Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Como exportar?
Para efetivar as vendas no mercado internacional, o primeiro para a empresa é a Habilitação para
atuar no Comércio Exterior junto à Receita Federal. Essa habilitação ocorre por meio do Sistema
Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros – conhecido por
RADAR, sendo definido pela RFB como um sistema que objetiva disponibilizar, em tempo real,
informações de natureza aduaneira, contábil e fiscal da empresa, de modo que a própria RFB
fiscaliza e identifica o comportamento da empresa frente às suas obrigações como atuante no
comércio exterior. A partir desse sistema é possível inferir o perfil de risco das diversas empresas
que comercializam com o resto do mundo.
De forma simplificada, o RADAR concentra, em uma única plataforma, todas as informações das
empresas com atuação no mercado internacional, tornando-o uma ferramenta fundamental no
combate às fraudes, permitindo a RFB identificar infrações contra a legislação aduaneira e
tributária
O próprio empresário pode reunir a documentação e apresenta-la à Receita Federal, por meio de
um dossiê eletrônico, ou seja, a apresentação da documentação não precisa ser presencial, mas na
forma digital. De posse da documentação, o empresário solicita o registro de sua habilitação no
RADAR através do portal SISCOMEX. Esse processo de habilitação é chamado de “Habilitação
Radar” ou “Habilitação SISCOMEX” e está definida na Instrução Normativa nº 1.984/20, a qual é a
legislação base atual sobre o assunto.
Para solicitar o registro a empresa necessita ter acesso a um certificado digital. Esse certificado é
como um reconhecimento perante algum órgão público de que as informações fornecidas para a
assinatura de contratos digitais ou emissão de notas fiscais são verídicas.
Após estar habilitado, a pessoa física ou jurídica poderá cadastrar um Despachante Aduaneiro para
realizar os procedimentos necessários para a venda ou compra internacional.
É possível exportar sem estar habilitado?
Em algumas operações a pessoa jurídica é dispensada da prévia habilitação no SISCOMEX, é o caso
de operações
No caso de a pessoa jurídica realizar apenas operações que sejam formalizadas por meio de
declaração simplificada ou desejar apenas retificar ou consultar declaração, caso tenha operado no
comércio exterior, o credenciamento e o descredenciamento de representantes poderão ser
requeridos por qualquer de seus responsáveis mediante requerimento formalizado em dossiê
digital de atendimento e dirigido à unidade da RFB de jurisdição aduaneira do seu domicílio fiscal.
O requerimento deverá ser instruído com documentação que comprove, para cada pessoa física a
ser credenciada na condição de representante, o cumprimento dos requisitos de sua condição.
Estão também dispensados do procedimento de habilitação:
Para começar, é importante estar preparado. Nessa fase prévia, siga esses três passos:
I. Liste os objetivos da sua cooperativa, dividindo-os em três grupos: ideal, realista e mínimo
aceitável.
II. Depois, responda: por que este objetivo é importante? Qual necessidade será atendida se ele
for conquistado?
III. Faça o exercício de tentar antecipar os objetivos do seu cliente. Para isso, refaça os passos
anteriores a partir do ponto de vista hipotético do seu interlocutor. Com as respostas em
mente, busque alternativas para que os objetivos de ambos convirjam.
Fases de negociação
Com os preparativos prontos, é hora de se encontrar com o potencial cliente internacional. Neste
momento, o objetivo é conseguir o melhor negócio possível que atenda aos objetivos mútuos. Com
essa finalidade, confira as cinco fases da negociação:
Fase 1: pergunte quais são os objetivos do seu interlocutor. Caso não tenha compreendido o
que ele almeja, indague novamente e peça esclarecimentos. O importante é entender tudo.
Por isso, não siga em frente na negociação até que tenha compreendido as metas e
motivações do potencial parceiro.
Fase 2: ofereça alternativas que supram tanto as necessidades do cliente quanto as da sua
cooperativa.
Fase 3: se for necessário, utilize padrões objetivos (como normas, índices, taxas, princípios e
regras gerais). Dessa forma, a sua coop demonstra boa-vontade na busca por soluções diante
de potenciais conflitos nas condições propostas.
Fase 4: é perfeitamente esperado que a cooperativa tenha de fazer concessões em relação
aos objetivos prévios. Esteja ciente tanto daquilo que você pode abrir mão quanto das
condições inegociáveis para a viabilidade do negócio.
Fase 5: esteja preparado tanto para fechar um acordo quanto para recusar as propostas. Caso
não seja possível atender os objetivos mínimos definidos pela cooperativa, agradeça pela
oportunidade, mas não feche o negócio.
Via de regra, contratos internacionais são estabelecidos com base em normas sistematizadas e
uniformizadas por organizações internacionais que se dedicam à promoção da integração no
comércio global.
Condições de pagamento
Prazo de entrega
Qualidade
Responsabilidade
Métodos de solução de conflitos
Legislação do comércio internacional
O conjunto de normas que rege o comércio internacional recebe o nome de lex mercatoria (Lei do
Comércio). Ela é dinâmica e segue sendo desenvolvida com o passar do tempo. Para estabelecer seus
critérios há a contribuição de uma série de organizações internacionais, como, por exemplo:
A norma reúne os princípios elaborados por todos os organismos internacionais citados. Com isso,
ela cria uma estrutura reguladora flexível e amplamente adequada ao ambiente global. Por isso, a
norma serve de base não apenas para o contrato de compra e venda, mas também para todos os
demais contratos comerciais em voga.
Há três elementos fundamentais para os contratos de compra e venda internacional. São eles:
Pagamentos internacionais são mais complexos do que pagamentos domésticos, uma vez que
precisa se submeter a regulamentações de ambos os países. Além disso, há ainda a questão cambial.
Pagamento antecipado
Trata-se do procedimento que melhor protege a cooperativa que está exportando. Nesse caso, o
comprador paga antecipadamente pelo negócio realizado, antes mesmo de receber o produto
adquirido.
Qual é o risco? O grande revés desse modelo de pagamento fica por conta do comprador,
que fica sujeito à possibilidade de atrasos na entrega ou sob o risco de que o produto não
atenda aos requisitos combinados. A cooperativa que receber pagamento antecipado,
entretanto, deve evitar quaisquer problemas na entrega, a fim de fidelizar o cliente e evitar
processos.
Cartas de crédito
Esse é o procedimento mais comum. Consiste em um documento emitido e garantido pelo banco do
comprador. Após sua emissão, essas cartas de crédito são transmitidas a uma instituição financeira
do país do vendedor, contendo os termos e as condições do negócio.
Qual é o risco? Caso o vendedor, nesse processo também chamado de beneficiário, não
observe integralmente os termos da carta de crédito, toda a garantia concedida por ele será
invalidada.
Cobrança internacional
É realizada após o embarque da mercadoria para o exterior. Uma vez concretizado o embarque, o
vendedor juntará a fatura comercial, a lista de embalagens, o conhecimento de transporte e
o certificado de origem.
Nessa ocasião, uma Letra de Câmbio, similar em forma e efeitos a uma nota promissória, será
emitida. Os documentos serão entregues à instituição financeira definida para operar o câmbio,
juntamente com uma carta de instruções que detalha a forma como a cobrança deverá ser
conduzida.
Para saber mais sobre os INCOTERMS e seus principais tipos, confira o terceiro e-book da nossa
série sobre exportação para cooperativas .
Conclusão
A compreensão das negociações internacionais, suas peculiaridades e características vai ajudar a sua
cooperativa na jornada de exportação. Por isso, é fundamental entender os meandros de uma
negociação com compradores externos.
Você quer alavancar o seu negócio para o mundo internacional mas não possui experiência prévia
com o comércio exterior? Ou ainda, já realizou processos de exportação mas não se sente seguro com
os trâmites exigidos? Sabemos que, muitas vezes, o comércio exterior pode parecer complexo e difícil
de entender, no entanto, com o mundo globalizado é necessário se arriscar para conseguir se
consolidar, tanto no mercado nacional, quanto internacional.
Pensando nisso, formulamos nesse artigo alguns passos que você precisa considerar na hora de
realizar uma exportação, como a escolha da forma de pagamento internacional. Levando em conta as
transações nacionais, pode parecer que a modalidade de pagamento limita-se somente ao “a vista ou
a prazo?” ou “débito ou crédito?”. No entanto, em transações de exportação, há muito mais fatores a
serem considerados.
Considerando isso, abordaremos nesse artigo as seguintes questões:
1. Porque a forma de pagamento é fundamental em negociações internacionais
2. O que são INCOTERMS e quais as suas consequências nos custos de exportação
3. Quais são as principais formas de pagamento que você precisa conhecer e como elas
influenciam o seu negócio
Dentro do comércio exterior, a forma de pagamento influencia não somente como o dinheiro será
repassado, como também implica diretamente nos custos, riscos e responsabilidades entre o
exportador e o importador. Como será feito o transporte das mercadorias? Quais são os riscos de
perda? Quais são as responsabilidades que estarei assumindo? Quais são as garantias? Essas são
questões que envolvem o processo da escolha de pagamento e que, por sua vez, devem ser
estipuladas no momento da negociação.
Quando tratamos de processos de exportação, estamos lidando também com diferentes culturas e
costumes e, portanto, devemos conhecer determinadas características, como qual a importância da
validação contratual verbal, escrita e/ou gestual para o tratante? Meu parceiro comercial faz parte de
uma instituição confiável? Eu preciso de um banco terceiro para formalizar a exportação? As rotas de
transporte são seguras?
As respostas para tais questões são o que determinam a escolha da forma de pagamento, pois quando
existe maior confiança entre as partes, você também sente-se confortável em assumir mais riscos e,
assim, gastar menos com bancos terceiros e instituições que garantam a sua venda. Da mesma
maneira, quando há pouca credibilidade, vale a pena investir um pouco mais e ter mais segurança
durante a exportação. Vale ressaltar que a forma de pagamento está diretamente relacionada com a
escolha de INCOTERMS e vamos explicar o por quê!
Assim, o principal papel do INCOTERMS é deixar claro para as partes quem será o responsável pelo
pagamento e contratação do frete internacional e do seguro, onde a mercadoria será entregue, com
quem fica o encargo dos despachos aduaneiros e quaisquer despesas, danos ou perdas e, portanto, há
a definição dos riscos que o comprador e o vendedor estarão tomando. Ao total são 11 INCOTERMS,
os quais são organizados pelos grupos F, C e D, com exceção do EXW, o qual possui uma categoria
própria. Assim sendo, aqui vai uma tabela resumida:
3. Quais são as principais formas de pagamento que você precisa conhecer e como elas influenciam
o seu negócio
Assim como já destacamos, a escolha da forma de pagamento dependerá de uma boa negociação
com o importador, pois deve ser estabelecida de forma que o negócio seja benéfico para os dois lados.
Pensando nisso, os principais aspectos que você deve levar em consideração são o grau de confiança
entre as partes (se você aceita assumir mais ou menos riscos), as condições de mercado (valores e
mudanças cambiais podem interferir no preço final a ser pago), as possibilidades de financiamento e
os controles que o governo oferece (se há bancos/instituições que garantirão a venda).
Para que você escolha a melhor modalidade de pagamento para o seu negócio, aqui vai uma
explicação das principais formas:
1. Pagamento Antecipado:
Como o nome já deixa claro, a modalidade de pagamento antecipado prevê que o importador realize
o pagamento antes do envio da mercadoria. Desse modo, essa é uma das modalidades de pagamento
mais vantajosas para o exportador, uma vez que ele só realiza o embarque da mercadoria a partir do
recebimento da remessa de dinheiro, o qual ainda conservará a taxa de câmbio do dia. Por outro lado,
cabe ao importador assumir os riscos de possíveis atrasos ou mesmo de não envio da mercadoria e,
mais uma vez, essa é a importância de estabelecer uma negociação baseada em confiança e
credibilidade.
Dessa maneira, o pagamento antecipado é acordado na negociação e ocorre da seguinte forma: assim
que o importador realiza o pagamento através de um banco em seu país, o exportador vai a sua
respectiva instituição bancária e recebe essa remessa, ficando responsável pelo contrato de câmbio.
Nisso, o exportador receberá o pagamento em reais de acordo com a taxa de câmbio do dia e, depois,
encarrega-se do despacho da mercadoria para a exportação e pelas documentações necessárias. Tais
documentos são recebidos pelo importador e utilizados para o desembaraço aduaneiro para
importação. Apesar desse método ser extremamente benéfico para o exportador, nem sempre o
importador aceita tais termos, tendo em vista os altos riscos que precisa assumir.
Essa é uma modalidade para quem quer agilidade no processo de exportação e não quer lidar com
tanta burocracia. A remessa direta de documentos (ou sem saque) funciona como o próprio nome diz:
o exportador realiza o envio da mercadoria e das documentações necessárias para o importador antes
de receber o pagamento.
É como um processo inverso ao do pagamento antecipado, mas que não conta com a intermediação
de bancos terceiros e, por tal motivo, é uma das modalidades que mais oferece riscos ao exportador.
Nesse caso, o exportador não possui nenhuma garantia de pagamento do importador, uma vez que
ele manda a mercadoria e todos os documentos necessários para o desembaraço de importação
apenas com o compromisso de pagamento estabelecido na negociação.
Esse tipo de operação só utiliza bancos terceiros na hora em que o importador envia a remessa de
dinheiro ao exportador. Tal característica garante maior agilidade no processo de exportação e
inclusive menores custos. No entanto, vale lembrar da importância de obter uma relação de extrema
confiança com quem pretende fechar negócio, uma vez que na posição de exportador há muitos riscos
envolvidos.
3. Cobrança documentária:
A modalidade de cobrança documentária, além de ser mais segura tanto para o importador quanto
para o exportador, também é mais complexa em termos burocráticos e, portanto, mais demorada.
Nessa forma de pagamento, o exportador primeiro embarca as mercadorias e envia a documentação
de embarque e de despacho aduaneiro por um banco intermediário. Esse irá analisar e conferir esses
documentos para, depois, enviá-los ao banco do importador. Por fim, o banco do importador também
realiza o mesmo processo de análise e só então repassa ao comprador final.
Nesse momento, vale ressaltar que o importador só pode ter acesso aos documentos disponibilizados
pelo exportador mediante pagamento da fatura comercial, que é acertada no momento da
negociação internacional. Sendo o pagamento à vista ou a prazo, o importador acerta a compensação
e então recebe a documentação necessária para o despacho aduaneiro de importação e recebimento
da mercadoria.
O envolvimento de bancos terceiros oferece maior formalidade, custos e segurança para ambos lados
da negociação. No entanto, é importante lembrar que, mesmo com o importador comparecendo ao
banco para assinar o saque e retirar os documentos, sempre há o risco de que ele não cumpra com os
prazos estipulados de pagamento e ainda retire a mercadoria. Essa situação pode ser extremamente
prejudicial ao exportador.
Além disso, como o exportador primeiramente envia as mercadorias, também assume o risco de que o
importador sequer apareça para cumprir sua dívida ou retirar as importações. Portanto, a Cobrança
Documentária possui um grau intermediário de segurança, por envolver outras instituições, mas
também riscos consideráveis ao exportador.
Dentre as modalidades de pagamento, a carta de crédito é uma opção intermediária, que garante
segurança tanto para o importador quanto para o exportador e, por isso, é uma das formas mais
utilizadas no comércio internacional. A carta de crédito é emitida por um banco emissor, a pedido do
importador, em que se estabelece todas as condições estipuladas na negociação, como o valor da
compra, quem é o beneficiário (o exportador), prazos de validade e de pagamento, pontos de destino
e de embarque, descrição da mercadoria, faturas, certificados e toda a documentação que envolve o
processo de exportação.
A partir disso, a carta de crédito é uma garantia de que o importador realizará o pagamento, pois
assume esse compromisso com seu banco e, do mesmo modo, é uma garantia de que o exportador
cumprirá todas as obrigações e termos estipulados na negociação e na própria carta de crédito. Dessa
maneira, o importador pede a emissão da carta em crédito para seu banco, o qual notifica a um banco
avisador sobre a existência dela. A partir desse momento, o banco avisador informa sobre a carta de
crédito ao exportador e o mesmo envia a mercadoria e os documentos necessários para o despacho
aduaneiro de importação, com o cuidado de seguir à risca as combinações da carta de crédito.
Somente com todas as documentações verificadas pelos bancos do importador (emissor) e do
exportador (negociador), o importador recebe os documentos e realiza o pagamento das mercadorias.
Apesar de ser uma forma de pagamento mais segura e benéfica para ambas as partes, é importante
salientar que é um processo bastante burocrático e demorado, contando com maiores gastos em
relação às outras modalidades de pagamento. Portanto, o valor elevado da operação pode se tornar
pouco atrativa para empresas de menor porte.
Conclusão
A partir desses conceitos, você pode perceber que a escolha da forma de pagamento não é uma
escolha isolada e parte, primeiramente, de uma boa negociação com o importador. Seja ele um
parceiro novo ou de longa data, é preciso construir confiança mútua e credibilidade. A análise de qual
forma de pagamento é a mais adequada e vantajosa para você está interligada ao tipo de INCOTERMS
escolhido e ao quanto você pode gastar, quais os riscos que está disposto a assumir e o quão rápido é
necessário que a exportação ocorra. Partindo desses pressupostos, você está pronto para atingir ainda
mais sucesso no seu negócio!
Pagamentos internacionais
Escrito por Equipe Comex Blog
Publicado: 18 Dezembro 2020
Última Atualização: 18 Fevereiro 2021
Pagamento antecipado: não é conveniente para o importador pois indica falta de credibilidade à
empresa que adquire os produtos, mas é a modalidade mais atraente e segura para o exportador.
Isso porque o importador remete previamente o valor da transação e, após ter recebido o
dinheiro, o exportador providencia o embarque da mercadoria e envia ao importador a devida
documentação.
O importador paga e depois recebe a mercadoria → riscos para o importador. Nesse caso é
firmado um acordo que confere ao importador ações judiciais necessárias caso o exportador não
envie a mercadoria ou a envia sob condições não satisfatórias. Além disso, a empresa importadora
pode se prevenir contra uma possível variação no câmbio que desfavoreça a ação comercial, bem
como futuros aumentos no preço do produto. Outrossim, como o pagamento é antecipado, o
importador pode solicitar algum desconto.
As razões para escolha dessa modalidade podem ser: financiar o exportador para a produção da
mercadoria, principalmente na venda de produtos sob encomenda, pois representa uma garantia
contra o cancelamento do pedido. Por exemplo, a aquisição de máquinas e equipamentos
construídos especialmente para o comprador; usual em compras de pequeno valor, como livros,
assinaturas de publicações, medicamentos, etc.; transações com países importadores de elevado
risco, sem estabilidade política, econômica e financeira.
Remessa sem saque (oposto do pagamento antecipado): é uma modalidade de pagamento que
elimina alguns processos e burocracias (documentação, comprovações, contratação de instituições
financeiras, etc) e torna a transação mais rápida para as duas partes.
O exportador envia à empresa importadora uma fatura proforma ou comercial com as
informações sobre a exportação e a forma de pagamento por remessa sem saque. Na sequência,
embarca a mercadoria e emite todos os documentos de exportação e remete ao importador, por
meio de um serviço postal internacional. O importador, ao receber os documentos, promove o
desembaraço da mercadoria na alfândega e, posteriormente, providencia a remessa das divisas
para pagamento da operação. Quando o pagamento for identificado pelo banco brasileiro, o
exportador será comunicado e deverá promover uma operação de câmbio.
Nesse caso, o risco para o importador é nulo, pois o pagamento somente é efetuado depois de
recebida a mercadoria. Já o exportador assume um alto risco de inadimplência, visto que não
haverá título de crédito para promover protesto ou uma ação judicial contra o importador. Por
isso, é um recurso mais utilizado quando há uma relação de confiança entre as duas partes, sendo
utilizada entre clientes tradicionais ou empresas interligadas (filiais e suas matrizes).
Entre as vantagens, é a maneira mais rápida da documentação chegar às mãos do importador, pois
vai diretamente do exportador ao importador, sem a intermediação bancária. É uma modalidade
importante para mercadorias perecíveis, pois a espera pela documentação poderia estragar os
produtos na alfândega. Por fim, as despesas bancárias são inferiores às da cobrança e às cartas de
crédito.
Cobrança documentária (Pagamento contra documentos): nesse tipo de cobrança, toda a
responsabilidade pela cobrança passa a ser das instituições bancárias, pois os bancos fazem a
intermediação entre a empresa exportadora e a empresa importadora, recebendo o pagamento
do exterior e enviando para o destinatário da mercadoria. O processo de cobrança é realizado por
meio do envio de documentos de embarque do banco de origem que envia a documentação para
o banco do importador para que a mercadoria possa ser paga e retirada.
Supondo que a empresa exportadora seja brasileira e a importadora americana. Neste caso, a
empresa brasileira deverá procurar por um banco no Brasil que realize esse tipo de serviço. Após o
embarque da mercadoria, os documentos relativos à exportação são encaminhados a um banco no
exterior por meio de um banco no Brasil. Entre os documentos, está a letra de câmbio, também
denominada "saque" ou "cambial", emitida pela empresa brasileira ao importador.
Passo a passo de uma cobrança de exportação:
[1] O sacador (quem emite o título), expede uma ordem de pagamento ao sacado (pessoa que
deverá paga-la), que fica obrigado, havendo aceite, a pagar ao tomador (um credor específico), o
valor determinado no título.
[2] O Banco do Brasil foi avisador e negociador, no exemplo, porque ele recebeu a carta de crédito
e comunicou ao exportador a existência desse documento. Negociador porque a exportadora
(Brasil Exportadora S.A.) negoiou com ele a liquidação da carta de crédito. Porém, a exportadora
poderia negociar a carta de crédito com qualquer outro banco (Ex: Banco Itaú). Assim, o banco
avisador seria o Banco o Brasil, pois ele apenas comunica a chegada da carta de crédito e a entrega
ao banco negociador, indicado pelo exportador, que é o Banco Itaú, que recebe a carta de crédito
do Banco do Brasil e paga ao exportador depois de conferir toda a documentação.
[3] O banco cobrará os juros sobre o saldo devedor e as despesas bancárias.
Trânsito aduaneiro
Escrito por Equipe Comex Blog
Publicado: 10 Dezembro 2020
Última Atualização: 18 Fevereiro 2021
Imaginemos que você é dono de uma distribuidora de eletrodomésticos situada em Belo Horizonte
e que seus produtos (geladeiras, fogões, micro-ondas...) sejam importados. Esses equipamentos
entram no Brasil pelo Porto de Santos, que é o porto mais próximo de BH. Para proceder ao
despacho aduaneiro desses bens, você terá duas opções: i) fazer o despacho aduaneiro no próprio
Porto de Santos ou; ii) fazer o despacho aduaneiro em um porto seco [1] (que pode ser em BH).
Por razões logísticas, pode ser mais interessante que você realize o despacho aduaneiro em um
porto seco localizado mais próximo. Trazer as mercadorias para perto permitirá maior agilidade no
desembaraço aduaneiro, além disso, os custos de armazenagem de mercadorias em portos e
aeroportos (enquanto se espera o desembaraço aduaneiro) são mais elevados do que os custos de
armazenagem em um porto seco.
Para isso, é necessário, então, submetê-los ao regime aduaneiro especial de trânsito aduaneiro.
Assim, os bens serão transportados do Porto de Santos até o porto seco em Belo Horizonte, com
suspensão dos tributos incidentes sobre a operação de trânsito. Os tributos somente serão
recolhidos por ocasião do despacho para consumo, que será realizado no porto seco em BH.
O regime aduaneiro especial de trânsito aduaneiro permite o transporte de mercadoria, sob
controle aduaneiro, de um ponto a outro do território nacional, com suspensão do pagamento de
tributos. Para entender o regime de trânsito aduaneiro, é importante ter conhecimento de alguns
conceitos específicos: i) local de origem; ii) local de destino; iii) unidade de origem e; iv) unidade de
destino.
Voltando ao exemplo anterior, os eletrodomésticos chegaram ao Porto de Santos e lá foram
descarregados. Eles serão, então, transportados até o porto seco de BH. Nessa situação, o local de
origem do trânsito, isto é, o ponto inicial do itinerário, será o Porto de Santos. O local de destino
(ponto final do itinerário) será o porto seco de BH. A unidade de origem será a Unidade da Receita
Federal (URF) que possui jurisdição sobre o local de origem do trânsito. A unidade de destino será
a URF que jurisdiciona o local de destino do trânsito.
O regime de trânsito aduaneiro subsiste do local de origem ao local de destino e desde o momento
do desembaraço para trânsito aduaneiro pela unidade de origem até o momento em que a
unidade de destino conclui o trânsito aduaneiro. Em outras palavras, quando a mercadoria é
desembaraçada para trânsito pela unidade de origem, tem início o trânsito aduaneiro; a unidade
de destino, por sua vez, será responsável pela conclusão do trânsito aduaneiro. Vale ressaltar que
a regra da legislação aduaneira é a cobrança dos tributos incidentes no ato de importação, a
circulação em território nacional é livre. Logo, pelo conceito do regime especial de trânsito
aduaneiro, os impostos incidentes sobre a operação serão recolhidos no território aduaneiro de
destino.
Existem sete modalidades para o regime de trânsito aduaneiro, quais sejam:
Os beneficiários do trânsito aduaneiro, ou seja, as pessoas que podem solicitar o regime especial e
registrar a Declaração de Trânsito Aduaneiro (DTA), são:
Para que uma empresa possa transportar mercadorias em trânsito aduaneiro, é necessária sua
prévia habilitação perante a Receita Federal do Brasil. Assim, em regra, não é qualquer um que
poderá operar o regime de trânsito aduaneiro. somente aquelas credenciadas pela RFB. As
empresas interessadas nesse tipo de serviço precisarão habilitar-se na unidade de fiscalização
aduaneira, solicitando o cadastramento no sistema e apresentando o Termo de Responsabilidade
para Trânsito Aduaneiro (TRTA). A concessão da habilitação pela RFB é feita em caráter temporário
(por tempo determinado). Para a concessão ou renovação da habilitação, serão considerados
fatores direta ou indiretamente relacionados com os aspectos fiscais, a conveniência
administrativa, a situação econômico-financeira e a tradição da empresa transportadora.
Cabe destacar que algumas pessoas jurídicas não necessitam de habilitação prévia para operar o
regime de trânsito aduaneiro, por serem consideradas idôneas por natureza. São elas: i) empresas
públicas e sociedades de economia mista que explorem serviços de transporte e; ii) os outros
beneficiários do regime (habilitados no SISCOMEX), quando não sendo empresas transportadoras,
utilizarem veículos próprios. A RFB possui competência, ainda, para estabelecer outras hipóteses
de dispensa de habilitação prévia.
Quando uma carga chega no Porto de Santos e o importador quer levá-la a um porto seco
localizado em BH (onde será feito o desembaraço aduaneiro), ele deverá solicitar o regime de
trânsito aduaneiro. Mas como é feita a solicitação do regime de trânsito aduaneiro? A solicitação
da aplicação do regime é feita mediante requerimento à autoridade aduaneira competente
da unidade de origem (Unidade da Receita Federal do porto de Santos). Tal requerimento é
realizado por meio do SISCOMEX-Trânsito. O despacho para trânsito aduaneiro é, assim,
processado por meio de uma declaração para trânsito aduaneiro. O tipo de declaração a ser
utilizado dependerá de situações individuais e poderá ser:
- Declaração de Trânsito Aduaneiro (DTA);
- Manifesto Internacional de Carga (MIC);
- Manifesto Internacional de Carga - Declaração de Trânsito Aduaneiro (MIC-DTA);
- Conhecimento-Carta de Porte Internacional - Declaração de Trânsito Aduaneiro (TIF-DTA);
- Declaração de Trânsito de Transferência (DTT);
- Declaração de Trânsito de Contêiner (DTC).
A declaração de trânsito aduaneiro é a forma pela qual o interessado requer a concessão e a
aplicação do regime de trânsito aduaneiro à autoridade aduaneira. O registro da declaração para
trânsito aduaneiro no SISCOMEX caracteriza o início do despacho de trânsito aduaneiro e, ao
mesmo tempo, o fim da espontaneidade do beneficiário relativamente às informações prestadas.
Não é necessária a aplicação do regime de trânsito aduaneiro para a remoção de mercadorias de
uma área ou recinto para outro, situado na mesma zona primária. Se a mercadoria for deslocada
de um recinto alfandegado situado no Porto de Santos para outro recinto alfandegado também
localizado no Porto de Santos, não haverá necessidade de que se proceda ao despacho para
trânsito. Isso não quer dizer, todavia, que não podem existir controles especiais determinados pela
RFB em relação a essa carga.
Ao conceder o regime de trânsito aduaneiro, a autoridade aduaneira sob cuja jurisdição se
encontrar a mercadoria a ser transportada estabelecerá a rota a ser cumprida, fixará os prazos
para execução da operação e para comprovação da chegada da mercadoria ao destino e adotará
as cautelas julgadas necessárias à segurança fiscal. Quanto ao estabelecimento de rota e prazo
para conclusão do aduaneiro, estes poderão ser objeto de proposta do transportador ou do
beneficiário. Se essa proposta não for aceita pela unidade de origem dentro de 15 dias, ela será
automaticamente cancelada. Destaque-se que, mesmo havendo rota legal preestabelecida, poderá
ser aceita rota alternativa proposta por beneficiário. O trânsito por via rodoviária será feito
preferencialmente pelas vias principais, onde houver melhores condições de segurança e
policiamento, utilizando-se, sempre que possível, o percurso mais direto. Todos esses
procedimentos têm como objetivo promover a segurança fiscal, já que, durante todo o trajeto do
trânsito aduaneiro, os tributos estarão com a exigibilidade suspensa.
Para garantir a segurança da carga outras cautelas fiscais podem ser adotadas, entre elas, a
lacração (colocação de lacres), a sinetagem (colocação de símbolos nos lacres), a cintagem
(colocação de cintas nos volumes), a marcação (colocação de marcas nos volumes) e o
acompanhamento fiscal (designação de um veículo para acompanhar o trânsito aduaneiro).
Ressalte-se que o acompanhamento fiscal somente será realizado em casos excepcionais, em que,
por exemplo, o transportador seja reincidente em infrações à legislação aduaneira. Ainda sobre as
cautelas fiscais, cabe destacar que os dispositivos de segurança somente poderão ser rompidos ou
suprimidos na presença da fiscalização, salvo disposição normativa em contrário.
O ato final do despacho para trânsito é o desembaraço, que é quando a unidade da RFB de origem
efetivamente concede o regime de trânsito aduaneiro ao beneficiário. Nesse momento, em que se
encerra o despacho para trânsito, tem início o regime de trânsito aduaneiro. Após o AFRFB
registrar no Sistema a aplicação dos dispositivos de segurança, ocorrerá automaticamente o
desembaraço. Quando os dispositivos de segurança tiverem sido dispensados, o desembaraço
ocorrerá após o carregamento do veículo pelo transportador. No caso de transporte multimodal
de carga, na importação ou na exportação, quando o desembaraço não for realizado nos pontos
de entrada ou de saída do País, a concessão do regime de trânsito aduaneiro será considerada
válida para todos os percursos no território aduaneiro, independentemente de novas concessões.
Isso significa que, em se tratando de transporte multimodal, se for concedido o regime de trânsito
aduaneiro em um porto seco em BH, o regime será válido para qualquer tipo de percurso no
território aduaneiro.
Uma vez que as obrigações fiscais ficam suspensas em virtude da aplicação do regime , é
necessário que seja estabelecido um Termo de Responsabilidade, firmado na data do registro da
declaração de admissão no regime, que assegure sua eventual liquidação e cobrança. A
responsabilidade pelo cumprimento das obrigações fiscais suspensas em decorrência da aplicação
do regime de trânsito aduaneiro será formalizada em Termo de Responsabilidade para Trânsito
Aduaneiro (TRTA), com validade de três anos, firmado pelo transportador. Junto do Termo de
Responsabilidade, é necessária a prestação de garantia das obrigações fiscais suspensas. A garantia
poderá ser prestada na forma de depósito em dinheiro, fiança idônea ou seguro aduaneiro, a
critério do transportador. Há alguns casos especiais em que não se exige a prestação de garantia
como, por exemplo, quando o transportador possui patrimônio líquido superior a R$ 2.000.000,00
(dois milhões de reais).
O trânsito aduaneiro foi concedido pela RFB, os tributos suspensos ficaram consignados no Termo
de Responsabilidade e, ainda, foi apresentada uma garantia. Mas e se acontecer alguma coisa no
trajeto? De quem é a responsabilidade pelas mercadorias em trânsito aduaneiro? Nesse caso, o
transportador de mercadoria submetida ao regime possui responsabilidade exclusiva pelas
mercadorias em trânsito aduaneiro. Caso ocorra avaria, extravio ou alteração de mercadoria, a
RFB exigirá dele os tributos e multas cabíveis.
Se durante o trajeto referente ao trânsito aduaneiro, ocorrer outras situações possíveis, como a
chegada do veículo fora do prazo fixado pela RFB, violação de dispositivo de segurança, desvio da
rota autorizada, substituição do veículo transportador sem autorização da RFB. Cada uma das
infrações possíveis possui uma pontuação (como se fosse carteira de motorista). Ao atingir 20
pontos, o transportador sofrerá advertência; ao somar ou ultrapassar 40 pontos, o transportador
terá sua habilitação suspensa. Se o transportador não apresentar a mercadoria no local de destino,
na forma e no prazo previsto, ele ficará sujeito ao cumprimento das obrigações assumidas no
Termo de Responsabilidade.
E se no meio do trajeto o veículo que transportava a carga se envolver em um acidente de
trânsito? Nesse caso, ocorrerá a interrupção do trânsito aduaneiro, em razão da ocorrência de um
evento que impede o prosseguimento do trânsito e, ainda, que, muito provavelmente, provocou
avarias nas mercadorias transportadas. E o que deve fazer o transportador em caso da interrupção
do trânsito aduaneiro? Nesse caso, ele deverá comunicar o fato à unidade aduaneira que
jurisdiciona o local onde se encontrar o veículo, para que esta possa adotar as providências
cabíveis.
Em resumo, a utilização deste regime visa, basicamente, à facilitação da circulação de mercadorias
estrangeiras ou nacionais, destinadas à importação ou exportação, com o benefício da suspensão
do pagamento de tributos. O regime permite ao importador/exportador circular com bens
estrangeiros dentro do território brasileiro sem pagar impostos a mais por isso. É a opção de
deslocar-se com mercadorias de uma alfândega, por exemplo, um porto alfandegado para um
porto seco, onde o custo de armazenagem é menor e os serviços mais eficientes. A busca de locais
mais próximos das empresas importadoras com serviços à altura das necessidades do mercado e
por menores custos é uma livre decisão do operador do comércio internacional. O Estado somente
poderá vetar a operação se motivado por algum interesse público.
Equipe: Michelle Marcia Viana Martins, Tobias Moreira Ramos, Gabrielle Silva Cruz e Lívia Madeira
Triaca.
[1] Porto Seco é um recinto alfandegado de uso público situado, em regra, na zona secundária.
Recorde-se que existem os portos secos de fronteira, os quais estão situados em zona primária.
As mercadorias submetidas ao regime comum de importação são aquelas que entram a título
definitivo no país, ou seja, são nacionalizadas. Para tanto, haverá recolhimento tributário integral,
sendo as mercadorias despachadas para consumo. Seria o caso, por exemplo, de automóveis
importados por uma empresa que irá revendê-los no país.
Desse modo, quando uma mercadoria é comercializada no comércio exterior, a regra geral é que
deverá ocorrer a incidência tributária e a cobrança dos tributos devidos. No entanto, em algumas
situações especiais, por razões de ordem econômica, logística ou mesmo facilitação de comércio,
as mercadorias importadas ou exportadas podem fugir à regra geral, por serem isentas (ou
suspensas, no caso do drawback suspensão) do recolhimento tributário. Esses bens são
submetidos aos regimes aduaneiros especiais.
Importância econômica dos regimes aduaneiros especiais:
Cabe destacar que a colocação de embalagens de transporte (como sacos e sacolas) não é
considerada operação de industrialização, não agregando valor a um produto. Conforme se pode
verificar, o regime de admissão temporária para aperfeiçoamento ativo engloba todos os tipos de
operação de industrialização, exceto a transformação. Essa é uma excessão muito impotante e
distingue do outro regime aduaneiro especial similar, o de exportação temporário para
aperfeiçoamento ativo. Nessa caso, a operação de transformação é difinida como uma operação
de industrialização que promove uma alteração substancial na natureza do produto, mudando,
inclusive, sua classificação fiscal. Assim, após submeter um produto a uma transformação, obtém-
se um novo produto.
A concessão do regime de admissão temporária para aperfeiçoamento ativo está sujeita aos
seguintes requisitos de admissibilidade:
Os atos concessórios de drawback serão analisados no prazo máximo de 30 dias, contados a partir
da data de registro no SISCOMEX. Tal regra vale tanto para a modalidade de suspensão quanto
para a modalidade de isenção. Os atos concessórios de drawback poderão ser deferidos, a critério
da Secretaria de Comércio Exterior, levando-se em conta a agregação de valor e o resultado da
operação. A concessão do regime de drawback poderá ser condicionada à prestação de garantia,
limitada ao valor dos tributos suspensos de pagamento, a qual será reduzida à medida que forem
comprovadas as exportações.
O Operador Econômico Autorizado ou Programa OEA trata-se de uma parceria entre empresa e
Receita Federal, em que é concedida à primeira o certificado de operador de baixo risco. Após
comprovar o cumprimento dos critérios e requisitos do Programa, a instituição, que passa a ter um
“status” de confiável, será beneficiada pela maior agilidade e previsibilidade de suas cargas nos
fluxos do comércio internacional. Por conseguinte, o Programa OEA é associado ao antigo regime
de Linha Azul, denominado Despacho Aduaneiro Expresso.
A empresa habilitada terá suas operações de comércio exterior dinamizadas, reduzindo
sensivelmente os custos dos procedimentos aduaneiros. Entre o conjunto de facilidades advindas
dessa concessão, a principal é o direcionamento, preferencial, das mercadorias de importação,
exportação e trânsito aduaneiro, para o canal verde de verificação e tratamento de despacho
aduaneiro expresso. Lembrando que o canal verde é um dos canais de parametrização, que
consiste no processo de verificação das mercadorias. Diferente dos demais canais, o canal verde
permite que as mercadorias sejam liberadas sem a realização do exame documental ou da
verificação física da mercadoria e do exame preliminar.
À habilitação prévia e voluntária das empresas em operar no Programa OEA é atribuída um melhor
controle nos processos administrativos de comércio, na medida em que elas se obrigam a
demonstrar a qualidade dos seus controles internos, a garantir o cumprimento das suas
obrigações aduaneiras, tributárias, documentais e cadastrais e, ainda, permitir o seu
monitoramento permanente por parte da fiscalização aduaneira. Em outras palavras, uma vez que
a empresa é habilitada, esta se compromete a seguir as boas práticas de comércio e tem um tipo
de “passe livre” nas alfândegas, tendo atendimento preferencial no desembaraço de mercadorias
e tornando seu processo de importação e exportação mais célere.
O regime introduz não só uma nova abordagem no gerenciamento do cumprimento voluntário da
legislação, mas também uma maneira mais eficiente e eficaz no relacionamento da Aduana com os
exportadores e importadores que demonstram sua capacidade de prover a administração
tributária com informações precisas e oportunas e sejam avaliadas como de baixo risco para o
controle aduaneiro.
Benefícios
Para os importadores habilitados, os principais benefícios são:
- Cargas submetidas a tratamento de "armazenamento prioritário" ou "carga não destinada a
armazenamento", dependendo da unidade de desembaraço da mercadoria;
- Cargas desembaraçadas para trânsito, consumo ou admissão em regimes aduaneiros com o
mínimo de intervenção da fiscalização aduaneira e em caráter prioritário;
- Conferência aduaneira das cargas selecionadas realizada em caráter prioritário.
Para os exportadores, os principais benefícios são:
- Cargas desembaraçadas para embarque ao exterior ou para trânsito – inclusive nos despachos
realizados em recinto não alfandegado – com o mínimo de intervenção da fiscalização aduaneira e
em caráter prioritário;
- Conferência aduaneira das cargas selecionadas realizada em caráter prioritário.
Processo de habilitação
A empresa que se encontrava habilitada ao Despacho Aduaneiro Expresso (Linha Azul), de que
trata a Instrução Normativa SRF nº 476 de 13 de dezembro de 2004, poderia manifestar interesse
em se tornar um Operador Econômico Autorizado, podendo ser certificada provisoriamente como
OEA-C Nível 1, com manutenção dos benefícios utilizados como empresa habilitada à Linha Azul.
O primeiro passo para se habilitar ao regime é ler as informações constantes da Instrução
Normativa SRF nº 476/04 e avaliar se, atualmente, o Programa Brasileiro de OEA se aplica à
empresa e as suas operações comerciais. É importante também a leitura atenta do Ato Declatório
Executivo Coana nº 06/05. Se, após a leitura dessa legislação, permanecer o interesse em se
habilitar a operar no Programa Brasileiro de OEA, a empresa deverá:
- Providenciar a regularização de eventuais pendências junto aos órgãos competentes ou termo de
compromisso e cronograma de regularização, se for o caso;
- Elaborar relatório de auditoria que avalize que os controles internos da empresa garantem o
cumprimento regular de suas obrigações cadastrais, documentais, tributárias e aduaneiras;
- Protocolar requerimento de habilitação ao Programa Brasileiro de OEA na unidade da SRF com
jurisdição, para fins de fiscalização dos tributos incidentes no comércio exterior, sobre o domicílio
da matriz da pessoa jurídica requerente, acompanhado dos documentos e informações exigidos.
- A empresa habilitada ao Programa Brasileiro de OEA será submetida a monitoramento regular do
cumprimento de suas obrigações tributárias e aduaneiras. Ela deverá manter, permanentemente,
as condições de habilitação ao regime e, entre outros, garantir o acesso direto e irrestrito da
fiscalização aos seus sistemas informatizados de controle.
- A cada dois anos, a empresa deverá providenciar nova auditoria que demonstre a manutenção da
qualidade de seus controles internos.
A RFB formulou um Guia de Implementação dos Requisitos OEA para facilitar a adesão da empresa
que pretende habilitar-se.
A lista de documentos está dividida em três momentos: a fase de negociação; a fase da remessa e
entrega; e os itens necessários no Brasil. Na fase de negociação com o potencial importador o
documento é a fatura proforma.
Fatura Proforma ou Proforma Invoice
A fatura Proforma dá início à negociação. Logo após os primeiros contatos e manifestada a intenção de
realização de uma operação comercial, o exportador emite para o importador uma proforma invoice
para que este providencie a Licença de Importação, dentre outras providências.
Este documento é o modelo de contrato mais frequente, formaliza e confirma a negociação, desde que
devolvido ao exportador contendo o aceite do importador para as especificações contidas.
É similar à fatura comercial (definitiva), porém com características de um orçamento, ou seja, não gera
obrigação de pagamento por parte do comprador. Deve ser emitida no idioma do país importador ou
em inglês.
Embarque e remessa
Fatura Comercial ou Commercial Invoice
É o documento internacional emitido pelo exportador que, no âmbito externo, equivale à Nota Fiscal.
Sua validade começa a partir da saída da mercadoria do território nacional. A Fatura Comercial é
imprescindível para o importador desembaraçar a mercadoria em seu país. É um dos principais
documentos exigidos pela maioria das autoridades alfandegárias de todo o mundo para liberar
remessas e/ou embarques.
É um documento de caráter legal e está sujeito à lei internacional, além de ser um instrumento
fundamental entre o exportador e importador, já que serve como registro da transação comercial
realizada entre ambas as partes. Deve ser emitida no idioma do país importador ou em inglês.
Romaneio ou Packing List
Documento emitido pela companhia transportadora que atesta o recebimento da carga, as condições
de transporte e a obrigação de entrega das mercadorias ao destinatário legal no ponto de destino pré-
estabelecido, conferindo a posse das mercadorias.
No caso das exportações destinadas aos países da Aladi e do Mercosul e ainda daquelas processadas
no âmbito do SGPC, os Certificados de Origem são emitidos pelas federações estaduais de indústria e
pelas federações estaduais de comércio. No caso das exportações realizadas no âmbito do SGP, os
certificados são fornecidos pelas agências credenciadas do Banco do Brasil que operam com comércio
exterior.
Nas operações realizadas sob esta modalidade de pagamento, o original deste documento é
imprescindível para que o exportador possa concretizar a negociação da operação junto ao banco. Ela
deve ser providenciada pelo importador e emitida por um banco de sua livre escolha, em favor do
exportador, estabelecendo todas as condições negociadas entre importador e exportador.
Ao receber a carta de crédito, o exportador deve buscar obter mais informações sobre o Banco
emissor da carta de crédito, podendo também solicitar a sua confirmação através de um banco
brasileiro. Se o Banco escolhido pelo importador não tiver credibilidade no mercado, o exportador
pode recusar a carta de crédito, mas isso deve ser feito antes do embarque.
Necessários no Brasil
Estes são documentos internos, com validade para as leis e território brasileiro, para embarque,
cobrança e registro junto aos órgãos intervenientes do comércio exterior brasileiro.
Registro de Exportação
Depois de aprovado o Registro de Exportação - RE, o próximo passo é a emissão da Nota Fiscal, que
deve acompanhar a mercadoria desde a saída do estabelecimento até a efetiva liberação junto à
Receita Federal do Brasil (RFB). Ela precisa acompanhar o produto somente no trânsito interno.
Comprovante de Exportação (CE)
É o documento oficial emitido pela Receita Federal do Brasil que comprova o efetivo embarque da
mercadoria. O CE consubstancia a operação de exportação e tem força legal para fins administrativos,
cambiais e fiscais. No caso especial de envio para o exterior de bagagens, encomendas, donativos e
amostra sem valor comercial, até o limite de US$ 5 mil, o RE é dispensado e substituído pelo Despacho
Sumário, registrado pelo servidor da RFB.
Contrato de Câmbio
Documento informatizado para coleta de informações, emitido pelo banco negociador de câmbio e
que formaliza a troca de divisa estrangeira por moeda nacional.
Contrato de Câmbio de Compra - Tipo 01
Documento que formaliza a troca de divisa estrangeira por moeda nacional. No âmbito externo,
equivale à Nota Fiscal e tem validade a partir da data de saída da mercadoria do território nacional.
Este documento é imprescindível para o importador liberar a mercadoria no país de destino.
Todo Acordo Preferencial de Comércio (APC) deve constar especificações acerca das Regras de
Origem, incluindo a maneira pela qual a origem será comprovada; procedimentos de verificação e
controle dessas regras. A esse conjunto, dá-se o nome de Regime de Origem. Todas essas
informações constam como Anexos dos APC, em que as mercadorias importadas por países
parceiros que participam do acordo têm acesso às mercadorias importadas com tratamento
tarifário preferencial.
Quem emite este documento no processo de importação é o exportador. O importador o utiliza
para a comprovação de origem do material que está adquirindo e ainda pode conseguir descontos
em determinados tributos referentes a ele. Um novo certificado deve ser emitido a cada
importação e o importador precisa se certificar de que há um para cada fatura comercial. Se uma
importação contém quatro faturas, por exemplo, cada uma deverá ter seu próprio certificado.
Um dos objetivos das regras de origem é evitar a triangulação comercial, que consiste em
beneficiar de forma fraudulenta aqueles que não cumprem os critérios e as condições definidoras
de origem. Ou seja, se o Brasil tem acordo comercial com Mercosul, apenas os produtos
necessariamente originados dos países membros são beneficiados pela isenção tributária. Se um
país terceiro fornece um produto a um dos membros do Mercosul e esse, por sua vez, transfere o
bem ao Brasil, esse produto não gozará dos benefícios fiscais. A triangulação consiste nesse
movimento.
Regras de Origem Preferenciais
São exigências produtivas negociadas entre as partes signatárias de acordos preferenciais que
deverão ser cumpridas para que uma determinada mercadoria possa receber tratamento tarifário
preferencial. As Regas de Origem preferenciais também podem facilitar a inserção dos países em
desenvolvimento na economia internacional. Neste caso, o sistema é unilateral, ou seja, as
preferências comerciais são concedidas sem reciprocidade, como por exemplo nos Sistemas Gerais
de Preferência (SGP).
Dependendo do APC, pode haver um conjunto mínimo de informações que a declaração de origem
deve conter (por exemplo, comprovar que todos os insumos produtivos são oriundos do parceiro
comercial). Alguns acordos podem prever a possibilidade de a prova de origem cobrir um
determinado período e não apenas uma operação, assim como hipóteses em que pode ser
dispensada a assinatura da prova de origem para alguns operadores cadastrados. Em alguns casos
excepcionais, pode até mesmo ser dispensada a prova de origem em razão, por exemplo, do baixo
valor da mercadoria. Na dúvida, consultar o correspondente texto do acordo comercial para se
certificar de como deve ser comprovada a origem.
Normalmente, há dois tipos de mercadorias cujas origens são consideradas nos ACP: os bens
totalmente produzidos em um ou mais países-membros (que não possuem insumos importados –
extra zona); e os bens que utilizam algum tipo de insumo importado e que cumprem com o acordo
comercial. Desta forma, são determinados quais insumos e/ou processos de transformação
sofridos pelas matérias-primas não-originários podem ser utilizados para que a mercadoria final
alcance a condição de originária. Para estes, existem 4 regras gerais: salto tarifário (transformação
substancial), valor de conteúdo regional, requisitos produtivos e critérios de minimis.
Salto tarifário: é aplicado quando mercadorias elaboradas com materiais não originários, mas
empregadas em processos de transformação no território da parte signatária do APC, confira ao
produto uma nova individualidade, ou seja, resulte em um produto com diferente nomenclatura
fiscal em relação à matéria prima. Posto de outra forma, esse critério determina que, para a
mercadoria ser considerada originária, deve estar em uma classificação tarifária distinta daquelas
dos insumos não-originários;
Valor do conteúdo regional: define a origem da mercadoria com base na participação dos insumos
dos países membros no valor agregado da mercadoria final. A diferença desse critério e do critério
de salto tarifário é que este procura estabelecer a participação dos processos realizados no
território dos países-membros sobre o valor final da mercadoria. Exemplo: Um produto exportado
da Argentina para o Brasil terá o benefício da Regra de Origem sob o critério de valor do conteúdo
regional se os insumos não originários não exceder 40% do valor FOB de exportação da mercadoria
final.
Requisitos produtivos: especifica certos processos produtivos a serem, obrigatoriamente,
efetuados no território de um país membro, para que a mercadoria produzida seja considerada
originária. Exemplo hipotético: para a importação de carros brasileiros para a Argentina, as Regras
de Origem do Mercosul exigem que os processos de pintura de lataria, montagem e as atividades
de engenharia referentes ao desenvolvimento e adaptação do produto à sua fabricação e testes
(ensaios) de aceitação operacional, sejam realizados no Brasil.
Critérios de minimis: estabelece um percentual limite de valor que determinado insumo não
originário pode representar dentro do valor ajustado da mercadoria, quando a mercadoria não
originária é oriunda da mesma classificação tarifária. Exemplo: o Regime de Origem do Mercosul,
estabelece que para ser considerado originário, o produto “creme de leite, quando utilizar o
insumo leite não-originários em sua produção, não deverá exceder sete por cento do valor da
mercadoria, ajustado sobre a base FOB.
Uma vez cumprindo qualquer uma das regras, a mercadoria é considerada parte do acordo e assim
haverá uma certificação de origem. A certificação caracteriza e esclarece a real origem e
procedência das mercadorias importadas. No Brasil, existem federações habilitadas para a emissão
do mesmo através do representante legal do exportador. De posse desse documento a cada
importação, o importador pode beneficiar da suspensão dos tributos previstos no acordo e assim
obter uma significativa redução de custo.
Como também, caso o Brasil faça uma importação de um país membro do Mercosul de posse da
certificação de origem, nesse caso, nomeada Certificado de Origem Mercosul, o imposto de
importação ficará suspenso mediante a comprovação da origem da mercadoria. As mercadorias
comercializadas intrabloco são identificadas pelo sistema informatizado de comércio exterior do
Estado Parte (no Brasil, pelo Siscomex) mediante a geração de um código alfanumérico,
denominado "Certificado de Cumprimento do Regime de Origem Mercosul" (CCROM). As
mercadorias importadas sob o amparo do CCROM podem circular livremente no bloco, sem o
pagamento de imposto de importação. Consequentemente, a mercadoria importada que estiver
amparada por um CCROM gerado em outro Estado Parte do Mercosul pode ser importada pelo
Brasil com o tratamento de mercadoria originária do Mercosul, sem o amparo de um certificado
de origem, desde que na adição da DI esteja informado o correspondente CCROM gerado na
primeira importação e seja mantida sua classificação fiscal originária.
Regras de Origem Não Preferenciais
Compõem um conjunto de leis, regulamentos e determinações administrativas de aplicação geral,
utilizados pelas economias para a definição do país de origem das mercadorias, desde que não
relacionados a regimes comerciais contratuais ou autônomos que prevejam a concessão de
preferências tarifárias. Esta categoria abrange todas as regras de origem utilizadas em
instrumentos não-preferenciais de política comercial, tais como: tratamento de nação mais
favorecida, medidas de defesa comercial, restrições quantitativas discriminatórias ou quotas
tarifárias, estatísticas e compras do setor público, entre outros. Essas normas são estabelecidas
pelo país importador. Por isso, o Ministério da Economia, onde é vinculado o antigo MDIC, não é
autoridade responsável nem credencia entidades para emissão de certificados de origem não-
preferenciais.
Regras de Origem como Barreiras Não Tarifárias
O excesso de formalidades para o processo de liberação do produto, se resultarem em indevidas
demoras aduaneiras que podem elevar os custos de importação, pode ser considerado Barreiras
Não Tarifárias (BNT). Tais formalidades podem incluir exigências de licenciamento e controles
sanitários e fitossanitários além das próprias certificações de origem.
Texto de autoria da aluna Gabrielle Silva Cruz, 3º semestre do curso de Comércio Exterior - FURG
A nacionalização de uma mercadoria consiste na sua transferência do país de origem para o país
de destino, documentada pela Declaração de Importação (DI), que é formalizada e solicitada pelo
importador com o deferimento da Licença de Importação (LI) pelo órgão anuente responsável.
Alguns produtos são dispensados do regime de licença para importação.
Em um exemplo hipotético, considera-se a importação do óleo de citronela, empregado como
insumo na indústria de cosméticos. Abaixo, estão listados o passo a passo do processo, mas antes,
é preciso lembrar que o importador precisa estar cadastrado no Ambiente de Registro e
Rastreamento de Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (RADAR) da Receita Federal Brasileira.
Passo 1: Antes de solicitar a importação do óleo de citronela é necessário verificar a classificação
fiscal do produto e o seu respectivo tratamento administrativo. A partir daí, verifica-se se sua
entrada é permitida no Brasil ou se há alguma exigência relacionada a sua importação – por
exemplo, exigência sanitária ou fitossanitária. Essas informações podem ser verificadas junto ao
órgão anuente. No caso do óleo de citronela, dada a natureza do uso do produto no setor de
cosméticos, o órgão responsável é a Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA). O deferimento da
ANVISA para a Concessão da Licença de Importação (LI) se dá a partir conformidade da mercadoria
com as informações cadastradas no SIXCOMEX. Estando tudo regular ocorre a emissão da LI.
A solicitação da LI ocorre por meio do SISCOMEX. O prazo para deferimento pode ser de até 60
dias. Caso seja necessário a apresentação de documentos complementares, é possível anexar
digitalmente no portal. A LI pode ser deferida antes do embarque da mercadoria ou ser solicitada
após o embarque, porém, o consentimento definitivo só será dado após fiscalização da mercadoria
pelo órgão anuente – essas e outras informações estarão disponíveis no portal Tratamento
Administrativo Geral do Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX)
Caso não haja necessidade da emissão da LI ou a mesma seja emitida pós embarque (mesmo
quando deveria ter sido solicitada anteriormente), o importador fica sujeito ao pagamento de
multa, referente a 30% do valor aduaneiro (mercadoria + frete internacional + seguro
internacional), cujo valor mínimo deve ser de R$ 500,00 e o valor máximo de R$ 5 000,00. Nesse
caso, a mercadoria será encaminhada para Canal Amarelo ou Vermelho, com rigorosa inspeção.
Passo 2: Após verificada a possibilidade da entrada do óleo em território brasileiro, a empresa
importadora precisa analisar se é mais vantajoso realizar a operação através de forma indireta
(através de uma empresa intermediária, como uma trading) ou de forma direta, em que a própria
empresa habilitada no RADAR realiza as negociações junto ao exportador. A contratação de uma
trading pode proporcionar vantagens ao importador, pois são empresas com know-how nas
negociações de importação e exportação, com amplos conhecimentos mercadológicos que possa
beneficiar a empresa. Caso a importação ocorra de forma direta, cabe o importador após iniciar as
negociações da operação, verificar se o produto está pronto para ser embarcado, realizar o
pagamento dos tributos, fechar o câmbio, averiguar a data de entrega, contratar o frete e o seguro
e afins. Caso seja mais vantajoso realizar a operação através de uma trading, todo o processo após
assinatura do contrato é de responsabilidade da própria empresa terceira.
Passo 3: Com o embarque realizado, cabe ao importador obrigatoriamente realizar a Declaração
de Importação (DI), onde também constará o número da LI e todas as informações relacionadas ao
processo de importação, tais como os dados de natureza comercial, fiscal e cambial. Também é
com base na DI que ocorre o despacho aduaneiro e o importador comprova o pagamento dos
tributos incidentes.
O registro da DI somente é efetivado após:
A Receita Federal assim conceitua: “A fatura comercial é o documento de natureza contratual que
espelha a operação de compra e venda entre o importador brasileiro e o exportador estrangeiro”. Ou
seja, é um dos principais documentos exigidos pela maioria das autoridades alfandegárias de todo o
mundo para liberar remessas e/ou embarques. A fatura deve ser emitida pelo exportador no idioma do
país importador ou em inglês, sendo que neste idioma a denominação do documento é “Commercial
Invoice”.
Cabe também destacar a confusão de termos que acontece para aqueles que não atuam na área: entre
Fatura Comercial e Fatura Pro Forma. Trata-se de dois documentos distintos, sendo a Fatura Pro Forma
uma documento inicial de negociação, utilizado por exemplo para o fechamento do câmbio no caso de
pagamento antecipado. A Fatura Pro Forma, formaliza a negociação entre as partes e apesar de ser um
documento importante para sequência de todo o processo, ele não possui valor contábil ou jurídico.
Bom, sabendo agora do que se trata a Fatura Comercial, vamos relacionar as informações obrigatórias
que devem constar neste documento que estão relacionadas no artigo n. 577 do regulamento
aduaneiro, são elas:
As emendas, ressalvas ou entrelinhas feitas na fatura deverão ser autenticadas pelo exportador.
Na fatura comercial também deverá conter, segundo o art. 553, inciso II, do Regulamento Aduaneiro a
assinatura do exportador de próprio punho ou pelo uso de certificação digital.
Por fim, destacamos que o descumprimento, pelo importador, da obrigação de apresentar a fatura
comercial à fiscalização aduaneira, quando exigida, implicará, sem prejuízo de outras penalidades
cabíveis (art. 70 da Lei nº 10.833/2003):
A multa de 5% não se aplica no curso do despacho, até o desembaraço da mercadoria (artigo 710,
§1ºA do Regulamento Aduaneiro).
Inicialmente parece que a Fatura Comercial envolve muitos detalhes, mas a parceria com uma boa
assessoria e a prática do dia a dia, trará o conhecimento necessário para não ter problemas com esse
documento.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6759.htm
É importante destacar que não existe um modelo único de Invoice. Portanto, cada empresa pode
formatar o documento de acordo com o que achar mais vantajoso, contanto que todas as
informações estejam presentes, corretas e claras.
USD
Convertemos para
BRL
4
Seu câmbio: BRL 5,15
Entenda
Cadastre-se e receba
Ao emitir uma fatura comercial para o exterior, a empresa fica isenta do pagamento de impostos
municipais e estaduais, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços
(ICMS), Imposto Sobre Serviço (ISS), PIS e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
(COFINS). Porém, isso não significa que ela é livre de outras tributações.
As alíquotas e impostos variam de acordo com a atividade prestada, mas impostos como IOF e taxa
de câmbio devem ser pagas também.
Quando a Invoice deve ser emitida?
A Invoice deve ser emitida sempre quando um serviço for prestado em ou para outro país, contendo
todas as informações e condições de negociação entre o exportador e importador.
No entanto, embora seja recomendado, não são todos os casos de transações comerciais
internacionais que exigem a emissão deste comprovante. Acompanhe abaixo quando a Invoice é
obrigatória e quando é apenas indicada:
Emissão obrigatória
A emissão da Invoice é obrigatória sempre que o valor da transação comercial internacional for
superior a 3 mil dólares americanos, ou quantia equivalente em moeda estrangeira. Nesse caso, a
fatura é usada para regulamentar e registrar a operação.
Emissão indicada
A emissão da Invoice é indicada quando o valor da transação comercial for inferior a 3 mil dólares
americanos, ou equivalente em moeda estrangeira. Embora a geração desse documento seja
dispensada, é recomendada para indicar o código da natureza da operação e evitar problemas com
órgãos de fiscalização.
Tipos de Invoice
Antes de aprender a como preencher uma Invoice, é preciso esclarecer que existem diferentes
formas de classificação dessa fatura comercial, nomeadas como Commercial Invoice, Invoice
Exportação e Proforma Invoice.
Explicaremos abaixo os tipos de Invoice e as principais diferenças entre eles:
Commercial Invoice
Deve ser emitida pela empresa ou profissional que está exportando para fora do Brasil, sempre que
houver a prestação de serviço ou venda de mercadorias para o exterior.
Invoice Exportação
A Invoice Exportação ou para exportação é um tipo de Commercial Invoice. Nesse caso, é usada para
documentar os processos de exportação de produtos para fora do Brasil de acordo com as
legislações aduaneiras.
Proforma Invoice
O primeiro passo para aprender a como preencher uma Invoice corretamente é reunir todas as
informações obrigatórias da fatura comercial para elaborar o documento, lembrando de seguir as
diretrizes estabelecidas pelas autoridades alfandegárias do mundo todo.
Como a Invoice é utilizada para registrar de maneira legal a operação comercial entre o exportador e
importador, a falta desse documento ou o seu preenchimento incorreto pode impedir o transporte e
liberação de remessas. Assim como o embarque de mercadorias.
Para evitar que isso ocorra, vamos apresentar as principais informações obrigatórias no
preenchimento da Commercial Invoice. Mas é importante estar ciente que as autoridades
alfandegárias podem solicitar outros dados e documentos que julgarem necessários.
Além disso, por se tratar de um documento de transação internacional, a Invoice precisa ser
preenchida nos dois idiomas da negociação ou em inglês. É interessante sinalizar dessa forma:
Para a visualização ficar mais fácil, você pode seguir essa sequência de como preencher uma
invoice e ir adaptando de acordo com a demanda da sua empresa, adicionando as informações
formatadas em papel timbrado:
1. Nome e endereço
Na Invoice, deve constar o nome e endereço completos do exportador e importador, assim como a
razão social, número de telefone, contato e CNPJ do exportador.
2. Descrição do produto ou serviço
3. Data de emissão
Informe a data em que a Invoice foi emitida, assim como as datas de previsão estimada de
embarque e desembarque da mercadoria.
Preencha a Invoice com o local exato em que deve ocorrer o embarque e desembarque da
mercadoria, seja ele um aeroporto, ferrovia, porto ou ponto de fronteira. Também deve informar o
endereço de entrega da carga, que pode ser o da empresa compradora ou outro local previamente
acordado.
5. Modal de transporte
Nesse espaço da Invoice, você deve informar qual foi o tipo de transporte escolhido para a entrega
da mercadoria. Pode ser marítimo, rodoviário, aéreo, ferroviário ou aquaviário.
Informe a quantidade, peso bruto, peso líquido, tipo de embalagem, número e marca de volumes.
Também devem ser descritos os cuidados e condições de transporte da mercadoria.
Informe o valor unitário da mercadoria, a moeda e o valor total do serviço na Invoice. Também deve
constar na invoice valor de frete e demais despesas, como custo com transporte interno e
embalagens.
8. Condições de pagamento
Declare o país de origem no qual a mercadoria foi produzida. O país de aquisição é considerado
aquele do qual os produtos foram adquiridos para serem exportados, independente do país de
origem da mercadoria ou insumos.
Por fim, as 3 vias originais da Invoice devem ser impressas em papel timbrado, assinadas pelo
exportador e carimbadas pelo emissor.
A Invoice precisa ser emitida sempre que houver prestação de serviço ou exportação de produtos
para o exterior.
O documento será usado para garantir a legalidade de toda a transação no âmbito internacional,
além de funcionar como um instrumento de cobrança pela prestação do serviço.
Quem deve emitir o Invoice, no entanto, é sempre o exportador utilizando o papel timbrado da
empresa com descrição em português, inglês e espanhol. Nesse caso, o documento precisa conter as
informações listadas acima que são pertinentes à transação, como:
Nome e endereço;
Descrição do serviço prestado;
Condições de pagamento;
Data de emissão;
Preço da fatura;
Assinatura e carimbo.
É importante lembrar que a Invoice deve ser emitida após a confirmação de compra e antes da
emissão do registro de exportação e faturamento. Também é preciso realizar 3 cópias originais,
devidamente assinadas e carimbadas.
Veja como gerar sua invoice com a Remessa Online em apenas 5 passos:
Ainda está inseguro sobre como preencher uma Invoice? Para facilitar o processo de emissão, você
pode utilizar a ferramenta da Remessa Online, que gera o documento de maneira simples e prática
em apenas 5 passos:
1. Clique aqui;
2. Preencha o seu e-mail;
3. Acesse o Gerador de Invoice;
4. Insira os dados obrigatórios;
5. Conclua o processo em “Gerar invoice”.
Para entender melhor sobre esse processo da Invoice através da Remessa Online, assista ao vídeo
abaixo e veja como é simples!
Muitas pessoas confundem com a função da nota fiscal, mas um documento não anula a
necessidade do outro. Portanto, se a sua empresa deseja expandir os negócios para o exterior, é
necessário saber que a nota fiscal acompanha a Invoice.
Além disso, é preciso ficar de olho no preenchimento correto de todas as informações, afinal, a
invoice é um documento importante para ambos os lados de uma negociação e é essencial para que
a contabilidade da empresa possa ter um controle correto do financeiro.
A formulação e o registro da DU-E ocorre pelo Portal Siscomex e consiste na prestação, pelo
declarante ou seu representante, das informações necessárias ao controle da operação de
exportação, incluindo a forma de exportação escolhida pelo exportador, os bens integrantes da
DU-E, e as circunstâncias da operação.
Modalidades de exportação
Em linhas gerais, as exportações podem ser realizadas pelo prórpio produtor ou empresário ou
pode ser intermedida por uma empresa terceira para finalizar o processo comercial. As modalides
de exportação dependem do tipo de faturamento e do nível de envolvimento do exportador em
todo o processo
1. Exportação direta ou por conta própria: o produto a ser exportado é faturado pelo próprio
produtor, que se relaciona com o importador. Ou seja, a venda é realizada diretamente para o
cliente pela própria empresa, não há intermediário. Como todos os negócios e processos são
elaborados e gerenciados pela empresa, é preciso ter conhecimento do processo em todas as
etapas da expotação e domínio das informações necessárias, entre elas, pesquisa e
conhecimento do mercado no país para o qual se deseja exportar; contato e negociação com o
importador; providências da documentação de exportação; ciência dos acordos comerciais no
exterior; embalagem e transporte; transações financeiras relacionadas à exportação. Nesse
caso, a própria empresa deve ser habilitada no SISCOMEX;
2. Exportação indireta: basicamente não há relação entre o fabricante e o importador. As
questões de exportação são entregues a intermediários, que podem ser trading companies ou
empresas comerciais exportadoras. De forma geral, em uma exportação indireta, estas
empresas terceirizadas compram a produção para levá-la a outros países, sendo, de fato, as
exportadoras do produto. Podem assim, negociar preço e condições conforme desejarem. Mas
também podem ser contratadas para realizar uma exportação por conta e ordem. Todos os
cuidados como contato e negociação com potenciais importadores, transporte para o país
importador, pesquisa de mercado, ações de promoção e divulgação dos produtos são de
responsabilidade do intermediário. A empresa intermediária que deverá ser habilitada no
SISCOMEX;
Dentro da modalides Exportação indireta existe a categorias exportação por conta e ordem de
terceiros, em que o o fabricante exportador contrata uma outra empresa – trading ou comercial
exportadora – para atuar como declarante e efetuar a exportação em seu nome. Neste formato, o
exportador e o declarante devem estar habilitados no Radar. O que a diferencia de uma operação
indireta é a nota fiscal de venda, que será emitida diretamente pelo fabricante exportador.
3. Remessa postal ou expressa: o declarante da DU-E e exportador são pessoas distintas, sendo
que o declarante da DU-E obrigatoriamente deve ser empresa de transporte expresso
internacional ou os Correios.
Formulação da DU-E
Para fins de formulação da DU-E, considera-se:
Qual a diferença entre esses dois locais? Imagine que um exportador de açaí situado em Belo
Horizonte deseja exportar seus produtos, saindo pelo porto de Santos. Para proceder o despacho
aduaneiro do açaí, o exportador poderá fazer o despacho aduaneiro no próprio porto de Santos ou
realizar o despacho aduaneiro em um porto seco (que pode ser em BH ou outra cidade próxima).
Por razões logísticas, pode ser mais interessante que o despacho aduaneiro seja realizado no porto
seco mais próximo, permitindo maior agilidade no desembaraço, uma vez que este será realizado
em local próximo ao estabelecimento do exportador. Além disso, os custos de armazenagem de
mercadorias em portos e aeroportos (enquanto se espera o desembaraço aduaneiro) são mais
elevados do que os custos de armazenagem em um porto seco.
Dessa forma, a unidade da RFB responsável pelo despacho é aquela situada em BH, enquanto a
responsável pelo embarque é a unidade da RFB do porto de Santos.
Nas hipóteses de exportação com base em nota fiscal em papel ou sem nota fiscal, todos os dados
necessários à elaboração da DU-E deverão ser fornecidos pelo declarante. A seguir estão listados
conceitos cuja compreensão é necessária para correta elaboração da DU-E:
Há duas formas básicas de elaboração da DU-E, inclusive existe a possibilidade de emiti-la sem a
nota fiscal, sendo permitida apenas para os casos dispensados por lei, sendo apresentados
posteriormente. Retomando a emissão da DU-E, esta pode ser feita:
1. A partir da importação dos dados da NF-e, com posterior complementação dos dados exigidos
não constantes da nota. Nesse caso, o declarante indicará as NF-es com as quais iniciará a
elaboração da DU-E e preencherá as demais informações manualmente no sistema;
2. Sem importação dos dados da NF-e, para os casos em que é permitido a dispensa de NF-e ou
utilização de NF-e em formulário. Nessa situação, as informações devem ser preenchidas a
partir da nota referente às mercadorias a serem exportadas e as informações adicionais
requerida na DU-E.
Nas hipóteses de exportação com base em nota fiscal em papel ou sem nota fiscal, todos os dados
necessários à elaboração da DU-E deverão ser fornecidos pelo declarante manualmente. É o caso
da exportação “sem vinculação de NF-E”, que trata do embarque antecipado de granéis e veículos,
a nota fiscal é emitida posteriormente e informada na DU-E através de retificação futura.
Formulação da DU-E sem nota fiscal
Por via de regra, recomenda-se formular a DU-E a partir dos dados da NF-e de exportação.
Entretanto, há casos em que a Nota Fiscal de Exportação é dispensada por lei, segue alguns
exemplos na Tabela 1.
Tabela 1 - Dispensa da Nota Fiscal de Exportação.
Motivo dispensa Motivo NCM Descrição
3001 – Bagagem desacompanhada Bagagem desacompanhada com retorno
1 99999911
com retorno (exportação temporária)
3002 – Bagagem desacompanhada Bagagem desacompanhada sem retorno
2 99999912
sem retorno (exportação definitiva)
3005 – Bens de viajante não incluídos Bens de viajante com retorno (exportação
5 99999921
no conceito de bagagem com retorno temporária)
3006 – Bens de viajante não incluídos Bens de viajante sem retorno (exportação
6 99999922
no conceito de bagagem sem retorno definitiva)
3012 – Saídas com retorno para
Saídas com retorno para feiras, exposições,
feiras, exposições, competições, etc. 12 99999931
competições, etc. (exportação temporária)
(exportação temporária)
3013 – Saídas sem retorno para
Saídas sem retorno para feiras, exposições,
feiras, exposições, competições, etc. 13 99999932
competições, etc. (exportação definitiva)
(exportação definitiva)
3007 – Bens de emprego militar com Bens de emprego militar com retorno
7 99999941
retorno (exportação temporária)
3008 – Bens de emprego militar sem Bens de emprego militar sem retorno
8 99999942
retorno (exportação definitiva)
3003 – Retorno de mercadoria ao
3 99999951 Devolução antes da DI (exportação definitiva)
exterior antes do registro da DI
3010 – Bens de herança 10 99999952 Bens de herança (exportação definitiva)
3011 – Bens doados 11 99999953 Bens doados (exportação definitiva)
3009 – Reexportação 9 99999961 Reexportação (exportação definitiva)
3014 – Exportação temporária de
Exportação temporária de bens destinados a
bens destinados a eventos científicos,
eventos científicos, técnicos, educacionais,
técnicos, educacionais, religiosos, 14 99999971
religiosos, artísticos culturais, esportivos,
artísticos culturais, esportivos,
políticos, comerciais ou industriais
políticos, comerciais ou industriais
3015 – Exportação temporária de
Exportação temporária de bens destinados a
bens destinados a pastoreio,
15 99999972 pastoreio, adestramento, cobertura e
adestramento, cobertura e cuidados
cuidados da medicina veterinária
da medicina veterinária
3016 – Exportação temporária de
bens destinados a promoção Exportação temporária de bens destinados a
comercial, inclusive amostras sem promoção comercial, inclusive amostras sem
destinação comercial e mostruários destinação comercial e mostruários de
16 99999973
de representantes comerciais, representantes comerciais, representantes
representantes legais, colaboradores legais, colaboradores ou prepostos das
ou prepostos das empresas empresas solicitantes do regime
solicitantes do regime
3017 – Exportação temporária de
Exportação temporária de bens destinados à
bens destinados à prestação de
17 99999974 prestação de assistência técnica a produtos
assistência técnica a produtos
exportados, em virtude de garantia
exportados, em virtude de garantia
3018 – Exportação temporária de
Exportação temporária de bens destinados a
bens destinados a atividades
atividades relacionadas com a
relacionadas com a intercomparação 18 99999975
intercomparação de padrões metrológicos,
de padrões metrológicos, aprovadas
aprovadas pelo Inmetro
pelo Inmetro
3019 – Exportação temporária de
bens reutilizáveis destinados ao Exportação temporária de bens reutilizáveis
transporte, acondicionamento, destinados ao transporte, acondicionamento,
segurança, localização, preservação, 19 99999976 segurança, localização, preservação,
manuseio ou registro de condições de manuseio ou registro de condições de
temperatura ou umidade de outros temperatura ou umidade de outros bens
bens
3020 – Outras exportações
20 99999981 Outras exportações temporárias sem nota
temporárias sem nota
3021 – Outras saídas definitivas sem
21 99999982 Outras saídas definitivas sem nota
nota
Fonte: Receita Federal Brasileira.
Referência Única da Carga: Número RUC
Uma particularidade da DU-E é o número RUC, que significa Referência Única da Carga, ou em
inglês UCR. Trata-se de um identificador único e irrepetível que serve de base para o controle da
armazenagem e movimentação de cargas para exportação. Este número obedece a uma
recomendação da Organização Mundial das Aduanas (OMA) e é útil para que a carga possa ser
rastreada por qualquer pessoa que o tenha.
A RUC é o um campo de preenchimento opcional na DU-E, mas se o usuário deixar o campo em
branco o sistema criará automaticamente um número de RUC – o que é mais comum, seguindo
um padrão.
VMVC e VMLE
O Valor da Mercadoria na Condição de Venda (VMVC) e o Valor da Mercadoria no Local de
Embarque (VMLE) são campos obrigatórios para o preenchimento da DU-E e não migram
automaticamente da Nota Fiscal Eletrônica, devendo ser preenchidos de forma manual. Esses
valores se alteram de acordo com o Incoterm estabelecido na operação de exportação. O VMLE
será sempre o valor da mercadoria, independente do Incoterm do processo. Já o preenchimento
do VMVC deve-se observar o Incoterm do processo. Para os Incoterms que tenham despesas como
frete e seguro ou outros, estas despesas precisam constar no VMCV. No caso do Incoterm FOB, o
VMVC é sempre maior ou igual ao VMLE, no Incoterm CIF, o VMVC é sempre maior. Para mais
informações basta averiguar a Tabela 2.
Tabela 2 - Tabela de Incoterm versus VMCV e VMLE.
VMCV (Valor da VMLE (Valor da
Condição de venda
Descrição Mercadoria na Pode ser Mercadoria no Local
(Incoterm)
Condição de Venda) de Embarque)
C+F Cost Plus Freight VMCV Maior ou igual VMLE
C+I Cost Plus Insurance VMCV Maior VMLE
CFR Cost And Freight VMCV Maior ou igual VMLE
Cost, Insurance And
CIF VMCV Maior VMLE
Freight
Carriage And
CIP VMCV Maior VMLE
Insurance Paid To
CPT Carriage Paid To VMCV Maior ou igual VMLE
DAP Delivered At Place VMCV Maior VMLE
Delivered At
DAT VMCV Maior VMLE
Terminal
DDP Delivery Duty Paid VMCV Maior VMLE
EXW Ex Works VMCV Menor ou igual VMLE
FAZ Free Alongsid Ship VMCV Menor ou igual VMLE
FCA Free Carrier VMCV Menor ou igual VMLE
FOB Free On Board VMCV Maior ou igual VMLE
Outra Condição De Qualquer
OCV VMCV VMLE
Venda combinação
Fonte: Receita Federal Brasileira.
LPCO
Licenças, Permissões, Certificados e Outros Documentos (LPCO) são as licenças, autorizações,
certificados e outros documentos públicos exigidos para a realização de uma exportação, exceto os
de natureza aduaneira. Todos esses pedidos devem ser averiguados pelos órgãos anuentes
(IBAMA, ANVISA, DECEX, BNDES, ...), que serão responsáveis por responder aos pedidos de
licenças e permissões a partir do SISCOMEX.
Após o pedido de LPCO (que ficará na situação “Para análise”), o prazo para manifestação do órgão
anuente (deferir, colocar exigência ou indeferir) é de 30 dias.
É possível saber previamente se um código NCM está sujeito a alguma licença (LPCO), restrição ou
impedimento administrativo, consultando o simulador do tratamento administrativo de
exportação disponível no Portal Siscomex.
Um dos grandes benefícios do Novo Processo de Exportação foi a implementação da “Licença
Guarda-Chuva”. Apelido dado para os LPCOs que podem ser usados em mais de uma DU-E desde
que dentro de seu prazo de validade e enquanto houver saldo de operação de exportação. No
modelo anterior, o exportador era obrigado a emitir uma licença de exportação para cada
embarque. Ou seja, a licença deixa de ser para o “produto” e passa a ser para a “operação”.
O número do LPCO deve ser lançando na tela de item da DU-E. Cada DU-E pode conter mais de um
número de LPCO, caso necessário.
Determinar o preço de exportação é um dos aspectos mais importantes e decisivos para a conquista e
permanência em determinado mercado, isso porque uma vez estabelecido, é difícil altera-lo no curto
prazo. Desse modo, a fixação do preço de exportação deve ser precedida de estudo detalhado dos
custos de produção e das condições de mercado, de forma a viabilizar a manutenção do esforço
exportador, sem prejuízo para a empresa.
Existe mais de um método para se obter o Preço de Exportação. Com o objetivo de estar em
conformidade com o Simulador de Preço de Exportação, uma ferramenta sugerida pelo antigo
Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) – atualmente vinculado ao Ministério da
Economia, foi adotado um método que consiste em eliminar do preço total do bem vendido no
mercado interno (sem IPI) os componentes que não ocorrerão na composição do preço de exportação.
Em seguida, é somado a este resultado outros itens que deverão compor o preço de venda para o
exterior.
Conceitos importantes
A carga tributária no Brasil é conhecida pelo seu excesso. Entretanto, existe uma em distinguir o que
de fato pagam ao governo, seja federal, estadual ou municipal. Um tributo comporta algumas
modalidades e muitos ainda confudem os conceitos de tributos, impostos, taxas e contribuições. No
caso de uma empresa, o empreendedor deve ter noções gerais sobre os tributos, para saber como está
a contabilidade do negócio.
Tributo
De acordo com o Código Tributário Nacional, tributo inclui todos os pagamentos obrigatórios de
pessoas físicas e jurídicas previstos por lei que devem ser recolhidos pelo Governo. Os tributos
custeiam a máquina pública e são categorizados em impostos, taxas ou contribuições.
1 Imposto
O Imposto é um encargo financeiro que incide sobre todos os bens de consumo, renda e patrimônio. É
um tipo de tributo não vinculado, ou seja, o contribuinte paga mas não sabe para qual fim o recurso
será utilizado. Sendo assim, a contraprestação que recebemos não é específica: esse dinheiro poderá
ser utilizado para pagar o salário de algum funcionário público, por exemplo. Os impostos podem ser
diretos, quando o pagamento recai diretamente ao contribuinte, é o caso do Imposto de Renda (IR),
por exemplo; ou podem ser indiretos, quando os encargos acometem todos os bens adquiridos pelos
consumidores, transações de serviços e mercadorias. Sua base tributária é relacionada aos valores de
compra e venda, é o caso do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que tributa o
consumo de todos os bens
Os impostos também são divididos em relação ao destino de sua arrecadação. Podem ser federais,
quando sua arrecadação vai para o Governo Federal, a exemplo do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI); Estaduais, quando a arrecadação vai para as Unidades de Federação, a exemplo
do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto sobre a Propriedade de
Veículos Automotores (IPVA); e os Municipais, em que a arrecadação é para o Município, é o caso do
Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).
2 Taxa
A taxa é um valor cobrado por conta de uma prestação de serviços públicos, seja ele municipal,
estadual ou federal. Como por exemplo, a taxa para emissão de um documento, a taxa de limpeza e
de iluminação pública, a taxa de saneamento básico, entre outras. Ao contrário dos Impostos, as taxas
são cobradas vinculadas a uma prestação de serviço público específico, na qual uma taxa não pode
interferir na competência da outra. Assim, uma taxa de competência municipal não pode ser cobrada
também pela União.
3 Contribuição
As contribuições estão divididas em dois grupos, a contribuição especial, que é cobrada quando se
destina a um determinado grupo ou atividade, como é o caso da contribuição ao INSS para financiar a
previdência, e o PIS (Programa de Integração Social) realizada pelas empresas destinada aos
funcionários do setor privado. O outro grupo é o da contribuição de melhorias, cobrada quando ocorre
uma melhoria que resulte em benefício ao contribuinte, como o caso do asfaltamento em uma rua. O
valor do imóvel acaba por ser valorizado devido a esta melhoria, e isso gera a contrapartida do cidadão
pois ele teve um claro benefício.
Bem como as taxas, as contribuições também estão associadas a uma contraprestação do governo, e
assim como os impostos e taxas, as contribuições de melhorias também podem ser instituídas pela
União, Estado ou Município.
As contribuições representam uma forma de o Estado conseguir recursos, sem sua atuação direta no
mercado. Incidem sobre recursos financeiros, rendimentos, salários, bens e mercadorias que circulam
na economia nacional.
As exportações brasileiras possuem alguns incentivos tributários, dentre eles cita-se o tratamento
fiscal diferenciado para os tributos ICMS, IPI, Pis, Cofins e ISS, sendo estes isentos, imunes ou não
incidentes nas exportações. Para esse fluxo de comércio, o exportador precisa estar atento ao Imposto
de Exportação (IE).
1 Imposto sobre Exportação (IE)
Competência: Federal
Instituído pela União, o imposto sobre a exportação tem como fato gerador a saída da mercadoria do
território aduaneiro.
Contribuinte: exportador.
Base de cálculo: É calculado utilizando-se como base o preço normal que a mercadoria alcançaria em
uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional. A alíquota do IE atualmente
encontra-se em 30%, podendo ser reduzida ou aumentada pela Câmara de Comércio Exterior, não
podendo ser superior a 150%. Quando o preço da mercadoria for de difícil apuração ou suscetível a
oscilações bruscas no mercado internacional, a Camex fixará critérios específicos ou estabelecerá
pauta de valor mínimo para a apuração da base de cálculo.
Competência: Federal
Não incide sobre exportações, os produtos exportados estão isentos do IPI, diferente do que ocorre
nas importações.
Competência: Federal.
As exportações são isentas do PIS.
Competência: Federal.
Competência: Federal.
Competência: Municipal.
Se o transporte mais adequado for por via aérea, as cotações de frete, despesas aeroportuárias e
demais serviços poderão ser fornecidas pelas companhias aéreas, despachantes aduaneiros e
empresas de assessoria em comércio exterior. Para o transporte rodoviário ou ferroviário, consulte
transportadoras habilitadas a operar no transporte internacional, despachantes aduaneiros ou
empresas de assessoria em comércio exterior.
Equipe: Michelle Marcia Viana Martins, Tobias Moreira Ramos, Gabrielle Silva Cruz e Lívia Madeira
Triaca.
Principais Documentos de Exportação: Lista completa
6. Conhecimento de Embarque
O Conhecimento de Embarque é um dos documentos mais importantes do Comércio Exterior, pois
transmite a posse da mercadoria, entre outras funcionalidades. Ele é emitido pela companhia
responsável pelo transporte da mercadoria.
Esse documento, independente do modal serve para oficializar a contratação da operação do
transporte internacional, comprovar o recebimento da carga na origem, além da obrigação de
entregá-la no destino, constituindo a prova de posse e propriedade da mercadoria. Este documento
recebe denominações de acordo com o meio de transporte utilizado. São exemplos: Air Waybill
(AWB) e Bill of Lading (BL ou B/L).
8. Certificado de Origem
O Certificado de Origem é o documento (em papel ou digital) que assegura a origem da mercadoria, ou
seja, ele certifica que a mercadoria foi elaborada utilizando os critérios de produção previamente
estabelecidos, respeitando as regras de origem contidas no regime de origem.
No comércio exterior, é utilizado basicamente para concessão de preferência tarifária resultante de
um acordo comercial.
9. Carta de Crédito (L/C)
A Carta de Crédito é uma modalidade de pagamento que possui regulação internacional, além da
intermediação de um ou mais bancos, de forma a garantir a segurança da transação comercial entre
exportador e importador. Assim como os Incoterms, a Carta de Crédito também é regulada
pela Câmara Internacional do Comércio.
Os Documentos de Exportação considerados como Pré embarque são aqueles que devem ser emitidos
pelo exportador e/ou obtidos de órgãos e entidades que participam do processo de exportação.
Entretanto, a obrigatoriedade dos documentos para a exportação mostra a importância de saber tudo
sobre a legalidade antes de iniciar o processo.
👉 Além deste texto sobre os documentos de exportação, confira nosso artigo sobre o Passo a Passo
para Exportar Produtos!
Elabore a documentação necessária para a exportação
A documentação é uma parte de extrema importância para que a exportação ocorra de acordo com
os trâmites aduaneiros. Por ser um processo internacional a lista de documentos é bastante longa, mas
se a sua empresa está sem nenhuma pendência fiscal, será relativamente fácil obter todos os
documentos necessários sem muita dor de cabeça.
A fim de tornar o comércio exterior mais ágil, simples, moderno e menos custoso é que o Portal
Siscomex foi desenvolvido.
Na imagem abaixo podemos ver onde a nova Declaração Única de Exportação se encaixa dentro do
Programa Portal Único de Comércio Exterior.
Para ilustrar:
👉 Se você deseja importar produtos, confira o nosso artigo sobre os Principais Documentos para
Importação!
CONTRATOS
O comércio internacional tem-se revelado um meio extremamente criativo, razão pela qual surgem a
cada dia novas modalidades de negociação, canais de distribuição e normas que possam conduzir
essas atividades. Muitas vezes, quando se encontra uma referência ao comércio internacional é
possível identificar, também, os elementos relacionados aos contratos internacionais e, em particular,
à compra e venda internacional de mercadorias.
Atualmente é muito comum um pequeno industrial brasileiro importar insumos da União Europeia,
produzir peças e equipamentos no País e, posteriormente, exportá-los para um outro país.
Até aí tudo parece normal, salvo pelo fato de que este empresário terá de negociar um contrato
internacional de compra e venda de mercadorias, em inglês, com o produtor europeu dos insumos
necessários à produção, negociar o seu produto com possíveis compradores da Ásia, redigir uma
minuta de contrato internacional em algum idioma estrangeiro, embarcar o produto em um navio de
bandeira grega, contratar o seguro do frete com uma seguradora inglesa, acertar o pagamento do
preço em moeda conversível no exterior e o meio de pagamento por uma carta de crédito emitida por
um banco chinês, que será confirmada por um banco holandês de primeira linha.
Dessa forma, verifica-se um crescente interesse pela uniformização do direito da compra e venda
internacional, como forma de estimular o intercâmbio comercial entre as nações. Um bom exemplo
desse esforço foi dado pela Organização das Nações Unidas (ONU), que, em 1966, por meio da
Resolução 2.205, de 17.12.66, criou a Comissão das Nações Unidas do Direito do Comércio
Internacional (UNCITRAL) com a finalidade de, dentre outras atribuições, codificar os usos e costumes
do comércio internacional, promovendo sua aceitação e preparando novas convenções internacionais
sobre a matéria, se possível em cooperação com outras instituições.
CONVENÇÃO UNCITRAL
Um dos maiores frutos da UNCITRAL é a Convenção das Nações Unidas sobre os Contratos de Compra
e Venda Internacional de Mercadorias, mais conhecida como Convenção de Viena de 1980, que entrou
em vigor em 1988. A referida convenção foi adotada oficialmente pelo Brasil através do Decreto
8.327/2014.
O resultado da Convenção de Viena de 1980 é um texto flexível e adequado, que provou ser possível
conciliar os objetivos de nações com regimes políticos, econômicos e ideológicos visivelmente opostos
e oriundos de diferentes sistemas jurídicos.
O Instituto Internacional para a Unificação do Direito Privado (UNIDROIT), também conhecido como
instituto de Roma, foi criado em 1926, sob a orientação da Liga das Nações, com o objetivo de, nos
termos do artigo 1º do seu estatuto: “Estudar os meios para harmonizar e coordenar o direito privado
entre os Estados ou grupo de Estados e preparar gradualmente a adoção de uma legislação uniforme
de direito privado”.
O texto da Convenção de Viena de 1980 contém 101 artigos, divididos em quatro partes, que
uniformizam diversos conceitos, como, por exemplo, o momento da formação de um contrato
internacional de compra e venda, além do conteúdo da oferta e da aceitação e a questão de perdas e
danos.
Apesar de ter sido ratificada por mais de 60 países, incluindo os principais atores do comércio
internacional, ainda não foi ratificado pelo Brasil o texto da referida convenção, o que inclusive está
em trâmite no Senado Federal para ser aceita e ratificada a Convenção pelo Brasil.
Definição – um contrato será sempre internacional quando um dos elementos formadores desse
contrato estiver sujeito a outro ordenamento jurídico, isto é, a presença de elementos estrangeiros, a
potencialidade de ser aplicado mais de um sistema jurídico para regular determinada situação jurídica.
Um exemplo disso pode ser, a localização do domicílio das partes em países distintos, a localização do
bem, objeto da transação comercial, ou o local do cumprimento da obrigação.
Dessa forma, cumpre ressaltar a importância de se definir qual desses ordenamentos jurídicos
conectados com o contrato será aplicado a este.
A questão da escolha da lei de regência de um contrato internacional tem como ponto de partida o
princípio da autonomia da vontade das partes em contratar, que consagra a liberdade das partes
contratantes em estabelecer a lei e as condições que regerão o ato jurídico em questão.
Observa-se, por conseguinte, que, em decorrência deste princípio da autonomia da vontade das
partes, os contratantes poderão escolher a lei que será aplicável a um instrumento contratual, desde
que respeitados os limites da ordem pública, bons costumes e da soberania de cada Estado .
Por outro lado, alguns ordenamentos jurídicos estabelecem limites à autonomia da vontade das partes
na hora de decidir a lei aplicável a um contrato internacional. Há, ainda, um grupo de países que
restringe a liberdade das partes em eleger uma lei aplicável a uma obrigação contratual à lei que tenha
necessariamente uma conexão (elemento de conexão) com as partes (domicílio ou nacionalidade) ou
com o negócio jurídico em si (local de execução da obrigação) .
Quando as partes não definem a lei que regerá o contrato internacional, a futura controvérsia será
solucionada de acordo com a lei que for indicada pela aplicação das normas de Direito Internacional
Privado (DIPr) de um ordenamento jurídico conectado ao contrato, de acordo com o método.
No Brasil, o artigo 17 da Lei de Introdução ao Código Civil determina: “As leis, atos e sentenças de
outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando
ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes”.
As normas internas de Direito Internacional Privado, que, no caso específico do Brasil, quando as
partes não elegerem a lei de regência de um contrato internacional, indicam a aplicação da lei de
regência das obrigações internacionais, encontram-se na Lei de Introdução ao Código Civil (LICC).
O caput do Art. 9º da LICC determina que "para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do
país em que se constituírem” (lex loci celebrationis), isto é, no caso do contrato
internacional celebrado entre partes presentes, prevalecerá a lei do país de sua constituição, mas, no
caso do contrato internacional celebrado entre partes ausentes (ex.: por meio de carta, fax ou e-mail),
a lei aplicável será, nos termos do parágrafo 2º do art. 9º, a lei do país de domicílio do ofertante: “A
obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente”.
Há três elementos essenciais que compõe o Contrato de Compra e Venda Internacional, a saber:
b) Bilateral - gera direitos e obrigações para ambas as partes; o exportador terá de transferir a
propriedade da mercadoria (e entregá-la) e o importador terá de pagar por ela.
d) Comutativo - possui objeto certo e seguro. Porém, no caso de o exportador não possuir o objeto
contratual (mercadoria) no momento do contrato, há que se definir a forma e o momento da
responsabilidade deste em entregar o bem a partir de certas especificações. Isso pode ocorrer quando
o exportador-produtor se compromete a fabricar o bem sob encomenda, por exemplo. Ele ainda não o
possui no momento da celebração do contrato, mas deve especificar detalhadamente para o
importador como é o bem que ele pretende fabricar, para que este (importador) saiba exatamente
como será o bem que está adquirindo.
Tópicos relacionados:
Na elaboração de Contrato Internacional de Compra e Venda há cláusulas necessárias que devem estar
presentes, estipulando-se compromissos recíprocos entre os contratantes.
Na grande maioria dos casos, os contratos internacionais de compra e venda de mercadorias são
assinados entre empresas (pessoas jurídicas), por conseguinte, uma atenção maior deverá ser
empregada na hora de definir as informações essenciais dessa empresa.
O mais comum é precisar o nome completo da pessoa jurídica, a sua forma de constituição societária
(ex.: sociedade limitada ou anônima), o endereço completo e o local de constituição da empresa e o
número de identificação fiscal da sociedade, se houver.
Outro fator importante é a qualificação do representante legal da empresa, isto é, a pessoa física que
tem, efetivamente, poderes para assinar o contrato em nome da empresa e, consequentemente,
obrigá-la pelas disposições contratuais assinadas.
Essa informação é de suma importância para o bom termo do contrato, e a verificação dos poderes do
representante legal deverá ser feita antes da assinatura do instrumento contratual, mediante a
comprovação dos referidos poderes no contrato social ou estatuto da pessoa jurídica (articles of
association ou by-laws), ou ainda por meio de uma procuração (power of attorney) com poderes
específicos para assinar o contrato, outorgada pelo efetivo representante legal da empresa.
Observe-se, também, que, com relação ao número de inscrição fiscal (no Brasil, o CNPJ) da sociedade
estrangeira, nem todos os países adotam o sistema numérico de inscrição fiscal ou tributária e,
portanto, nem todas as empresas terão uma espécie de CNPJ para incluir na sua qualificação, o que
não significa que o contrato esteja incompleto ou incorreto.
A forma de identificação das pessoas jurídicas depende diretamente da lei do país de constituição da
sociedade comercial. Por exemplo, em alguns países da América Latina, as pessoas jurídicas possuem,
em vez de um CNPJ, como ocorre no Brasil, um registro denominado de Número de Identificação Fiscal
(NIF).
Vale a pena ressaltar, ainda, que na hora de qualificar a parte contratante deve-se verificar se a pessoa
jurídica que vai efetivamente assinar o contrato é, na verdade, a empresa com a qual a negociação da
compra e venda de mercadorias foi realmente desenvolvida. Isso ocorre porque, muitas vezes, a
negociação de um contrato internacional é feita, por exemplo, pela sede (matriz) da empresa no
exterior, mas na hora de assinar o contrato a sociedade que consta da minuta é uma filial ou
subsidiária daquela empresa interessada na operação, situada, em geral, em paraísos fiscais.
Essa “troca” de dados na hora da assinatura do contrato pode vir a representar prejuízos para uma das
partes contratantes, na medida em que é comum encontrar nesses paraísos fiscais empresas
consideradas de “fachada”, sem patrimônio relevante, que, em caso de inexecução de uma
determinada obrigação contratual, poderão não dispor de meios financeiros suficientes para reparar
um dano direto causado à outra parte.
b) Definição e Descrição das Mercadorias – No teor do contrato de compra e venda internacional deve
constar a definição do tipo de produto que será negociado, com as respectivas descrições da
mercadoria, o tipo, qualidade e quantidade do produto (peso líquido e bruto ou volume, conforme o
caso), a forma de embalagem, eventuais acessórios características, volume, quantidade, peso, forma,
unidade, se possui conteúdo de periculosidade quanto ao manuseio. Cada informação sobre o produto
é necessária em relação às exigências legais que deverão ser cumpridas pelo exportador e pelo
importador.
c) Objeto – é a cláusula a mais importante do contrato em geral. A finalidade dessa cláusula é definir
qual será o resultado do contrato por meio de uma definição precisa e completa do bem que será
objeto da compra e venda internacional. As partes contratantes devem se preocupar em detalhar com
clareza as características do produto para evitar futuras controvérsias quanto à natureza da coisa
vendida, podendo, também, optar pela adoção do respectivo código tarifário do bem objeto da
contratação.
As formas mais comuns são a transferência bancária à vista ou após um determinado número de dias
da data do embarque da mercadoria, que surgem com frequência nos contratos entre as partes que
mantêm uma relação comercial estável há algum tempo, ou por meio do crédito documentário em
suas diversas formas de cartas de crédito, que representa um meio de pagamento pelo qual o banco
que emite a carta de crédito se obriga a efetuar o pagamento, mediante a apresentação de um
determinado conjunto de documentos, que inclui o conhecimento de embarque da mercadoria.
É importante distinguir entre crédito documentário e carta de crédito. Embora muitas vezes as
expressões sejam confundidas, na verdade a primeira delas é mais ampla e inclui a segunda.
A carta de crédito apresenta essa última característica, tratando-se de uma modalidade de crédito
documentário. Existem diversos tipos de carta de crédito, que variam em função do tipo e da duração
do contrato e do grau de proteção desejável para o vendedor.
Assim encontram-se com frequência cartas de crédito do tipo revolving para os contratos de
fornecimento, ou ainda na modalidade de cartas revogáveis ou irrevogáveis.
Quando a carta de crédito é emitida por um banco pequeno ou desconhecido, é comum que essa carta
seja confirmada posteriormente por um banco de primeira linha internacional, mediante solicitação de
uma das partes contratantes.
e) Preço e Condições de Venda - Trata-se de outra cláusula que merece especial atenção das partes
contratantes. Em primeiro lugar, essa cláusula deve fixar, inclusive por extenso, o preço unitário e total
do produto a ser comercializado.
Além disso, as partes devem definir também a moeda específica do preço indicado, uma vez que
algumas moedas, como o peso, a libra e o dólar, são adotadas por diversos países e, por conseguinte,
mantêm diferentes cotações no mercado cambial; por isso mesmo, a fixação do preço deve incluir a
origem da moeda (por exemplo, dólares norte-americanos).
Faz-se necessário destacar aqui que o direito brasileiro admite, em matéria de comércio internacional,
a contratação em moeda estrangeira, nos termos do disposto no Decreto-Lei 857, de 11.9.69. As
partes podem, portanto, escolher a forma de pagamento na moeda do país do vendedor, do país do
comprador ou ainda na moeda de um terceiro país que seja conversível e estável no mercado
internacional de câmbio.
Outro fator que deve ser observado nesta cláusula diz respeito à modalidade de entrega do produto,
mediante a indicação de um dos termos previstos nos Incoterms, padronizados pela Câmara de
Comércio Internacional, que vai indicar o porto de entrega ou embarque do produto, o tipo de
transporte utilizado, a contratação de frete e de seguros e de eventuais serviços aduaneiros, além do
momento de transferência da propriedade do vendedor para o comprador.
f) Obrigações das Partes - Na relação de compra e venda internacional, as partes assumem distintas
obrigações, que dependerão diretamente do tipo de contrato e das características específicas do
produto objeto da contratação ou do setor da economia no qual a mercadoria está inserida. As
próprias partes redigirão essas obrigações com base em suas respectivas experiências comerciais e no
grau de conhecimento mútuo entre elas.
O vendedor, por exemplo, tem obrigações típicas, como entregar ou embarcar o produto na data
determinada no contrato, e ainda outras obrigações de, conforme o caso: fornecer informações sobre
o produto (incluindo manual de instruções já traduzido no idioma do país do importador); garantir
um sistema de atendimento telefônico pós-venda, para esclarecer dúvidas quanto à utilização do
produto pelo comprador; assistência técnica; treinamento dos funcionários do importador, para a
correta utilização do produto, etc.
Por outro lado, o comprador assume, igualmente, obrigações específicas, em particular, a obrigação de
efetuar o pagamento na data estipulada e na modalidade indicada no contrato, além de contratar, por
exemplo, serviços de inspeção das mercadorias no porto de embarque.
A duração do período de garantia obedece aos usos e costumes internacionais praticados em cada
setor da economia.
h) Lei Aplicável e Jurisdição. Do ponto de vista jurídico, trata-se de um dos pontos mais importantes
do contrato. Esses dois elementos (a lei aplicável ao contrato e o foro competente) podem vir reunidos
em uma mesma cláusula ou separados.
Embora o contrato seja denominado internacional, o mesmo será regido por um ordenamento jurídico
nacional, pois não existem leis específicas, situadas fora do contexto de algum estado, que possam
dirimir eventual conflito de jurisdição entre os países contratantes. O ordenamento jurídico ao qual se
vincula um determinado contrato é o denominado foro internacional.
Podem surgir sérios problemas se um determinado contrato internacional não estabelecer a lei à qual
deverá se vincular. Neste caso, a definição da lei aplicável deverá seguir os critérios de determinação
dados pelo Direito Internacional Privado de cada país, que podem indicar leis aplicáveis diferentes para
um mesmo litígio, dando origem a um impasse jurídico conhecido como conflito de jurisdição.
Não há um sistema jurídico internacional padronizado que possa reger os contratos internacionais.
Geralmente é aceito o princípio de que, salvo expresso acordo em contrário, o foro do contrato
internacional será o foro do local do domicílio do exportador, local onde o exportador esteja
estabelecido, regido pelas leis de seu domicílio).
j) Rescisão - É a parte do contrato que estipula os critérios para a rescisão contratual, isto é, a
desconstituição do negócio jurídico e, por conseguinte, a perda da eficácia do contrato.
A cláusula de rescisão também define as hipóteses em que uma das partes deixa de cumprir uma de
suas obrigações definidas no contrato e a forma de solucionar a inexecução da obrigação, no caso de
as partes ainda terem interesse em manter o vínculo contratual.
Rescisão Automática - ocorre ao término do prazo de vigência contratual, sem que as partes
manifestem a vontade em prorrogá-lo.
Rescisão Voluntária – ocorre quando uma das partes se sente prejudicada pelo fato de a outra parte
descumprir um ou mais de seus compromissos assumidos no contrato.
Rescisão Involuntária – ocorre quando uma das partes se torna totalmente incapaz de continuar
cumprindo as suas obrigações contratuais, seja por causa de dissolução da sociedade, seja por falência
ou alienação do controle societário da empresa contratante.
l) Idioma - Esta cláusula é muito útil nos casos de contratos internacionais de compra e venda de
mercadorias que são redigidos em dois ou mais idiomas simultaneamente. É importante prever uma
cláusula de idioma que vai estabelecer quais são as versões existentes do contrato em questão, além
de indicar na redação da cláusula qual será a versão que prevalecerá sobre as demais, em caso de
dúvida quanto à interpretação de um dispositivo contratual.
Exemplo; “Este contrato entrará em vigor na data efetiva de sua assinatura e todos os prazos serão
contados a partir desta data. A duração do contrato será de 2 (dois) anos.”
- Árbitros- como as partes são livres para escolher os árbitros que comporão o tribunal arbitral, em
geral, os escolhidos são pessoas altamente especializadas na matéria que deu origem à disputa entre
as partes, podendo decidir o conflito com experiência e a autoridade de quem domina o objeto da
questão.
A utilização do instituto da arbitragem como uma alternativa ao Poder Judiciário para resolver uma
determinada controvérsia comercial existente entre as partes de um contrato é facultativa para as
partes envolvidas, isto é, elas não são obrigadas a recorrer à arbitragem, podendo submeter o conflito
ao foro judicial competente.
Observe-se, entretanto, que, uma vez que as partes façam a opção pelo recurso à arbitragem (ou por
meio da cláusula compromissória inserida no contrato ou pelo compromisso arbitral celebrado
posteriormente pelas partes), o seu resultado torna-se obrigatório para elas, e a decisão dos árbitros
será necessariamente cumprida. Note-se, portanto, que a arbitragem é facultativa quanto à sua
origem, porém é obrigatória quanto ao seu resultado.
A redação da cláusula compromissória, para ser considerada eficaz, deverá contemplar alguns
elementos essenciais, a saber:
(a) a corte permanente ou de arbitragem onde será realizado o procedimento arbitral. Muitas
instituições voltadas, em especial, para o fomento do comércio internacional, como, por exemplo, a
Associação Americana de Arbitragem (AAA) e a Câmara de Comércio Internacional de Paris (CCI) se
dedicam ao estudo e promoção da arbitragem e possuem cortes permanentes que dispõem de
infraestrutura e experiência em matéria arbitral e são muito procuradas para a realização desses
procedimentos);
(b) a cidade onde será realizada a arbitragem (uma vez que algumas instituições que realizam a
arbitragem possuem mais de uma sede);
(d) as regras que serão utilizadas pelos árbitros (normalmente, essas regras são aquelas desenvolvidas
pelas próprias instituições que lidam com a arbitragem e que são similares em muitos aspectos).
O idioma em que será conduzida a arbitragem também costuma fazer parte desta cláusula. Verifique-
se, ainda, que a arbitragem comercial internacional também pode ser realizada ad hoc, ou seja, as
próprias partes contratantes, interessadas na utilização do mecanismo alternativo da arbitragem,
podem criar o seu próprio “tribunal arbitral ad hoc”, indicando seus árbitros e estabelecendo as
próprias regras de arbitragem mais adequadas para a utilização em um caso específico.
n) Cláusula Penal – Esta cláusula é aplicada em razão do não cumprimento das obrigações por uma das
partes contratantes, seja pelo não pagamento ou pelo não cumprimento das demais responsabilidades
assumidas pelos contratantes.
Destaque-se que, na omissão dessas cláusulas, a parte culpada desonera-se de arcar com as
responsabilidades decorrentes de perda ou dano sofridos na mercadoria.
Cláusulas Aleatórias – buscam salvaguardar aos contratantes no caso de qualquer ocorrência que
independa de suas vontades, acontecida na vigência do contrato.
Esta cláusula, internacionalmente conhecida por sua expressão francesa Force Majeure, funciona como
uma espécie de cláusula de exoneração de responsabilidade das partes contratantes, em certas
ocasiões específicas.
Com efeito, para que haja um evento de força maior, faz-se necessário comprovar que:
1) o evento ocorreu fora do controle das partes contratantes, ou seja, as partes não contribuíram de
forma alguma para a realização do evento;
À medida que a ocorrência de determinado evento de força maior resultar na impossibilidade de uma
das partes em continuar cumprindo as suas obrigações assumidas no âmbito de um contrato
internacional, então estará configurado o impedimento para o cumprimento do contrato.
Os eventos de força maior podem ter causas variadas, mas o resultado é idêntico: a suspensão do
cumprimento de uma determinada obrigação contratual.
- Fenômenos políticos e sociais – greves, guerras, revoluções, comoções políticas, etc.; e fenômenos
legais – restrições cambiais impostas por um governo, embargos comerciais, resoluções da
Organização Mundial do Comércio (OMC) impedindo a comercialização de um determinado tipo de
mercadoria.
Clausula Hardship
Trata-se de outro tipo de cláusula, muito comum nos contratos internacionais de longa duração, com
efeitos de salvaguarda e, que preserva as partes de eventos também independentes de sua vontade,
mas não decorrem de força maior (fenômenos da natureza, de acontecimentos políticos e
administrativos, perturbações de ordem social), relacionando-se com fatos novos, que eventualmente
surjam durante a vigência contratual, com capacidade de prejudicar as partes, tornando-o mais
oneroso.
A cláusula de hardship (adversidade, dureza), também conhecida como cláusula de revisão, funciona
como uma cláusula complementar à cláusula de força maior, pois, apesar de não garantir a suspensão
ou resolução do contrato – como ocorre na força maior –, ela garante a revisão deste, de forma a
promover a adaptação do instrumento contratual às novas condições vigentes, tornando-o mais
equilibrado e evitando um ônus excessivo para uma ou ambas as partes contratantes.
Ao contrário da cláusula de força maior, que decorre, por exemplo, de fatores da natureza, políticos ou
sociais, a cláusula de hardship decorre da modificação de certas condições originais do contrato que,
caso não sejam readaptadas ou reajustadas, provocarão uma situação injusta para uma das partes e
causarão o desequilíbrio do contrato como um todo, podendo, inclusive, provocar a falência da parte
que sofre com a mudança dos termos iniciais do contrato.
A sua previsão assegura, portanto, o direito das partes de poder solicitar, após a alteração dos termos
econômico-financeiros da base inicial do contrato, o seu reajuste para refletir o equilíbrio inicial
vigente no momento da formação do acordo.
Cláusula INCOTERMS
Constituem-se em regras básicas criadas pela Câmara de Comércio Internacional (CCI) para facilitar o
processo de definição dos direitos e obrigações que competem ao exportador e importador, não
somente no que se refere às despesas inerentes às transações, como também no que tange à divisão
de responsabilidades por perdas e danos que possam sofrer as mercadorias negociadas.
Em relação a compra e venda de mercadorias, o que deve ser observado tanto pelo exportador e
importador são as condições que norteiam a venda das mercadorias.
As regras utilizadas para esse fim estão definidas nos International Commercial Terms (Incoterms),
editada pela Câmara de Comércio Internacional (CCI).
A utilização das Incoterms é um procedimento a ser seguido e deverá estar pactuado entre as partes
no contrato internacional de compra e venda de mercadorias.
Uma operação de comércio exterior com base nos Incoterms reduz a possibilidade de interpretações
controversas e de prejuízos a uma das partes envolvidas.
- FOB – Free on Board - o exportador deve entregar a mercadoria, desembaraçada, a bordo do navio
indicado pelo importador, no porto de embarque. Esta modalidade é válida para o transporte marítimo
ou hidroviário interior. Todas as despesas, até o momento em que o produto é colocado a bordo do
veículo transportador, são da responsabilidade do exportador. Ao importador cabem as despesas e os
riscos de perda ou dano do produto, a partir do momento que este transpuser a amurada do navio.
- CFR – Cost and Freight - o exportador deve entregar a mercadoria no porto de destino escolhido pelo
importador. As despesas de transporte ficam, portanto, a cargo do exportador. O importador deve
arcar com as despesas de seguro e de desembarque da mercadoria. A utilização desse termo obriga o
exportador a desembaraçar a mercadoria para exportação e utilizar apenas o transporte marítimo ou
hidroviário interior.
- CIF – Cost, Insurance and Freight - modalidade equivalente ao CFR, com a diferença de que as
despesas de seguro ficam a cargo do exportador. O exportador deve entregar a mercadoria a bordo do
navio, no porto de embarque, com frete e seguro pagos. A responsabilidade do exportador cessa no
momento em que o produto cruza a amurada do navio no porto de destino. Esta modalidade só pode
ser utilizada para transporte marítimo ou hidroviário interior.
- CPT – Carriage Paid To... - como o CFR, esta condição estipula que o exportador deverá pagar as
despesas de embarque da mercadoria e seu frete internacional até o local de destino designado. Dessa
forma, o risco de perda ou de dano dos bens, assim como quaisquer aumentos de custos, é transferido
do exportador para o importador, quando as mercadorias forem entregues à custódia do
transportador. Este Incoterm pode ser utilizado com relação a qualquer meio de transporte.
- CIP – Carriage and Insurance Paid to... - adota princípio semelhante ao CPT. O exportador, além de
pagar as despesas de embarque da mercadoria e do frete até o local de destino, também arca com as
despesas do seguro de transporte da mercadoria até o local de destino indicado. O CIP pode ser
utilizado com qualquer modalidade de transporte, inclusive multimodal.
- DAF – Delivered At Frontier - o exportador deve entregar a mercadoria no ponto e local designados
na fronteira, antes porém da linha limítrofe com o país de destino. Este termo é utilizado
principalmente nos casos de transporte rodoviário ou ferroviário.
- DES – Delivered Ex Ship - modalidade utilizada somente para transporte marítimo ou hidroviário
interior. O exportador tem a obrigação de colocar a mercadoria no destino estipulado, a bordo do
navio, ainda não desembaraçada para a importação, assumindo integralmente todos os riscos e
despesas até aquele ponto no exterior.
- DEQ – Delivered Ex Quay - o exportador deve colocar a mercadoria, não desembaraçada para
importação, à disposição do importador no cais do porto de destino designado. Este termo é utilizado
para transporte marítimo ou hidroviário interior ou multimodal.
- DDU – Delivered Duty Unpaid - o exportador deve colocar a mercadoria à disposição do importador
no local e ponto designados no exterior. Assume todas as despesas e riscos para levar a mercadoria até
o destino indicado, exceto os gastos com pagamento de direitos aduaneiros, impostos e demais
encargos da importação. Este termo pode ser utilizado com relação a qualquer modalidade de
transporte.
Responsabilidade do Exportador
6 - O exportador assume todos os riscos até o momento em que a mercadoria é colocada à disposição
do importador, no ponto de destino, a bordo do navio.
7 - O exportador assume todos os riscos até o momento em que a mercadoria, não desembaraçada
para importação, seja entregue no ponto pactuado, no local de destino. Ao importador cabe obter as
licenças de importação.
8 - O exportador assume todos os riscos até o momento da entrega da mercadoria no ponto pactuado,
no local de destino designado, por qualquer meio de transporte, não desembaraçada nem
desembarcada.
9 - O exportador assume os riscos até o momento em que o produto seja colocado à disposição do
importador, no meio de transporte no local de destino, não desembarcada, mas desembaraçada.
Contratos de Navegação
Nos contratos de navegação alguns pontos devem ser observados - mesmo que o exportador não seja
responsável pelo pagamento do frete (que caberá ao comprador importador).
Caberá ao armador esclarecer ao exportador se os gastos com embarque, desembarque e estiva estão
incluídos no preço do frete.
- Liner Terms ou Berth Terms - o armador é responsável pelas despesas referentes ao embarque, estiva
e desembarque. Cabe ao exportador colocar a mercadoria livre junto ao costado do navio. Esta
modalidade é também conhecida pela sigla FFA (Free From Alongside – Livre junto ao Costado do
Navio);
- FIO (Free In and Out – Livre de Entrada e Saída de Bordo) - cabe ao armador apenas o transporte da
mercadoria. As despesas com embarque, estiva e desembarque correm por conta do exportador. A
sigla FIOS (Free In Out and Stowed – Livre de Entrada, Saída e Arrumação) designa variante da
modalidade FIO.
- FIOST (Free In Out Stowed and Trimmed – Livre de Entrada, Saída, Arrumação e Distribuição da
Carga) - trata-se de outra variante da modalidade FIO, utilizada sobretudo para o transporte de
granéis;
As modalidades FIS (Free In and Stowed – Livre de Entrada e Arrumação), FILO (Free In Liner Out –
Livre de Entrada e Responsável pela Saída) e FISLO (Free In Stowed Liner Out – Livre de Entrada e
Arrumação, e Responsável pela Saída) são variantes da modalidade FI;.
- FO (Free Out – Livre de Saída de Bordo) - ao exportador cabe apenas o pagamento das despesas
relativas ao desembarque. Os gastos de embarque e estiva correm por conta do armador. A
modalidade LIFO (Liner In Free Out) é idêntica à FO (Free Out).
Introdução
Os direitos e obrigações nos contratos de compra e venda internacional estão regulados pela
Convenção de Viena, o que trata das responsabilidades do vendedor exportador e comprador
importador.
A parte I da Convenção de Viena trata dos direitos e obrigações de comprador e vendedor e dos
remédios (meios disponíveis às partes) em caso de inadimplemento contratual.
A Convenção de Viena considera que uma violação de contrato é fundamental quando causar à outra
parte prejuízo tal que a prive substancialmente daquilo que lhe era legítimo esperar do contrato, salvo
se a parte faltosa não previu esse resultado, e se outra pessoa razoável, na mesma situação, também
não pudesse prevê-lo.
Uma declaração de resolução (encerramento) do contrato apenas se torna eficaz quando notificada à
outra parte. Um contrato poderá ser modificado ou extinto por simples acordo entre as partes.
O contrato de compra e venda pode prever um transporte de mercadorias, e, nesse caso, o exportador
deverá entregar as mesmas ao primeiro dos transportadores que as fará chegar ao importador.
Pode ocorrer também que o contrato preveja a entrega das mercadorias em outro local que não nas
mãos de um transportador.
Se houver alguma falta de conformidade da mercadoria que o comprador conhecia ou não podia
ignorar no momento da celebração do negócio, não poderá ser responsabilizado o vendedor.
O comprador (importador) deverá examinar as mercadorias após o recebimento em prazo mais breve
possível, conforme as circunstâncias. Caso não denuncie ao vendedor a falta de conformidade
eventualmente constatada, em um prazo razoável, o comprador perde o direito à alegação de
desconformidade.
A Convenção de Viena prevê que, se essa desconformidade incidiu sobre fatos que o vendedor
conhecia ou não podia ignorar, e que não revelou ao comprador, então o vendedor não poderá alegar
que o comprador não reclamou em prazo razoável.
Dever de Cuidado e Responsabilidade do Exportador
Caso o vendedor não cumpra com suas obrigações resultantes do contrato, o comprador estará
autorizado a:
a) exigir o cumprimento dos termos contratuais, podendo requerer a substituição das mercadorias ou
a reparação da falta;
c) declarar o contrato resolvido, quando a inexecução pelo vendedor de qualquer de suas obrigações
constituir violação fundamental do contrato, ou em caso de falta de entrega das mercadorias no prazo;
d) reduzir o preço pago ou a pagar pelas mercadorias, proporcionalmente à diferença entre o valor das
mercadorias efetivamente entregues e o valor que as mercadorias conformes teriam tido nesse
momento, exceto se o vendedor houver reparado sua falta.
Se o vendedor entregar as mercadorias antes da data fixada, o comprador tem a faculdade de tomar
posse delas ou recusar fazê-lo. Se o vendedor entregar uma quantidade superior à prevista no
contrato, o comprador pode aceitar ou recusar tomar posse da quantidade excedente.
Se o comprador aceitar tomar posse dela, no todo ou em parte, deve pagá-la conforme os critérios
estabelecidos para determinação do preço contratual.
Caso o preço não tenha sido fixado no contrato, expressa ou implicitamente, considera-se que as
partes acordaram, salvo disposição em contrário, que o preço será aquele habitualmente praticado no
momento da celebração do contrato, para as mesmas mercadorias, negociadas em condições
semelhantes, no ramo comercial.
O local de pagamento, caso não especificado de forma diferente no contrato, será o estabelecimento
do vendedor ou, se for contra a remessa de mercadorias, no local onde a entrega se verificar.
Caso as partes não tenham acordado um momento distinto para pagamento, este deverá ocorrer
quando o vendedor puser à disposição do comprador as mercadorias e os documentos exigidos,
conforme os termos do contrato.
Em princípio, o comprador não está obrigado a pagar o preço antes de ter a oportunidade de examinar
as mercadorias, mas dependendo da modalidade de pagamento acertada, essa possibilidade pode não
existir.
Se a forma de pagamento for remessa antecipada, o comprador tem que pagar antes de o exportador
embarcar a mercadoria. Nesse caso, NÃO existe a possibilidade de o comprador verificar a mercadoria
antes de efetuar o pagamento.
O comprador estará obrigado a tomar todas as atitudes que dele se espera para que o vendedor possa
realizar a entrega da mercadoria, devendo tomar posse das mesmas.
Em caso de violação de contrato pelo comprador, o vendedor terá os seguintes meios à disposição
para fazer valer seus direitos:
a) exigir a execução do contrato, ou seja, cobrar do comprador o pagamento do preço, a aceitação da
entrega ou a execução de outras obrigações, podendo o vendedor conceder prazo suplementar;
b) declarar o contrato resolvido, quando a inexecução pelo comprador de uma de suas obrigações
constituir violação fundamental do contrato, ou se o comprador não cumprir sua obrigação de pagar o
preço ou não aceitar a entrega das mercadorias no prazo suplementar concedido pelo vendedor;
Esse instante em que o risco é transferido normalmente está expresso no Incoterm (condição de
venda) utilizado. Caso este não seja especificado, as partes poderão se utilizar dos dispositivos da
Convenção de Viena.
Assim, se a perda ou deterioração das mercadorias ocorrer após a transferência do risco para o
comprador, o importador não estará liberado da obrigação de efetuar o pagamento, salvo se a perda
ou a deterioração forem devidas a atos do vendedor.
Introdução
- Frete Interno no local de destino: deslocamento que se inicia ao fim do transporte internacional, do
local do desembarque até o destino do produto.
Transporte Internacional
Para a escolha da modalidade adequada, alguns fatores devem ser analisados, tais como pontos de
embarque e desembarque, urgência na entrega, peso da carga, disponibilidade, custo do serviço e
frequência.
Tipos de Transporte
a) Transporte Aéreo – O transporte aéreo é muito utilizado para transportar mercadorias de grande
porte como de pequeno porte, o que são contratadas empresas especializadas no transporte de
cargas, obedecendo a um critério de procedimentos que são exigidos pelos órgãos competentes, como
exemplo a Receita Federal do Brasil que faz todo o monitoramento das mercadorias que são
exportadas e importadas, através de um controle rigoroso legal não só mercado nacional mas também
no mercado internacional.
Em razão da velocidade utilizada, o transporte aéreo é o que melhor preserva a saúde, integridade e
frescor do produto, porém seu custo é muito mais elevado que as demais formas de transporte.
O transporte aéreo pode ser feito por serviços regulares, mantidos por companhias associadas ou não-
associadas à International Air Transport Association (IATA), e por serviços fretados.
Nas linhas regulares, as empresas associadas à IATA costumam cobrar uma tarifa comum, com base na
rota e nos serviços prestados, fixada anualmente.
Em geral, os embarques não são negociados pelos exportadores diretamente com as empresas aéreas,
exceto quando se tratar de grandes quantidades.
Os interessados em enviar seus produtos para o exterior recorrem aos agentes de carga aérea, pois
estes são bem informados quanto a voos, empresas, rotas, fretes, e têm facilidade em obter descontos
nos fretes com a consolidação de cargas
Caso seja a opção por esta modalidade de transporte, é exigida uma documentação fundamental para
o transporte que é o Conhecimento de Embarque Aéreo, que deve ser assinado tanto pelo agente
como pelo exportador (AWB - Airway Bill).
c) Transporte Rodoviário, Ferroviário ou Fluvial - uma alternativa para países limítrofes e transporte de
curtas ou médias distâncias. Não é apropriado para longas distâncias, tendo em vista
as características e dificuldades próprias destes tipos de transportes (passagem por fronteiras físicas de
diferentes países, estradas em más condições, conexões e baldeamentos ferroviários, etc.).
Formas de Navegação
Os custos do transporte marítimo são influenciados por características da carga, peso, volume,
fragilidade, embalagem, valor, distância entre os portos de embarque e desembarque e localização dos
portos.
As despesas de frete são baseadas no peso (tonelada) ou no volume (cubagem). O armador cobra o
que for mais conveniente para ele.
Reserva de Praça
No caso de exportações por via aérea, dependendo da quantidade a ser embarcada, as companhias
aéreas solicitam que a reserva seja feita com, aproximadamente, dez dias de antecedência.
Para as exportações por via marítima, a reserva deve ser solicitada com, aproximadamente, quinze
dias de antecedência, devendo a carga ser carregada e enviada ao porto uma semana antes do
embarque, para que haja tempo hábil para o processo de inspeção e liberação da mercadoria
Pagamento do Transporte
A remuneração pelo serviço contratado de transporte de uma mercadoria é conhecida como frete. O
pagamento do frete pode ocorrer de duas formas:
frete pré-pago (freight prepaid) - é o frete pago no local do embarque, imediatamente após este.
Frete a pagar (freight collect) - é o frete a pagar, podendo ser pago em qualquer lugar do mundo,
sendo que o transportador será avisado pelo seu agente sobre o recebimento do frete, para então
proceder à liberação da mercadoria.
Cumpre ressaltar que nos contratos internacionais de compra e venda de mercadorias, o custo do
frete é suportado pelo comprador (importador).
O transporte de mercadorias pode ser efetuado em uma das formas relacionadas abaixo:
a) Modal
Consiste na utilização de apenas um meio de transporte
b) Segmentado
Utilização de veículos diferentes de uma ou mais modalidades de transporte, com contratos distintos.
c) Sucessivo
Num único contrato, há transbordo para prosseguimento do transporte da mercadoria em veículo da
mesma modalidade.
d) Combinado
Juntam-se elementos de diferentes modos de transporte em uma única operação. Por exemplo:
reboque de caminhão em plataformas ferroviárias.
e) Intermodal
Transporte por duas ou mais modalidades em uma mesma operação.
f) Multimodal
Utilização de mais de uma modalidade de transporte, desde a origem até o destino da carga, regida
por um único contrato de transporte.
Seguro no Transporte
Contrato de seguro é o contrato por meio do qual a companhia seguradora se obriga, para com os
segurados, a indenizá-los de prejuízos futuros, decorrentes de causas imprevistas, tais como acidentes,
incêndios, roubos, naufrágios, desastres,
Como o seguro se refere ao período de tempo em que a mercadoria fica sob a posse do transportador
internacional, é natural que o valor segurado agregue parcela adicional ao preço consignado na fatura.
Esse adicional serve para cobrir despesas diversas que o segurado possa ter com relação ao sinistro
que porventura venha a ocorrer.
Para cobrir indenizações em caso de sinistro, é pago um prêmio à empresa seguradora. Esse prêmio é
calculado por um percentual sobre o valor da mercadoria e é determinado por: tipo de transporte,
mercadoria, embalagem, perecibilidade, destino, período coberto, tipo de cobertura (completa,
parcial, etc.), e índice de sinistralidade (quanto mais baixo, menor é a taxa de seguro).
O embarque aéreo costuma ter tarifa de seguro equivalente à metade das modalidades marítima e
terrestre. Entretanto, embarques marítimos em contêineres têm redução no prêmio de seguro.
Enfim, os Incoterms têm esse objetivo, uma vez que se trata de regras internacionais, imparciais, de
caráter uniformizador, que constituem toda a base dos negócios internacionais e objetivam promover
sua harmonia.
Na realidade, não impõem e sim propõem o entendimento entre vendedor e comprador, quanto às
tarefas necessárias para deslocamento da mercadoria do local onde é elaborada até o local de destino
final (zona de consumo): embalagem, transportes internos, licenças de exportação e de importação,
movimentação em terminais, transporte e seguro internacionais etc.
EXW (EX Works) - Neste caso, toda a responsabilidade da carga é do importador. O exportador tem a
obrigação apenas de disponibilizar o produto e a fatura em seu estabelecimento. A partir daí, despesas
ou prejuízos com danos ficam a carga de quem está comprando. Por causa disso, a modalidade é
pouco utilizada, apesar de ser possível para qualquer meio de transporte.
FCA (Free Carrier) - O importador indica o local onde o exportador entregará a mercadoria, onde
cessam suas responsabilidades sobre a carga, que fica sob custódia do transportador. Pode ser
utilizada por qualquer meio de transporte, inclusive multimodal.
FAS (Free Alongside Ship) - A mercadoria deve ser entregue pelo exportador junto ao costado do navio,
já desembaraçada para o embarque. As despesas de carregamento e todas as demais daí por diante
seguem por conta do importador. Esse Incoterm é usado para transporte marítimo ou hidroviário.
FOB (Free on Board) - É a modalidade mais usada. O exportador entrega a carga já desembaraçada a
bordo do navio em porto de embarque indicado pelo importador. Dessa forma, todas as despesas no
país de origem ficam a cargo do exportador. Os demais gastos, como frete e seguro, além da
movimentação da carga no destino, correm por conta do importador. A modalidade também é restrita
aos transportes marítimo e hidroviário.
CFR (Cost and Freight) - Sob esse termo, o exportador entrega a carga no porto de destino, custeando
os gastos com frete marítimo. Os riscos, no entanto, cessão a partir do momento em que a mercadoria
cruza a amurada do navio, o que faz com que o seguro seja pago pelo importador, assim como o
desembaraço no destino. Também está restrito aos modais marítimo hidroviário.
CIF (Cost, Insurance and Freight) - Essa modalidade é semelhante ao CFR, mas o exportador é
responsável também pelo valor do seguro. Portanto, ele tem que entregar a carga a bordo do navio,
no porto de embarque, com frete e seguro pagos. A modalidade também é restrita aos modais
marítimo e hidroviário.
CPT (Carriage Paid to) - O termo reúne as mesmas obrigações do CFR, ou seja, o exportador deverá
pagar as despesas de embarque da mercadoria e seu frete internacional até o local de destino
designado. A diferença é que pode ser utilizado com relação a qualquer meio de transporte.
CIP (Carriage and Insurance Paid to) - A modalidade tem as mesmas características do CIF, onde o
exportador arca com as despesas de embarque, do frete até o local de destino e do seguro da
mercadoria até o local de destino indicado. A diferença é que pode ser utilizado para todos os meios
de transporte, inclusive o multimodal.
DAF (Delivered At Frontier) - A carga é empregue pelo exportador no limite de fronteira com o país
importador. Este termo é utilizado principalmente nos casos de transporte rodoviário ou ferroviário.
DES (Delivered Ex Ship) - O exportador coloca a carga a disposição do importador no local de destino, a
bordo do navio, arcando com todas as despesas de frete e seguro, ficando isento apenas dos custos de
desembaraço. Utilizado exclusivamente para transporte marítimo ou hidroviário.
DDU (Delivered Duty Unpaid) - Essa modalidade possibilita o chamado esquema porta-a-porta, uma
vez que fica a cargo do exportador entregar a mercadoria no local designado pelo importador, com
todas as despesas pagos, exceção apenas para os pagamentos de direitos aduaneiros, impostos e
demais encargos da importação. Pode ser utilizado para qualquer modalidade de transporte.
DDP (Delivered Duty Paid) - Esse sistema é exatamente o oposto do EXW, pois toda a responsabilidade
da carga é do exportador. Ele tem o compromisso de entregar a mercadoria no local determinado pelo
importador, pagando inclusive os impostos e outros encargos de importação. Ele apenas não arcara
com o desembaraço da mercadoria. Pode ser utilizado com qualquer modalidade de transporte.
Desta forma fica patente a importância de se conhecer e utilizar adequadamente os INCOTERMS, pelo
fato de cada um deles determinar a quem compete contratar o seguro para proteção da mercadoria
comercializada, durante o transporte internacional.