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Historia da Electridade
(Licenciatura em ensino de Física com habilitações em Energias Renováveis, 4º Ano)
Universidade Rovuma
Nampula
2021
1
Nicolau Mariano
História da Electridade
(Licenciatura em ensino de Física com habilitações em Energias Renováveis, 2º Ano)
Universidade Rovuma
Nampula
2021
ii
Índice
Introdução.........................................................................................................................................3
Conclusão.......................................................................................................................................15
Bibliografia.....................................................................................................................................16
3
Introdução
distintos. O primeiro estudo sistemático dos ímanes foi feito por Pierre Pelerin de
Maricourt, em 1269, na sua obra intitulada “Epístola de Magnete”, onde relatava
experiências com o magnetismo. Ele usou uma agulha magnetizada para traçar o que chamava
de "linhas de força" ao redor de uma esfera de magnetita e descobriu que estas linhas
convergem em duas regiões, em lados opostos da esfera, como as linhas longitudinais da
Terra. Por analogia, ele chamou as regiões onde as linhas de força convergem de pólos. Oka
(2000) afirma que “Devem-se a ele as denominações pólo norte e pólo sul às extremidades do
íman, bem como a descoberta de que a agulha da bússola apontava exactamente para o norte
geográfico da terra”.
instantaneamente. A bola começou a atrair outras bolas de enxofre suspensas por fios que,
após encostarem na bola maior, começaram a atrair outros objectos menores e em virtude do
atrito, as bolas de enxofre se electrizava intensamente, produzindo até faíscas. Otto conclui
então que a electricidade podia passar de um corpo para o outro.
Um avanço significativo na história de electricidade ocorreu em 1729,quando o
cientista inglês Stephen Gray (1666-1736), discípulo de Isaac Newton, observou que era
capaz de transferir a carga eléctrica de um bastão de vidro para uma bola de marfim
pendurada por um fio. Porém, a transferência de carga não ocorria se a bola era pendurada por
um fio metálico. Daí concluiu que o metal "levava embora" o fluido (carga). Segundo Nicolau
e Toledo (1999:523) Gray concluiu que “A maior parte das substâncias podem ser
classificadas de condutoras ou isolantes”. Os condutores, como por exemplo os metais e
soluções iónicas, permitem o fluxo livre do fluido, enquanto os isolantes, como por exemplo a
madeira, borracha, seda e vidro, não permitem o fluxo do fluido.
Franklin, na electrização por atrito ocorreria a passagem do fluido eléctrico de um corpo para
o outro, de modo que aquele que ganhasse fluido ficaria positivo e o que perdesse fluido
ficaria negativo.
Hoje sabe-se que o fluido eléctrico não existe e que os responsáveis pela electrização
dos corpos são os electrões. No entanto, para que os termos criados por Franklin fossem
mantidos, arbitrou-se que os electrões teriam “electricidade negativa”. Desse modo, os corpos
positivos são os que apresentam falta de electrões (em vez de excesso de fluido) e os corpos
negativos são os que apresentam excesso de electrões (em vez de falta de fluido).
Em 1745, o alemão Ewald Georg Von Kleist, descobriu que poderia armazenar cargas,
ligando um gerador de alta tensão electrostática por um fio a uma garrafa de vidro com água,
que estava na sua mão. A mão de Von Kleist e a água actuavam como condutores e a garrafa
como um dieléctrico (isolante). Von Kleist constatou que após remover o gerador, ao tocar no
fio, o resultado era choque eléctrico. No ano seguinte Peter von Musschenbroek (1692-1761),
inventou um condensador igual, e chamou de garrafa de Leyden, por meio da qual poderia
acumular consideráveis quantidades de electricidade e depois descarrega-la facilmente através
de um grande choque. A garrafa de Leiden era constituída por uma garrafa de vidro com água
no interior, com uma rolha perfurada por uma haste metálica que estava em contacto com a
água. Quando a garrafa era segurada pela mão de um operador e a haste posta em contacto
com o terminal de uma máquina electrostática, uma grande quantidade de carga eléctrica era
acumulada sobre as paredes da garrafa. Se o operador toca-se na haste com a mão, recebia um
choque eléctrico causado pela repentina descarga da garrafa. Verificou que era possível
armazenar a electricidade. Esta descoberta (garrafa de Leiden) permitiu grandes avanços na
compreensão dos fenómenos eléctricos, tendo a sua evolução culminado nos condensadores
que conhecemos na actualidade.
de colocar uma fita de seda isolante entre a chave e a sua mão. Quando a pipa passou sob uma
nuvem negra, ocorreu o que Franklin esperava: a linha molhada conduziu a electricidade, e
faíscas saltaram da chave. Estava descoberto o princípio de construção do pára-raios e provou
também que o relâmpago é um fenómeno eléctrico.
Durante todo o século XVIII uma série de experiências foram realizadas, mas as
observações eram meramente qualitativas. O primeiro passo importante na quantificação das
forças eléctricas foi dado pelo químico Joseph Priestley, descobridor do oxigénio, em 1766.
Poucos anos antes, Benjamin Franklin havia realizado a tal experiência. Era sabido que um
copo metálico carregado, era capaz de atrair um pequeno corpo descarregado e que este corpo
neutro se carregava prontamente em contacto com a superfície externa do copo. Contudo, ao
suspender uma pequena esfera de cortiça no interior de um copo metálico tapado e carregado,
constatou que não actuava nenhuma força sobre a cortiça. E ainda, colocando o corpúsculo
em contacto com a superfície interna do copo, ele não se carregava. Como Franklin, Priestley
confirmou o mesmo resultado. A única força conhecida à época era a força da gravidade,
proporcional a 1/r 2. Sabia-se também que a força no centro de uma distribuição de massa na
forma de uma calota esférica seria nula. Por analogia Priestley propôs que a força eléctrica
deveria ser proporcional a 1/r 2. Contudo, o trabalho definitivo sobre as forças eléctricas é
creditado a Charles August Coulomb. Em 1783, Coulomb realizou o seguinte experimento.
Ele carregou com uma quantidade de carga Q uma pequena bola de seiva vegetal recoberta de
ouro. Tocando-a com uma outra bola idêntica, sabia que cada uma delas ficaria com metade
da carga (Q/2). Repetindo esse processo Coulomb foi capaz de obter várias quantidades de
carga. Para medir a força entre as bolas ele valeu-se de uma balança de torção. Manteve uma
das bolas fixas e a outra, num arranjo de halteres com um contrapeso, foi suspensa por um fio
de seda ligado a um dinamómetro. Coulomb descobriu que, mantendo as cargas constantes, a
força é proporcional a 1/r 2, enquanto que, mantendo a distância fixa, a força é proporcional
ao produto das cargas. Desta experiencia nasce a lei de coulomb, que descreve a interacção
electrostática entre partículas electricamente carregadas.
Segundo Baloi (2014:44) a lei de coulomb diz que “duas cargas eléctricas
estacionárias se repelem ou se atraem com uma força proporcional ao produto da intensidade
das cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas”. Esta lei foi
essencial para o desenvolvimento do estudo da electricidade e pode ser escrita
matematicamente:
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Mesmo com a fama das pilhas de Volta, foram criadas pilhas mais eficientes. John
Frederic Daniell inventou-as em 1836 na mesma época das pilhas de Georges Leclanché e a
bateria recarregável de Raymond-Louis-Gaston Planté.
Seguido da pilha voltaica, em 1802, Humphry Davy utiliza para separar sais como o
potássio e o sódio, um processo que hoje é vulgarmente conhecido como “electrolise”, a pilha
de Volta e em 1809 utilizando dois fios ligados a uma bactéria, Davy juntou as extremidades
dos fios com uma tira de carvão. A corrente eléctrica fazia com que o pedaço de carvão
brilhasse emitindo a luz, daí registou-se a criação da primeira lâmpada eléctrica, denominada
de lâmpada de arco.
F = ⃗I × ⃗
⃗ B ×l (2)
Os efeitos magnéticos das correntes eléctricas agora forneciam meios para se medir
suas intensidades. Em 1826 a 1827, Goerg Simon OHM (1789-1854) usou estes fatos para
separar os conceitos de força electromotriz, gradiente de potencial e de intensidade de
corrente eléctrica e derivou duas leis que leva seu nome que segundo (Mário Baloi 2014:136)
estabelecem que “para um condutor mantido à temperatura constante, a razão entre a tensão
entre dois pontos e a corrente eléctrica é constante” (1). O factor de proporcionalidade (a
constante), representa a resistência eléctrica. Provou também que “a resistência de um fio é
directamente proporcional ao seu comprimento e inversamente proporcional a sua seção recta,
criando assim a base para o conceito de condutividade dos materiais” (2). Essas leis podem
ser escritas matematicamente:
U
R= (3)
I
l
R=ρ (4)
A
um magneto que girava, sendo accionado por uma manivela, com os pólos norte e sul
passando sobre uma bobina com um núcleo de ferro. Sempre que um polo passava pela
bobina, era gerado um pulso de corrente eléctrica.
Em 1843, James Prescott Joule determina o equivalente mecânico do calor, referindo
que sempre que se emprega uma forca mecânica se obtém um equivalente exacto em calor.
Com esta teoria resulta a lei de joule, que expressa a relação entre o calor gerado e a corrente
eléctrica que percorre um condutor em determinado tempo.
Influenciado pelos estudos de joule, William Thompson inventa um instrumento
destinado a medir pequenas correntes eléctricas, o galvanómetro. E em 1845, o físico alemão
Gustav Robert Kirchhoff cria duas leis fundamentais dos circuitos eléctricos e da emissão.
São chamadas de lei de kirchhoff, que formam a base do cálculo das relações de correntes e
tensões. Que enunciam segundo Baloi (2014:140) de seguinte modo:
1a lei: “Quando se percorre uma malha fechada num circuito, a soma algébrica das
variações de potencial é necessariamente nula”.
2a lei: “Em qualquer nó do circuito, onde a corrente se divide, a soma das correntes
que fluem para o nó é igual à soma das correntes que saem do nó.
Em 1860, António Pacinotti constrói o primeiro dínamo de corrente contínua. Com
base nesta máquina de Pacinotti, Zenobe Theophile Gramme inventa em 1869, a máquina de
Gramme que consistia num dínamo capaz de gerar tensão contínua, mas que neste caso, a
tensão gerada era muito mais elevada do que os dínamos existentes na época. A máquina de
Gramme foi o primeiro motor eléctrico potente usado com sucesso na indústria.
−d
E . d ⃗l =
3a ∫ ⃗ B dA
dt ∫
(7)
d
B . d l⃗ =μ oI + μoε o
4a∫ ⃗ B dl
dt ∫
(8)
A equação (5), traduz a lei de Gauss, e afirma que o fluxo do campo eléctrico através
de uma superfície fechada é igual à carga no interior dessa superfície por ε o.
A equação (6), mostra que o fluxo do campo magnético através de qualquer superfície
fechada é nulo. Esta equação demonstra o facto de não existirem pólos magnéticos isolados,
diferentemente dos eléctricos. Esta equação é também chamada de lei de Gauss para o
magnetismo.
A equação (7), lei de Faraday, descreve o modo como as linhas de campo magnético
se comportam em uma região na qual o campo magnético está a variar, e relaciona o vector
campo eléctrico com a taxa de variação do vector campo magnético.
Por último, a equação (8), que descreve a lei de Ampére generalizada, afirma que a
integral de linha do vector campo magnético ao longo de qualquer curva fechada é igual à
soma de dois termos.
No estudo de física, o electromagnetismo é o nome da teoria unificada desenvolvida
por James Maxwell para explicar a relação entre a electricidade e o magnetismo. Por isso o
nome de electromagnetismo.
A invenção do primeiro dispositivo concebido para transmitir sons por meio de sinais
eléctricos (telefone) é atribuída ao cientista americano Alexander Graham Bell em 1876.
Apesar disso, diz fonte (indusmelec: 2013), que foi o italiano António Meucci que inventou
esse aparelho, e vendeu para o Graham Bell. Em Junho de 2002, o congresso dos estados
unidos aprovou tal facto e estabeleceu que o inventor do telefone seja António Meucci e não
Bell.
Com a difusão da ciência electromagnética vários cientistas tiveram a oportunidade de
inventar materiais eléctricos e magnéticos como no caso do americano Thomas Alvas Edison
fez em 1879 a primeira demostração publica de lâmpada incandescente. No mesmo ano, o
alemão Ernst Werner Von Siemens põe a circular o primeiro comboio eléctrico. Em 1882,
implementarão a primeira Central hidroeléctrica no rio Fox em Appleton.
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Nikola Tesla, um inventor e engenheiro eléctrico ganha a fama 1883, ao criar uma
bobina, que consistia num transformador que converte a electricidade de baixa tensão em alta
tensão, que tornou mais fácil a expansão de energia eléctrica a longas distancias. E em 1884
Tesla, inventa o primeiro alternador eléctrico para a produção de corrente alternada. Com a
invenção deste alternador, fez com que usasse menos energia contínua proveniente de
bacterias e pilhas.
No mesmo ano que Tesla inventou o alternador eléctrico, Charles Parsons inventa
também a primeira turbina a vapor. A turbina estava ligada a um dínamo e conseguia gerar
7,5 kW e era de grande importância, dado que permitia produzir electricidade de forma mais
abundante e menos cara. Além disso, a turbina também podia ser aplicada na indústria naval.
O físico Heinrich Hertz em 1885, estuda as propriedades das ondas electromagnéticas
geradas por uma bobina de indução e verificou experimentalmente que as ondas
electromagnéticas também são reflectidas, refractadas e polarizadas de tal modo que a luz. As
observações de Hertz, demonstra que as ondas de rádio e as de luz são ambas ondas
electromagnéticas diferindo somente nas suas frequências, reafirmando assim as teorias de
Maxwell.
Novamente Nikola Tesla em 1888, demonstra o primeiro sistema eléctrico polifásico
de corrente alternada. Esse sistema incluía todas as unidades necessárias para a produção e
utilização da energia eléctrica como: geradores, transformadores, sistema de transmissão,
motor e luzes. Tendo vendido os direitos da patente ao empresário e engenheiro norte-
americano George Westinghouse e constrói a primeira linha de transmissão de corrente
alternada entre Niágara e a cidade de Búfalo.
Conclusão
Bibliografia
Nicolau, Gilberto Ferraro e Toledo, Paulo António. Física Básica. São Paulo. Actual.1999.