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24/02/2018 38ª Carta de Luiz Barsi – Suno Research – Area de membros

Entrevista com Thiago


Salomão
38ª Carta de Luiz Barsi

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Antes de tudo, gostaríamos de anunciar que nas próximas semanas, ao


encerrarmos a transcrição da entrevista atual, voltaremos a divulgar
conteúdos exclusivos nas publicações das cartas do Luiz Barsi. Portanto,
aguardem, teremos em breve novidades exclusivas.

Na publicação desta semana, damos continuidade à nossa série de


transcrições da entrevista realizada pela Infomoney com Luiz Barsi Filho.

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Nesta parte da entrevista Barsi fala e explica porque, em sua visão, o


mercado de ações brasileiro é tão pouco explorado e tão pequeno em
comparação com outras economias, inclusive até economias bem
menores, e porque é praticamente inexistente uma mentalidade de
investimentos no Brasil.

Thiago Salomão (Infomoney): Barsi, aproveitando que você já falou um


pouquinho da BMF&Bovespa, eu queria saber a sua opinião, você como
grande defensor do investimento em ações há muitos anos, porque esse é
um mercado que ainda não decolou no Brasil em comparação com outras
economias? É culpa do brasileiro no sentido de nunca ter tido uma
educação nanceira? Ou os órgãos reguladores e competentes do
mercado acabaram falhando em alguns aspectos?

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Luiz Barsi Filho: Eu acho que esses dois fatores que você citou, aliados
àqueles que também falei. Hoje você tem custos altos para manter uma
carteira de ações, a bolsa cobra emolumentos, corretagem, taxas de
registro, taxa de liquidação, que antes não cobrava. Quando a bolsa não
era uma empresa que visava resultado, que não visava lucro, a coisa era
diferente.

E, por outro lado, houve também uma mudança de direção no


comportamento da própria estrutura de mercado. Hoje você tem fundos
que não têm interesse muito grande em comprar ações, a maioria desses

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fundos, principalmente os fundos de participação, eles querem comprar o


que?

Eles querem comprar uma participação razoável, e depois melhorar os


resultados da empresa e assim então lançar no mercado, através da oferta
pública, só que aí já não é mais o critério de entrar recursos na empresa, o
governo está facilitando demais.

Eu há pouco tempo estive em Brasília, falando com um dos secretários de


política econômica, e falei que nós precisávamos gerar uma mentalidade
de investimento como já aconteceu no passado, ele também não sabia,
pois não há histórico, entende?

Ele disse que os fundos deveriam ter uma porta de saída, eu falei que ele
estava enganado, essa porta você tem que fechar, pois se você fechar essa
porta, os fundos irão ao mercado comprar as ações. Então o que você vê
hoje é um interesse muito grande desses fundos participarem do mercado
nessas diretrizes, nessas condições.

Eles querem comprar uma participação, valorizar a empresa de alguma


maneira, injetando recursos, etc, e depois vender suas posições no
mercado, então é uma triangular que eles estão fazendo, quando na
verdade o governo deveria facilitar as empresas a terem acesso aos
recursos no mercado de ações.

Então, o mercado hoje não tem assim um universo de aplicadores muito


mais consistentes do que tem justamente por conta destes fatores, em
minha visão. Quem entrar no mercado com a visão de que vai triplicar,
quadruplicar o seu patrimônio rapidamente, está errado. Eu, por exemplo,
eu não me preocupo com o patrimônio, com o quanto vale o patrimônio,
eu me preocupo sim com quanto é o dividendo que recebo, essa é a
preocupação maior.

Eu não sei se você conhece, mas vou repetir, em 1967 se não me engano, o
governo criou um mecanismo chamado “Decreto Lei 157”, este decreto
versava sobre incentivos scais provenientes do imposto de renda
exclusivamente para compra de ações. Então este projeto, eu me lembro

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pois participei da audiência pública, ele visava gerar, criar a mentalidade


de investimento em ações no país, eu até me recordo que o cidadão que
estava fazendo a exposição dizia o seguinte, sobre o que iria acontecer: A
nossa visão é a seguinte, o cidadão vai pegar o incentivo que ele teve em
imposto de renda, vai comprar uma ação, e vai engavetar, e assim
sucessivamente durante um, dois ou três anos, e anos depois ele iria
veri car as ações dele e abriria a gaveta e teria um choque com o valor
acumulado.

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Então a forma como talvez você tivesse que trazer e criar mentalidades em
ações, era exatamente essa. Quem comprasse uma ação teria que no
mínimo car com ela uns 5 ou 10 anos, se não me falha a memória.

Mas o que ocorreu foi o seguinte, foi na época que os militares


predominavam, alguém que enxergou que essa possibilidade ia gerar
recursos numa quantidade fenomenal e falaram para os militares que o
cidadão brasileiro não tem condições de comprar ações, então
conseguiram convencer os militares a criarem o fundo scal decreto Lei
157.

Aí morreu aquela intenção de se produzir o aplicador em ações, pois


exorcizou, abortou aquela tese do investidor de longo prazo. Então
colocaram o dinheiro nas mãos dos bancos, e os bancos zeram horrores,
os bancos começaram a ter uma massa de recursos tão expressiva em
1969.

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E nessa ocasião não existiam ações praticamente para você comprar, e aí o


banqueiro chegava para o empresário e perguntava se ele não queria abrir
o capital da empresa dele, pois ele compraria todas as ações, e muitos
zeram ainda assim, chegavam na empresa, ofereciam comprar todas as
ações e ofereciam grandes valores, só que eles davam o valor em letra de
câmbio, então pagavam em LC, e em um determinado momento aquelas
LC’s iriam vencer, e tiveram empresários que seguraram as LC’s e caram
milionários, pois seguraram as LC’s e as ações viraram pó, então em um
momento os bancos chegaram para o empresário e ofereceram as ações
de volta, eles não aceitavam, pois justamente as LC’s renderam muito mais
e as ações caíram muito.

Thiago Salomão (Infomoney): Barsi, é mais difícil investir em ações hoje,


ou quando você começou? Quais os prós e contras? E também, qual o
legado que você gostaria de deixar do seu aprendizado, o que você
gostaria de transmitir para as pessoas?

Luiz Barsi Filho: Eu acho que hoje você tem mecanismos muito mais
direcionados para você avaliar o comportamento de uma ação, uma
análise de uma ação, vocês mesmo da Infomoney, que produzem muita
informação diariamente, e acabam fornecendo muitas informações,
orientações para as pessoas.

O que é necessário é que o cidadão se conscientize que ele precisa


formatar uma renda mensal futura, isso é o que ele precisa incorporar na
sua loso a, e a única maneira que eu enxergo é através de você ser um
pequeno acionista de grandes projetos. Não ser dono de pequenas
empresas, mas sim pequeno acionista de pequenos projetos.

Então o legado que a gente pode deixar é tentar sistematicamente dar


algumas entrevistas no sentido de mostrar a trajetória, mostrar o caminho,
e também mostrar o resultado. Todo caminho que acaba com um bom
resultado passa a ser um bom caminho, e eu interpreto que este caminho
que a gente propõe é um caminho que gera bons resultados ao indivíduo.

Thiago Salomão (Infomoney): E você é a prova viva disso.

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24/02/2018 38ª Carta de Luiz Barsi – Suno Research – Area de membros

Luiz Barsi Filho: Eu sou a prova viva disso. No mercado eu sinto até
alguma frustração porque, sinceramente, tenho muitos amigos que hoje,
muitos já faleceram, mas muitos já falaram para mim que se tivessem
seguido o que eu falei, eles estavam com uma vida maravilhosa e eles não
estão nessa situação.

Tem um que trabalha aqui comigo e ainda continua com aquela


mentalidade, ainda não consegui colocar na cabeça dele que ele deve fazer
isso, por isso eu sinto certa frustração, pois se você não consegue repassar
algo, ou é porque o camarada é cabeça-dura e não quer aprender, ou você
não é um bom professor, um bom mestre.

Então o legado é esse. Agora que se fala muito mais no cidadão perder
aquela condição de indigente da aposentadoria, então agora eles
começaram a ter maior sensibilidade. Então, esse debate, essa discussão
sobre os problemas da aposentadoria está esclarecendo os indivíduos,
está ilustrando, de que ele não tem que alicerçar sua condição futura
numa condição igual àquela, e ele tem que buscar a sua.

E eu estou dando o exemplo do cidadão que buscou essa postura. E a


gente tem muitos exemplos de muitos que já trilham este caminho.

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