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Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.
COMÉRCIO EXTERIOR
ROTEIRO
1. INTRODUÇÃO
2. HABILITAÇÃO AO RADAR
3. OBSERVAÇÕES QUANTO AO PRODUTO A SER EXPORTADO
4. NOMENCLATURA COMUM DO MERCOSUL (NCM)
5. INCOTERMS
6. CONTRATAÇÃO DOS SERVIÇOS CONEXOS ÁS OPERAÇÕES DE COMERCIO EXTERIOR
6.1 Despachante Aduaneiro
6.2 Transporte Internacional
6.3 Seguro Internacional
7. DESPACHO ADUANEIRO DE EXPORTAÇÃO
8. NOTA FISCAL DE EXPORTAÇÃO
8.1 CFOP
8.2 Unidade de Medida Tributável (uTrib)
8.3 Informações Complementares da Nota Fiscal
9. TRATAMENTO FISCAL NAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
9.1 Imposto de Exportação
10. SISCOSERV NAS OPERAÇÕES DE EXPORTAÇÃO DE MERCADORIAS
1. INTRODUÇÃO
A exportação de mercadorias, é a saída de mercadorias do território nacional, que pode ou não resultar na entrada de divisas.
Entre as modalidades de exportação, podemos citar a Exportação Direta e Exportação Indireta de Mercadorias.
A modalidade de Exportação Direta é aquela a qual a empresa vendedora é responsável por todo trâmite de exportação, tanto comercial
quanto operacional. Por sua vez, na Exportação Indireta, todo o trâmite de exportação é realizado através de uma empresa intermediária,
denominada Comercial Exportadora (ECE) ou Trading Company, cuja matéria e operacionalização será abordada em outro material.
A presente matéria tem por finalidade prestar orientações gerais sobre a Exportação Direta de Mercadorias perante a legislação
brasileira, para aqueles que desejam iniciar as operações de venda para o exterior, e abordar procedimentos a serem observados para
realizar a operação.
2. HABILITAÇÃO AO RADAR
Toda mercadoria que sai do território nacional deve ser declarada para a Receita Federal através da Declaração Única de Exportação
(DU-E) registrada no Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX), através do Portal Único.
Para acesso ao Siscomex, a empresa deverá estar habilitada ao Radar junto à Receita Federal nos termos da Instrução Normativa RFB
n° 1.603/2015.
Sobre os procedimentos de operacionalização, cabe ao exportador conhecer as particularidades do produto e verificar junto à legislação,
se há tratamento e exigências a serem aplicados junto aos órgãos reguladores vinculados ao Comércio Exterior, como por exemplo,
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) Ministério da Agricultura (MAPA), Inmetro, dentre outros.
Pode ser verificado pelo exportador, através do código do produto (NCM), país de destino, país importador, enquadramento da operação
e atributo, se há anuência de algum órgão na exportação de seu interesse, ou se a operação é impedida.
Desta forma, é de extrema importância a correta classificação do produto no código NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) para uma
pesquisa assertiva.
Além de verificar perante a legislação brasileira as condições para exportação, é de suma importância verificar as exigências da
legislação aduaneira do país importador, para que a operação ocorra sem ônus para as partes.
A NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) é o código adotado pelos países do Mercosul, e tem por base o Sistema Harmonizado (SH).
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O Sistema Harmonizado (SH) é um método mundial de classificação de mercadorias criado para promover o desenvolvimento do
comércio internacional com base na troca de informações estatísticas, e sua estrutura possui seis dígitos.
A NCM possui 8 dígitos, sendo os 6 primeiros dígitos formados pelo Sistema Harmonizado, sendo o sétimo e oitavo dígitos relativos aos
desdobramentos atribuídos no âmbito Mercosul.
As Notas Explicativas do Sistema Harmonizado de Codificação e Classificação de Mercadorias (NESH) compreendem as Notas de
Seção, de Capítulo e de Subposição, que explicam o alcance dos textos das posições e as regras de classificação.
Desta forma, a NESH pode ser utilizada pelo exportador para melhor enquadramento do produto na NCM, e no caso de dúvidas, quanto
a correta classificação, poderá ser aberto consulta à Receita Federal nos termos da Instrução Normativa RFB n° 1.464/2014.
5. INCOTERMS
Os Incoterms, que é a sigla de International Commercial Terms, ou termos de Comércio Internacional, são termos internacionais utilizados
nas operações de compra e venda de mercadorias, os quais têm o objetivo de facilitar o comércio entre vendedores e compradores.
Os termos visam definir as responsabilidades, deveres e obrigações entre importador e exportador, quantos aos custos e contratação de
serviços conexos para realizar a operação de importação e exportação de mercadorias, como por exemplo, onde o exportador deve
entregar a mercadoria, quem é responsável pelo pagamento do frete, quem é o responsável pela contratação do seguro, dentre outros.
Ademais, tem o objetivo de padronizar as negociações e o entendimento da divisão dos custos das operações de Comércio Exterior e é
regulamentado pela Resolução CAMEX n° 021/2011.
Em regra, o termo é definido no momento da negociação comercial entre as partes, importador e exportador.
a) Incoterms utilizados para qualquer modal de transporte: EXW, FCA, CPT, CIP, DAT, DAP, DDP
b) Incoterms para transporte marítimo e vias navegáveis internas: FAS, FOB, CFR, CIF
O domínio dos Incoterms é indispensável para que o negociador possa incluir todos os custos nas transações de Comércio Exterior,
ajuda a eliminar ruídos na comunicação e dá a fluidez necessária para que os contratos sejam fechados com menos burocracia.
O despachante aduaneiro é a pessoa credenciada pela Receita Federal que irá representar o exportador e praticar em nome deste, os
atos relacionados com o despacho aduaneiro de bens ou de mercadorias.
Sua função é formular a declaração de exportação no Siscomex, para controle aduaneiro da saída das mercadorias, e prestar as
orientações para o exportador, quanto as exigências da Receita Federal e dos órgãos intervenientes, para o desembaraço da mesma.
Sua contratação não é obrigatória, porém, recomendada, visto que é a pessoa que detém o entendimento e a aplicação da legislação
aduaneira, combinados com o conhecimento de toda a cadeia logística e seus intervenientes.
A legislação não traz vedação para que o próprio exportador efetue os registros da exportação do processo e conclua o envio das
mercadorias ao exterior.
6.2. Transporte
O exportador poderá ser o responsável pela contratação do frete internacional dependendo do Incoterm definido na negociação, em que
indicar que é de sua responsabilidade.
Uma vez que a contratação desse serviço seja de sua responsabilidade, e se contratado de empresa residente e domiciliada no exterior,
ficará obrigado ao registro da Obrigação acessória da Receita Federal, o Siscoserv, matéria que abordaremos nos tópicos seguintes.
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A contratação do seguro Internacional também ficará a cargo do exportador se o Incoterm da negociação o determinar.
Uma vez que seja contratado de empresa residente e domiciliada no exterior, também fica passível de registro do Siscoserv, obrigação
acessória da Receita Federal.
De acordo com o Regulamento Aduaneiro, o despacho de exportação é o procedimento mediante o qual é verificado os dados
declarados pelo exportador, com relação à mercadoria e à legislação específica, com vistas ao desembaraço aduaneiro da mercadoria e
a sua saída para o exterior.
Toda mercadoria destinada ao exterior fica condicionada ao despacho de exportação conforme regulamenta a Instrução Normativa RFB
n° 1.702/2017, salvo as exceções estabelecidas em legislação específica.
Atualmente todo desembaraço formal de exportação é realizado através do Registro da Declaração Única de Exportação (DU-E), no
Siscomex.
Uma vez a mercadoria pronta para despacho, definido o Incoterm da operação e o transportador, para início ao despacho formal de
exportação, o exportador deverá providenciar os seguintes documentos:
e) Certificado de Origem: para operações de exportação realizadas ao amparo de Acordos Internacionais, exemplo Mercosul, ou até
mesmo, se o país importador exigir o documento;
f) Certificado de Fumigação: para controle fitossanitário em cargas alimentícias ou que possuem embalagem de madeira; e
g) Outros documentos exigidos por legislação específica, de acordo com o tipo de produto destinado à exportação.
O despacho de Exportação se inicia quando a carga é apresentada para Despacho. A apresentação da carga para despacho se dá
quando a nota fiscal eletrônica de exportação é vinculada a uma DUE, no Portal Único Siscomex.
Neste momento, as informações da Nota Fiscal migram para a DU-E, dentre elas, número do CNPJ/CPF e nome do exportador, código
da NCM, texto da posição da NCM (SH4), descrição da mercadoria, unidade de medida estatística (unidade tributável) e unidade
comercializada, quantidade na unidade de medida estatística e comercializada, nome do importador e endereço do importador.
Há também a possibilidade de o despacho ser realizado através de nota fiscal formulário ou operação sem nota fiscal, cujos critérios
estão previstos na Instrução Normativa RFB n° 1.702/2017.
A pessoa jurídica que esteja obrigada à emissão de notas fiscais não poderá usufruir desta dispensa.
Conforme visto no tópico anterior, o despacho de exportação é iniciado quando a nota fiscal de saída para o exterior é vinculada a uma
Declaração Única de Exportação no Siscomex.
Desta forma, a DU-E terá como base a nota fiscal de exportação, e é de suma importância que as informações estejam de acordo com a
operação, visto que os campos originais não podem mais ser alterados por carta de correção.
Qualquer informação da nota fiscal que for utilizada em um campo da DU-E, somente poderá ser alterada por meio da substituição da
Nota fiscal original por uma nova Nota Fiscal.
8.1. CFOP
O Código Fiscal de Operações e Prestações das entradas e saídas de mercadorias, para as notas fiscais destinadas ao exterior, serão
utilizados de modo a identificar a natureza da circulação de uma mercadoria, dentre os quais os mais utilizados serão:
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Com a recente mudança do processo de exportação, nas operações com o Comércio Exterior, e a fim de padronizar as informações
relativas às mercadorias exportadas entre o sistema SPED e o Siscomex, a unidade de medida tributável (uTrib) mencionada na Nota
Fiscal de Exportação, deverá ser indicada conforme a unidade de medida disponibilizada pela tabela da SEFAZ.
Essa obrigatoriedade é prevista desde 03.07.2017 de acordo com a Nota Técnica 2016.001 - v 1.30 que trouxe a Tabela de Unidades de
Medidas Tributáveis no Comércio Exterior.
Essa padronização visa quantificar os produtos a que se refiram, nos campos relativos à Unidade Tributável (uTrib) e Quantidade
Tributável (qTrib) da Nota Fiscal Eletrônica - NF-e.
As alterações serão somente para a Unidade tributável (uTrib). Para a unidade de comercialização (uCom) poderá permanecer a mesma
já utilizada.
a) Taxa de Conversão: deverá ser mencionada a taxa PTAX de compra do dia anterior da emissão da Nota Fiscal, conforme Solução de
Consulta n° 023 de 30 de março de 2012
b) Informações de Âmbito Tributário: visto que nas operações de exportação de mercadorias há benefício tributário relativo ao IPI, PIS,
COFINS e ICMS, indica-se mencionar a base legal que ampara a não incidência ou imunidade tributária, cujos dispositivos estão
previstos na Constituição Federal. Veremos no próximo tópico.
c) Regimes Aduaneiros: no caso de exportações amparadas por regimes aduaneiros especiais, cabe o exportador mencionar a legislação
que regulamenta a operação.
Cabe verificar se a aduana do local de despacho aonde será realizado o desembaraço de exportação, exige maiores informações sobre o
processo na nota fiscal.
A Constituição Federal prevê a desoneração tributária na saída de mercadoria ao exterior, tendo em vista que a incidência dos tributos
sobre os produtos brasileiros destinados à exportação, diminuiria a competitividade do produto no mercado internacional.
Os dispositivos sobre as desonerações nas Exportações, poderão ser encontrados na Constituição Federal de 1988, conforme abaixo:
O emprego da desoneração tributária na exportação, também é previsto de acordo com o regime tributário da pessoa jurídica conforme
abaixo:
a) Simples Nacional:
b) Cumulativo:
c) Não Cumulativo:
Quanto ao ICMS, o tratamento aplicado à exportação será conforme a legislação do Estado do exportador, desta forma ,orientamos que
seja verificado junto à área fiscal.
O Imposto de Exportação tem como fato gerador a saída de mercadoria do território aduaneiro, porém, para as exportações em sua
quase totalidade, não haverá incidência desse imposto.
A não incidência do Imposto de Exportação na maioria das mercadorias é um incentivo fiscal que, juntamente com a desoneração do IPI,
PIS, COFINS e do ICMS torna o preço mais competitivo no mercado internacional.
Atualmente, o Imposto de Exportação será incidente somente para as exportações previstas na Portaria Secex n° 023/2011, que
compreendem:
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a) Cigarros contendo fumo - tabaco classificados na NCM 2402.20.00: aplica-se a alíquota de 150% quando destinados à América do Sul
e América central inclusive Caribe;
b) Armas e munições; suas partes e acessórios compreendidos no capítulo 93 da NCM: aplica-se a alíquota de 150%, quando destinados
a países da América do Sul (exceto Argentina, Chile e Equador) e Caribe.
Por serem considerados produtos sujeitos a procedimentos especiais, há algumas exceções que devem ser observadas para este
capítulo da NCM, no parágrafo único do artigo 18 do Anexo XVII da Portaria Secex n° 023/2011.
O Siscoserv, regulamentado pela Instrução Normativa RFB n° 1.277/2012, é uma obrigação acessória da Receita Federal cuja
obrigatoriedade do registro se dá quando existe vínculo de contratação de serviço entre residente domiciliado no país e residente
domiciliado no exterior.
Estão dispensados da declaração, empresas optantes pelo Simples Nacional ou MEI, desde que não utilizem os mecanismos de apoio ao
Comércio Exterior, que são incentivos concedidos pelo governo que visam fomentar a operação de prestação ou aquisição de serviços.
A exportação de mercadorias não é passível de registro no Siscoserv, porém, os serviços contratados para realizar a operação, no caso,
frete internacional, THC, seguro internacional, dentre outros, quando da responsabilidade do exportador brasileiro e contratado de
empresa do exterior, deverão ser registrados no Siscoserv.
Embora o vínculo de contratação de fretes internacionais possa ocorrer por meio de agente de cargas, se o frete constar na modalidade a
pagar no Brasil (Prepaid), a responsabilidade de registro desta aquisição de serviço é do exportador.
Nos casos em que a modalidade do frete for a pagar no exterior (Frete Collect), a responsabilidade de registro não será atribuída ao
agente de cargas e nem ao exportador, devido ao entendimento que a contratação ocorreu no exterior e pelo próprio importador, junto a
um transportador que também se encontra no exterior.
O mesmo entendimento se aplica para o seguro e demais taxas referentes à aquisição de serviços, informadas no conhecimento de
embarque, na coluna de valores a pagar (Prepaid), conforme soluções de consulta SOLUÇÃO DE CONSULTA N° 10.045, DE 03 DE
DEZEMBRO DE 2014 e SOLUÇÃO DE CONSULTA N° 10.096, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2016
Dispositivos Legais: Instrução Normativa RFB n° 1.603/2015, Decreto n° 6.759/2009, Instrução Normativa RFB n° 1.464/2014,
Resolução CAMEX n° 021/2011, Constituição Federal de 1988, Portaria Secex n° 023/2011, Instrução Normativa RFB n° 1.277/2012
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