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O quadro institucional do comércio exterior brasileiro

Prof.ª Shirley Yurica Kanamori Atsumi

Descrição

Instituições do comércio exterior brasileiro. Sistemas de comércio exterior brasileiro.

Propósito

Conhecer as principais instituições do comércio exterior brasileiro e suas respectivas competências, tal
como as funcionalidades dos sistemas existentes, essenciais para a realização correta dos processos de
exportação e importação, sem multas e atrasos.

Preparação

Sugerimos a leitura do texto Importação (WERNECK, 2007).

Objetivos
Módulo 1

Principais instituições do comércio exterior brasileiro


Identificar as principais instituições do comércio exterior brasileiro.

Módulo 2

Sistemas utilizados para a realização das exportações e


importações
Descrever os sistemas utilizados para a realização das exportações e importações.

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Introdução
Para atuar no mercado externo, é fundamental conhecer as instituições do seu próprio país, suas normas e
regulamentos, a fim de que os processos de exportação e importação sejam realizados de acordo com os
parâmetros determinados, evitando ocorrências que possam causar embaraços à concretização das
operações.
1 - Principais instituições do comércio exterior brasileiro
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as principais instituições do comércio
exterior brasileiro.

O que é comércio internacional?


O comércio internacional é o conjunto de operações realizadas entre os países por meio do intercâmbio de
bens e serviços e movimento de capitais. É regido por normas e regras acordadas internacionalmente por
organismos como a Organização Mundial do Comércio (OMC), Organização Mundial das Aduanas (OMA) e
Câmara de Comércio Internacional (CCI).

O comércio mundial é um importante fator de desenvolvimento dos países envolvidos. Ao se abrir ao


mercado externo, um país adquire novas tecnologias e formas de gestão, aprimorando seus processos
produtivos.
Denomina-se comércio exterior a relação comercial de determinado país com os demais, por meio de
regras, legislação e normas internas, que visam resguardar os interesses nacionais. Assim, a expressão
“comércio exterior” é seguida pelo nome do país respectivo, como Comércio Exterior do Brasil.

Para apoiar e orientar o comércio exterior, o governo brasileiro possui sistemas e procedimentos nas
seguintes áreas, cujas funções respectivas são:

Administrativa

Determinação de regulamentos que permitam o controle das operações e competitividade


das empresas brasileiras.

Fiscal/ tributária

Adoção de medidas para desonerar as exportações e gerenciar as importações, por meio de


alíquotas adequadas de tributos e de regimes aduaneiros especiais.

Financiamento

Facilitação de oferta de linhas de crédito que possam estimular as exportações, para que
sejam competitivas no cenário internacional.

Cambial/Monetária

M t ã d ilíb i d d ti d l id é i
Manutenção do equilíbrio da moeda, garantindo segurança aos envolvidos no comércio
exterior.

Promoção

Divulgação das empresas e produtos brasileiros, e localização de parceiros comerciais.

Infraestrutura e logística

Oferecimento de condições físicas apropriadas, com integração e facilitação dos processos


de embarque e desembarque.

Para alcançar todas essas áreas, estabelecer normas, acompanhar e fiscalizar o comércio exterior, existem
diversas instituições, que compõem a estrutura do comércio exterior brasileiro.

Instituições ligadas ao Ministério da Economia


Quanto às principais instituições que atuam no comércio exterior, o Ministério da Economia está organizado
da seguinte maneira:

O ME tem as seguintes principais entidades vinculadas:


Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB)
Instituição do Ministério da Economia, responsável pela administração dos tributos de competência da
União, inclusive os previdenciários e os relativos ao comércio exterior. Além disso, subsidia o Poder
Executivo na formulação da política tributária brasileira, prevenindo e combatendo a sonegação fiscal e
executa a gestão das atividades de arrecadação.

Cabe à RFB na área de comércio exterior fiscalizar os embarques relativos à exportação, procedendo aos
despachos das mercadorias, assim como desembaraçar os produtos na importação. Além disso, arrecada
os direitos aduaneiros incidentes sobre as operações de comércio exterior.

A RFB, por meio do Sistema Radar, também é responsável pela habilitação dos exportadores e importadores
para acessarem a plataforma Siscomex, necessária para registrar as operações de exportação e
importação.

Na exportação, a conferência aduaneira identifica o exportador, verifica a mercadoria e a correção das


informações relativas à quantificação, natureza, preço e todas as obrigações fiscais. Os despachos de
exportação são parametrizados, podendo ser atribuídos os canais verde, laranja e vermelho. Veja mais
detalhes:

arametrizados
A parametrização é realizada considerando aspectos como: volume, natureza, características do produto, valor
da exportação, regularidade fiscal, ocorrências anteriores do exportador, destino da mercadoria e incidência de
impostos.

Canal verde

O sistema efetua o desembaraço automático da mercadoria, dispensando o exame


documental e a verificação física.
Canal laranja

É realizado apenas o exame documental.

Canal vermelho

Além do exame documental, é efetuada a conferência física da mercadoria.

Na importação, o despacho aduaneiro é o procedimento para que a mercadoria seja desembaraçada e por
meio do qual são verificados os dados informados pelo importador, sua relação com as mercadorias, com
os documentos apresentados e com a legislação respectiva.

Toda mercadoria importada, em caráter definitivo ou não, deve ser submetida ao despacho aduaneiro, que
será apresentado à unidade da Receita Federal, e também selecionada para a parametrização no canal de
conferência, que será verde, amarelo, vermelho ou cinza. Confira mais detalhes:

Canal verde

O sistema registra o desembaraço automático da mercadoria, sendo dispensados o exame


documental e a verificação física. Entretanto, caso o auditor-fiscal identifique algum elemento
que possa indicar irregularidade, a mercadoria pode ser objeto de conferência física ou
documental.
Canal amarelo

É efetuado o exame documental e, não sendo detectada qualquer irregularidade, o


desembaraço é efetuado sem a verificação física da mercadoria.

Canal vermelho

A mercadoria só será desembaraçada após a realização do exame documental e da


verificação física.

Canal cinza

É realizado o exame documental, a verificação física da mercadoria e a aplicação de controle


especial aduaneiro, para verificar indícios de fraude, incluindo o preço declarado da
mercadoria.

Os recintos aduaneiros ou recintos alfandegados da Receita Federal localizam-se na zona primária (portos,
aeroportos, pontos de fronteira, como Foz do Iguaçu e lojas francas) e na zona secundária ( portos secos e
terminais alfandegados).

Como vimos, no que diz respeito ao comércio exterior, a Secretaria da Receita Federal (RFB) responde pela
parte aduaneira (despacho e desembaraço de mercadorias) e recolhimento dos tributos.

orto seco
É um terminal terrestre, fora dos portos e aeroportos principais, geralmente localizado em regiões com volumes
significativos de produtos para exportação e importação. É uma opção logística para reduzir o fluxo de
produtos nos portos e aeroportos brasileiros, agilizando e desafogando o tráfego de produtos na zona primária
e reduzindo os custos de armazenagem.
Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos
Internacionais (SECINT)
Instituição do Ministério da Economia, que tem como função tratar das questões relacionadas à política de
comércio exterior. Suas principais secretarias são: a Secretaria-executiva da Câmara de Comércio Exterior
(Camex) e a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

A seguir, vamos conhecer cada uma dessas secretarias.

Secretaria-Executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex)

A Camex tem como objetivo formular, adotar, implementar e coordenar políticas e atividades relativas ao
comércio exterior de bens e serviços, aos investimentos estrangeiros diretos, aos investimentos brasileiros
no exterior e ao financiamento às exportações, visando promover o aumento da produtividade da economia
brasileira e da competitividade do país.

É a instância máxima de deliberação do governo federal em matéria de comércio exterior, cabendo a ela
propor a estratégia e as diretrizes da política de comércio exterior, com vistas à inserção do país na
economia internacional.

São membros de seu Conselho de Estratégia Comercial o presidente da República, o Ministro de Estado
Chefe da Casa Civil, o Ministro de Estado da Defesa, o Ministro de Estado das Relações Exteriores, o
Ministro de Estado da Economia e o Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

A Camex é integrada por diversos colegiados, que têm as seguintes competências:

Conceder as diretrizes para as negociações de acordos e convênios bilaterais, regionais ou multilaterais


relativos ao comércio exterior.

Manifestar-se sobre a aplicação de contramedidas para proteger os interesses brasileiros em questões de


litígio internacional.
Coordenar as políticas de promoção comercial no exterior.

Estabelecer as diretrizes para a política de financiamento das exportações de bens e serviços, e para a
cobertura dos riscos de operações a prazo.

Determinar as diretrizes da política tarifária na importação e exportação, estabelecendo alíquotas do


imposto de importação e de exportação.

A atuação da Camex, portanto, é ampla e complexa, já que abrange assuntos importantes do comércio
exterior. Cabe a ela coordenar os diversos órgãos da administração pública, para que sejam executadas
ações integradas por parte do governo. Dessa forma, matérias relevantes dos demais órgãos devem ser
previamente submetidas à Camex.

Secretaria de Comércio Exterior (Secex)


Instituição do Ministério da Economia, integrante da Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos
Internacionais. Secex é o órgão licenciador do comércio exterior, cabendo a ele o tratamento administrativo
comercial. Visa incrementar a participação brasileira no comércio internacional, disseminando a cultura
exportadora, por meio de ações de aperfeiçoamento dos mecanismos operacionais e de adequação do
setor produtivo.

É composto por cinco subsecretarias, que possuem as seguintes atribuições:

Subsecretaria de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior (SITEC) expand_more

Produz, analisa e divulga estatísticas relacionadas ao comércio exterior.

Subsecretaria de Operações de Comércio Exterior (SUEXT) expand_more

Responsável pelas operações de comércio exterior, analisa aspectos comerciais, preços, incluindo
licenciamento de exportação e de importação, elabora normas operacionais, estudos econômicos,
administra o drawback e o Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex).

Drawback: É o regime que permite suspender ou eliminar os tributos incidentes, tanto nas
importações quanto nas aquisições no mercado interno, sobre insumos utilizados na produção da
mercadoria a ser exportada, melhorando a competitividade do produto brasileiro.

Subsecretaria de Facilitação de Comércio Exterior e Internacionalização (SUFAC) expand_more

Responsável pelos registros de promoção no SISPROM (Sistema de Registro de Informações de


Promoção), utilizado para registro de operações com redução a zero da alíquota do imposto de
renda no pagamento ao exterior de despesas com promoção comercial.

Coordena ações e participa de eventos relativos a acordos de facilitação ao comércio da OMC.


Esses acordos buscam simplificar a burocracia e agilizar os procedimentos para o comércio
internacional de bens, com medidas de reforço de transparência na elaboração de normas e a
cooperação entre as autoridades aduaneiras. A implementação no Brasil do Portal Único de
Comércio Exterior foi resultante do acordo de facilitação ao comércio.

Subsecretaria de Negociações Internacionais (SEINT) expand_more

Elabora estudos e participa das negociações internacionais de comércio, juntamente com outros
órgãos do governo, nos âmbitos regional, bilateral, multilateral e de bloco econômico, prestando
apoio técnico. Desenvolve atividades de comércio exterior com organismos internacionais e
administra regulamentos de origem de acordos firmados pelo Brasil.

Subsecretaria de Defesa Comercial e Interesse Público (SDCOM) expand_more

Trata de assuntos relacionados à defesa comercial, investigações de dumping, salvaguardas e


subsídios, com vistas à aplicação de medidas compensatórias.

Com a maior abertura do país ao comércio, as empresas brasileiras estão mais expostas e, muitas
vezes, há a necessidade de medidas antidumping, compensatórias e de salvaguardas. Cabe à
SDCOM examinar a procedência e o mérito de solicitações de adoção de medidas contra práticas
desleais de comércio, por meio de investigações de dano à produção doméstica.

Como exemplo de defesa comercial, foi concedido em 2016 pelo governo brasileiro o direito
antidumping sobre as importações de magnésio metálico originados da Rússia. Esse direito é uma
medida válida por até cinco anos, sendo aplicada na forma de alíquota de US$890,73 por tonelada
sobre as importações de magnésio metálico originados da Rússia.

Entidades vinculadas
Entidades vinculadas são as que não estão diretamente subordinadas ao Ministério da Economia, podendo
suas atividades serem por ele supervisionadas. As principais são:

Banco Central do Brasil

Banco do Brasil

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico


Banco Central do Brasil
Autarquia federal, integrante do Sistema Financeiro Nacional, vinculada ao Ministério da Economia, tem
como missão assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e
eficiente.

Suas principais funções são:

Banco dos bancos expand_more

Cabe ao Banco Central prover liquidez no sistema financeiro, mediante empréstimos exclusivos, bem
como manter os depósitos compulsórios dos bancos comerciais, regulando a moeda no mercado.

Os Depósitos compulsórios são os valores que os bancos são obrigados a depositar em uma conta
no Banco Central, referentes à parte dos recursos captados de seus clientes nos depósitos à vista, a
prazo ou poupança. É um dos instrumentos utilizados pelo BC para controlar a quantidade de
dinheiro que circula na economia do país.

Supervisor do sistema financeiro expand_more

Cabe ao Banco Central monitorar o sistema financeiro nacional, exercendo fiscalização e


concedendo autorização para funcionamento das instituições financeiras.

O Banco Central também atua para que o sistema financeiro nacional não seja utilizado para fins
ilícitos, sendo um dos focos a prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento ao terrorismo
(PLD/FT). Assim, exige que as instituições financeiras bancárias e não bancárias implementem
medidas e controles de PLD/FT.

Cabe ao BC, sempre que necessário, comunicar indícios de crimes previstos na Lei nº 9.613/98 e
relacionados à lavagem de dinheiro e à corrupção, ao Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (COAF), ao Ministério Público e à Secretaria da Receita Federal.

COAF é o órgão de inteligência financeira do país, que tem a finalidade de disciplinar, aplicar penas
administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas
previstas na Lei.
Emissor de moeda expand_more

É o responsável pela emissão de moeda em todo o país, em quantidade autorizada pelo Conselho
Monetário Nacional.

Depositário das reservas cambiais expand_more

Controla as reservas cambiais do país. Reservas cambiais ou internacionais são os ativos do Brasil
em moeda estrangeira e funcionam como uma espécie de seguro para o país fazer frente às suas
obrigações no exterior e a choques de natureza externa, tais como crises cambiais e interrupções
nos fluxos de capital para o país.

Além da função de cobrir eventuais déficits nas contas externas, as reservas internacionais podem
ser usadas para proteger o sistema monetário, minimizando a volatilidade do mercado de câmbio.
Grandes reservas são quase sempre sinal de que o país é capaz de suportar turbulências
econômicas.

Executor das políticas monetária e cambial expand_more

O Banco Central pode, para a operacionalização das políticas monetária e cambial do governo,
introduzir ou adquirir moeda do mercado, regular a taxa de juros e atuar no mercado de câmbio, com
vistas à estabilidade das taxas de câmbio.

Na área de comércio exterior, o BC atua basicamente no sentido de regular e estabelecer normas


sobre as operações de câmbio e buscar o equilíbrio do balanço de pagamentos, que é o registro de
todas as transações econômicas realizadas durante certo período entre os residentes do país e os
residentes de outros países. É um demonstrativo contábil, onde estão registradas todas as
importações, exportações, fretes, empréstimos, capitais internacionais, entre outros. Uma das
subcontas do balanço de pagamentos engloba a balança comercial, que é o registro de todos os
valores recebidos pelas exportações e pagos pelas importações.

Na área cambial, o BC fiscaliza as instituições financeiras que efetuam o câmbio para pagamento de
importações e recebimento das exportações.
Banco do Brasil
Sociedade de economia mista, atua como parceiro do governo federal nas políticas de comércio exterior,
disponibilizando produtos e serviços ligados ao comércio internacional.

Como agente delegado pelo governo, executa as seguintes atribuições de comércio exterior:

Emissão de atos concessórios de Drawback expand_more

O Banco do Brasil analisa e concede o ato concessório para que a empresa se beneficie deste
regime.

Emissão de Certificado de Origem (Form A) expand_more

Este certificado é necessário para a obtenção de tratamento preferencial junto a determinados


países industrializados, denominado Sistema Geral de Preferência (SGP). Esses países concedem
facilidades de acesso de determinados produtos originários de nações em desenvolvimento,
reduzindo total ou parcialmente o imposto de importação. Assim, para comprovar nas alfândegas
estrangeiras a origem da mercadoria, é necessária a apresentação deste documento.

Administração do Programa de Financiamento às Exportações (Proex) expand_more

O Banco do Brasil é o agente exclusivo da União para operacionalização do Proex.

O Proex é um programa do Governo Federal para apoiar as exportações brasileiras de bens e


serviços pós-embarque, por meio de financiamento com taxas de juros compatíveis aos praticados
no mercado internacional, utilizando recursos do Tesouro Nacional.

O governo brasileiro, procurando dar suporte financeiro às exportações, disponibiliza recursos para
financiar as vendas externas, oferecendo condições semelhantes àquelas de seus concorrentes
internacionais, de modo que o exportador recebe à vista o valor de sua exportação efetuada a prazo.
Concessão do Proger Exportação expand_more

O Programa de Geração de Emprego e Renda (Proger) é uma linha de crédito exclusiva para micros e
pequenas empresas para o incremento das exportações brasileiras. O programa financia a produção
de bens, assim como as atividades de promoção de exportação, como participação em eventos
comerciais, aluguel e montagem de estandes em feiras, exposições, aquisição de passagens,
hospedagem, remessa de mostruários ou material promocional.

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social


(BNDES)
Instituição vinculada ao Ministério da Economia que, na área de comércio exterior, concede linhas de crédito
aos exportadores brasileiros. Essas linhas de financiamento garantem a competitividade das empresas
brasileiras no mercado externo.

O BNDES tem duas frentes de financiamento:

Sistema integrado de gestão (ERP).

Veja o papel de cada frente de financiamento:

BNDES Exim Pré-embarque


Apoia a produção de bens e serviços, possibilitando a aquisição de insumos, matérias-primas e outros
recursos para a produção.

BNDES Exim Pós-embarque


Financia a comercialização de bens e serviços no exterior em condições competitivas com as linhas
similares oferecidas no mercado internacional.

Outras instituições
Além dos órgãos com funções administrativas, fiscais e cambiais, fazem parte da estrutura do Governo
outras instituições ligadas à promoção, à divulgação, ao controle e à logística do comércio exterior.

Departamento de Comércio e Promoção de


Investimentos (DPR)
O Departamento de Comércio e Promoção de Investimentos (DPR) está inserido na estrutura do Ministério
das Relações Exteriores (MRE) e tem como objetivo organizar, dirigir e implementar políticas de promoção
das exportações brasileiras e de captações de investimentos estrangeiros no país. Para tanto, planeja e
executa programas e atividades específicas, inclusive participando e realizando eventos que promovam
nossa capacidade produtiva e tecnológica, como missões comerciais, exposições, seminários, rodadas de
negócios etc.

O Ministério das Relações Exteriores é responsável pelas relações do Brasil com os demais países e pela
participação brasileira em organizações internacionais.

Saiba mais

Nas suas 104 Embaixadas e Consulados ao redor do mundo por todos os continentes, existe um setor
voltado à promoção comercial, são os SECOMs - Setores de Promoção Comercial, cujas principais
atividades são:

Apoiar localmente as empresas e entidades brasileiras, por meio de contatos, participações em feiras,
missões etc.;

Captar e divulgar informações sobre oportunidades comerciais e de investimentos;

Elaborar ou contratar pesquisas de mercados e de produtos;


Preparar análises de competitividade e de concorrência e identificação de obstáculos e restrições;

Fornecer assistência a empresas estrangeiras que desejam investir no Brasil ou importar produtos ou
serviços brasileiros.

Além disso, o MRE, por meio da página InvestExportBrasil, divulga informações sobre oportunidades
comerciais para exportação e captação de investimentos estrangeiros, disponibiliza banco de dados com
estatísticas, estudos de mercados, análises e pesquisas específicas na área de comércio exterior, com
informações detalhadas sobre produtos em determinado país ou região, e divulga calendário de feiras no
Brasil e no exterior.

Agência Brasileira de Promoção de Exportações e


Investimentos
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) atua na promoção de
produtos e serviços brasileiros no exterior, consolidando a presença em mercados tradicionais e abrindo
novos mercados. Além disso, também trabalha para a atração de investimentos estrangeiros para setores
estratégicos da economia brasileira.

Atende empresas de todos os portes e em todos os estágios de conhecimento


sobre exportação, desde aquelas que ainda não exportam até as que já estão em
fases mais avançadas de internacionalização. Executa projetos em parceria com
associações de classe e entidades regionais do setor privado e público, arcando
com parte da despesa.

A sua atuação acontece de diversas formas para promover a competitividade das empresas brasileiras no
processo de internacionalização, sendo seus principais serviços:

Inteligência de mercado expand_more

Realiza estudos e análises de mercados para orientar as empresas quanto às melhores


oportunidades para os negócios internacionais. Esses estudos podem abranger hábitos de consumo,
concorrência, canais de distribuição e potenciais compradores.

Esse tipo de estudo é de grande relevância, já que para ingressar em um novo mercado há
necessidade de conhecermos sua cultura, hábitos e ambiente de negócios. Com essas informações,
a Apex auxilia as empresas que pretendem iniciar o processo de internacionalização.

Qualificação empresarial expand_more

Oferece capacitação, consultoria e assessoria com o objetivo de incrementar a competitividade e


promover a cultura exportadora nas empresas, preparando-as para os desafios do mercado
internacional. O projeto PEIEX (Programa de Qualificação para Exportação), efetuado em parceria da
Apex com instituições de ensino (universidades e parques tecnológicos) ou federações de indústria,
proporciona serviços de consultoria e diagnóstico específico para cada empresa, para o processo de
exportação de forma seja iniciado de forma planejada e segura. O programa é implementado em
todas regiões do país.

Estratégia para internacionalização expand_more

Fornece um conjunto de serviços que visa orientar empresas na definição de estratégias para
inserção e avanço no processo de internacionalização.
Promoção de negócios e imagem expand_more

Realiza ações que facilitam o acesso das empresas brasileiras aos mercados internacionais,
diversificando os destinos das exportações brasileiras e melhorando a percepção internacional
sobre as empresas, produtos e serviços brasileiros. Organiza e participa de feiras setoriais e
multissetoriais, rodadas de negócios e missões comerciais. Este serviço permite aos empresários o
contato direto com parceiros de negócios internacionais, auxiliando a entrada em mercados
estrangeiros.

Atração de investimento expand_more

Promove ações para facilitar a atração de investimentos estrangeiros diretos (IED), com o objetivo de
melhorar a imagem do Brasil como um mercado atrativo para aportes de capital estrangeiro.
A Apex apoia inúmeros setores da economia e trabalha a imagem das empresas brasileiras, promovendo
amplas ações de marketing e divulgação nos mercados externos junto a consumidores e empresários.

Exemplo

Delegação brasileira com 77 empresas levada pela Apex-Brasil para o evento South by Southwest (SXSW),
maior festival de economia criativa, realizada em Austin-Texas em março de 2019, fechou US$115,9 milhões
em negócios. Os participantes disseram ter feito contato com mais de 1.600 possíveis compradores,
investidores e parceiros. A Apex-Brasil comandou um dos mais concorridos eventos de networking do
festival: um happy hour com show e comida brasileira.

Serviço brasileiro de apoio às micros e pequenas


empresas (Sebrae)
Instituição vinculada à Confederação Nacional da Indústria (CNI), que contribui com orientação ao
empresário de pequeno porte, oferecendo consultoria e capacitação técnica sobre procedimentos de
exportação, importação, logística, formação de preços e fechamento de pedidos.

Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT)


Possui o Programa Exporta Fácil, que é voltado para micro e pequenas empresas, e pessoas físicas como
artesãos e agricultores. Este programa simplifica o processo de exportação, já que requer a utilização de um
único formulário, dispensando a habilitação ou registro em órgão do governo, além de seus custos serem
mais baixos.

Os embarques estão limitados a US$50.000,00 ou 30kg, havendo restrições às dimensões


dos volumes.

Na importação, oferece o programa Importa Fácil, com limite de US$3.000,00 por operação, que também
pode ser utilizado por pessoas físicas ou jurídicas.
Órgãos anuentes
Além das instituições mencionadas, existem os órgãos denominados anuentes no comércio exterior, que
têm a função de efetuar uma análise complementar dos produtos a serem exportados ou importados,
liberando ou não a saída ou entrada no país. Para isso, têm a responsabilidade de averiguar se as
mercadorias estão de acordo com as normas internacionais.

Confira a seguir os principais órgãos anuentes:

Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL);

Agência Nacional de Mineração (ANM);

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);

Agência Nacional do Cinema (Ancine);

Comando do Exército – Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC);

Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN);

Departamento de Polícia Federal (DPF);

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama);

Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP);

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq);

Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro);

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA);

Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI);

Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Vamos conhecer dois desses órgãos, que são muito demandados:

Agência Nacional de Vigilância Sanitária expand_more


A Anvisa tem a responsabilidade de promover a proteção da saúde da população, por intermédio do
controle sanitário da produção e consumo de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária.
Além disso, a Agência inspeciona ambientes, processos, insumos e tecnologias relacionadas aos
produtos, e também controla portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados.

Como exemplo, na importação de remédio, a Anvisa verifica se o medicamento possui registro,


certificados de análise, o responsável técnico etc.

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento expand_more

Também conhecido como Mapa, é o órgão do Governo Federal responsável pela gestão das políticas
públicas de estímulo à agropecuária, pelo fomento do agronegócio e pela regulação e normatização
de serviços vinculados ao setor.

Cabe ao Mapa regulamentar e controlar mercadorias de origem animal ou vegetal, importadas ou


que serão exportadas, atestando sua qualidade e segurança.

Qualquer produto de origem animal e vegetal depende de prévia autorização do Ministério da


Agricultura. A legislação brasileira e os acordos internacionais para o trânsito de produtos animais,
vegetais e insumos agrícolas entre países estabelecem regras para garantia da qualidade, segurança
e conformidade dos produtos, bem como a avaliação do risco de disseminação de pragas.

São analisados e fiscalizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa):

Animais, seus produtos, derivados, partes e subprodutos;

Vegetais, seus produtos, derivados, partes e subprodutos;

Agrotóxicos e fertilizantes;

Outros insumos agropecuários;

Vinhos e bebidas.

Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB)


Existem ainda diversas associações e entidades que estão ligadas ao comércio exterior, entre elas a AEB,
uma entidade privada, sem fins lucrativos, que congrega e representa o segmento empresarial de
exportação e importação de mercadorias e serviços, bem como as atividades correlatas e afins. Defende a
adoção de políticas e medidas que favoreçam a expansão competitiva e sustentável do comércio exterior.

A AEB é uma entidade presente nos debates dos temas relevantes para a expansão do comércio exterior,
mantendo interlocução permanente com os poderes Executivo e Legislativo, com o objetivo de que sejam
adotadas políticas e ações voltadas para o incremento das exportações e importações de mercadorias e
serviços, bem como das atividades de apoio ao comércio exterior.

A AEB realiza dois grandes eventos gratuitos durante o ano, muito importantes para o comércio exterior:

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O Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex) reúne representantes de toda a cadeia de


negócios do comércio internacional e governo em palestras, debates, painéis e mesas-redondas
sobre os principais temas da atualidade.

Enaserv expand_more

O Encontro Nacional de Comércio Exterior de Serviços (Enaserv) é voltado para empresários,


diretores, gerentes de empresas, autoridades e formadores de opinião do comércio exterior de
serviços. O evento reúne um time de especialistas do setor privado e do governo para discutir as
principais questões que envolvem o setor. O objetivo da AEB com a promoção do evento é propor
sugestões e estimular debates para ampliar e tornar mais competitivo o comércio internacional de
serviços. Para a AEB, este segmento deve estar inserido na agenda do governo e do setor privado
para resgatar a produtividade, em razão dos ganhos tecnológicos que tal comércio pode
proporcionar.

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Órgãos anuentes
Veja as características dos principais órgãos anuentes estudados neste módulo.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

As instituições governamentais responsáveis pelas áreas administrativas (licenciamento), aduaneira e


cambial são respectivamente:

A Agência de Promoção à Exportação (Apex), Receita Federal e Banco Central.

B Sebrae, Receita Federal, Banco Central.

C Secex, Receita Federal e Banco Central.

D MRE, Secex e Banco Central.

E Sebrae, Receita Federal e Banco Central.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Existem diversas instituições que atuam no comércio exterior, cada uma dentro de sua área de
competência. Cabe à Secex a parte administrativa, concedendo licenças para exportação e importação;
à Receita Federal, cabe a parte aduaneira e fiscal, e ao Banco Central, a parte cambial.
Questão 2

O financiamento às exportações brasileiras é um instrumento de apoio, para que o produto nacional


possa concorrer em igualdade de condições no exterior. O programa de financiamento do governo
denominado Proex tem como agente exclusivo da União para sua operacionalização

A o Banco Central do Brasil.

B o Banco do Brasil S.A.

C o BNDES.

D a Secex – responsável pela parte administrativa e de licenciamento das operações.

E a Caixa Econômica Federal.

Parabéns! A alternativa B está correta.

O Banco do Brasil S.A, sociedade de economia mista, com diversas agências pelo país, tem a função,
entre outras, de ser o agente exclusivo para a operacionalização do Proex, atuando como agente
financeiro.
2 - Sistemas utilizados para a realização das
exportações e importações
Ao final deste módulo, você será capaz de descrever os sistemas utilizados para a realização
das exportações e importações.

Processamento de exportações e importações


Neste módulo, serão apresentados os principais sistemas do comércio exterior brasileiro, que servem como
base para a operacionalização dos processos de exportação e importação, assim como para o
fornecimento de informações relevantes para o bom desempenho das operações.

No Brasil, os processos de exportação e importação são realizados por meio de sistemas especialmente
criados para controle e registro das operações.

Sistema integrado de comércio exterior (Siscomex)


O que é Siscomex?

É um instrumento administrativo que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das


operações de comércio exterior, através de um fluxo único e computadorizado de informações. Foi instituído
pelo Decreto nº 660, de 25 de setembro de 1992, e proporcionou grande avanço para o comércio exterior ao
informatizar os controles que eram realizados por meio de papel. Além disso, com a criação do fluxo único
de informações, uniformizou os procedimentos em que todos os intervenientes registram os dados, o que
eliminou a existência de controles e coletas de dados paralelos e reduziu custos administrativos para todos
os envolvidos no sistema.

O usuário, por intermédio de terminal conectado ao sistema, presta as informações


necessárias ao exame e efetivação dos documentos, as quais são criticadas on-
line, de forma ágil.

Podemos citar como principais vantagens do sistema:

Harmonização de conceitos e uniformização de códigos e nomenclaturas utilizados pelos órgãos


governamentais que atuam no comércio exterior;

Ampliação dos pontos de atendimento no país, por meio eletrônico;

Eliminação de coexistência de controles e sistemas paralelos de coleta de dados;

Simplificação e padronização das operações de comércio exterior;

Diminuição significativa do volume de documentos;

Agilidade na coleta e processamento de informações, por meio eletrônico;

Redução de custos administrativos para todos os envolvidos no Sistema;

Crítica dos dados utilizados na elaboração das estatísticas de comércio exterior.

Os órgãos gestores do Siscomex são responsáveis pela administração, manutenção e aprimoramento do


Sistema, conforme suas áreas de competência:

Comercial

S t i d C é i E t i (S ) á l l li i t ( t i ã
Secretaria de Comércio Exterior (Secex), responsável pelo licenciamento (autorização para o
comércio de mercadorias).

Aduaneira

Secretaria da Receita Federal (RFB).

Cambial

Banco Central do Brasil.

São usuários do Siscomex todos os que têm acesso ao Sistema: órgãos gestores, órgãos anuentes e
demais participantes das operações (exportadores, importadores, bancos, corretoras, transportadores,
depositários, despachantes aduaneiros).

Para ter acesso ao Sistema, as pessoas físicas ou jurídicas necessitam estar habilitadas junto à Secretaria
da Receita Federal, por meio de certificação digital. Tal procedimento é denominado “registro no Radar –
Registro no Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação de Intervenientes Aduaneiros”, onde será
efetuada a análise da capacidade financeira para operar no comércio exterior em determinado período,
servindo como parâmetro para monitoramento fiscal.

Os módulos administrativos do Siscomex são:

description
Declaração Única de Exportação (DU-E)

description
Licença de Importação (LI)

description
Atos concessórios de Drawback

Registro de Exportadores e Importadores (REI)


Toda empresa, para operar no comércio exterior, deve estar cadastrada no Registro de Exportadores e
Importadores (REI), da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A inscrição é automática, quando da
primeira operação de exportação ou importação em qualquer ponto conectado ao Siscomex.

nscrição é automática
São dispensadas da obrigatoriedade de inscrição do exportador no REI as exportações via remessa postal,
exceto donativos, realizadas por pessoa física ou jurídica até o limite de US$50.000,00 ou o equivalente em
outra moeda.

Para que serve o REI?

A função do REI é disponibilizar dados cadastrais das empresas exportadoras e importadoras em controles
e estudos dos órgãos gestores e anuentes, e para alimentação de informações nos documentos elaborados
no Siscomex.

Documentos eletrônicos para registro de exportação e


importação de mercadorias
Para processar e submeter as operações de comércio exterior aos órgãos governamentais é necessário
realizar o registro em documentos eletrônicos específicos.

Exportação
O processamento da exportação normalmente se inicia com o registro da Declaração Única de Exportação
(DU-E), por meio do Portal Único de Comércio Exterior no Siscomex.

Declaração Única de Exportação (DU-E)

A DU-E é o documento eletrônico que contém informações de natureza aduaneira, administrativa, comercial,
financeira, tributária, fiscal e logística, que caracterizam a operação de exportação de bens por ela
amparados e definem o enquadramento dessa operação. As informações constantes da DU-E servirão de
base para o controle administrativo da operação de exportação, por parte da SECEX.

Algumas operações são sujeitas à obrigação de licença prévia ao registro da DU-E, a ser concedida por
parte de órgãos anuentes. Essa licença deve ser obtida por meio do módulo Licenças, Permissões,
Certificados e Outros Documentos de Exportação – LPCO e vinculada à DU-E.

Após o registro e efetivação da DU-E, a mercadoria será submetida ao despacho aduaneiro, que é o
procedimento de verificação da exatidão dos dados declarados pelo exportador em relação à mercadoria,
aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas a seu desembaraço aduaneiro e a sua
saída para o exterior.

Importação
Para o registro e liberação das importações, será implementado um novo documento denominado DUIMP –
Declaração Única de Importação, no Portal Siscomex.

A DUIMP substituirá a Declaração de Importação (DI) e Declaração Simplificada de Importação (DSI). A


Licença de Importação será substituída por um documento que fará parte da DUIMP.

Vejamos como se processam atualmente o licenciamento e registro das importações.

Antes de realizar a importação, o importador necessita verificar o tratamento administrativo que se aplica
ao seu produto, podendo ser:
UIMP – Declaração Única de Importação, no Portal Siscomex
A DUIMP será o novo documento eletrônico que reúne todas as informações de natureza aduaneira,
administrativa, comercial, financeira, tributária e fiscal relativas ao controle das importações por parte dos
órgãos governamentais.

Dispensadas de licenciamento expand_more

Como regra geral, as importações estão dispensadas de controle administrativo (licenciamento de


importação), cabendo apenas efetuar, no Siscomex, o registro da Declaração de Importação (DI), que
é o documento base para o despacho aduaneiro. A DI é o registro que se tornará a base para o
despacho aduaneiro, que deverá ser registrado no Siscomex, contendo: informações gerais
(Importador, Transporte, Carga, Pagamento e Complementares) e informações específicas – adição
(Fornecedor, Mercadoria, Valor Aduaneiro, Tributos e Câmbio). Caso a mercadoria tenha sido objeto
de Licença de Importação, o número da LI deverá ser informado para que o sistema faça a
vinculação à DI.

Licença de Importação (LI) expand_more

Algumas mercadorias são objeto de controle especial por parte da Secex ou de órgãos anuentes,
sendo necessário efetuar o licenciamento prévio. Para a solicitação do licenciamento, o importador
deverá registrar no Siscomex a Licença de Importação (LI), que será analisada e deferida, ou
indeferida. O licenciamento pode ser automático ou não, dependendo da característica da operação.
A lista de produtos de cada tipo de licenciamento encontra-se nas páginas respectivas do sistema.

Registro de Operação Financeira (ROF) expand_more

O módulo ROF é um programa na transação Sisbacen(Sistema de Informações do Banco Central)


denominado RDE – Registro Declaratório Eletrônico. Ele é necessário para registro de operações de
financiamento de importação, cujo prazo de pagamento seja superior a 360 dias. O ROF deve ser
efetuado antes do registro da DI, sendo vinculado a ele nas informações relativas ao pagamento.

No ROF devem constar as seguintes informações principais:


Participantes da operação (devedor, fornecedor, financiador, garantidor).

Condições financeiras e o prazo do pagamento, do principal, juros e encargos.

Dados da manifestação do credor ou do documento em que constem as condições


da operação e, se houver, a manifestação do garantidor.

video_library
ROF/RDE
Aprofunde seu conhecimento sobre o ROF assistindo ao vídeo.

Declaração Simplificada de Importação (DSI)

Algumas mercadorias, cujo valor não ultrapasse US$3.000,00 ou o equivalente em outra moeda, poderão ser
registradas no modelo simplificado. É admitido também o registro da DSI por solicitação da Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ou de empresa de transporte internacional expresso.
Sistema Drawback Web

O regime de drawback foi criado para possibilitar importações desoneradas de tributos, vinculadas a um
compromisso de exportação. O Sistema Drawback Web é integrado ao Siscomex e permite agilizar a
operação, facilitando o acesso ao regime, conferindo maior segurança ao controle dessas operações.

Outros sistemas de comércio exterior


Além dos sistemas para registro e acompanhamento das operações de exportação e importação, existem
outros sistemas desenvolvidos para aprimorar o desempenho no comércio exterior.

Sistema eletrônico de monitoramento de barreiras


comerciais (Sem Barreiras)
Criado pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), é um banco de dados aberto de barreiras às
exportações brasileiras de bens, serviços e investimentos. Permite obter informações de inteligência
comercial sobre produtos e mercados e canaliza as demandas relativas às barreiras comerciais recebidas
pelo governo de diversas fontes, como: associações, embaixadas brasileiras no exterior e empresas
exportadoras.

Com relação a barreiras comerciais, elas podem ser: tarifárias e não tarifárias:

Barreiras tarifárias

Barreiras tarifárias ou alfandegárias são os impostos cobrados de produtos vindos de outro país e
visam conter seu ingresso no mercado interno ou proteger o produto nacional da concorrência
estrangeira.
close
Barreiras não tarifárias

Barreiras não tarifárias não se referem a pagamento de impostos, mas à discriminação do produto
estrangeiro. Podem ter como objetivo proteger a saúde humana e o meio ambiente, ou protecionismo
comercial.

As principais barreiras não tarifárias são:

Sanitárias ou fitossanitárias

Referem-se à proteção da vida e saúde de pessoas, animais e plantas.

Licenciamento de importações

Refere-se à necessidade de autorização prévia de determinado órgão do governo.

Barreiras técnicas

Regulamentos e normas técnicas exigidos para determinados produtos, visando garantir sua eficiência.

Cotas

Limites estabelecidos para as importações, que podem ser em quantidade, volume ou valor.

Sistema Câmbio
Sistema do Banco Central do Brasil que permite às instituições autorizadas registrarem todos os eventos
relacionados ao contrato de câmbio.

O contrato de câmbio é o documento que formaliza a troca das divisas (real por moeda estrangeira ou
moeda estrangeira por real) e contém todas as características e condições das operações, sendo as partes
envolvidas o exportador ou importador e o banco autorizado.

Este documento é transmitido e registrado de modo digital junto ao Banco Central do Brasil, para
acompanhamento e elaboração de estatísticas de comércio exterior.

COMEX STAT
Sistema desenvolvido pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), contendo as estatísticas de comércio
exterior do Brasil, possibilitando consultas detalhadas das exportações e importações com as diversas
variáveis da base de dados.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Os pagamentos de mercadorias importadas com prazo superior a 360 dias estão sujeitos a um registro
no Banco Central, denominado:

A Registro de Operação Financeira (ROF).

B Registro que inicia o despacho de importação (DI).

C Licença de Importação (LI).

D Declaração Simplificada de Importação (DSI).


E Lote de Importação (LI).

Parabéns! A alternativa A está correta.

A ROF é necessária para pagamentos de importação acima de 360 dias e acompanhamento e controle
do Banco Central do Brasil sobre financiamento externo.

Questão 2

O Sistema Drawback Web deve ser utilizado

quando a importação da mercadoria for realizada para fins de revenda no mercado


A
interno.

B sempre que a importação da mercadoria for paga no prazo acima de 360 dias.

C na hipótese de mercadoria retornada ao país por problema de qualidade.

para possibilitar importação desonerada de tributos, vinculada a um compromisso de


D
exportação.

para impossibilitar importação desonerada de tributos, vinculada a um compromisso de


E
exportação.

Parabéns! A alternativa D está correta.

O drawback é um regime aduaneiro especial, que consiste na suspensão ou eliminação de tributos


incidentes sobre insumos importados para utilização em produto exportado. Seu objetivo é incentivar
as exportações, ao reduzir os custos de produção dos bens a serem exportados, tornando-os mais
competitivos no mercado internacional. O Sistema Drawback Web permite fazer as solicitações no
Siscomex.
Considerações finais
Neste conteúdo, vimos as principais instituições que compõem o arcabouço do comércio exterior brasileiro.
É de suma importância conhecer a função de cada instituição, para que as operações de exportação e
importação possam ser realizadas dentro dos regulamentos e diretrizes traçados pelo governo.

Também vimos os principais sistemas operacionais aplicados no país para o processamento das operações
comerciais internacionais, sendo fator determinante para o sucesso do despacho e desembaraço dos
produtos, a sua correta utilização, evitando atrasos e multas.

Esperamos que você tenha adquirido conhecimentos para ingressar ou aprimorar o seu desempenho no
fascinante universo do comércio internacional.

headset
Podcast
Para encerrar, ouça um resumo dos principais aspectos abordados neste conteúdo.
Referências
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Consultado na internet em: 25 de mai. 2020.

BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL. Consultado na internet em: 25 de mai.


2020.

SECRETARIA DE COMÉRCIO EXTERIOR. Consultado na internet em: 25 de mai. 2020.

WERNECK, P. Impostos de importação e de exportação & outros gravames aduaneiros. Rio de Janeiro:
Freitas Bastos, 2007.

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Confira as indicações que separamos especialmente para você!

ATSUMI, S. Y. K.Negócios financeiros internacionais. Curitiba: IESDE, 2009. São Paulo: Aduaneiras, 2006.

BIZELLI, J. dos S.Importação: sistemática administrativa, cambial e fiscal.

RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Manuais aduaneiros. Consultado na internet em: 25 de mai. 2020.

CASTRO, J. A.Exportação: aspectos práticos e operacionais. 5. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2003.

CAVUSGIL S. T.; KNIGHT G.; RIESENBERGER, J. R. Negócios Internacionais –estratégias, gestão e novas
realidades. São Paulo: Pearson, 2010.

VASCONCELLOS, M. A. et al. Manual de comércio exterior e negócios internacionais. São Paulo: Saraiva,
2017.

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