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AULA 03
GRACIANO ROCHA
Anote aí, que isso é importante: essa é a forma como o setor privado lida
com a receita, seguindo o enfoque patrimonial (considerando-se a receita
como resultado de qualquer variação positiva do patrimônio, sem se dar
atenção ao aspecto financeiro).
Outra definição, também trazida pela STN, é de que receitas públicas são
“todas e quaisquer entradas de fundos nos cofres do Estado,
independentemente de sua origem ou fim”. Nesse caso, utiliza-se o simples
critério de afetação do caixa, sem julgar se a entrada financeira aumenta
efetivamente o patrimônio público. A doutrina utiliza os termos “entrada” e
“ingresso” para se referir a quaisquer recursos que adentram os cofres
públicos.
Para pensar nisso, vamos elaborar uma situação hipotética, para pensar no
dinheiro que efetivamente entra no caixa público.
Receitas orçamentárias são aquelas que podem ser utilizadas pelo ente
público para cobrir despesas orçamentárias.
Observação: a Lei 4.320/64 traz no art. 57 uma afronta ao conceito de receita sob
o enfoque patrimonial, como vimos no começo da aula. Sob o enfoque
orçamentário, até os recursos provenientes de operações de crédito – empréstimos
– serão classificados como receita orçamentária.
Para bem entender isso, considere que o caixa também recebe recursos que
não pertencem ao ente público, de sorte que não podem ser utilizados para
custear despesas orçamentárias. São recursos que deverão, de alguma forma,
Diante disso, para custear as obrigações assumidas, sem esperar pela arrecadação
atrasada, o ente público pode contratar esse tipo de empréstimo, se houver
autorização na LOA para tanto, custeando imediatamente a despesa
orçamentária.
Por isso, a ARO não constitui recursos orçamentários, mas uma operação
substituta deles; ela representa uma entrada no ativo financeiro (dinheiro) e no
passivo financeiro (recurso a restituir), ou seja, exatamente o conceito de receita
extraorçamentária.
A) Empréstimos obtidos.
B) Aluguéis.
Vou pedir atenção especial a esse tópico da aula. Os próximos comentários são
fortíssimos candidatos a questões da prova, já que esta classificação da receita
é talvez a mais importante e frequente em concursos.
Essa lei, por tratar de normas gerais de direito financeiro, obriga todos os
entes federados – União, Estados, DF e Municípios – a adotar essa mesma
classificação e sua codificação contábil. Como resultado, torna-se possível
avaliar os efeitos econômicos da participação do setor público nacional
na economia, a partir, por exemplo, da contabilização da arrecadação
tributária de todos os entes, ou da aplicação de recursos de todos os entes em
investimentos públicos.
• categoria econômica;
• origem;
• espécie;
• rubrica;
• alínea;
• subalínea.
Isso impede que, quando a União for fechar seus balanços, contabilize receitas e
despesas que não existiram fora da Conta Única, evitando a duplicidade de
registros.
Mnemônico:
TRICÔ-PAÍS-TRANSOU
Es
se diagrama, adaptado da Lei 4.320/64 (art. 11, § 4º) é importantíssimo, de
forma que merece ser decorado. Utilize os mnemônicos que anotei; tentar
“aprender” qual receita é corrente e qual é de capital pela “essência” de cada
uma nos fará perder tempo.
1. Despesas Correntes.
2. Despesas de Capital.
( ) Alienação de bens.
( ) Receitas industriais.
( ) Receitas agropecuárias.
( ) Amortização de empréstimos.
( ) Transferência de capital.
( ) Receitas patrimoniais.
A) 1, 2, 2, 1, 1, 2
B) 2, 1, 1, 2, 2, 1
C) 2, 2, 1, 1, 2, 2
D) 1, 1, 1, 2, 2, 2
E) 2, 1, 2, 2, 1, 2
Receita Tributária
• imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte;
Para início de conversa, enquanto taxas são espécies tributárias, preços públicos
não são tributos. Assim, características como a obrigatoriedade de pagamento, a
utilização apenas potencial dos serviços taxados, os próprios princípios tributários
(legalidade, anterioridade, capacidade de pagamento), não se aplicarão aos
preços públicos.
Ambas as figuras aqui tratadas podem ser utilizadas para custear serviços públicos
divisíveis e de consumo mensurável. Entretanto, se a remuneração dos serviços se
der mediante taxa, haverá o estabelecimento de uma alíquota válida para todos
os contribuintes (a taxa da coleta de lixo, por exemplo, é invariável, não importa a
quantidade de lixo produzido). Caso seja adotada a tarifa como forma de
remuneração dos serviços, a cobrança será proporcional ao uso (contas de
telefone, água, luz...).
O Manual Técnico de Orçamento traz alguns comentários sobre essa questão, que
valem a pena ser examinados:
Receita de contribuições
Para não ficarem de fora, vamos falar da quinta espécie tributária existente no
Brasil, os empréstimos compulsórios. Eles também não são classificados
como receita tributária, mas como operações de crédito (receita de capital).
Os empréstimos compulsórios são a única espécie tributária com previsão de
devolução ao contribuinte; isso é o que justifica a denominação
“empréstimos”.
Receita Patrimonial
Transferências Correntes
Operações de Crédito
Alienação de Bens
Amortização de Empréstimos
Transferências de Capital
Pessoal, vocês podem perceber, pela longa listagem, que não dá pra
esperar um “aprendizado exemplar” dessas origens de receitas. O
negócio é decoreba mesmo. Aprenda os mnemônicos que postei abaixo
da tabelinha e preste atenção nas observações que fui pontuando.
(B) taxa.
A Lei 4.320/64 determina que o SOC seja classificado como receita de capital
(art. 11, § 2º), embora não deva constituir item da receita orçamentária
(art. 11, § 3º).
CORRENTES DE CAPITAL
Significa que ele não pode ser contabilizado como “nova arrecadação”. O SOC
está compreendido na estimativa de arrecadação das receitas
correntes; considerá-lo novo item de receita orçamentária – nova
arrecadação – seria incorrer em duplicidade. Esse erro ocorreria, utilizando
o exemplo acima, no caso de se somar R$ 20 bilhões à estimativa total de
arrecadação de R$ 150 bi, chegando-se à quantia irreal de R$ 170 bi.
A questão 21 está ERRADA: a lei dispõe que o SOC não constituirá item de
receita orçamentária, justamente pelo fato de representar uma “previsão de
sobra” dos recursos arrecadados.
A questão 22 está ERRADA. Como vimos, o SOC não constitui item de receita
orçamentária. Além disso, a operação matemática referida pela questão não
existe.
Receitas Próprias
São recursos que, por um lado, não possuem destino específico e, portanto,
não são vinculadas por lei à determinada despesa; por outro, pertencem à
unidade orçamentária arrecadadora.
Receitas Administradas
Nesse grupo, concentra-se a maior parte dos tributos instituídos pela União,
principalmente depois da unificação das Secretarias da Receita Federal e da
Receita Previdenciária.
Receitas Vinculadas
Demais Receitas
Espero você na aula que vem, para tratarmos de despesa pública e tópicos
relacionados, e a qualquer momento, no fórum de dúvidas.
Bons estudos!
GRACIANO ROCHA
RESUMO DA AULA
10. As receitas de capital, também via de regra, são receitas por mutação,
não efetivas, e, por isso, não afetam o patrimônio. Envolvem registros
contábeis que se anulam.
17. As receitas administradas são auferidas pela Receita Federal, que detém a
competência para fiscalizar, arrecadar e administrar esses recursos.
A) Empréstimos obtidos.
B) Aluguéis.
1. Despesas Correntes.
2. Despesas de Capital.
( ) Alienação de bens.
( ) Receitas industriais.
( ) Receitas agropecuárias.
( ) Amortização de empréstimos.
( ) Transferência de capital.
( ) Receitas patrimoniais.
A) 1, 2, 2, 1, 1, 2
B) 2, 1, 1, 2, 2, 1
C) 2, 2, 1, 1, 2, 2
D) 1, 1, 1, 2, 2, 2
E) 2, 1, 2, 2, 1, 2
(B) taxa.
QUESTÕES ADICIONAIS
A) Receita patrimonial.
C) Receita de contribuições.
D) Receita extraorçamentária.
E) Receita orçamentária.
A) Alienação de Bens.
B) Amortização de Empréstimos.
C) Operações de Crédito.
D) Transferências de Capital.
E) Receita Industrial.
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
C C C E B C B D E B
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E C C D C C E E E A
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
E E E C E D A E B C
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
D E C E C E D C A E