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O sistema RADAR foi criado pela RECEITA FEDERAL DO BRASIL para fiscalizar a origem
dos recursos financeiros usados nas operações de comércio exterior;
Estão obrigados a se habilitar previamente neste sistema todas as pessoas jurídicas que
pretendem realizar operações de importação ou exportação, exceto aquelas
expressamente previstas na regulamentação em vigor; estes operadores, no contexto
do RADAR, são chamados de “declarantes de mercadorias” importadas ou exportadas;
Este sistema permite o cadastro de até três e-mails e celulares para receberem alertas
de que existem novas mensagens na caixa postal, ou seja, o conteúdo da mensagem em
si nunca será enviado aos contribuintes; quando a mensagem for visualizada na caixa
postal, do ponto de vista jurídico, o contribuinte está legalmente notificado e inicia-se a
contagem dos prazos para o tipo específico da notificação.
Matriz: R. Voluntários da Pátria, 1284 – sala 414 – Santana – 02010-200 – São Paulo/SP – Tel: (11) 3253-1444
Santos: R. Brás Cubas, 37, Sala 81 – Centro – 11013-919 – Santos/SP – Tel. (13) 3226-1433
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O segundo problema é que muitos contribuintes acreditam que a opção pelo DTE deve
estar ativa apenas no momento da habilitação no RADAR, mas que, após a habilitação,
pode desativar o DTE, evitando assim as consequências da notificação automática
prevista pelo DTE (caixa postal). Entretanto, os sistemas estão integrados e, caso o
declarante cancele a opção pelo DTE, a desabilitação do RADAR será uma consequência
automática e natural;
Também não existe qualquer exigência quanto ao capital social mínimo, outra dúvida
muito comum. No entanto, o declarante deve ter capacidade operacional e financeira
compatível com a atividade que pretende desenvolver. Em hipótese alguma poderá ser
financiado por terceiros, sem a observância das normas em vigor, sob penas de
caracterização de interposição fraudulentas de terceiros. Dentro deste conceito, é
importante ressaltar que não se pode praticar, para quem opera com comércio exterior,
a “confusão” de caixa (financeiro) da empresa e dos sócios, o dinheiro do sócio somente
pode entrar na empresa seguindo os padrões contábeis legalmente estabelecidos e, da
mesma forma, somente podem ser sacados seguindo o mesmo regramento. O mesmo
cuidado deve ser dispensado à “mistura” de caixa de empresas diversas, ainda que
pertencentes a um ou mais sócios do declarante;
Para estas situações, existem os contratos de mútuo, que devem estar dentro das
normativas em vigor, inclusive registrados em cartório, com o correspondente IOF pago.
Além disso, existe a possibilidade de AFAC (adiantamento para futuro aumento de
capital). Enfim, importador e exportador não podem praticar informalidades com o caixa
e movimentação financeira.
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A habilitação será concedida de forma automática, em uma das seguintes modalidades:
Já os declarantes que forem habilitados na modalidade LIMITADA, não terão limites para
EXPORTAR, entretanto, terão dois sublimites para IMPORTAR:
1 – Até USD 50 mil dólares americanos, pelo período consecutivo de seis meses; e
2 – Até USD 150 mil dólares, também pelo período consecutivo de seis meses.
Antes de discorrer sobre essa questão das modalidades e limites, cabe ressaltar que a
concessão da habilitação é sempre precária, ou seja, caso a qualquer momento os
requisitos de admissibilidade não estejam presentes, o declarante pode ser
desabilitado. Ademais, caso não realize nenhuma operação de importação ou de
exportação num período cumulativo de doze meses, a habilitação será suspensa e um
novo procedimento de habilitação deverá ser realizado.
Portanto, uma empresa que tenha sido constituída num prazo inferior terá mais
dificuldades para conseguir limites maiores, pois o valor não será calculado
proporcionalmente ao tempo de atividade da empresa, será sempre calculado de forma
cumulativa, ou seja, quanto menor o prazo de constituição, menor o volume médio
mensal de recolhimento de tributos.
Também são prejudicadas as empresas que gozam de benefícios fiscais ou que estejam
dentro de alguma cadeia produtiva que implique na redução do pagamento de tributos
federais, pois o tributo não recolhido não é computado. É recorrente que, as empresas
optantes pelo SIMPLES, mesmo com faturamento mensal alto, não ser habilitada
automaticamente com um limite compatível para suas atividades e capacidade
econômica.
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Bastaria ao governo considerar o volume de faturamento das empresas e não o volume
de recolhimento de tributos, para que este grave problema se resolvesse e os
declarantes fossem tratados de forma isonômica, como prevê o nosso principal
ordenamento jurídico, a Constituição, uma vez que o governo tem acesso irrestrito a
esses dados, seja através do próprio banco de notas fiscais, seja através das mais
diversas declarações que os contribuintes apresentam.
Para corrigir essa falha, e para atender os importadores que estão começando ou
retomando suas atividades, a RECEITA FEDERAL criou a possibilidade do pedido de
revisão de estimativa, quando os habilitados nas modalidades LIMITADAS poderão
demonstrar que possuem capacidade econômica maior;
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Os recursos financeiros disponíveis têm como principais fontes, do ponto de vista
contábil e fiscal, as seguintes origens:
a) aportes de capital;
b) doações (principalmente entidades do terceiro setor);
c) empréstimo bancário;
d) empréstimo dos próprios sócios ou dirigentes (mútuo);
e) empréstimo de terceiras pessoas jurídicas;
f) indenizações;
g) venda de ativos;
h) faturamento próprio;
Para cada situação, a RECEITA FEDERAL exige uma série de documentos aplicando um
critério muito rigoroso para a comprovação da origem lícita dos recursos, que exigem
um rigor contábil e fiscal do contador altíssimo, o que nem sempre ocorre, gerando
alguns problemas que serão a seguir relatados;
a) sócios que não tem capacidade financeira (renda) suficiente para justificar o
montante aportado;
b) aportes realizados por terceiros, que não são sócios, ainda que por conta e
ordem de um sócio;
c) aportes em ativos super ou subvalorizados ou de origem não comprovada;
d) aportes em espécie, sem a devida comprovação do saque da conta corrente do
sócio e eventual registro da DME (Declaração de Movimentação em Espécie);
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Outro problema comum são sócios que colocam recursos na empresa para suportar
despesas e não formalizam o contrato de mútuo, com registro em cartório. E a situação
piora quando o empréstimo (mútuo) é feito de outra empresa, porque, além do contrato
de mútuo, será necessário também apresentar os documentos fiscais (balancetes) do
mutuante, ainda que este terceiro não esteja requerendo habilitação no RADAR ou
sequer seja declarante de mercadorias importadas ou exportadas;
Outro problema recorrente são imóveis não averbados, ou seja, foram construídos, mas,
tanto o IPTU quanto a matrícula do imóvel, não indicam a existência do prédio
construído. Assim, fica impossível verificar se o espaço ocupado atende a necessidade
de capacidade operacional.
Não são raros os casos também onde a empresa está estabelecida na AVENIDA XXXXXX,
número 1000 B, só que, na documentação, no IPTU principalmente, existe apenas a
numeração 1000, e números informais foram fixados, por exemplo, como 1000 A,
1000B, 1000C;
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Por último, a pergunta mais comum refere-se ao valor que a empresa deve ter disponível
em conta corrente para conseguir a revisão de estimativa, são eles:
Para mudar da modalidade LIMITADA com limite de USD 50 mil, para a modalidade
LIMITADA com limite de USD 150 mil, considerando a taxa média do USD vigente para o
ano de 2022, o declarante deverá ter em disponibilidades financeiras de uso imediato o
valor mínimo de R$ 264.000,00;
É importante ressaltar que este valor deverá estar disponível no último dia útil do mês
imediatamente anterior ao mês do protocolo do requerimento de revisão de estimativa,
que será comprovado mediante os balancetes de verificação e extratos bancários.
Portanto, se você receber uma notificação para apresentar documentação para revisão
de ofício (a pedido da RECEITA FEDERAL), trate este assunto como de extrema
importância e gravidade, receber esta intimação equivale ao entendimento de “algo de
errado” foi detectado pela RECEITA FEDERAL nas suas operações de comércio exterior.
Esse “algo errado” pode até não ter ocorrido, para tanto, cabe ao habilitado apresentar
toda a documentação requerida, no formato e ordem solicitada, sem sonegar qualquer
informação e, se durante o preparo dessa documentação, for detectado qualquer
irregularidade, providencie a imediata correção, e apresente, sempre que possível, a
documentação já corrigida, ainda que isso implique na assunção de multas e pagamento
de tributos, pois, a penalidade maior pode ser o bloqueio do RADAR e o consequente
pedido de inabilitação do CNPJ.
DOUGLAS BRITO
Consultor Aduaneiro
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