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Investindo no

Exterior

@STOCKBULL01
Escolhendo a sua corretora

Abaixo você irá encontrar algumas corretoras das quais recomendamos e as principais
diferenças entre elas.

Existem outras corretoras, como por exemplo: a Charles Schwab, as plataformas dos grandes
bancos americanos, como o Merrill Lynch ou ainda a DriveWealth e E-Trade. Todas possuem
vantagens ou desvantagens, no entanto, não consegui abrir conta em todas para testá-las —
haja capital. As três que citei anteriormente já foram testadas por mim ou por alguém do time e
fornecem a totalidade de ferramentas que precisaremos para montar carteiras no mercado
internacional.

Lembrete: não é necessário que você abra sua conta em alguma das corretoras citadas para
poder seguir as nossas sugestões. Caso já tenha aberto conta em alguma outra corretora, ou
esteja pesquisando alguma que não foi aqui citada, apenas recomendamos que certifique-se
de que a mesma seja membro da SIPC (Securities Investor Protection Corporation) e/ou da
FINRA (Financial Industry Regulatory Authority), órgãos de proteção ao investidor nos EUA.

Avenue Securities - ​https://www.avenue.us/


Interactive Brokers - ​https://www.interactivebrokers.com/
TD Ameritrade - ​https://www.tdameritrade.com
No caso dos serviços de tempo real oferecidos por essas corretoras, é imprescindível o
investidor entender que os ativos negociados no mercado americano podem ser oriundos de
Bolsas de negociações diferentes e, se quiser ter as cotações atualizadas para todos os ativos
de sua carteira, deverá contratar esses serviços para cada uma dessas plataformas.

Cadastro

Após escolher a corretora, é necessário dar sequência no processo fazendo o cadastro junto à
empresa. Tudo é resolvido via internet, sem necessidade de estar presente na sede das
instituições. Serão exigidos dados pessoais para o cadastro, assim como ocorre aqui no Brasil.
Um scanner também será necessário para o envio de documentos. Outro requisito mínimo é
saber ler em inglês.

Caso o assinante não se sinta confortável em entrar em contato com as corretoras que não
oferecem atendimento em português para resolver questões e/ou tirar dúvidas, sugerimos que
procurem as empresas que forneçam tal suporte.

A conta pode ser individual ou conjunta (PF ou PJ). Na hora do cadastro, serão exigidos: um
comprovante de identidade não expirado (RG, CNH ou passaporte) e um comprovante de
residência (conta de água, luz, gás, internet, telefone fixo ou banco). Conta de celular não vale.

O nome no preenchimento precisa ser idêntico ao da identidade, assim como o endereço.


A análise das informações é muito minuciosa. Você também terá que fornecer informações
pessoais, como status matrimonial, endereço e profissão. O passo a passo da abertura de
contas costuma contar com tutorial. Em alguns casos, haverá um chat disponível para tirar
dúvidas.

Além de aspectos pessoais, as corretoras querem saber quais produtos o potencial cliente têm
interesse em operar (ações, opções, futuros, moedas, títulos) e qual é sua experiência como
investidor. Aqui será levado em consideração o tempo operando na Bolsa, número médio de
negócios por ano e conhecimento de finanças.

Também será necessário listar suas fontes de renda, com uma descrição detalhada de como
pretende capitalizar a conta. É preciso especificar o patrimônio líquido, bruto e a renda anual e
informar a origem do capital inicial (via depósito, transferência de outra aplicação financeira,
entre outras opções).

Caso decida abrir um conta em uma corretora nos EUA, o investidor será solicitado a
preencher o formulário W-8BEN, fornecido pelo IRS (Receita Federal americana). Este
formulário é exigido para todos os estrangeiros que desejam investir no país, que estão sujeitos
a uma alíquota de 30% no valor bruto de rendas recebidas de fontes americanas (dividendos,
juros, aluguéis, entre outros).
Caso o país do indivíduo tenha algum acordo relacionado a impostos junto aos EUA, o mesmo
pode solicitar a incidência de uma alíquota menor sobre a renda procedente de fontes
americanas. De acordo com o site do IRS, o Brasil não está nessa lista, sendo neste caso
necessário apenas o preenchimento das partes I e III do formulário.

Na Parte I, preencha os campos com seus dados pessoais: [1] nome completo, [2] país de sua
nacionalidade, [3] endereço (dividido em duas linhas, a primeira para logradouro e a segunda
para cidade, estado, CEP e país), [4] endereço para correspondência (caso seja diferente do
anterior), [6] CPF e [8] data de nascimento (no formato mês-dia-ano).
Na Parte III, caso o beneficiário direto seja a mesma pessoa, é necessário apenas a assinatura
do mesmo no campo “Signature of beneficial owner” e preencher o campo do lado com a data
(no formato mês-data-ano). Caso a pessoa que esteja assinando o formulário não seja o
beneficiário direto, também é necessário que a pessoa escreva seu nome completo no campo
abaixo da assinatura e especifique seu relacionamento com o beneficiário direto.

Enviando os Recursos para o Exterior

Finalizado o processo de abertura de conta junto à instituição escolhida, é necessário realizar o


envio de recursos para poder começar a operar no mercado acionário. Atualmente, no Brasil, é
possível realizar tal transferência por meio de uma instituição financeira (devidamente
autorizada pelo BC) ou por ordem de pagamento.

A transferência bancária internacional é simplesmente um pagamento realizado entre bancos


de diferentes países, na qual é utilizado o sistema SWIFT, que facilita a troca entre instituições
financeiras em todo mundo. Neste caso, é necessário informar os dados bancários do
beneficiário da transferência (banco, agência e conta) e o código SWIFT do banco destinatário.
Nesse tipo de transferência, tanto o remetente quanto o beneficiário pagarão pela transação, o
que encarece a operação.

Alguns bancos fornecem o serviço pelo internet banking, porém limitado a uma certa quantia. O
prazo para liquidação da transferência via SWIFT é de dois dias úteis, porém esse prazo pode
variar de acordo com o valor e com a legislação do país de destino.

Tributacao

O Imposto de Renda aqui no Brasil é cobrado sobre regime de caixa. Ou seja, o fato gerador
de imposto em nosso caso é a venda de ativos que o investidor possua. Nada muda na
legislação em relação às ações estrangeiras: são tratadas como bens mobiliários e taxadas em
15% sobre os ganhos de capital. Isso mesmo: a taxa do imposto cobrado é a mesma das
ações brasileiras.

O que existe em termos de investimentos estrangeiros é uma diferenciação de tributação sobre


ganhos de capital e renda. Ganhos de capital são taxados sempre em 15%, enquanto que os
ganhos com renda são taxados pela tabela progressiva do IR (sim, aquela mesma tabela do
seu salário). Sempre que realizarmos vendas de ações estrangeiras e obtivermos ganhos,
temos que calcular o imposto devido e pagar a respectiva Darf (código 8523) até o último dia
útil do mês subsequente à realização da operação.

Lembrando que os EUA possuem um acordo de reciprocidade tributária com o Brasil e,


portanto, não cobram impostos em operações de ganho de capital. Em relação aos dividendos,
porém o caso é outro. Mais à frente comentamos como funciona a tributação de dividendos.
Vou mostrar a seguir a legislação e exemplos de como devemos calcular nossos impostos e
pagá-los.

- Ganho de Capital

Os ganhos de capital podem ser obtidos de duas formas: (i) com os recursos recém enviados
ao exterior; e (ii) com os recursos que já estejam no exterior.

A) Recursos recém-enviados ao exterior

1. Suponha que você tenha enviado US$ 20 mil para investir em ações. No momento que você
enviou os recursos, a cotação do dólar acordada para a transferência foi de R$ 3,27. Para
efeito de impostos, essa cotação não vale nada. O que precisamos olhar é o valor da cotação
nessa data fixada para venda pelo Banco Central. Suponha que essa operação tenha sido
realizada no dia 04/08/2017. A cotação definida pelo BC foi de R$ 3,1224.
2. No dia 07/08/2017, realizamos a venda das ações no valor de US$ 20,5 mil (ganhamos 500
dólares na operação). Precisamos então transformar esse valor em reais pela cotação fixada
para a compra pelo Banco Central nessa data. A cotação estipulada pelo BC foi de R$ 3,1261.
3. O valor total dos ganhos nessa operação foi de R$ 1.637,05 (Lucro: US$ 20.500 x R$ 3,1261
– US$ 20.000 x R$ 3,1224 = R$ 1.637,05) e o imposto a ser pago no mês subsequente será de
R$ 245,56.

B) Recursos já presentes no exterior:

1. Agora, imagine que você tenha vendido as suas ações e que os seus recursos se encontrem
lá fora. E você realiza uma nova operação e obtém lucros. Como a transação está sendo
realizada totalmente em dólares, não será necessário que você efetue a conversão no
momento da operação para o cálculo do imposto. Basta apenas que seja auferido o ganho em
dólares e, então, observamos qual o valor em reais.
2. Suponha que no dia 04/08/2017 você tenha comprado US$ 20 mil em ações. No dia
07/08/2017, você vendeu sua posição por US$ 20,5 mil. Seu ganho foi de 500 dólares. Esse
ganho deve ser convertido para reais pela cotação de compra estipulada pelo BC na data da
venda das suas ações (R$ 3,1261 x US$ 500). O imposto a pagar é calculado em cima dos
seus ganhos (15% x R$ 1.563,05), ou seja, US$ 234,46.

Reforçando que ambos os lucros devem ser reportados anualmente na Declaração de Ajustes
do Imposto de Renda. Caso o volume de VENDAS em um mesmo mês não ultrapasse os R$
35 mil (lembrar que esse valor é ajustado diariamente de acordo com a cotação do dólar — se
o dólar se valorizar, o limite de vendas em dólar fica menor; se o dólar desvalorizar, o limite de
vendas aumenta), o contribuinte está isento de pagar o IR.

A tabela abaixo explica como pensar nas operações, mensais. No caso, o valor da totalidade
das vendas mensais foi inferior a R$ 35 mil e, portanto, o investidor estaria isento de
pagamento de IR. Vale ressaltar que, diferentemente do Brasil, as perdas não podem ser
utilizadas para compensar o imposto futuro.

- Sobre a Renda

Os recebimentos de dividendos são classificados como renda para a Receita Federal. Isso
significa que dividendos provenientes de ativos estrangeiros recebidos por investidores
brasileiros não possuem o mesmo tratamento dos dividendos recebidos por empresas
brasileiras. Infelizmente, eles são tributados pela tabela progressiva (aquela mesma que tributa
o seu salário mensal, no caso de quem possua carteira assinada). Mas antes de ficarmos
pensando em como vamos calculá-los, temos que observar uma característica intrínseca do
mercado americano.

TRIBUTAÇÃO DE DIVIDENDOS

Os EUA possuem um acordo de reciprocidade tributária com o Brasil. O objetivo desse acordo
é evitar que investidores que detenham alocações nos dois países sejam bitributados.
Acontece que nos EUA os dividendos pagos aos acionistas são tributados diretamente na
fonte. No caso de investidores estrangeiros, a tributação alcança a tarifa de 30%, a serem
recolhidos na fonte.

Sendo assim, nós já pagamos aos EUA a nossa cota de imposto referente aos dividendos. Na
verdade, pagamos até mais do que o governo brasileiro cobra. Essa diferença entre o que
pagamos lá fora e o que deveríamos pagar aqui no Brasil, pode ser utilizada para compensar o
imposto a pagar. O imposto pago em excesso lá fora pode ser utilizado para compensar o
imposto mensal ou deve ser lançado na Declaração de ajuste anual do Imposto de Renda.

Importante ressaltar que esse mecanismo de retenção do Imposto de Renda na fonte pelo
governo dos EUA ocorre somente para dividendos distribuídos por companhias
norte-americanas (ou seja, pode ser que o dividendo de uma companhia estrangeira negociada
na bolsa norte americana não tenha o imposto recolhido e, nesse caso, devemos apurá-lo e
pagá-lo aqui no Brasil).

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