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Esperança Malique António

Incoterms
(Curso de formação de Professores)

Centro de formação profissional Feyson


Nacala Porto
2021
Esperança Malique António

Incoterms
(Curso de formação de Professores)

Trabalho de Caracter avaliativo


a ser entregue no Centro de
formação profissional Feyson,
na disciplina técnica pautal,
leccionado pelo docente
dr. Herculano Buque

Centro de formação profissional Feyson


Nacala Porto
2021
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Índice

Introdução...................................................................................................................................3
Conceitos Incoterms....................................................................................................................4
Termos definidos em Incoterms..................................................................................................5
Tipos de Incoterms......................................................................................................................6
Grupo E: Partida.........................................................................................................................6
Grupo F: Transporte Principal Não Pago....................................................................................6
Grupo C: Transporte Principal Pago...........................................................................................7
Grupo D: Chegada......................................................................................................................7
Função dos Incoterms.................................................................................................................9
Regulação de incoterms..............................................................................................................9
Conclusão..................................................................................................................................10
Referências Bibliográficas........................................................................................................11
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Introdução

O presente trabalho tem como tema incoterms. Na qual vai se abordar sobre o conceito
deste, a classificação, a função e as vantagens destes. Entretanto, O incoterms foi
desenvolvido pela a primeira vez no ano de 1936 pela câmara de comercio internacional
(ICC) na tentativa de simplificar os problemas de comunicação envolvidos nos comércios
internacionais. Eles são usados ate hoje e revisados periodicamente. É objectivo deste
trabalho conhecer a importância do uso do incoterms e a sua classificação.
A metodologia utilizada para a elaboração deste trabalho é a pesquisa das pesquisas
bibliográficas.
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Conceitos Incoterms

Incoterms é a abreviatura do inglês (International Commercial Terms), que em


português significa “Termos Internacionais de Comércio”. Trata-se de normas padronizadas
que regulam aspectos diversos do comércio internacional. Os Incoterms são importantes pois
eles têm o papel de deixar clara a alocação de riscos, custos e obrigações entre o comprador e
o vendedor em um contrato de compra e venda de mercadorias.
Incoterms são regras destinadas à interpretação de termos frequentemente usados no
comércio internacional. Quando a compra e venda é nacional, além de incidirem menos
impostos na operação, as partes falam a mesma língua e em geral conhecem os usos e
costumes comerciais. Podem, assim, com maior facilidade, compor os interesse atinentes aos
custos da tradição. Quando internacional, contudo, a compra e venda pode dificultar-se ou
resultar prejudicada se for necessário detalhar cada item de custo e negociar sua repartição
entre as partes. Com o objetivo de fornecer padrões gerais de distribuição, entre exportador e
importador, das despesas e riscos com o transporte de mercadorias no comércio exterior, uma
entidade privada de grande prestígio, a Câmara de Comércio Internacional (CCI), criou, em
1936, os Incoterms, que são regras de interpretação de cláusulas geralmente utilizadas no
comércio internacional. São cláusulas identificadas por siglas (p. ex., FOB, FAZ, CIF) que
sintetizam a repartição dos custos de tradição entre o vendedor e o comprador (Coelho, 2006,
3:78) apud [ CITATION Tou20 \l 2070 ].
Os termos sofreram atualizações periodicamente em 1953, 1967, 1976, 1980, 1990 até
esta versão, do ano 2000. A penúltima revisão, de 1990, foi feita com o objetivo, entre outros,
de atender às necessidades do comércio eletrônico (Publicação n. 460 da CCI). Esta versão
começou a vigorar em 1o. de janeiro de 2000 (Publicação n. 560 da CCI) citado por
[ CITATION Tou20 \l 2070 ].
Os Termos Comerciais Internacionais ou Termos Comerciais Internacionais são uma
série de termos comerciais pré-definidos publicados pela Câmara Internacional de Comércio
(ICC) relativos ao direito comercial internacional. Eles são amplamente utilizados em
transações comerciais internacionais ou processos de aquisição e seu uso é incentivado por
conselhos comerciais, tribunais e advogados internacionais. Uma série de termos comerciais
de três letras relacionados às práticas de vendas contratuais comuns, as regras da Incoterms
destinam-se principalmente a comunicar claramente as tarefas, custos e riscos associados ao
transporte global ou internacional e à entrega de mercadorias.
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Os incoterms informam contratos de venda definindo suas respectivas obrigações,


custos e riscos envolvidos na entrega de mercadorias do vendedor ao comprador, mas eles
próprios não concluem um contrato, determinam o preço a pagar, condições de moeda ou
crédito, regem a lei contratual ou definem onde o título para as transferências de mercadorias.
As regras incoterms são aceitas por governos, autoridades legais e profissionais em
todo o mundo para a interpretação dos termos mais usados no comércio internacional.
Destinam-se a reduzir ou remover completamente as incertezas decorrentes das diferentes
interpretações das regras em diferentes países. Como tal, eles são regularmente incorporados
em contratos de vendas em todo o mundo.
"Incoterms" é uma marca registrada do ICC.
O primeiro trabalho publicado pelo ICC sobre termos de comércio internacional foi
emitido em 1923, com a primeira edição conhecida como Incoterms publicada em 1936. As
regras incoterms foram alteradas em 1953, 1967, 1976, 1980, 1990, 2000 e 2010, com a nona
versão — Incoterms 2020 — tendo sido publicada em 10 de setembro de 2019.
Desse modo, como nem sempre as partes contratantes estão cientes de que há práticas
comerciais diferentes em seus países, o que as pode expor a equívocos, mal-entendidos e
eventualmente ao litígio, os Incoterms foram criados, e são reconhecidos no mundo todo.

Termos definidos em Incoterms

Existem certos termos que têm significado especial dentro dos Incoterms, e alguns dos
mais importantes são definidos abaixo:
Entrega: O ponto da transação em que o risco de perda ou dano à mercadoria é
transferido do vendedor para o comprador
Chegada: O ponto nomeado no Incoterm para o qual o transporte foi pago
Grátis: Vendedor tem a obrigação de entregar a mercadoria em um local nomeado para
transferência para uma transportadora
Transportador: Qualquer pessoa que, em contrato de transporte, se compromete a
realizar ou adquirir a realização de transporte por via férrea, rodoviária, aérea, marítima,
hidrovia interior ou por uma combinação de tais modos
Despachante decargas : Empresa que faz ou auxilia na confecção de arranjos de
transporte;
Terminal: Qualquer lugar, coberto ou não, como uma doca, armazém, pátio de
contêineres ou terminal rodoviário, ferroviário ou aéreo
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Para limpar para exportação: Arquivar a Declaração de Exportação do Shipper e obter


permissão de exportação

Tipos de Incoterms

Os INCOTERMS são representados por siglas. As regras estabelecidas


internacionalmente são uniformes e imparciais e servem de base para negociação no comércio
entre países. A classificação abaixo obedece a uma ordem crescente nas obrigações do
vendedor:
As vendas referidas no grupo acima compreendem as que são efetuadas na partida e na
chegada.
As vendas na partida, caso dos grupos E, F e C, deixam os riscos do transporte a cargo
do comprador. No caso de vendas na chegada, os riscos serão de responsabilidade do
vendedor no caso dos termos do grupo D, exceto o DAF. No caso do DAF - Delivery At
Frontier - entregue na fronteira, o vendedor assume os riscos até a fronteira citada no contrato
e o comprador, a partir dela.
Os termos do grupo C merecem atenção para evitar confusões. Por exemplo, se o
contrato de transporte internacional ou o seguro for contratado pelo vendedor não implica que
os riscos totais do transporte principal caibam a ele.
A CCI seleciona como próprios ao transporte marítimo, fluvial ou lacustre, os termos
FAS, FOB, CFR, CIF, DES e DEQ. Destinam-se a todos os meios de transporte, inclusive
multimodal: EXW, FCA, CPT, CIP, DAF, DDU e DDP. O DAF é o mais utilizado no
terrestre.
Em forma de resumo, podemos afirmar que são treze os Incoterms, divididos em
quatro grupos:
 Grupo E: os produtos são disponibilizados ao comprador na fábrica ou instalações do
vendedor;
 Grupo F: o vendedor se obriga a entregar os produtos a transportador contratado ou
indicado pelo comprador;
 Grupo C: o vendedor se obriga a contratar o transporte dos produtos sem assumir
riscos de perda, extravio ou dano, nem despesas adicionais decorrentes de fatos
ocorridos após o embarque;
 Grupo D: o vendedor se obriga a arcar com todos os custos e riscos inerentes ao
transporte e entrega dos produtos ao local de destino.
Os Incoterms são os seguintes:
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Grupo E: Partida

EXW – Ex Works (nome do local) (qualquer meio de transporte): a partir do local de


produção.
É a entrega da mercadoria vendida na porta da empresa do vendedor ou outro local
indicado por ele. Significa que todos os custos de tradição serão suportados exclusivamente
pelo comprador, que se encarregará de retirar as mercadorias no estabelecimento do vendedor
e trazer para o seu (Coelho, 2006, 3:80) apud [ CITATION Tou20 \l 2070 ].

Grupo F: Transporte Principal Não Pago

FCA – Free Carrier (nome do local) (qualquer meio de transporte): transportador livre.
O vendedor cumpre suas obrigações ao entregar as mercadorias aos cuidados de
empresa transportadora indicada pelo comprador, desde que desembaraçadas para exportação.
Trata-se de cláusula mais apropriada ao transporte ferroviário, aéreo ou multimodal (Coelho,
2006, 3:81) apud [ CITATION Tou20 \l 2070 ].
FAZ – Free Alongside Ship (nome do porto de embarque) (apenas transporte
marítimo, fluvial e cursos de água navegáveis): livre no costado do navio.
Significa que o vendedor arca com os custos da tradição até que as mercadorias
estejam prontas para serem embarcadas no navio indicado pelo comprador.
FOB – Free on Board (nome do local) (apenas transporte marítimo, fluvial e cursos
d’água navegáveis): significa livre a bordo.
Os custos da tradição são do vendedor até que as mercadorias, devidamente
desembaraçadas para exportação, tenham sido embarcadas no navio indicado pelo comprador.

Grupo C: Transporte Principal Pago

CFR – Cost and Freight (mencionar porto de destino) (apenas transporte marítimo,
fluvial e cursos d’água navegáveis): custo e frete.
O vendedor entrega a mercadoria no porto de embarque e deve arcar com os custos e
frete necessários para levar a mercadoria ao porto de destino. O comprador arca com todos os
demais custos e riscos após a entrega da mercadoria no porto de embarque. A condição CFR
atribui ao vendedor a responsabilidade por todas as despesas com a tradição da mercadoria até
a chegada no porto de destino, mas o risco é do comprador a partir do momento em que as
mercadorias cruzam a amurada do navio na operação de embarque.
CIF – Cost, Insurance and Freight (mencionar porto de destino) (apenas transporte
marítimo, fluvial e cursos d’água navegáveis): custo, seguro e frete.
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Na condição CIF o vendedor é responsável não só pelas despesas com a tradição até o
ponto de destino como também pelos riscos a que as mercadorias estão expostas até então.
CPT – Carriage Paid To (mencionar porto de destino) (qualquer modalidade de
transporte): transporte pago até o local designado.
É cláusula mais utilizada nos transportes por terra ou multimodal e significa que o
vendedor é responsável pelas despesas com as mercadorias até a chegada a determinado local,
já no país do comprador, mas este suporta os riscos desde a entrega daquelas à empresa
transportadora. Equivale, portanto, ao CFR se o transporte é marítimo.
CIP – Carriage and Insurance Paid To (mencionar porto de destino) (qualquer
modalidade de transporte): transporte e seguro pagos até o local designado.
O vendedor paga todas as despesas e suporta os riscos relacionados às mercadorias até
que elas cheguem a determinado lugar no país do comprador.

Grupo D: Chegada

DAF – Delivered at Frontier (local mencionado) (qualquer modalidade de transporte):


entregue na fronteira.
Condição típica dos transportes terrestres, é aquela em que o vendedor se obriga pelas
despesas até o momento em que as mercadorias são postas à disposição do comprador, no país
deste, desembaraçadas de qualquer controle alfandegário ou de fronteira. Cabe ao comprador
levá-las desse ponto fronteiriço até seu estabelecimento.

DES – Delivered Ex Ship (porto de destino) (apenas transporte marítimo, fluvial ou


cursos d’água navegáveis): entregue a partir do navio.
O vendedor fica encarregado de pagar todas as despesas e riscos relacionados às
mercadorias até o momento em que elas ficam prontas para o desembarque, no porto de
destino. Desembarque, desembaraço aduaneiro e demais despesas correm por conta do
comprador.
DEQ – Delivered Ex Quay (nome do porto de destino) (apenas transporte marítimo,
fluvial e cursos d’água navegáveis): entregue a partir do cais do porto.
O vendedor entrega a mercadoria não desembaraçada ao comprador, no porto de
destino designado; a responsabilidade pelas despesas de entrega das mercadorias ao porto de
destino e desembarque no cais é do vendedor. Este Incoterm prevê que é de responsabilidade
do comprador o desembaraço das mercadorias para importação e o pagamento de todas as
formalidades, impostos, taxas e outras despesas relativas à importação, ao contrário dos
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Incoterms 1990. Assim, o vendedor faz a entrega quando a mercadoria é colocada à


disposição do comprador, não liberada para importação, no cais do porto de destino…
DDU – Delivery Duty Unpaid (nome do porto de destino) (qualquer modalidade de
transporte): entregue sem o pagamento dos impostos de importação.
O vendedor arca com todas as despesas incorridas com a tradição até a entrega das
mercadorias no estabelecimento do comprador, exceto os tributos do país de destino e
inspeção prévia, cabíveis a este último.
DDP – Delivered Duty Paid (indicar local de destino) (qualquer modalidade de
transporte): entregue com impostos de importação pagos.
O vendedor deve entregar as mercadorias no estabelecimento do comprador, arcando
com a totalidade dos custos, salvo o referente ao PSI (pre-shipment inspection). A inspeção
prévia ao embarque é considerada, nos Incoterms, do interesse do comprador, razão pela qual
este arca com a correspondente despesa. Há apenas uma hipótese em que o custo é imputado
ao vendedor, qualquer que seja a cláusula contratada pelas partes; se a inspeção for
determinada pelo controle de fronteiras do país de origem (Coelho, 2006, 3:83).

Função dos Incoterms

Essas diretrizes servem para harmonizar e regular as condições de transporte e


despesas relacionadas ao manuseio de mercadorias ou produtos de um lugar para outro.
Nesse sentido, a entrega do produto pode ser direta ou indireta, ou seja, pode ser uma
entrega diretamente no destino ou ser enviada através de um intermediário, como um serviço
de encomenda.
Os incoterms também definem quem é o responsável pela gestão da documentação
perante a alfândega.
Os Incoterms são responsáveis por indicar quem é o responsável pelo seguro e os
riscos da mercadoria, um tema que muitas vezes é controverso porque as distâncias entre o
comprador e o vendedor são grandes.
Portanto, podemos enfatizar que os Incoterms definem e esclarecem essas
responsabilidades e, sobretudo, dão clareza ao processo.
A função dos Incoterms é definir os direitos e obrigações do exportador e do
importador, estabelecendo a responsabilidade e deveres entre o comprador e vendedor.
Principais funções:
 Local onde o exportador deve entregar a mercadoria;
 Quem deve pagar o frete internacional;
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 Quem deve realizar e pagar as formalidades de exportação e importação;


 Quem deve contratar e pagar do seguro da carga;
 Quais são os limites dos riscos de cada um (comprador e vendedor).

Regulação de incoterms

Fundamentalmente, os incoterms são responsáveis por regular quatro aspectos


principais:
 A entrega de mercadorias.
 A transferência dos riscos associados ao manuseio das mercadorias.
 A distribuição das despesas para que a mercadoria chegue ao local acordado.
 Procedimentos na alfândega.
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Conclusão

Incoterms é uma abreviação de "International Commercial Terms". Este termo


representa uma forma muito útil de comunicação e é realmente destinado a reduzir a confusão
entre compradores e vendedores. Os termos incoterms são regras elaboradas pela Câmara
Internacional de Comércio, que são utilizadas em contratos de vendas internacionais. Seu
nome vem de termos comerciais internacionais.
Estes termos são usados para determinar em que ponto da compra o risco para a
mercadoria e as responsabilidades do comprador e do vendedor são transmitidas. Embora
sejam para uso voluntário, a maioria das transações internacionais são regidas pelas regras
estabelecidas nos incoterms. A própria convenção do CISG reconhece a importância dos
incoterms.
Desde 1936, a Câmara Internacional de Comércio é encarregada de atualizar os termos
dos incoterms à medida que o comércio internacional se desenvolve. Que esses usos
contratuais são atualizados não significa que os incoterms anteriores sejam inválidos, por isso
será necessário especificar no contrato o incoterm e o ano da versão. Entretanto, existe 11
termos principais e uma série de termos secundários que ajudam compradores e vendedores a
comunicar as disposições de um contrato de forma mais clara; portanto, reduzindo o risco de
má interpretação por parte de uma das partes.
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Referências Bibliográficas

Touloubre, M. B. (6 de abril de 2020). Incoterms. Obtido de Ulisses Wehby de Carvalho, :


https://www.teclasap.com.br/incoterms/

David López Cabia (20 de setembro de 2016). Incoterms. Economipedia.com

Vishny, Paul H. (1981). Guia para o direito do comércio internacional. St. Paul, MN: West
Group. ISBN 0070675139.

"Guia ICC para Incoterms 2010". ICC. Recuperado em 28 de agosto de 2021.

Mayer, Ray August; com revisões de Don; Bixby, Michael( 2013). Direito empresarial
internacional : texto, casos e leituras (6ª ed., international ed.). Harlow [etc.]: Pearson.

International Business Law 6ª Edição. ISBN 0132718979.

Griffin, Day (2003). A lei do comércio internacional (3. ed.). Londres [u.a.]: Butterworths.
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Universidade de Southampton, Sessão 6 - Transferência de Risco: Princípios Gerais, de


Transferência de Risco em contratos comerciais de vendas, acessado em 21 de maio de
2021

Câmara dos Lordes, E. Clemens Horst Co. v. Biddell Brother, UKHL 680, proferida em 3 de
novembro de 1911, acessada em 2 de março de 2021

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