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Marketplace pode perder isenção por 4 meses

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Nova portaria define regras para site estrangeiro aderir a


programa e obter imposto zero

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A menos de 15 dias de entrar em vigor a regra para importações de até US$ 50, com
direito à isenção do imposto de 60%, uma nova portaria deve ser publicada em breve.
Seu teor, obtido pelo Valor, define detalhes operacionais que faltavam, mas ainda deixa
pontos em aberto e que podem afetar a vida do consumidor.

Pelo texto, marketplaces estrangeiros pegos burlando regras ficarão, pelo menos, quatro
meses fora do programa.

Há reunião prevista para amanhã, terça-feira, entre a subsecretaria de administração


aduaneira da Receita Federal, membros do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo
(IDV) e representantes de plataformas estrangeiras para tratar de questões mais práticas
do programa Remessa Conforme.

A partir de 1º de agosto, os consumidores de plataformas de venda on-line ou


transportadores que seguirem regras do programa não precisarão pagar o imposto de
importação de 60% em remessas de até US$ 50.

No país, quem arca com esse imposto é o comprador, e não o marketplace, mas para
obter a isenção, as regras têm que ser seguidas pela empresa e pelos lojistas que
vendem em plataformas como Shein, Shopee, AliExpress e Amazon.

Já é sabido, segundo a instrução normativa 2.146 e a portaria 612, ambas de junho, que
as plataformas terão dois caminhos a seguir. Se aderirem às regras do Remessa
Conforme, não há cobrança dos 60% e os envios caem num sistema de desembaraço
automático e ágil, o “canal verde”.

Se não aderirem, vão para o “canal vermelho”, com a cobrança dos 60% e desembaraço
mais lento. Nos dois casos haverá a cobrança estadual de ICMS único, de 17%. A
adesão dá ao marketplace o direito de estampar um selo de conformidade às regras em
sua página, para motivar a venda ao consumidor.

O Valor apurou que, de acordo com uma nova portaria, em fase final de elaboração e
que disciplina o programa, não será preciso que a empresa de comércio eletrônico tenha
CNPJ no país para pedir a certificação. Basta ter algum representante (inclusive pessoa
física), e fornecer um código (o TIN) do transportador parceiro. Isso incentiva maior
adesão às novas regras.

O governo precisa ampliar a base de dados das remessas para melhorar a fiscalização -
peça crucial nesse processo. Foram 176 milhões de remessas ao país em 2022 e só 2%
foram declarados à Receita.

Pela nova portaria, a plataforma deve ter 30 dias para se ajustar caso seja pega
enviando produtos fora das regras. Se não se adequar, será excluída do programa. E
poderá solicitar nova certificação só após 120 dias, apurou o Valor.

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As remessas que entrarem no Brasil antes da exclusão da plataforma ainda podem
usufruir do benefício do imposto zero, mas após a exclusão, perdem o direito. Ocorre
que, pelas regras, se a empresa perder o selo do programa, o selo tem que sair da
página do marketplace. E o cliente não poderá mais comprar com o direito à isenção, até
a regularização. Logo, será preciso que o cliente fique atento para verificar se a
plataforma está dentro do programa.

As empresas ainda podem criar campanhas para atrair tráfego usando o selo, o que
exige atenção maior às regras pelo comprador. “Não pode haver um ‘delay’ grande entre
a decisão de excluir e a retirada do selo, ou pode ter compra sendo feita e o selo já ter
caído. Ainda não sabemos como isso se dará”, diz uma pessoa que acompanha as
tratativas.

É possível que, até a publicação da portaria, o texto passe por mudanças, após as
discussões em andamento entre Receita e as companhias (ver quadro).

Outro aspecto é o tempo para reavaliar o benefício concedido. Pela texto da nova
portaria, a certificação será revista a cada três anos, quando acontece uma análise mais
profunda da atuação da plataforma. “Pelas regras da certificação do OEA [Operador
Econômico Autorizado], que serve como base ao Fisco nesses casos, esse prazo é de
um ano e não de três anos, até para identificar qualquer irregularidade logo”, diz uma
fonte.

A instrução normativa sobre o tema, de junho, e a portaria a ser publicada definem que,
para se manter com a isenção do imposto e no programa é preciso comprometer-se
“com o combate ao descaminho e ao contrabando, em especial, à contrafação”. E
“manter política de admissão e de monitoramento de vendedores cadastrados na
empresa”.

Os milhares de lojistas cadastrados nas plataformas têm que ser supervisionados pelas
empresas, o que traz para a mesa a questão da responsabilidade dos marketplaces.
Esses vendedores precisarão estar cientes das novas regras, e o sistema que conecta
lojas e plataforma tem que impedir as fraudes de dados. Se isso não ocorrer, a
plataforma corre o risco de perde o selo, considerando que pode haver aumento de
remessas após a isenção, o que vai exigir mais da fiscalização.

A nova portaria, como a anterior que definiu o imposto zero, também passa a valer a
partir de 1º de agosto, por isso, até pelo prazo curto, deve ser publicada nos próximos
dias, dizem fontes.

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