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Frete internacional: você sabe como funciona?

Por Caroline Malheiros Costa, diretamente de Bauru, SP


Fonte: https://www.chinalinktrading.com/blog/frete-internacional/

Quando pensamos em realizar operações de importação ou exportação, uma das primeiras


coisas que temos que pensar é: como o produto chegará ao seu destino? Por isso, é
essencial que tenhamos noção de como funcionam os fretes: seus valores e modalidades.
Qual o primeiro passo que devo tomar?
A primeira coisa que devemos pensar em
relação ao fretamento é sobre qual seria
o modal de transporte adequado, o que
dependerá do tipo de carga, prazo de entrega
e interesses envolvidos na negociação.
No caso de operações comerciais
internacionais, os meios mais utilizados são
o transporte hidroviário (ou marítimo) ou
o transporte aeroviário (aeronaves), por
estarmos tratando de longas distâncias.
Claro que também existem as opções de
utilizar o meio ferroviário ou rodoviário, porém, este artigo terá como foco os meios
anteriormente citados.
No caso do transporte hidroviário, a vantagem seria o baixo custo e a maior capacidade
de carga em relação ao transporte aeroviário, sendo ideal para grandes quantidades de
mercadoria de baixo ou médio valor agregado.
Em relação ao transporte aeroviário, é recomendado que seja utilizado no caso de
operações que envolvam produtos de alto valor agregado ou que tenham a necessidade
de que cheguem rapidamente ao destino, como equipamentos eletrônicos.
Depois de escolhida a modalidade, o que preciso saber?
Tratando especificamente da parte de frete devemos ter conhecimento sobre as Incoterms,
isto é, as regras de âmbito internacional que definem responsabilidades (tanto do comprador
quanto do vendedor) em relação ao frete, dentre outras coisas.
A classificação da Incoterms (International Commercial Terms), que são representadas
por siglas, é dividida de acordo com as obrigações do vendedor e de acordo como próprias
para cada modalidade de transporte. Por exemplo: os grupos E, F e C têm como regra de que
os riscos de transporte serão de responsabilidade do comprador. No caso do grupo D, os
riscos de transporte serão de responsabilidade do vendedor (exceto no caso de DAF).
Em relação aos termos próprios para cada tipo de transporte, a própria Câmara de Comércio
Internacional seleciona os termos FAS, FOB, CFR, CIF, DES e DEQ como adequados ao
transporte marítimo ou fluvial. Os termos EXW, FCA, CPT, CIP, DAF, DDU e DDP são
adequados a todos os meios de transporte.
FOB X CIF
Dentre os Incoterms próprios para o transporte marítimo, o mais popular é o FOB (Free on
Board). Como explicado anteriormente, por fazer parte do grupo F, a obrigação do vendedor
acaba no momento em que realiza a embarcação da mercadoria no navio, atendendo às
exigências do comprador e às formalidades de exportação. A partir disso, o comprador deve
arcar com os custos do frete de todas as despesas para a retirada da mercadoria. Ou seja,
o exportador e o importador se responsabilizam pela mercadoria em seus respectivos
territórios. No caso de transporte aéreo, será utilizada a cláusula FCA, uma vez que é
equivalente à FOB.
Entretanto, optar pela FOB não é recomendado caso deseje importar em um novo mercado
ou para aqueles que não possuem muitas informações sobre a rota em questão. Neste caso,
é recomendado o CIF (Cost, Insurance and Freight). Esse termo define que todas as
despesas, incluindo seguro marítimo e frete, até a chegada da mercadoria no porto de
destino estão sob responsabilidade do vendedor. Neste caso, o comprador terá
responsabilidade apenas pelos riscos do transporte após a mercadoria chegar no porto de
embarque, no momento em que a mercadoria transpor a amurada do navio, e somente
arcará com os custos de desembarque do produto no destino final. No caso de transporte
aéreo, será utilizada a cláusula CIP, uma vez que é equivalente ao CIF.
Importante pesquisar qual é a modalidade adequada para o seu tipo de negócio
Hora de falar sobre custos do frete internacional
Quando vamos calcular o frete, temos que levar em consideração diversos fatores:
Taxa do frete marítimo: será calculado de acordo com o peso ou a metragem cúbica da
carga
Taxas de locais de origem: de acordo com o local de embarque, temos a taxa de carga solta
(de acordo com o número de embarques); a taxa de Movimentação em Área alfandegada
(de acordo com o peso ou metragem cúbica); a taxa de transbordo (de acordo com o peso);
a taxa de documentação; e a armazenagem no porto (de acordo com o peso ou metragem,
calculado por dia)
Taxas locais de destino: de acordo com o local de desembarque, temos a taxa de liberação
junto ao embarcador; a taxa de desconsolidação; e a capatazias (calculada de acordo com
o peso ou a metragem cúbica)
Visto isso, é necessário somar todas as taxas para chegarmos ao valor total do frete.
Importante também levarmos em conta a rota que o produto irá percorrer, considerando a
distância e a ‘concorrência’ da mesma, que implicarão diretamente no valor do frete.

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