PARECER

Remessa de valores para o Exterior

Precipuamente, cumpre-nos ressaltar, que no processo de escolha por
qual Instituição Financeira irá fazer a remessa de valores para o exterior é
fundamental verificar as taxas e tarifas aplicadas, principalmente a taxa de
câmbio utilizada na conversão do dinheiro, pelos provedores daquela instituição,
haja vista que há alta variação e volatilidade, ou seja, modificam de acordo com
a mudança nas taxas de câmbio, na legislação ou até mesmo nos acordos
comerciais entre os provedores e instituições financeiras.
Neste contexto, na escolha da instituição financeira que será responsável
pela transferência de valores para o exterior, não há uma opção melhor ou pior,
mas sim, um conjunto de fatores que determinam essa escolha, como por
exemplo: relacionamento com o banco, tarifas, cotações, etc.
Sendo assim, antes de escolher a instituição financeira que irá fazer as
transações para o exterior é aconselhável fazer um comparativo entre as taxas
aplicadas, IOF incidido e prazos previstos, pois além de serem de extrema
importância, são fatores fundamentais para descobrir qual banco permite maior
rentabilidade.
Além do mais, para o envio e recebimento internacional de valores, a
remessa está sujeita às exigências e normas de entidades reguladoras, como o
Banco Central e a Receita federal e as leis e regulamentações que interferem no
valor da transferência a ser realizada. Na maioria das operações, só há
cobrança de IOF e taxas, contudo, em transferências mais específicas, como
para contratação de serviços no exterior, valores de grande monta e
pagamentos para fins turísticos, por exemplo, há incidência do Imposto de
Renda Retido na Fonte. Isso significa que, o recolhimento do Imposto de Renda
é feito antecipadamente no momento da criação da remessa e o contribuinte terá
acesso ao valor específico do tributo no detalhamento de custos do envio.
Cumpre salientar, que no Brasil as instituições financeiras, em que pese
não ser as que praticam as taxas mais atrativas, são as mais seguras para

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realização de transações internacionais de valores vultosos, razão pela qual, a
opção por uma delas é a mais aconselhável.
Neste passo, no Brasil há pelo menos 5 Instituições Financeiras
consolidadas e seguras para efetuar transações internacionais, quais sejam:
Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Santander e Banco Bradesco.
Para fins de melhor elucidação e para auxiliar na escolha da melhor
instituição financeira para remessa de valores para o exterior, elaboramos um
quadro comparativo e um material de apoio, com as principais informações que
devem ser observadas e sopesadas na hora da escolha, cujo documentação
está anexa ao parecer.
Pela análise do quadro comparativo, a melhor opção de bancos no Brasil,
é o Banco Santander, porque além de ser um banco consolidado mundialmente,
possui taxas mais atrativas e filiais em diversos países, o que facilita a abertura
de contas no Exterior.
Dessa forma, após a escolha da instituição financeira para remessa dos
valores, e após os trâmites de abertura de conta, na hipótese de o cliente não
ser correntista, o cliente deverá seguir o passo a passo, detalhado na website ou
no aplicativo do banco para efetuar a remessa dos valores.
Por oportuno, vale ressaltar a importância da escolha da instituição
financeira em Portugal, que irá ser responsável pelo recebimento e guarda dos
valores em conta.
Neste passo, cumpre salientar que para as pessoas não residentes em
Portugal, o processo de abertura de conta torna-se mais complexo, pois é
exigido o NIF (Número de Identificação Fiscal), que corresponde ao CPF no
Brasil, contudo, em Portugal, somente é possível conseguir este NIF, residindo
lá ou através de procuração pública constituindo um procurador em Portugal,
que será responsável pela representação fiscal e intermediação de eventuais
comunicações com a Autoridade Tributária e Aduaneira.
Sendo assim, optando o cliente pelo prosseguimento e abertura de conta,
os custos para nomeação de um Procurador, giram em torno de 150,00 £, não
incluído os custos com a lavratura da escritura pública, cujas custas dependerá

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do cartório de notas em que for lavrada, geralmente ficando em torno de R$
200,00 até R$ 500,00. Além da procuração pública no consulado brasileiro em
Portugal, cujos trâmites são realizados pelo Representante Fiscal nomeado. O
prazo estipulado para início e finalização dos serviços para aquisição do NIF e
abertura da conta é em torno de uma semana.
Destarte, em consulta com correspondentes bancários de Portugal,
atualmente, a instituição financeira que possui as taxas mais atrativas para
abertura de conta e recebimento e guarda de valores também é o Santander, por
ser um banco consolidado com várias agências em Portugal e por ter uma
política de facilitação de abertura de contas nas filiais portuguesas do banco por
clientes brasileiros de alto patrimônio. No Santander, existe o International Desk,
uma área especializada em auxiliar os seus clientes em todo o processo de
internacionalização, incluindo apoio a abertura de conta à distância, através de
sua rede de relacionamento com bancos nos principais mercados mundiais.
Além disso, o Santander é o maior banco na Zona do Euro e o cliente do
Santander Private Banking Portugal brasileiro terá acesso a todo o leque de
serviços disponível. O Private do Santander no Brasil também possui uma
equipe especializada em investimentos internacionais e presta assessoria ao
cliente brasileiro em todas as etapas do processo de diversificação internacional.
CONCLUSÃO
Ante o exposto, conclui-se que Brasil e Portugal dispõem de diferentes
meios para transferências internacionais, contudo, é necessário se atentar aos
trâmites e documentações exigidas, bem como avaliar o custo-benefício e qual
alternativa melhor atende às necessidades do cliente.
É importante salientar, ainda, que os brasileiros que têm R$ 1.000.000,00
(um milhão) ou mais em conta precisam fazer a Declaração de Capitais
Brasileiros no Exterior (CBE), além do imposto de renda. Esta declaração é de
responsabilidade do Banco Central e está disponibilizada no site da autarquia.
É o parecer.
DANIEL FREDERIGHI
OAB/MG 134.303