
mostram a sua forma exata ou mutável no decurso da sua actividade
fisiológica. Os estudos de mecânica articular permitiam analisar o
funcionamento de uma articulação a partir da sua forma: o radiocinema
mostra esse mesmo funcionamento nas suas diferentes fases. A radiologia
fornece as imagens desses tipos sucessivos ou seu filme contínuo.
Iniciamente, o campo de rádioanatomia não ultrapassou ou das partes
duras, o esqueleto, seguiu-se o das visceras - pulmão, coração e intestino –
e depois o da cavidade tenporariamente ou pacíficada, como as do coração
e dos vasos. Nasceram assim a cardiografia, a artereografia, a flebografia e
a linfografia, que proporcionam imagens do coração, das artérias, das veias
e dos vasos linfaticos, nos quais ciculam o líquido opaco aos raios, ao
mesmo tempo que o sangue ou a linfa.

Através da aplicação da chapa radiografica é possível observar a trama


óssea e a sua continuidade de uma parte do esqueleto para outra.
Finalmente, os raios permitem radiografar as massas musculares, desenhar-
lhes os contornos nas mais variadas posições e estudar a mecânica da
faringe e da laringe.

Anatomia radiologica acrescenta, portanto, nova dimensão a anatomia,


tanto mais preciosa quanto é certo dizer respeito a seres vivos.

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VIII-A anatomia de superfície e a anatomia plástica

Anatomia interessa-se sobretudo pelas estruturas profundas, mas nem por


isso descura as formas exteriores do indivíduo, tanto mais que essas
estruturas adquirem formas sob a camada cutânea que as cobre. Muitos
revelos ósseos, musculares ou tendenosos encontram-se situados
imediatamente de baixo da pele. O tecido celular sub cutâneo e a gordura
envolvente, apesar de não limitados como os outros órgãos, pertencem, no
entanto, ao número das estruturas anatómicas.

A anatomia de superficie é o complemento da anatomia descrtiva; descreve


a pele e os seus fâneros, especialmente os pêlos, relevos, pregas e rugas. É
também o complemento da anatomia topográfica, pois a pele faz parte das
regiões que ajuda a delimitar, da anatomia médico- cirúrgica, dado que as
veias sub cutâneas desenham efectivamente o seu trajecto superficial e os
tendões de numerosos muscúlos se salientam sob a pele. Completa
finalmente a anatomia funcional devido às indicações que fornce acerca do
relevo dos muscúlos, que se modifica durante o movimento ou as
mudanças de atituides.

A anatomia de superfície proprociona assim múltiplas indicações e tem


numerosas aplicações. Em educação física permite interpretar o jogo move
diço das formas. O artista tira proveito do seu conhecimnto para produzir o
corpo humano em repouso ou em movimento. O mesmo não acontece,
porém, com a mímica facial, cuja reprodução é mais subtilmente variada e
exata qunado se baseia no estudo dos muscúlos sub cutâneos do rosto.

IX- A antropologia fisica

Antropologia é definida como a história natural do homem. Estuda o lugar


deste entre os outros representantes do reino animal, situa-o e destingue,
dentro da espécie humana, grupos secunadários – as raças humanas. Este
trabalho de definição baseia-se em determinado números de caracteres
fisicos ou biologicos, os primeiros dos quais resultam do estudo anatomico
do corpo humano.

A antropologia física, ou “ anatomia antropologica”, utiliza não só o


reconhecimento de particularidades exteriores, como a cor da pele, dos
cabelos e dos olhos, mas também medidas. Os dados numéricos permitem
calculos, relacões ou índices, operações diversas de ordem matemática
que, para serem aplicadas a formas de seres vivos, dependem de um
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método especial, a biometria. Asssim, a anatomia passa da fase da


observação – a priemeira que e que é indispensàvel – à da medição, cuja
objectividade permite interpretações e deduções úteis.

A biometria estuda as variações que constituem a regra dos seres vivos,


mostra a frequência dos dispositivos anatómicos e qualifica o que é
normal, o que é tendência e o que é normal, investiga as correlações
existentes não só as diferentes partes do corpo, mas também entre os
órgãos e procuram estabelecer as leis que se referem as suas relações.

O tamanho, e os comprimentos dos segmentos, as dimensões das regiões,


em especial da cabeça, os diâmetros, as circunferências e os pesos
dependem, entre outras, da anatomia biométrica.

A aplicação da biometria aos fenómenos do crescimento e ao


envelhecimento, bem como à caracterização dos sexos, permite estabelecer
determinadas leis biológicas.

Entre outras aplicações, citamos o estabelecimento dos perfis endócrinos


ou patológicos e das normas utilizadas na construção de aparelho ou
instrumentos adaptado às formas do corpo humano. Finalmente, graças a
fichas sinaléticas, permite estabelecer os componentes genéticos
individuais.

X-A anatomia filosófica

Assim que o anatomista ultrapassa a exposição impessoal dos factos para


os classificar, hierarquizar, e comparar, é levado a procurar o seu
sgnificado e interpreta as formas vivas em função das suas concepções
acerca da natureza e a vida. Os factos são sempre vistos através das teórias,
como muito justamente observa Guillaume.

Por isso, mesmo que, atento a objectividade e ao rigor científico, o


anatomista evita filosofar, deixa transparecer aqui ou ali uma opinião, uma
atitude filosifica perante os factos, quer demonstrando a finalidade dos
órgãos e o do organismo, quer vendo nas estruturas anatómicas um
carácter progressivo, regressivo, evolutivo ou adaptativo. É assim levado a
situá-los entre as manifestações da vida e a interpretar os seus mecanismos
em função da sua aparição, da sua reprodução e do seu fim.

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Sumário
A palavra “ anatomia” significa, em grego, o acto de cortar, selecionar, e é
quase sinónima dissecação, a arte de separar e isolar, com o auxílio de
instrumentos, os componentes do corpo humano.

Uma “ anatomia” consistia outrora na abertura das paredes do corpo, a fim


de lhe observar o conteúdo. Este sentido inicial estendeu-se aos resultados
da dissecação, depois as observações feitas graças a ela e tomou, por fim, o
de estudo e depois de ciências morfológicas, tanto vegetais como animais.

O uso e a tradição conjugam-se para dar uma definição de anatomia que


lhe determina o sentido: trata-se da ciência da constituição e da
organização dos corpos animais e mais especialmemnte do corpo humano.
Um tratado de anatomia sem outra especificação é um tratado de anatomia
humana.

A anatomia descritiva, como qualquer ciência, a anatomia utiliza uma


linguagem própria, descreve os órgãos, define as suas dimensões, o seu
peso, a sua cor e a sua consistência e compara-os figuradamente a formas
conhecidas.

A anatomia topográfica leva-nos assim, muito naturalmente, a outra


anatomia, a das aplicações práticas, a anatomia médico-cerúrgica. A
anatomia médico-cirúrgica é um guia na exploração do corpo, impõe
gestos e proibe ou autoriza tal ou tal manóbra.

Devido aos temas de que se ocupa, a anatomia geral ambiciona definir as


leis que regem a forma das estruturas anatómicas e a sua orginização.

O domínio da anatomia funcional é muito diferente. Esta disciplina


considera determinado órgão o agente de uma função especial e não de
uma função geral, e é essa função que interessa definir: valor e acção de
cada músculo individualmente designado nesta ou naquela posição. A
neuranatomia ocupa actualmente lugar especial devido ao seu próprio
tema, aos seus métodos de investigação e as suas aplicações à
neurocirúrgia, a neurologia, etc. A radiologia fornece as imagens desses
tipos sucessivos ou seu filme contínuo. A anatomia de superficie é o
complemento da anatomia descrtiva; descreve a pele e os seus fâneros,
especialmente os pêlos, relevos, pregas e rugas. É também o complemento
da anatomia topográfica, pois a pele faz parte das regiões que ajuda a
delimitar, da anatomia médico-cirúrgica, dado que as veias sub cutâneas
desenham efectivamente o seu trajecto superficial e os tendões de
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numerosos muscúlos se salientam sob a pele. Completa finalmente a


anatomia funcional devido às indicações que fornce acerca do relevo dos
muscúlos, que se modifica durante o movimento ou as mudanças de
atituides. A antropologia física, ou “ anatomia antropológica”, utiliza não
só o reconhecimento de particularidades exteriores, como a cor da pele,
dos cabelos e dos olhos, mas também medidas. A anatomia comparada
apenas concede ao homem um lugar insignificante.

1. Dê o conceito de anatomia.
2. Quais são os ramos da anatomia.
3. Qual e a diferença entre a anatomia descritiva da
Exercícios anatomia topográfica.

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Unidade – 02. Evolução Histórica

Tema: Breve Historial da Anatomia

Introdução

Prezado estudante, seja bem vindo ao estudo da evolução histórica da


anatomia. O mais antigo relato conhecido de uma dissecação pertence ao
grego Teófrasto, discípulo de Aristóteles. Ele a chamou de anatomia (em
grego, anna temnein), o termo que se generalizou, englobando todo o
campo da biologia que estuda a forma e a estrutura dos seres vivos,
existentes ou extintos.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre o tema proposto
nesta unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Descrever o breve historial da anatomia;

 Explicar o campo de estudo da anatomia;

 Relacionar as etapas e os eventos históricos;

Objectivos  Distinguir as diferentes etapas do historial da anatomia.

Breve Historial da Anatomia

A historia da anatomia encontra- se estretamente associada às da medicina


e da cirúrgia, cujo desenvolvimento orginou os seus progressos.

Em termos mais restritos e clássicos, a anatomia confunde-se com a


morfologia (biologia) interna, isto é, com o estudo da organização interna
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dos seres vivos, o que implicava uma vertente predominantemente prática


que se concretizava através de métodos precisos de corte e dissecação (ou
dissecação) de seres vivos (cadáveres, pelo menos no ser humano), com o
intuito de revelar a sua organização estrutural. O mais antigo relato
conhecido de uma dissecação pertence ao grego Teófrasto, discípulo de
Aristóteles. Ele a chamou de anatomia (em grego, anna temnein), o termo
que se generalizou, englobando todo o campo da biologia que estuda a
forma e a estrutura dos seres vivos, existentes ou extintos. O nome mais
indicado seria morfologia (que hoje indica o conjunto das leis da
anatomia), pois “anna temnein” tem, literalmente, um sentido muito
restrito: significa apenas “dissecar”.

A anatomia animal, por sua vez, divide-se em dois ramos fundamentais:


descritiva e topográfica. A primeira ocupa-se da descrição dos diversos
aparelhos (ósseo, muscular, nervoso, etc...) e subdivide-se em
macroscópica (estudo dos órgãos quanto a sua forma, seus caracteres
morfológicos, seu relacionamento e sua constituição) e microscópica
(estudo da estrutura íntima dos órgãos pela pesquisa microscópica dos
tecidos e das células). A anatomia topográfica dedica-se ao estudo em
conjunto de todos os sistemas contidos em cada região do corpo e das
relações entre eles. A anatomia humana se define como normal quando
estuda o corpo humano em condições de saúde, e como patológica ao
interessar-se pelo organismo afectado por anomalias ou processos
mórbidos. O desejo natural de conhecimento e as necessidades vitais
levaram o Homem, desde a pré-história, a interessar-se pela anatomia. A
dissecacção de animais (para sacrifícios) antecedeu a de seres humanos.

Galeno, nascido a 131 na Ásia Menor, onde provavelmente morreu em


201, aperfeiçou seus estudos anatômicos em Alexandria. Durante toda a
Idade Média, foi atribuída enorme autoridade a suas teórias, que incluíam
errôneas transposições ao Homem de observações feitas em animais. Esse
facto, mais os preconceitos morais e religiosos que consideravam sacrílega
a dissecação de cadáveres, retardaram o aparecimento de uma anatomia
científica. Os grandes progressos da medicina árabe não incluíram a
anatomia prática, também por questões religiosas. As numerosas
informações do “Cânon de Medicina”, de Avicena, por exemplo, referem-
se apenas à anatomia de animais. No século IX, o estudo do corpo humano
voltou a interessar os sábios, graças à escola de médica de Salerno, na
Itália, e à obra de Constantino, o Africano, que traduziu do árabe para o
latim numerosos textos médicos gregos.

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Logo depois, Guglielmo de Saliceto, Rolando de Parma e outros médicos


medievais enfatizaram a afirmação de Galeno segundo a qual o
conhecimento anatômico era importante para o exercício da cirurgia: “Pela
ignorância da anatomia, pode-se ser tímido demais em operações seguras
ou temerário e audaz em operações difíceis e incertas”.

O clima geral do Renascimento favoreceu o progresso dos estudos


anatômicos. A descoberta de textos gregos sobre o assunto, e a influência
dos pensadores humanistas, levou a Igreja a ser mais condescendente com
a dissecação de cadáveres. Artistas como Michelangelo (responsável pela
construção da Capela Sistina, inspirado na anatomia do coração e seus
vasos da base), Leonardo da Vinci e Rafael mostraram grande interesse
sobre a estrutura do corpo humano. Leonardo dissecou, talvez, meia dúzia
de cadáveres. O maior anatomista da época foi o médico Flamengo André
Vesalius, cujo nome real era Andreas Vesaliusum dos maiores
contestadores da obscurantista tradição de Galeno.

Dissecou cadáveres durante anos, em Pádua, e descreveu detalhadamente


suas descobertas. Seu “De Humani Corporis Fabrica”, publicado em
Basiléia em 1543, foi o primeiro texto anatômico baseado na observação
directa do corpo humano e não no livro de Galeno. Este método de
pesquisa lhe dava muita autoridade e, não obstante as duras polêmicas que
precisou enfrentar, seus ensinamentos suscitaram a atenção de médicos,
artistas e estudiosos. Entretanto, provavelmente as técnicas de dissecação e
preservação das peças anatómicas da época não permitiam um processo
mais detalhado e minucioso, incorrendo Vesalius em alguns erros, talvez
pela necessidade de dissecações mais rápidas. Entre seus discípulos,
continuadores de sua obra, estão Gabriele Fallopio, célebre por seus
estudos sobre órgãos genitais, tímpanos e músculos dos olhos, e Fabrizio
d’Acquapendente, que fez construir o Teatro Anatômico, em Pádua (onde
lecionou por cinquenta anos). A D’Acquapendente se deve, ainda, a exata
descrição das válvulas das veias.

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Sumário
A história da anatomia encontra-se estretamente associada às da medicina
e da cirúrgia, cujo desenvolvimento orginou os seus progressos.

Em termos mais restritos e clássicos, a anatomia confunde-se com a


morfologia (biologia) interna, isto é, com o estudo da organização interna
dos seres vivos, o que implicava uma vertente predominantemente prática
que se concretizava através de métodos precisos de corte e dissecação (ou
disseção) de seres vivos (cadáveres, pelo menos no ser humano), com o
intuito de revelar a sua organização estrutural. O mais antigo relato
conhecido de uma dissecação pertence ao grego Teófrasto, discípulo de
Aristóteles. Ele a chamou de anatomia (em grego, anna temnein), o termo
que se generalizou, englobando todo o campo da biologia que estuda a
forma e a estrutura dos seres vivos, existentes ou extintos. O nome mais
indicado seria morfologia (que hoje indica o conjunto das leis da
anatomia), pois “anna temnein” tem, literalmente, um sentido muito
restrito: significa apenas “dissecar”. Galeno, nascido a 131 na Ásia Menor,
onde provavelmente morreu em 201, aperfeiçou seus estudos anatômicos
em Alexandria. Durante toda a idade média, foi atribuída enorme
autoridade a suas teórias, que incluíam errôneas transposições ao Homem
de observações feitas em animais.

Galeno, dissecou cadáveres durante anos, em Pádua, e descreveu


detalhadamente suas descobertas. Seu “De Humani Corporis Fabrica”,
publicado em Basiléia em 1543, foi o primeiro texto anatômico baseado na
observação directa do corpo humano e não no livro de Galeno.

1. Explique porque a anatomia confunde-se com a


morfologia.

2. Qual foi o papel de Galeno na história da anatomia.


Exercícios
3. Qual foi o relato marcante na vida do grego
Teófrasto, discípulo do Aristótoles.

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Unidade – 03. Evolução Filogenética dos Sistemas nos Invertebrados

Tema: Evolução filogenética dos Sistemas nos Invertebrados.

Introdução

Prezado estudante, seja bem vindo ao estudo da evolução filogenética dos


Sistemas nos Invertebrados. O reino animal (Metazoa) por ser muito
extenso, subdivide-se em dois grandes grupos: os vertebrados, que
possuem vértebras, e os invertebrados, que não as possuem.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre estudo da


evolução filogenética dos sistemas nos invertebrados.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Definir os sistemas nos invertebrados

 Explicar o sistema nos invertebrados

 Descrever o sistema nos invertebrados;

Objectivos  Caracterizar os diferentes sistemas nos invertebrados.

Evolução filogenética dos Sistemas nos Invertebrados.

Invertebrdos

O reino animal (Metazoa) por ser muito extenso, subdivide-se em dois


grandes grupos: os vertebrados, que possuem vértebras, e os invertebrados,
que não as possuem.

Os invertebardos simbolizam o início da vida animal na terra; são os seres


mais simples dentro do reino estudado.

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Os invertebrados englobam uma grande diversidade de que surgiram no


mar há muitos milhões de anos, e evouluiram lentamente, dando origem a
seres com caracteristicas morfológicas progressivamente mais complexas,
muito antes do aparecimento dos vertebrados.

 Os invertebrados, devido a sua grande diversidade, são


subdivididos em 8 filos distintos: esponjas ou poríferos,
cnidários, platelmintos, nematelmintos, muluscos, anelídeos,
artrópodes, equinodermas.

 Os invertebrados são extremamente importantes para harmonia


da vida terrestre, portanto, são indispensáveis a todos os
ecossistemas.

 Estudarermos sua evolução; suas príncipais características


morfológicas, fisiológicas; sua reprodução; sua respiração.

Características principais

O grupo dos invertebrados inclui 97% de toda a espécie animal, exceto o


dos invertebrados.

 Formação multicelular (grupos diferentes de células compõem este


organismo);

 Ausência de paredes celulares (pois são formados por célula


animal).

 Com excessão das esponjas, possue tecidos como resultado da sua


organização celular.

 São heterótrofos: necessitam extrair a energia necessária para sua


sobrevivência através dos outros seres. Para isso, eles se alimentam
de seres autótrofos (vegetais) e heterótrofos (animais).

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ADN e RNA

1. Complexo de golgy, vacúolos contráteis e movimento amebóide.

2. Flagelos e cílios.

3. Colagens, espongina, diferenciação celular de organismos


multicelulares.

4. Neurónios e células musculares.

5. Simetria biradial.

6. Bilateralidade, sistema excretor e mesoderme.

7. Sistema sanguíneo vascular.

8. Celoma e metamerismo.

9. Clivagem radial.

Animais invertebrados

Poríferos

Diagnose de um porífero: animal filtrador, com nível simples de


organização corporal, não apresenta qualquer órgão ou sistema.

Habitat: ambiente aquáticos, a maioria das espécies é marimha.

Exemplo: poríferos usados como esponjas de banho (género Esponja).

Dados da anatomia e fisiologia:

Sistema digestivo: ausente (alimento fagocitose por coanócitos)

Sistema circulatório: ausente (difusão de substâncias através dos espaços


entre as células).

Sistema respiratório: ausente (trocas gasosas ou simples difusão).

Sisetma excretor: ausente (excreção lançadas, por difusão, na agua


circundante).

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Sistema nervoso: ausente.

Reprodução: assexuda, por fragmentação e brotamento; sexuada, com


desenvolvimento indirecto (larva anfiblástula).

Fig.Porifera em corte frontal

Celenterados

Diagnose dos celenterados: animal de forma de pólipo ou medusa;


formado por duas camadas celulares; sistema digestivo incompleto
apresenta células urticantes, os cnidoblastos; existem espécies que há
alternância de gerações de pólipos ou medusa.

Habitat: ambiente aquáticos, a maiora marinha.

Exemplos: Caravela, Medusa marinha, hydra.

Sistema digestivo: presente, incompleto (digestão extra ou intracelular).

Ssitema circulatório: ausente (o alimento é distribuído directamente na


cavidade gastrovascular).

Sistema respiratório: ausentes (trocas gasosas por simples difusão).

Sistema excretor: ausente (excreções lançadas, por simples difusão).

Sistema: nervoso: ausente (formado por uma rede difusa no corpo).


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Reprodução: alguns pólipos têm reprodução assexuada por brotamento;


algumas espécies têm ciclos de vida com alternância de gerações sexuada e
assexuada.

Fig. Sistema digestivo Fig. Sistema reprodutor

Platelmintes

Diagnose de um platelminte: animal de corpo achatado, formado por três


tecidos embrionários, corpo sem cavidade (acelomado) preenchido por
mesenquima; sistema digestivo incompleto, simétria bilateral.

Habitat: terrestre e aquático, de água doce ou salgada, formas parasitas


vivem no interior de diversos tipos de hospedeiros.

Exemplos: planária de água doce, a ténia.

Sistema digestivo: presente, incompleto (intestino muito ramificado com


digestão intra e extracelular).

Sistema circulatório: ausente (alimento destribuido por intestino muito


ramficados).

Sistema respiratório: ausente (trocas gasosas por simples difusão).

Sistema excretor: presente (poros excretores na superficie dorsal do


corpo).

Sistema nervoso: presente (um par de gânglios cerebrais, ligados a dois


cordoes nervosos longitudinais).

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Reprodução: em algmas planárias pode haver reprodução assexuada por


fragmentaçao; as planárias são monóicas com o desenvolvimento directo,
sem estágio larval; outras especies são dióicas; muitos representantes desse
filo são parasitas, alguns de diversos estágios intermediários).

Fig. Sistema reprodutor

Nematelmintes

Diagnose de um nematelminte: animais de corpo fino e tubular;


triblásticos; cavidade corporal denominada pseudoceloma; sistema
digestivo completo, simétria bilateral.

Habitat: formas de vida livre, terrestre e de água doce e salgada; formas


parasitas vivem em diversos tipos de hospedeiros.

Exemplos: Lombriga

Sistema digestivo: presente, completo (intestino sem ramificações;


digestão extra e intracelular).

Sistema circulatório: ausente (alimento distribuido pelo fluido da cavidade


pseudocelômica).

Sistema respiratório: ausente (trocas gasosas por simples difusão).

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Sistema excretor: presente (um par de canais excretores, próximos a boca).


Sistema nervoso: presente (um anel nervoso em torno da faringe).

Reprodução: sexuada; em lombriga os vermes têm sexos separados, o ciclo


parasita é bem complexo com diversos estágios intermediários.

Anelideos

Diagnose de um anelideo: Animal de corpo metamerizado; triblásticos; o


sistema digestivo completo; simétria bilateral.

Habitat: animais de vida livre, terrestres de água doce ou salgada.

Exemplos: um oligoqueto terrestre bem conhecido é a minhoca-louca e


sanguessuga.

Sistema digestivo: presente, completo (intestino com regiões diferentes


faringe; papo; moela e etc.) digestão extra celular.

Sistema circulatório: presente, do tipo fechado (presença de vasos


pulsáticos.

Sistema respiratpório: ausente (trocas gasosas ocorrem pela superficie bem


irrigada de sangue).

Sistema excretor: presente (excreção por meio de nefridios).

Sistema nervoso: presente (composto por uma nervosa ventral, com um


gânglios por segmento).

Reprodução: Sexuada; existindo espécies monóicas e dióicas; em algum


desenvolvimento é direto, e em outros existem estágios larvais.

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Fig.Corte transversal em minhoca

Moluscos

Diagnose de um molusco: animais de corpo mole, com ou sem concha;


triblástico; cavidade corporal denominada celoma; sitema digestivo
completo, com glândula anexa e simétria bilateral.

Habitat: animais de vida livre, terrestres de água doce ou salgada, raras


formas parasitas, têm larvas que vivem em guelras de peixes. Ex: mexilião,
lulas, polvo e o caracol de jardim.

Sistema digestivo: presente, completo (intestino com regiões diferenciadas


com digestão extra celular e intracelular).

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Fig.Mexilião aberto, mostrando oca e branquias

Sistema circulatório: presente, do tipo aberto (com coração e vasos


sanguíneos nos quais circulam o sangue).

Sistema respiratpório: presente (trocas gasosas ocorrem em órgãos


especializados com as branqueas e os pulmões, sistema acopulado ao
circulatorio).

Sistema excretor: presente (excreção por meio de nefridios, estrutura


especializada na remoção de residuos).

Sistema nervoso: presente (composto por três ou quatro pares de gânglios


nervosos, ligados a nervos que aflige o corpo).

Reprodução: Sexuada; existindo espécies monóicas e dióicas; em alguns


casos o desenvolvimento é direto, em outros existem estágios larvais.

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Fig.Lula em corte longitudinal

Artrópodes

Diagnose de um artrópode: animal de patas articuladas e exosqueleto


quitinoso; corpo metamerizado; triblástico, celomado; sistema digestivo
completo; simétria bilateral.

Principais classes do filo.

Crustáceos (Crustáceos): dotados cefalotórax e abdómen, dois pares de


antenas e cinco pares de patas locomotoras.

Insectos; corpo dividido em cabeça tórax e abdómen; um par de antenas;


três pares de patas locomotoras no tórax; sem apêndice abdominal;

Aracnideos; copo dividido em cefalotórax e abdómen; sem antena; quatro


pares de patas locomotoras no cefalotórax e sem apêndice abdominal;

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Habitat:

Crustáceos: animais de vida livre, a maioria vivem nos ambientes


aquáticos, de água doce e salgada; poucas formas terrestres, que precisam
de muita umidade.

Insectos: vivem em todos os ambientes, estando ausente apenas no mar,


são os únicos invertebrados capazes de voar.

Aracnidios: a maioria terrestre, com poucos representantes aquáticos.

Exemplos:

Crustáceos: camarão, lagosta, siri azul, etc.

Fig.morfologia de um decapodo, a)externa; b) interna em corte transversal

Insectos: mosca doméstica pernilongo e pulga etc.

Aracnideos: aranha, escorpião.

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Reprodução:

Crustáceos: Sexuada, espécies dióicas; com cópula; a fecundação ocorre


externamente; o desenvolvimento pode ser directo, ou apresentar diversos
tipos de larvas.

Insectos: Sexuadas espécies dioicas; com cópula; a fecundação ocorre


internamente; o desenvolvimento pode ser direto, indireto com
metamorfose gradual ou indireto com metamorfose completa.

Aracnideos: sexuada espécie dióica; com cópula e a fecundação ocorre


internamente, o desenvolvimento

Equinodermes

Diagnose de um Equinoderme: animais dotados de simétria radial quando


adultos; celomados; esqueleto interno; sem metamera; sistema digestivo
completo; sistema circulatório, excretor e respiratório ausente ou reduzido.

Habitat:

Animais de vida livre exclusivamente marinha.

Ex: São bem conhecidos Ouriços-do-mar ou pindas, as estrelas e o


corrupio ou bolachas-de-praia;

Sistema digestivo: presentes, completo (intestino sem grande


diferenciações, com glândulas digestivas; digestão extra celular).

Sistema circulatório: ausente (distribuição de substâncias pelo fluido


celômico).

Sistema respiratório: ausente (trocas gasosas facilitadas pelo sistema


hidrovascular).

Sistema excretor: ausente (excreções diretamente na água).

Sistema nervoso: presente (composto por um anel nervoso em torno da


boca).

Reprodução: sexuada; espécies dioicas; gâmetas elinados na água,


fecundação externa; desenvolvimento indirecto, vários tipos de larvas.

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Fig.Ouriço-do-mar, visto em corte na posição frontal

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Sumário
Diagnose de um porífero: animal filtrador, com nível simples de
organização corporal, não apresenta qualquer órgão ou sistema.

Exemplo: poríferos usados como esponjas de banho (género Esponja).

Diagnose dos celenterados: animal de forma de pólipo ou medusa;


formado por duas camadas celulares; sistema digestivo incompleto
apresenta células urticantes, os cnidoblastos; existem espécies que há
alternância de gerações de pólipos ou medusa.

Exemplos: Caravela, Medusa marinha, hydra.

Diagnose de um platelminte: animal de corpo achatado, formado por três


tecidos embrionários, corpo sem cavidade (acelomado) preenchido por
mesênquima; sistema digestivo incompleto, simétria bilateral.

Exemplos: planária de água doce, a ténia.

Diagnose de um nematelminte: animais de corpo fino e tubular;


triblásticos; cavidade corporal denominada pseudoceloma; sistema
digestivo completo, simétrica bilateral. Exemplos: Lombriga

Exemplos Diagnose de um anelideo: Animal de corpo metamerizado;


triblásticos; o sistema digestivo completo; simétria bilateral.

Exemplos: um oligoqueto terrestre bem conhecido é a minhoca-louca e


sanguessuga.

Diagnose de um molusco: animais de mole, com ou sem concha;


triblástico; cavidade corporal denominada celoma; sitema digestivo
completo, com glândula anexa e simétria bilateral.

Ex: mexilião, lulas, polvo e o caracol de jardim.

Diagnose de um artrópode: animal de patas articuladas e exosqueleto


quitinoso; corpo metamerizado; triblástico, celomado; sistema digestivo
completo; simetria bilateral.

Princípais classes do filo.

Exemplos:

Crustáceos: camarão, lagosta, siri azul, etc.

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Insectos: mosca doméstica pernilongo e pulga etc.

Aracnideos: aranha, escorpião.

Diagnose de um Equinodermo: animais dotados de simetria radial quando


adultos; celomados; esqueleto interno; sem metamera; sistema digestivo
completo; sistema circulatório, excretor e respiratório ausente ou reduzido.

Habitat:

Animais de vida livre exclusivamente marinha.

Ex: São bem conhecidos Ouricos-do-mar ou pindas, as estrelas e o


corrupio ou bolachas-de-praia.

1. Apresente as estruturas anatómicas da mosca


vista em corte transversal?

2. Que funções realizam os apêndice?


Exercícios
3. Que tipo de esqueleto apresenta o camarão?

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Unidade – 04. Evolução Filogenética dos Sistemas nos Vertebrados

Tema: Evolução filogenética dos Sistemas nos vertebrados.

Introdução

Prezado estudante, seja bem vindo ao estudo da evolução filogenética dos


Sistemas nos vertebrados. Nesta pequena viagem que tu e nós estamos a
fazer pelo reino animal, vamos agora abordar um outro grupo de animais.
São animais que têm esqueleto interno e uma coluna vertebral, razão
porque são conhecidos por animais vertebrados.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre estudo da


evolução filogenética dos sistemas nos vertebrados.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Definir o sistema nos vertebrados;

 Explicar a evolução filogenética dos sistemas nos


vertebrados;
Objectivos
 Descrever a evolução filogenética dos sistemas nos
vertebrados;

 Caracterizar a evolução filogenética dos sistemas nos


vertebrados.

Evolução filogenética dos sistemas nos vertebrados.

Vertebrdos

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O reino animal (Metazoa) por ser muito extenso, subdivide-se em dois


grandes grupos: os vertebrados, que possuem vértebras, e os invertibrados,
que não as possuem.

Os vertebrados (do latim vertebratus, com vértebras) constituem um


subfilo de animais cordados, compreendendo os agnatos, peixes, anfíbios,
aves e mamíferos. Caracterizam-se pela presença de coluna vertebral
segmentada e de crânio que lhe protege o cérebro.

Outras características adicionais são a presença de um sistema muscular


geralmente simétrico (a simetria bilateral e também uma característica dos
invertebrados) e de um sistema nervoso central, formado pelo cérebro e
pela medula espinal localizados dentro da parte central do esqueleto
(crâneo e coluna vertebral).

Foram encontrados vestígios dos vertebrados até ao periodo siluriano (há


444 a 409 milhões de anos)

Caracteristicas

Sistema esquelético

O esqueleto interno que define os vertebrados é formado por cartilagem,


osso ou, na maior parte dos casos, por estes dois tecidos, e consiste no
crâneo, na coluna vertebral e em dois pares de membros, embora em
alguns grupos, como as cobras e as baleias, os membros estejam ausentes
ou apenas na forma vestigial. O esqueleto dá suporte ao organismo durante
o crescimento e, por essa razão, a maioria dos vertebrados são de maiores
dimensões que os invertebrados.

A presença de um crâneo também possibilitou o desenvolvimento do


cérebro, pelo que os vertebrados têm maior capacidade de se adaptar ao

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meio ambiente e até de o modificar (vér por exemplo, o caso dos castores
que constrõem verdadeiras represas).

Possuem elementos endoesquéleticos metametricamente dispostos


flanqueando a medula espinhal. Primitivamente existem dois pares destes
elementos em cada metámero bilateralmente: os interdorsais e os
basidorsais. Nos Gnathostomata, existem dois pares adicionais
ventralmente ao notocórdio: os interventrais e os basiventrais. Estes
elementos chamam-se arcualia podendo fundir-se a uma calcificação do
notocórdio, o centrum. Este conjunto é a vértebra, e o conjunto formado
por todas as vértebras é a coluna vertebral.

A coluna vertebral juntamente com os membros suporta a totalidade do


corpo dos vertebrados. Este suporte facilita a movimentação. O movimento
consegue-se normalmente com a acção dos músculos que se encontram
ligados diretamente aos ossos ou cartilagens. A forma geral do corpo dos
vertebrados é determinada pelos músculos. A pele recobre as estruturas
internas do corpo dos vertebrados e serve, por vezes, de estrutura de
suporte para elementos de proteção, como as unhas ou pêlos. As penas
estão também ligadas à pele.

O tronco dos vertebrados é oco abrigando os órgãos internos. O coração e


sistema respiratório estão protegidos no tronco. O coração localiza-se atrás
das guelras, ou quando existe pulmões, entre eles.

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Fig.Esqueleto humano

Sistema digestivo

A digestão

Os alimentos, na forma como entram no organismo dos animais, não


podem ser utilizados como elementos construtores de células e tecidos,
nem como fonte de energia para as actividades vitais.

Constituem excepção as substâncias dissolvidas que são absorvidas pela


superfície do corpo dos seres unicelulares e parasitas.

Para poderem ser utilizados pelo nosso organismo, os alimentos devem ser
desintegrados e decompostos em partículas minúsculas e simples.

Ao processo de trituração e desintegração dos alimentos dá-se o nome de


digestão.

A digestão nos animais unicelulares

Nos animais unicelulares, as partículas alimentares ao entrarem na célula


são submetidas a influências do suco digestivo no vacúolo digestivo, o
qual as desintegra.

Depois de desintegrados pelo suco digestivo os alimentos passam ao


citoplasma onde são incluídos nos processos vitais. Este tipo de digestão
que ocorre dentro da célula, dá-se o nome de digestão intracelular.

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A digestão nos animais pluricelulares

Naturalmente ainda te recordas da constituição do aparelho digestivo do


homem.

O aparelho digestivo da maior parte dos animais é constituído por um tubo


oco dividido em várias partes, cada uma com a sua respectiva função. As
partes típicas do aparelho digestivo são a boca, o esófago, o estômago, os
intestinos e o ânus.

Nos animais pluricelulares, os alimentos antes de entrarem nas células são


submetidos a trituração e a desintegração, em diferentes partes do aparelho
digestivo. Que acontece aos alimentos ao longo do aparelho digestivo?

Já é do teu conhecimento que alguns animais trituram os alimentos antes


de os engolir. Outros deglutem partículas grandes e inteiras. Todavia, e por
via de regra, os animais utilizam as suas mandíbulas e maxilas com os
respectivos dentes para triturar os alimentos.

Animais carnívoros tais como gatos, leões, leopardos, cães, e ainda chacais
e cães-hienas movimentam as suas maxilas só de cima para baixo e vice-
versa (plano vertical), cortando assim a carne aos pedaços, fazendo uso dos
dentes sectorios.

Os alimentos de origem vegetal exigem uma trituração minuciosa devido


ao fato de terem muitos filamentos. Os animais herbívoros tais como bois-
cavalo, elefantes, bois e outros mastigam os alimentos raspando-os através
dos dentes molares. As maxilas destes animais e as do homem
movimentam-se não só no plano vertical como também no plano
horizontal, isto é, movimentam-se para os lados, para frente e para atrás.

Depois da boca, os alimentos triturados passam ao esófago que os


encaminha para o estômago. O esófago de algumas aves, principalmente os
das aves granívoras e a aves de rapinas, tem uma dilatação denominada
papo, onde os alimentos são armazenados e amolecidos.

Alguns animais como a mosca-domestica e a aranha não trituram os


alimentos; eles lançam para os alimentos a sua saliva e sucos digestivos.
Por seu turno a saliva e os sucos digestivos dissolvem esse alimento e em
seguida o animal suga-o.

Como podes facilmente depreender, uma parte da digestão destes animais


realiza-se fora do corpo deles.

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Uma vez chegados ao estômago, os alimentos sofrem uma outra


desintegração, desta feita sob a acção dos sucos digestivos. As aves e os
crustáceos tem um estômago adicional musculoso chamado moela, onde os
alimentos engolidos são triturados. As pedrinhas e a areia, as aves engolem
com as comidas auxiliam-nas a triturar o alimento. E o estômago, os
alimentos, depois de terem sido desintegrados, formam uma massa a que se
dá o nome de quimo. Do estômago o quimo passa ao intestino delgado. Na
maioria dos animais desembocam no começo do intestino delgado duas
glândulas, nomeadamente, o fígado e o pâncreas. Pela acção dos sucos
segregados por essa glândulas, os alimentos são finalmente transformados
numa substância que pode ser absorvida pelas paredes do intestino e dar
entrada no sangue que os levará as células (o quilo). As substâncias não
digeríveis são encaminhadas para o intestino grosso, onde se acumulam e
periodicamente saem para o exterior pelo ânus.

Como acabas de vér, a digestão nos animais pluricelulares não tem lugar
dentro das células como acontece nos animais unicelulares. Nos animais
pluricelulares a digestão realiza-se fora das células, dentro de órgão para
isso especializado a este tipo de digestão dá-se o nome de digestão extra
célula.

Fig.Sistema digestivo do camarão e do peixe Fig.Sistema digestivo do pombo

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Fig.Sistema digestivo da rã e do cão Fig.Sistema digestivo do Homem

Sistema respiratório

A respiração

Dissemos atrás que os animais precisam de energia para realizarem as


funções de que necessitam para viver, isto é, para realizarem as suas
funções vitais.

Como é que a partir dos alimentos os animais recebem essa energia?

Como é do teu conhecimento, os alimentos, depois de darem entrada no


sangue, são encaminhados para as células. Nas células as substâncias
nutritivas sofrem uma combustão, isto é, são “queimadas’’. Desta
combustão, a que se dá o nome de oxidação devido ao consumo de
oxigénio, resulta a libertação de energia. Enquanto na oxidação das
gorduras e dos hidratos de carbono para além da libertação de energia
forma-se água e dióxido de carbono, na oxidação das proteínas são
formadas também outras substâncias. Ao processo durante o qual há
consumo de oxigénio e libertação de dióxido de carbono dá-se o nome de
respiração.

De onde é que os animais recebem oxigénio?

Os animais recebem oxigénio do meio que os rodeia, do meio em que


habitam. Os animais aquáticos utilizam geralmente o oxigénio dissolvido
na água. Os animais terrestres consomem o oxigénio do ar atmosférico.

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Alguns animais aquáticos como a baleia e o dugongo também respiram o


oxigénio e o ar.

A respiração nos animais

Animais sem órgãos respiratórios

Nem todos os animais possue órgãos especialmente adatados à respiração.


São exemplo disso, os animais unicelulares como a amiba e a paramécia,
só para citar estes dois e alguns animais pluricelulares como a minhoca, a
planária e as medusas. As medusas são muito conhecidas nas costas
tropicais pelas inflamações que provocam na pele das pessoas que tocam
nelas inadvertidamente.

Nos animais sem órgão de respiração, as trocas gasosas dão-se ao nível de


toda a superfície do corpo. O oxigénio do meio ambiente difunde-se no
organismo e dióxido de carbono saí do organismo para o ambiente. A troca
de gases dá-se através de uma difusão simples, a uma velocidade muito
lenta. Os animais desprovidos de órgãos de respiração são, devido à
lentidão com que se processam as trocas gasosas, de tamanhos minúsculos
(animais unicelulares) ou então todos os seus processos vitais ocorrem com
muita lentidão (vermes e medusas).

Animais com órgãos de respiração

A grande maioria dos animais pluricelulares está dotada de órgãos


especialmente adaptados à respiração. São os órgãos de respiração. Os
órgãos de respiração aceleram as trocas gasosas. Eles podem ser brânquias,
traqueias ou pulmões.

Brânquias

Se perguntares a um dos teus colegas de turma em que animal é que as


brânquias são os órgãos de respiração, é possível que a resposta seja “nos
peixes”. Porém as brânquias não são exclusivas dos peixes. A maioria dos
animais aquáticos. Respira por brânquias tal como deves estar recordado,
as brânquias do peixe localizam-se na cabeça e estão cobertas pelos
opérculos (ver fig. 21).

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Fig.orgão de respiração do peixe

Nos peixes vivos as brânquias apresentam-se de um vermelho vivo pois,


muito próximos da sua superfície, existem numerosos vasos sanguíneos
finos, os capilares. O oxigénio dissolvido na água penetra no sangue dos
capilares através da difusão, é distribuído por todo o organismo pela
corrente sanguínea.

Simultaneamente o dióxido de carbono é transportado pelo sangue para


água.

Se observares um peixe verificarás que ele faz movimentos periódicos com


os opérculos e com a boca. Para que servem estes movimentos? Para
responderes esta pergunta pensa antes no que aconteceria se as brânquias
fossem banhadas sempre pela mesma água. Se tal acontecesse o peixe
consumiria todo o oxigénio existente nessa água e acabaria por morrer por
falta de oxigénio. Para evitar que isso aconteça a água que banha as
brânquias deve ser constantemente renovada. Os movimentos realizados
pela boca e pelos opérculos têm como função renovar essa água.

A boca e os opérculos funcionam como uma bomba que faz passar sempre
água nova pelo órgão de respiração do peixe (vér fig. 22).

Fig.Ocorrência de trocas gasosas na água

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Como atrás ficou dito, a maioria dos animais as brânquias localizam-se na


base das patas.

As brânquias das amêijoas situam-se sobre as conchas e são muito


desenvolvidas.

Os girinos, ou seja das larvas das rãs, também respiram pelas brânquias.

As brânquias dos girinos são externas e desaparecem à medida que a larva


se transforma no indivíduo adulto (ver fig. 23).

Fig.Respiração por brânqueas nos girinos

Traqueias

As traqueias são órgãos de respiração dos insectos e estão especialmente


adaptadas para respirar ar atmosférico. As traqueias são constituídas por
uma rede de tubos finos com orifícios à superfície do corpo do animal (fig.
24). Através das traqueias o oxigénio é transportado para os tecidos e para
as células.

A troca de gases realiza-se através de uma difusão simples. Todavia alguns


insectos grandes aceleram a respiração contraindo periodicamente os
músculos abdómen o que faz com que o ar entre activamente nas traqueias.

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Pulmões

Os pulmões são órgãos de respiração de todos os animais vertebrados


com a excepção dos peixes.

Numa das classes anteriores estudaste a constituição dos pulmões do


homem. Os pulmões dos outros mamíferos como o cão, por exemplo, são
semelhantes aos do homem.

O interior dos pulmões é constituído por numerosos sacos esponjosos


chamados alvéolos. Cada alvéolo é um glóbulo pequenino cheio de ar, de
paredes com muitos capilares. Nos alvéolos realizam-se as trocas gasosas
contribuindo os actos de inspiração e expiração na renovação do ar.

Se observares os pulmões dos anfíbios, por exemplo da rã, verificarás que


estes não têm alvéolos.

O seu interior é vazio, apresentando as suas paredes, pregas. Os pulmões


dos répteis têm uma estrutura intermédia. Numa observação comparativa
dos pulmões dos anfíbios, dos répteis e dos mamíferos constata-se que os
primeiros são muito simples, os segundos têm uma estrutura não muito
simples e os mamíferos têm pulmões com a estrutura mais complexa
detodos, fig. 25.

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Fig. Evolução dos pulmões

Analisemos agora a superfície interna dos diferentes pulmões. Facilmente


se nota que os mamíferos têm uma maior superfície respiratória. Isto
significa que um mamífero, por exemplo um rato, num mesmo período de
tempo consome muito mais oxigénio que uma rã, apesar de ambos terem
mais ou menos o mesmo tamanho. Por esta razão, os processos vitais nos
mamíferos dão-se a uma velocidade superior aos dos répteis e anfíbios e a
temperatura do corpo dos mamíferos para além de ser mais alta é
constante.

Fig .Evolução das trocas gasosas

Respiração cutânea

No inicio deste capitulo falámos de alguns animais que não dispõem de


órgãos adaptados à respiração, respirando por isso através de toda a
superfície do corpo. Este de respiração nos animais pluricelulares tem o
nome de respiração cutânea (cútis = pele).

A respiração cutânea desempenha um papel importante não só nos animais


que não dispõem de órgãos de respiração como também nos animais que o

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possue, como por exemplo os anfíbios, particularmente as rãs, e ainda nos


mamíferos.

Aqui podemos salientar no caso do homem.

Quando as rãs estão na água, a maior parte do oxigénio que consomem


entra no seu corpo pela pele. A pele das rãs é muito fina e está provida de
muitos capilares. Nas rãs e também nas minhocas, para que se realizem as
trocas gasosas pela pele, é necessário que esta esteja húmida. Se secares a
pele duma rã ela morrerá por asfixia.

Troca de gases nos tecidos

Já é do conhecimento que o oxigénio entra para o sangue através da


difusão. Esse oxigénio é depois transportado pelo sangue para todas as
partes do corpo, consequentemente, para os tecidos, para as células. O
sangue, depois de ter sido purificado nos órgãos de respiração (sangue
arterial), contém muito mais oxigénio que as células. Ao passar pelas
células o oxigénio difunde-se nelas onde é utilizado para a oxidação das
substâncias nutritivas (fig. 26).

Fig.Trocas Gasosas nos tecidos

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O dióxido de carbono existente em maior quantidade nas células que no


sangue difunde-se para o sangue, sendo depois transportado para os órgãos
de respiração onde será eliminado.

Sistema excrector

A excreção

A excreção é um conjunto de processos através dos quais são retiradas do


órgânismo substâncias nocivas, inúteis ou em excesso.

Já não constitui novidade para te saber que uma das principais substâncias
produzidas nos tecidos é o dióxido de carbono o qual é expelido durante a
respiração. Da desintegração das proteínas no organismo dos animais
resulta a formação de produtos tóxicos tais como a ureia, o amoníaco e o
ácido úrico, os quais (por serem tóxicos), não devem permanecer no
organismo. Os excessos de água e de sais minerais também devem ser
eliminados.

O órganismo dos animais tem órgão com a função de eliminar as


substâncias citadas ou retira-las dos seus processos vitais.

A excreção nos diferentes animais

Animais unicelulares

Nos animais unicelulaeres como a amiba, a paramécia, etc., os produtos da


excreção são retiradas da célula por difusão, através do citoplasma e da
superfície do corpo. Estes animais também tem no seu citoplasma uns
organelos chamados vacúolos contrácteis que recolhem e expulsam para o
exterior a água em excesso com o dióxido de carbono e outras substâncias
nela dissolvidas.
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Insetos

Os animais pluricelulares têm órgãos expecialmente adaptados a excreção.


O conjunto destes órgãos forma o sistema excretor. Nos insetos o sistema
excretor é constituído por tubos especiais denominados tubos de Malpighi
em honra de um ciêntista Italiano que viveu no século XVII de nome
Malpighi e que se encarregou do estudo dos insetos. Estes tubos absorvem
as excreções trazidas pelo sangue das cavidades do corpo, e levam-nas
para os intestinos através dos quais são excritadas juntamente com as
fezes.

Animais vertebradados

Os rins são os principais órgãos de excreção dos animais vertebrados,


apresentando umas semelhantes em todos eles.

Nos rins dá-se a filtração do sangue, e, do filtrado forma- se a urina, que é


depois elimanada pelo organismo.

O sistema excretor humano

O sistema excretor dos mamíferos, em particular do homem, consiste de


dois rins, dois ureteres, uma bexiga e uma uretra.

Num corte longetudinal de um rim facilmente se distinguem por duas


partes, nomeadamente, uma externa mais clara, córtex, e uma interna, a
medula. Dentro do rim situa-se a pélvis renal, constituído por uma
estrutura cava afunilada da qual parte o uréter. A urina, depois de formada,
passa pela pélvis renal, segue-se ao uréter e deste à bexiga onde é
acumulada, sendo depois expelida para o exterior pela uretra.

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A pele também participa na excreção. Ela possui glândulas sudóriparas


produtoras de suor a partir de substâncias tóxicas que elas retiram do
sangue (fig.27).

Fig.Sistema Excretor

Como funcionam os rins?

Aquando da abordagem da circulação, diz-se que o transporte de


substâncias dentro do organismo dos animais é realizado pelo sangue.
Durante a circulação, o sangue da artéria aorta vai através das artérias
renais ate aos rins. Nos rins as artérias ramificam-se muitas vezes e
transformam-se em capilares que, por sua vez, formam um novelo que tem
o nome de glomérulo.

O glomérulo envolvido por uma estrutura afunilada que tem o nome de


cápsula de Bowman. É na cápsula de Bowman que se realiza a filtração do
sangue.

Durante a filtração a ureia, uma parte da água, e uma parte dos sais
minerais e de outras substâncias são retiradas do sangue. Da cápsula de

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Bowman sai um túbulo envolvido pelos capilares, por meio do qual o


liquido filtrado é conduzido ate um lugar denominado alça de Henle. No
túbulo, principalmente na alça de Henle, as substâncias contidas no líquido
filtrado, e que são necessárias ao organismo, são reabsorvidas pelo sangue
ficando no túbulo a urina que é depois levada à pélvis renal. Depois dos
rins, o sangue segue pela veia cava inferior.

Nos rins as artérias ramificam-se duas vezes formando capilares, dos quais
uns formam o glomérulo e outros envolvem o túbulo.

A urina forma-se em duas etapas. Na primeira etapa, a partir do sangue


forma-se um filtrado, contendo para além das substâncias tóxicas algumas
substâncias necessárias ao organismo, como açucares e proteínas. Na
segunda etapa as substâncias necessárias ao organismo são reabsorvidas, e
as substâncias nocivas, inúteis ou em excesso formam finalmente a urina,
que será expelida.

Fig. Sistema urinario

Observando uma secção longitudinal de um rim, podemos observar que


este é constituído por três regiões:
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 Zona cortical ou córtex – constitui uma camada contínua sob a


cápsula renal. Tem um aspecto granuloso devido à presença dos
corpúsculos de Malpighi.

 Zona medular ou medula – é a camada mais interna do rim.


Apresenta-se com 8 à 12 conjuntos chamados pirâmides de
Malpighi de aspecto estriado. As estrias existentes nas pirâmides
são formadas pela Ansa de Henle dos tubos uriniferos pelos tubos
colectores.

 Bacinete – é a cavidade interna do rim, com forma de funil. É no


bacinete que se acumula.

Sistema nervoso

O sistema nervoso central dos vertebrados consiste no cérebro e na medula


espinal protegidos, respectivamente, pelo crânio e pela coluna vertebral.
Nos vertebrados «inferiores» o cérebro controla principalmente, o
funcionamento dos órgãos sensoriais. Nos vertebrados «superiores», o
tamanho do cérebro respectivamente ao do corpo é maior, o que permite
uma troca de informação mais intensa entre as diferentes partes do mesmo
e com o meio ambiente. Os nervos de medula espinal estendem-se à pele,
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órgãos internos e músculos. Alguns nervos ligam-se diretamente ao


cérebro como no caso dos ouvidos e dos olhos.

Os órgãos da audição têm um componente especial, o sistema sensório


lateral, que foi perdido na maioria dos cranistas terrestres (Amniota).
Consiste em fibras nervosas laterais derivadas do nervo auditivo e
mecanorreceptores superficiais, os neuromatos, que se alojam em fossas ou
canais na superfície da cabeça e estendem-se pelo corpo nos vertebrados.
Verdadeiros neuromatos, contudo, parecem ser exclusivos dos vertebrados,
nunca tendo sido observados nos ciclóstomos (lampreia).

Fig. Sistema nervoso dos insetos Fig. Sistema nervoso da rã

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Fig. Sistema nervoso do Homem

Sistema circulatório

Os animais pluricelulares tem, na sua grande maioria, adaptações especiais


que lhes permite tranportar as diferentes substâncias. Essas adaptações
estão geralmente representadas por um tecido especial, o sangue e por
órgão tais como o coração e os vasos sanguíneos que em conjunto formam
o sistema circulatório. Ao transporte do sangue nos vasos sanguíneos
incluindo o coração dá-se o nome de circulação.

O sistema circulatório na maior parte dos animais tem uma estrutura mais
ou menos semelhante a de homem. Existe simplesmente alguns animais
pluricelulares primitivos e simples, como por exemplo a medusa, que não
dispõe dum sistema circulatório, sendo o transporte das substâncias
realizado por difusão.

Insetos

O sistema circulatório dos insetos é relativamente simples (fig. 30).

O coração, que se localiza dorsalmente no abdómen, é constituído por um


tubo musculoso com orifício lateral por onde penetra o sangue. As
contrações que o coração realiza fazem com que o sangue saia dele,
circulando num único sentido, detrás para frente, devido a acção das
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válvulas. Na sua extremidade anterior o coração está provido de um vaso


que se encarrega de levar o sangue a cabeça.

Durante a circulação, o sangue vai para os espaços entre os órgaãs e


músculos. Esses espaços têm o nome de lacunas. Das lacunas o sangue
desloca-se ao tórax e ao abdómen, voltando depois ao coração. Devido ao
fato de o sangue sair do sistema de vasos para as lacunas, este tipo de
circulação recebe o nome de sistema circulatório aberto ou lacunar.

Nos insetos o sangue não participa no transporte dos gases. Estes são
conduzidos pelas traqueias para as células e destas para o exterior.

Fig.Sistema circulatório de inseto

Peixes

O sistema circulatório dos peixes é fechado, quer dizer, o sangue destes


animais não abandona nunca o sistema de vasos (fig 31).

Existem diferentes tipos vasos, nomeadamente, artérias, veias e capilares.


Dá-se o nome artérias nos vasos que conduzem o sangue do coração às
diferentes partes do corpo. Veias são os vasos que transportam o sangue do
corpo ao coração. Capilares são vasos sanguíneos muito finos e muito
ramificados, através dos quais se dão as trocas de substâncias ao nível dos
tecidos.

O coração do peixe é constituído por duas cavidades, nomeadamente, uma


aurícula e um ventrículo, ambas com paredes musculosas que contraem
cada uma por sua vez. Da aurícula o sangue vai ao ventrículo, e deste é
bombeado para uma artéria ventral donde corre em direcção as braqueias.
Este sangue, rica em dióxido de carbono recebe o nome de sangue venoso.

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Fig.Sistema Circulatorio dos peixes

Mamiferos

O coração do homem

O coração humano é um órgão oco, musculoso com uma forma cónica.


Tem a sua localização no tórax entre os pulmões, e está ligeiramente
inclinada para a esquerda. O seu interior está dividido em duas partes por
um septo, distinguindo-se consequentemente a parte esquerda e a parte
direita. Cada uma destas duas partes tem por seu turno uma divisão
horizontal, sendo as partes superiores denominadas aurículas e os
ventrículos estão ligados entre si através de válvula.

O coração do homem e de todos os mamíferos está dividido em quatro


partes.

Durante a contracção das aurículas, o sangue nelas contido desloca-se para


os ventrículos, que por sua vez o bombeiam para os vasos. Quando as
aurículas se contraem, as válvulas abrem-se para dentro dos ventrículos,
deixando assim passar o sangue. Com a contracção dos ventrículos as
válvulas fecham-se e o sangue segue para os vasos. O percurso do sangue
no coração é unico: das aurículas para os ventrículos e destes para os
vasos, se puseres a mão no lado esquerdo do teu peito sentirás o bater do
teu coração. Cada batimento é duplo. Contraem-se primeiramente as duas
aurículas e o sangue segue para os ventrículos. Em seguida as aurículas
relaxam-se e os ventrículos contraem-se. Uma vez concluída a contracção
dos ventrículos, o coração entra numa fase de relaxamento geral.
Repetindo-se em seguida o ciclo cardíaco, ou seja, o ciclo do coração.

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Ciclo cardíaco apresenta uma alternância de três fases, a saber: contracção


das aurículas, contracção dos ventrículos e relaxamento total do coração.

Fig. Ciclo cardiaco

Circulação composta

No corpo humano, tal como no corpo dos restantes mamíferos, o sangue


descreve duas circulações. Ele circula por dois sistemas separados de
vasos, passa duas vezes por coração, esta dupla circulação é composta por
uma pequena circulação e uma grande circulação.

Durante a circulação pulmonar o sangue venoso saí do ventrículo direito e


dirige-se aos pulmões através das artérias pulmonares. Nos pulmões as
artérias ramificam-se originando os capilares que envolvem os alvéolos. É
nos alvéolos que se dá a purificação de sangue, deixando este de ser
venoso e passando a sangue arterial. Osangue arterial segue depois através
das veias pulmonares para o coração, onde entra pela aurícula esquerda,
seguindo depois para o ventrículo do mesmo lado. A partir do ventrículo
esquerdo inicia-se a grande circulação. Durante a grande circulação, o
sangue sai do ventrículo esquerdo através da maior e principal artéria do
corpo, a artéria aorta. A artéria aorta ramifica-se e as suas ramificações
levam sangue purificado, também conhecido por sangue oxigenado, a
todos os órgãos do corpo, incluindo o próprio coração. Uma vez nos
órgãos as artérias ramificam-se em capilares, através dos quais o oxigénio
contido no sangue pssa às células, por difusão, e pelo mesmo processo o
dióxido de carbono existente nas células passa ao sangue. O sangue

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transforma-se assim em sangue venoso, seguindo depois pelas grandes


veias cavas do corpo, veia cava superior e veia cava inferior, para a
aurícula direita do coração. A partir da aurícula direita tem início um novo
ciclo cardíaco.

Corações dos diferentes animais

Observa e compara os corações representados na (fig 33). Quantas


cavidades têm cada um deles? Se fizeres uma observação cuidadosa dos
corações dos anfíbios, dos peixes e dos mamíferos, notarás que, por esta
ordem, vão apresentando uma estrutura cada vez mais complicada. A
quantidade de cavidades passa de duas nos peixes para três nos anfíbios e
répteis, aumentando para quatro nas aves e nos mamíferos. O septo, que só
é completo no coração das aves e dos animais mamíferos, impede neste a
mistura de sangue venoso com o sangue oxigenado (ou arterial).

Fig.Corações dos diferentes animais

Reprodução

A biologia reprodutiva dos craniatas é altamente diversificada. A maioria


das espécies são bisexuais com destinção entre machos e fêmeas, em que
nos primeiros, os gonadas se chamam testículos e, nas fêmeas, ovários.
Nos vertebrados mais simples, o esperma é depositado directamente no
celoma e depois passa para o exterior através de um poro. Nos
Gnathostomata, com tudo, os testículos abrem em ductos, em que o
esperma passa através dos ductos excretórios.

O dimorfismo sexual externo pode variar de inexistente a extremo.


Existem alguns peixes que são por natureza hermafroditas. Em certas
espécies hermafroditas os indivíduos são “protoginosos,” i.é. funcionam
primariamente como fêmea que se podem vir a transformar posteriormente
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em machos funcionais. Noutras espécies existe a sequência oposta de troca


de sexos -“protandorosos”. Existem poucas espécies de peixes “só fêmeas
”, anfíbios e lagartos nos quais as mães produzem apenas crias femininas.
Em muitas destas espécies, a ligação com machos de espécies relacionadas
é necessária para desencadear o desenvolvimento do ovo, mais os país não
contribuem para a perpetuação genética das linhagens “só fémeas”.

Entre os craniatas bisexuais mais típicos existe um largo espectro de


modalidades reprodutivas. A maioria das espécies de peixes e anfíbios são
ovíparos (põem ovos) com posterior fertilização dos ovos pelo esperma do
macho. Outros peixes, anfíbios, muitos répteis, todos os pássaros e os
mamíferos monetremos (ornitorrincos e papa-formigas espinhosos da
Austrália) são também ovíparos mas a fertilização é interna. Em oposição
temos as espécies “portadoras de vida” ou vivíparas nas quais a fertilização
é obrigatoriamente interna e as crias desenvolvem-se no aparelho
reprodutivo materno. Nestes, a mãe tende prover alguma forma de nutrição
ao embrião (seja a gema no ovo ou através do sangue através das
menbranas placentárias permeáveis), os viviparos têm mecanismos para
trocas gasosas e remoção de detritos embriónicos. A viviparidade evoluiu
muitas vezes nos craniatas - entre peixes cartilaginosos e ósseos, uma mão
cheia de anfíbios, várias cobras e lagartos, e na maioria dos mamíferos.

Os sistemas reprodutores, masculino e feminino, têm como função a


produção de gâmetas (ou células reprodutoras) e a criação de condições
para que estes se encontrem e possam originar um novo ser.

Os órgãos que constituem os sistemas reprodutores podem ser divididos


em quatro grupos:

 Gónadas ou glândulas sexuais, responsáveis pela produção de


gâmetas e de hormonas sexuais.

 Vias genitais, responsáveis pelo transporte dos gâmetas.

 Orgãos genitais externos.

 Glândulas anexas ao sistema reprodutor masculino.

No sistema reprodutor masculino a maioria dos órgãos estão localizados na


parte externa do corpo.

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 Testículos – gónadas masculinas. Produzem expermatozóides


(gâmetas masculinas) e hormonas sexuais masculinas, sobretudo a
testosterona, responsáveis pelo desenvolvimento dos órgãos
genitais e dos caracteres sexuais secundários masculinos. Cada
testículo está alojado numa bolsa protectora – o escroto.

 Epididimos – tubos enovelados onde os espermatozóides terminam


a sua maturação e onde são armazenados, antes da ejaculação.

 Canais diferentes – tubos que ligam os epididimos à uretra.

 Vesículas seminais – glândulas que produzem o líquido seminal,


muco rico em nutrientes que são a fonte de energia para os
espermermatozóides.

 Glândulas de Cowper – glândulas que produzem uma secreção que


é lançada dentro da uretra com o objectivo de a limpar e lubrificar,
preparando-a para a passagem dos espermatozóides.

 Próstata – glândula que produz o líquido prostático, que tem como


função neutralizar a acidez da vagina e activar os espermatozóides.

 Pénis – órgão atravessado pela uretra e formado por um tecido


esponjoso que, quando se enche de sangue, aumenta de tamanho,
endurece e endireita-se (erecção). É responsável pela introdução do
esperma (ou sémen) no interior da vagina.

 Uretra – canal situado no interior do pénis, comum aos sistemas


reprodutor e urinário, que conduz o sémen até ao exterior do corpo.

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Fig.Sistema reprodutor masculino

O sistema reprodutor femenino é mais complexo do que o masculino.a


maior parte dos órgãos encotra-se no interior do corpo da mulher.

 Ovários – gónadas femininas. São do tamanho de uma amêndoa e


situam-se de um lado e do outro de útero, produzindo mensalmente
um ovócito (gâmeta femenino). Além de gâmetas, os ovários
produzem hormonas sexuais femininas (estrogênios e
progesterona), responsáveis pelos caracteres sexuais secundários
femininos.

 Trompas de Falópio – canais flexíveis e estreitos, com 10 a 12 cm


de comprimento, que conduzem o ovócito ou o ovo (se tiver
ocorrido fecundação) até ao útero. Local onde ocorre a fecundação.

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 Útero – órgão oco e de parede muscular espessa, o miométrio. É


revestido internamente por um tecido vascularizado, rico em
glândulas – o endométrio. Quando ocorre a gravidez, é no útero que
decorre o desenvolvimento do embrião. A parte inferior do útero
denomina-se colo do útero.

 Vagina – canal com 10 a 15 cm, de paredes elásticas, que liga o


colo do útero ao exterior. A entrada da vagina é protegida pelo
hímen – membrana circular perfurada no centro, que fecha
parcialmente o orifício vaginal. Esta membrana pode romper-se
durante a prática de exercício físico intenso ou nas primeiras
relações sexuais. A vagina é o local onde o pénis deposita os
espermatozóides durante a relação sexual e por onde ocorre a saída
do bebé, durante o parto.

 Vulva – único órgão genital feminino externo. É constituído por


várias estruturas anatómicas:

 Os grandes lábios, duas pregas intensamentes irrigadas e enervadas,


com pelos na sua face externa e com função protectora.

 Os pequenos lábios, duas pregas, sem pêlos, localizadas mais


internamente, que protegem a abertura da uretra e de vagina.

 O clitóres, órgão muito sensível situados na união de pequenos


lábios.

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Fig.Sistema reprodutor feminino.

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Sumário

Os vertebardos (do latim vertebratus, com vértebras) constituem um


subfilo de animais cordados, compreendendo os agnatos, peixes, anfíbios,
aves e mamíferos. Caracterizam-se pela presença de coluna vertebral
segmentada e de crânio que lhe protege o cérebro.

O esqueleto interno que difine os vertebrados é formado por cartilagem,


osso ou, na maior parte dos casos, por estes dois tecidos, e consiste no
crâneo, na coluna vertebral e em dois pares de membros, embora em
alguns grupos, como as cobras e as baleias, os membros estejam ausentes
ou apenas na forma vestigial. O sistema nervoso central dos vertebrados
consiste no cérebro e na medula espinal protegidos, respectivamente, pelo
crânio e pela coluna vertebral. O sistema circulatório dos vertebrados,
também designado sistema cardiovascular, é fechado, sendo o sangue
impulsionado através de um sistema contínuo de vasos sanguíneos. O
sistema digestivo dos craniatas é composto por boca e cavidade oral,
faringe, esófago, intestino e ânus. Os rins são os principais órgãos
excretores dos vertebrados desempenhando um papel fundamental no
equilíbrio hidro-electrolitico. A maioria das espécies são bisexuais com
destinção entre machos e fêmeas, em que nos primeiros, os gonadas se
chamam testículos e, nas fêmeas, ovários.

O corpo dos vertebrados é constituído pelo tegumento ou pele, formado


por duas camadas: epiderme (externa), e derme (interna). Nessas camadas
são formados vários anexos, como penas, pêlos, garras, unhas, escamas e
outros.

Nas aves e nos mamíferos existe, logo abaixo da derme, uma terceira
camada, a hipoderme, também chamada de panículo adiposo. A hipoderme
é uma camada de gordura relacionada com a homeotermia, ou seja, a
manutencao da temperatura do organismo.

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Os sistemas reprodutores, masculino e feminino, têm como função a


produção de gâmetas (ou células reprodutoras) e a criação de condições
para que estes se encontrem e possam originar um novo ser.

Os órgãos que constituem os sistemas reprodutores podem ser divididos


em quatro grupos:

 Gónadas ou glândulas sexuais, responsáveis pela produção de


gâmetas e de hormonas sexuais.

 Vias genitais, responsáveis pelo transporte dos gâmetas.

 Orgãos genitais externos.

 Glândulas anexas ao sistema reprodutor masculino.

No sistema reprodutor masculino a maioria dos órgãos estão localizados na


parte externa do corpo.

 Testículos – gónadas masculinas. Produzem expermatozóides


(gâmetas masculinas) e hormonas sexuais masculinas, sobretudo a
testosterona, responsáveis pelo desenvolvimento dos órgãos
genitais e dos caracteres sexuais secundários masculinos. Cada
testículo está alojado numa bolsa protectora – o escroto.

 Epididimos – tubos enovelados onde os espermatozóides terminam


a sua maturação e onde são armazenados, antes da ejaculação.

 Canais diferentes – tubos que ligam os epididimos à uretra.

 Vesículas seminais – glândulas que produzem o líquido seminal,


muco rico em nutrientes que são a fonte de energia para os
espermermatozóides.

 Glândulas de Cowper – glândulas que produzem uma secreção que


é lançada dentro da uretra com o objectivo de a limpar e lubrificar,
preparando-a para a passagem dos espermatozóides.

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 Próstata – glândula que produz o liquido prostático, que têm como


função neutralizar a acidez da vagina e activar os espermatozóides.

 Pénis – órgão atravessado pela uretra e formado por um tecido


esponjoso que, quando se enche de sangue, aumenta de tamanho,
endurece e endireita-se (erecção). É responsável pela introdução do
esperma (ou sémen) no interior da vagina.

 Uretra – canal situado no interior do pénis, comum aos sistemas


reprodutor e urinário, que conduz o sémen até ao exterior do corpo.

O sistema reprodutor femenino é mais complexo do que o


masculino.a maior parte dos órgãos encotra-se no interior do corpo da
mulher.

 Ovários – gónadas femininas. São do tamanho de uma amêndoa e


situam-se de um lado e do outro de útero, produzindo mensalmente
um ovócito (gâmeta femenino). Além de gâmetas, os ovários
produzem hormonas sexuais femininas (estrogênios e
progesterona), responsáveis pelos caracteres sexuais secundários
femininos.

 Trompas de Falópio – canais flexíveis e estreitos, com 10 a 12 cm


de comprimento, que conduzem o ovócito ou o ovo (se tiver
ocorrido fecundação) até ao útero. Local onde ocorre a fecundação.

 Útero – órgão oco e de parede muscular espessa, o miométrio. É


revestido internamente por um tecido vascularizado, rico em
glândulas – o endométrio. Quando ocorre a gravidez, é no útero que
decorre o desenvolvimento do embrião. A parte inferior do útero
denomina-se colo do útero.

 Vagina – canal com 10 a 15 cm, de paredes elásticas, que liga o


colo do útero ao exterior. A entrada da vagina é protegida pelo
hímen – membrana circular perfurada no centro, que fecha
parcialmente o orifício vaginal. Esta membrana pode romper-se
durante a prática de exercício físico intenso ou nas primeiras
relações sexuais. A vagina é o local onde o pénis deposita os
espermatozóides durante a relação sexual e por onde ocorre a saída
do bebé, durante o parto.

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 Vúlva – único órgão genital feminino externo. É constituído por


várias estruturas anatómicas:

 Os grandes lábios, duas pregas, intensamentes irrigadas e


enervadas, com pêlos na sua face externa e com função protetora.

 Os pequenos lábios, duas pregas, sem pêlos, localizadas mais


internamente, que protegem a abertura da uretra e de vagina.

 O clitóres, órgão muito sensível situados na união de pequenos


lábios.

1. Apresente as estruturas anatómicas da vagina vista


em corte frontal?
2. Compare os lábios grandes e pequenos da vagina
Exercícios em termo de localização?
3. Quais são as varias esturas anatómicas da vúlva?

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Unidade – 05. Sistema Endócrino-Biocomunicação do sistema


endócrino

Tema: Sistema endócrino

Introdução

Prezado estudante, seja bem vindo ao estudo sistema endócrino ou


hormonal como um grupo de tecidos cuja função é produzir e libertar para
a corrente sanguínea substâncias químicas como hormonas.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre estudo do tema
da unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Interligar o sistema endócrino com o sistema nervoso;

 Identificar os principais órgãos do sistema endócrino;

 Caracterizar a acção hormonal

 Mencionar a função de cada hormona;


Objectivos  Mostrar a figura das glândulas do sistema endócrino.
.

Biocomunicação do sistema endócrino.

Estes sincronismos de acontecimentos permite admitirem a existência de


comunicação entre os diferentes órgãos envolvidos.

De facto, assim acontece:

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Com a chegada da puberdade, a hipófise recebe do hipotálamo uma


“mensagem” para produzir hormonas denominadas gonadoestimulinas
hipofisárias.

Por acção destas hormonas os órgãos genitais «despertam», entram em


funcionamento e produzem hormonas sexuais:

 Testosterona – no indivíduo masculino (♂).

 Estrogénio – no indivíduo feminino (♀).

São estas hormonas que, transportadas pelo sangue, vão activar o


desenvolvimento dos caruacteres sexuais secundárias.

Os fenómenos podem ser assim representados:

Hipotálamo

Hipófise

Secreção de gonadoestimulinas

Activação das gónadas ou glândulas sexuais

Secreção de hormonas sexuais

Desenvolvimento de caracteres sexuais secundários

Sistema endócrino é formado pelo conjunto de glândulas que apresentam


como actividade característica a produção de secreções denominadas
hormônios.

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Frequentemente o sistema interage com o sistema nervoso, formando


mecanismos reguladores bastante preciosos. O sistema nervoso pode
fornecer ao sistema endócrinas informações sobre o meio externo,
enquanto o sistema endócrino regula a resposta interna do organismo a esta
informação. Dessa forma, o sistema endócrino em conjunto com o sistema
nervosov atua na coordenação e regulação das funções corporais.

Alguns dos principais órgãos que constituem o sistema endócrino são: a


hipófise, o hipotalámo, a tiróide, as supra-renais, o pâncreas, as gônadas
(os ovários e os testículos) e o tecido adiposo.

Coordenação hormonal

O organismo humano é um sistema funcional em que as células mantêm


entre si variadas comunicações. Paralelamente à comunicação nervosa, em
que há troca de mensagem utilizando a complexa rede de neurónios, existe
a comunição hormonal assegurada pelas hormonas. Estas são moléculas
produzidas por certas glândulas, uni ou pluricelulares, que, transportadas
pelo sangue, actuam sobre outras células regulando a sua actividade
fisiológica.

Fig. Coordenação hormonal

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As glândulas que elaboram hormonas chamam-se glândulas endócrinas.


Estas estruturas, como não tem canais excretores, lançam os seus produtos
diretamente no sangue. As glândulas endócrinas são muito vascularizadas
e, como as paredes dos capilares são muito finas, as hormonas atravessam-
nas facilmente entrando na circulação sanguínea que irriga todo o corpo.

Glândulas Endócrinas Hormonais.

GLÂNDULAS
ENDÓCRINAS HORMONAS ACÇÃO

Tiróide Tiroxina Activa o crescimento.


Activa o desenvolvimento intelectual.
Eleva o metabolismo.

Paratiróides Paratormona Aumenta a concentração do cálcio e do fósforo no sangue.

Pâncreas Insulina Regula a utilização da glicose – hormona hipoglicémica.


Endócrino Glucagon Promove a conversão de glicogénio em glicose no fígado
– hormona hiperglicémia.

Cápsulas Cortina Mantêm no sangue o teor de cloreto de sódio constante.


Supra-renais Adrenalina Acção hiperglicemica

Intestino Secretina Provoca a secreção de suco pancreático e intestinal e o


escoamento da bílis no intestino.
Endócrino

Gónadas Testosterona Desenvolvem e mantêm os caracteres sexuais secundários.


masculinas e
femininas Estrogénio

Hormona de Activa o crescimento.


crescimento
Hipófise Estimula a actividade das outras glândulas.
Estimulinas
Acção hiperglicémica.
H.Diabetogénicas

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Glândulas endócrinas – áreas de acção

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Sumário

Sistema endócrino é formado pelo conjunto de glândulas que apresentam


como actividade característica a produção de secreções denominadas
hormônios.

Frequentemente o sistema interage com o sistema nervoso, formando


mecanismos reguladores bastante preciosos. O sistema nervoso pode
fornecer ao sistema endócrino, informações sobre o meio externo,
enquanto o sistema endócrino regula a resposta interna do organismo a esta
informação. Dessa forma, o sistema endócrino em conjunto com o sistema
nervoso atua na coordenação e regulação das funções corporais.

Alguns dos principais órgãos que constituem o sistema endócrino são: a


hipófise, o hipotalámo, a tiróide, as supra-renais, o pâncreas, as gônadas
(os ovários e os testículos) e o tecido adiposo.

O organismo humano é um sistema funcional em que as células mantêm


entre si variadas comunicações. Paralelamente à comunicação nervosa, em
que há troca de mensagem utilizando a complexa rede de neurónios, existe
a comunição hormonal assegurada pelas hormonas. Estas são moléculas
produzidas por certas glândulas, uni ou pluricelulare, que, transportadas
pelo sangue, actuam sobre outras células regulando a sua actividade
fisiológica.

As glândulas que elaboram hormonas chamam-se glândulas endócrinas.


Estas estruturas, como não tem canais excretores, lançam os seus produtos
directamente no sangue. As glândulas endócrinas são muito vascularizadas
e, como as paredes dos capilares são muito finas, as hormonas atravessam-
nas facilmente entrando na circulação sanguínea que irriga todo o corpo.

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1. O sistema nervoso e o sistema endócrino exercem


sobre os órgãos uma acção complementar. A acção
exercida pelo sistema nervoso é

 Mais rápida e os seus efeitos são mais


doradouro;

 Mais rápida e os seus efeitos são mais breves;

 Mais lenta e corresponde especialmente a


estímulos externos;

 Mais lenta e corresponde especialmente a


estímulos internos.
Escolha a opção correcta.
2. As hormonas intervêm na comunicação a nível do
organismo. Classifique de verdadeira ou falsa, cada
uma das seguintes afirmações

 As glândulas endócrinas são estruturas pouco


vascularizadas;
Exercícios
 As células alvas despõem de receptores
específicos;

 A intensidade da resposta ao nível da célula


alva é independente da concentração de
hormonas que sobre ela actua;

 O suporte da comunicação por via hormonal é


o neurónio;

 As hormonas circulam no meio interno em


concentração muito baixa.

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Unidade – 06. Sistema endócrino – Regulação do sistema endócrino

Tema: Sistema endócrino

 Regulação do sistema endócrino

Introdução
Prezado estudante, seja bem vindo ao estudo sistema endócrino ou
hormonal como um grupo de tecidos cuja função é produzir e libertar para
a corrente sanguínea substâncias químicas como hormonas.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre estudo do tema
da unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Interligar o sistema endócrino com o sistema nervoso;

 Identificar os principais órgãos do sistema endócrino;

 Esboçar o esquema de produção de hormonas pelo


Objectivos processo de retroação.

 Mencionar a função de cada hormona;

 Regulação do sistema endócrino

Regulação Hormonal do Homem

Os testículos, além de espermatizóides, produzem ainda uma hormona


masculina, a testosterona, que é lançada no sangue. As dosagens de
testosterona no sangue mostram o aparecimento e o aumento desta
hormona na puberdade. É ela que estimula o crescimento ósseo, o
desenvolvimento muscular, o aparecimento de pilosidade, o crescimento
dos órgãos genitais e outras modificações que ocorrem naquela fase. É
também a testosterona que estimula a produção de espermatizóides.

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A produção de testosterona nos testículos é controlada por hormonas


hpofisárias que regulam a actividade das gónadas. Por sua vez a
testosterona controla o complexo hipotálamo – hipófise de um modo
idêntico ao que acontece na mulher, isto é, por um processo de retroação.

Quando a concentração de testosterona é elevada, actua sobre o hpotálamo


que deixa de estimular a hipófise. Assim, baixa a produção e libertação das
hormonas hipofisárias que actuam sobre os testículos. Estes, deixados de
ser estimulados, produzem menos testosteronas, e essa baixa de
concentração vai estimular o complexo hipotálamo – hipófise.

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Na mulher, os ovários também são controlados por via hormonal.

São hormonas produzidas pela hpófise que, circulando através da corrente


sanguínea, estimula o desenvolvimento folicular, provocam e evolução e o
desenvolvimento do corpo amarelo.

A concentração das hormonas hipofisárias no sangue também varia ao


longo do ciclo éstrico e são essas variações que determinam as diferentes
fases do ciclo ovárico.

Por sua vez a hipófise é controlada por hormonas produzidas no


hipotálamo.

A produção de hormonas pelo complexo hipotálamo – hipófise não é


autónoma. É regulada pela concentração de estrogénio e de progesterona
no sangue. Este processo é conhecido por retroação, segundo esquema.

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As baixas concentrações de hormonas ováricas, no fim do ciclo e durante a


fase menstrual, estimulam o hipotálamo. Este, por sua vez, estimula a
hipófise a libertar hormonas, que actuam sobre o ovário, desencadeando o
desenvolvimento folicular, a ovulação e a evolução do corpo amarelo.
Consequentemente, a produção pelos ovários de estrogénio e progesterona
que actuam sobre o útero, são responsáveis pela fase de reparação.

Quando a concentração de hormonas ováricas atingem determinados níveis


no sangue, inibem o complexo hpotálamo – hipófise e assim a
concentração de hormonas hipofisárias no sangue diminui. O corpo
amarelo, não sendo estimulado, regride e deixa de produzir as hormonas
ováricas. O útero ressente-se e começa novamente a fase menstrual,
repetindo-se tudo de novo.

Em suma, podemos concluir que há uma correlação hormonal complexa


entre diferentes órgãos, que, longe de ser autónomos, se controlam
mutuamente contribuindo para a coordenação global do organismo.

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Sumário

A produção de testosterona nos testículos é controlada por hormonas


hipofisárias que regulam a actividade das gónadas. Por sua vez a
testosterona controla o complexo hipotaáamo – hipófise de um modo
idêntico ao que acontece na mulher, isto é, por um processo de retroação.

As baixas concentrações de hormonas ováricas, no fim do ciclo e durante a


fase menstrual, estimulam o hipotálamo. Este, por sua vez, estimula a
hipófise a libertar hormonas, que actuam sobre o ovário, desencadeando o
desenvolvimento folicular, a ovulação e a evolução do corpo amarelo.
Consequentemente, a produção pelos ovários de estrogénio e progesterona
que actuam sobre o útero, são responsáveis pela fase de reparação.

Quando a concentração de hormonas ováricas atingem determinados níveis


no sangue, inibem o complexo hpotálamo – hipófise e assim a
concentração de hormonas hipofisárias no sangue diminui. O corpo
amarelo, não sendo estimulado, regride e deixa de produzir as hormonas

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UCM-Centro de Ensino à Distância Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia – B0034

ováricas. O útero ressente-se e começa novamente a fase menstrual,


repetindo-se tudo de novo.

Em suma, podemos concluir que há uma correlação hormonal complexa


entre diferentes órgãos, que, longe de ser autónomos, se controlam
mutuamente contribuindo para a coordenação global do organismo.

1. Apresente o conceito de

 Gonadoestimulinas

 Testosterona
Exercícios  Estrogénio

2. No aparelho genital masculino é constituído


por dois testículos, glândulas anexas, canais
de condução do esperma e pénis. Identifique
as glândulas anexas no aparelho genital
masculino.

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Unidades 7. Caracteristicas evolutivas do tegumento comum e seus


anexos

Tema: Caracteristicas evolutivas do tegumento comum e seus anexos

Introdução
Prezado estudante, seja bem vindo ao estudo das características evolutivas
do tegumento comum e seus anexos.
Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre estudo do tema
da unidade.
Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Conhecer a morfologia e fisiologia do tegumento;

 Conhecer a evolução do tegumento nos vertebrados;

 Caracterizar o tegumento comum e seus anexos;


Objectivos
 Identificar os tipos de tegumentos.

Caracteristicas evolutivas do tegumento comum e seus anexos


Morfologia e fisiologia
Tegumento

Nos vertebrados, o tegumento compõe-se de epiderme e derme, com


muitas glândulas mucosas nas espécies aquáticas. Apresenta escamas de
proteção na maioria dos peixes; e cornificação externa nas espécies
terrestres, com escamas nos répteis, penas e garras nas aves e pêlos e
garras nos mamíferos.

Esqueleto. O sistema esquelético divide-se em exosqueleto e endosqueleto,


que dão suporte e proteção ao organismo. Quando presente, o exosqueleto
é basicamente protetor, mas também atua no suporte dos dentes na região
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UCM-Centro de Ensino à Distância Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia – B0034

da boca. O endosqueleto é articulado, cartilaginoso no embrião e em


alguns vertebrados inferiores, porém ósseo nos superiores. O crânio
encerra o encéfalo e apresenta cavidades pares onde se alojam os órgãos do
olfato, da visão, da audição e do paladar. A coluna vertebral estende-se da
base do crânio, com o qual se articula por meio dos côndilos, à
extremidade caudal.

As vértebras, com seu largo orifício, formam, quando enfileiradas, um


canal por onde passa a medula espinhal. A coluna articula-se, formando
cinturas (escapular ou peitoral e pélvica), os membros anteriores e
posteriores, na maioria dos casos dois pares adaptados à locomoção
(nadadeiras nos peixes, pernas nos tetrápodes terrestres). Músculos unem
os ossos e movem as partes do esqueleto, e respondem ainda pela
locomoção.

Aparelho digestivo. O tubo digestivo é ventral em relação à coluna


vertebral. Na boca encontra-se a língua, onde se situam os órgãos
receptores do gosto e, em muitas espécies, dentes. O ânus, situado no fim
do tronco, constitui em algumas espécies saída exclusiva do tubo digestivo
e, em outras, saída da cloaca, reservatório comum que recebe os produtos
da excreção digestiva e urinária, assim como do aparelho reprodutor. Duas
grandes glândulas destacam-se no aparelho digestivo: o fígado e o
pâncreas, que lançam seus produtos no intestino por meio de canais. O
intestino é longo e, em muitas espécies, dá numerosas voltas.

Aparelho circulatório. A circulação é assegurada pelo coração, que impele


o sangue por um sistema fechado de vasos. O coração, localizado
ventralmente em relação ao tubo digestivo, contém duas, três ou quatro
cavidades. Impele o sangue, composto de glóbulos suspensos em plasma
líquido, a todas as partes do corpo. O sistema de vasos compreende artérias
e veias, que terminam e começam, respectivamente, em redes capilares
cujos extremos ficam contíguos, o que assegura a chegada do sangue a

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UCM-Centro de Ensino à Distância Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia – B0034

todas as áreas do corpo e, ao mesmo tempo, a captação desse sangue, para


retorno.

Liga-se ao aparelho circulatório um sistema de vasos linfáticos, que tem


importante papel na defesa do organismo. Arcos aórticos pares transportam
sangue do coração às brânquias, nos vertebrados inferiores, ao passo que,
nos superiores, se diferencia crescente separação do sangue respiratório
(pulmonar) e sistêmico.

Aparelho respiratório. Nas formas inferiores, a respiração faz-se por meio


de brânquias pares. Nas superiores, mediante pulmões que se desenvolvem
no embrião a partir de evaginações do tubo digestivo. Os pulmões são uma
imensa superfície constituída de alvéolos, em que termina a árvore
respiratória, sistema de tubos (traquéia, brônquios, bronquíolos) que
captam o ar exterior e levam para fora do corpo o dióxido de carbono e
vapor de água. Através da parede dos alvéolos se dá a oxigenação do
sangue e a eliminação do gás carbônico residual das combustões internas.

Em certos grupos, existe, entre as cavidades em que se encontram os


pulmões e a parte posterior do corpo, um músculo, o diafragma, que assim
separa, no tronco, o tórax e o abdome. O tórax encerra o coração e os
pulmões, enquanto o abdome guarda a maior parte do aparelho digestivo,
assim como os aparelhos excretor e reprodutor.

Excreção. O aparelho excretor dos vertebrados compõe-se de um delicado


sistema de filtros seletivos, os néfrons, cuja reunião forma um par de rins,
que descarregam a urina por meio de dois tubos, os ureteres. Estes
desembocam na cloaca ou em órgão ou orifício próximo do ânus. Nas
formas inferiores, os rins são segmentados e drenam excreções tanto do
celoma quanto do sangue, mas nas formas superiores são inteiriços e
drenam apenas resíduos do sangue. Em certas formas, encontra-se uma
bexiga, que acumula urina antes de expeli-la para o meio externo.

88
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Sistema nervoso. Consta o sistema nervoso de uma parte periférica, os


nervos, e outra central, formada pelo encéfalo e pela medula. O encéfalo
diferencia-se morfológica e estruturalmente em regiões. Os hemisférios
cerebrais e o cerebelo aumentam especialmente nas formas superiores. Há
12 pares de nervos cranianos que servem tanto a funções motoras quanto
sensitivas. Alguns deles captam estímulos externos, por meio dos órgãos
dos sentidos. Da medula, que corre dentro do canal vertebral, partem pares
de nervos espinhais, correspondentes a cada somito primitivo do corpo.

Liga-se ao sistema nervoso central o sistema nervoso autônomo, que regula


as funções da vida vegetativa, isto é, os actos involuntários dos órgãos
internos. Um complexo sistema de glândulas endócrinas ou de secreção
interna assegura, por meio de hormônios, o equilíbrio de todas as funções
do corpo e participa, com o sistema nervoso, da função integrativa.

Reprodução. Nos vertebrados, a reprodução é sexual, com sexos separados.


Cada indivíduo tem um par de glândulas sexuais, ou gônadas, que por
meio de canais descarregam as células reprodutoras. Esses canais abrem-se
perto do ânus, ou dentro da cloaca. A fecundação é externa nas formas
inferiores e interna nas mais diferenciadas. Domina a oviparidade, mas a
viviparidade é própria da classe mais diferenciada, os mamíferos.

Evolução

Os vertebrados surgiram no período siluriano, entre 438 e 408 milhões de


anos atrás. Acredita-se que seu ancestral comum, procurado há mais de
cem anos, era um animal pequeno, de corpo mole, características que
tornam improvável encontrar uma forma fossilizada em condições
reconhecíveis.

Embora se possam inferir quais eram os caracteres dos seres que deram
origem aos vertebrados atuais, ainda se discutem os pormenores sobre as
formas que originaram cada uma das classes e como o fizeram. De um
modo geral, pode-se dizer que, salvo os peixes cartilaginosos, todas as
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UCM-Centro de Ensino à Distância Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia – B0034

classes têm origem monofilética (provém de um único antepassado). Os


ágnatos teriam derivado, com os ostracodermos fósseis, de um antepassado
ostracodermo comum. Os placodermos surgiram há 408 milhões de anos,
quando se tornaram os mais comuns dos peixes, de um antepassado
comum mal identificado. Também mal identificado é o antepassado
comum de todos os peixes ósseos, que deve ter vivido no período siluriano.

Os anfíbios parecem derivar de antepassados dos peixes da subclasse dos


crossopterígios, peixes ósseos quase extintos, cujos únicos representantes
vivos são as celacantos. Os répteis dificilmente derivariam de mais de um
ancestral, pois não seria fácil explicar que, por acaso, se desenvolvesse
com êxito, mais de uma vez, a passagem do tipo anfíbio ao réptil. Seu
antepassado terá sido um anfíbio fóssil do grupo dos labirintodontes, mas a
separação do tronco primitivo nos vários tipos de répteis parece haver
ocorrido muito precocemente.

As aves surgiram de antepassado réptil comum, do grupo dos


arqueossáurios: o Archaeopterix, forma que viveu há 130 milhões de anos
e é perfeito intermediário entre os primitivos sáurios e as aves perfeitas. Os
mamíferos, divergindo das aves, derivaram dos cinodontes (répteis
terapsídeos). Os peixes cartilaginosos teriam tido, porém, origem difilética:
compreendem dois tipos muito diversos -- de um lado, raias e tubarões, e,
de outro, o peixe-rato ou quimera -- que proviriam de dois troncos
distintos.

Factores evolutivos. O fator que orientou decisivamente a evolução dos


vertebrados foi, para alguns, a água doce. Os vertebrados teriam
provavelmente invadido os rios como formas segmentadas e caudadas,
descendentes de ascídias (cordados mais simples, do subfilo dos
urocordados). Bem desenvolvidas ao nascer, essas larvas e os adultos
correspondentes alimentavam-se dos produtos trazidos pela água que
atravessava os filtros faringeanos, à semelhança de seus antepassados
marinhos.
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A passagem do ambiente marinho para o de água doce deve ter provocado


modificações evolutivas consideráveis no sistema de controle do
metabolismo mineral, que se refletiram no depósito de cálcio, formando
ossos de substituição no esqueleto, axial e apendicular, onde a cartilagem
era, primitivamente, material de reforço em torno da notocorda.

Os mais antigos vertebrados ainda têm, como seus antepassados, sistema


de filtros faringeanos. Larvas e adultos dos ágnatos não têm maxilares, e
nas larvas os cílios da faringe sugam a água carregada de partículas
alimentares através de uma boca redonda e aberta, padrão que permanece
na lampreia adulta. Um grande hiato separa, pois, os ágnatos dos demais
vertebrados, cujo órgão coletor de alimento deixa de ser a faringe e passa a
ser a boca, que se equipa com maxilares e dentes.

Essa alteração deixou as fendas branquiais apenas como órgãos


respiratórios e seu número diminuiu paralelamente ao desenvolvimento
dos maxilares. Esses aperfeiçoamentos completaram-se com várias outras
adaptações, relativas ao desenvolvimento do aparelho circulatório, do
sistema nervoso e, especialmente, dos pulmões, que asseguram a existência
terrestre.

Do que se sabe com segurança a respeito dos ancestrais dos vertebrados,


pode-se dizer que eram aquáticos, móveis, muito ativos, simetricamente
bilaterais e nadadores, de corpo semelhante ao dos peixes. Tinham
esqueleto interno e flexível, do qual se distinguia a notocorda. Havia
suportes internos das nadadeiras e placas ósseas na pele, assim como
suporte firme e ósseo em torno do encéfalo e órgãos dos sentidos (crânio).
Poderosos músculos, especialmente os que, em forma de V, situavam-se
nos lados do corpo do animal, garantiam a locomoção.

A boca era uma abertura simples, sem maxilares, como convinha a seres
que provavelmente se alimentavam de microrganismos e matéria orgânica
no lodo e nas areias. Na faringe, havia pares laterais de aberturas, as fendas

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UCM-Centro de Ensino à Distância Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia – B0034

branquiais, por onde passava a água que banhava as brânquias. O aparelho


digestivo era tubo relativamente simples, com pouca diferenciação
regional, mas o fígado era bem desenvolvido. Havia rins, a reprodução
sexual fazia-se com sexos diferentes e mediante a postura de ovos pelas
fêmeas. A fecundação era externa, o aparelho circulatório era fechado, com
capilares. O sangue, com glóbulos dotados de pigmentos (hemoglobina),
era impulsionado pelo coração, que consistia numa série simples de
câmaras.

O sistema nervoso era mais desenvolvido do que em qualquer outro


animal. Suas características mais relevantes eram a medula espinhal (oca e
dorsal em relação ao notocórdio) e sua expansão na região frontal,
formando o encéfalo. Os órgãos dos sentidos eram bem desenvolvidos e
abrangiam órgãos situados lateralmente em linha, olhos e ouvidos. Estes
eram sobretudo órgãos de equilíbrio e consistiam apenas em um canal
semicircular nas formas mais primitivas, e depois apenas dois canais
semicirculares, em vez dos três de quase todos os vertebrados atuais.

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Sumário

Nos vertebrados, o tegumento compõe-se de epiderme e derme, com


muitas glândulas mucosas nas espécies aquáticas. Apresenta escamas de
proteção na maioria dos peixes; e cornificação externa nas espécies
terrestres, com escamas nos répteis, penas e garras nas aves e pêlos e
garras nos mamíferos.

Os vertebrados surgiram no período siluriano, entre 438 e 408 milhões de


anos atrás. Acredita-se que seu ancestral comum, procurado há mais de
cem anos, era um animal pequeno, de corpo mole, características que
tornam improvável encontrar uma forma fossilizada em condições
reconhecíveis.

1. O que é tegumento nos vertebrados?

2. Diferencie os tegumentos das espécies


Exercícios terrestres de aquáticas?

3. Faz uma resenha sobre a evolução de


tegumento dos vertebrados.

4. As nadadeiras dos peixes podem-se considerar


como tegumentos?

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Unidade – 08. Organização dos Peixes

Tema: Organização dos Peixes

Introdução

Prezado estudante, seja bem vindo ao estudo da organização dos peixes.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre o estudo do tema
da unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Identificar os grupos dos peixes;

 Descrever a anatomia dos peixes;

 Identificar os tipos de nadadeira de um peixe;


Objectivos
 Identificar os tipos de escamas.

Organização dos Peixes

Os peixes são organismos pertencentes ao filo Chordata (animais com


corda dorsal – notocorda) e subfilo Vertebrata (animais com crânio
cartilagíneo ou ósseo; com vértebras ou arcos vertebrais).

Existem duas classes distintas de peixes: Osteichthyes ou peixes ósseos


(sargos e robalos) e Chondrichthyes ou peixes cartilagíneos (tubarões, raias
e quimeras).

Os peixes cartilagíneos, vulgarmente referidos pelos pescadores como


“peixes-couro”, têm uma pele com escamas placóides e cinco a sete pares
de brânquias em câmaras separadas.

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Os peixes ósseos têm uma pele com escamas ganóides, ciclóides ou


ctenóides e quatro pares de brânquias numa cavidade comum.

Anatomia externa de um peixe ósseo

Anatomia externa de um peixe cartilagíneo

A anatomia de um peixe não é uma necessidade para um aquarista mais


claro que quanto mais você saiba a respeito de um animal que vocÊ deseja
criar melhor este animal será criado e com certeza mais bonito ele ficará.

Esta outra ilustração e para aqueles que não conhecem as nadadeiras de um


peixe como eu não conhecia.

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Anatomia dos peixes

Anatomia interna

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A - Nadadeira dorsal; B - Raios da nadadeira; C - Linha Lateral; D - Rim;


E - Bexiga; F - Aparelho de Weber; G - Ouvido interno; H - Cérebro; I -
Narinas; L - Olhos; M - Guelra N - Coração; O - Estômago; P - Vesícula
Biliar; Q - Baço; R - Órgãos sexuais internos; S - Nadadeira ventral; T -
Coluna; U - Nadadeira anal; V - Nadadeira caudal.

 Esqueleto
 Coração
 Aparelho digestivo

Bexiga natatória

A bexiga natatória é um órgão que auxilia o peixe a manter-se a


determinada profundidade através do controle da sua densidade
relativamente à da água. É um saco de paredes flexíveis, derivado do
intestino que pode expandir-se ou contrair de acordo com a pressão; tem
muito poucos vasos sanguíneos, mas as paredes estão forradas com cristais
de guanina, que a fazem impermeáveis aos gases.

A bexiga natatória possui uma glândula que permite a introdução de gases,


principalmente oxigénio, na bexiga, para aumentar o seu volume. Noutra
região da bexiga, esta encontra-se em contacto com o sangue através
doutra estrutura conhecida por "janela oval", através da qual o oxigénio
pode voltar para a corrente sanguínea, baixando assim a pressão dentro da
bexiga natatória e diminuindo o seu tamanho.

Nem todos os peixes possuem este órgão: os tubarões controlam a sua


posição na água apenas com a locomoção e com o controle de densidade
de seus corpos, através da quantidade de óleo em seu fígado; outros peixes
têm reservas de tecido adiposo para essa finalidade.

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A presença de bexiga natatória traz uma desvantagem para o seu portador:


ela proíbe a subida rápida do animal dentro da coluna de água, sob o risco
daquele órgão rebentar.

A denominação bexiga natatória foi substituída por vesícula gasosa.

Anatomia externa

Para além de mostrar diferentes adaptações evolutivas dos peixes ao meio


aquático, as características externas destes animais (e algumas internas, tais
como o número de vértebras) são muito importantes para a sua
classificação sistemática

Forma do corpo

A forma do corpo dos peixes "típicos" – basicamente fusiforme – é uma


das suas melhores adaptações à locomoção dentro de água. A maioria dos
peixes pelágicos (ver acima), principalmente os que formam cardumes
activos, como os atuns, apresentam esta forma "típica".

No entanto, há bastantes variações a esta forma típica, principalmente entre


os demersais e nos peixes abissais (que vivem nas regiões mais profundas
dos oceanos). Nestes últimos, o corpo pode ser globoso e apresentar
excrescências que servem para atrair as suas presas.

A variação mais dramática do corpo dos peixes encontra-se nos


Pleuronectiformes, ordem a que pertencem os linguados e as solhas. Nestes
animais, adaptados a viverem escondidos em fundos de areia, o corpo sofre
metamorfoses durante o seu desenvolvimento larvar, de forma que os dois
olhos ficam do mesmo lado do corpo – direito ou esquerdo, de acordo com
a família.

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Muitos outros peixes demersais têm o corpo achatado dorsiventralmente


para melhor se confundirem com o fundo. Alguns, como os góbios, que
são peixes muito pequenos que vivem em estuários, têm inclusivamente as
nadadeiras ventrais transformadas num botão adesivo, para evitarem ser
arrastados pelas correntes de maré.

Os Anguilliformes (enguias, congros e moreias) têm o corpo


"anguiliforme", ou seja em forma de serpente, assim como algumas outras
ordens de peixes.

Nadadeiras

As diversas estruturas da nadadeira

As barbatanas ou nadadeiras são os órgãos de locomoção dos peixes. São


extensões da derme (a camada profunda da pele) suportadas por
lepidotríquias, que são escamas modificadas e funcionam como os raios
das rodas de bicicleta. Por essa razão, chamam-se raios os que são
flexíveis, muitas vezes segmentados e ramificados, ou espinhos, quando
são rígidos e podem ser ocos e possuir um canal para a emissão de veneno.

Os números de espinhos e raios nas nadadeiras dos peixes são importantes


caracteres para a sua classificação, havendo mesmo chaves dicotómicas
para a sua identificação em que este é um dos principais factores.

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Tipicamente, os peixes apresentam os seguintes tipos de nadadeiras:

 uma nadadeira dorsal


 uma nadadeira anal
 uma nadadeira caudal
 um par de nadadeiras ventrais (ou nadadeiras pélvicas) e
 um par de nadadeiras peitorais.

Apenas as nadadeiras pares têm relação evolutiva com os membros dos


restantes vertebrados.

Algumas ou todas estas nadadeiras podem faltar ou estar unidas - já foi


referida a transformação das nadadeiras peitorais dos góbios num disco
adesivo – mas as uniões mais comuns são entre as nadadeiras ímpares,
como a dorsal com a caudal e anal com caudal (caso de algumas espécies
de linguados).

As nadadeiras têm formas e cores típicas em alguns grupos de peixes.

Para além da coloração do corpo, a forma e cor das nadadeiras são


decisivas para os aquaristas, de tal forma que chegam a ser produzidas
variedades de espécies com nadadeiras espectaculares, como o famoso
cauda-de-véu, uma variedade do peixinho-dourado (Carassius auratus).

Alguns grupos de peixes, para além da nadadeira dorsal com espinhos e


raios (que podem estar separadas), possuem uma nadadeira adiposa,
normalmente perto da caudal. É o caso dos salmões e dos peixes da família
do bacalhau (Gadídeos).

Escamas ou placas

A pele dos peixes é fundamentalmente semelhante à dos outros


vertebrados, mas possui algumas características específicas dos animais
aquáticos. O corpo dos peixes está normalmente coberto de muco que, por
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um lado diminui a resistência da água ao movimento e, por outro, os


protege dos inimigos. Embora haja muitos grupos de peixes com pele nua,
como as enguias, a maior parte dos peixes tem-na coberta de escamas que,
ao contrário dos répteis, têm origem na própria derme.

Os peixes apresentam quatro tipos básicos de escamas:

 ciclóides, as mais comuns, normalmente finas, sub-circulares e com


a margem lisa ou finamente serrilhada;
 ctenóides, também sub-circulares, mas normalmente rugosas e com
a margem serrilhada ou mesmo espinhosa;
 ganóides , de forma sub-romboidal e que podem ser bastante
grossas como as dos esturjões; e salmões.
 placóides, normalmente duras com um ou mais espinhos, de
formas variadas.

Alguns grupos de peixes têm o corpo coberto de placas ou mesmo uma


armadura rígida, como o peixe-cofre e os cavalos-marinhos. Esta armadura
pode estar ornamentada com cristas e espinhos e apresenta fendas por onde
saem as nadadeiras.

Linha lateral

Um órgão sensorial específico dos peixes é a linha lateral, normalmente


formada por uma fiada longitudinal de escamas perfuradas através das
quais corre um canal que tem ligação com o sistema nervoso;
aparentemente, este órgão tem funções relacionadas com a orientação, uma
espécie de sentido do olfacto através do qual os peixes reconhecem as
características das massas de água (temperatura, salinidade e outras).

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Sistema nervoso e órgãos dos sentidos

Peixes têm sistemas nervosos complexos e seu cérebro é dividido em


diferentes partes. O mais anterior, ou frontal, contém as glândulas
olfativas. Diferente da maioria dos vertebrados, o cérebro do peixe
primeiro processa o senso do olfato antes de todas as ações voluntárias.

Os lobos óticos processam informações dos olhos. O cerebelo coordena os


movimentos do corpo enquanto a medula controla as funções dos órgãos
internos.

Aproximadamente todos os peixes diurnos possuem olhos bem


desenvolvidos com visão colorida. Muitos peixes possuem também células
especializadas conhecidas como quimioreceptores, que são responsáveis
pelos sentidos de gosto e cheiro.

A maioria dos peixes têm receptores sensitivos que formam o sistema


linear lateral, que permite aos peixes detectar correntes e vibrações, bem
como o movimento de outros peixes e presas por perto (ver acima).

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Sumário

Os peixes são organismos pertencentes ao filo Chordata (animais com


corda dorsal – notocorda) e subfilo Vertebrata (animais com crânio
cartilagíneo ou ósseo; com vértebras ou arcos vertebrais).

Existem duas classes distintas de peixes: Osteichthyes ou peixes ósseos


(sargos e robalos) e Chondrichthyes ou peixes cartilagíneos (tubarões, raias
e quimeras).

Os peixes cartilagíneos, vulgarmente referidos pelos pescadores como


“peixes-couro”, têm uma pele com escamas placóides e cinco a sete pares
de brânquias em câmaras separadas.

Os peixes ósseos têm uma pele com escamas ganóides, ciclóides ou


ctenóides e quatro pares de brânquias numa cavidade comum.

1. Qual é a relação entre placas e mucos nos


peixes?
2. Qual é a desvantagem da bexiga natatória para
Exercícios o peixe que possue esse órgão?
3. Dê exemplos de nomes segundo ao tipo de
escamas:

 Ciclóides;

 Placóides

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Unidade – 09. Morfologia dos Peixes

Tema: Morfologia dos Peixes

Introdução

Prezado estudante, seja bem vindo ao estudo da morfologia dos peixes.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre estudo do tema
da unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Caracterizar o grupo dos condríctios e osteíctios;

 Identificar o sistema respiratório do grupo condríctios e


osteíctios;

Objectivos  Descrever o processo de digestão do grupo dos


condríctios e osteíctios.

Morfologia dos Peixe

Os Condríctios

A característica que define o grupo dos condríctios é a natureza do


esqueleto, sem ossos e, portanto, totalmente cartilaginoso. Nesses animais,
mesmo os adultos possue notocorda; esta, porém, é envolvida por
vértebras. Sua epiderme tem várias camadas de células (pluriestratificada)
e possue escamas chamadas placóides. Essas escamas são pequenas e têm
a forma de dentes diminutos; são elas que dão aspereza à pele do tubarão.
Embriologicamente, essas formações são muito semelhantes aos dentes de
vertebrados, já que são dermepidémicas.

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Fig. Prega espiral.

As fendas branquiais dos peixes cartilaginosos são visíveis externamente,


pois não possue a proteção de um opérculo. A boca fica em posição
ventral, diferentemente do que acontece com os peixes ósseos, que têm
boca frontal. Há várias fileiras de dentes pontiagudos, iguais entre si. No
intestino, existe uma prega espiral que aumenta muito a superfície de
absorção de alimento.

A leveza do esqueleto cartilaginoso, aliada ao fato de haver grandes


quantidades de óleo no fígado desses peixes, faz com que eles tenham uma
densidade apenas um pouco superior à da água; por isso, a tendência do
tubarão, quando parado, é afundar. Para manter-se estabilizado numa
determinada profundidade, ele deve continuar batendo as nadadeiras,
porém não precisa despender muita energia.

Os órgãos dos sentidos são bem desenvolvidos nos condríctios. Além dos
olhos, de um sistema olfativo e de ouvido interno, há uma linha lateral,
órgão sensorial típico dos peixes, que se estende longitudinalmente, dos
dois lados do corpo. Ciclóstomos e Osteíctios também apresentam linha
lateral, que será descrita nos peixes ósseos.

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Os Osteíctios

Muitos dos sistemas existentes nos ciclóstomos e nos peixes cartilaginosos,


e que não foram descritos, são semelhantes aos encontrados nos peixes
ósseos. Por esse motivo, vamos descrever alguns sistemas de maneira um
pouco mais permenorizada.

Pele

A exemplo das lampreias e dos tubarões, a epiderme é pluriestratificada.


Existem escamas de origem dérmica, diferentes na origem e na estrutura de
placóides, típicas dos tubarões. Veja na figura abaixo os dois tipos de
escamas características dos osteíctios: ciclóides e citnóides. Podem ser
encontrados na camada dérmica cromatóforos, estruturas pigmentadas
relacionadas à mudança de cor.

Fig.Escamas ciclóide e ctenóide

Esqueleto

A novidade nos peixes ósseos é o aprecimento de estruturas ósseas no


esqueleto. É essa característica, aliás, que dá o nome ao grupo. O osso
consiste numa matriz de fibras orgânicas de colágeno, muito resistentes,
entre as quais aparecem cristais de fosfato de cálcio. Além da vantagem
conferida pela sua dureza, o osso é assim um reservatório dinâmico de
cálcio: ele fornece esse elemento ao sangue se houver necessidade, e o
retira e armazena quando em excesso. Por causa da sus rígidez, o osso

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serve como invólucro protetor, como no caso do crânio, ou ainda como


estrutura de sustentação e local de ligação para os músculos. Não se deve
pensar, no entanto, que a cartilagem desaparece nos peixes ósseos. Na
realidade, em todos os grupos, dos peixes ósseos em diante, o esqueleto
contém tantos elementos ósseos como cartilaginosos.

Nos osteíctios, vértebras envolve a notocorda, que permanece no adulto.

Respiração

Nos peixes ósseos, a respiração é branquial. Há quatro pares de brânquias,


protegidas por uma espécie de placa protetora, o opérculo. Cada brânquia
tem um arco ósseo cartilaginoso de sustentação (arco branquial). Nesse
arco há um grande número de delgadas lâminas branquiais paralelas
constituídas por epitélio fino e muito vascularizadas. Elas recebem a água
que penetra pela boca e passa para a faringe impelida por contrações
musculares. Circulando entre as lâminas, a água volta para o exterior,
saindo por fendas externas ou passando pela abertura deixada pelo
opérculo.

Nos peixes pulmonados (dipnóicos), há uma esrtutura interna em forma de


saco, a bexiga-natatória, que está ligada ao esófago por um tubo e é muito
vascularizada. Ela relaciona à respiração dos dipnóicos em meio aério, já
que funcionam como pulmões. Quando baixa muito o nível dos rios, esses
peixes se enterram no lodo e passam a retirar o oxigénio diretamente do ar
atmosférico: é muito provável que a bexiga natatória e os pulmões dos
vertebrados terrestres tenham tido a mesma origem evolutiva.

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Equilibrio hidrostático

A bexiga natatória não existe somente nos dipnóicos: está presente em


todos os peixes ósseos. Na maiora deles, seu papel não é respiratório; ela
funciona como órgão hidrostático, que prmite ao animal ficar
“estabilizado” em qualquer profundidade, sem prescisar nadar e gastar
energia. A estrutura fica cheia de gases secretados por uma própria parede,
principalmente oxigénio e nitrogénio retirado do sangue. Variando a
quantidade de gases na bexiga, o animal modifica seu volume corporal e,
portanto, sua densidade, podendo assim manter-se “parado” em qualquer
profundidade.

Em algumas espécies, o tubo que liga o órgão ao tubo digestivo


(pneumoduto) é atrofiado; diz-se então que o peixe é fisóclisto. Quando o
pneumoduto permanece, o animal é dito fisóstomo. Está claro que os
peixes fisóstomos regulam mais rapidamente o conteúdo de gases da
bexiga, já que podem expeli-los rapidamente pela boca.

Digestão

A boca dos osteíctios, diferentemente dos peixes cartilaginosos, é frontal.


A língua é reduzida, imóvel, córnea, e os dentes são iguais entre si. No
estômago, bem desenvolvido, existem secos pilóricos, secretores de
enzimas digestivas.

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Fig.Peixes dissecado

Fig. Cecos pilórios em estômago de peixe.

Órgãos dos sentidos

Os olhos são grandes e adaptados à visão próxima. Há ouvido interno e o


olfato é bem desenvilvido. Veja a figura seguinte. As cavidades nasais são
recurvadas e os dois poros de cada uma abrem-se apenas para o exterior,
permitindo a livre circulação da água. Tubarões e piranhas percebem
mínimos traços de sangue na água, enquanto os salmões, ao migrarem rio a
cima para a desova, voltam com precisão para os locais onde nasceram,
orientados pelos “odores” dessas regiões, que foram “memorizados”.

Boa característica do grupo é a já citada, linha lateral. Ela se estende ao


longo dos dois lados do corpo. Cada uma é formada por uma série de poros
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interligados por um canal interno longitudiunal (sob a epiderme), paralelo


à supérfície corporal. A água do meio penetra pelos poros e circula pelo
canal; sua pressão pode estimular diretamente grupos de células sensoriais,
os neuromastos, que se dispõem em espaços próprios na parede do canal.
De cada neuromasto sai um ramo nervoso sensitivo, que se liga a um nervo
longitudinal, sob o canal.

A linha lateral é sem dúvida um eficiente fonorreceptor, que permite uma


análise das distâncias dos centros emissores de sons. Isto porque as
vibrações, ao se propagarem na água, estimulam com intensidades
diferentes os neuromastos dispostos em sequência longuitudinal no corpo
do peixe. Ela é também um ógão capaz de detectar a direção e a velocidade
das correntes de água. Permite ainda ao peixe a localização de objetos
fixos ou móveis no meio líquido.

Fig. Narinas de peixe ósseo.

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Fig.Linha lateral de peixe osseo

a) Corte perpendicular à pele.

Fig. Dimorfismo sexual em Gambusia

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Reprodução

Os sexos são separados, sendo frequente o dimorfismo sexual. A


fecundação é geralmente externa. Alguns têm fecundação interna e a
nadadeira anal têm função copuladora. São na maioria ovíparos. Alguns
são vivíparos. Os ovos são ricos em vitelo. O único anexo embrionário é o
saco ou vesícula vitelina.

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Sumário

A característica que define o grupo dos condríctios é a natureza do


esqueleto, sem ossos e, portanto, totalmente cartilaginoso. Nesses animais,
mesmo os adultos possuem notocorda; esta, porém, é envolvida por
vértebras. Sua epiderme tem várias camadas de células (pluriestratificada)
e possue escamas chamadas placóides. Essas escamas são pequenas e têm
a forma de dentes diminutos; são elas que dão aspereza à pele do tubarão.

Nos peixes ósseos, a respiração é branquial. Há quatro pares de brânquias,


protegidas por uma espécie de placa protetora, o opérculo. Cada brânquia
tem um arco ósseo cartilaginoso de sustentação (arco branquial).

A boca dos osteíctios, diferentemente dos peixes cartilaginosos, é frontal.


A língua é reduzida, imóvel, córnea, e os dentes são iguais entre si. No
estômago, bem desenvolvido, existem secos pilóricos, secretores de
enzimas digestivas.

Os olhos são grandes e adaptados à visão próxima. Há ouvido interno e o


olfato é bem desenvolvido. Os sexos são separados, sendo frequente o
dimorfismo sexual. A fecundação é geralmente externa. Alguns têm
fecundação interna e a nadadeira anal têm função copuladora. São na
maioria ovíparos. Alguns são vivíparos. Os ovos são ricos em vitelo. O
único anexo embrionário é o saco ou vesícula vitelina.

1. Anatomicamente os olhos dos osteíctios são


grandes. Que explicação podes dar?
2. O que são “ secos pilóricos”?
Exercícios
3. Anatomicamente as escamas de tubarão são
pequenas e têm a forma de dentes diminutos.
A que se deve?

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Unidade – 10. Organização dos Anfíbios

Tema: Organização dos anfíbios

Introdução

Prezado estudante, seja bem vindo ao estudo sistema endócrino ou


hormonal como um grupo de tecidos cuja função é produzir e libertar para
a corrente sanguínea substancias químicas como hormonas.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre estudo do tema
da unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Conhecer a organização dos anfibios;

 Caracterizar os anfibios;

 Identificar os grupos dos anfibios;


Objectivos
 Descrever a anatomia dos anfibios;

 Descrever o comportamento reprodutivo.

Organização dos anfíbios

Os Anfíbios

Terrestres, mas nem tanto.

Os anfíbios, representados pelos sapos, salamandras e cobras-cegas, foram


os primeiros vertebrados a iniciar a conquista do meio terrestre. Muito
provavelmente se originaram de peixes aparentados aos dipnóicos atuais
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(peixes pulmonados). Vivem na água, no estágio larval, e na terra, quando


adultos. O termo anfíbio quer dizer, de fato, “de vida dupla”.

As caracteisticas que permitem a sobrevivência desses animais no


ambiente seco não são uma adaptação perfeita ao ambiente terrestre; por
esse motivo, eles são considerados um grupo de transição entre a vida
aquática e a vida na terra. Os anfíbios atuais, devido a uma série de
limitações, estão ainda “amarrados” à água, devendo normalmente viver
em suas proximidades.

São os primeiros vertebrados tetrápodos, isto é, que apresentam quatro


patas, aquisição fundamental para a locomoção na terra. Vale notar que no
meio aquático o corpo dos animais é “sustentado” pelo empuxo da água.
Essa “facilidade” não ocorre no ambiente seco. As patas de um animal
terrestre devem ter a capacidade de sustentar seu corpo e permitir a sua
locomoção. Por isso, o esqueleto e a musculatura dos tetrápodos se tornam
forçosamente mais complexos do que os dos peixes.

No estágio larval, os anfibios respiram por brânquias; os adultos têm


respiração pulmonar e cutânea. Os pulmões desses grupos são estruturas
consideradas pouco eficientes, já que possuem uma superfície interna
limitada, com alvéolos simples. Alêm disso, o mecanismo de
bombeamento de ar no seu interior é precário, já que consta basicamente
de movimentos de “engolir” da musculatura bucal (movimentos gulares).
Assim sendo, a pele dos anfíbios, permeável, úmida, sem escamas e bam
irrigada por vasos sanguíneos, assume uma importância especial nas trocas
de gases. Calcula-se que a maior parte do oxigénio “tomado” pelos
anfíbios seja absorvido pela pele.

Por outro lado, a presença de uma pele tão permeável traz problemas que
dificultam a sobrevivência no ambiente terrestre: a perda de grandes
quantidades de água por transpiração pode levar a desidratação. Isso

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explica a estreita dependência dos anfíbios em relação à água, e sua


preferência por ambientes úmidos

Um outro motivo escraviza os anfíbios à água: é o tipo de reprodução que


apresentam. Os ovos, sem casca, apenas com um involtório gelatinoso, só
se mantêm viáveis em meio aquático. Além disso, a fecundação nos
anfíbios é externa, como na maioria dos peixes. O macho despeja seu
líquido seminal sobre os ovos postos pela fêmea. Está cflaro que esse
mecanismo não pode ser bem-sucedido fora da água, já que tantos ovos
como espermatizóides se desidratariam com muita facilidade. As larvas, já
disseram, são aquáticas; a metamorfose gera adultos que podem viver na
terra.

Os três grupos de anfíbios

Conhecem-se cerca de 3 000 espécies de anfíbios, nenhuma dela marinha.


As mais conhecidas são os sapos, as rãs e as pererecas, que fazem parte do
grupo dos Anuras, ou seja,“sem cauda”. As salamandras e os tritões são
ditos Urodelos, apresentam cauda e, como os anuros, têm quatro
extremidades locomotoras. As cobras-cegas são anfíbios que não
apresentam patas e fazem parte do grupo dos Ápodes ou Gimnofionos.

Os ápodes, como a cobra-cega, vivem enterrados no solo. Os urodelos


(tritões e salamandras) possuem corpo alongado e cauda desenvolvida,
lembrando lagartos. Alguns são permanentemente aquáticos e respiram por
brânquias externas. Os anuros (sapos, rãs e pererecas) apresentam corpo
relativamente curto, sem cauda, com a musculatura das pernas bem
desenvolvidas, já são saltadores. Os sapos, injustamente, têm sido
considerados pelo povo animais perigosos, por causa do veneno e da urina,
além de “trazerem azar”. São, no entanto, inofensivos. As duas glândulas
de veneno (paratóides), situadas dos dois lados da cabeça, produzem uma
secreção que não pode ser expelida voluntariamente pelo animal; o veneno
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somente sai se as glândulas forem comprimidas. Essas glândulas


representamuma defesa contra os predadores, como as cobras. Ao
abocanhar um sapo, o atacantepressiona as glândulas; o veneno eliminado
ataca fortemente suas mucosas, provocando vómitos cuja consequência é
as vezes expulsão do sapo vivo.

Os sapos são muito usados em experiências de laboratório em pesquisas de


fisiologia muscular e de reprodução, nas quais se estuda a metamorfose, e
em embriologia. As rãs, de carne macia e saborosa, são bastante apreciadas
como alimentos. Os anfíbios em geral têm, além disso, importante papel
ecológico, já que se alimentam basicamente de insectos. Eles controlam a
proliferação de espécies nocivas às lavouras; também reduzem o número
de insectos transmissores de doenças para o homem.

Morfologia dos anfíbios

O esqueleto dos anfíbios apresenta uma cintura escapular, dianteira, e uma


cintura pélvica, posterior, na qual se inserem as extremidades locomotoras.
O crânio tem duas saliências, ou côndilos, que se articulam com a primeira
vértebra; dessa forma, os animais podem mexer a cabeça para cima e para
baixo, mas não para os lados.

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Fig. Esqueleto de sapo

A boca dos anfíbios não apresenta dentes, porém possuem língua


desenvolvida. O sistema digestivo consta de um estômago grande, fígado
com visícula biliar, pâncreas e intestino. O tubo digestivo termina numa
região chamada cloaca, onde também desembocam os canais
geniturinários.

A respiração, como já vimos, pode ser branquial, cutânea e pulmonar. O


coração dos anfíbios, como veremos mais tarde na parte de fisiologia, tem
três cavidades, duas aurículas e um ventrículo, no qual se misturam os
sangues venosos e arterial. As hemácias são nucleadas.

Os olhos são desenvolvidos, adaptados à visão de objetos em movimentos,


garantindo a captura de insetos em pleno vôo. Existem ouvidos médios e
internos. O tímpano fica ao nível da pele, logo atrás dos olhos. As fossas
nasais dispõem de epitélio olfativo.

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Fig. Cabeça de sapo

Reprodução

Os anfíbios são animais de sexos separados e de fecundação externa. A


desova consiste num longo cordão gelatinoso, podendo conter milhares de
óvulos.

As larvas dos anuros são chamadas girinos; possuem cauda, brânquias e


linha lateral, além de uma grande visícula armazenadora de alimentos,
chamada saco vitelino. Eles sofrem metamorfose. Na salamandra mexicana
do gênero Ambystoma (axolotle), a larva não completa a metamorfose e
mantém as brânquias externas para respiração

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Sumário

Os anfíbios, representados pelos sapos, salamandras e cobras-cegas, foram


os primeiros vertebrados a iniciar a conquista do meio terrestre. Muito
provavelmente se originaram de peixes aparentados aos dipnóicos atuais
(peixes pulmonados). Vivem na água, no estágio larval, e na terra, quando
adultos. O termo anfíbio quer dizer, de fato, “de vida dupla”.

São os primeiros vertebrados tetrápodos, isto é, que apresentam quatro


patas, aquisição fundamental para a locomoção na terra. Vale notar que no
meio aquático o corpo dos animais é “sustentado” pelo empuxo da água.
Essa “facilidade” não ocorre no ambiente seco. As patas de um animal
terrestre devem ter a capacidade de sustentar seu corpo e permitir a sua
locomoção. Por isso, o esqueleto e a musculatura dos tetrápodos se tornam
forçosamente mais complexos do que os dos peixes.

O esqueleto dos anfíbios apresenta uma cintura escapular, dianteira, e uma


cintura pélvica, posterior, na qual se inserem as extremidades locomotoras.
O crânio tem duas saliências, ou côndilos, que se articulam com a primeira
vértebra; dessa forma, os animais podem mexer a cabeça para cima e para
baixo, mas não para os lados.

Os anfíbios são animais de sexos separados e de fecundação externa. A


desova consiste num longo cordão gelatinoso, podendo conter milhares de
óvulos.

As larvas dos anuros são chamadas girinos; possue cauda, brânquias e


linha lateral, além de uma grande visícula armazenadora de alimentos,
chamada saco vitelino. Eles sofrem metamorfose. Na salamandra mexicana
do gênero Ambystoma (axolotle), a larva não completa a metamorfose e
mantém as brânquias externas para respiração

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1. Apresente um desenho de um sapo visto numa


posição frontal em corte e apresente as
estruturas anatomicas?
2. Em que posição do corpo do sapo pode-se
Exercícios localizar a cintura escapular de cintura
pélvica?

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Unidade – 11. Morfologia dos Anfíbios

Tema: Morfologia dos anfibios

Introdução

Prezado estudante, seja bem vindo ao estudo da morfologia dos anfíbios.o


esqueleto dos anfíbios apresenta uma cintura escapular, dianteira e uma
cintura pélvica, posterio na qual se inserem as extremidades locomotoras.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre estudo do tema
da unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Caracterizar os anfibios;

 Identificar o sistema respiratório nos anfibios;

 Descrever o processo de digestão nos anfíbios.


Objectivos
 Identificar o tipo de reprodução.

Morfologia dos anfíbios

O esqueleto dos anfíbios apresenta uma cintura escapular, dianteira, e uma


cintura pélvica, posterior, na qual se inserem as extremidades locomotoras.
O crânio tem duas saliências, ou côndilos, que se articulam com a primeira
vértebra; dessa forma, os animais podem mexer a cabeça para cima e para
baixo, mas não para os lados.

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Fig. Esqueleto de sapo

A boca dos anfíbios não apresenta dentes, porém possuem língua


desenvolvida. O sistema digestivo consta de um estômago grande, fígado
com visícula biliar, pâncreas e intestino. O tubo digestivo termina numa
região chamada cloaca, onde também desembocam os canais
geniturinários.

A respiração, como já vimos, pode ser branquial, cutânea e pulmonar. O


coração dos anfíbios, como veremos mais tarde na parte de fisiologia, tem
três cavidades, duas aurículas e um ventrículo, no qual se misturam os
sangues venosos e arterial. As hemácias são nucleadas.

Os olhos são desenvolvidos, adaptados à visão de objetos em movimentos,


garantindo a captura de insetos em pleno vôo. Existem ouvidos médios e
internos. O tímpano fica ao nível da pele, logo atrás dos olhos. As fossas
nasais dispõem de epitélio olfativo.

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Fig. Cabeça de sapo

Reprodução

Os anfíbios são animais de sexos separados e de fecundação externa. A


desova consiste num longo cordão gelatinoso, podendo conter milhares de
óvulos.

As larvas dos anuros são chamadas girinos; possuem cauda, brânquias e


linha lateral, além de uma grande visícula armazenadora de alimentos,
chamada saco vitelino. Eles sofrem metamorfose. Na salamandra mexicana
do gênero Ambystoma (axolotle), a larva não completa a metamorfose e
mantém as brânquias externas para respiração em meio aquático. Assim
mesmo, pode reproduzir-se sexuadamente. A capacidade de reprodução
num animal que mantém as características larvais é chamada neotenia.

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Sumário

O esqueleto dos anfíbios apresenta uma cintura escapular, dianteira, e uma


cintura pélvica, posterior, na qual se inserem as extremidades locomotoras.
O crânio tem duas saliências, ou côndilos, que se articulam com a primeira
vértebra; dessa forma, os animais podem mexer a cabeça para cima e para
baixo, mas não para os lados.

A boca dos anfíbios não apresenta dentes, porém possue língua


desenvolvida. O sistema digestivo consta de um estômago grande, fígado
com visícula biliar, pâncreas e intestino. O tubo digestivo termina numa
região chamada cloaca, onde também desembocam os canais
geniturinários.

A respiração, como já vimos, pode ser branquial, cutânea e pulmonar. O


coração dos anfíbios, como veremos mais tarde na parte de fisiologia, tem
três cavidades, duas aurículas e um ventrículo, no qual se misturam os
sangues venosos e arterial. As hemácias são nucleadas.

Os olhos são desenvolvidos, adaptados à visão de objetos em movimentos,


garantindo a captura de insetos em pleno vôo. Existem ouvidos médios e
internos. O tímpano fica ao nível da pele, logo atrás dos olhos. As fossas
nasais dispõem de epitélio olfativo.

Os anfíbios são animais de sexos separados e de fecundação externa

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1. Qual é a função dos côndilos no crâneo do


sapo?
2. Para serem eficientes, as superfícies
respiratórias devem ser finas, úmidas e
Exercícios permiáveis. Que problemas traria uma
superfície desse tipo para um animal terrestre?
3. Em termos anatómicos os anfíbios apresentam
ouvidos médios e internos. Que explicação
pode-se dar?

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Unidade – 12. Organização das aves

Tema: Organização das aves

Introdução

Prezado estudante, seja bem vindo ao estudo da organização das aves. Tal
como os mamiferos, e ao contrário de anfíbios e répteis, as aves são seres
de “sangue-quente” ou seja, a temperatura do seu corpo mantém-se
constante, mesmo quando a temperatura exterior varia.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre estudo do tema
da unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Conhecer a organização das aves;

 Caracterizar a morfologia das aves;

 Identificar os principais grupos de penas;


Objectivos
 Descrever o comportamento das aves.

Organização das aves

Anatomia das aves

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Devido à variedade de estilos de vida, as aves apresentam anatomias bem


diferentes. À primeira vista, a maioria possui características geralmente
associadas às aves hoje em dia: elas andam sobre duas patas geralmente
alongadas, têm asas, são cobertas por penas e têm bicos em vez de
mandíbulas. Mas elas também têm muitas diferenças, a maioria delas
relacionada à maneira de voar - ou em alguns casos, de não voar.

Todas as aves têm a mesma estrutura esquelética de esqueleto básica, que


varia para atender ao seu modo de vida. Como a maioria das aves precisa
voar facilmente, elas têm muitas adaptações projetadas para reduzir seu
peso total e facilitar o vôo. Por exemplo, ao contrário dos mamíferos e
répteis, a maior parte dos ossos de seus membros são ocos. As aves
também perderam os dentes e os ossos da mandíbula, que fazem o
esqueleto mais pesado em outros animais, e seus crânios são normalmente
muito menores em relação ao tamanho do corpo. E, ao contrário de seus
parentes répteis, os pássaros perderam quase todos os ossos da cauda. Mas
enquanto muitas aves reduziram reduzido seu tamanho e peso, outras
evoluíram em outra direção - aves mergulhadoras, como os pingüins e
ganso-patola, precisam de esqueletos fortes para suportar a pressão
debaixo d’água, por exemplo.

Aves que voam precisam de músculos grandes para bater suas asas, e por
isso elas têm um esterno bem grande, ao qual seus músculos estão ligados,
absorvendo o estresse gerado pelo vôo. Esta carina, como às vezes é
conhecida, não aparece em alguns pássaros que não voam, comoa ema e o
avestruz, nem nos esqueletos do fóssil Arcaheopteryx - provavelmente
porque este ancestral das aves ainda não havia desenvolvido a capacidade
de voar de verdade. Os esqueletos das aves têm outras adaptações que
fazem com que sejam mais firmes e estáveis durante o vôo, como a fusão
de vértebras, clavícula e ossos das asas.

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Outras diferenças facilmente visíveis nos esqueletos das aves incluem o


número de vértebras do pescoço, que varia de acordo com o estilo de vida.
Aves como os flamingos e os cisnes têm pescoços bastante alongados para
que possam alcançar comida no fundo de lagos e lagoas, por exemplo,
enquanto as aves que se alimentam nas árvores ou no chão têm pescoços
curtos. Como resultado, os cisnes têm cerca de 25 vértebras em seus
pescoços, enquanto as galinhas têm 14 e papagaios podem ter até 9. Outras
aves, como o avestruz e a ema, têm os ossos das pernas extremamente
longos, que sustentam seu peso e permitem que corram em alta velocidade.

As aves que voam têm o corpo muito leve, inclusive porque seus ossos são
ocos. Em algumas partes internas os ossos possuem nervuras, como as de
uma asa de avião, para torná-los mais fortes. O esqueleto de uma Águia
calva, por exemplo, não pesa mais do que 300 gramas. Alguns ossos são
soldados, isto é, ligados uns aos outros, de maneira a dar uma estrutura
mais compacta a ave. O osso do peito é adaptado em forma de quilha,
como a de um barco, e é chamado de Carina, servindo com suporte para a
musculatura peitoral.

Na boca das aves não há dentes, mas um bico que é adaptado ao tipo de
alimentação mais comum de cada espécie. À boca, segue-se a faringe e no
esófago é encontrada uma bolsa chamada papo. Nele o alimento vai sendo
amolecido para depois avançar até o estômago químico, que solta enzimas
digestivas para que se inicie o processo de digestão. Depois, o alimento
passa para o estômago mecânico, chamado moela, que tem uma forte
musculatura para amassar o alimento. Seu tubo digestivo termina então na
cloaca, que além de ser órgão digestivo, é também órgão reprodutivo das
aves.

O esqueleto das aves é peculiar. Os ossos são leves nas aves voadoras,
sendo que os maiores apresentam cavidades pneumáticas conectadas ao
sistema respiratório. Toda esta adaptação diminui o peso específico das
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aves, facilitando o vôo. A maioria dos ossos do crânio estão fundidos e as


maxilas estão alongadas, sustentando o bico córneo. O crânio articula-se
com a primeira vértebra cervical por um único côndilo occipital, e a coluna
vertebral apresenta um número de vértebras cervicais muito maior do que
em qualquer outro grupo. Estas vértebras são muito flexíveis pois suas
superfícies de articulação são em forma de sela (vértebras heterocélicas). O
esterno na maioria das aves alarga-se e forma uma quilha aumentando a
superfície para a fixação dos músculos necessários ao vôo.

O esqueleto é leve. O crânio articula-se por um único côndilo occipital


com a primeira vértebra cervical.

Extensões dos pulmões formam sacos aéreos, que penetram nos ossos das
asas e nos outros ossos compactos e entre os diversos órgãos do corpo. O
número de vértebras cervicais varia de 8, nas aves canoras, a 23, nos
cisnes. A pelve é achatada. O esterno (exceto nas ratites) encontra-se
munido de uma potente crista em forma de quilha (carena), onde se
inserem os músculos das asas. Os coracoideus são muito desenvolvidos.

As clavículas, unidas pela interclavícula, formam a fúrcula ou toracal. Os


dedos I a III fazem parte da asa, mas o I, ou polegar, encontra-se separado
dos outros dedos e constitui a asa bastarda. O metatarso e os elementos
distais do tarso forma o tarso-metatarso.

Todas as aves têm em comum características que tornam possível o vôo,


mesmo as aves que já perderam a capacidade de voar (os únicos pássaros
que não voam são os pingüins, avestruzes, emas, casuares e quivis).

A habilidade para o vôo está refletida nas características típicas dos


pássaros: - corpo aerodinâmico; - membros anteriores modificados em
asas; - cavidades dos ossos preenchidas com ar; - ausência de mandíbulas e
dentes, sendo a mastigação realizada pela moela, situada atrás do
estômago; - digestão rápida, sem armazenamento de alimento; - penas
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leves, que são estruturas mortas e impermeáveis. Assim, não é preciso


haver vasos sanguíneos pesados para nutrí-las.

Os ossos das aves são, em sua maioria, ocos. As asas são controladas por
poderosos músculos presos a quilha, uma projeção existente no osso
esterno.

A evolução no sentido de um vôo poderoso deu às aves esqueletos muito


diferentes dos dos outros animais. O aspecto mais evidente numa ave
voadora como o corvo é a grande quilha, projeção do esterno onde se
inserem os músculos das asas. As aves não têm dentes nem têm
verdadeiras caudas; as penas da cauda prendem-se no extremo da coluna
vertebral - o pigóstilo. Os membros anteriores estão totalmente adaptados
ao vôo, enquanto as mandíbulas sem dentes se transformaram num leve
mas forte bico que a ave pode usar para se alimentar e executar tarefas
delicadas, como por exemplo “pentear” as penas.

131
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1. Mandíbula inferior do bico


2. Mandíbula superior do bico
3. Narina
4. Órbita
5. Crânio resultante de ossos soldados
6. Ouvido
7. Coluna vertebral constituída por pequenos ossos chamados
"vértebras"; pode flectir-se nos sítios onde as vértebras estão
afastadas mas é rígida nos pontos onde elas estão soldadas
8. Úmero, osso alongado da asa que corresponde ao osso do braço
humano
9. Rádio, osso da asa que corresponde a um dos ossos do antebraço
humano
10. Cúbito, osso da asa que corresponde a um dos outros ossos do
antebraço humano
11. Pélvis, que é um suporte para as pernas e um prolongamento
ósseo para a inserção dos músculos das pernas
12. Pigóstilo, extremidade da coluna vertebral onde se inserem as
penas da cauda
13. Fêmur, osso da coxa
14. Articulação do joelho (oculta pelas penas na ave viva)
15. Tornozelo ou falso joelho (embora possa parecer que é o joelho
que se dobra para a frente, esta parte corresponde realmente ao
tornozelo e não ao joelho)
16. Metatarso
17. Dedo posterior
18. Garra (na ave viva recoberta por uma bainha córnea)
19. Tíbia, osso da perna
20. Metacarpo, correspondente aos ossos do pulso humano
21. Quilha, onde se inserem os músculos das asas das aves
voadoras
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22. Fúrcula, osso resultante de duas clavículas unidas que ajuda a


manter a articulação da asa em posição quando os músculos a
puxam para baixo
23. Caracóide

133
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Sumário

Todas as aves têm a mesma estrutura esquelética de esqueleto básica, que


varia para atender ao seu modo de vida. Como a maioria das aves precisa
voar facilmente, elas têm muitas adaptações projetadas para reduzir seu
peso total e facilitar o vôo. Por exemplo, ao contrário dos mamíferos e
répteis, a maior parte dos ossos de seus membros são ocos. As aves
também perderam os dentes e os ossos da mandíbula, que fazem o
esqueleto mais pesado em outros animais, e seus crânios são normalmente
muito menores em relação ao tamanho do corpo. E, ao contrário de seus
parentes répteis, os pássaros perderam quase todos os ossos da cauda. Mas
enquanto muitas aves reduziram reduzido seu tamanho e peso, outras
evoluíram em outra direção - aves mergulhadoras, como os pingüins e
ganso-patola, precisam de esqueletos fortes para suportar a pressão
debaixo d’água, por exemplo.

Aves que voam precisam de músculos grandes para bater suas asas, e por
isso elas têm um esterno bem grande, ao qual seus músculos estão ligados,
absorvendo o estresse gerado pelo vôo. Esta carina, como às vezes é
conhecida, não aparece em alguns pássaros que não voam, comoa ema e o
avestruz, nem nos esqueletos do fóssil Arcaheopteryx - provavelmente
porque este ancestral das aves ainda não havia desenvolvido a capacidade
de voar de verdade. Os esqueletos das aves têm outras adaptações que
fazem com que sejam mais firmes e estáveis durante o vôo, como a fusão
de vértebras, clavícula e ossos das asas.

Outras diferenças facilmente visíveis nos esqueletos das aves incluem o


número de vértebras do pescoço, que varia de acordo com o estilo de vida.
Aves como os flamingos e os cisnes têm pescoços bastante alongados para
que possam alcançar comida no fundo de lagos e lagoas, por exemplo,
enquanto as aves que se alimentam nas árvores ou no chão têm pescoços
curtos. Como resultado, os cisnes têm cerca de 25 vértebras em seus
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pescoços, enquanto as galinhas têm 14 e papagaios podem ter até 9. Outras


aves, como o avestruz e a ema, têm os ossos das pernas extremamente
longos, que sustentam seu peso e permitem que corram em alta velocidade.

As aves que voam têm o corpo muito leve, inclusive porque seus ossos são
ocos. Em algumas partes internas os ossos possuem nervuras, como as de
uma asa de avião, para torná-los mais fortes. O esqueleto de uma Águia
calva, por exemplo, não pesa mais do que 300 gramas. Alguns ossos são
soldados, isto é, ligados uns aos outros, de maneira a dar uma estrutura
mais compacta a ave. O osso do peito é adaptado em forma de quilha,
como a de um barco, e é chamado de Carina, servindo com suporte para a
musculatura peitoral.

Na boca das aves não há dentes, mas um bico que é adaptado ao tipo de
alimentação mais comum de cada espécie. À boca, segue-se a faringe e no
esófago é encontrada uma bolsa chamada papo. Nele o alimento vai sendo
amolecido para depois avançar até o estômago químico, que solta enzimas
digestivas para que se inicie o processo de digestão. Depois, o alimento
passa para o estômago mecânico, chamado moela, que tem uma forte
musculatura para amassar o alimento. Seu tubo digestivo termina então na
cloaca, que além de ser órgão digestivo, é também órgão reprodutivo das
aves.

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1. Apresente um desenho de uma ave visto numa


posição frontal em corte e apresente as
estruturas anatomicas?

2. Diferencie funcionalmente o osso quilha de


Exercícios
osso fúrcula?

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Unidade – 13. Morfologia das aves

Tema: Morfologia das aves

Introdução

Prezado estudante, seja bem vindo ao estudo da morfologia das aves.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre estudo do tema
da unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Conhecer o esqueleto da ave;

 Identificar o tipo de digestão;

 Descrever o processo de digestão;


Objectivos
 Identificar o tipo de reprodução;

 Descrever o processo de reprodução.

Morfologia das aves

A pele das aves é seca, sem glândulas. Na região da cauda de algumas


espécies existe a glândula uropigiana, que produz uma secreção oleosa.
Esta secreção é retirada pelo animal com o bico e passada nas penas como
lubrificante. O fato de as penas de um pato não sofrerem encharcamento,
apesar de estarem em contato com a água, está relacionado a essa secreção.
Nas pernas, há escamas córneas; porém, como já vimos, os anexos
epidérmicos típicos são as pernas.

137
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Há apenas uma saliência, ou côndilo occipital, no crâneo. O osso esterno


pode ter quilha (aves carinatas) ou ser achatado (aves ratitas).

Fig. Esqueleto de ave

O sistema digestivo das aves é complexo. Na época da reprodução, as


pombas produzem uma secreção leitosa em glândulas especiais do papo,
que é regurgitada para alimentar os filhotes. Há estômago químico e
mecânico (moela).

Fig. Tubo digestivo de ave

138
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Os pulmões são estruturas bem desenvolvidas. No final da tranqueia, na


altura da bifurcação dos brônquios, fica o complexo órgão do canto, a
siringe.

A circulação sanguínea atinge uma eficiência maior do que em todos os


grupos precedentes. O coração tem agora duas aurículas e dois ventrículos
completamente separados; isto é, não ocorre mistura de sangue arterial e
venoso, como ocorre nos anfíbios e nos répteis. Considera-se que o
progresso dos sistemas respiratórios e circulatórios das aves esteja ligado
às grandes necessidades de oxigénio dos tecidos, devido ao alto
metabolismo que acompanha sempre a homeotermia.

Como os répteis, as aves são uricotélicas, isto é, produzem ácido úrico,


insolúvel em água. A substância é excretada sob a forma de uma pasra com
pouca água que é expelida junto com as fezes.

Elas têm grande acuidade visual, apresentando também visão de cores. Sob
as duas pálpebras, há uma fina e quase transparente membrana nictitante,
que protege os olhos durante o voo. Existem ouvidos interno, médio e
externo (conduto auditivo).

Fig. Cabeça de ave

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Reprodução

Todas as espécies de aves possuem sexos separados, têm fecundação


interna e são ovíparas. Os ovos, com casca de natureza calcária e muito
ricos em vitelo, são semelhantes aos dos répteis.

O aparelho reprodutor feminino possui um ovário, do lado esquerdo,


seguido por uma trompa, um oviduto e um útero que desemboca na cloaca.
O óvulo, representado pela gema, cai na trompa e, ao longo do oviduto,
recebecamadas de albumina (clara). Fica algumas horas no útero, onde
forma a casca calcária. O ovo é, portanto, um óvulo, ou se houver
fecundação, um zigoto, protegido por vaáios invólucros: a clara, as
membranas elásticas e a casca.

Os embriões de aves são protegidos por anexos embrionários, que


desempenham exatamente as mesmas funçôes daqueles dos répteis. Como
estes, as aves são ditas amniotas, já que possuem âmnion. Os jovens
recém-nascidos são cuidados pela mãe e frequentemente pelo pai.

Fig. Aparelho reprodutor feminino de ave

140
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Sumário

A pele das aves é seca, sem glândulas. Na região da cauda de algumas


espécies existe a glândula uropigiana, que produz uma secreção oleosa.
Esta secreção é retirada pelo animal com o bico e passada nas penas como
lubrificante. O fato de as penas de um pato não sofrerem encharcamento,
apesar de estarem em contato com a água, está relacionado a essa secreção.
Nas pernas, há escamas córneas; porém, como já vimos, os anexos
epidérmicos típicos são as pernas.

Há apenas uma saliência, ou côndilo occipital, no crâneo. O osso esterno


pode ter quilha (aves carinatas) ou ser achatado (aves ratitas).

O sistema digestivo das aves é complexo. Há estômago químico e


mecânico (moela).

Os pulmões são estruturas bem desenvolvidas. No final da tranqueia, na


altura da bifurcação dos brônquios, fica o complexo órgão do canto, a
siringe.

Elas têm grande acuidade visual, apresentando também visão de cores. Sob
as duas pálpebras, há uma fina e quase transparente membrana nictitante,
que protege os olhos durante o voo. Existem ouvidos interno, médio e
externo (conduto auditivo).

O aparelho reprodutor feminino possui um ovário, do lado esquerdo,


seguido por uma trompa, um oviduto e um útero que desemboca na cloaca.
O óvulo, representado pela gema, cai na trompa e, ao longo do oviduto,
recebe camadas de albumina (clara). Fica algumas horas no útero, onde
forma a casca calcária. O ovo é, portanto, um óvulo, ou se houver
fecundação, um zigoto, protegido por vaáios invólucros: a clara, as
membranas elásticas e a casca.

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Os embriões de aves são protegidos por anexos embrionários, que


desempenham exatamente as mesmas funçôes daqueles dos répteis. Como
estes, as aves são ditas amniotas, já que possue âmnion. Os jovens recém-
nascidos são cuidados pela mãe e frequentemente pelo pai.

1. Em que se diferencia do osso quilha numa


espécie de ave com outra?
2. Como se forma a casca calcária no útero duma
Exercícios ave?

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Unidade – 14. Organização dos Mamíferos

Tema: Organização dos mamíferos

Introdução

Prezado estudante, seja bemvindo ao estudo da organização dos


mamíferos.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre estudo do tema
da unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Conhecer a organização dos mamíferos;

 Conhecer a morfologia e anatomia dos mamíferos;

 Caracterizar a clase mammalia;


Objectivos
 Caracterizar o sistema respiratório;

 Caracterizar o sistema nervoso.

Organização dos mamíferos

Os mamíferos (do latim científico Mammalia) constituem uma classe de


animais vertebrados, que se caracterizam pela presença de glândulas
mamárias que, nas fêmeas, produzem leite para alimentação dos filhotes
(ou crias), e a presença de pêlos ou cabelos. São animais endotérmicos, (ou
seja, de temperatura constante, também conhecidos como "animais de
sangue quente"). O cérebro controla a temperatura corporal e o sistema
circulatório, incluindo o coração (com quatro câmaras). Os mamíferos
incluem 5 416 espécies (incluindo os seres humanos), distribuídas em
aproximadamente 1 200 gêneros, 152 famílias e até 46 ordens, de acordo
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com o compêndio publicado por Wilson e Reeder (2005). Entretanto novas


espécies são descobertas a cada ano, aumentando esse número; e até o final
de 2007, o número chegava a 5 558 espécies de mamíferos.

Características

Onde inclui uma divisão dos animais que possuem sangue, respiram por
pulmão, apresentam dois ventrículos no coração e são vivíparos. Tal
definição ainda hoje se mantem válida, lembrando-se que à época os
monotremados não eram conhecidos.

Mãe amamentando seus filhotes

E. R. Hall (1981) caracterizou a classe Mammalia como: "sendo


especialmente notáveis por possuírem glândulas mamárias que permitem à
fêmea nutrir o filhote recém-nascido com leite; presença de pêlos, embora
confinados aos estágios iniciais de desenvolvimento na maioria dos
cetáceos; ramo horizontal da mandíbula é composto por um único osso; a
mandíbula se articula diretamente com o crânio sem intervenção do osso
quadrado; dois côndilos occipitais; diferindo das aves e répteis por
possuírem diafragma e por terem hemácias anucleadas; lembram as aves e
diferem dos répteis por terem sangue quente, circulação diferenciada

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completa e quatro câmaras cardíacas; diferem dos anfíbios e peixes pela


presença do âmnio e alantóide e pela ausência de guelras".

Muitas das características comuns aos mamíferos não aparecem nos outros
animais. Algumas delas, porém, podem ser observadas nas aves – uma alta
taxa metabólica e níveis de atividade ou complexidade de adaptações,
como cuidado pós-natal avançado e vida social, aumento da capacidade
sensorial, ou enorme versatilidade ecológica. Tais características
semelhantes nas duas classes sugerem que tais adaptações são
homoplasias, ou seja, se desenvolveram independentemente em ambos os
grupos.

Outras características mamalianas são sinapomorfias dos amniotas,


adaptações partilhadas por causa do ancestral comum. Os amniotas, grupo
que inclui répteis, aves e mamíferos, são vertebrados terrestres cujo
desenvolvimento embrionário acontece sobre proteção de membranas
fetais (âmnio, cório e alantóide). Entres as características herdadas se
encontram aumento do investimento no cuidado das crias, fertilização
interna, derivados queratinizados da pele, rins metanefros com ureter
específico, respiração pulmonar avançada, e o papel decisivo dos ossos
dérmicos na morfologia do crânio. Ao mesmo tempo, os mamíferos
compartilham grande número de características com todos os demais
vertebrados, incluindo o plano corpóreo, esqueleto interno, e mecanismos
homeostáticos (incluindo caminhos para regulação neural e hormonal).

Os mamíferos exibem também características exclusivas, chamadas de


autapomorfias. Essas características únicas servem para distinguir e
diagnosticar claramente um táxon. Entre as principais autapomorfias da
classe Mammalia estão:

 Glândulas mamárias;
 Lactação/amamentação;

145
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 Viviparidade obrigatória (exceto nos monotremados);


 Presença de pêlos;
 Tegumento rico em várias glândulas;
 Derivações integumantárias específicas (garras, unhas, cascos,
cornos, chifres, escamas, espinhos, placas dérmicas);
 Posição e função dos membros são modificados para suportar
modos locomotores específicos;
 Cintura torácica simplificada;
 Ossos pélvicos fundidos;
 Diferenciação regional da coluna vertebral;
 Crânio bicôndilo;
 Caixa craniana aumentada;
 Arcos zigomáticos maciços;
 Cavidade nasal com labirinto nasoturbinado;
 Presença de nariz/focinho;
 Palato ósseo secundário;
 Coração de quatro câmaras com o arco aórtico esquerdo
persistente;
 Eritrócitos bicôncavos e anucleados;
 Pulmões com estrutura alveolar;
 Diafragma muscular;
 Orgão vocal na laringe;
 Três ossículos na orelha média (estribo, bigorna e martelo);
 Cóclea longa e espiralada (exceto nos monotremados);
 Meato auditivo longo;
 Aurículas externas (= orelhas) grandes e móveis;
 Mandíbula composta por um único osso, o dentário;
 Junção dentária-escamosal;
 Presença de um ramo mandibular;
 Dentes grandes variando em número, forma e função;
 Heterodontes;
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 Presença de dentes molares;


 Difiodontes;
 Cérebro aumentado;
 Maior atividade e alta versatilidade na função locomotora;
 Diversidade de vida social;
 Aumento do espectro de reações comportamentais e suas
interconecções com o aumento da capacidade de aprendizado social
e individual e diferenciação interindividual;
 Crescimento limitado por fatores hormonais e estruturais;
 Determinação sexual cromossômica (sistema XY).
 "Topo" da cadeia evolutiva, possuindo todos os sistemas completos
e reprodução sexuada.
 Fecundação interna

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.Sumário

Muitas das características comuns aos mamíferos não aparecem nos outros
animais. Algumas delas, porém, podem ser observadas nas aves – uma alta
taxa metabólica e níveis de atividade ou complexidade de adaptações,
como cuidado pós-natal avançado e vida social, aumento da capacidade
sensorial, ou enorme versatilidade ecológica. Tais características
semelhantes nas duas classes sugerem que tais adaptações são
homoplasias, ou seja, se desenvolveram independentemente em ambos os
grupos.

Outras características mamalianas são sinapomorfias dos amniotas,


adaptações partilhadas por causa do ancestral comum. Os amniotas, grupo
que inclui répteis, aves e mamíferos, são vertebrados terrestres cujo
desenvolvimento embrionário acontece sobre proteção de membranas
fetais (âmnio, cório e alantóide). Entres as características herdadas se
encontram aumento do investimento no cuidado das crias, fertilização
interna, derivados queratinizados da pele, rins metanefros com ureter
específico, respiração pulmonar avançada, e o papel decisivo dos ossos
dérmicos na morfologia do crânio. Ao mesmo tempo, os mamíferos
compartilham grande número de características com todos os demais
vertebrados, incluindo o plano corpóreo, esqueleto interno, e mecanismos
homeostáticos (incluindo caminhos para regulação neural e hormonal).

Os mamíferos exibem também características exclusivas, chamadas de


autapomorfias.

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1. Por quê os mamíferos são considerados como


“animais de sangue quente”?

Exercícios 2. Onde se localiza o “osso esquamasal”?

3. Mencione os três ossículos da orelha média?

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Unidade – 15. Morfologia dos mamiferos

Tema: Morfologia dos mamíferos

Introdução

Prezado estudante, seja bem vindo ao estudo da morfologia dos mamíferos.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre estudo do tema
da unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Conhecer a morfologia e anatomia dos mamíferos;

 Caracterizar o sistema cardiovascular;

Objectivos  Caracterizar o sistema respiratório e nervoso;

 Caracterizar o cerébro, olfato, audição e visão.

Morfologia e Anatomia

Sistema esquelético-muscular

No crânio dos mamíferos, os ossos dérmicos, originalmente formados na


calota craniana, cresceram ao redor de todo o encéfalo, fechando
completamente a caixa craniana. Os ossos que formam a extremidade
inferior da abertura temporal dos Synapsida são curvados até o arco
zigomático.

A mandíbula dos mamíferos é formada por um único osso, o dentário, em


contraste à mandíbula de ossos múltiplos dos demais vertebrados
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mandibulados. O dentário se articula diretamente com o osso esquamosal,


um osso dérmico do crânio. A articulação mandibular dos demais
vertebrados é formada pelo quadrado, no crânio, e pelo articular, na maxila
inferior. Nos mamíferos, estes ossos se juntaram ao estribo, resultando em
uma orelha média com três ossos, único a estes animais.

Os mamíferos são os únicos a possuírem músculos de expressão facial, os


quais são derivados dos músculos do pescoço dos répteis e inervados pelo
sétimo nervo craniano.

A dentição dos mamíferos é dividida em diversos tipos de dentes, ou seja


são heterodontes: incisivos, caninos, pré-molares e molares. A maioria dos
mamíferos possui dois conjuntos de dentições em suas vidas (difiodontia).
O primeiro conjunto – os dentes de leite – consiste somente de incisivos,
caninos e molares decíduos, embora a forma destes seja bem parecida com
a dos molares permanentes no adulto. A dentição adulta permanente
consiste do segundo conjunto de dentes originais, os permanentes, com
erupção posterior. Os mamíferos são os únicos animais que mastigam e
engolem um discreto bolo alimentar. Os térios possuem tipos únicos de
molares, chamados de tribosfênicos.

Diferentemente da postura reptiliana, os mamíferos apresentam uma


postura ereta, com os membros posicionados sob o corpo. Entretanto, a
postura altamente ereta dos mamíferos familiares, tais como os gatos,
cachorros e cavalos é derivada; o movimento de um animal como o gambá,
provavelmente, representa a condição primitiva dos mamíferos.

Os mamíferos apresentam uma articulação do tornozelo diferenciada, cujo


ponto de movimento está entre a tíbia e o astrágalo. Na cintura pélvica, o
ílio tem forma de barra e é direcionado para frente, e o púbis e o ísquio são
curtos; todos são fundidos num único osso, chamado de pelve. O fêmur
apresenta um trocânter distinto sobre o lado lateral proximal, para a ligação

151
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dos músculos dos glúteos, que dão aos mamíferos extremidades


arredondadas.

Com poucas exceções, todos os mamíferos possuem sete vértebras


cervicais – peixes-boi (Trichechus spp.) e o bicho-preguiça-de-dois-dedos
(Choloepus hoffmanni) possuem seis vértebras, e o bicho-preguiça-de-três-
dedos (Bradypus variegatus), possui nove. Eles também apresentam um
complexo atlas-áxis, único e especializado, nas duas primeiras vértebras
cervicais. Podendo rodar suas cabeças de duas formas: na maneira
tradicional, de cima para baixo, na articulação entre o crânio e o atlas; e de
maneira mais derivada, de lado a lado, na articulação entre o atlas e o áxis.

Os mamíferos restringiram as costelas às vértebras mais craniais


(torácicas) do tronco. As costelas lombares apresentam conexões
zigapofiseais, as quais permitem a flexão dorso-ventral. A capacidade de
mover a coluna vertebral de maneira dorso-ventral, nos mamíferos, pode
estar relacionada com sua habilidade de deitar sobre o lado de seus corpos,
algo que os demais vertebrados não conseguem realizar facilmente. Esta
habilidade pode ter sido importante na evolução da amamentação, com
mamilos posicionados ventralmente.

Sistema cardiovascular

O coração dos mamíferos difere dos demais amniotas ectotérmicos por


possuir um septo ventricular completo e somente um arco sistêmico,
embora o arco duplo original seja aparente durante o desenvolvimento.
Uma condição similar é observada nas aves, mas ela claramente surgiu
convergentemente nos dois grupos, pois é o arco sistêmico esquerdo que é
retido (como a aorta única) nos mamíferos, e o arco direito nas aves.

Os monotremados retêm um pequeno sino venoso como uma câmara


distinta, os térios incorporaram esta estrutura ao átrio direito, como o nodo
sinoatrial, o qual age como o marca-passo do coração.
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Os mamíferos também diferem dos demais vertebrados quanto à forma de


seus eritrócitos (glóbulos vermelhos ou hemáceas), os quais não possuem
núcleos na condição madura.

Sistema respiratório

Os mamíferos apresentam pulmões grandes e com lobos, de aparência


esponjosa devida à presença de um sistema de ramificações delicadas dos
bronquíolos em cada pulmão, terminando em câmaras fechadas de paredes
finas (os pontos de trocas gasosas), chamadas de alvéolos.

A presença de uma estrutura muscular, o diafragma, exclusiva dos


mamíferos, divide a cavidade peritoneal da cavidade pleural, além de
auxiliar as costelas na inspiração.

Sistema nervoso e órgãos do sentido

Os mamíferos possuem encéfalos excepcionalmente grandes entre os


vertebrados, os quais evoluíram em caminhos, de certa forma,
independentes dos demais amniotas. Em seus sistemas sensoriais os
mamíferos são mais dependentes da audição e da olfação do que a maioria
dos tetrápodes, sendo menos dependentes da visão.

Cérebro

A porção aumentada dos hemisférios cerebrais dos mamíferos, o


neocórtex, ou neopalio, é formada de forma única. A porção dorsal do
córtex é aumentada para a formação do neopalio (enquanto os
sauropsídeos aumentam a porção lateral), apresentando uma estrutura
laminada complexa. Em mamíferos mais derivados, o neopalio domina
todo o encéfalo rostral e se torna altamente invaginado, o que aumenta
muito a área de superfície.

153
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Outras características únicas do encéfalo mamaliano incluem lobos ópticos


divididos na região mediana, um cerebelo não-invaginado, e uma grande
representação da área para o sétimo nervo craniano, a qual está associada
com o desenvolvimento da musculatura facial.

O cérebro dos mamíferos conta ainda com o sistema límbico, responsável


pelas emoções e sentimentos.

Olfação

O apurado senso de olfato da maioria dos mamíferos está, provavelmente,


relacionado ao seu comportamento noturno. Os receptores olfatórios estão
localizados em um epitélio especializado, sobre os ossos nasoturbinados no
nariz. O bulbo olfatório é uma porção proeminente do encéfalo em muitos
mamíferos, mas os primatas apresentam um bulbo pequeno e pouco
sentido de olfação, provavelmente associado a seus hábitos diurnos. O
senso de olfato também é reduzido, ou ausente, nos cetáceos, em
associação com sua existência aquática.

Audição

Os mamíferos apresentam uma orelha média mais complexa do que a dos


demais tetrápodes. Ela contém uma série de três ossos (estribo, martelo e
bigorna), em vez de um único osso.

Diversas outras características dos mamíferos térios também contribuem


para o aumento da acuidade auditiva. Estas incluem uma longa cóclea,
capaz de uma discriminação maior de tons. Além disso, a orelha externa,
ou aurícula, ajuda a determinar a direção do som. A orelha, em conjunto
com o estreitamento do meato auditivo dos mamíferos, concentra sons
oriundos de uma área relativamente grande. A maioria dos mamíferos é
capaz de mover a aurícula para captar sons, embora os primatas
antropóides não apresentam tal característica. A sensibilidade auditiva de
154
UCM-Centro de Ensino à Distância Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia – B0034

um mamífero terrestre é reduzida se as aurículas são removidas.


Mamíferos aquáticos utilizam sistemas inteiramente distintos para ouvir
sob a água, tendo perdido ou reduzido suas orelhas externas. Os cetáceos,
por exemplo, utilizam a maxila inferior para canalizar ondas sonoras a
orelha interna.

Visão

Os mamíferos evoluíram como animais noturnos, para os quais a


sensitividade visual (formação de imagens sob pouca luz) era mais
importante do que a acuidade (formação de imagens precisas). Os
mamíferos possuem retinas compostas, primariamente, de células
bastonetes, as quais apresentam uma grande sensibilidade à luz, mas são
relativamente fracas para uma visão acurada.

A maioria dos mamíferos apresenta um tapetum lucidum bem


desenvolvido, o qual constitui uma camada refletora por trás da retina,
fornecendo uma segunda chance para que um fóton de luz estimule uma
célula receptora. Este tapeto provoca o brilho nos olhos que você observa
quando aponta uma lanterna em direção a um gato ou a um cão. O tapeto é
mais desenvolvido em mamíferos noturnos, e foi perdido nos primatas
antropóides diurnos, incluindo os humanos.

155
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Sumário

No crânio dos mamíferos, os ossos dérmicos, originalmente formados na


calota craniana, cresceram ao redor de todo o encéfalo, fechando
completamente a caixa craniana. Os ossos que formam a extremidade
inferior da abertura temporal dos Synapsida são curvados até o arco
zigomático.

, com erupção posterior. Os mamíferos são os únicos animais que


mastigam e engolem um discreto bolo alimentar. Os térios possuem tipos
únicos de molares gatos, cachorros, cavalos e gamba.

Os mamíferos apresentam uma articulação do tornozelo diferenciada, cujo


ponto de movimento está entre a tíbia e o astrágalo. Na cintura pélvica, o
ílio tem forma de barra e é direcionado para frente, e o púbis e o ísquio são
curtos; todos são fundidos num único osso, chamado de pelve. O fêmur
apresenta um trocânter distinto sobre o lado lateral proximal, para a ligação
dos músculos dos glúteos, que dão aos mamíferos extremidades
arredondadas.

Sistema cardiovascular

O coração dos mamíferos difere dos demais amniotas ectotérmicos por


possuir um septo ventricular completo e somente um arco sistêmico,
embora o arco duplo original seja aparente durante o desenvolvimento.
Uma condição similar é observada nas aves, mas ela claramente surgiu
convergentemente nos dois grupos, pois é o arco sistêmico esquerdo que é
retido (como a aorta única) nos mamíferos, e o arco direito nas aves.

Sistema respiratório

Os mamíferos apresentam pulmões grandes e com lobos, de aparência


esponjosa devida à presença de um sistema de ramificações delicadas dos
156
UCM-Centro de Ensino à Distância Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia – B0034

bronquíolos em cada pulmão, terminando em câmaras fechadas de paredes


finas (os pontos de trocas gasosas), chamadas de alvéolos.

A presença de uma estrutura muscular, o diafragma, exclusiva dos


mamíferos, divide a cavidade peritoneal da cavidade pleural, além de
auxiliar as costelas na inspiração.

Sistema nervoso e órgãos do sentido

Os mamíferos possuem encéfalos excepcionalmente grandes entre os


vertebrados, os quais evoluíram em caminhos, de certa forma,
independentes dos demais amniotas. Em seus sistemas sensoriais os
mamíferos são mais dependentes da audição e da olfação do que a maioria
dos tetrápodes, sendo menos dependentes da visão.

Cérebro

Outras características únicas do encéfalo mamaliano incluem lobos ópticos


divididos na região mediana, um cerebelo não-invaginado, e uma grande
representação da área para o sétimo nervo craniano, a qual está associada
com o desenvolvimento da musculatura facial.

O cérebro dos mamíferos conta ainda com o sistema límbico, responsável


pelas emoções e sentimentos.

Olfação

O apurado senso de olfato da maioria dos mamíferos está, provavelmente,


relacionado ao seu comportamento noturno. Os receptores olfatórios estão
localizados em um epitélio especializado, sobre os ossos nasoturbinados no
nariz. O bulbo olfatório é uma porção proeminente do encéfalo em muitos
mamíferos, mas os primatas apresentam um bulbo pequeno e pouco
sentido de olfação, provavelmente associado a seus hábitos diurnos. O

157
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senso de olfato também é reduzido, ou ausente, nos cetáceos, em


associação com sua existência aquática.

Audição

Os mamíferos apresentam uma orelha média mais complexa do que a dos


demais tetrápodes. Ela contém uma série de três ossos (estribo, martelo e
bigorna), em vez de um único osso.

1. A mandíbula dos mamíferos é formada por


um único osso. Identifique.

Exercícios 2. O que é marca-passo do coração.

3. Caracterize anatomicamente a audição dos


mamíferos.

158
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Unidade – 16. Sistema de Referências

Tema: Planos

 Cavidades

 Unidade estrutural

Introdução

Prezado estudante, seja bem vindo ao estudo de sistema de referências. Os


sistemas anatômicos de referência foram adotados para padronizar e
facilitar o estudo da anatomia.
Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre estudo do tema
da unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Conhecer a organização do corpo;

 Conhecer a posição anatómica do corpo;

Objectivos  Identificar os sistemas de referência;

 Descrever os sistemas de referências.

 Planos

 Cavidades

 Unidade estrutural

159
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Organização do corpo:
 Os sistemas anatômicos de referência foram adotados para
padronizar e facilitar o estudo da anatomia.

Posição anatómica:
Pés paralelos e ligeiramente afastados, tronco ereto, braços ao longo do
corpo, palmas das mãos voltadas para frente e olhar ao horizonte (plano de
Frankfurt).

Sistemas de referência:
1. Direcção
2. Planos e eixos
3. Cavidades
4. Unidades estruturais

1. Direcção:
 Superior: Parte que está em cima.

160
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 Inferior: Parte que está em baixo.


 Anterior (ventral): Situado na frente.
 Posterior (dorsal): Situado atrás.
 Medial: O que está mais perto da linha mediana do corpo.
 Lateral: O que está afastado da linha mediana do corpo.
 Proximal: Próximo do tronco.
 Distal: Afastado do tronco.

2. Planos:
 Sagital mediano: Plano que divide o corpo em metades direita e
esquerda.
 Sagital: Qualquer plano paralelo ao anterior que também divida o
corpo em partes direita e esquerda.
 Frontal (Coronal): Plano que divide o corpo em partes anterior
(Ventral) e posterior (Dorsal).
 Horizontal (transversal): Plano que divide o corpo em partes
superior e inferior.

2.1.Eixos: (O eixo será sempre perpendicular ao plano)


 Látero-lateral: Está relacionado ao plano sagital.
 Ântero-posterior: Está relacionado ao plano frontal (coronal).
 Crânio- caudal: Está relacionado ao plano Horizontal (transversal).

3. Cavidades:
O corpo possui duas cavidades principais, cada uma subdividida em outras
duas cavidades menores.

3.1. Cavidade ventral.

161
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Torácica
Abdominopélvica
3.2. Cavidade dorsal.
Craniana
Espinhal

4. Unidades estruturais:
 Células.
 Tecidos.
 Órgãos.
 Sistemas.

Sumário

Organização do corpo:
Os sistemas anatômicos de referência foram adotados para padronizar e
facilitar o estudo da anatomia.
162
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Posição anatómica:
Pés paralelos e ligeiramente afastados, tronco ereto, braços ao longo do
corpo, palmas das mãos voltadas para frente e olhar ao horizonte (plano de
Frankfurt).

Sistemas de referência:
Direcção, planos e eixos, cavidades e unidades estruturais.

Direcção:
 Superior: Parte que está em cima.
 Inferior: Parte que está em baixo.
 Anterior (ventral): Situado na frente.
 Posterior (dorsal): Situado atrás.
 Medial: O que está mais perto da linha mediana do corpo.
 Lateral: O que está afastado da linha mediana do corpo.
 Proximal: Próximo do tronco.
 Distal: Afastado do tronco.

Planos:
 Sagital mediano: Plano que divide o corpo em metades direita e
esquerda.
 Sagital: Qualquer plano paralelo ao anterior que também divida o
corpo em partes direita e esquerda.
 Frontal (Coronal): Plano que divide o corpo em partes anterior
(Ventral) e posterior (Dorsal).
 Horizontal (transversal): Plano que divide o corpo em partes
superior e inferior.

Eixos: (O eixo será sempre perpendicular ao plano)

163
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 Látero-lateral: Está relacionado ao plano sagital.


 Ântero-posterior: Está relacionado ao plano frontal (coronal).
 Crânio- caudal: Está relacionado ao plano Horizontal (transversal).

Cavidades:
O corpo possui duas cavidades principais, cada uma subdividida em outras
duas cavidades menores.
 Cavidade ventral.
Torácica
Abdominopélvica
 Cavidade dorsal.
Craniana
Espinhal

Unidades estruturais:
 Células.
 Tecidos.
 Órgãos.
 Sistemas.

1. O que é sistema de plano e de cavidade?

2. Na organização do corpo humano fala-se de


sistemas de referências em eixos de plano
sagital e plano frontal. Diferencie esses dois
Exercícios
eixos?

3. O que é posição anatómica?

164
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Unidade – 17. Osteologia - Estudo dos Ossos

Tema: Osso frontal e parietal

Introdução

Prezado estudante, seja bem vindo ao estudo do osso frontal e parietal.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre estudo do tema
da unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Identificar o osso frontal e parietal;

 Localizar o osso frontal e parietal;

 Descrever o osso frontal e parietal.


Objectivos

Osso frontal

O osso frontal forma a fronte (a parte anterior do crânio), parte das órbitas
(onde ficam os bulbos dos olhos), e maior parte da fossa anterior do crânio.
Os seios frontais situam-se profundamente no osso frontal (ver figura
6.7c). Estas cavidades revistidas de túnica mucosa atuam como caixas de
som que dão ressonância à voz. Outras funções dos seios são fornecidas
nas páginas asseguir.

165
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Fig. Osso frontal

Ossos parietais ´

Os dois ossos parietais (paries = parede) formam a maior parte dos lados e
teto da cavidade craniana (figura abaixo).

Fig. Osso parietal

166
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Sumário

O osso frontal forma a fronte (a parte anterior do crânio), parte das órbitas
(onde ficam os bulbos dos olhos), e maior parte da fossa anterior do crânio.
Os seios frontais situam-se profundamente no osso frontal. Estas cavidades
revistidas de túnica mucosa atuam como caixas de som que dão
ressonância à voz. Outras funções dos seios são fornecidas na.

Ossos parietais ´

Os dois ossos parietais (paries = parede) formam a maior parte dos lados e
teto da cavidade craniana.

1. O que é forame magno?


2. Qual é o maior forame do crâneo?

3. O que é sutura?
Exercícios 4. Localize as suturas escamosas e
lambdóide?

167
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Unidade – 18. Osteologia - Estudo dos Ossos

Tema: Osso temporal e occipital

Introdução

Prezado estudante, seja bem vindo ao estudo do osso temporal e occipital

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre estudo do tema
da unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Identificar o osso temporal e occipital;

 Localizar o osso temporal e occipital;

 Descrever o osso temporal e occipital.


Objectivos

Ossos temporais

Os dois ossos temporais (tempora = têmporas) formam a parte inferior dos


lados do crânio e parte do assoalho craniano.

Na vista lateral do crânio na figura asseguir, note que os ossos temporais e


zigomáticos unem-se para formar o arco zigomático. A fossa mandibular
forma uma articulação com uma projeção na mandíbula (osso inferior da
boca) denominada “processo condilar” para formar a articulação
temporomandibular (ATM). A fossa mandibular é vista melhor na figura
abaixo.

168
UCM-Centro de Ensino à Distância Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia – B0034

Fig. Ossos temporais

O meato externo (acústico) é o canal no osso temporal que leva à orelha


média. O processo mastóide (mastoid = em forma de mama) é uma
projeção arredondada do osso temporal posteriormente ao meato acústico
externo.ele serve como ponto de fixação para vários músculos do pescoço.
O processo estilóide (stylos = pilar) progeta-se para baixo desde a
superfície inferior do osso temporal e seve como ponto de fixação para os
músculos e ligamentos da ilngua e do pescoço. O canal carótido é o canal
através do qual passa a artéria carótida interna.

Osso occipital

O osso occipital (occipital = parte de trás da cabeça) forma a parte


posterior e uma porção proeminente da base do crânio (figura abaixo).

169
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Fig. Osso occipital- visão anterior

O forame magno é o maior forame do crânio. Ele é um grande orifício no


osso occiptal através do qual passam a medula oblonga (bulbo) (parte do
encéfalo que é continua com a medula espinal), as artérias vertebrais e os
nervos.

Os côndilos occipitais são projeções ovais, uma de cada lado do forame


magno, que se articulam (formam uma articulação) com a primeira
vértebra cervinal.

170
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Sumário

Os dois ossos temporais (tempora = têmporas) formam a parte inferior dos


lados do crânio e parte do assoalho craniano.

Na vista lateral do crânio, note que os ossos temporais e zigomáticos


unem-se para formar o arco zigomático. A fossa mandibular forma uma
articulação com uma projeção na mandíbula (osso inferior da boca)
denominada “processo condilar” para formar a articulação
temporomandibular (ATM).

O meato externo (acústico) é o canal no osso temporal que leva à orelha


média. O processo mastóide (mastoid = em forma de mama) é uma
projeção arredondada do osso temporal posteriormente ao meato acústico
externo.ele serve como ponto de fixação para vários músculos do pescoço.
O processo estilóide (stylos = pilar) progeta-se para baixo desde a
superfície inferior do osso temporal e seve como ponto de fixação para os
músculos e ligamentos da ilngua e do pescoço. O canal carótido é o canal
através do qual passa a artéria carótida interna.

Osso occipital

O osso occipital (occipital = parte de trás da cabeça) forma a parte


posterior e uma porção proeminente da base do crânio.

O forame magno é o maior forame do crânio. Ele é um grande orifício no


osso occiptal através do qual passam a medula oblonga (bulbo) (parte do
encéfalo que é continua com a medula espinal), as artérias vertebrais e os
nervos.

Os côndilos occipitais são projeções ovais, uma de cada lado do forame


magno, que se articulam (formam uma articulação) com a primeira
vértebra cervinal.

171
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1. Quais ossos forma o palato duro?


2. Cite as duas principais funções dos seios
paranasais.
Exercícios
3. Quais são os nomes dos ossos cranianos?

4. O que é canal carótido?

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Unidade – 19. Osteologia - Estudo dos ossos

Tema: Osso etmóide e esfenóide

Introdução

Prezado estudante, seja bem vindo ao estudo do osso etnóide e esfenóide.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre estudo do tema
da unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Identificar os ossos etmóide e esfenóide;

 Localizar os ossos etmóide e esfenóide;

 Descrever os ossos etmóide e esfenóide.


Objectivos

Osso etmóide

O osso etmóide (ethmoide = semelhante) é um osso leve e esponjoso


localizado na parte frontal do soalho craniano, entre as órbitas (figura
abaixo).

173
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Fig. Osso etnoide – corte sagital

Fig. Osso etnoide – vista anterior

O etmóide contém 3 a 18 espacos aéreos, ou “células”. É por estas


“células” que o osso recebe seu nome. O conjunto de “células” etmoidais
forma forma o seio etmoidal. As células são mostradas na figura asseguir.

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UCM-Centro de Ensino à Distância Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia – B0034

Fig. Osso etnoide – vista anterior

A lâmina perpendicular forma a porção susperior do septo nasal. A lâmina


cribiforme forma o teto da cavidade nasal. Ela contém os forames da
lâmina cribiforme, através dos quais passa o nervo olfatório. Progetando-se
para cima da lâmina cribiforme, há um processo triângular denominado
cristal etmoidal (crista de galo), que serve como ponto de fixação para as
membranas (meninges) que recobrem o cérebro.

O osso etmóide também contém duas lâminas ósseas finas em forma de


pergaminhos, em cada lado de septo nasal. Estas são denominadas concha
nasal superior e concha nasal média. As conchas filtram o ar antes que ele
passe à traqueia, aos brônquios e aos pulmões.

Osso esfenóide

O osso esfenóide (spheno = em forma de cunha) está situado na parte


média na parte média da base do crânio. Este osso é referido como a perda
fundamental do soalho craniano porque ele se une a todos os outros ossos

175
UCM-Centro de Ensino à Distância Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia – B0034

crânianos. A forma de esfenóide é frequentimente descrita como de um


morcego com as asas estendidas.

Fig. Osso esfenoide – vista superior

A porção cúbica central do osso esfenóide contém os seios esfenóidais, que


drena para cavidade nasal. Na superfície superior do corpo do esfenóide,
há uma depressão denominada sela turca (sela de turco). Esta depressão
contém a hipófise. Um ramo de nervo trigêmio (mandibular) passa através
do forame oval. O osso esfenóide também contém o canal óptico, através
do qual passa o nervo óptico.

Ossos da face

Ossos nasais

O par de ossos nasais forma parte do dorso do nariz. A porção inferior do


nariz, que é sua porção principal, consiste da cartilagem.

176
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Maxilas

As maxilas (macera = mastigar) unem-se para formar o osso superior da


boca e articulam-se com todos os ossos da face, exceto a mandíbula, que é
o osso inferior da boca.

Fig. Osso esfenoide – corte sagital

Cada maxila contém um seio maxilar que se abre na cavidade do nariz


(nasal) (ver figura asseguir).

Fig. Osso esfenoide – visão anterior e corte sagital

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O processo alveolar (alveolus = cavidade) contém os alvéolos (encaixe


ósseos) em que os dentes maxilares (superiores) estão inseridos. A maxila
forma os três quartos anteriores do plano duro. As maxilas esquerdas e
direita fundem-se antes do nascimento. Se a fusão não ocorrer surge uma
condição denominada palato fendido. A fuaso incopleta dos lados dos
ossos palatinos também pode ocorrer. O lábio fendido, que envolve uma
fenda do lábio superior, também pode estar associado à fenda palatina.
Dependendo da extinsão e da posição da fenda, a fla e deglutição podem
ser afetadas. Um procedimento cirúrgico algumas vezes pode melhorar o
problema.

178
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Sumário

O osso etmóide (ethmoide = semelhante) é um osso leve e esponjoso


localizado na parte frontal do soalho craniano, entre as órbitas. O etmóide
contém 3 a 18 espacos aéreos, ou “células”. É por estas “células” que o
osso recebe seu nome. O conjunto de “células” etmoidais forma forma o
seio etmoidal. O osso etmóide também contém duas lâminas ósseas finas
em forma de pergaminhos, em cada lado de septo nasal. Estas são
denominadas concha nasal superior e concha nasal média. As conchas
filtram o ar antes que ele passe à traqueia, aos brônquios e aos pulmões.

O osso esfenóide (spheno = em forma de cunha) está situado na parte


média na parte média da base do crânio. Este osso é referido como a perda
fundamental do soalho craniano porque ele se une a todos os outros ossos
crânianos. A forma de esfenóide é frequentimente descrita como de um
morcego com as asas estendidas. A porção cúbica central do osso
esfenóide contém os seios esfenóidais, que drena para cavidade nasal. Na
superfície superior do corpo do esfenóide, há uma depressão denominada
sela turca (sela de turco). Esta depressão contém a hipófise. Um ramo de
nervo trigêmio (mandibular) passa através do forame oval. O osso
esfenóide também contém o canal óptico, através do qual passa o nervo
óptico.

179
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1. Iniciando na crista etmoidal do osso etmóide e


prosseguindo em sentido horário, nomeie os
ossos que fazem contato com o osso
esfenóide?

Exercícios 2. Qual é o maior forame do crâneo?


3. O que é sutura?
4. Que parte do osso etmóide forma a parte
superior do septo nasal?

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Unidade – 20. Artrologia – Estudo das articulações

Tema: Articlações

Introdução

Prezado estudante, seja bem vindo ao esudo das articulações.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre estudo do tema
da unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Definir o conceito articulação;

 Identificar tipos de articulação;

 Caracterizar cada tipo de articulação;


Objectivos
 Descrever as formas de articulações.

A união de dois ossos dá-se o nome de articulação. Distinguem-se três


grandes tipos de articulações, com base na maior ou menor independência
dos ossos que reúnem e, consequentemente, segundo o seu grau de
mobilidade. São elas

As sinartroses, ou articulações imóveis;


As anfiartroses, ou articulações semimóveis;

As diartroses, ou articulações móveis.

181
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Fig. Os grandes tipos de articulação; em cima, a sinartrose; ao centro, a anfiartrose; em baixo, a


diartrose

A sinartroses representa o modo de união dos ossos do crâneo e do rosto,


reunidos por meio de suturas, quer através do encaixe recíproco de recortes
dentados, quer através de chanfros solidamente ligados por meio de tecido
fibroso, quer ainda graças a ranhuras ou ensambladuras. O endentamento
assegura a solidez do crâneo, ao passo que o acavalamento dos chanfros
lhe permite deformar-se sem se fracturar.

182
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A anfiartrose observa-se entre os corpos vertebrais. Uma fibrocartilagem


elástica, o disco intervertebral, reúne as superfícies ósseas e o seu centro, o
núcleo polposo, forma uma espécie de rótula que permite a inclinação dos
corpos vertebrais em todos os sentidos. A coluna vertebral deve a estes
discos a sua flexibilidade e a sua resistência aos choques e às pressões.
Uma fibrocartilagem análoga ao disco intervertebral une os dois púbis.
Trata-se da sinfise púbica, que permite à bacia certo movimento sem
afectar a sua solidez.

A diartrose é o tipo articular que comporta maior número de aspectos em


relação com a variedade de movimentos de que é sede. Neste caso, o
movimento é possível graças a um conjunto de elementos que encontram
reunidos. Superfícies articulares livres ou superfícies de deslizamento
funcionam dentro de uma cavidade articular limitada pela sinovial e um
aparelho de contenção mantém em contacto as superfícies de deslizamento.

Aparelho de deslizamento orientador do movimento e o aparelho de


contenção que lhe limita o funcionamento, tais são os caracteres
anatómicos funcionais da diartrose.

As superfícies articulares têm a mesma forma que as extremidades ósseas,


mas são revestidas de cartilagem hialina, isto é, sem fibra elástica,
compressível, tanto mais que a cartilagem deve suportar pressões quer a
articulação esteja imóvel, quer em movimento. Este revestimento liso
permite o deslizamento. Quando as superfícies articulares não são
concordantes, interpõe-se entre elas uma fibrocartilagem que assegura a
sua congruência. Trata-se do menisco articular, que, deslocando-se entre as
duas extremidades ósseas, aumenta ainda as superfícies de deslizamento.

Entre as superfícies articulares encontra-se a cavidade articular, limitada


pela membrana sinovial, revestida interiormente por um líquido viscoso, a
sinóvia. A membrana detém-se nos limites das cartilagens articulares que
revestem os meios de união – cápsula e ligamentos. Trata-se de uma

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espécie de bainha flexível e bastante grande que se prolongam em fundos


de saco, passando das cartilagens para a cápsula envolvente. A sinovial
aumenta assim a cavidade articular e introduz prolongamentos nos
interstícios da cápsula e mesmo fora dela – os sacos sinoviais.

Os meios de união de uma diartrose são de duas espécies a cápsula e os


ligamentos. A cápsula é o saco fibroso e resistente, revestido interiormente
pela sinovial. As suas dimensões são, portanto, maiores. Fixa-se nos ossos,
umas vezes perto, outras vezes a extensão do movimento próprio da
articulação considerada. Os ligamentos são quer espessamentos
ligeiramente extensíveis e sólidos, que resistem a fortes tracções no
decurso dos movimentos e limitam a sua amplitude, contendo a deslocação
das superfícies articulares como se fossem rédeas ou amarras.

Tipos de diartroses – a conformação das superfícies de deslizamento


determinam a direcção do movimento que se desenvolve em torno dos
eixos articulares. A mais simples é a troclear, em que uma das superfícies é
uma polia à volta da gira uma superfície inversamente conformada. Como
o eixo da articulação é transversal, só permite um movimento de rotação
que que aproxima ou afasta os dois segmentos ósseos móveis, ou seja, a
flexão e a extensão. Mas, se o eixo de rotação é longitudinal, o tipo
articular correspondente, o trocóide, é um segmento de cilindro que gira
numa cavidade cilíndrica e o movimento uma rotação que leva o osso
móvel para dentro ou para fora do osso imóvel.

Outra forma de diartrose é representada pelas articulações a dois eixos.


Neste caso, uma superfície convexa prolongada em elipsóide, ou côndilo,
desliza numa superfície inversamente conformada côncava. Por vezes, a
superfície articular é côncava num sentido e convexa noutro, pelo que se
verifica um encaixamento recíproco análogo ao do cavaleiro na sela. Estas
duas formas de articulação permitem, tanto uma como outra, movimentos
em duas direcções: flexão e extensão, por um lado, e inclinação lateral, por

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outro lado. Chama-se adução ao movimento que aproxima o segmento


ósseo do eixo do corpo e abdução ao que afasta.

Um terceiro tipo de diartrose é a enartrose, ou articulação a três eixos. Um


segmento de esfera, uma cabeça óssea, roda como uma bola de brilhar
numa superfície mais ou menos côncava. Este tipo permite movimentos em
três dimensões: flexão – extensão, adução – abdução e rotaçãpara dentro e
para fora. A combinação destes movimentos permite a circulação.

O último tipo articular é a artróidia, em superfícies planas deslizam umas


sobre as outras, mas cuja deslocação é limitada.

Disposições articulares regionais – exceptuando as sinartroses do crâneo e


do rosto, as outras articulações são mais ou menos móveis.

A articulação da maxila é a única articulação móvel da cabeça. O côndilo


da mandíbula desliza sob o temporal convexo e um menisco bicôncavo
torna as superfícies articulares congruentes e permite a elevação e o
abaixamento da maxila e movimentos laterais chamados de dedução.

Elementos da coluna vertebral. - As vértebras são constituídas por um


corpo e um arco, que possuem cada um as suas articulações. Os discos
intervertebrais permitem aos corpos inclinarem-se em qualquer direcção.
Os arcos articulam-se por meio de artróides que permitem movimentos
ligeiros e orientam a inclinação dos corpos vertebrais uns sobre os outros.
Os mais fáceis são a flexão – extensão e a inclinação lateral; a rotação é
muito restrita, excepto ao nível do dorso e do pescoço.

A articulação sacrilíaca une o sacro aos ilíacos. Esta articulação, que


possui as características da anfiartrose e da diartose, tem um
funciomamento passivo e limitado aquando das mudanças de posição e
absorve a cada passo os choques sucessivos impostos à coluna vertebral.

A) Articulações do membro inferior. – O membro inferior é o membro


locomotor e assegura o transporte de toda a massa do corpo em
185
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posição vertical. As suas articulações são caracterizadas pela


solidez dos seus meios de união e pelo funcionamento limitado de
cada uma das suas articulações.

A articulação da anca, ou coxofemoral, é um bom exemplo disso. Embora


seja uma enartrose, os seus movimentos são reduzidos na posição vertical
por meio de fortes ligamentos que impedem a queda para trás. Um deles, o
ligamento de Bertin, chama-se por este motivo ligamento da posição de pé.

A articulação do joelho une o fémur, a tíbia e a rótula. Os dois côndilos do


fémur giram sobre o disco tibial, ou, antes, sobre dois meniscos, que
aumentam a superfície articular e asseguram a congruência. O joelho
reflecte-se e estende-se, roda um pouco sobre o seu eixo longitudinal e é
sustentado por meio de fortes ligamentos laterais e cruzados, tensos na
posição de pé.

A tíbia e o perónio articulam-se nas suas duas extremidades e encontram-


se sobretudo solidarizados por meio de uma espessa membrana interóssea
ligada pela sua diáfise.

A articulação tibiotarsiana assegura a união da perna e do pé. É a


articulação do tarso, uma troclear que permite ao pé flectir-se e estender-
se. O astrágalo, como uma respiga, encaixa no entalho dos maléolos tibial
e peronial. Fortes ligamentos, os ligamentos de entorse, sustentam-no
lateralmente.

Por baixo do astrágalo, as articulações subastragalianas unem os ossos do


tarso. Trata-se artródias que se deslocam ligeiramente e permitem ao pé
adaptar-se às irregularidades do chão e à passagem do apoio simples à
marcha. A solidariedade do pé é assegurada em grande parte por um
ligamento interósseo entre o calcâneo, o cubóide e o escafóide. Fortes
ligamentos plantares fixados na face interior da abóbada impedem-no de
ser esmagadopelo peso do corpo.

186
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B) Articulação do membro superior. – O superior é o membro de


preensão. Por isso, as suas aticulações são numerosas e muito
móveis.

A cintura escapular está mais amarrada do que unida à parede torácica pela
articulação esternoclavicular. A clavícula, diz-se, é o leme da omoplata,
que desliza sobre a caixa torácica, à qual se encontra ligada apenas por
músculos.

A articulação de espádua, ou escapulumeral, é uma enartrose de


movimentos amplos e ligamentos flexíveis que permite ao membro
explorar amplamente todas as direcções do espaço.

O cotovelo une o braço e o antebraço e é a sede de duas articulações. A


articulação do úmero com o cúbito é uma troclear sólida que apenas
permite ao antebraço flectir-se e estender-se sobre o braço. A outra
articulação faculta a rotação da extremidade superior do rádio com o
cúbito. Como o rádio movimenta a mão, estas articulações radiocubitais
encontram-se, na realidade, ao serviço da rotação, que é assim firme e
precisa. Chama-se supinação à rotação que impede o polegar para fora e
pronação à flexão – extensão e a inclinação lateral, efectuam-se ao nível do
pulso. Com efeito, os ossos da primeira fileira do carpo formam um
côndilo móvel debaixo da extremidade inferior do esqueleto do antebraço.
Por seu turno, os ossos de segunda fileira do carpo articulam-se com os
metacarpos, que formam o esqueleto da mão propriamente dita.

O metacarpo articula-se com a primeira falange dos dedos através de


enartroses que permitem aos dedos não só flectirem-se e e estenderem-se,
mas também afastarem-se e aproximarem-se.quanto às falanges, as suas
articulações trocleares permitem apenas movimentos de flexão e extensão.

O polegar tem uma articulação especial em sela com o carpo, que lhe
permite não só flectir-se e estender-se, mas também opor-se aos outros
dedos para formar com eles a pinça policidigital.
187
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Sumário

A união de dois ossos dá-se o nome de articulação. Distinguem-se três


grandes tipos de articulações, com base na maior ou menor independência
dos ossos que reúnem e, consequentemente, segundo o seu grau de
mobilidade. São elas

As sinartroses, ou articulações imóveis;

As anfiartroses, ou articulações semimóveis;

As diartroses, ou articulações móveis.


A sinartroses representa o modo de união dos ossos do crâneo e do rosto,
reunidos por meio de suturas, quer através do encaixe recíproco de recortes
dentados, quer através de chanfros solidamente ligados por meio de tecido
fibroso, quer ainda graças a ranhuras ou ensambladuras. O endentamento
assegura a solidez do crâneo, ao passo que o acavalamento dos chanfros
lhe permite deformar-se sem se fracturar.

A anfiartrose observa-se entre os corpos vertebrais. Uma fibrocartilagem


elástica, o disco intervertebral, reúne as superfícies ósseas e o seu centro, o
núcleo polposo, forma uma espécie de rótula que permite a inclinação dos
corpos vertebrais em todos os sentidos. A coluna vertebral deve a estes
discos a sua flexibilidade e a sua resistência aos choques e às pressões.
Uma fibrocartilagem análoga ao disco intervertebral une os dois púbis.
Trata-se da sinfise púbica, que permite à bacia certo movimento sem
afectar a sua solidez.

A diartrose é o tipo articular que comporta maior número de aspectos em


relação com a variedade de movimentos de que é sede. Neste caso, o
movimento é possível graças a um conjunto de elementos que encontram
reunidos. Superfícies articulares livres ou superfícies de deslizamento
funcionam dentro de uma cavidade articular limitada pela sinovial e um
aparelho de contenção mantém em contacto as superfícies de deslizamento.

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1. Em que parte do corpo pode-se observar as


anfiartroses?
2. Caracterize a articulação do membro inferior?

3. Qual é a relação entre a tíbia do perónio?


4. Por que a articulação da espádua faz parte de
Exercício uma enartrose?
5. Descreva a diartrose?

6. Como é que acontece os movimentos de


flexão – extensão do metacarpo?

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Unidade – 21. Movimentos articulares

Tema: Movimentos articulares

Introdução

Prezado estudante, seja bem vindo ao estudo dos movimentos articulares.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre estudo do tema
da unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Conhecer os movimentos articulares;

 Conhecer a posição anatomica;

 Classificar as articulações;
Objectivos
 Identificar as articulações nos movimentos articulares.

Planos e Eixo

Planos de acção, são linhas fixas de referência ao longo das quais o corpo
se divide. Há três planos e cada um está em ângulo reto ou perpendicular
com dois planos.

O plano frontal passa através do corpo de lado a lado, dividindo-o em


frente e costa. É também chamado plano coronal. Os movimentos que
ocorrem neste plano são abdução e adução.

O plano sagital passa através do corpo da frente para trás e o divide em


direita e esquerda. Pode-se pensar nele como uma parede vertical cuja

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UCM-Centro de Ensino à Distância Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia – B0034

extremidade se move. Os movimentos que ocorrem neste plano são flexão


e extensão.

O plano transverso passa horizontalmente pelo corpo e o divide em parte


superior e inferior. É também chamado plano horizontal. Neste plano,
ocorre a rotação. Sempre que um plano passa pela linha média de uma
parte, esteja ela no plano sagital, frontal ou transverso, está se referindo ao
plano cardinal, porque divide o corpo em partes iguais. O pondo onde os
três planos cardinais se encontram é o centro de gravidade. No corpo
humano este ponto é, na linha média, mais ou menos ao nível da segunda
vértebra sacra, ligeiramente anterior a ela.

Os eixos são pontos que atravessam o centro de uma articulação em tomo


da qual uma parte gira. O eixo sagital é um ponto que percorre a
articulação de frente para trás. O eixo frontal vai de lado a lado e o eixo
vertical, também chamado longitudinal, vai da parte superior à inferior.

O movimento articular ocorre em torno de um eixo que está sempre


perpendicular a um plano. Outro modo de se descrever este movimento
articular, é que ele ocorre sempre no mesmo plano e em tomo do mesmo
eixo. Por exemplo, flexão/extensão ocorrerá sempre no plano sagital em
tomo do eixo frontal e a adução em tomo do eixo sagital. Movimentos
semelhantes como o desvio radial e ulnar do punho também ocorrerão no
plano frontal em tomo do eixo sagital.

POSIÇÃO ANATÔMICA

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Deve-se considerar a posição de sentido de um atleta (posição


ereta), isto é, de pé, com as mãos espalmadas, dedos unidos, palmas
voltadas para frente. Dedos dos pés para diante e pés unidos.

1) PLANO FRONTAL OU CORONAL: Divide o corpo em


partes anterior (ventral) e posterior (dorsal).

Eixo sagital (ântero-posterior) ou horizontal (dorso/ventralmente).

Movimentos:

Abdução - segmento afasta-se da linha mediana do corpo.


Adução - segmento aproxima-se da linha mediana do corpo.

2) PLANO SAGITAL OU SAGITAL MEDIANO:

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Divide o corpo nas metade,s direita e esquerda.


Eixo transverso ou horizontal.

Movimentos:

Flexão - 2 segmentos aproximam-se entre si ou o ângulo articular diminui.


Extensão - 2 segmentos afastam-se entre si ou o ângulo articular aumenta.

3) PLANO HORIZONTAL OU TRANSVERSO:

Divide o corpo nas metades inferior (caudal) e superior (cranial).

Eixo longitudinal ou vertical.

Movimentos:

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Rotação medial - É uma rotação transversa orientada para a superfície


anterior do corpo.
Rotação lateral - É uma rotação transversa orientada para a superfície
posterior do corpo.

Casos especiais:

Pronação do Antebraço - Rotação medial.


Supinação do Antebraço - Rotação lateral.

Desvio Ulnar - Adução do punho.


Desvio Radial - Abdução do punho.

Polegar - flexão/ extensão ocorrem no plano frontal, abdução/ adução


ocorrem no plano sagital.

Rotação Medial do Tornozelo - Inversão


Rotação Lateral do Tornozelo – Eversão

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Movimentos das articulações

1) Flexão - quando um segmento corporal é movido num plano de tal


modo que sua face anterior ou posterior aproxima-se da face anterior ou
posterior do segmento corporal adjacente.

2) Extensão - é o contrário. Parte-se de uma posição flectida para posição


anatómica, ou mesmo, ultrapassando, se isto for possível.

3) Abdução - é o movimento de um segmento corporal para longe

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(afastando-o) da linha central do corpo (linha mediana).

4) Adução - é o contrário. Parte-se de uma abdução, retornando à posição


anatômica, ou mesmo, ultrapassando, se isto for possível.

5) Rotação Medial - ocorre quando a face anterior do segmento volta-se


para o plano mediano do corpo.

6) Rotação Lateral - é o contrário. A face anterior do segmento volta-se


para o plano lateral do corpo.

7) Circundução - é o movimento no qual uma parte do corpo descreve um


cone cujo o vértice está na articulação e a base na extremidade distal da
parte. Ocorre em articulações biaxiais e triaxiais.

Movimentos "entre" as superfícies articulares

1) Deslizamento / Translação

Ocorre quando um ponto de uma superfície em movimento entra em


contato com novos pontos sobre a outra superfície.

2) Rolamento / Angular

Ocorre quando novos pontos em uma superfície entram em contato com os


novos pontos de uma segunda superfície.

3) Rotação / Giro

É uma rotação ao redor de um eixo mecânico estacionário, longitudinal do


próprio osso.

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Classificação das Articulações

Baseado na natureza do movimento:

1. Sinartroses (Imóveis);
2. Anfiartroses (Levemente móveis);
3. Diartroses (Livremente móveis).

1. Sinartroses - articulações fibrosas que permitem pouco ou nenhum


movimento.

1. Suturas
2. Sindesmoses

a- denteada
b- escamosa
3- harmônicas
4- esquindilesis

2. Anfiartroses - articulações cartilaginosas.

2. Sincondroses;
2. Sínfises.

197
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3. Diartroses - as extremidades ósseas estão sempre cobertas por


cartilagem;

• Cápsula articular;
• Sinóvia

Movimentos
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Planar ou Artrodial

• Deslizamento não axial


Ex.: Carpo, Tarso e Facetas

Dobradiça ou Gínglimo - movimenta-se ao redor de somente um eixo.

Pivô ou Trocóide - movimenta-se ao redor de somente um eixo.

199
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Selar - movimenta-se ao redor de dois eixo.

Elipsóide, Condilar ou Ovóide - movimenta-se ao redor de dois eixos.

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Enartrose ou Esferóide - movimenta-se ao redor de três eixos.

Cartilagem Articular

• Tecido conjuntivo denso que fornece lubrificação protectora.


• Possue duas importantes função:

1. Distribuição de carga;
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2. Redução da fricção e desgaste.

Fibrocartilagem Articular

• Agem como disco fibrocartilaginoso (almofada).


Função:
– Absorção e diminuição de cargas;
– Limita movimentos entre os ossos;
– Proteção da periferia das articulações;
– Lubrificação.

Tecido Conjuntivo Articular

• Constitui os tendões: que conectam os ossos e ligamentos, e que


conectam ossos aos ossos.
• São tecidos passivos, compostos primariamente de colágeno e fibras
elásticas

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Sumário
O movimento articular ocorre em torno de um eixo que está sempre
perpendicular a um plano. Outro modo de se descrever este movimento
articular, é que ele ocorre sempre no mesmo plano e em tomo do mesmo
eixo. Por exemplo, flexão/extensão ocorrerá sempre no plano sagital em
tomo do eixo frontal e a adução em tomo do eixo sagital. Movimentos
semelhantes como o desvio radial e ulnar do punho também ocorrerão no
plano frontal em tomo do eixo sagital.

Movimentos das articulações

1) Flexão - quando um segmento corporal é movido num plano de tal


modo que sua face anterior ou posterior aproxima-se da face anterior ou
posterior do segmento corporal adjacente.

2) Extensão - é o contrário. Parte-se de uma posição flectida para posição


anatómica, ou mesmo, ultrapassando, se isto for possível.

3) Abdução - é o movimento de um segmento corporal para longe


(afastando-o) da linha central do corpo (linha mediana).

4) Adução - é o contrário. Parte-se de uma abdução, retornando à posição


anatômica, ou mesmo, ultrapassando, se isto for possível.

5) Rotação Medial - ocorre quando a face anterior do segmento volta-se


para o plano mediano do corpo.

6) Rotação Lateral - é o contrário. A face anterior do segmento volta-se


para o plano lateral do corpo.

7) Circundução - é o movimento no qual uma parte do corpo descreve um


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cone cujo o vértice está na articulação e a base na extremidade distal da


parte. Ocorre em articulações biaxiais e triaxiais.

Movimentos "entre" as superfícies articulares

1) Deslizamento / Translação

Ocorre quando um ponto de uma superfície em movimento entra em


contato com novos pontos sobre a outra superfície.

2) Rolamento / Angular

Ocorre quando novos pontos em uma superfície entram em contato com os


novos pontos de uma segunda superfície.

3) Rotação / Giro

É uma rotação ao redor de um eixo mecânico estacionário, longitudinal do


próprio osso.

Classificação das Articulações

Baseado na natureza do movimento:


1. Sinartroses (Imóveis);
2. Anfiartroses (Levemente móveis);
3. Diartroses (Livremente móveis).

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1. O que é movimento articular?

2. Na fibrocartilagem articular encontramos


Exercícios disco cartilaginoso. Quais são as funções?

3. Qual é a diferença entre flexão e extensão.

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Unidade – 22. Miologia – Músculos

Tema: Músculos

 Tipos de músculos

 Características dos músculos

 Classificação dos músculos.

Introdução

Prezado estudante, seja bem vindo ao estudo dos músculos, tipos dos
músculos, características dos músculos e classificacao dos músculos. .

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre estudo do tema
da unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Definir o músculo;

 Identificar os tipos de músculos;

 Caracterizar os músculos;
Objectivos
 Diferenciar a propriedade do tecido muscular.

Músculos

Os músculos são os órgãos responsáveis pelo movimento dos animais. Eles


possuem a capacidade de contrair-se e de relaxar, e, em consequência, de
tranmitirem movimentos aos ossos nos quais se inserem. O movimento de
todo o corpo humano ou de algumas das suas partes - cabeça, pescoço,
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tronco, membros inferiores e superiores deve-se aos músculos. Temos no


nosso corpo aproximandamente 212 músculos, sendo 112 na região frontal
e 100 na região dorsal.

Eles são constituídos por milhares de células longas, delgadas e cilíndricas,


que se designam fibras musculares. Cada fibra muscular contém um feixe
de centenas de milhares de pequenas unidades, designadas miofibrilas.

Os músculos estão ligados aos ossos pelos tendões.

Tipos de músculos

 Músculo liso ou voluntário.

 Músculo estriado esquelético.

 Músculo estriado cardíaco.

Músculo liso ou voluntário

As fibras musculares que formam este tecido são compridas, lisas (não
apresentam estrias) e possuem um núcleo central. Tendem a ser de cor
pálida, a sua concentração é lenta e não está sujeita à vontade da pessoa,
donde deriva o nome de involuntário.
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UCM-Centro de Ensino à Distância Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia – B0034

Esse músculo reveste ou forna parte das paredes de órgãos ocos tais como
a traqueia, o estômago, o trato intestinal, a bexiga, o útero e os vasos
sanguíneos.

Músculo estriado esquelético

As células do músculo-esquelético são cilíndricas e filiformes. As fibras


musculares possuem estrias e vários núcleos. É avermelhado (o músculo),
de contracção brusca, e os seus movimentos dependem da vontade dos
indivíduos. Constitui o tecido mais abundante do organismo e representa
entre 40 e 45% do peso corporal total.

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Músculo estriado cardíaco

Como o esquelético, apresenta fibras musculares bastante compridas. É


também chamado miocárdio, e o que constitui a parede do coração. Apesar
de ser estriado, possui movimentos involuntários e as suas fibras têm
apenas um núcleo central. Este músculo contrai-se e relaxa sem parar.

Caracteristicas dos músculos

 Podem contrair-se e encurtar, tornando-se mais tensos e duros, em


resposta a um estímulo vindo do sistema nervoso.

 Podem ser distendidos, aumentando o seu comprimento.

 Podem retomar à forma e ao tamanho original.

A propriedade de o tecido muscular se contrair chama-se contractilidade e


a propriedade de poder ser distendido recebe o nome de elasticidade.

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Sumário

Os músculos são os órgãos responsáveis pelo movimento dos animais. Eles


possuem a capacidade de contrair-se e de relaxar, e, em consequência, de
tranmitirem movimentos aos ossos nos quais se inserem. O movimento de
todo o corpo humano ou de algumas das suas partes - cabeça, pescoço,
tronco, membros inferiores e superiores deve-se aos músculos. Temos no
nosso corpo aproximandamente 212 músculos, sendo 112 na região frontal
e 100 na região dorsal.

Tipos de músculos

 Músculo liso ou voluntário.

 Músculo estriado esquelético.

 Músculo estriado cardíaco.

Caracteristicas dos músculos

 Podem contrair-se e encurtar, tornando-se mais tensos e duros, em


resposta a um estímulo vindo do sistema nervoso.

 Podem ser distendidos, aumentando o seu comprimento.

 Podem retomar à forma e ao tamanho original.

A propriedade de o tecido muscular se contrair chama-se contractibilidade


e a propriedade de poder ser distendido recebe o nome de elasticidade.

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1. Existem dois tipos de miofibrilas. Quais são?


2. Apresente a estrutura de uma fibra muscular
lisa e estriada e identifique os seus respectivos
constituintes.
Exercício 3. Caracterize os músculos.
4. Explique os termos “ contractibilidade e
elasticidade”

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Unidade – 23. Miologia – Constituição dos músculos

Tema: Constituição dos Músculos

Introdução

Prezado estudante, seja bem vindo ao estudo da constituicao dos músculos.


Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre estudo do tema
da unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Definir o músculo;

 Classificar os músculos;

 Identificar a função de cada músculo no corpo humano.


Objectivos

Músculos

Os músculos são órgãos carnudos, contrácteis. Movem as peças do


esqueleto, fecham os orifícios do corpo, esticam a pele e tomam parte,
directa ou indireitamente, na actividade de certo número de vísceras.
Existem duas espécies de músculos os músculos da vida voluntária,
estriados e vermelhados, e os músculos da vida vegetativa, lisos e pálidos.
Os primeiros pertencem exclusivamente ao aparelho locomotor e os
segundos ao aparelho de nutrição. Esta distinção não é, porém, rigorosa
músculos estriados podem participar na vida das vísceras e encontram-se
músculos lisos ao nível das artérias e da pele do aparelho locomotor. Aqui
trataremos apenas dos músculos estriados.
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UCM-Centro de Ensino à Distância Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia – B0034

Os músculos estriados constituem parte importante da massa corporal, dois


quintos do peso total. O seu volume depende do sexo, da idade, da saúde e
da profissão. Os músculos envolvem a maior parte do esqueleto e dão ao
corpo a sua configuração geral A maioria dos músculos são pares, com
excepção dos que envolvem os orifícios, e o seu número é difícil de
precisar devido as suas muitas variações. Calcula-se em cerca de
quinhentos o número de músculos, vinte e cinco a trinta dos quais
inconstantes ou supranumerários, assim distribuidos

Cabeça------------------------------63

Tronco----------------------------190

Membro superior------------------98

Membro inferior-----------------104

Músculos profundos -------------46

Total----------------501

Os músculos estriados são vermelhos devido ao sangue que contém em


abundância. A sua consistência, firme em repouso, torna-se dura sob o
efeito da contracção. A morte torna-os moles e flácidos até sobreviver a
rigidez cadavérica, passadas cerca de cinco horas.

1. Forma dos músculos

Permite classificá-los em quatro categorias longos, planos, curtos e


circulares.

Os músculos longos são os músculos dos membros, cujo grande eixo


acompanham em dois planos sobrepostos. Os músculos profundos são

213
UCM-Centro de Ensino à Distância Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia – B0034

mais curtos do que os músculos do plano superficial e geralmente só


atravessam uma articulação, ao passo que os superficiais atravessam vrias.
Os músculos longos podem ser simples ou resultar da fusão de diversos
músculos.

Um músculo longo apresenta uma inserção proximal, geralmente curta, à


qual se dá o nome de cabeça, mas um músculo pode ter várias cabeças –
duas, três ou quatro. O bíceps têm duas, uma longa e uma curta. O corpo
muscular, ou ventre, que se segue à cabeça, é a parte bojuda e contráctil do
músculo. Ao corpo segue-se um tendão terminal mais delgado, branco e de
comprimento variável. Os músculos são com muita frequência fusiformes,
o que dá aos segmentos de membros e aos membros inteiros, aspectos
troncocónico.

Os músculos planos ou largos pertencem às paredes do corpo. São lâminas


carnudas, de pouca espessura, dispostas em várias camadas, cuja direcção
cruzada reforça a resistência da parede. Os músculos planos podem ser
quadriláteros, circulres ou mesmo triangulares quando vão do tronco à raiz
dos membros.

Os músculos curtos encontram-se na maxila e na coluna vertebral. São


fortes, espessos e de forma variável, quadriláteros, triangulares ou em
feixes cornudos e achatados.

Os músculos orbiculares e esfinctéricos formam anéis à vlta dos orifícios,


tanto do rosto como do tubo digestivo.

2. Modo de inserção dos músculos.

Na sua maior parte, ligam-se ao esqueleto. Alguns, porém – os


subcutâneos, por exemplo –, fixam-se à pele e outros a órgãos, como os
músculos do globo ocular; a uma mucosa, como os músculos da língua; a
uma aponevrose, como os do véu palantino; a uma cartilagem, como os

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músculos da laringe, ou mesmo ao dentão doutro músculo, como os


lombricais.

Estes casos são, no entanto, poucos frequentes. A maior parte dos


músculos estriados inserem-se no esqueleto, quer directamente, quer por
intermédio de um tendão ou de uma aponevrose de inserção. Uma das
inserções é considerada fixa e a outra móvel. A inserção fixa faz-se quase
sempre directamente atavés de fibras carnudas, que por vezes se
confundem com as dos músculos vizinhos; a inserção móvel é tendinosa,
limitada e nítida.

Os músculos são independetes na maior parte do seu trajecto. Ao nível dos


membros é frequente vários deles terem origem comum, embora se
separem em seguida; no entanto, podem mudar de expansões
aponevroticas no seu ponto de terminação. Os músculos parietais imbricam
as suas inserções, as digitações, bem visíveis sob a pele do tórax. Estes
músculos cruzam as suas aponevroses na linha média com as do lado
oposto e originam um rafe tendinoso, com a linha branca da parede
abdominal.

3. Configuração dos músculos

Os músculos longos, planos ou curtos possuem um corpo muscular


vermelho, ao passo que os seus tendões ou as suas aponevroses são
brancos. O corpo forma a parte central; as aponevroses e os tendões
situam-se nas extremidades. Os músculos digástricos possuem dois
ventres, ligados por um tendão intermédio. Certos músculos têm o corpo
dividido por uma intersecção fibrosa.

Os tendões podem ser curtos, mas os que atingem a extremidade dos


membros são muito longos. Os tendões têm origem nas faces dos músculos
– por vezes numa só face –, mas em certos casos as fibras

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múscularesparecem fixar-se neles como sa barbas de uma pena e por isso


se chamam peniformes, ou semipeniformes.

4. Revestimentos e anexos dos músculos

Os músculos são revestidos por aponevroses, algumas das quais formam o


revestimemto geral do membro. As aponevroses desempenham um papel
de contenção, pois impedem os músculos de se deslocar durante os
movimentos. Os músculos aderem por vezes a essas bainhas e inserem-se
nelas, como por exemplo no antebraço e na perna. Algumas aponevroses
expandem-se em profundidades, isolam os músculos e separam-nos uns
dos outros e formam células musculares na mão e no pé.

Quando as aponevroses se fixam no esqueleto, formam com ele bainhas


esteofibrosas, como as que se observam no pulso e no tarso. Trata-se dos
ligamentos anular e frondiforme que contêm os tendões subjacentes e
servem de polia de reflexão.

Dentro das células ou das bainhas esteofibrosas, e sempre que um tendão


ou ummusculo é submetido a atritos com um elemento duro das
imediações, envolve-se ou apoia-se um aparelho de deslizamento
constituído por cápsula sinoviais e bolsas serosas.

As cápsulas sinoviasis são sacos fehados por todos os lados que rodeiam o
tendão. A sua cavidade contém um líquido oleoso que o lubrifica. Cápsulas
contíguas podem-se fundir numa cápsula comum a diversos tendões.

As bolsas serosas formam sacos fechados interpostos entre o tendão e o


osso com o qual estabelece atrito. Encontram-se também entre grupos
musculares.

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5. Acção do músculo

Os músculos mobilizam alavancas ósseas. Entede-se por linha de acção de


um músculo a linha que une as suas inserções proximal e distal ou, quando
um tendão se reflecte, a linha que vai do ponto de reflexão à inserção
terminal. A acção do músculo depende da maneira como a sua linha de
acção atravessa os eixos articulares. Qualquer estudo mecânico se basea
necessariamente no conhecimento das llinhas de acção ne dos eixos
articulares.quando um músculo atravessa uma única articulação, chama-se
monarticular, é um musculo de velocidade; quando atravessa diversas,
chama-se poliarticular e actua sobre as diferentes articulações que
atravessa, em especial sobre a última. Neste caso, é quase sempre um
músculo de força.os músculos associam a sua acção ao longo de um
membro formando cadeias de movimento.um músculo nunca funciona
isoladamente, mas sim em grupos chamados agonistas, aos quais se opõem
antagonistas, que tornam o movimento mais preciso.

6. Músculo do corpo humano

A) Os músculos da cabeça e do rosto são os músculos mastigadores, a


língua e os anexos ao globo ocular. Alguns encontram-se ligados à pele,
comoos músculos da mímica, ou asseguram ainda a oclusão das pálpebres
e, da boca, como os orbiculares. Os músculos da fronte e da região
occipital são reunidos pela aponevrose epicraniana subjacente ao couro
cabeludo.

B) Os músculos da coluna vertebral são quase todos extensores, acção que


associa muitas vezes com a inclinação lateral da ráquis ou com a sua
rotação. Ocupam goteiras ósseas (músculos das goteiras) na face posterior
dos arcos vertebral e depois o sacro e a bacia, onde se inserem, e sobem
numa massa comum até à base do crânio. Estes músculos progectam na
direcção de cada vértebra um feixizinho musculotendinoso, em caibro,
Assim, cada vértebra é mobilizada separadamente e o ráquis por inteiro.

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C) Os músculos do tronco são os músculos das paredes torácicas e


abdominais.

O diafragma, músculo respiratório principal, separa o tórax do abdómen.


Muscular na periferia, é tendinoso na sua parte central, o centro frénico,
em que assentam o craçao e base dos pulmões.

Os músculos das paredes, propriamente ditas, do tronco encontram-se


divididos em três camadas, cada uma orientada em sentido opsto ao da
camada vizinha. São eles os músculos intercostais e os músculos
abdominais.

Estes últimos apoiam-se nos grandes rectos, que vão verticalmente do


tórax à bacia, e econstituem-lhes uma bainha de dislizamento antes de se
entrecruzarem na linha média, ou linha branca, que marca o centro do um
bigo.

Estes músculos apresentam outros interstícios, como o canal inguinal,


através dos quais as vísceras abdominais podem formar hérnea.

D) O membro superior liga-se às paredes do tórax pelos músculos peitorais


e grande dentado, à frente, oque confere a estes músculos acção
respiratória.Os músculo grande dorsal e trapézio ligam-no atrás ao áxis, à
bacia e a cabeça.

A inserção axial do trapézio torna-o o agente da suspensão de todo o


membro superior.

O coto da espádua deve a sua forma arredondada ao deltóide, poderoso


músculo que reveste a extremidade siperior do úmero.

Os músculos do braço reúnem-se em duas cavidades, uma anterior, que


contém os flexores do antebraço sobre o braço, bíceps e braquial anterior;
outra posterior, que so possui um músculo volumoso, extensor, o triceps
braquial.

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Os musclos do antebraço são menos volumosos do que os precedentes,


mais desenvlvidos na face anterior e formam dois grupos um compreende
os flexores e pronadores, rotadores anteriores da mão, e os flexores dos
dedos; outro encontra-se situado ao longo do bordo lateral do antebraço e,
é formado pelo músculo longo e curto supinador, músculos rotadores
externos da mão. Quanto aos extensores, encntran-se colocados na face
posterior do antebraço.

Os músculos da mão agrupam-se em duas massas um, anexa ao polegar,


desenha o relevo externo da palma e é constituída palos chamados
músculos tenáricos; a outra forma o relevo interno, menos saliente, e
agrupa os músculos anexos ao dedo mínimo, chamados hipotenáricos.
Entre os metacárpicos inserem-se os músculos interósseos flexores da
primeira laringe dos dedos, que afastam ou aproximam. A flexão das duas
últimas falanges depende dos músculos vindos do antebraço, cujos longos
tendões chegam aos dedos, rodeados de cápsulas sinoviais.

A face dorsal da mão e dos dedos mostra apenas a passagem dos tendões
extensores.

E) O membro inferior caracteriza-se pela sua poderosa muscultura,


relacionada com a sua posição e a locomoção verticais. O grande
nadegueiro, músculo da locomoção de pé, com a força de 300 kg, cobre
com a sua massa os músculos rotadores da coxa, a qual se reflecte graças a
um músculo longo vindo da coluna vertebral, o psoa. As coxas são
mantidas juntas por meio de músculos que se opõem ao seu afastamento e
conservam a bacia em equilíbrio, os adutores ou músculos dos cavaleiros,
porque permitem apertar o cavalo entre as coxas. Um músculo volumoso, o
quadriceps, forma o relevo da face posterior da coxa são flexores da perna.

Na perna, a massa muscular mais importante é a dos músculos da barriga


da perna, ou tríceps sural, cujo relevo é desenhado pelos gémeos. O tríceps
termina no tendão-de-aquiles. É graças ao tríceps sural que nos mantemos
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de pé. Outros músculos profundos ou da região anterior da perna descem


para o pé, os quais são agentes quer da sua flexão dorsal, quer da tensão da
abóbada plantar.

A planta do pé é constituída por musculozinhos que actuam sobre os dedos


e sobre a abóbada, cuja concavidade mantêm.

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Sumário

Os músculos são órgãos carnudos, contrácteis. Movem as peças do


esqueleto, fecham os orifícios do corpo, esticam a pele e tomam parte,
directa ou indireitamente, na actividade de certo número de vísceras.
Calcula-se em cerca de quinhentos o número de músculos, vinte e cinco a
trinta dos quais inconstantes ou supranumerários, assim distribuidos

Cabeça------------------------------63

Tronco----------------------------190

Membro superior------------------98

Membro inferior-----------------104

Músculos profundos -------------46

Total----------------501

Permite classificá-los em quatro categorias longos, planos, curtos e


circulares.

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1. Em que parte do corpo do ser humano pode-se


encontrar os músculos curtos, longos, planos e
circulares
2. Hérnea é uma infecção ligada aos músculos.
Como se forma.

Exercícios 3. Entre o tórax do abdómen encontra-se o


músculo respiratório principal. Como se
denomina.
4. Explique os termos “tenáricos e
hipotenáricos”

222
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Unidade – 24. Miologia – Doenças Musculares

Tema: Doenças Musculares

Introdução

Prezado estudante, seja bem vindo ao estudo das doenças musculares.

Portanto, está convidado para uma discussão activa sobre estudo do tema
da unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Conhecer as doenças musculares;

 Mecionar as doenças musculares;

 Identificar as principais manifestações clinicas;


Objectivos
 Usar a fisiopatologia

Doenças Musculares

 Miopatias

Doenças da musculatura esquelética hereditárias ou adquiridas.

Doenças musculares

Principais manifestações clínicas:

 Fraqueza muscular;

 Hipotonia.

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Doenças musculares

Historia:

 Queixas relacionadas à motricidade.

Exame Neurológico:

 Fraqueza muscular;

 Hipotonia;

 Hiporreflexia;

 Ausência de fasciculações e de fadigabilidade;

 Sensibilidades (gerais e sentidos especiais), coordenação motora e


funções autonómicas normais.

SNC e SNP

Atrofia Fascicular Tônus Fraqueza Refl .Prof

SNP ± ± hipotonia + ↓

Piramidal - - espástico + ↑

Extrapiramidal- - rígidez ± normal

Cerebelar - - hipotonia - ↓

Doenças musculares

Investigação complementar:

 Enzimas musculares.

224
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 CK

 Aldolase

 TGO

 TGP

Fontes imediatas de ATP

Doenças musculares

Investigação complementar:

 Enzimas musculares

 CK

 Aldolase

 TGO

 TGP

 Biopsia muscular

Doenças musculares

Fisiopatologia

Fraqueza muscular progressiva

Fraquesa muscular estável

Miopatias Degenerativas

225
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Fraqueza Muscular Progressiva

Herteditárias

Distrofias musculares

Doenças de depósito Evolução crónica

Distrofias miotônicas

Adquiridas

Miopatias inflamatórias Instalação águda

Fisiopatologias

Variada ––––––––––––––––––––––––––––––Necrose

Degeneração da fibra muscular

Perda de capacidade de regerneração

Fraqueza muscular progressiva

Distrofias Musculares

Sinais e Sintomas

Fraqueza muscular progressiva;

Contraturas (retrações tondineas);

Cardiopatia;
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CPK aumentada.

Distrofias Musculares

Distrofia muscular de Duchenne

Distrofia muscular de Becker

Distrofia muscular de cinturas

Distrofia facioescapuloumeral

Distrofia muscular de Emery Dreifuss

Miopatia distal

Distrofia ocular-faringea

Distrofia muscular congénita

Distrofia Muscular de Duchenne

Início precoce (3 a 4 anos de idade)

Herança ligada ao X

Fraqueza muscular progressiva

Distribuição –––––––––––– proximal membros inferiores

Pseudohipertrofia das panturilhas

Contraturas (retrações tendineas)

Cariopatia

CPK aumenada.

Distrofia Muscular de Bocker

Inicio variável (desde a infância ate a idade adulta)

Herança ligada ao X

227
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Manifestação variável (cãibras –––––––––fraqueza)

Distribuição –––––proximal membros inferior

 Contraturas (retrações tendineas)

 Cardiopatia

 CPK Aumentada.

Distrofias Muscularess de Cinturas

 Inicio variável (desde a infância ate a idade adulta)

 Herança autossômica recessiva ou dominante

 Fraqueza muscular progressiva

 Distribuição ––––––––– proximal membros superior

––––––––– proximal membros inferior

––––––––– proximal e distal membros inferior

 Contraturas (retrações tendineas)

 Cardiopatia

 CPK Aumentada

Distrofias Muscular Congênita

 Hipotonia neonatal

 Atraso do desenvolvimento motor

 Fraqueza muscular

 Distribuição –––––––––generalizada

–––––––––face

––––––––––proximal membros inferiores

228
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 Retrações tendineas

 Elevação da CPK

 Sindromas específicas, acometimento encefálico e ocular

Distrofia facioescapuloumeral

 Inicio variável (desde a infância até a idade adulta);

 Fenómeno de antecipação ;

 Herança autossômica dominante;

 Fraqueza muscular progressiva;

Distribuição face;

proximal membros superior;.

distal membros inferior;

 Contraturas (retraçoes tendineas)

 Surdez

 CPK aumentada

Distrofias Musculares

 Doenças hereditárias degenerativas da musculatura esquelética;

 Curzam com fraqueza muscular progressiva e desenvolvimento de


retrações tendineas;

 Alterações cardíacas ocorrem em algumas doenças do grupo;

 Elevação sérica da creotina quinase indicando lesão das fibras


musculares;

 Necrose de fibras musculares e substituição destas por tecido de


sustentação.

Miopias degenerativas

 Fraqueza muscular progressiva


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 Heriditárias

Distrofias Musculares

 Doenças de depósito

 Doenças com depósito de glicogêneo

 Dificiência de maltase ácida

 Metabolismo inadequado do glicogêneo no interior dos lisossomos

 Miopatias degenerativas

 Fraqueza muscular progressiva

Hereditárias

 Distrofias músculares

 Doença de depósito distrofias miotônicas

Distrofias Miotônicas

Definição: São doenças multissistemicas que na musculatura esquelética


causam fraqueza muscular progressiva e miotonia

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Sumário
Doenças Musculares

 Miopatias

 Doenças da musculatura esquelética hereditárias ou adquiridas.


Doenças musculares
Principais manifestações clínicas:

 Fraqueza muscular;

 Hipotonia.
 Doenças musculares
Historia:

 Queixas relacionadas à motricidade.

 Exame Neurológico:

 Fraqueza muscular;

 Hipotonia;

 Hiporreflexia;

 Ausência de fasciculações e de fadigabilidade;

 Sensibilidades (gerais e sentidos especiais), coordenação motora e


funções autonómicas normais.

Distrofias Musculares

 Distrofia muscular de Duchenne

 Distrofia muscular de Becker

 Distrofia muscular de cinturas

 Distrofia facioescapuloumeral

 Distrofia muscular de Emery Dreifuss

 Miopatia distal

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 Distrofia ocular-faringea

 Distrofia muscular congénita

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ROQUE, Mercês; Ferreira, Ângelo; CASTRO, Adalmiro, Biologia


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