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Transporte e globalização

Unidade Curricular – Sistemas de Transportes


Introdução
• Há muitos fatores que impulsionam as empresas a entrar na competitividade internacional,
motivando e facilitando esta entrada.
• As empresas são motivadas a expandir suas operações de forma globalizada a fim de
poderem crescer, desenvolver e até sobreviver.
• Estas operações globalizadas são também facilitadas pelo desenvolvimento de novas
tecnologias e capacitações.
• Os principais fatores que elevam a logística internacional são o crescimento econômico, a
abordagem da cadeia de suprimentos, a regionalização, a tecnologia e a
desregulamentação.
• À medida que a economia mundial se torna cada vez mais globalizada e o Brasil
incrementa gradativamente seu comércio exterior, a logística passa a ter um papel
acentuadamente mais importante, pois comércio e indústria consideram o mercado
mundial seus fornecedores e clientes.
• Tendo em vista que, habitualmente, são utilizadas diferentes modalidades de transporte,
moedas, sistemas cambiais, políticas de incentivo ou contenção pelos países, quer na
importação ou exportação, a logística internacional requer alguns cuidados dispensáveis
quando se opera unicamente com o mercado doméstico.
Contextualização

• O advento da globalização com suas ferramentas tecnológicas nos possibilita visualizar e


adquirir qualquer produto que se deseja, em qualquer parte do mundo.

• De forma geral, a globalização se refere à crescente interdependência entre países,


refletida nos crescentes fluxos internacionais de bens, serviços, capital e conhecimentos.

• Necessitamos obedecer algumas normas internacionais e nacionais.

• Importância de sabermos utilizar o modal de transporte adequado, bem como os


procedimentos e documentação.

• Apesar de um mundo crescentemente global, nem todos os países estão igualmente


integrados nessa economia global.
Importância da logística no
comércio internacional
• O comércio internacional está presente na história da humanidade, desde a rota da seda –
uma série de rotas interconectadas através do sul da Ásia usadas no comércio da seda entre
o Oriente e a Europa, desde os primeiros séculos da nossa era até ao início da Idade
Moderna.

• Sua importância econômica, social e política se tornou crescente nos últimos anos.

• É possível destacar que comércio internacional é a atividade em que se faz a compra, venda
e troca de bens e serviços, bem como de circulação de capitais e de mão de obra entre os
países.

• Nesta atividade inserem-se todos os países, através de empresas, associações, bancos,


governos, indivíduos ou qualquer outra forma em que se possa empregá-la e praticá-la,
representando maior ou menor importância no contexto da economia de um país.

• No Brasil ainda precisamos caminhar de forma mais consolidada.


Princípios básicos das operações
globais
É necessário que as operações logísticas se adaptem ao ambiente competitivo, de forma
estratégica.

O sistema logístico formado por todos os membros da cadeia global de suprimentos encara
desafios para integrar suas atividades.

Essa integração assume diferentes configurações, dependendo de como os fatores ambientais


afetam as empresas envolvidas.

• Integração geográficas
• Integração funcional
• Integração setorial.
Princípios básicos das operações
globais
Integração geográfica

• Refere-se ao fato de que as fronteiras geográficas estão perdendo sua importância.

• As empresas enxergam suas redes de instalações mundiais como uma única entidade.

• A implementação de compras de forma globalizada, o estabelecimento das mais variadas


manufaturas em todos os continentes e a venda em múltiplos mercados, todos implicam a
existência de uma visão de operações e logística projetadas tendo em mente mais
considerações nacionais.
Princípios básicos das operações
globais
Integração funcional

• As responsabilidades já não mais se limitam a coordenar os fluxos físicos relacionados a


produção, distribuição ou serviços pós-vendas.

• Elas estão se expandindo para incluir funções como pesquisa, desenvolvimento e


marketing, projeto e gestão dos fluxos. Essa integração funcional proporciona melhoria
significativa na gestão do fluxo.
Princípios básicos das operações
globais
Integração setorial

• Em cadeias de suprimentos tradicionais, fornecedores, fabricantes, distribuidores e clientes


trabalham cada um de forma a otimizar sua própria logística e operações.
• Eles atuam individualmente, preocupados apenas com sua parte no sistema de fluxo.
• Com essa postura, alguns destes criam problemas e ineficiência para os outros integrantes
da cadeia, sendo que todos adicionam custo ao sistema total.
• As empresas mais preparadas, percebendo esse problema, começaram a estender sua visão
além das fronteiras da corporação e a trabalhar cooperativamente com todas as partes da
cadeia em um esforço para otimizar todo sistema.
• É preciso que as empresas tenham de forma clara e objetiva que devem pensar e agir
estrategicamente para superar os desafios da logística empresarial.
• Os gestores responsáveis pela cadeia de abastecimento nacional e internacional precisam
desenvolver competências e técnicas que estimulam os processos logísticos e tecnológicos,
além de criar estratégias
que promovam a valorização do capital humano.
Processo do comércio
•internacional
O Brasil é um país com grande potencial de crescimento para o comércio exterior.
• O planejamento e conhecimentos de todos os passos que fazem parte do processo de
exportação e importação são fundamentais para que a empresa seja assertiva e conquiste
resultados financeiramente lucrativos.
• Quando pensamos em exportar ou importar, quatro questões básicas deverão ser
respondidas com clareza: por que exportar, o que exportar, onde exportar e como exportar.
• As motivações que levam um país a importar são as mesmas que o levam a exportar, só
que invertida.
Uma coisa é certa, essas motivações são provenientes de uma necessidade ou oportunidade.
• Exportação
• Importação
• Canais de conferência aduaneiros – importação

OBS.:O território aduaneiro


compreende todo o território
nacional, inclusive o mar
territorial, as águas territoriais
e o espaço aéreo
correspondente.
Exportação
Exportaç
ão Exportação
nacionais ou
consiste na saída, do território aduaneiro, de bens, produtos e serviços
nacionalizados que se vende para outros países que deles necessitam, apoiada em documentos
oficiais e observadas as normas comerciais, cambiais e fiscais
vigentes.

Entre as vantagens do processo de exportação, podemos destacar:

• Aumento de produtividade.
• Melhoria na competitividade no mercado interno.
• Diminuição da carga tributária.
• Aumento das vendas e dos lucros.
• Diminuição da dependência do mercado interno.
• Aperfeiçoamento de recursos humanos.
• Aperfeiçoamento de processos industriais e comerciais.
• Melhoria da imagem da empresa.

No Brasil, de 2006 e 2016, representando até 40% de nossas


exportações: soja, minério de ferro e seus concentrados e óleos brutos
de petróleo.
Fluxograma de despacho de exportação (parte
1)

RFB: Receita
Federal do Brasil

AFRFB: Auditor-
Fiscal da Receita
Federal do Brasil

ATRFB: Analista-
Tributário da
Receita Federal do
Brasil
Fluxograma de despacho de exportação
(parte 2)

AFRFB: Auditor-
Fiscal da Receita
Federal do Brasil
Fluxograma de despacho de exportação
(parte 3)
AFRFB: Auditor-
Fiscal da Receita
Federal do Brasil

ATRFB: Analista-
Tributário da
Receita Federal do
Brasil
Principais documentos utilizados no processo de
exportação
• Fatura pro forma ou pro forma invoice
• Fatura comercial ou commercial invoice
• Romaneio de embarque (packing list) – modelo
• Conhecimento de embarque
• Certificado de origem
• Certificado ou apólice de seguro de transporte
• Carta de crédito
• Registro de Exportação – RE
• Nota fiscal
• Comprovante de Exportação (CE)
• Contrato de câmbio
• Canais de conferência aduaneiros – exportação
Canais de conferência aduaneiros –
exportação
O regulamento aduaneiro, em seu artigo 580, define que o despacho de exportação “é o
procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo exportador em
relação à mercadoria, aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas a seu
desembaraço aduaneiro e a sua saída para o exterior”.

• Canal verde: são dispensados o exame documental e a


verificação damercadoria. O desembaraço é feito
automaticamente pelo Siscomex.

• Canal laranja: é realizado apenas o exame documental, dispensando-se a verificação da


mercadoria;

• Canal vermelho: o despacho é submetido tanto ao exame documental quanto à


verificação da mercadoria.
Importação
Importaçã
o Importação compreende à entrada temporária ou definitiva em território nacional de bens,
produtos ou originários ou procedentes de outros países, a título oneroso ou gratuito,
serviços
apoiada em
documentos oficiais e observadas as normas comerciais, cambiais e fiscais
vigentes.

Entre as vantagens do processo de importação, podemos destacar:

• Diversificação de fornecedores.
• Comprar produtos que muitas vezes possuem qualidade superior aos encontrados no
mercado interno.
• Incrementar sua linha de produção (máquinas e peças de reposição), gozando de alguns
benefícios fiscais.
• Comprar matéria-prima (de qualidade) que não são encontrados no mercado local.
• Importar insumos para fabricar produtos que serão depois exportados (drawback).
• Baixo custo de aquisição da moeda em relação ao país comprador.
• Incentivo do governo federal para a importação.
• Variação cambial favorável à importação.
• Baixa agregação de mão de obra.
• Quando o tempo de importação passa a ser menor que o tempo de fabricação nacional.
Fluxograma de despacho de importação
(parte 1)

(Declaração de Importação )
Fluxograma de despacho de importação
(parte 2)

RFB: Receita
Federal do Brasil

AFRFB: Auditor-
Fiscal da Receita
Federal do Brasil

ATRFB: Analista-
Tributário da
Receita Federal do
Brasil
Principais documentos utilizados no processo de
importação
• Licença de Importação (LI)
• Declaração de Importação (DI)
• Extrato da DI
• Registro de Operações Financeiras (ROF)
• Comprovante de Importação (CI)
• Certificado de Origem (CO)
• Nota fiscal de entrada
• DARF/Eletrônico
• Especial de recolhimento do ICMS
• Carta de crédito
• Contrato de câmbio
• Conhecimento de Embarque
• Fatura comercial
• Fatura pro forma ou pro forma invoice
• Certificado ou apólice de seguro certificado
Canais de conferência aduaneiros –
importação
• Quando qualquer mercadoria é importada, obrigatoriamente se faz necessário efetuar o
desembaraço aduaneiro da mercadoria sujeita ao canal de parametrização.

• A Receita Federal emitirá, via Siscomex, o Comprovante de Importação (CI), que


comprovará que a mercadoria está liberada para consumo ou comercialização.

• Em alguns casos, a mercadoria não é liberada de imediato; são os casos de


parametrização diferentes de canais verdes.

• Após o registro, a Declaração de Importação será submetida a uma análise fiscal que é
selecionada no Siscomx para um dos canais de conferências aduaneiros.
Canais de conferência aduaneiros –
importação
São quatro canais:
Canal amarelo: o fiscal da Receita Federal exige somente a conferência documental.

Canal verde: deixa todos os importadores satisfeitos, pois o fiscal da Receita


Federal libera a mercadoria com facilidade, sem nenhuma conferência.
Canal vermelho: é onde o fiscal da Receita Federal barra a mercadoria e exige a
conferência física e documental desta.
Canal cinza: é muito raro de ocorrer, pois acontece somente quando o fiscal da
Receita Federal suspeita de fraude, quando o preço da mercadoria não condiz com
o valor e com a qualidade do bem importado. Nesse caso, é feita uma investigação.
Incoterms

Os Incoterms (International Commercial Terms/Termos Internacionais de Comércio)


servem para definir, dentro da estrutura de um contrato de compra e venda
internacional, os direitos e obrigações recíprocos do exportador e do importador,
estabelecendo um conjunto padronizado de definições e determinando regras e
práticas neutras, como, por exemplo, onde o exportador deve entregar a mercadoria,
quem paga o frete, quem é o responsável pela contratação do seguro.
Nomenclatura ou classificação fiscal

NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul)


SH (Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias)
Principais blocos econômicos

• União Europeia (UE)

• NAFTA (Tratado Norte-americano de Livre Comércio)

• Mercosul

• ALCA (Área de Livre Comércio dasAméricas)

• ALADI (Associação Latino-Americana de Integração)


Principais órgãos que atuam no comércio
exterior
• CAMEX (Câmara de Comércio Exterior)
• MRE (Ministério das Relações Exteriores)
• SECOMS (Setores de Promoção Comercial)
• MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior)
• SECEX (Secretaria do Comércio Exterior)
• DECEX (Departamento de Comércio Exterior)
• DEINT (Departamento de Negociações Internacionais)
• DECOM (Departamento de Defesa Comercial)
• DEPLA (Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior)
• DENOC (Departamento de Normas e Competitividade)
• MF (Ministério da Fazenda)
• Bacen (Banco Central)
• SRFB (Secretaria da Receita Federal do Brasil)
• Ministério da Defesa
• MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento)
• ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
• Siscomex (Sistema Integrado de Comércio Exterior)
Desempenho logístico internacional
• Para avaliar o desempenho da logística internacional dos países, o Banco Mundial criou, em
2007, o LPI (Logistic Performance Indicator; Indicador do Desempenho Logístico).

• Este método utiliza uma escala de 1 a 5 para medir seis indicadores com base em mais
de 5 mil avaliações de profissionais de logística, por país.
Desempenho logístico internacional

Histórico do ranking de desempenho logístico no Brasil


Desempenho logístico internacional

Análise comparativa do desempenho logístico entre países


Resumindo
...
• O comércio internacional vem crescendo a cada ano em todo o mundo. É necessário que
as operações logísticas brasileiras se adaptem ao ambiente competitivo, de forma
estratégica. O sistema logístico formado por todos os membros da cadeia global de
suprimentos encara desafios para integrar suas atividades.

• Um processo de exportação proporciona a oportunidade de uma empresa vender seus


produtos em mercados externos, a empresa diminui o risco dos negócios, visto que a
expansão da empresa não fica inteiramente condicionada pelo ritmo de crescimento da
economia de seu país de origem e de mudanças na política econômica.

• Apresentação do fluxo de despacho do processo de exportação proporciona a


compreensão dos principais passos que deverão ser seguidos para sua realização.
Resumindo
...
• Em um processo de importação, os países, na maioria das vezes, recorrem ao exterior
para obter produtos não produzidos internamente ou que oferecem bom preço em
comparação com o mercado interno. Estes produtos, no caso do Brasil, destinam-se,
principalmente, ao abastecimento do setor industrial de matérias-primas, máquinas e
equipamentos.

• Os Incoterms servem para definir, dentro da estrutura de um contrato de compra e venda


internacional, os direitos e obrigações recíprocos do exportador e do importador.

• Por ser fundamental que muitos contribuintes e usuários de documentos fiscais saibam
da importância da correta classificação e informação da NCM (Nomenclatura Comum
do Mercosul), bem como de seu significado no mundo fiscal, foram apresentados o
significado e a importância de sua utilização correta.
Resumindo
...
• Os blocos econômicos são criados com o intuito de facilitar as transações comerciais entre
os países- membros. Foi nesse sentido que as primeiras organizações notaram vantagens
que possibilitassem acordo entre os mercados consumidores.

• Para que o processo de exportação e importação ocorra dentro dos padrões nacionais e
internacionais, são necessárias regras e normas. Desta forma se justifica a importância dos
órgão apresentados.

• A carência em nossa infraestrutura tem um impacto negativo para o Brasil em rankings


como o de desempenho logístico, divulgado pelo Banco Mundial desde de 2007.
Atividades

Pesquisar o processo de importação ou exportação de um produto


do seu interesse.
Referênci
as

NOGUEIRA, A. S. Logística Empresarial: um guia prático de operações logísticas. 2ª ed.Atlas:


São Paulo, 2018.

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