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CAPÍTULO 3

Apresentar os principais aspectos operacionais do


ingresso de uma empresa no comércio exterior;

Conhecer as etapas formais do registro e habilitação


da empresa no Radar da Receita Federal;

Aprender a acessar e entender a plataforma do Siscomex e do Siscoserv;

Conhecer as etapas do processo de importação de produtos;

Conhecer as etapas do processo de exportação;

Entender como funciona a licença de exportação e quais os casos aplicados;

Apresentar os principais documentos utilizados nas


importações e exportações de mercadorias;

comércio exterior e os documentos correspondentes;

Apresentar as principais formas de pagamentos dos importadores.


Capítulo 3

Os avanços tecnológicos e a expansão dos mercados globalizados, a

mercado internacional e a maior participação do comércio exterior no crescimento

diferentes segmentos empresariais, resultantes da maior internacionalização das

O cenário de crescimento do comércio internacional não

por crises internacionais como as ocorridas em 2001, 2009 e


mais recentemente, em 2020, com a da pandemia da Covid-19.

comércio exterior, porém, este não é o foco da presente disciplina,

comércio exterior.

para atuarem em empresas do comércio exterior. Para tanto, é importante que

pois existem peculiaridades legais e técnicas que diferenciam procedimentos,


tributos e custos que serão aplicados em cada tipo de produto.

processos de importação e exportação. São estas etapas que orientam a prática


das operações do comércio exterior, podendo ser aplicadas para o mercado de
bens ou serviços. Por isso, a presente disciplina está organizada em 05 unidades
que descrevem e indicam os itens essenciais para que qualquer empresa possa
operar no comércio exterior.

Porém, destacamos que antes de operar no mercado exterior é fundamental

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tecnológicas de apoio, desenvolvido conforme pesquisas de mercado e análises

Portanto, nesta disciplina estão organizados os conteúdos essenciais para

com exportação e importação de produtos. São conteúdos técnicos e que indicam

essencialmente a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) e a Secretaria da


Receita Federal do Brasil (SRF) (MAIA, 2020; RECEITA FEDERAL, 2020).

Para que uma empresa possa operar no mercado externo, ela terá que
atender aos seguintes requisitos formais, segundo a Instrução Normativa nº1.984
RFB nº1984, de 27 de outubro de 2020, sobre a habilitação para operar no
comércio exterior (RECEITA FEDERAL DO BRASIL, RFB, 2020):

1º) : toda empresa para operar

comércio, serviços ou indústria, atendendo as exigências legais de


modo a receber a autorização formal para atuar no mercado (Contrato
Social ou Estatuto Social, registro na Junta Comercial ou Cartório de

Funcionamento, entre outras licenças especiais);


2º)
: o Radar da Receita Federal é uma plataforma

importadores. Seu acesso é feito pelo Portal Único do Siscomex, na opção

do CPF denominado e-CPF), devendo selecionar a empresa/pessoa

Instrução Normativa nº 1.984/2020 (RFB-NORMAS, 2020).

Relembrando que Siscomex é o sistema informatizado de registro de todas


as operações realizadas pelos exportadores e importadores, o que permite

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Capítulo 3

incluindo o deslocamento e despacho da operação. Sem este registro a empresa


poderá ser acusada de fraude e sonegação de impostos pelos auditores da
Receita Federal, gerando multas e até mesmo processos criminais. Por isso, a
formalização da empresa que opera no comércio exterior é essencial para seu
bom e regular funcionamento no mercado (RECEITA FEDERAL, 2020).

No item seguinte vamos conhecer as Modalidades de Habilitação na qual a


empresa pretende operar no comércio exterior.

atuar no mercado externo:

a)
com ações negociadas em bolsas ou balcão e suas subsidiárias, além
de empresas públicas ou empresas de economia mista, que pretendam
exportar sem limite de valores, e que esperam importar no limite de até
US$ 50.000,00 (cinquenta mil dólares) semestrais. O prazo estipulado na
legislação para análise da solicitação é de dois dias úteis;
b) : utilizada por empresas que operam no limite
semestral de US$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil dólares) de
importações, sem limite para exportações. Neste caso, o prazo legal de
análise da habilitação é de dez dias úteis;
c) : utilizada por empresas que não possuem
restrições de valores em suas operações no comércio exterior, conforme

prazo formal para análise deste tipo de solicitação é de 10 dias úteis.

Quando a empresa escolhe a modalidade de habilitação expressa ou


limitada no processo de cadastramento do Siscomex, a Receita Federal realiza

ou não, o enquadramento da modalidade. Este cálculo é baseado na soma


dos recolhimentos de tributos e contribuições (IRPJ, CSLL, PIS, COFINS e
Contribuição Previdenciária dos funcionários), realizado pela empresa nos cinco
anos anteriores ao requerimento da habilitação. No caso de empresas iniciantes

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Agora observe alguns detalhes importantes sobre
a habilitação da empresa no Radar da Receita Federal/

Digital “e-CPF”. Neste caso, o responsável pela empresa


deverá solicitar este serviço no Portal Único do Siscomex,

pela Receita Federal no link: http://receita.economia.gov.


br/orientacao/tributaria/senhas-e-procuracoes/senhas/

Depois de entregar a documentação solicitada pela

responsável pela empresa deverá solicitar a sua Habilitação


no Portal Único Siscomex, no link: https://portalunico.
siscomex.gov.br/portal/

Empresa” (Figura 1):

Figura 1 – Portal Único Siscomex – Habilitar

Fonte: Receita Federal (2020)


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Capítulo 3

Dentro do Portal Único do Siscomex, o caminho para solicitar a habilitação


da empresa é:

Ao solicitar a habilitação, a empresa deverá indicar também a modalidade,


conforme explicado anteriormente no item 1.2 (expressa, limitada ou ilimitada).
Feito isso, é só aguardar o retorno da avaliação da Receita Federal que poderá
demorar de dois a dez dias, dependendo da modalidade (na prática estes prazos
poderão ser estendidos).

Siscomex outras pessoas que poderão atuar como representantes da empresa


nas operações de despacho aduaneiro, também no Portal Único Siscomex
(Módulo Cadastro de Representante Legal do Siscomex).

. Para as empresas que foram habilitadas, mas


não realizam operações frequentes no comércio exterior
dentro do prazo de seis meses, a habilitação será cancelada

de 2019, com a publicação da Instrução Normativa 1.893/2019


(Revogada pela Instrução Normativa RFB nº 1.984/2020), que
alterou a validade da Habilitação do Siscomex. Anteriormente,
este prazo era de dezoito meses (RFB-NORMAS, 2019).
Agora, a cada nova operação registrada no Siscomex, o prazo
da habilitação é renovado por mais seis meses. Esta mudança
buscou aperfeiçoar o gerenciamento de risco de médio prazo das

do comércio exterior.

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(i) existem operações que estão dispensadas do registro
no Siscomex, estas são comumente representadas pelas

Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ou por

informações no link: https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/


assuntos/aduana-e-comercio-exterior/manuais/habilitacao/
Pessoa-Juridica/Operacoes-Dispensadas

Na seção de Perguntas e Respostas sobre o Siscomex da Receita Federal,

de detalhes como prazos de validade, autorizações, entre outras dúvidas muito


comuns no comércio exterior, que podem ser esclarecidas de forma rápida e

aduana-e-comercio-exterior/manuais

Fique atento também ao chamado “Portal Único do Comércio Exterior”


(Pucomex), que deverá substituir o Portal Único do Siscomex. O Pucomex é

o atual portal único, de modo a tornar os processos do comércio exterior mais

www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/manuais/
despacho-de-importacao/sistemas/duimp/sistema-pucomex

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Capítulo 3

“MDIC” foi um ministério bem conhecido e comumente acessado

sobre o comércio exterior brasileiro. Porém, este Ministério do


Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em

Secretária Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais


(SECINT), sendo esta secretaria incorporado ao Ministério da

regulamentada pela Lei nº 13.844/2019) (BRASIL, 2019).


Por isso, ainda encontraremos muitas postagens e
conteúdos sobre o comércio exterior brasileiro como MDIC,
porém, agora deveremos saber que ele não está mais em
operação. Note que na prática nunca existiu no Brasil um
ministério exclusivo do comércio exterior, mesmo sendo este

um forte potencial exportador, mas ainda participa com somente


1% do total das exportações mundiais, com valores anuais de
exportação na ordem dos US$ 240 bilhões.

A importação é uma operação do comércio internacional que visa obter bens

Decidido o que será importado, depois do processo de negociação e


fechamento da compra, a empresa habilitada no Siscomex deverá seguir os
procedimentos exigidos para o despacho da importação, sendo eles: registro da
Declaração de Importação (DI), parametrização (canal), entrega de documentos,
conferência aduaneira, desembaraço aduaneiro e a entrega da mercadoria.

A seguir são descritos cada um destes itens, conforme a legislação vigente e

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O importador deverá realizar o registro da Declaração de Importação (DI) ou

recebendo uma numeração única e automática. Esta declaração deverá conter os

que se enquadra na DSI está normatizada pela Instrução Normativa nº 611/2006


da SRF (RFB-NORMAS, 2006).
Quanto aos prazos, a DI deverá ser registrada em até 90 (noventa) dias da

alfandegária (área interna dos portos, aeroportos, alfandegas e fronteiras). Se


a carga permanecer em recinto da zona secundária alfandegária (restante do
) , o prazo será de 45 (quanta e cinco) dias após esgotado
o prazo de permanência neste recinto. Ou até 90 (noventa) dias após o aviso de
recebimento no caso de remessa postal.

Zonas secundárias podem ser os espaços aéreos, as

inspetorias ou delegacias da receita federal, conforme


Decreto nº 6.759/2009 (BRASIL, 2009).

Após o registro da DI ou DSI, o próximo procedimento do despacho aduaneiro

realizado eletronicamente no Siscomex, utilizando critérios como: regularidade


e hábitos do importador; valor e quantidade do produto importado; origem e

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Capítulo 3

a) Verde: é registrado o desembaraço automático da mercadoria, com a

nenhuma irregularidade na DI;


c) Vermelho: a mercadoria somente é despachada depois do exame dos

além de procedimentos especiais de controle aduaneiro, devido ao risco

Quanto ao tempo para o procedimento da parametrização, este não é


determinado, pois pode variar de acordo com a estrutura do local de despacho,

Federal.

Para o despacho da importação, ainda poderá ser exigida a apresentação de


documentos que deverão ser anexados no Portal Único, como a fatura comercial,

documentos (na unidade 5 será apresentado o conteúdo sobre os documentos do


comércio exterior).

Ainda no processo de conferência, outras informações poderão ser

Com a conclusão da conferência de todas as etapas anteriores, a mercadoria

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O importador poderá retirar a mercadoria após a DI ou a DSI estiverem
autorizadas pela Receita Federal, porém, existem casos em que por meio de

Instrução Normativa nº 680/2006 da SRF (RFB–NORMAS, 2006).

aqui apresentadas, conforme os procedimentos do despacho de importação.

Figura 2 – Fluxograma Despacho Importação

Fonte: Receita Federal (2020)

importação, no qual após o registro do DI pelo importador, é realizada a seleção


para conferência aduaneira no próprio Siscomex, sendo liberadas as importações
parametrizadas na cor verde.

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Capítulo 3

Para todas as outras cores, as DIs serão recepcionadas pelos Auditores-


Fiscais e Analistas-Tributários que farão o despacho para distribuição do

importador (zona alfandegária onde se encontra a mercadoria).

Conforme tratado no tópico 5 sobre a Declaração de


Importação, o importador deverá registrar a declaração no Portal
Único Siscomex, na opção Importador, lembrando que a empresa

Figura 3 – Portal Único Siscomex - Importação

Fonte: Receita Federal (2020)

Ainda sobre a declaração de importação, vamos conferir a lista de

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Quanto ao pagamento dos impostos incidentes nas operações
de importação, estes devem ser recolhidos no ato do registro da DI, por meio do

conta corrente nas agências bancárias habilitadas, sem a obrigatoriedade de que

680/2006 da SRF) (RFB-NORMAS, 2006).

Mas também é importante destacar que é de responsabilidade do importador


conferir e acompanhar o devido pagamento do Darf, caso contrário poderá

Instrução Normativa nº 680/2006 e Instrução Normativa nº 1.759/2017 da SRF)


(RFB-NORMAS, 2017).

Dica do professor
Fique informado, acompanhe o processo de atualização
do Pucomex, pois este também inclui a substituição do DI e
DSI pelo DUIMP, que é a Declaração Única de Importação.

das informações aduaneiras, administrativas, comerciais,

Com o DUIMP, o registro da mercadoria será mais rápido e


o processo mais simples, com menos etapas para o registro
e o licenciamento. Com este sistema, espera-se maior
transparência nas informações, mesmo com a manutenção
do atual sistema de parametrização.
E mais uma dica, normalmente a importação não exige
licença especial, mas em alguns casos a legislação determina
a obrigatoriedade da emissão de Licença de Importação
(vinculada a uma Declaração de Origem), conforme legislação

550 do Regulamento Aduaneiro e Portaria Secex nº 23/2011).


O pedido de licença de importação deverá ser registrado no
Siscomex pelo importador ou representante legal (Art. 18 da

http://siscomex.gov.br/wp-content/uploads/2021/02/Portaria-
Secex-23-11-Consolidada.pdf

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Capítulo 3

Para muitas empresas o setor exportador se apresenta como um importante


meio de expansão dos seus mercados consumidores, visto que nem sempre o

Firmar contratos e integrar a empresa ao exterior, permite ampliar mercados


e negócios, mas ao mesmo tempo demanda maior aperfeiçoamento da mão-

empresarial. Sendo assim, para as empresas que querem exportar será

para o comércio exterior.

pagamento, fretas e cargas), são basicamente as seguintes: registro da declaração


de exportação, licença de exportação, recepção do depositário, conferência da
carga, desembaraço da carga, registro da carga e do embarque, averbação da
carga (SEGRE et.al., 2018; RECEITA FEDERAL, 2020).

meio da Declaração Única de Exportação (DU-E), registrada também no Portal


Único Siscomex.

Assim como no caso da importação, a empresa ou seu representante deve estar


habilitado para operar no comércio exterior.

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3.2.1 Tipos de Exportação por meio da
DU-E
De acordo com a Instrução Normativa n°1.702/2017 da SRF, o exportador
pode realizar o envio do produto de três formas (RFB, 2017):

a) exportação própria: situação em que o declarante também é o exportador

b) exportação por conta e ordem de terceiro: situação em que o declarante

que o despachante aduaneiro nunca poderá ser o declarante da DU-E,


pois, ele atua somente como representante do exportador;
c) exportação por operador de remessa expressa ou postal: situação em
que o declarante da DU-E deve ser a empresa de transporte expresso
internacional ou então os Correios. Portanto, o exportador é uma
empresa diferente do declarante.

Exportado

do produto exportado, segundo o código no Sistema de Harmonização (SH) e


a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), para o caso de exportações para

Portanto, de acordo com o SH, o código do produto será numerado em 06

78
Capítulo 3

Figura 4 – Composição da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM)

3.2.3 Licença de Exportação

Único Siscomex, podem levar até 30 dias para serem analisados. O próprio
exportador é que deverá acompanhar no Siscomex o andamento do processo.

o depositário é realizado. O depositário recepciona a carga do produto que será


exportado e faz seu registro e controle no Módulo CCT do Siscomex (Controle de

Depois da carga recepcionada ela é despachada para o canal de conferência

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Feito o desembaraço da carga esta é entregue ao transportador, sendo
registrado pelo depositário no CCT/Siscomex as informações sobre a DU-E (se
contêiner ou carga solta, quantidade, volume, embalagem e tipo).

Recebida a carga o transportador deverá fazer o registro da chamada


“manifestação dos dados de embarque” no CCT/Siscomex, também pelo Portal
Único (se o transportador for o próprio exportador, esta manifestação se dará na
própria DU-E).

Depois da manifestação de todos os itens da carga e não havendo nenhuma


pendência na DU-E, a carga do transporte é averbada automaticamente no
Siscomex e registrada em Controle de Carga como “Carga Completamente

Instrução Normativa nº 1.702/2017. E caso ocorra alguma inconsistência, a

Com a averbação se conclui a exportação, atendendo assim o rito comercial,

DU-E (RECEITA FEDERAL, 2020).

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Capítulo 3

Figura 5 – Fluxograma Despacho Exportação

Fonte: Receita Federal (2020)

A seguir vamos conhecer mais alguns aspectos importantes do processo de


exportação no Box de Saiba Mais e Curiosidades e Dica do Professor.

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dos produtos e serviços, é representada por um sequência

da Receita Federal, e que não podem deixar de ser aplicada.

custos adicionais, além de multas por parte dos órgãos

custos e dos preços no mercado.

controle e cadastro de estoques dos produtos, o que


implica em entender como o produto é feito, quais insumos
e materiais que são utilizados, para que assim a empresa
consiga enquadrar o produto na nomenclatura correta,

serviços. E acesse o link com relação completa dos códigos:


https://investexportbrasil.dpr.gov.br/ProdutosServicos/
frmPesquisaProdutosServicosFull.aspx

82
Capítulo 3

83
Dica do Professor
Segue uma indicação de leitura do Ministério das
Relações Exteriores com um para

e procedimentos da atividade exportadora. http://www.


investexportbrasil.gov.br/sites/default/files/publicacoes/
manuais/PUBExportPassoPasso2012.pdf

exportações especiais, como no caso de movimentação


de pedras preciosas, ouro e papel moeda. https://receita.
economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/exportacao-
portal-unico/situacoes-especiais-na-exportacao

Assim como na exportação e importação de produtos, as operações de


serviços no comércio exterior também exigem registro e controle dos órgãos

existem as operações de transporte, pois são serviços. O registro de exportação


e importação de serviços é feito no chamado Siscoserv (Sistema Integrado
Comércio Exterior de Serviços) (MDIC, 2017). Lembrando que fretes e seguros
(do comércio de produtos) são serviços e por isso, registrados no Siscoserv
(Figura 8).

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Capítulo 3

Figura 8 – O Siscoserv

Fonte: Receita Federal (2019)

Os principais documentos utilizados no comércio exterior de serviços são: a)


Contrato de compra e venda internacional; b) Fatura Invoice ou Fatura Proforma;

: http://www.mdic.gov.br/images/REPOSITORIO/
scs/decin/Guia_ B% C3%A1sico/Guia_B% C3%A1sico _-_
versao_2017.pdf
: https://receita.
economia.gov.br/interface/lista-de-servicos/declaracoes-e-
demonstrativos/siscoserv/siscoserv

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serviços no comércio exterior deve ser documentado para sua formalização,
por isso, vamos nesta unidade conhecer os principais documentos exigidos na
exportação e importação, o que está diretamente relacionado aos procedimentos
que estudamos nos tópicos anteriores.

list/romaneio de carga; fatura proforma/ proforma Invoice; fatura comercial/


commercial invoice; conhecimento de embarque; licenciamento de importação;
declaração de importação. E os principais documentos da exportação no comércio
exterior são: fatura comercial/comercial invoice; packing list/romaneio de carga;

carta de crédito e a declaração de exportação (SEGRE et.al., 2018; KEEDI, 2017).

Vamos conhecer cada um deles. Note que os documentos do exportador


sobre a remessa do produto são os mesmo para os importadores.

e agricultura), que comprovam a origem de determinados produtos (segundo o Regime

de Origem Aladi (Associação Latino Americana de Integração), mas existem outros

está sendo utilizado em vários casos, como por exemplo, nos acordos comerciais

da importação se torna mais ágil e segura.

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Capítulo 3

4.2.2 Packing List ou Romaneio de Carga


O romaneio de carga (packing list) é o documento de embarque que detalha
todos os produtos embarcados na exportação e que interessam ao importador

e no desembarque.

4.2.3 Proforma Invoice ou Fatura


Proforma
A fatura proforma (proforma invoice) é uma nota de venda preliminar enviada
aos compradores/importadores, antes da remessa das mercadorias. Funciona

como os itens comprados, os valores, peso, volume e taxas de transporte. A fatura

4.2.4 Commercial Invoice ou Fatura


Comercial
A fatura comercial (comercial invoice) é documento contratual de compra
e venda, emitido pelo exportador ao importador. Tem validade internacional e

comercial é um documento essencial para os agentes alfandegários liberarem as

de destino ou em inglês. As condições de pagamento do frete, ponto de entrega e


pagamento do seguro são descritas na fatura comercial e devem seguir as normas
de padronização dos Termos Internacionais de Comércio (INCOTERMS).

4.2.5 Conhecimento de embarque


O conhecimento de embarque é o documento emitido pela transportadora,
informando os dados sobre as condições do transporte, o recebimento da carga,

da mercadoria pela transportador e deve conter informações em conformidade


com a fatura comercial.

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4.2.6 Licença de importação (LI)

do Siscomex, que contém informações sobre a mercadoria e a operação de

aquisição, regime tributário, cobertura cambial entre outras). Como mencionado


anteriormente, nem todos os produtos importados necessitam de licença. E

importação e de exportação.

4.2.7 Declaração de Importação (DI)


Como estudado anteriormente, o procedimento inicial da importação é o
registro da DI no Portal Único do Siscomex. É na DI que as informações para o
despacho da importação são registradas, permitindo a comparação entre o que
foi declarado e a mercadoria recebida. Lembramos que a atualização do Portal
Único do Comércio Exterior, em substituição ao Portal Único do Siscomex, deverá

Esta se encontra em fase de implantação desde 2018 e sua transição deverá ser
completada em 2020, apesar de que o prazo ainda poderá se estender.

4.3.1 Commercial Invoice ou Fatura


Comercial

conhecemos no mercado nacional. Deve ser emitida pelo exportador e nele são
registradas todas as informações sobre a operação de venda/exportação.

88
Capítulo 3

4.3.2 Packing List ou Romaneio de


Carga
O Romaneio de carga é o documento necessário para a operação de
embarque da mercadoria no modal de transporte escolhido. Também é emitido
pelo exportador e apresenta a descrição de todos os itens contidos na fatura
comercial e que deverão ser embarcados.

4.3.3 Conhecimento de Embarque


O conhecimento de embarque é o documento emitido pela transportadora,
informando dados do exportador e sobre as condições do transporte, o recebimento

aéreo, ferroviário ou multimodal). Como um documento da exportação e da

pela transportador e deve conter informações em conformidade com a fatura


comercial emitida pelo exportador.

4.3.4 Apólice de Seguro de Transporte


Documento que acompanha o embarque da mercadoria e representa
um contrato de seguro para eventuais contingências que ocorram durante o
transporte da carga até o importador. A apólice de seguro, quando exigida, pode
ser de responsabilidade do exportador ou do importador, conforme condições

permitindo a entrada do produto no destino do importador e, também gerando um


tratamento tarifário diferenciado. O CO atesta a procedência do produto exportado,
quanto sua origem de produção ou fabricação, garantindo maior segurança e

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4.3.6 Carta de Crédito
A carta de crédito é o documento que comprova o acordo de pagamento
entre as partes envolvidas na transação de compra e venda do produto, incluindo
as condições de pagamento, prazos, datas e a cobertura cambial (pagamento em
divisas estrangeiras), que no caso da carta de crédito é realizada após o embarque.
Outras formas de pagamento serão descritas na unidade 5 da presente disciplina.

4.3.7 Declaração de Exportação


Já estudado na unidade 3, a Declaração Única de Exportação (DU-E) é
um documento muito importante, pois é a partir dele que se inicia o processo
de despacho da exportação. Lembrando que o exportador deve fazer o registro
desta declaração no Portal Único do Siscomex, contendo as informações sobre a
operação exportadora.

Secex nº 39/2019 (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2019), no


link: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-39-de-9-
de-outubro-de-2019-221052920

recomendado a guarda e registro dos documentos por pelo


menos 05 (cinco) anos, conforme padrões da Receita Federal.

anexar os documentos no Portal Único do Siscomex. Com a


postagem na forma digital são economizados papel e tempo
de deslocamento, além de facilitar a consulta documental
por parte de diferentes órgãos intervenientes. https://receita.
economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/transito-
aduaneiro/topicos/procedimentos-na-unidade-de-origem/
anexacao-de-documentos/anexacao-de-documentos-no-
portal-siscomex-1

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Capítulo 3

Dica do Professor
O uso de simuladores do comércio exterior são ferramentas

. http://siscomex.
gov.br/sistema/simuladores/

informatizado do comércio exterior no Brasil.

Os pagamentos e recebimentos realizados nas operações do comércio


internacional são consideradas mais complexas pois, além das questões
tributárias e operacionais que estão inseridas nas transações do mercado externo,

produtos. Portanto, conhecer bem os custos, os impostos e o funcionamento do


mercado cambial no fechamento dos contratos de exportação e importação, são
essenciais para gerar resultados positivos para a empresa.

As formas de pagamento mais comuns no comércio exterior são: pagamento


antecipado, remessa sem saque, carta de crédito e cobrança documentária. Nos
tópicos seguintes cada uma destas formas será explicada (MINISTÉRIO DA
ECONOMIA, 2020; KEEDI, 2017).

Esta modalidade de pagamento corresponde ao pagamento realizado pelo

de responsabilidade do exportador, que deverá providenciar a operação cambial

então fará o pagamento ao exportador quando receber do importador.

Considerando os riscos da operação, como o exportador recebe primeiro,

vendedor, os riscos podem ser reduzidos.

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Neste caso de pagamento, o importador recebe diretamente do exportador
os documentos de embarque, sem ter feito o pagamento. Com a documentação
recebida, o importador realiza o desembaraço no recinto alfandegário e depois,
faz a remessa do pagamento ao exportador. Na remessa sem saque o risco

que pretende construir com seu comprador, e o importador espera poder realizar
compras futuras, então os riscos desta modalidade de pagamento reduzem.

A carta de crédito é uma modalidade de pagamento muito utilizada no comércio


exterior, devido as suas garantias e menores riscos envolvidos. O pagamento por
parte do importador e o recebimento por parte do exportador acontecem por meio

as condições contratuais forem cumpridas, e o importador somente receberá o


produto se cumprir suas obrigações como comprador.

Esta modalidade de pagamento é considerada a mais burocrática entre


as mencionadas anteriormente, pois neste caso o pagamento da exportação
somente será concretizado depois da conferência documental do banco na
praça do exportador e da conferência dos documentos por parte do banco na

pagamento do exportador e o recebimento da carga pelo importador. Ao mesmo


tempo que é a modalidade mais complexa, também é a modalidade mais segura.

exportação e importação, é o Banco Central do Brasil (BCB)


que regulamenta seu funcionamento no mercado cambial.

Também consulte o conversor cambial, com base nas

rmcci/ftp/rmcci-1-03.pdf e https://www.bcb.gov.br/

92
Capítulo 3

simuladordepreco.mdic.gov.br/

links com orientações para o Empreendedor Individual e o


Microempreendedor Individual (MEI) exportarem e importarem,
além de informações sobre a exportação por remessa expressa:
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-
comercio-exterior/manuais/noticias-aduaneiras/receita-federal-
atualiza-manual-de-remessas-internacionais-na-internet
https://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/
manua is/remessas-postal-e-expressa/topicos/remessa-
inter#REX

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