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Descrição
Apresentação da história e importância dos Incoterms; definição e análise dos onze Incoterms em vigor:
marítimos, aquaviários e os aplicados a qualquer modo de transporte.
Propósito
Conhecer a finalidade da aplicação correta dos Incoterms nas operações comerciais internacionais, o que é
fator decisivo para evitar riscos e custos indevidos nos processos de exportação e importação de bens.
Objetivos
Módulo 1
Módulo 2
Incoterms multimodais
Descrever os Incoterms aplicados a qualquer modo de transporte – multimodais.
meeting_room
Introdução
Para concretizar as operações de exportação e importação, é necessário primeiramente conhecer os
principais aspectos comerciais. Os Incoterms são fundamentais, pois determinam com precisão o
momento e o local em que os riscos são transferidos do exportador para o importador.
Há onze Incoterms em vigor. Neste estudo, serão apresentados os Incoterms aplicados exclusivamente aos
transportes marítimos ou aquaviários e os multimodais utilizados em todos os meios de transporte. É
importante que o importador e o exportador conheçam a especificidade de cada Incoterm, para que possam
usar o que melhor se adeque às necessidades e à capacidade da empresa.
1 - Incoterms marítimos ou aquaviários
Ao final deste módulo, você será capaz de descrever os Incoterms marítimos ou aquaviários.
Os Incoterms, ou condições de venda, definem até onde cada uma das partes envolvidas na negociação
internacional arca com os custos e riscos relativos à operação.
Atenção!
É imprescindível conhecer o Incoterm a ser utilizado, pois ele determinará a divisão dos custos, indicando
precisamente o preço que o importador deverá pagar ao exportador e o que está incluído nele.
Sabemos que uma carga internacional passa por diversas etapas no processo de importação/exportação,
tornando elevado o risco de perdas e danos. Daí a importância de se determinar exatamente de quem é o
risco.
Resposta
As negociações entre pessoas de nacionalidade, cultura e leis diferentes podem gerar dúvidas, conflitos,
mal-entendidos em razão de práticas comerciais distintas. Os Incoterms uniformizam o entendimento e a
relação comercial entre o exportador e o importador, simplificando e definindo as obrigações,
responsabilidades e direitos de cada parte. As regras são universais, o que confere clareza e previsibilidade
aos negócios.
Os Incoterms são publicados e gerenciados pela International Chamber of Commerce (ICC) ou Câmara de
Comércio Internacional. A ICC tem sede em Paris e possui Comitês Nacionais em mais de 80 países, é uma
organização empresarial mundial cuja rede abrange mais de 45 milhões de empresas e associações
empresariais em mais de cem países.
Desde que foi criada, em 1919, a ICC realiza importantes contribuições para o desenvolvimento do comércio
internacional e da economia global, criando regras e padrões utilizados internacionalmente nas transações
do comércio mundial, como os Incoterms. Além disso, possui uma Corte Internacional de Arbitragem, que
atua na resolução de disputas nos negócios.
Um breve histórico
A seguir veja um breve histórico sobre a evolução da ICC:
1923 - O primeiro parecer da ICC sobre termos de comércio
Após a criação da ICC em 1919, uma de suas primeiras iniciativas foi facilitar o comércio
internacional. No início dos anos 1920, a organização mundial de negócios começou a
decifrar os termos usados pelos comerciantes de 13 países. Isso foi feito por um estudo,
publicado em 1923, que destacou divergências de interpretação dos termos comerciais.
Com base nos resultados dos estudos, a primeira versão das regras dos Incoterms foi
publicada.
Com a Segunda Guerra Mundial, as revisões suplementares das regras do Incoterms foram
suspensas e retomadas nos anos 1950. A primeira revisão das regras dos Incoterms foi
publicada em 1953 e incluiu três novos termos comerciais para o transporte não marítimo.
A ICC l t i ã d d I t i i d i t t õ i t d
A ICC lançou outra revisão das regras dos Incoterms corrigindo interpretações incorretas da
versão anterior.
O aumento do uso do transporte aéreo deu origem a outra versão dos termos comerciais
populares.
Alguns termos foram modificados para obedecer à maneira como a maioria das autoridades
aduaneiras aborda as questões do exportador e importador.
OI t 2010 lid l t i i l i i bi ã
O Incoterms 2010 consolidou e removeu alguns termos, assim como incluiu maior obrigação
do comprador e do vendedor em cooperar no compartilhamento de informações e alterações
para acomodar as "vendas em cadeia".
Atenção!
As partes interessadas podem utilizar versões anteriores dos Incoterms, caso considerem pertinente. Se
constar no contrato apenas Incoterms, sem indicação da sua versão, será aplicada a que estiver em vigor.
Os 11 Incoterms
Os Incoterms devem ser considerados como uma cláusula do contrato de compra e venda, regulando
apenas a relação entre o exportador e o importador, e não a relação com os demais participantes da
transação comercial, como seguradoras, transportadoras, agentes financeiros etc.
Muito embora os Incoterms sejam utilizados na maioria das operações de comércio internacional, sua
aplicação não é obrigatória, mas facultativa.
Os 11 termos instituídos pela Câmara de Comércio Internacional podem ser divididos em grupos, como
podemos ver a seguir:
Grupo C
Grupo D
Incoterm - DPU (Mercadoria entregue no local ou terminal alfandegado no país de destino, sem
desembaraço) / DAP (Mercadoria entregue no local combinado, no país de destino, sem desembaraço) /
DDT (Mercadoria entregue no local do comprador, com desembaraço aduaneiro).
Grupo E
Grupo F
Responsabilidade do exportador - Até onde começa o transporte principal no local de entrega no país de
origem.
Incoterm - FCA (Mercadoria entregue na transportadora) / FAS (Mercadoria colocada ao lado do navio) /
FOB (Mercadoria embarcada a bordo do navio).
Esse termo não é muito aplicado, sendo mais utilizado para exportações de commodities ou cargas de
grande peso ou volume.
Os bens são entregues ao lado do navio (ao longo do costado do navio), no cais ou em uma barcaça, no porto de embarque designado
desembaraçados para exportação.
O importador ou seu representante, devidamente constituído, deve receber a carga e emitir um documento
atestando received for shipment. Os custos de estiva e colocação da carga a bordo do navio correm por
conta do importador, assim como as despesas de frete e seguro internacionais.
O termo FAS pode ser utilizado sem restrição nas exportações e importações brasileiras.
FOB – Free on board / Livre a bordo (porto de embarque
designado)
FOB indica que o exportador entrega as mercadorias a bordo do navio nomeado pelo importador no porto
combinado.
Esse termo não deve ser utilizado caso a mercadoria seja entregue antes de estar a bordo, como no caso de
contêineres, que em geral são entregues em um terminal. Nesse caso, é melhor usar o termo FCA, que
veremos adiante.
No Brasil, esse é o Incoterm mais utilizado nas operações de comércio exterior. O exportador fica
responsável por todos os custos e riscos até que a mercadoria esteja a bordo do navio, inclusive os das
formalidades aduaneiras. O frete e o seguro ficam por conta do importador.
Comentário
Em alguns casos, por prática comercial, o próprio exportador contrata o transporte, mas o risco e a
responsabilidade financeira são do importador, que deve concordar com tal procedimento.
O exportador também deve entregar ao importador uma prova de que as mercadorias foram colocadas a
bordo. Essa prova é o conhecimento de embarque marítimo, denominado Bill of Lading (B/L), emitido em
várias vias com as anotações de shipped on board e clean on board, devidamente datado.
O termo FOB pode ser utilizado sem restrição nas exportações e importações brasileiras.
Cabe ao exportador contratar e pagar os custos e o frete respectivos até o local de entrega no porto de
destino.
Comentário
O exportador não tem obrigação de contratar o seguro, mas pode fornecer informações ao importador para
que ele o faça.
Os bens são entregues a bordo de navio nomeado pelo exportador, desembaraçados para exportação, com custos e frete pagos para enviar
os bens até o porto de destino designado.
O exportador deve entregar ao importador uma prova de que as mercadorias foram colocadas a bordo e de
que o frete foi pago. Essa prova é o conhecimento de embarque marítimo, denominado Bill of Lading (B/L),
emitido em várias vias, com as anotações de shipped on board e clean on board, devidamente datado.
Comentário
Caso as mercadorias sejam entregues ao transportador antes de serem colocadas a bordo, como nos casos
de contêineres, que em geral são entregues em um terminal, o CFR não deverá ser utilizado, e sim o CPT,
que veremos no próximo módulo.
O exportador deve responder por todos os custos e riscos até que a mercadoria esteja de fato a bordo do
navio designado, inclusive as despesas alfandegárias, as licenças e os certificados.
O termo CFR pode ser utilizado sem restrição nas exportações e importações brasileiras.
O risco de perda ou dano passa para o importador quando os bens estiverem a bordo do
navio.
O termo CIF corresponde ao Incoterm FOB acrescido do frete e do seguro, ou ao Incoterm CFR mais o
seguro:
Cabe ao exportador também contratar e pagar os custos e o frete necessários para enviar a mercadoria até
o porto de destino, bem como a cobertura de seguro contra o risco de perda ou danos às mercadorias
durante o transporte.
Comentário
O seguro em geral é contratado para cobertura mínima; caso o importador deseje mais proteção, deverá
combinar com o exportador ou contratar seu próprio seguro adicional.
O exportador deve entregar ao importador uma prova de que as mercadorias foram colocadas a bordo e que
o frete foi pago. Essa prova é o conhecimento de embarque marítimo, denominado Bill of Lading (B/L),
emitido em várias vias, com as anotações de shipped on board e clean on board, devidamente datado.
Caso a mercadoria seja entregue antes de ser colocada a bordo do navio, como no caso de contêineres, o
ideal é utilizar o Incoterm CIP.
O termo CIF pode ser usado sem restrição para as exportações e importações brasileiras.
video_library
A transição do risco do exportador para o importador
em transporte marítimo e aquaviário
Neste vídeo, a especialista explicará mais sobre a transição de custos e riscos.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Questão 1
C A bordo do navio.
No Incotem CIF (Cost, Insurance and Freight), muito embora o exportador seja o responsável pelo
pagamento do frete e do seguro, a sua responsabilidade pela carga cessa no momento em que ela é
colocada a bordo do navio. A partir daí, toda responsabilidade pela mercadoria passa para o
importador.
Questão 2
O Incoterm FOB é um dos mais utilizados no comércio exterior brasileiro. Neste Incoterm, quem deve
desembaraçar as mercadorias para a exportação?
A O transportador.
B O exportador.
C O importador.
D O representante do importador.
E O despachante.
No Incoterm FOB (Free on Board), o exportador deve entregar a mercadoria a bordo do navio já
devidamente desembaraçada, ou seja, cabe ao exportador realizar todos os trâmites na Receita Federal,
para que o embarque da mercadoria seja autorizado.
2 - Incoterms multimodais
Ao final deste módulo, você será capaz de descrever os Incoterms aplicados a qualquer modo
de transporte – multimodais.
É o termo que representa a obrigação mínima do exportador, cabendo ao importador assumir todos os
riscos e custos a partir da entrega no ponto combinado.
Atenção!
Se for o caso, o exportador deve dar assistência ao importador para a obtenção de licenças, autorizações,
certificados e outras exigências alfandegárias, para que a exportação seja viabilizada. O importador
também deve tomar as devidas providências aduaneiras para exportação da mercadoria.
O exportador deve comunicar ao importador "o aviso" para que este possa receber a mercadoria. O
importador deve informar o exportador sobre o momento da retirada da mercadoria.
Os bens são entregues pelo exportador quando são colocados à disposição do importador em suas instalações ou em outro local
combinado, sem carregamento e sem desembaraço para exportação.
No Brasil, EXW é um termo pouco utilizado, já que a legislação não permite que o estrangeiro efetue a tarefa
de desembaraço da exportação, cabendo ao exportador registrar a Declaração Única de Exportação no
Siscomex (DU-e). Para as importações brasileiras, não há nenhuma restrição para o termo EXW, mas o
importador deve conhecer os trâmites de desembaraço no país de origem.
Comentário
Esse Incoterm é utilizado quando os países fazem fronteira ou são parceiros em acordos comerciais, como
o Mercosul ou o Mercado Comum Europeu.
Quando a entrega é realizada em outro local que não as instalações do exportador, este só é responsável
pelo carregamento; o descarregamento fica por conta do importador.
Os bens são entregues ao transportador designado pelo importador, desembaraçados para exportação. Se o local da entrega for outro que
não o domicílio do exportador, ele não é responsável pelo descarregamento naquele local.
O exportador se responsabiliza por todos os riscos de perda ou dano até a entrega da mercadoria,
inclusive devendo providenciar as formalidades alfandegárias, licenças e certificados para a exportação.
O importador assume os riscos de perda ou dano a partir do momento da entrega dos bens.
O exportador deve entregar a mercadoria no local combinado ao transportador ou a outra pessoa designada
pelo importador. Caso a entrega ocorra nas dependências do exportador, ela finaliza com o carregamento
das mercadorias no meio de transporte fornecido pelo importador ou por meios próprios.
Os bens são entregues ao transportador designado pelo importador, desembaraçados para a exportação e carregados, se o local de entrega
for o domicílio do exportador.
Esse termo é aplicado principalmente nas exportações via aérea, terrestre ou multimodal; nas exportações
via marítima, só no caso de utilização de contêineres.
Nas exportações brasileiras, o FCA pode ser utilizado sem nenhuma restrição. Quando a entrega da
mercadoria ocorre no domicílio do exportador, o que acontece principalmente nas vendas via terrestre, o
cumprimento do termo só vai ocorrer na fronteira, onde será feito o desembaraço aduaneiro. Quanto às
importações brasileiras, não há nenhuma restrição para a utilização do FCA.
Comentário
No caso de transporte multimodal, a obrigação quanto às mercadorias será considerada cumprida na
entrega ao primeiro transportador. No entanto, como o custo até o destino é por conta do exportador, é
importante identificar com precisão o local dentro deste destino. Cabe ao exportador contratar um
transporte que seja adequado e habitual, mas não tem obrigação de contratar o seguro, embora possa
fornecer informações ao importador para que ele o faça.
Os bens são entregues ao transportador nomeado pelo exportador, desembaraçados para exportação, com custo de transporte pago para
enviar os bens até o local de destino designado.
O exportador tem de fornecer ao importador o documento de transporte que ateste o cumprimento das
condições do contrato de venda. Esse documento deve conter os bens do contrato e estar datado nos
limites do período combinado. O documento de transporte, negociável e emitido em vários originais, precisa
ser entregue ao importador, que o aceitará desde que esteja conforme a negociação entre as partes.
O termo CPT pode ser utilizado sem nenhuma restrição para as exportações e importações brasileiras.
Os bens são entregues ao transportador nomeado pelo exportador, desembaraçados para exportação, com custo de transporte e seguro
pagos para enviar os bens até o local de destino designado.
O Incoterm CIP corresponde ao termo FCA acrescido do frete e do seguro ou ao termo CPT mais o seguro:
A obrigação do exportador se encerra quando ele entrega a mercadoria ao transportador, e não quando ela
chega ao destino. São, portanto, dois pontos distintos:
Comentário
Várias transportadoras trabalham da seguinte maneira: para a mercadoria chegar até o destino, o risco é
transferido na entrega ao primeiro transportador. Caso as partes decidam que o risco será transferido em
fase posterior (por exemplo, num porto ou aeroporto), essa condição deve estar claramente especificada
em contrato, bem como o local exato onde a mercadoria será colocada (em um porto ou aeroporto), já que
os custos até esse ponto são de responsabilidade do exportador.
O exportador deve fornecer ao importador o documento de transporte que ateste o cumprimento das
condições do contrato de venda. Esse documento deve conter os bens do contrato e estar datado no
período combinado. O documento de transporte, negociável e emitido em vários originais, deve ser entregue
ao importador, que o aceitará desde que esteja conforme o contrato entre as partes.
O termo CIP pode ser utilizado sem restrição para as exportações e importações brasileiras.
Cabe ao exportador contratar um transporte ou utilizar meios próprios adequados e entregar a mercadoria
(descarregada do meio de transporte) até o destino no país do importador.
Comentário
Apesar de o exportador não ter obrigação de contratar o seguro, é recomendável que ele o faça, pois todos
os riscos até a entrega no país de destino são de sua responsabilidade.
O termo DPU pode ser utilizado sem nenhuma restrição para as exportações e importações brasileiras. No
entanto, nos casos de remessa ao exterior para pagamentos de serviços realizados a não residentes ou de
ingresso de divisas do estrangeiro para pagamento de serviços realizados no Brasil, é necessário atentar
para os regulamentos de cada país, principalmente quanto ao imposto de renda.
Atenção!
Nos Incoterms "D", a entrega se dá no destino e, portanto, o exportador assume responsabilidades no país
estrangeiro, ou seja, precisa superar barreiras burocráticas e geográficas no exterior. O emprego dos termos
"D" exige que o exportador tenha experiência e cuidados especiais, como também um operador logístico de
confiança.
DAP – Delivered at place / Entregue no local (local de
destino designado)
O Incoterm DAP determina que o exportador entregue as mercadorias quando são colocadas à disposição
do importador no local do país de destino indicado. As partes devem definir com clareza o local exato do
destino da entrega, podendo ser no porto, a bordo do navio ou no armazém do importador na zona
secundária. O desembaraço aduaneiro é feito pelo importador.
O contrato com o transportador pode incluir despesas relacionadas à descarga da mercadoria. Apesar de o
exportador não ter obrigação de contratar o seguro, é recomendável que ele o faça, pois todos os riscos até
a entrega no país de destino ficam por sua conta.
Os bens são entregues em local de destino designado, desembaraçados para exportação, prontos para serem descarregados (neste caso, a
bordo do navio), sem desembaraço para importação ou pagamento de qualquer direito de importação.
O Incoterm DAP refere-se aos termos CIF ou CIP acrescidos do frete e do seguro interno até o local indicado
pelo cliente:
DAP = CIF/CIP + frete e seguro interno até a chegada ao local final indicado pelo cliente.
Se a entrega não for em local da zona primária, o exportador desembarca a mercadoria no terminal e
aguarda o comprador fazer o desembaraço aduaneiro e o recolhimento dos impostos. Posteriormente, a
responsabilidade volta para o exportador, que irá contratar o transporte interno até a entrega no local final,
não tendo a obrigação do descarregamento.
Exemplo
O exportador brasileiro acerta com um importador holandês que a operação será DAP-Amsterdam. A
mercadoria embarca no porto do Rio de Janeiro com destino ao porto de Rotterdam, onde é desembarcada
sob a responsabilidade do exportador. O importador holandês efetua o desembaraço aduaneiro e o
pagamento dos impostos de importação. Após a nacionalização, o exportador brasileiro se encarrega de
levar a mercadoria até o local combinado em Amsterdam, sem efetuar o descarregamento.
Se as partes desejarem que o exportador assuma os riscos do desembaraço e o pagamento dos impostos,
o melhor termo para a transação será o DDP, que veremos adiante.
O termo DAP pode ser utilizado sem nenhuma restrição para as exportações e importações brasileiras. No
entanto, nos casos de remessa ao exterior para pagamentos de serviços realizados a não residentes ou de
ingresso de divisas do estrangeiro para pagamento de serviços realizados no Brasil, é necessário atentar
para os regulamentos de cada país, principalmente quanto ao imposto de renda.
Os bens são entregues no local de destino designado, desembaraçados para exportação, com todos os direitos de importação pagos,
prontos para serem descarregados.
O Incoterm DDP refere-se aos termos CIF ou CIP acrescidos do descarregamento na zona primária do
destino, mais o desembaraço e tributação, além do frete e seguro internos e serviço logístico no país de
destino:
DDP = CIF/CIP + descarregamento na zona primária no destino + desembaraço e tributação + frete e seguro
internos + serviço logístico no destino.
O importador poderá dar assistência ao exportador, para que este consiga atender às formalidades
aduaneiras no país de importação.
Cabe ao exportador contratar um transporte ou usar meios próprios adequados e entregar a mercadoria até
o destino no país do importador.
Apesar de o exportador não ter obrigação de contratar o seguro, é recomendável que ele o faça, pois todos
os riscos até a entrega no país de destino são por sua conta.
Exemplo expand_more
Certa empresa importadora brasileira adquire uma máquina com alto grau tecnológico de uma
empresa espanhola. A máquina é embarcada rumo ao Brasil, porém no meio do Oceano Atlântico
ocorre uma tempestade e a máquina fica avariada pela água do mar que invade a embarcação.
Ao chegar ao Brasil, a empresa constata o dano e cobra do exportador a indenização pelo acidente.
O vendedor, sabiamente, apresenta o contrato entre as partes, no qual estava definido pelo Incoterm
negociado que o seguro seria por conta do importador. Pouco precavido, o importador não havia
feito o seguro. Fatal!
Esse tipo de equívoco ocorre em muitas negociações, pois os responsáveis não observam ou não
dão importância ao Incoterm acordado, delegando decisões para a área de logística.
No caso das importações brasileiras, o termo DDP não pode ser utilizado, uma vez que no Brasil não é
permitido que o exportador estrangeiro cumpra as formalidades aduaneiras de importação. Em
contrapartida, pode ser usado para as exportações, desde que sejam observados os regulamentos quanto
ao pagamento dos serviços realizados no exterior, em especial o relativo ao imposto de renda.
Como indicar o melhor incoterm
Para escolher o Incoterm mais adequado à operação comercial, devem ser analisados os seguintes
aspectos:
Qual das partes vai contratar e pagar a empresa de transporte (navio, avião, caminhão, trem).
Dependendo do termo escolhido, o exportador deve arcar com despesas como frete e seguro. No
entanto, caso seja uma venda a prazo, o seu recebimento será postergado.
Nas modalidades "E" e "F", o exportador não tem controle sobre o embarque, já que a contratação do
transportador é responsabilidade do importador. Isso pode ser um problema, por exemplo, se o meio
de transporte não foi definido no prazo correto.
É preciso conhecer muito bem os procedimentos burocráticos do outro país onde será realizada a
compra ou a venda.
Na modalidade "D", o vendedor agrega vários serviços, podendo lucrar com os procedimentos. No
entanto, é necessário verificar se realmente tem condições de cumprir e atender a todos os
requisitos, para que a mercadoria chegue à porta do comprador conforme acordado.
Logística expand_more
A mercadoria deve chegar ao destino de forma correta e dentro dos prazos acordados.
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Riscos para o exportador na contratação dos Incoterms
do grupo D
Neste vídeo, a especialista explicará mais sobre o risco dos Incoterms do grupo D.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Questão 1
Condição de venda que representa a obrigação mínima do exportador, em uma negociação comercial:
A EXW
B DDP
C FOB
D DAP
E FCA
No Incoterm EXW (Ex-works), a mercadoria é entregue no domicílio do exportador, sem carregar e sem
desembaraçar, ou seja, é o termo que representa a obrigação mínima do exportador, cabendo ao
importador o transporte interno e desembaraço da mercadoria.
Questão 2
Sobre o Incoterm CIP, podemos afirmar que:
No Incoterm CIP (Carriage and Insurance Paid To), cabe ao exportador contratar e pagar os custos de
transporte (frete) até o país de destino, assim como o seguro contra riscos ou danos durante o trajeto.
Considerações finais
Neste estudo, aprendemos a finalidade da aplicação correta dos Incoterms nas operações comerciais
internacionais e que aplicar corretamente os Incoterms evita riscos e custos indevidos nos processos de
comércio exterior. Para um melhor entendimento, o conteúdo foi dividido em dois módulos: no primeiro,
vimos o que são Incoterms, sua importância, sua história e quais os Incoterms exclusivos para o transporte
marítimo ou aquaviário; no segundo, vimos os Incoterms utilizados em todos os meios de transporte.
Esperamos que a análise dos onze Incoterms em vigor tenha ficado clara, mas retorne a eles para fixar as
siglas e seus significados.
headset
Podcast
Para encerrar, ouça a especialista explicar mais sobre Incoterms.
Referências
CASTRO, J. A. Exportação: aspectos práticos e operacionais. 5. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2002.
CORTIÑAS, L. J. M.; GAMA, M. Comércio exterior competitivo. 4.ed. São Paulo: Aduaneiras, 2010.
DEL CARPIO, R. F. V. Carta de crédito e UCP 600 (comentada). São Paulo: Aduaneiras, 2008.
LUNARDI, A. L. Condições internacionais de compra e venda: Incoterms. 4. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2014.
SEGALIS, G.; FRANÇA, R.; ATSUMI, S. Y. K. Fundamentos de exportação e importação no Brasil. Rio de
Janeiro: Editora FGV, 2012.
GOYAL, R. Incoterms 2020. Rules to be implemented January 1st 2020. BDG International, 11 Out. 2019.
Explore +
Você pode consultar a página da ICC na internet — iccwbo.org — e também a da representação da ICC no
Brasil — iccbrasil.org.
Leia o texto "Incoterms e Contratos C", do livro LUNARDI, A.L. Condições Internacionais de compra e
venda: Incoterms. 4.ed. São Paulo: Aduaneiras, 2014.