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I R PA R A O S U M Á R I O

I R PA R A O S U M Á R I O
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES

SUMÁRIO
Clique no capítulo que você quer visualizar agora.

Capítulo 1 Entendendo o Imposto de Renda...................................................... 5

Capítulo 2 Renda Fixa................................................................................................... 10

Capítulo 3 Renda Variável.......................................................................................... 18

Capítulo 4 Fundos Imobiliários................................................................................. 31

Capítulo 5 Previdência Privada................................................................................ 35

Capítulo 6 ETFs - Exchange Traded Funds.......................................................... 44

Capítulo 7 Criptomoedas............................................................................................. 48

Capítulo 8 Investimentos no exterior.................................................................... 52

Capítulo 9 Investimentos alternativos.................................................................. 60

Capítulo 10 Doações e heranças................................................................................. 62

Capítulo 11 Considerações finais............................................................................... 66

Glossário ......................................................................................................................... 68

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GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES

Prefácio
O Kinvo é uma plataforma que te ajuda a controlar, acompanhar e analisar

todos os seus investimentos em um único lugar de maneira simples e direta. Tão

importante quanto saber investir e ter controle sobre os seus ativos é entender

como declará-los no Imposto de Renda, evitando cair assim na malha fina ou ser

multado pelo Fisco.

Este guia prático foi produzido para te ensinar o bê-a-bá do seu Imposto de

Renda, ficando disponível para sua consulta sempre que necessário. Por meio

deste material, você vai conseguir evitar erros comuns e sanar dúvidas na hora

da declaração.

Os benefícios para quem aplica os conhecimentos compartilhados aqui são

muitos, entre eles:

• Ao fazer os cálculos e declarar seus investimentos, além de economizar

tempo e dinheiro, você evita problemas com a Receita Federal. As multas

e juros podem ser muito altos;

• Não compensar prejuízos e não descontar custos operacionais, entre

outros benefícios, podem te fazer pagar um valor muito maior do que

você realmente deve;

• A constância na apuração te ajuda a ter controle das suas operações,

sejam ganhos ou perdas;

Este guia básico estará disponível para consulta sempre que necessário.

Boa leitura!

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Capítulo 1

Entendendo
o Imposto
de Renda

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O que é o IR?
O Imposto de Renda é um tributo federal aplicado sobre a renda, ou seja, sobre o

que você ganha. Esse imposto, além de incidir sobre os seus ganhos, acompanha

também a evolução do seu patrimônio. Para ter essa comprovação, o governo

solicita para as pessoas e empresas os seus ganhos anuais, a famosa declaração.

Quem deve declarar?


É obrigatória a realização da declaração a pessoa residente no Brasil que, no ano-

-calendário de 2019, encontrava-se em qualquer uma das seguintes situações:

• Teve rendimentos tributáveis, sujeitos a ajuste na declaração, acima


de R$ 28.559,70;

• Recebeu valores isentos, não tributáveis ou tributáveis na fonte acima


de R$ 40 mil.

• Obteve ganho de capital na venda de bens, como imóveis ou veículos;

• Realizou alguma operação na bolsa de valores;

• Escolheu isenção de imposto na venda de imóvel residencial para


compra de novo imóvel em até 180 dias;

• Possuiu bens que somavam mais de R$ 300 mil em 31 de dezembro


2019;

• Teve receita bruta superior a R$ 142.798,50 com atividade rural e


pretenda compensar prejuízos de anos-calendário anteriores ou mesmo
de 2019;

• Passou a morar no Brasil em algum mês do ano passado e encontrava-se

nessa condição em 31 de dezembro de 2019.

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Deve declarar os investimentos de todas as classes que


tenham em carteira na Declaração de Imposto de Renda
de Pessoa Física 2020 (DIRPF 2020) independente da
isenção de Imposto de Renda.

Não há necessidade de declarar quando:


• A pessoa física esteja em sociedade conjugal ou união estável e os
bens tenham sido declarados pelo outro cônjuge, desde que o valor total
dos seus bens privativos não exceda R$ 300.000,00 (trezentos mil reais);

• A pessoa física conste como dependente em Declaração de Ajuste Anual


apresentada por outra pessoa física onde foram informados rendimentos,
bens e direitos, caso os possua.

• O contribuinte desobrigado da declaração, ainda assim, pode apresentá-la.


Para isso, deve-se atentar para não constar em mais de uma Declaração
de Ajuste Anual, seja como titular ou dependente. A exceção ocorre na
alteração da relação de dependência no ano-calendário de 2018.

Tabela IRRF 2020


Segue abaixo a tabela progressiva anual:

Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do IR (R$)

Até 22.847,76 - -

De 22.847,77 até 33.919,80 7,5 1.713,58

De 33.919,81 até 45.012,60 15 4.257,57

De 45.012,61 até 55.976,16 22,5 7.633,51

Acima de 55.976,16 27,5 10.432,32

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Que tipo de declaração é a sua?


Ao entregar a sua declaração, é preciso escolher o formato.

Simplificada: Qualquer pessoa pode declarar nesta categoria, mas o ideal é que seja

contribuinte com poucas despesas a deduzir. Todos os rendimentos tributáveis

são somados e sobre o valor da soma é concedido o desconto de 20% sobre a

base de cálculo do imposto, limitado a R$ 16.754,34. No caso em que há impostos

devidos, esse valor vem em forma de restituição ou desconto no pagamento.

Completa: Esse tipo de declaração é mais indicado para contribuintes que tenham

filhos como dependentes, ou seja, quem paga escola particular, plano de saúde

e outras despesas que podem ser deduzidas. No preenchimento, é necessário

informar cada gasto individualmente e a soma das deduções pode ultrapassar o

valor de R$ 16.754,34.

Pulo do gato! Se você é um contribuinte investidor


e possui poucas despesas para deduzir, é obrigado
a utilizar o formato completo caso tenha realizado
operações na Bolsa de Valores (ações, opções, FIIs,
futuros etc.). Caso só tenha investido em fundos ou
títulos de renda fixa, é possível fazer a declaração
simplificada. Fique atento.

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Separe os documentos necessários para


fazer a sua declaração:
• Informe de rendimentos de bancos e corretoras;

• Extrato do INSS;

• Comprovante de rendimento e pagamento de aluguéis;

• Recibos de médicos, dentistas e educação;

• Comprovante de compra e venda de bens.

Impostos a serem pagos


O contribuinte que possui algum imposto a ser pago poderá dividir o valor em

até oito cotas mensais maiores ou iguais a R$ 50. A primeira cota deve ser paga

até o dia 30 de abril e as demais devem ser pagas até o último dia útil de cada

mês subsequente, com acréscimo de juros.

O pagamento pode ocorrer via transferência eletrônica de fundos ou por débito

automático em conta-corrente nos bancos, por Documento de Arrecadação de

Receitas Federais (DARF) ou em qualquer agência bancária.

Há muitos tipos de ativos e cada um deles possui particularidades. É sobre eles

que vamos discutir ao longo deste e-book.

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Capítulo 2

Renda Fixa

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Renda Fixa
Na renda fixa, o Imposto de Renda é pago automaticamente no momento do

resgate. A corretora ou banco que possui a custódia do título é responsável

por recolher o tributo e ainda apresentar os informes de rendimento para que

você, investidor, possa declarar os seus rendimentos na aba de Bens e Direitos.

Investimentos que sofrem a tributação do IR:

• Tesouro Direto;

• CDB (Certificado de Depósito Bancário);

• RDB (Recibo de Depósito Bancário);

• LC (Letra de Câmbio);

• Debêntures (exceto as incentivadas).

Tabela regressiva do Imposto de Renda

Prazo Alíquota

Até 180 dias 22,5%

De 181 a 360 dias 20%

De 361 a 720 dias 17,5%

Acima de 720 dias 15%

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Investimentos que não sofrem


tributação do IR:
• Poupança;

• Debêntures incentivadas;

• LCI (Letra de Crédito Imobiliário);

• LCA (Letra de Crédito Agronegócio);

• CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários);

• CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio).

Tesouro Direto
Para investimentos nos títulos públicos através do Tesouro Direto, o IR é

descontado automaticamente no resgate ou no vencimento, conforme o prazo

da aplicação realizada ou de acordo com a tabela regressiva.

Declarando investimento no Tesouro


Direto:
1. Na ficha “Bens e Direitos”, selecione o código “45 - Aplicação de renda

fixa” e clique em “novo”;

2. Informe o saldo dos investimentos entre 31/12/2018 e 31/12/2019;

3. Preencha a página com o CNPJ da instituição financeira na qual realizou

o investimento (a corretora, por exemplo). Na parte de discriminação,

escreva algo como “Título do Tesouro Direto”;

4. Já os valores dos rendimentos provenientes do investimento devem

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constar na aba “Rendimentos sujeitos à tributação exclusiva/definitiva”,

no código “06 – Rendimentos de aplicações financeiras”;

5. Depois, informe o beneficiário do título, o CNPJ da fonte pagadora, o

nome da fonte pagadora e o valor do rendimento no período.

ETA PA 1

ETA PA 2

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CDB, RDB e LCs


Assim como no Tesouro Direto, o IR nos CDBs, LCs e RDBs incide sobre os
rendimentos e é descontado automaticamente no momento do resgate. A corretora
ou instituição financeira responsável pela custódia do título fica encarregada de
recolher o imposto e repassar o valor aos cofres públicos. A tributação para esses
tipos de investimento também segue a tabela regressiva. Através do informe de
rendimentos cedido pela instituição, o investidor consegue realizar a declaração

desses produtos semelhante à utilizada pelo Tesouro Direto.

Declarando CDB, RDB e LCs:


1. Acesse “Bens e Direitos”, selecione o código “45 – Aplicação de renda
fixa” e clique em “novo”;

2. Informe o saldo dos investimentos entre 31/12/2018 e 31/12/2019;

3. Preencha a página com o CNPJ da instituição financeira responsável


pelo título. Na parte de discriminação, informe o nome do emissor;

4. Já os valores dos rendimentos provenientes do investimento devem


constar na aba “Rendimentos sujeitos à tributação exclusiva/ definitiva”,

no código “06 – Rendimentos de aplicações financeiras”.

ETA PA 1

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Debêntures comuns
O IR sobre rendimentos de Debêntures Comuns é pago automaticamente no
momento do resgate do capital investido. Assim como nos investimentos
anteriores, a corretora ou banco que possui a custódia do título fica encarregada
de recolher o imposto e repassá-lo aos cofres públicos. Como acontece a

cobrança? Também segue como base a tabela regressiva.

Declarando debêntures comuns no


Imposto de Renda:
• Acesse “Bens e Direitos”, selecione o código “45 – Aplicação de renda
fixa” e clique em “novo”;

• Informe o saldo dos investimentos entre 31/12/2018 e 31/12/2019;

• Preencha a página com o CNPJ da instituição financeira responsável


pelo título. Na parte de discriminação, informe o nome do emissor;

• Os valores dos rendimentos provenientes do investimento em


debêntures devem constar na aba “Rendimentos sujeitos à tributação
exclusiva/definitiva”, no código “06 – Rendimentos de aplicações
financeiras”.

ETA PA 1

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Debêntures incentivadas
As Debêntures Incentivadas são produtos de renda fixa cujo investidor empresta

dinheiro para empresas de um determinado setor que o Estado considera

estratégico para a infraestrutura do país, como os setores de saneamento básico,

estradas, aeroportos etc.

Algumas dessas debêntures são totalmente isentas de impostos, ou seja, não

são tributáveis. Em casos como esse, a declaração deve acontecer na aba de

“Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”, da mesma forma que os rendimentos

da categoria a seguir.

ETA PA 1

Poupança, LCI, LCA, CRI e CRA


Todos esses investimentos são isentos de impostos por parte da Receita Federal,
mas, ainda assim, o investidor precisa declarar se tiver qualquer um desses em
carteira.

Assim como as Debêntures Incentivadas, essas aplicações devem ser declaradas


na parte de “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”, sendo necessário também
informar os dados da instituição financeira que foi utilizada para investir nestes

produtos.

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Declarando poupança no Imposto de


Renda
• Acesse a ficha “Bens e Direitos”, selecione a opção “Rendimentos

Isentos e Não Tributáveis” e o código “41 - Caderneta de Poupança”;

• Informe os dados sobre o saldo que há na poupança, além das

informações da instituição financeira na qual o investimento foi aplicado.

Declarando LCI, LCA, CRI e CRA no


Imposto de Renda
1. Acesse a aba “Bens e Direitos”, selecione a opção “Rendimentos Isentos

e Não Tributáveis” e escolha o código “45 - Aplicação de renda fixa”;

2. Informe os dados sobre o saldo investido e as informações da

instituição financeira;

3. Para cada tipo de investimento, é necessária uma declaração; então é

preciso repetir o procedimento para cada título de renda fixa.

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Capítulo 3

Renda
Variável

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Renda Variável
Saber como declarar suas negociações em renda variável é muito importante,

já que deixar de declarar os rendimentos pode implicar em problemas futuros

e, principalmente, multas. É comum ter muitas dúvidas na hora de informar os

dados, pois o sistema é bastante detalhado, mas mostraremos que essa tarefa

não é tão difícil quanto parece.

Ações
Se você vendeu ações em 2019, pagará IR se tiver tido lucro e o volume total de

vendas dentro de cada mês superar o valor de R$ 20 mil. Importante destacar

que o valor de R$ 20 mil vale para a carteira de ações como um todo, e não para

cada ação isoladamente. Caso o valor de vendas total seja abaixo disso, o lucro

é isento de IR. Deve-se ressaltar que esta isenção não é válida para operações

de daytrade. Assim, qualquer lucro auferido no mês com operações de daytrade

terá imposto de renda a pagar, independente do montante total vendido.

Todos os impostos devem ser pagos mensalmente através do DARF – Documento

de Arrecadação de Receitas Federais. A alíquota é de 15% sobre operações

comuns e 20% para operações daytrade.

Pulo do gato! Caso seu volume de vendas previsto


para um certo mês fique muito próximo de R$ 20 mil,
verifique se não é possível vender apenas parte da
carteira, deixando para vender o restante necessário
depois da virada do mês. Com isso, é possível escapar
do imposto de 15% e ficar com todo o lucro de maneira
totalmente legal. Lembrando que se o valor total de
vendas ultrapassar os R$ 20 mil em apenas um centavo,
já é necessário pagar os 15% sobre todo o lucro auferido
na operação. Tente se planejar.

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Onde encontrar o DARF?


O DARF pode ser encontrado no site da Receita Federal durante o ano inteiro. As

informações necessárias para preenchê-lo devem ser informadas pela corretora

na qual são realizadas as negociações. O principal documento disponibilizado

pelas corretoras para apurar todas as operações em Bolsa são as Notas de

Corretagem. Nelas estão contidas todas as informações, inclusive os custos

operacionais e o valor do imposto retido na fonte. Uma Nota de Corretagem é

emitida ao final do dia em que o cliente realizou uma ou mais operações.

Os custos de corretagem e emolumentos são descontados do lucro apurado,

assim como as perdas incorridas nas operações de renda variável nos mercados

à vista, de opções, futuros, a termos e assemelhados.

Dica Kinvo: É possível compensar prejuízos. Você pode


apurar o prejuízo de períodos anteriores e compensar
dos ganhos líquidos nos meses subsequentes em
operações efetivamente finalizadas. Isso vale em
qualquer das modalidades operacionais previstas.

Além disso, através da nota de corretagem, você pode visualizar todos os dados

da operação, inclusive o imposto retido na fonte onde é possível também realizar

o abatimento nos meses em que você obteve prejuízo.

Exemplo:

Caso tenha obtido prejuízo realizado de R$ 15 mil em março e lucrou com novas

vendas R$ 25 mil em abril, você irá compensar o prejuízo do mês anterior e

pagar imposto sobre R$ 10 mil de lucro.

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Declarando ações no Imposto de Renda


1. Na aba “Bens e Direitos”, clique no código “31 - ações” e informe as

ações que você tinha até 31/12/2019;

2. Na “discriminação”, informe a quantidade de ações, nome e CNPJ da

empresa, bem como a corretora utilizada para a compra e o tipo de ação;

3. No campo “Situação”, tanto em 31/12/2018 como em 31/12/2019, o

contribuinte deve informar o valor de aquisição das ações, independente

do dia do ano que tenha comprado os papéis;

4. No informe de rendimentos fornecido pela fonte pagadora (corretora

ou banco) e na nota de corretagem, estarão todas as informações

necessárias. Caso sua corretora não enviar, solicite;

5. Preencha os campos para todas as ações que tiver em carteira seguindo

a mesma lógica;

Importante: se você comprou ações pela primeira vez em 2019, deve deixar o

campo “Situação” de 2018 com “R$ 0”. Se a posição entre 2018 e 2019 não se

alterou (não comprou ou vendeu ações), mantenha os valores.

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Venda de ações abaixo de R$ 20 mil


Mesmo não sendo tributável, é necessário que você declare o valor seguindo
os passos abaixo:

1. Acessar a ficha “18 - Rendimento isento e não tributável”;

2. Selecionar “9 - Lucros e dividendos recebidos” e clicar em “novo”;

3. A venda de ações com lucro de até R$ 20 mil deve ser informada na


opção “20 - Ganhos líquidos em operações no mercado à vista negociados

em bolsas de valores”.

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Venda de ações acima de R$ 20 mil


Para fazer a declaração dessa categoria, esteja com todos os documentos e

DARFs em mãos:

• Selecione a opção “Operações comuns/Day Trade”;

• Informe o lucro/prejuízo obtido em cada mês, separando opções

comuns de Day Trade;

• No campo correspondente ao mês de janeiro, veja se há prejuízos para

serem compensados de dezembro de 2018. Se houver, preencha o valor


deles em “Prejuízos a Compensar”. Esses prejuízos são informados com

sinal negativo;

• No final de cada mês, vá até “Consolidação do mês” e verifique se a

alíquota foi calculada corretamente no campo “Imposto a pagar” e informe

o valor pago no DARF em “Imposto pago”;

• Para compensar o IR retido na fonte, você deve colocá-lo em “IR fonte

(Lei nº 11.033/2004) no mês”. Para o Day Trade, ele é lançado como “IR
fonte Day Trade no mês”;

• Finalizando o preenchimento, vá até o mês de dezembro e verifique

o total de IR retido na fonte. Nesse local constará todo o valor retido no

ano;

• Faça a soma do valor recolhido nas vendas acima de R$ 20 mil e dos

Day Trades e informe se o imposto foi pago ou retido no campo “3 -

Imposto pago sobre a renda na fonte (Lei nº 11.033/2004)”;

• Esse processo deve ser repetido para todas as operações que entram

nessa classe.

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ETA PA 1

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Day Trade
Day Trade é a compra e venda de ações no mesmo dia. Para as declarações desta

categoria, há incidência de imposto de 20% sobre os rendimentos líquidos. Como

dito anteriormente, nas operações de Day Trade não vale a regra da isenção para

valores de venda inferiores a R$ 20 mil, ou seja, qualquer que seja o volume de

venda realizado no mês relativo à Day Trade terá cobrança de Imposto de Renda

caso o investidor tenha lucrado.

Declarando Day Trade no Imposto de


Renda
1. Vá até “Operações comuns/ Day Trade” e informe o lucro/prejuízo

realizado em cada mês do ano;

2. Verifique se há prejuízos para serem compensados de dezembro de

2019. Caso haja, informe o valor em “Prejuízo a compensar”, com sinais

negativos (Ex.: R$ - 1.700);

3. Ao preencher cada mês, vá em “Consolidação do mês” e confira se a


alíquota foi calculada corretamente na aba “Imposto a pagar”;

4. Informe o valor pago no DARF em “Imposto pago” (caso os valores

não batam, o valor válido é o do programa; então o contribuinte precisa

ajustar);

5. Para compensar o IR retido na fonte, clique em “IR fonte no mês” e

informe os valores em “IR fonte Day Trade no mês”;

6. Após preencher os valores, não esqueça de verificar no mês de dezembro

o total de IR retido na fonte, que mostrará todo o valor retido no ano;

7. O contribuinte precisa fazer de todos os valores de Day Trade e

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informar na ficha “Imposto pago/retido” no campo “3 - Imposto sobre

renda na fonte”, junto com os valores das vendas acima de R$ 20 mil em

ações;

8. O investidor deve fazer o mesmo processo para todas as operações

dessa mesma classe.

Importante: Se em algum mês você não realizou uma operação Day Trade, basta

preencher R$ 0,00 nos campos referentes a cada mês.

Dividendos
Você sabe o que são dividendos? Eles são a remuneração paga pela empresa

ao investidor que possui suas ações. Essa categoria é isenta de tributação, mas

ainda assim é necessário declarar.

Declarando dividendos no Imposto de


Renda
1. Utilize a ficha “Rendimentos Isentos e Não tributáveis”, no campo “5 -

Lucros e Dividendos recebidos pelo titular e pelos dependentes”;

2. Após clicar em “Novo”, informe se é o titular ou dependente, o valor e

a companhia que pagou os dividendos.

3. Este processo deve ser feito para cada ação que você possui em

carteira.

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Pulo do gato! Existe uma maneira legal de se criar


“prejuízos” úteis em sua carteira com a utilização de
dividendos. Toda vez que é anunciado o pagamento de
dividendos, existe uma data na qual as ações ficarão
“ex-dividendos”. Isso significa que, na data estipulada,
o valor dos dividendos será descontado do valor das
ações. Esse valor descontado não é um prejuízo, já que
ele será creditado na conta do acionista. Todavia, a
Receita Federal não distingue se uma venda que tenha
sido feita abaixo do valor de compra de uma ação foi
ocasionada por desvalorização real de preços ou pelo
pagamento de dividendos. Assim, é muito comum ver
investidores comprando ações no dia anterior que
a ação vire “ex” e as vendendo no dia seguinte para
contabilizar este suposto prejuízo. Obviamente, existe
o risco de desvalorização real do papel no período,
que pode realmente fazer com que ocorra um prejuízo.
De qualquer maneira, caso possua conhecimento e
técnica suficiente para determinar um bom ponto de
entrada no papel durante o dia, é possível utilizar esta
estratégia para lucrar com a valorização do papel,
receber os dividendos e, mesmo assim, contabilizar um
“prejuízo” na operação toda. Atente-se para este tipo de
oportunidade.

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Juros sobre Capital Próprio (JCP)


O JCP é uma outra forma de as empresas distribuírem frações do seu lucro

líquido entre os acionistas. Ao contrário dos dividendos, os Juros sobre Capital

Próprio são tributados em 15% pela Receita Federal na data do depósito.

Declarando JCP no Imposto de Renda


1. Os valores devem ser informados no campo “Rendimentos sujeitos à

tributação exclusiva” na opção “10 - Juros Sobre Capital Próprio”;

2. Para cada ação que o investidor recebeu dividendos, ele deverá

informar o titular, nome da fonte pagadora, CNPJ e valor;

3. Repetir o processo para cada ação que contém na carteira.

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Capítulo 4

Fundos
Imobiliários

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Fundos Imobiliários
Os Fundos Imobiliários, também conhecidos como FIIs, são fundos destinados

à aplicação em empreendimentos imobiliários. Além da aquisição de direitos

reais sobre os imóveis investidos, pode incluir também LCI, LH, cotas de outros

FIIs, Certificados de Potencial Adicional de Construção (CEPAC), Certificados de

Recebíveis Imobiliários (CRI), entre outros previstos na regulamentação.

Os dividendos desta categoria são isentos de IR, desde que o investidor possua

menos de 10% do total de cotas do fundo e estas tenham sido negociadas

exclusivamente em bolsa para fundos com mais de 50 cotistas.

Declarando os rendimentos no Imposto


de Renda
Como não existe um código específico para FIIs, os rendimentos obtidos nesta

categoria devem ser declarados na aba “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”

através do código “26 - outros”.

Observações importantes:

Caso o contribuinte obtenha lucro com a venda de cotas, há incidência de 20%

de IR no resgate, que deve ser pago até o último dia do mês seguinte através

dos DARFs.

Os custos com corretagem e emolumentos podem ser descontados no cálculo

de lucro e prejuízo, sendo que os prejuízos de um mês podem ser usados como

descontos nos meses seguintes (assim como nas ações).

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Declarando os FIIs no Imposto de Renda


1. Na ficha “Bens e Direitos” do programa, informe o saldo ou quanto está

aplicado na linha de número “73 - Fundo de Investimentos Imobiliário”;

2. No campo “Discriminação”, informe a instituição financeira

administradora do fundo, quantidade de cotas e, caso a conta seja

conjunta, nome e número de inscrição no CPF do cotitular/CNPJ do fundo;

3. Em “Situação em 31/12/2019 R$”, deve-se informar o valor de

aquisição do fundo independentemente do dia do ano que o adquiriu,

conforme virá descrito no Informe de Rendimentos;

4. Informe também o rendimento que teve ao resgatar o dinheiro da

aplicação, caso o tenha feito. Neste caso, é preciso selecionar a aba

“Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”, sob o código “26 - outros” - Não

existe um código específico para FIIs.

ETA PA 1

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ETA PA 2

No momento da declaração, deve-se informar o lucro líquido na ficha de “Renda

Variável”, na aba “Operações Fundos de Investimento Imobiliário”.

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Capítulo 5

Previdência
Privada

I R PA R A O S U M Á R I O
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Previdência Privada
Na previdência privada, a declaração das contribuições varia de acordo com a

característica de cada plano de previdência.

Essa diferenciação ocorre porque as contribuições feitas pelo VGBL (Vida Gerador

de Benefício Livre) não são dedutíveis de IR. Já as contribuições feitas no plano

PGBL podem ser abatidas do cálculo do imposto até o limite de 12% da renda,

de acordo com a regra da Receita Federal.

PGBL VGBL

Indicado para quem declara pelo modelo completo, Ideal para os contribuintes que declaram através

em que é possível identificar as deduções. do modelo simplificado. A tributação incide apenas


sobre os rendimentos na hora do resgate.

Declarando PGBL Declarando VGBL

Por ser um complemento da aposentadoria, o PGBL O VGBL é considerado uma aplicação financeira.
não é considerado uma aplicação. A forma de Então é preciso informar os resgates e também o
declarar é diferente por conta disso. saldo do plano na ficha Bens e Direitos, já que o
imposto incide somente sobre a rentabilidade.
O contribuinte deve informar as contribuições e os
resgates realizados nos anos que ocorreram. A Acesse a ficha “Bens e Direitos” e selecione o código
alíquota vai incidir sobre o valor total resgatado. “97 – VGBL – Vida Gerador Benefício Livre”;

Em “Pagamentos efetuados”, selecione um desses No campo “discriminação”, escreva o nome da


três códigos disponíveis “36 - Previdência entidade que administra os recursos e o
complementar”, “37 - Contribuições para as CNPJ;
entidades de previdência complementar fechadas de
natureza pública” e “38 - Fapi – Fundo de No campo “Situação em 31/12/2019”, insira o saldo
Aposentadoria Programa Individual” - fundos bruto total investido no plano até essa data e em
patrocinados por empresas; “Situação em 31/12/2018” também o saldo bruto
total aplicado nesta data – sem incluir a
No informe de rendimentos, está escrito por qual rentabilidade;
código o investidor deve optar; Em “discriminação”,
escreva nome e CNPJ da instituição responsável pelo No informe de rendimentos, o contribuinte
plano de previdência; tem acesso a todos os valores.

Se em 2019 o contribuinte fez apenas contribuições


e nenhum resgate, não há necessidade de declarar
nada além disso. Se nos últimos 12 meses não houve
contribuição, não há necessidade de declaração.

36
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

PGBL
ETA PA 1

ETA PA 2

ETA PA 3

37
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

VGBL
ETA PA 1

ETA PA 2

ETA PA 3

38
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

Tributação
No momento em que você resgatar o plano, a tributação incide de acordo com a

escolha do regime. Ela pode ser progressiva ou regressiva. O contribuinte paga o

IR independente se escolher sacar de uma só vez ou se receber um valor mensal

ao longo dos anos.

Na tabela regressiva, as alíquotas variam conforme o valor recebido e são

definidas com base na renda total do investidor, incluindo também outras fontes

como aposentadoria do INSS ou ganhos provenientes do aluguel de imóveis, por

exemplo.

Tabela Progressiva - Previdência

Prazo Alíquota Dedução


-

Até R$ 1.903,98 Isento -


R$ 0,00

De R$ 1.903,98 a R$ 2.826,65 7,5% R$ 142,80

De R$ 2.826,65 a R$ 3.751,05 15% R$ 354,80

De R$ 3.751,05 a R$ 4.664,68 22,5% R$ 636,13

Acima de R$ 4.664,68 27,5% R$ 869,36

Na tabela regressiva, as alíquotas diminuem conforme o tempo que o

investimento for mantido. O contribuinte pode achar que essa é a melhor opção

em um primeiro momento. No entanto, é preciso tomar cuidado, pois a alíquota

será bem alta caso necessite fazer o resgate muito antes do tempo previsto.

39
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

Tabela Regressiva - Previdência

Período decorrido do aporte Alíquota


- de IR

Até 2 anos -
35%

De 2 a 4 anos 30%

De 4 a 6 anos 25%

De 6 a 8 anos 20%

De 8 a 10 anos 15%

Mais de 10 anos 10%

Rendimentos
O contribuinte que tiver feito algum resgate em 2019 ou estiver fazendo uso

dos benefícios deve informar os valores já de acordo com a tabela de tributação

escolhida.

Declarando de acordo com a tabela


regressiva
Informe os rendimentos já líquidos na ficha “Rendimentos sujeitos à tributação

exclusiva/definitiva”, no código “6 - Rendimentos de aplicações financeiras”;

Informe o tipo de beneficiário (titular ou dependente), o CNPJ e o nome da

instituição responsável pelo plano e os valores recebidos.

40
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

ETA PA 1

ETA PA 2

41
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

Declarando de acordo com a tabela


progressiva
1. Declare os rendimentos brutos e o IR retido na fonte na ficha

“Rendimentos tributáveis recebidos de pessoa jurídica”;

2. Informe o nome e CNPJ da fonte pagadora.

ETA PA 1

ETA PA 2

42
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

ETA PA 3

43
Capítulo 6

ETFs -
Exchange
Traded
Funds
I R PA R A O S U M Á R I O
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

ETFs – Exchange Traded Funds


O IR incide quando o investidor obtém ganho de capital na venda de ETFs, ou

seja, lucra com essa operação.

Para preencher a declaração de forma correta, tenha em mãos o informe de

rendimentos fornecido pela sua instituição financeira na qual foram realizadas

as operações. A corretora é obrigada apenas a compartilhar os dados.

Nenhuma instituição financeira é obrigada a fazer cálculos para os clientes. A

responsabilidade de apurar os ganhos é 100% da pessoa física, sempre.

ETFs de Renda Fixa


Não é necessário pagar o DARF sobre o lucro desses ativos, pois o IR dos ETFs

de renda fixa é retido na fonte. Semelhante ao que acontece com os outros

produtos de renda fixa, é obrigatório informar a posse e os rendimentos desse

ETF durante a declaração.

Ao contrário dos fundos tradicionais que são tributados pela tabela regressiva,

os ETFs de renda fixa têm tributação de acordo com o prazo de vencimento, já


que os ETFs de renda fixa possuem tributação conforme o prazo de recebimento

(Duration) dos títulos que os compõem. Quanto maior o duration, menor a

alíquota.

Duration Alíquota de IR

Igual ou inferior a 180 dias 25%

Entre 181 e 720 dias 20%

Superior a 720 dias 15%

45
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

ETFs de Renda Variável


Os ETFs de renda variável possuem tributação composta por uma alíquota fixa

de 15% sobre o lucro obtido com a operação. Não há isenção de IR para as

vendas abaixo de R$ 20 mil. Qualquer lucro em cotas de ETF é tributado.

Assim como na venda de ações, a venda de ETFs gera Imposto de Renda retido

direto na fonte, com uma alíquota de 0,005%.

Declarando ETFs no Imposto de Renda


Os investimentos em ETFs devem ser lançados em dois momentos: na hora de

declarar o saldo e os rendimentos correspondentes ao período.

1. Entre na ficha de “Bens e Direitos”, selecione a opção “74 - fundos,

ações, fundos mútuos de privatização, fundos de investimento em

participação e fundos de investimentos de índice de mercado” e clique

em “novo”;

2. Coloque o CNPJ da instituição financeira que administra o ETF. Na

discriminação, coloque os dados do ETF conforme o padrão “ETF -

[nome do título]”;

3. No campo “Situação 31/12/2019”, é preciso somar o valor do ETF

que você está declarando. Nesse cálculo, entram também os custos de

corretagem.

Após declarar o saldo, é preciso declarar os resultados das operações realizadas.

Declare eventuais lucros e prejuízos de todos os meses do ano.

Importante: separe as operações comuns, em que a data de compra é diferente da

data de venda, das operações Day Trade que começam e terminam no mesmo

dia e a alíquota é de 20%.

46
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

Declarando os resultados no Imposto de


Renda:
1. Acesse a aba de “Renda Variável” no menu principal e selecione a

opção “Operações Comuns/Day Trade”;

2. Em seguida, veja os meses em que houve venda de ETFs no informe

de rendimentos. Indique “Lucro ou Prejuízo” na linha “Mercado à vista -

ações”;

3. Acesse o quadro “Consolidação do mês” presente em todos os meses

ao final da página. Preencha o campo IR retido na fonte e o imposto que

foi pago através do DARF no mês em questão. Os valores serão abatidos

do total de imposto devido.

Dica Kinvo: Assim como nas ações, prejuízos acumulados


podem ser abatidos do lucro de alguma operação desde
que seja dentro da mesma categoria (Operações Comuns
ou Day Trade). O abatimento do prejuízo só irá acontecer
se o investidor tiver registrado os resultados negativos
na declaração anterior. Na hora de declarar o IR, o
imposto incidirá apenas sobre o lucro líquido geral das
operações.

47
Capítulo 7

Criptomoedas

I R PA R A O S U M Á R I O
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

Criptomoedas
De acordo com a Instrução Normativa nº 1888/2019, as informações referentes

a movimentações com criptomoedas devem ser enviadas mensalmente até o

último dia útil do mês subsequente à operação. Essa declaração é independente

da declaração anual, ficando a cargo das exchanges.

Os criptoativos são tributados como ganho de capital quando esses ganhos

superam R$ 35 mil. Sobre esse lucro, incidem as regras gerais de ganhos de

capital de acordo com a tributação da tabela anual progressiva.

As criptomoedas adquiridas no exterior têm a mesma natureza das adquiridas

nacionalmente, ou seja, a declaração é feita da mesma maneira.

Ganhos Tributos

Abaixo de R$ 5 milhões 15%

Entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões 17,50%

Entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões 20%

Acima de R$ 30 milhões 22,50%

Declarando criptomoedas no Imposto de


Renda
1. Na aba “Bens e Direitos”, acesse o código “99 - Outros bens e direitos”;

2. Informe o valor da aquisição de bens, ou seja, o valor que você comprou


e não o valor atual do mercado;

3. Em “Discriminação”, detalhe a quantidade, corretora, cotação no momento


da compra e outras informações que você considera relevante.

49
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

Atenção! Se fizer mais de uma compra durante o ano, considere o valor pago por

cada uma delas.

ETA PA 1

ETA PA 2

50
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

ETA PA 3

51
Capítulo 8

Investimentos
no exterior

I R PA R A O S U M Á R I O
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

Investimentos no exterior
É necessário declarar para a Receita Federal qualquer ganho através de
investimentos no exterior. Há duas categorias:

• Impostos sobre ganho de capital

• Impostos sobre rendimentos ou dividendos.

Quem precisa declarar? Quem mora no país e possui investimentos no exterior é


obrigado a declarar seus ganhos e pagar o IR.

Quem já saiu do Brasil e não possui nenhuma residência aqui provavelmente


já preencheu a declaração de saída do país. Portanto, não precisa se preocupar

com o IR.

Ganhos Tributos

Abaixo de R$ 5 milhões 15%

Entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões 17,50%

Entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões 20%

Acima de R$ 30 milhões 22,50%

Pessoa física declarando investimentos


no exterior
1. Acesse a ficha “Bens e Direitos” e declare o bem de acordo com o
código correspondente ao tipo de ativo;

2. Confira os códigos na página oficial da Receita Federal. Em todas as


opções, é preciso especificar o país de investimento;

3. No caso de imóveis, declare o custo de aquisição e só altere caso haja

53
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

mudanças em que o valor do bem seja modificado. Enquanto não for


vendido, o valor ficará travado;

4. Aplicações financeiras serão declaradas pelo valor investido, com


o câmbio no dia do investimento. O saldo não sofre alterações caso
não ocorram novas aplicações ou resgate. A variação de câmbio sofre
tributação no momento do resgate ou na liquidação sempre que os

recursos investidos no exterior forem embolsados em reais.

ETA PA 1

ETA PA 2

ETA PA 3

54
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

Fique ligado: GCAP


O Programa da Receita Federal de Ganhos de Capital é utilizado para recolher

o Imposto de Renda incidente sobre o ganho de capital obtido com a venda de

bens no mês da venda do ativo. O investidor deve importar os dados desse

programa para a declaração de IR.

Os lucros serão tributados de acordo com a tabela progressiva. Quanto maior o

ganho, maior a alíquota.

Ganhos Tributos

Abaixo de R$ 5 milhões 15%

Entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões 17,50%

Entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões 20%

Acima de R$ 30 milhões 22,50%

Rendimentos no exterior
O Carnê-Leão da Receita Federal é um programa (deve ser baixado no computador)

que recolhe o IR de rendimentos, lucros ou dividendos. As pessoas físicas que

recebem rendimentos sem imposto retido na fonte devem utilizar o programa

para definir o pagamento do IR mensalmente ao longo do ano.

1. Os ganhos devem ser registrados na ficha “Rendimentos Tributáveis

Recebidos de PF/Exterior”.

2. O programa gera DARF de pagamento.

3. Os rendimentos provenientes de juros de aplicações financeiras e

55
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

venda de ativos devem ter seu IR apurado pelo GCAP.

4. O câmbio de conversão de rendimentos deve seguir a cotação do

Banco Central, fixado na compra, do último dia útil da primeira quinzena

do mês anterior ao recebimento do rendimento.

5. Os rendimentos importados do Carnê-Leão serão lançados na ficha

“Rendimentos tributáveis recebidos de PF/exterior” e na aba “Rendimentos

sujeitos à tributação exclusiva/definitiva”, nesta ordem.

ETA PA 1

ETA PA 2

56
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

Conta-corrente no exterior
As pessoas que possuem conta-corrente no exterior devem declarar a conta no

IR da seguinte maneira:

1. Na ficha de “Bens e Direitos”, através do código “62 - Depósito em

conta corrente no exterior”, é necessário preencher todos os dados da

instituição financeira;

2. Informe os dados em reais durante o período de 31/12/2018 a

31/12/2019, seguindo a cotação do dólar de acordo com o Banco

Central, fixado na compra, do último dia útil da primeira quinzena do

mês anterior;

3. Havendo acréscimo de patrimônio devido à variação cambial, o valor

precisa ser informado na ficha “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”

através do código “26 - outros”.

ETA PA 1

57
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

ETA PA 2

ETA PA 3

58
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

Declaração para investidores com


grande patrimônio
Investidores com mais de US$ 100 mil no exterior, podendo ser aplicações,

participações ou reservas monetárias, precisam realizar a Declaração de Capital

Brasileiro no Exterior (CBE) no Banco Central, além do IR.

Cuidado com a bitributação!

Atente-se para saber se o país onde você tem investimentos possui algum

acordo de bitributação com o Brasil, que é um acordo entre os países para que

o investidor não pague IR duas vezes.

Em alguns países, como Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha, esse acordo

é automático. Caso as alíquotas tributadas no exterior sejam maiores que as

do Brasil, o contribuinte não pagará imposto novamente. A declaração dos


rendimentos continua sendo obrigatória.

59
Capítulo 9

Investimentos
alternativos

I R PA R A O S U M Á R I O
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

Investimentos alternativos
Os investimentos alternativos nem sempre são garantidos pelo FGC (Fundo

Garantidor de Créditos). Por isso, é necessário encará-los como dívidas. Dessa

forma, para o Imposto de Renda, eles são classificados como Bens e Direitos –

Rendimentos sujeitos à tributação exclusiva na fonte.

De acordo com essa classificação, o imposto será retido na fonte, sendo o

empreendedor responsável pelo seu recolhimento.

Exemplos de investimentos alternativos:

• Projetos de geração de energia, como usinas de energia solar;

• Grandes eventos como réveillon, carnaval, camarotes etc.;

• Construção de empreendimentos imobiliários.

61
Capítulo 10

Doações e
heranças

I R PA R A O S U M Á R I O
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

Doações e heranças
Quando falamos de Imposto de Renda, doações e heranças também merecem

a nossa atenção. O IR não incide sobre o valor dos bens ou direitos adquiridos

através de doação ou herança. Apesar disso, o investidor precisa tomar cuidados

para que a tributação não aconteça.

O herdeiro só passa a declarar a herança quando o processo de inventário estiver

finalizado. Na transferência do direito da propriedade, os bens e direitos podem

ser avaliados de acordo com o valor do mercado ou pelo valor que consta na

declaração de bens do doador.

É preciso analisar o valor da herança, já que quantias menores do que R$ 40

mil não precisam ser apresentadas, exceto pessoas que precisam declarar esta

quantia por outros motivos.

Devem declarar:

• Pessoas que já têm escritura de partilha de bens, ou seja, finalizaram


o processo de inventário;

• Herdeiros de bens ou quantias acima de R$ 40 mil;

• Pessoas que já declaram Imposto de Renda e já possuem a escritura

de partilha de bens.

Declarando heranças no Imposto de


Renda
1. Independente de qual seja a sua herança, ela deve ser declarada

na linha “14 - Rendimentos isentos e não tributados”, já que no

Brasil não são cobradas heranças e doações no Imposto de Renda;

63
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

2. Informe qual tipo de bem foi herdado;

3. Se for imóvel, deve ser declarado na linha “13 - Bens e Direitos” e,

se for dinheiro, você deve somar junto com as outras quantias a serem

declaradas.

Lembre-se:

Todos os valores informados devem estar de acordo com a partilha de bens

determinada pelo juiz, e não conforme o valor de mercado.

ETA PA 1

ETA PA 2

64
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

ETA PA 3

65
Capítulo 11

Considerações
finais

I R PA R A O S U M Á R I O
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

Considerações finais
Agora que você já sabe como declarar os seus investimentos no Imposto de Renda,

tenha sempre o Guia Kinvo em mãos para consultar quando necessário. Muitas

pessoas acabam caindo na malha fina por falta de atenção ou conhecimento na

hora de preencher as informações e de reunir as documentações necessárias

para declarar.

Declarar seus investimentos, rendimentos e ganhos não significa que você

pagará impostos por cada um deles. Basta se organizar e aplicar o conhecimento

compartilhado aqui neste material.

Anexo: Legislação IRPF - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/

decreto/D9580.htm

Beto Assad
Roberto Assad, investidor e empresário. Formado em

Administração pela EAESP/FGV em 2004. Fez estágio

na BM&F e tornou-se empreendedor antes de voltar

ao mercado financeiro em 2009, trabalhando na

Leandro&Stormer. Trabalhou posteriormente na Futura

Invest, onde conheceu os sócios que criaram o Kinvo.

Hoje, atua como analista técnico de ações (Cnpi-t) e é

consultor de mercado financeiro para o aplicativo.

67
Glossário

I R PA R A O S U M Á R I O
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

Glossário
Aplicação financeira: Valor depositado na instituição financeira com o objetivo

de obter rendimentos.

Base de cálculo: Onde se aplica a alíquota para calcular a quantia de imposto a

ser pago.

CNPJ: Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – é o número único que identifica

uma pessoa jurídica (uma empresa) junto à Receita Federal.

Comprovante de rendimento: É o documento em que se comprova a existência

de rendimentos.

Contribuição patronal: É o pagamento efetuado pelo empregador à Previdência

Social, incidente sobre o valor da remuneração do empregado.

Contribuinte: Aquele que deve, por lei, pagar tributos ao Fisco.

DARF: Documento de Arrecadação de Receitas Federais – é o documento utilizado

pelas pessoas físicas e jurídicas para pagamentos de impostos, contribuições e

taxas para a Receita Federal.

Declaração com o desconto simplificado: É a substituição das deduções previstas

na legislação tributária pelo desconto de 20% do valor dos rendimentos

tributáveis na declaração.

Declaração conjunta: Declaração que abrange todos os rendimentos do casal. É

apresentada em nome de um dos cônjuges e o outro cônjuge como dependente.

Declaração de ajuste Anual do IRPF: Trata-se do instrumento entregue pela pessoa

física à Receita Federal do Brasil.

Declaração de bens e direitos: Parte da declaração em que são detalhados os bens,

imóveis, móveis e direitos que faziam parte do patrimônio em 31 de dezembro

do ano anterior.

69
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

Dedução: Abatimento ou diminuição. No caso do IR, pode-se deduzir despesas

que diminuem a base de cálculo do imposto devido.

Dedução de incentivo: É o desconto efetuado do imposto devido, limitado a

6%, referente ao Estatuto da Criança e do Adolescente, incentivo à cultura, à

atividade audiovisual e ao desporto. E mais 2%, sendo 1% ao Programa Nacional

de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (Pronas/PCD) e 1% ao

Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon).

Dependente: Pessoa que não dispõe de recursos para promover a sua subsistência

e que vive às custas de outra. Na declaração do IR, é informada como dependente

de quem a mantenha (ex: filhos).

Doação: É o contrato, gratuito e formal, em que uma pessoa transfere do seu

patrimônio bens ou vantagens para o de outra.

Emolumento: É o rendimento de um cargo além do ordenado fixo.

Evolução patrimonial: Todas as alterações sofridas pelo patrimônio na sua

composição qualitativa e/ou quantitativa.

FGTS: É o fundo de garantia por tempo de serviço criado pelo governo federal

para proteger o trabalhador demitido sem justa causa, mediante a abertura de

uma conta vinculada ao contrato de trabalho.

Fonte pagadora: É a pessoa física ou jurídica que efetuou o pagamento de

rendimentos ao contribuinte.

Ganho de capital: É a diferença positiva entre o valor da venda de um bem ou

direito e o valor pelo qual ele foi adquirido.

Imposto a pagar: É a diferença positiva entre o imposto apurado e o imposto

pago.

Imposto a restituir: É a diferença negativa entre o imposto apurado e o imposto

pago.

70
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

Imposto complementar: É o recolhimento de Imposto de Renda facultativo que o

contribuinte pode antecipar até o mês de dezembro do ano-calendário, quando

tenha recebido rendimentos de mais de uma fonte pagadora.

Imposto de Renda retido na fonte: É o imposto que é descontado dos rendimentos

do contribuinte pela fonte pagadora.

Imposto devido: É o valor do imposto apurado antes da compensação do imposto

retido na fonte e pago pelo Carnê-Leão.

INSS: Instituto Nacional de Seguro Social – é a contribuição realizada pelo

trabalhador para manutenção do regime geral da Previdência Social, responsável

pelo pagamento da aposentadoria, pensão por morte, auxílio-doença etc.

Isenção de Imposto de Renda: É a dispensa do pagamento do imposto em casos

garantidos pela lei.

Isento do Imposto de Renda: Dispensado do pagamento do imposto.

Limite de dedução: Teto fixado por lei para limitar as deduções que reduzem a

base de cálculo do imposto.

Natureza da ocupação: Atividade exercida pelo contribuinte: serviço ou trabalho,

seja manual ou intelectual.

Ocupação principal: É a atividade principal exercida por determinado indivíduo,

seja trabalho manual ou intelectual.

Pessoa física: Homem ou mulher que possuem direitos e obrigações.

Pessoa jurídica: Conjunto de normas de proteção e defesa do trabalhador ou do

funcionário, mediante aposentadoria, amparo nas doenças, montepios, etc.

Previdência privada: É uma forma de seguro contratado para garantir uma renda

futura ao comprador ou seu beneficiário. É também conhecida como previdência

complementar.

71
GUIA KINVO IR PARA INVESTIDORES I R PA R A O S U M Á R I O

Pró-labore: Expressão latina que significa “pelo trabalho”; remuneração do

trabalho realizado por sócio, gerente ou administradores de uma empresa.

Recibo da declaração: É o documento que comprova a entrega da declaração do

Imposto de Renda Pessoa Física.

Rendimento: É o total recebido, durante certo período, como remuneração de

trabalho ou de prestação de serviços, ou como lucro de transações comerciais

ou financeiras de investimentos de capital etc.

Rendimento bruto: Todo o produto do capital do trabalho, alimentos e pensões

percebidos em dinheiro; proventos de qualquer natureza.

Rendimento isento ou não tributável: Tipo de rendimento que não sofre a

cobrança do imposto de renda, pois tem isenção garantida por lei.

Rendimento próprio: É a remuneração recebida no próprio nome de determinado

indivíduo/contribuinte.

Rendimento tributável: É proveniente do trabalho assalariado; remunerações

por trabalho prestado no exercício de emprego, cargos e funções e quaisquer

proventos ou vantagens percebidos, aluguéis, juros etc.

Tributação exclusiva/definitiva: É quando o imposto sobre a renda retido na

fonte não pode ser compensado na declaração anual.

72
I R PA R A O S U M Á R I O

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