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EXPORTAÇÃO DE MÁRMORE E GRANITO

Conceitos Básicos:

Classificação Fiscal do Produto (NCM ) e Tratamentos Administrativos

Após a escolha do produto, deve-se buscar qual a Classificação Fiscal deste produto
e quais os Tratamentos Administrativos. São códigos de 8 a 10 algarismos que diz
qual é a tributação do produto.

NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul): A Nomenclatura Comum do Mercosul


(NCM) é uma Nomenclatura regional para categorização de mercadorias adotada pelo
Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai desde 1995, sendo utilizada em todas as
operações de comércio exterior dos países do Mercosul.
Total de 8 dígitos

HS Code (Harmonized System Codes): É o Sistema Harmonizado de Descrição e


Codificação de Mercadorias, que é uma determinação que segue um padrão mundial
para que seja possível descrever o tipo de mercadoria que é embarcada para
exportação.
De 8 a 10 dígitos

Exemplo:

Disco Diamantado:
NCM: 6804.21.19
Exemplo em Blocos:

Exemplo em Chapas Artificiais:

Exemplo em Chapas de Granito:

Os Tratamentos Administrativos: indica as exigências que o produto requer para ser


importado, como por exemplo, possíveis licenciamentos prévios ao embarque.
Um exemplo são as exigências para a importação de medicamentos, que requer um
série de licenças prévias em órgãos anuentes (neste caso ANVISA) para tal
importação.

Os órgãos anuentes: são todos aqueles órgãos que necessitam efetuar uma análise
complementar, dentro de sua área de competência, em determinadas operações
de comércio exterior (exportação e importação). Eles têm a função de liberar ou não a
entrada e saída de mercadorias no país.

No Segmento das Rochas Ornamentais, poucos itens requerem o atendimento de


tratamentos administrativos, que levam exigências prévias ao embarque. Importação
de explosivos, por exemplo, requer autorização prévia do Ministério da Defesa.
O que são Incoterms?

Idealizada pela Câmera de Comércio Internacional, os Incoterms (International


Commercial Terms) são 11 termos agrupados em 4 categorias, que define onde e
como a mercadoria será entregue, levando em consideração seus modais (terrestre,
marinho, aéreo, ferroviário e multimodal). Tem como objetivo tornar o processo de
importação e exportação mais prático e eficiente.

Destacaremos 2 Incoterms aqui:

Incoterm FOB (Free on Board): organizado pelo destinatário da carga, é muito mais
utilizado em entregas entre negócios (B2B), principalmente quando tratam-se de
cargas de alto valor agregado ou onde o custo de frete é alto.

Incoterm EXW (Ex Works): é o termo que envolve os menores riscos e custos para o
vendedor. Aliás, os custos e riscos associados ao transporte da mercadoria passam
para o comprador quando o vendedor coloca a mercadoria no local acordado, que
normalmente é seu armazém ou fábrica.

Custos Aduaneiros e Custos Tributários. Estes são:

 Custos da mercadoria,
 Frete Internacional (a ser cotado com o agente internacional),
 Pagamento dos tributos (NCM),
 Despesas aduaneiras (armazenagem, capatazias, despachante aduaneiro, taxa
de agente de carga, taxa do SISCOMEX, desova de container, devolução de
container vazio, pesagem, separação de mercadoria, entre outros.

Armazenagem: A armazenagem de containers ocorre nos recintos


alfandegados (portos e TUPs), onde ocorre uma inspeção não invasiva, através
de scanners e, posteriormente, a desova de cargas conteinerizadas (carga
solta)

Capatazias: atividade de “movimentação de mercadorias nas instalações


dentro do porto, incluindo recebimento, conferência, transporte interno,
abertura de volumes para a conferência aduaneira, manipulação, arrumação e
entrega, bem como o carregamento e descarga de embarcações, quando
efetuados por aparelhamento portuário”

Despachante Aduaneiro: O Despachante Aduaneiro é um dos intervenientes do


Comércio Exterior. Ele pode representar o Importador, o Exportador ou outro
interessado nas atividades relacionadas ao despacho aduaneiro de
mercadorias, bem como em outras operações de comércio exterior.

Desova de Container: A desova é a retirada de produtos do container. Ela


acontece preferencialmente em portos de todo país e deve ser feita de forma
adequada e sistemática, por meio de máquinas e equipamentos específicos
que reduzem a chance da carga ser depreciada.

 Custo do Frete para levar o container para a Indústria


Obs: A desova de container de Chapas de Rochas Ornamentais acontecem dentro da
Indústria de destino, não tendo assim custos com o porto para tal serviço.

Comercial Importadora (Trading) e/ou Despachante Aduaneiro

Não necessariamente é preciso ter uma Empresa Comercial Importadora ou


Despachantes Aduaneiros incorporados ao negócio, uma vez que a indústria de
rochas tenham pessoas e setores capacitados e com Habilitação Radar (habilitação
para atuar no comércio exterior no Siscomex).

Caso não seja habilitada e não tenha recursos capacitados para tal atuação, é
necessário a contratação de uma Empresa Comercial Importadora (Trading).

Benefícios de contratar uma Trading:

 Não requer setor na empresa próprio para Importação e Exportação


 Não requer que a indústria tenha Habilitação Radar
 A empresa Trade já possui o seu Despachante Aduaneiro (que trata dos
desembaraços)
 A operação pode se tornar mais barata (REDUÇÃO DO ICMS)

Ex: Importação de Fio Diamantado:


ICMS da Indústria de Rochas: 14%
ICMS pela Trading: 4%

Proforma Invoice: A Proforma Invoice, ou Fatura Proforma, é um documento que


registra e formaliza uma intenção de compra e venda. O documento é utilizado apenas
para caráter informativo, como se fosse um orçamento ou uma proposta de
negociação.

Por não ter caráter fiscal ou oficial, a Proforma Invoice pode ser aprovada ou
reprovada pelo importador. Isso quer dizer que ao gerar tal documento, o emissor
estará apenas enviando um comunicado e não uma ordem de cobrança.

Após todas as etapas estudadas nos tópicos anteriores, chegamos no momento de


formalizar a compra. É então solicitado a Proforma Invoice, que é muito semelhante
ao um “orçamento” comum. Nesta Proforma Invoice vai conter:

 Dados do Importador
 Dados do Exportador
 Lista dos produtos solicitados
 Valor Unitário em Dólar
 Valor Total em Dólar
 Condições de Pagamento
 Incoterm que está sendo utilizado (tipo de frete)
O papel do comprador neste momento é analisar as condições, e no caso de
prosseguir com a compra, dar um ACEITE por escrito e enviar para a empresa que
está vendendo o produto. Este retorno pode ser por e-mail ou WhatsApp.

Pagamento (Contrato de Câmbio)

É preciso lembrar que este ato de compra e venda que estamos estudando, acontece
entre empresas de países e moedas diferentes. Como então fazer transações com
empresas de outro país? A transação então, será formalizada através de um Contrato
de Câmbio e apresentação da Proforma Invoice (que contém todos os dados da
importação) ao Banco.

Câmbio = Troca, Permuta, Modificação, Transação...

Contrato de Câmbio: Contrato de câmbio é o instrumento específico firmado entre o


vendedor e o comprador de moeda estrangeira, no qual são estabelecidas as
características e as condições sob as quais se realiza a operação de câmbio.

Em uma única importação, pode haver mais de um contrato de Câmbio?


Sim. Pode haver mais de um contrato de Câmbio, por exemplo em situações em que o
Importador peça como condições de pagamento, uma porcentagem no ato do
fechamento e outra porcentagem na chegada do produto no porto, por exemplo. Neste
caso teriam 2 Contratos de Câmbio. Outro exemplo são negociações com prazos para
pagamento.

Em caso de importações com Prazos, usa-se as Cartas de Créditos, que dá garantia


para abmas as partes (importador e exportador)

Cartas de Crédito: A carta de crédito, também conhecida por crédito documentário, é


a modalidade de pagamento mais difundida no comércio internacional, pois oferece
maiores garantias, tanto para o exportador como para o importador.
É um instrumento emitido por um banco (o banco emitente), a pedido de um cliente
(otomador do crédito). De conformidade com instruções deste, o banco compromete-
se a efetuar um pagamento a um terceiro (o beneficiário), contra entrega de
documentos estipulados, desde que os termos e condições do crédito sejam
cumpridos.
Por termos e condições do crédito, entende-se a concretização da operação de
acordo com o combinado, especialmente no que diz respeito aos seguintes itens:
valor do crédito, beneficiário e endereço, prazo de validade para embarque da
mercadoria, prazo de validade para negociação do crédito, porto de embarque e de
destino, discriminação da mercadoria, quantidades, embalagens, permissão ou não
para embarques parciais e para transbordo, conhecimento de embarque, faturas,
certificados, etc.
A carta de crédito é uma ordem de pagamento condicionada, ou seja, o exportador só
terá direito ao recebimento se atender a todas as exigências por ela convencionadas.

Commercial Invoice: No português, Fatura Comercial, é o documento de natureza


contratual que espelha a operação de compra e venda entre o importador e o
exportador. Semelhante ao que seria aqui no Brasil à Nota Fiscal.
Packing List: Romaneio de Carga. Contém informações sobre as características da
mercadoria (informações que serão úteis para a cotação do frete internacional), como
por exemplo:

 Característica das embalagens


 Pesos
 Dimensões Unitárias
 Volume
 Entre outras

No segmento do Mármore e Granito, estes dois documentos trarão as informações


necessárias, como por exemplo:

 Quantidade de Chapas no container


 Espessura das Chapas
 Se tem madeiras no container
 Se a madeira foi tratado no exterior ou não

Dependendo da origem da mercadoria, precisa-se de um Certificado de Origem. Isso


beneficia quando a negociação acontece entre países com acordos tributários, por
exemplo, importação entre empresas de países do Mercosul.

Alguns produtos requer também um Certificado de Análise que se trata de um


documento que autentica e certifica a qualidade e a pureza de um determinado
produto, como por exemplo alimentação.

Principais modais de transporte no comércio


exterior:
No mercado existem alguns tipos de transporte de carga dentro do comércio exterior
a escolha de qual deles usar fica a critério de cada empresa. São estes:

 Transporte marítimo;
 Transporte ferroviário;
 Transporte aéreo;
 Transporte dutoviário; e
 Transporte rodoviário.

O mais utilizado no setor das Rochas Ornamentais é o Transporte Marítimo.

O motivo para que o modo do frete marítimo seja tão utilizado consiste em sua
amplitude de possibilidades de tamanhos e volumes de containers que podem ser
transportados pelas empresas que prestam esse serviço.

Vale ressaltar que existem diferentes tipos de frete marítimo e cada um vai atender a
uma necessidade específica referente ao seu processo de importação ou exportação.
Cada tipo de fretagem conta também com uma cotação própria a ser definida pela
empresa afretadora, por isso é relevante que seja consultada mais de uma para
definir qual melhor atende às suas demandas.

Quais são os tipos de frete marítimo disponíveis?


Responsável por mais de 90% das operações de transporte de cargas no mundo, há
vários tipos diferentes de frete marítimo na logística portuária internacional. No
entanto, nas operações de comércio exterior, dois tipos merecem nossa atenção:
o FCL e o LCL.

FCL (Full Container Load)


Quando o importador ou exportador usar o container totalmente carregado,
acessando todo o espaço disponível, essa modalidade é a melhor opção. Aqui
geralmente transporta-se equipamentos de 20 e 40 pés, com carga seca.
O preço é fechado de acordo com o tipo de equipamento utilizado e as principais
variáveis neste preço são o tempo de trânsito, a rota e sobretaxa quando as cargas
são muito pesadas (acima de 20 toneladas).

LCL (Less Container Load) – Container Compartilhado


A modalidade é mais comum quando a carga a ser transportada não preenche um
container por completo, possibilitando o importador ou exportador a prover um baixo
custo de frete marítimo por meio do compartilhamento do container.
É a melhor opção para compradores ou vendedores do Comércio Exterior que
começaram no ramo há pouco tempo ou não possuem interesse em aumentar suas
cargas.

À parte dessas, destacam-se algumas características dos dois tipos que podem te
ajudar na decisão:

LCL
1. Apresenta menor risco de demurrage, cobrança de sobrestadia do container no
terminal por mais tempo do que o prazo contratado com o armador;
2. Melhor custo-benefício para compradores e vendedores do comércio exterior
com cargas pequenas.

FCL

1. Disponibilização da carga de forma mais rápida;


2. Maior segurança quanto a extravio ou roubo da carga, uma vez que não necessita
de manuseio de terceiros;
3. Melhor custo-benefício para compradores e vendedores do comércio exterior
com cargas grandes.

Autorização do Embarque: se trata de um documento que será enviado ao exportador


dizendo que o embarque está autorizado com um determinado Agente de Carga. A
comunicação entre o exportador e o agente de carca precisa ser facilitado (envio de
contatos como e-mail, telefones, WhatsApp, entre outros). E desta forma a
mercadoria será entrega no porto.
Agente de Carga: é um prestador de serviços logísticos que desenvolve soluções
personalizadas para os usuários do transporte de carga em qualquer modal (aéreo,
marítimo ou terrestre). Dessa forma, ele é o profissional que trata de toda a parte
documental e física do embarque internacional de cargas, a partir de contatos feitos
desde o momento da cotação do frete.

Confirmação de embarque: Entre a Autorização do até a Confirmação do Embarque,


período que levam alguns dias dependendo das demandas, entre outras questões,
como até mesmo algum tipo de imprevistos. Por este motivo, o acompanhamento
junto ao Agente de Carga é fundamental, evitando por exemplo, “Rolagem de Cargas”
(Rolagem de Carga é quando um container é deixado para trás)

Emissão do conhecimento de embarque: Após a confirmação do embarque, deve ser


solicitado a Emissão do Conhecimento de Embarque ao exportador. O Conhecimento
de Transporte independente do modal serve para oficializar a contratação da
operação do transporte internacional, comprovar o recebimento da carga na origem,
além da obrigação de entregá-la no destino, constituindo a prova de posse e
propriedade da mercadoria. O Conhecimento de Embarque também é conhecido por
conhecimento de transporte ou conhecimento de carga. Este documento além de
servir como comprovante de embarque, serve também para instruir o despacho
aduaneiro de exportação e importação.

O Conhecimento de carga recebe nomes específicos para as diferentes vias de


transporte, a saber:

 Rodoviário – CRT (Conhecimento de Transporte Rodoviário);


 Marítimo – BL (Bill of Lading);
 Aéreo – AWB (Airway Bill); MAWB (Master Airway Bill); HAWB (House Airway
Bill);
 Ferroviário – TIF/CTF (Conhecimento de Carga Ferroviária); e
 Multimodal – (Throughbill of Lading).

Correções do Conhecimento de Embarque: É preciso instruir o Agente de Carga a


cerca deste documento, quanto aos possíveis erros de preenchimento, fazendo as
correções necessárias (Ex NCM, dados da empresa, CNPJ errados).

Feito as possíveis correções do Conhecimento de Embarque, o documento fica apito a


ser emitido. A emissão é feita em 3 vias originais e 3 copias não negociáveis. Este
documento então chega ao importador.
DUIMP: é a siglas de Declaração Única de Importação, e é o novo documento
eletrônico que reúne todas as informações de natureza aduaneiras, administrativa,
comercial, financeira, tributária e fiscal pertinentes ao controle das importações
pelos órgãos competentes da Administração Pública brasileira na execução de suas
atribuições legais.
Declaração de Importação (DI): consiste em um documento que registra os dados do
processo de importação de mercadorias. É nela que são informados detalhes como
dados do fabricante, importador, classificação fiscal da mercadoria e valores de
impostos.

Registro da Importação: Informação ao Siscomex do produto que está sendo


importado, quem é o exportador, quem é o fabricante, se a fatura de origem do
documento único de importação é na modalidade FOB ou EXW (Ex Works), valor do
frete, qual o numero do documento de frete, numero da fatura comercial, data da
fatura comercial, entre outas informações.

a) Pagamento de Tributos, Custos Logísticos e Aduaneiros (Porto, Agentes,


Transporte)

Pagamento dos Tributos: O que efetiva o registro da Declaração de Importação (DI)


são os Pagamentos dos Tributos. É neste momento que se paga os impostos do
desembaraço.

Quais são esses tributos:


 Imposto de Importação (Base de Cálculo: Valor da Mercadoria + Valor do Frete
internacional) – o valor cobrado depende de cada NCM;
 IPI (Valor da Mercadoria + Valor do Frete + Imposto de Importação)
 PIS e COFINS (Base de Cálculo: Valor da Mercadoria + Valor do Frete)
Genericamente, as alíquotas são:
PIS - 2,10%
COFINS - 9,65%.
 ICMS
a) Importação feita pela própria empresa - (Valor da Mercadoria + Valor do
Frete + Valor do Imposto de Importação + IPI + PIS + CONFINS) / (1 – 17%) x
17%
b) Importação feita por uma Trading – Importação por conta e ordem de
terceiros.

Importador: Trading (Beneficiária do Regime Fundap – Fundo para o


Desenvolvimento das Atividades Portuárias – que proporciona que no
momento do desembaraço, não recolha ICMS, porém paga-se uma
alíquota de 4% ou 17% com possível redução na base de cálculos.

Adquirente: Empresa que está comprando a mercadoria.

Existem algumas vantagens com as empresas Trading, já que pode


existir contratos que possibilitem tarifas portuárias mais baratas.

Existem 2 formas de realizar o pagamento dos tributos:

1) A empresa envia os valores dos impostos para o despachante.


2) O importador autoriza o despachante a fazer débito direto na conta para
pagamento desses impostos.

Após o registro da Declaração de Importação (DI), ela será Parametrizada:


a) Canal Verde: A mercadoria será liberada sem a necessidade de fiscalização da
mercadoria e documentações
b) Canal Amarela: Confere-se somente a documentação.
c) Canal Vermelho: Conferido a mercadoria e a documentação.
Se a mercadoria ainda não foi Desovada (retirada do produto do container), é
necessário pedir a desova dessa mercadoria.

Para desovar containers de chapas de rochas


(naturais ou artificiais) é necessário um equipamento
chamado Bil Laden.
Portos não possuem este equipamento para içar os
pacotes de chapas retirando-os do container.
Quando a importação é parametrizada pelo Canal
Vermelho, o terminal portuário fornece uma carta
informando que não é possível desovar o container no
porto.
Fica para o fiscal aceitar ou não a carta.

d) Canal Cinza: Está relacionado a dois fatores:


2) Alta variação da média de valor da mercadoria (Avalia-se então o
motivo dessa variação de valor, podendo ou não haver o recolhimento
da diferença de impostos)
3) Fraudes (que pode estar ligado ao preço), que gera várias penalidades
ao importador.

e) Emissão de Nota Fiscal de Importação e Agendamento da Retirada da Carga


do Recinto Aduaneiro

Com os impostos e custos logísticos pagos, acontece o Desembaraço da Carga, seja


em qual canal acima for. Então, a partir daí, emite-se a NOTA FISCAL DE
IMPORTAÇÃO.

Nota Fiscal de Importação: é o documento emitido após o desembaraço aduaneiro


da Declaração de Importação (DI) ou Declaração Única de Importação (Duimp), pela
empresa que importou o produto do exterior, a fim de incluí-la em seu estoque. É ela
que autoriza a entrada das compras no estoque da empresa para que os itens
possam ser comercializados ou utilizados como matéria prima legalmente.

A emissão da Nota Fiscal de Importação é obrigatória. Alguns estados inclusive


exigem a nota fiscal para retirar a mercadoria do recinto alfandegado, e o DANFE
(Documento Auxiliar de Nota Fiscal Eletrônica) deve acompanhar a mercadoria
durante o transporte até as dependências do importador.
EXPORTAÇÃO:
Inverso da importação, a exportação é um processo mais simplificado. Isso por não
depender muito de terceiros, uma vez que somos a empresa exportadora e temos o
domínio da maioria das ações. Na exportação também existe algumas etapas. São:

Pré-Embarque e o Pós-Embarque.

1 – Pré-Embarque

a) Onde começa o processo de Exportação?

O processo de exportação se inicia a partir da venda do material (negociação pelo


setor comercial).

Demonstra-se essa negociação através da Proforma Invoice: Proposta de exportação


Contém informações como:
 Produto
 Quantidade
 Metragem quadrada
 Preço por metro quadrado
 Tonelagem (peso)
 Dimensão
 Condição de pagamento
 Incoterm (FOB, Custo e Frete)

O Importador vai avaliar a Proforma que pode aprovar ou não.

 Se Aprovar: se dá prosseguimento ao processo de exportação:

1. Caso não exista estoque, deve-se iniciar a produção ou aquisição do


produto.
2. Observar o tempo de produção
3. Ver questões relacionadas à armazenagem do produto que irá compor o
estoque (Quantos containers?)

 Se Reprovar: Observa as ressalvas feitas pelo importador, e fazer os possíveis


ajustes se cabíveis.

b) Reserva do Espaço no Navio (Booking)

No caso de chapas de rochas ornamentais, assim que acaba o processo de produção


do material a ser importado, pode-se fazer o Booking diretamente o Agente de
Cargas. Dizemos comumente “Fazer o Booking da Carga”.
Booking: diz respeito à reserva, no navio, de espaços para a carga. Também é
conhecida como Reserva de Praça e deve ser realizada com a maior
antecedência possível, visando garantir o embarque na data apropriada,
principalmente quando se tratar de transporte marítimo.

Informações que devem conter:


 Porto de Embarque
 Porto de Descarga
 Descrição da carga
 Peso e metragem cúbica da carga (se LCL, ou tipo e tamanho do contêiner,
de carga FCL).
 Navio/viagem prevista, conforme schedule informado anteriormente
 Nome do Exportador
 Nome do Importador
 Condição de pagamento

Agente de Carga: é um prestador de serviços logísticos que desenvolve soluções


personalizadas para os usuários do transporte de carga em qualquer modal
(aéreo, marítimo ou terrestre). Dessa forma, ele é o profissional que trata de toda
a parte documental e física do embarque internacional de cargas.

Portanto, o Agente de Cargas irá escolher o melhor meio de transporte (modal) e


estudar a rota mais adequada para definir a melhor opção de frete. Um Agente de
Cargas eficiente conta com uma ampla rede de contatos de fornecedores para
diversos modais para atender da melhor forma à equação tempo/custo do
transporte.

No setor das rochas ornamentais, costuma-se usar o Incoterm FOB (Free on Board –
onde o exportador é o responsável por colocar a mercadoria dentro do navio em
containers). Porém quem escolhe sobre o frete é o Importador!

c) Preparação de Documentos de Exportação

Quais os documentos de Exportação?

1) Romaneio de Carga: Um dos documentos mais importantes. Será preenchida


pelo setor produtivo, que vai informar com exatidão as informações das
chapas (Quantidade, metragem quadrada, peso, descrição da carga, entre
outros)
2) Fatura Comercial: Gerado a partir do Romaneio de Carga, é semelhante ao
uma Nota Fiscal com efeitos internacionais. Destaca-se aqui os valores a ser
cobrado.
3) Mesmo com a Fatura Comercial, é necessário a emissão da Nota Fiscal de
Exportação, com dados vindos do romaneio de carga e fatura comercial,
destacado aqui o valor em Reais, equivalente em dólar do dia da emissão da
nota.
Deve conter:
 Endereço do cliente
 Endereço do Fornecedor
 Quantidade comercializada
 Dimensões
 Local de entrega do material
 Preço de venda
 Peso limite autorizado no porto
 Condições de Pagamento
 Descrição da mercadoria

Esses documentos são assinados, com identificação das pessoas


envolvidas.

Fatura comercial: Faturamento em Dólar


Nota Fiscal: Faturamento em Real

Toda madeira usada na preparação do container, deve ser tratada para que se evite a
presença de pragas e insetos, e que estes migrem para outro país. Esse tratamento é
feito no país de origem.

Certificado de Fumigação: também conhecido como certificado de controle de pragas,


um Certificado de Fumigação é um documento que confirma que todos os materiais
de embalagem de madeira usados em uma remessa de carga certificada foram
fumigados e assim consequentemente dedetizados.

d) Acompanhar Dead-line (prazo final) do Draft (Rascunho) e da Carga

A partir da geração dos documentos, inicia a observação dos Dead-lines, Dafts e


prazo das cargas.

Dead-line: A palavra é basicamente o prazo que você possui para entregar uma tarefa
ou uma campanha e define quanto tempo você possui para entregar o que lhe foi
solicitado. Em comércio exterior, trata-se do prazo em que o pré-embarque precisa
ocorrer, o tempo máximo que tal operação pode levar – as datas e horários a serem
cumpridos.

Draft: é o rascunho dos documentos que a companhia de transporte exige do


embarcar, em um período anterior ao embarque, o temido deadline. Este draft precisa
ser preenchido no modelo exigido pelo transportador (que pode ser em formato Word,
Excel ou em um sistema próprio de preenchimento), e que vai dar conhecimento às
partes do que será impresso no documento final. A responsabilidade do
preenchimento é de quem está embarcando, e que precisa ser revisado antes de
enviar em definitivo. Havendo a necessidade de correção, este custo será cobrado
posteriormente e pago pelo exportador.

Ou seja, existe prazo final para a emissão de Drafts (os rascunhos de documentos) e
para a carga, ou seja, com esses rascunhos em mãos, solicito a retirada do container,
feito por e-mail padronizado, informando:

 Booking (“numeração de reserva”)


 Romaneio de carga
 Nota Fiscal
 Fatura Comercial
OBS: Muita atenção quanto aos PRAZOS para cumprimento das programações! Para
algumas ações existem prazos regulados pelo regulamento aduaneiro brasileiro.

Portos - Prazo do Recebimento do Container: o porto recebe o container até 5 dias


antes da data de embarque. Passando disso, deverá pagar a estadia do container.

Container: O container é adaptado para ser utilizado em transportes de Navios, trens


e caminhões, além de também ser conhecido como cofre de carga, afinal, nele, estão
instalados dispositivos de segurança previstos por legislações nacionais e
internacionais.
Quanto ao transporte marítimo, é importante entender que o container não é uma
embalagem. O container utilizado no transporte marítimo é parte da embarcação.

Tipos de Containers: Hoje os containers são de 40 e 20 pés, os primeiros


contêineres, criados por Malcom McLean (americano, inventor dos containers),
eram de 33 pés.

Alguns modelos:

Open Top
Mais utilizado para Chapas e Blocos

Para mercadorias volumosas e leves

Container Flat Rack 20 e 40 PÉS

Máquinas frágeis e pesadas


Container Plataforma 20 e 40 PÉS

Container Tanque

Processos:
1- Recebimento do Container
2- Enchimento do Container (Em caso de chapas usa-se o Bin Ladem)
3- Lacração do Container
4- Transporte do Container até o porto em tempo hábil (caso contrário paga-se a
estadia do container no porto).
Geralmente usa-se container de 20 pés (possuem condição de carregar mais
peso que o container de 40 pés).
5- Entrega do Container (direto ao porto ou para o terminal de containers)

Tratamento da Madeira usada no preparo do Container: Toda madeira usada na


preparação do container, deve ser tratada para que se evite a presença de insetos e
que estes migrem para outro país.

e) Desembaraço Aduaneiro de Exportação


O desembaraço aduaneiro de exportação acontece com os seguintes documentos:
 Fatura Comercial
 Romaneio de Carga
 Nota Fiscal
 Booking
 VGW

VGW: (Verified Gross Weight, ou seja, Massa Bruta Verificada, isto é, o peso total bruto
do contêiner pesado em balança homologada pelo Inmetro) fornecido pelo agente de
carga.

Esses documentos serão enviados ao Despachante Aduaneiro, através do Histórico


ou Resumo de Embarque (uma espécie de formulário) em arquivo único, contendo:
 Número do Booking
 Número do Romaneio de Carga
 Número do Container
 Número do Lacre
 Porto de Origem
 Porto de Desitino
 Fatura Comercial
 Nota Fiscal de Exportação
 Certificado de Fumigação

Junto a esse Histórico, enviam-se todas as documentações neste e-mail, geradas até
o momento. Entregue esses documentos ao despachante, ele por sua vez fará o
Despacho da Exportação, finalizado com a emissão do DU-E (Declaração Única de
Exportação).

f) DU-E (Declaração Única de Exportação):

Quando o despachante emite a DU-E, o processo de despacho foi realizado, mesmo


que o container ainda esteja no porto (que faz o processo de colocar o container
dentro do navio).

2 – Pós-Embarque
Tendo a confirmação de embarque (após o despacho) através do Agente de Carga
(por e-mail ou telefonema), inicia-se o processo do Pós-Embarque.

a) Envio de Documentos de Embarque para o Importador (Cliente)

Tendo a confirmação de embarque, inicia a providência dos


documentos de embarque para o cliente importador.

Envia-se para o cliente todas as documentações, e neste momento,


inclui também o Conhecimento de Embarque (BL). Deve ser enviado
via E-mail as imagens e sequencialmente enviado os originais (correios, DHL ou
FedEX), geralmente em:

 3 vias originais, destacando com carimbo ou impresso as original,


 3 cópias não negociáveis.

Deve-se disponibilizar o número do rastreio desta encomenda

Veja a lista dos documentos que deverão ser enviados:

 Fatura Comercial (Para o cliente desembarcar a carga no local de destino)


 Romaneio de Carga
 Certificado de Fumigação
 Conhecimento de Embarque

Neste momento não necessita enviar a

 Nota Fiscal (já que estará emitido em Reais)


 Numero do Booking (o número do Booking gerou o Conhecimento de
Embarque)

Neste momento então o Importador (cliente) cliente está ciente que:

 A mercadoria embarcou
 Já existe uma data prevista de chegada
 E que a documentação está sendo enviada por correio.

Apesar do Importador saber de todas as informações, é interessante que o


exportador deixe o importador sempre informado quanto ao status da exportação, da
previsão de chegada do navio, bem como procurar saber sobre a chegada da
documentação.

b) Pós-Venda:

Assim que a mercadoria chegar ao cliente, a equipe comercial da empresa


importadora deve fazer contato com o cliente para saber sobre sua satisfação, se o
cliente está de acordo com o que recebeu, se houve alguma avarias na carga, etc.

No caso de pagamentos a prazo, deve ser feito os trâmites junto à equipe financeira.

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