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Nicolau Mariano

Historia da Electridade
(Licenciatura em ensino de Física com habilitações em Energias Renováveis, 4º Ano)

Universidade Rovuma
Nampula
2021
1

Nicolau Mariano

História da Electridade
(Licenciatura em ensino de Física com habilitações em Energias Renováveis, 2º Ano)

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira


de Eletricidade e Magnetismo, a ser
entregue no departamento de CNME, 2º
Ano leccionado pelo docente:
dr. Momade Jaime Chau

Universidade Rovuma
Nampula
2021
ii

Índice

Introdução.........................................................................................................................................3

Historial do surgimento e Desenvolvimento da ciência “electromagnetismo”................................4

1. Electricidade e Magnetismo: Na antiguidade...........................................................................4

2. Electricidade e Magnetismo na Idade Media............................................................................4

3. Electricidade e Magnetismo na idade Moderna........................................................................5

3.1. Os dois tipos de electricidades: Vítrea e Resinosa............................................................6

3.1.1. Contribuição de Benjamim Franklin..........................................................................6

3.2. Criação de Condensadores (garrafa de Leiden).................................................................7

3.3. A Invenção dos pára-raios.................................................................................................7

3.4. A famosa Lei de Coulomb.................................................................................................8

4. Electricidade e Magnetismo na Idade Contemporânea.............................................................9

4.1. A pilha Voltaica e a descoberta da Corrente Eléctrica......................................................9

4.2. A criação da primeira lâmpada eléctrica..........................................................................10

5. A União da electricidade e magnetismo..................................................................................10

5.1. Desenvolvimento da ciência Electromagnética...............................................................10

5.2. Indução Electromagnética e gerador eléctrico de corrente alternada..............................11

6. Electromagnetismo com Maxwell...........................................................................................12

6.1. A Invenção do Telefone...................................................................................................13

6.2. Invenção e estudo de Corrente alternada.........................................................................13

7. A descoberta do electrão e a primeira transmissão de Rádio..................................................14

Conclusão.......................................................................................................................................15

Bibliografia.....................................................................................................................................16
3

Introdução

O presente trabalho é de natureza científica, que visa abortar um assunto muito


importante relacionado com a cadeira de Electricidade e Magnetismo e tem como objectivo:
compreender e dar a conhecer o historial do surgimento e desenvolvimento da ciência
electromagnética, citar no tempo os acontecimentos que marcaram a descoberta e
desenvolvimento desta ciência e proporcionar saberes da Cadeira acima citada. Para melhor
compreensão do trabalho, tentamos expor os acontecimentos na ordem cronológica de modo
que facilite a leitura.
Na busca de informações para a elaboração deste trabalho, foi usada referências
bibliográficas citadas, analise, síntese e compilação de dados.
Para a configuração do presente trabalho utilizou-se a metodologia de pesquisas
bibliográficas
4

Historial do surgimento e desenvolvimento da ciência eletromagnetismo

Na verdade, a descoberta da electricidade e do magnetismo valeu a pena, pois, muitos


materiais por nos usados que dependem da corrente eléctrica e alguns que utilizam ondas
electromagnéticas para funcionar, como é o caso de rádio, televisão, telefones, maquinas
fotocopiadoras, computadores etc. surgiram junto com eles.
É através destas descobertas que a maioria das fábricas e hospitais funcionam e
grandes Desenvolvimentos nas cidades dependem na maior parte de electricidade e
magnetismo. Com este trabalho tentamos explanar acerca do historial destes acontecimentos
desde a antiguidade até a nossa era.

1. Electricidade e Magnetismo: Na antiguidade

Historicamente a ciência “electromagnetismo” tem início na Antiguidade, quando o


grego Tales de Mileto (640-550 a.C.) astrónomo e pensador grego, realizou algumas
observações elementares sobre electrização esfregando um âmbar (em grego “eléktron”) com
um pedaço de pele de carneiro, observou que pedaços de palha e fragmentos de madeira eram
atraídos pelo âmbar. (Ramalho e Toledo: 1999:33) afirma que esta observação marca o início
do estudo da ciência da electricidade.
Os gregos sabiam também que algumas "pedras", as magnetitas (lodestones) que eram
encontradas em Magnésia, uma localidade da Ásia Menor, podiam atrair exclusivamente o
ferro, e isto mesmo sem serem esfregados. “O estudo desta propriedade origina o estudo da
ciência do magnetismo”, (Oka, 2000).

2. Electricidade e Magnetismo na Idade Media

Segundo a fonte (https://www.ufrgs.br), neste período houve poucas pessoas que se


empenharam no estudo destas ciências (electricidade e magnetismo). Os factos mais
importantes que se devem fazer menção neste período é a primeira aplicação prática do
magnetismo constatada pelos chineses quase aproximadamente no séc. II: usavam a magnetita
flutuando sobre a água para se orientarem ao navegar pelos mares. Era a bússola, que se
baseia na interacção do campo magnético de um íman (a agulha da bússola) com o campo
magnético terrestre. No séc. VI, os chineses já dominavam a fabricação de íman.
Apesar de poucas pessoas que se empenharam, os estudos ganharam força neste
período, no séc. XIII, quando alguns trabalhos e observações foram feitos sobre a
electricidade e magnetismo, que ainda eram considerados fenómenos completamente
5

distintos. O primeiro estudo sistemático dos ímanes foi feito por Pierre Pelerin de
Maricourt, em 1269, na sua obra intitulada “Epístola de Magnete”, onde relatava
experiências com o magnetismo. Ele usou uma agulha magnetizada para traçar o que chamava
de "linhas de força" ao redor de uma esfera de magnetita e descobriu que estas linhas
convergem em duas regiões, em lados opostos da esfera, como as linhas longitudinais da
Terra. Por analogia, ele chamou as regiões onde as linhas de força convergem de pólos. Oka
(2000) afirma que “Devem-se a ele as denominações pólo norte e pólo sul às extremidades do
íman, bem como a descoberta de que a agulha da bússola apontava exactamente para o norte
geográfico da terra”.

3. Electricidade e Magnetismo na idade Moderna

A partir do século XVI a electricidade e o magnetismo são estudados com rigor


científico. Em 1550, Girolamo Cardano (1501-1576) filosofo, matemático e médico italiano,
foi o primeiro a tratar dos fenómenos observados por Tales, discutindo em seu livro “De
Subtilitate” as diferenças entre forças eléctricas e forças magnéticas, explicando claramente
em que diferenciam as atracções do âmbar e da magnetita.
Em 1600, William Gilbert (1540-1603) publicou um tratado sistemático e critico,
“De Magnete” sobre o que se sabia até então, sobre magnetismo e electricidade. Incluindo
experimentos seus, na electricidade relatou que outras substâncias tinham mesmas
propriedades do âmbar depois de ser friccionados por peles ou tecidos, e chamou “eléctrico”
derivada da palavra elektron (âmbar), ou seja, que podiam ser electrizadas como o âmbar
passou a ser chamado de substâncias electrizáveis.
Em magnetismo, traçou a forma das linhas de indução magnética aproximando uma
pequena agulha de bússola de bolas de ferro magnetizadas, demonstrando a completa analogia
da acção da terra sobre a bússola, descoberta esta que levou William Gilbert a sugerir que a
própria Terra comporta-se como um gigantesco íman. Além disso mostrou a impossibilidade
de se obter um pólo magnético isolado partindo-se um íman em duas partes.
Com as descobertas de Gilbert seguiu-se uma grande quantidade de cientistas que se
dedicaram a investigar os fenómenos eléctricos, um dos pioneiros foi o alemão Otto von
Guericke (1602-1686), prefeito e Físico da cidade de Magdeburgo, além de suas funções
administrativas e politicas, foi um cientista talentoso. Inventou a primeira máquina
electrostática chamada de Elektrisiermaschine. Era feita de uma esfera de enxofre atravessada
por uma barra presa a uma manivela, que quando movimentada fazia a bola girar em alta
velocidade. Guericke protegeu a mão com uma luva, que ao ser encostada na bola electrizou-a
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instantaneamente. A bola começou a atrair outras bolas de enxofre suspensas por fios que,
após encostarem na bola maior, começaram a atrair outros objectos menores e em virtude do
atrito, as bolas de enxofre se electrizava intensamente, produzindo até faíscas. Otto conclui
então que a electricidade podia passar de um corpo para o outro.
Um avanço significativo na história de electricidade ocorreu em 1729,quando o
cientista inglês Stephen Gray (1666-1736), discípulo de Isaac Newton, observou que era
capaz de transferir a carga eléctrica de um bastão de vidro para uma bola de marfim
pendurada por um fio. Porém, a transferência de carga não ocorria se a bola era pendurada por
um fio metálico. Daí concluiu que o metal "levava embora" o fluido (carga). Segundo Nicolau
e Toledo (1999:523) Gray concluiu que “A maior parte das substâncias podem ser
classificadas de condutoras ou isolantes”. Os condutores, como por exemplo os metais e
soluções iónicas, permitem o fluxo livre do fluido, enquanto os isolantes, como por exemplo a
madeira, borracha, seda e vidro, não permitem o fluxo do fluido.

3.1. Os dois tipos de electricidades: Vítrea e Resinosa

Em 1733, o químico francês Charles François de Cistemay du Fay, experimentalmente


verificou que, duas bolas de isópora suspensa por fios e colocadas próximas uma da outra, ao
tocar ambas as bolas com o bastão de vidro, ou ambas com seda, as bolas se repeliam.
Tocando uma das bolas com o vidro e a outra com seda elas se atraiam. Baseado neste tipo de
evidência, Charles du Fay, propôs que existem dois tipos de cargas, que são observáveis como
"fluxos eléctricos", e que as cargas iguais se repelem enquanto as cargas diferentes se atraem.
O tipo da carga do vidro chamou de "vítreo" e o tipo da carga da seda ou do âmbar de
"resinoso". Du Fay acreditava que estas cargas eram separadas pelo acto da fricção.

3.1.1. Contribuição de Benjamim Franklin

Benjamin Franklin (1706-1790), cientista, político e escritor americano, segundo


(Ramalho, Toledo: 1999:34) foi quem introduziu os termos electricidade positiva e negativa
para designar a electricidade vítrea e resinosa respectivamente. Ele formulou uma teoria para
explicar a electrização dos corpos. Segundo sua concepção, todos os corpos no estado neutro
possuíam certa quantidade normal de um fluido eléctrico. No caso de apresentar excesso
desse fluido, ele manifestava propriedades semelhantes às do vidro atritado com seda: o corpo
estaria electrizado positivamente, pois teria fluido eléctrico a mais. O corpo que apresentasse
falta de fluido eléctrico, teria propriedades semelhantes às da resina atritada com seda: estaria
electrizado negativamente, pois teria fluido eléctrico a menos. Assim, de acordo com
7

Franklin, na electrização por atrito ocorreria a passagem do fluido eléctrico de um corpo para
o outro, de modo que aquele que ganhasse fluido ficaria positivo e o que perdesse fluido
ficaria negativo.
Hoje sabe-se que o fluido eléctrico não existe e que os responsáveis pela electrização
dos corpos são os electrões. No entanto, para que os termos criados por Franklin fossem
mantidos, arbitrou-se que os electrões teriam “electricidade negativa”. Desse modo, os corpos
positivos são os que apresentam falta de electrões (em vez de excesso de fluido) e os corpos
negativos são os que apresentam excesso de electrões (em vez de falta de fluido).

3.2. Criação de Condensadores (garrafa de Leiden)

Em 1745, o alemão Ewald Georg Von Kleist, descobriu que poderia armazenar cargas,
ligando um gerador de alta tensão electrostática por um fio a uma garrafa de vidro com água,
que estava na sua mão. A mão de Von Kleist e a água actuavam como condutores e a garrafa
como um dieléctrico (isolante). Von Kleist constatou que após remover o gerador, ao tocar no
fio, o resultado era choque eléctrico. No ano seguinte Peter von Musschenbroek (1692-1761),
inventou um condensador igual, e chamou de garrafa de Leyden, por meio da qual poderia
acumular consideráveis quantidades de electricidade e depois descarrega-la facilmente através
de um grande choque. A garrafa de Leiden era constituída por uma garrafa de vidro com água
no interior, com uma rolha perfurada por uma haste metálica que estava em contacto com a
água. Quando a garrafa era segurada pela mão de um operador e a haste posta em contacto
com o terminal de uma máquina electrostática, uma grande quantidade de carga eléctrica era
acumulada sobre as paredes da garrafa. Se o operador toca-se na haste com a mão, recebia um
choque eléctrico causado pela repentina descarga da garrafa. Verificou que era possível
armazenar a electricidade. Esta descoberta (garrafa de Leiden) permitiu grandes avanços na
compreensão dos fenómenos eléctricos, tendo a sua evolução culminado nos condensadores
que conhecemos na actualidade.

3.3. A Invenção dos pára-raios

As contribuições de Franklin para o desenvolvimento da electricidade foram muito


importantes, merecendo destaque a invenção dos pára-raios, em 1952, que se difundiu
rapidamente, uma das primeiras invenções práticas que utilizava as propriedades eléctricas.
Franklin percebeu que o raio nada mais era do que uma faísca eléctrica. Para comprovar esse
facto, ele empinou uma pipa num dia de tempestade: à extremidade superior da linha, adaptou
um pedaço de arame fino e, à extremidade inferior, uma chave metálica, tomando o cuidado
8

de colocar uma fita de seda isolante entre a chave e a sua mão. Quando a pipa passou sob uma
nuvem negra, ocorreu o que Franklin esperava: a linha molhada conduziu a electricidade, e
faíscas saltaram da chave. Estava descoberto o princípio de construção do pára-raios e provou
também que o relâmpago é um fenómeno eléctrico.

3.4. A Famosa Lei de Coulomb

Durante todo o século XVIII uma série de experiências foram realizadas, mas as
observações eram meramente qualitativas. O primeiro passo importante na quantificação das
forças eléctricas foi dado pelo químico Joseph Priestley, descobridor do oxigénio, em 1766.
Poucos anos antes, Benjamin Franklin havia realizado a tal experiência. Era sabido que um
copo metálico carregado, era capaz de atrair um pequeno corpo descarregado e que este corpo
neutro se carregava prontamente em contacto com a superfície externa do copo. Contudo, ao
suspender uma pequena esfera de cortiça no interior de um copo metálico tapado e carregado,
constatou que não actuava nenhuma força sobre a cortiça. E ainda, colocando o corpúsculo
em contacto com a superfície interna do copo, ele não se carregava. Como Franklin, Priestley
confirmou o mesmo resultado. A única força conhecida à época era a força da gravidade,
proporcional a 1/r 2. Sabia-se também que a força no centro de uma distribuição de massa na
forma de uma calota esférica seria nula. Por analogia Priestley propôs que a força eléctrica
deveria ser proporcional a 1/r 2. Contudo, o trabalho definitivo sobre as forças eléctricas é
creditado a Charles August Coulomb. Em 1783, Coulomb realizou o seguinte experimento.
Ele carregou com uma quantidade de carga Q uma pequena bola de seiva vegetal recoberta de
ouro. Tocando-a com uma outra bola idêntica, sabia que cada uma delas ficaria com metade
da carga (Q/2). Repetindo esse processo Coulomb foi capaz de obter várias quantidades de
carga. Para medir a força entre as bolas ele valeu-se de uma balança de torção. Manteve uma
das bolas fixas e a outra, num arranjo de halteres com um contrapeso, foi suspensa por um fio
de seda ligado a um dinamómetro. Coulomb descobriu que, mantendo as cargas constantes, a
força é proporcional a 1/r 2, enquanto que, mantendo a distância fixa, a força é proporcional
ao produto das cargas. Desta experiencia nasce a lei de coulomb, que descreve a interacção
electrostática entre partículas electricamente carregadas.
Segundo Baloi (2014:44) a lei de coulomb diz que “duas cargas eléctricas
estacionárias se repelem ou se atraem com uma força proporcional ao produto da intensidade
das cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas”. Esta lei foi
essencial para o desenvolvimento do estudo da electricidade e pode ser escrita
matematicamente:
9

F=k |Q|∨q∨ ¿ ¿ (1)


4. Electricidade e Magnetismo na Idade Contemporânea

4.1. A pilha Voltaica e a descoberta da Corrente Eléctrica


Em 1780 Luigi Galvani, fisiologista italiano, descobriu a "electricidade animal" e
realizou experiências sobre os efeitos da descarga eléctrica através de tecidos animais, usando
geradores electrostáticos. Ele havia dissecado um sapo e ocorreu de estar tocando num nervo
com um bisturi (dissecador) quando um gerador nas proximidades produziu uma descarga
eléctrica. Isto fez com que os músculos do sapo se contraíssem, mesmo sem haver contacto
eléctrico entre o gerador e o bisturi, ou seja, por indução, um fenómeno que era desconhecido
por Galvani. Ao invés de ater-se à indução, no entanto, Galvani resolveu usar esta descoberta
para outro fim. Ele observou que as pernas de um sapo pendurado por um nervo se contraíam
quando ocorria um soprar de vento e decidiu tentar medir a electricidade existente com tempo
bom e seco, que era sabido existir. Ele prendeu a espinha do sapo num fio de cobre e
pendurou o sapo numa grade de ferro. Quando nada ocorria por um bom tempo ele se
impacientou e, enquanto soprava o vento, começou a observar uma série de contracções dos
músculos do sapo. O mesmo efeito foi observado quando o sapo foi colocado sobre uma mesa
de ferro e o fio foi colocado em contacto com a mesa. Ele publicou os resultados em 1791 e
chamou o fenómeno de "electricidade animal".
Físico Italiano Alessandro Volta (1745-1827), não foi bem com a hipótese do seu
camarada biólogo. Para ele, as contracções eram devidas a uma corrente eléctrica, mas não
eram produzidas pelos músculos de sapo. Ao serem balançadas pelo vento, as extremidades
livres das pernas suspensas tocavam o suporte do ferro. Então, estabelecia-se o contacto da
perna da rã com dois metais, o cobre de um lado e o ferro do outro. Isso e mais as substâncias
ácidas do corpo da rã geravam a corrente responsável pelas contracções. Com base neste
argumento, Volta demostrou que se dois metais diferentes forem postos em contacto um com
o outro, um dos metais fica ligeiramente negativo e o outro positivo e estabelece-se entre eles
uma diferença de potencial ou seja, uma tensão eléctrica. Usando isso como base, construiu
uma pilha, que denominou de Pilha Voltaica, que era constituída por discos de zinco e de
cobre empilhados e separados por pedaços de tecido embebidos numa solução de ácido
sulfúrico. Esta pilha produzia energia eléctrica sempre que um fio condutor era ligado aos
discos de zinco e de cobre, colocados na extremidade de pilha.
10

Mesmo com a fama das pilhas de Volta, foram criadas pilhas mais eficientes. John
Frederic Daniell inventou-as em 1836 na mesma época das pilhas de Georges Leclanché e a
bateria recarregável de Raymond-Louis-Gaston Planté.

4.2. A criação da primeira lâmpada eléctrica

Seguido da pilha voltaica, em 1802, Humphry Davy utiliza para separar sais como o
potássio e o sódio, um processo que hoje é vulgarmente conhecido como “electrolise”, a pilha
de Volta e em 1809 utilizando dois fios ligados a uma bactéria, Davy juntou as extremidades
dos fios com uma tira de carvão. A corrente eléctrica fazia com que o pedaço de carvão
brilhasse emitindo a luz, daí registou-se a criação da primeira lâmpada eléctrica, denominada
de lâmpada de arco.

5. A União da electricidade e magnetismo

As ciências da electricidade e magnetismo desenvolveram-se isoladamente, até que em


1820 Hans Christian Oersted encontrou uma conexão entre os dois fenómenos. Enquanto
preparava uma aula, Oersted observou que a agulha de uma bússola desviava do norte
magnético quando a corrente eléctrica da bactéria que estava a usar era ligada e desligada.
Esta deflexão convenceu-o que os campos magnéticos radiam a partir de todos os lados de um
fio carregando uma corrente eléctrica. Oersted descobriu também que um íman é capaz de
gerar uma força sobre um fio conduzindo corrente. Com base nesta experiencia, Oersted
publica as suas descobertas, provando que a corrente eléctrica produz um campo magnético à
medida que flui através de um fio e um campo magnético cria a sua volta um campo eléctrico
(indusmelec: 2013). Estabelecendo a ligação entre electricidade e magnetismo daí começa o
estudo do “electromagnetismo”.

5.1. Desenvolvimento da ciência Electromagnética

No mesmo ano, André Marie Ampere (1775-1836), físico e matemático francês,


sabendo das descobertas de Oersted, dedicou-se ao assunto e formulou a regra para indicar a
direcção do campo magnético criado por um circuito eléctrico (que hoje é conhecido como, a
lei de Ampere). Além disso, descobriu que circuitos paralelos com correntes na mesma
direcção se atraem, e se repelem quando as correntes são contrárias, e que solenóides atuam
como ímanes em barra. E construiu o primeiro electroíman que foi fundamental para a
posterior invenção e aperfeiçoamento de vários aparelhos, como o telefone, o microfone, o
telégrafo etc. Segundo Baloi (2014:180) a lei de ampere é expressa matematicamente:
11

F = ⃗I × ⃗
⃗ B ×l (2)
Os efeitos magnéticos das correntes eléctricas agora forneciam meios para se medir
suas intensidades. Em 1826 a 1827, Goerg Simon OHM (1789-1854) usou estes fatos para
separar os conceitos de força electromotriz, gradiente de potencial e de intensidade de
corrente eléctrica e derivou duas leis que leva seu nome que segundo (Mário Baloi 2014:136)
estabelecem que “para um condutor mantido à temperatura constante, a razão entre a tensão
entre dois pontos e a corrente eléctrica é constante” (1). O factor de proporcionalidade (a
constante), representa a resistência eléctrica. Provou também que “a resistência de um fio é
directamente proporcional ao seu comprimento e inversamente proporcional a sua seção recta,
criando assim a base para o conceito de condutividade dos materiais” (2). Essas leis podem
ser escritas matematicamente:
U
R= (3)
I
l
R=ρ (4)
A

5.2. Indução Electromagnética e gerador eléctrico de corrente alternada

Em 1830, Joseph Henry descobre um fenómeno electromagnético chamado indução


electromagnética, mas como não publicou seus resultados, não recebeu o mérito por isto.
Entretanto, recebeu distinção pela descoberta do fenómeno da auto-indução. Em 1831
auxiliou a Samuel Finley Breese MORSE (1791-1872) a construir o telégrafo.
Ano seguinte, Michael Faraday descobriu também o fenómeno da indução
electromagnética. Faraday enrolou duas espiras de fio em torno de um anel de ferro e
observou que a corrente exercia uma acção para trás que correspondia a sua acção magnética.
Quando ele criou uma corrente eléctrica na primeira espira, um pulso de corrente surgiu na
segunda espira no instante em que o circuito foi fechado, e novamente quando o circuito foi
aberto, porém no sentido contrário. Assim ele descobriu a indução e publica a sua descoberta,
explicando que é necessário uma alteração no campo magnético para criar corrente eléctrica.
Faraday descobre que a variação na intensidade de uma corrente eléctrica que percorre um
circuito fechado, induz uma corrente numa bobina próxima. É também verificada uma
corrente induzida ao introduzir-se um íman nessa bobina. Estes resultados tiveram uma rápida
aplicação na geração de corrente eléctrica como os geradores mecânicos e os transformadores.
O fabricante de instrumentos francês, Hippolyte pixii, usando experiencia de Faraday,
construiu em 1832, o primeiro gerador eléctrico de corrente alternada. Dínamo de Pixii era
12

um magneto que girava, sendo accionado por uma manivela, com os pólos norte e sul
passando sobre uma bobina com um núcleo de ferro. Sempre que um polo passava pela
bobina, era gerado um pulso de corrente eléctrica.
Em 1843, James Prescott Joule determina o equivalente mecânico do calor, referindo
que sempre que se emprega uma forca mecânica se obtém um equivalente exacto em calor.
Com esta teoria resulta a lei de joule, que expressa a relação entre o calor gerado e a corrente
eléctrica que percorre um condutor em determinado tempo.
Influenciado pelos estudos de joule, William Thompson inventa um instrumento
destinado a medir pequenas correntes eléctricas, o galvanómetro. E em 1845, o físico alemão
Gustav Robert Kirchhoff cria duas leis fundamentais dos circuitos eléctricos e da emissão.
São chamadas de lei de kirchhoff, que formam a base do cálculo das relações de correntes e
tensões. Que enunciam segundo Baloi (2014:140) de seguinte modo:
1a lei: “Quando se percorre uma malha fechada num circuito, a soma algébrica das
variações de potencial é necessariamente nula”.
2a lei: “Em qualquer nó do circuito, onde a corrente se divide, a soma das correntes
que fluem para o nó é igual à soma das correntes que saem do nó.
Em 1860, António Pacinotti constrói o primeiro dínamo de corrente contínua. Com
base nesta máquina de Pacinotti, Zenobe Theophile Gramme inventa em 1869, a máquina de
Gramme que consistia num dínamo capaz de gerar tensão contínua, mas que neste caso, a
tensão gerada era muito mais elevada do que os dínamos existentes na época. A máquina de
Gramme foi o primeiro motor eléctrico potente usado com sucesso na indústria.

6. Electromagnetismo com Maxwell

Na sua obra o “tratado de Electricidade e Magnetismo”, o cientista inglês James


Maxwell em 1873, criou uma estrutura teórica e matemática que explica os fenómenos
eléctricos e magnéticos como sendo manifestações semelhantes, e baptizou como sendo
campo electromagnético. Os fenómenos eléctricos e magnéticos não são, portanto,
independentes. Maxwell condensou em quatro equações matemáticas, as chamadas equações
de Maxwell, a relação, e quantificação entre o campo eléctrico e magnético. Segundo Baloi
(2014:215) as equações de Maxwell são:
1
1a: ∫ E dA= Q (5)
ε
2a ∫ B dA=0 (6)
13

−d
E . d ⃗l =
3a ∫ ⃗ B dA
dt ∫
(7)

d
B . d l⃗ =μ oI + μoε o
4a∫ ⃗ B dl
dt ∫
(8)

A equação (5), traduz a lei de Gauss, e afirma que o fluxo do campo eléctrico através
de uma superfície fechada é igual à carga no interior dessa superfície por ε o.
A equação (6), mostra que o fluxo do campo magnético através de qualquer superfície
fechada é nulo. Esta equação demonstra o facto de não existirem pólos magnéticos isolados,
diferentemente dos eléctricos. Esta equação é também chamada de lei de Gauss para o
magnetismo.
A equação (7), lei de Faraday, descreve o modo como as linhas de campo magnético
se comportam em uma região na qual o campo magnético está a variar, e relaciona o vector
campo eléctrico com a taxa de variação do vector campo magnético.
Por último, a equação (8), que descreve a lei de Ampére generalizada, afirma que a
integral de linha do vector campo magnético ao longo de qualquer curva fechada é igual à
soma de dois termos.
No estudo de física, o electromagnetismo é o nome da teoria unificada desenvolvida
por James Maxwell para explicar a relação entre a electricidade e o magnetismo. Por isso o
nome de electromagnetismo.

6.1. A Invenção do Telefone

A invenção do primeiro dispositivo concebido para transmitir sons por meio de sinais
eléctricos (telefone) é atribuída ao cientista americano Alexander Graham Bell em 1876.
Apesar disso, diz fonte (indusmelec: 2013), que foi o italiano António Meucci que inventou
esse aparelho, e vendeu para o Graham Bell. Em Junho de 2002, o congresso dos estados
unidos aprovou tal facto e estabeleceu que o inventor do telefone seja António Meucci e não
Bell.
Com a difusão da ciência electromagnética vários cientistas tiveram a oportunidade de
inventar materiais eléctricos e magnéticos como no caso do americano Thomas Alvas Edison
fez em 1879 a primeira demostração publica de lâmpada incandescente. No mesmo ano, o
alemão Ernst Werner Von Siemens põe a circular o primeiro comboio eléctrico. Em 1882,
implementarão a primeira Central hidroeléctrica no rio Fox em Appleton.
14

6.2. Invenção e estudo de Corrente alternada

Nikola Tesla, um inventor e engenheiro eléctrico ganha a fama 1883, ao criar uma
bobina, que consistia num transformador que converte a electricidade de baixa tensão em alta
tensão, que tornou mais fácil a expansão de energia eléctrica a longas distancias. E em 1884
Tesla, inventa o primeiro alternador eléctrico para a produção de corrente alternada. Com a
invenção deste alternador, fez com que usasse menos energia contínua proveniente de
bacterias e pilhas.
No mesmo ano que Tesla inventou o alternador eléctrico, Charles Parsons inventa
também a primeira turbina a vapor. A turbina estava ligada a um dínamo e conseguia gerar
7,5 kW e era de grande importância, dado que permitia produzir electricidade de forma mais
abundante e menos cara. Além disso, a turbina também podia ser aplicada na indústria naval.
O físico Heinrich Hertz em 1885, estuda as propriedades das ondas electromagnéticas
geradas por uma bobina de indução e verificou experimentalmente que as ondas
electromagnéticas também são reflectidas, refractadas e polarizadas de tal modo que a luz. As
observações de Hertz, demonstra que as ondas de rádio e as de luz são ambas ondas
electromagnéticas diferindo somente nas suas frequências, reafirmando assim as teorias de
Maxwell.
Novamente Nikola Tesla em 1888, demonstra o primeiro sistema eléctrico polifásico
de corrente alternada. Esse sistema incluía todas as unidades necessárias para a produção e
utilização da energia eléctrica como: geradores, transformadores, sistema de transmissão,
motor e luzes. Tendo vendido os direitos da patente ao empresário e engenheiro norte-
americano George Westinghouse e constrói a primeira linha de transmissão de corrente
alternada entre Niágara e a cidade de Búfalo.

7. A descoberta do electrão e a primeira transmissão de Rádio

A descoberta do electrão é atribuída ao cientista Inglês John Joseph Thomson que


identificou essa partícula subatómica de carga negativa que circunda o núcleo atómico,
responsável pela criação de campos magnéticos. O físico e inventor italiano Guglielmo
Marconi inventor do primeiro sistema prático de telegrafia sem fios, baseados nos estudos de
Tesla e Hertz em 1899, transmite uma mensagem via rádio, desde Inglaterra até os estados
unidos da América. Desde então, o electromagnetismo vem evoluindo até o mundo de hoje,
vimos ao nosso redor o poder desta ciência: materiais electrónicos, electricistas e muito mais.
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Conclusão

Em termos da apreciação deste trabalho, assento que a electricidade e magnetismo já


existiam desde tempos antigos e que sempre andaram juntos. Muitos cientistas trabalharam
muito para a expansão da electricidade assim como a aplicação da mesma, dentre eles,
destacamos o Coulomb que publicou uma importante Lei que descreve a interacção
electrostática entre partículas electricamente carregadas, que hoje é considerada um dos
pilares da electrostática.
Mais além, focar do cientista Maxwell que uniu completamente a electricidade e
magnetismo formando uma so palavra “electromagnetismo”, quando estabeleceu as quatro (4)
equações que resultou das leis de Gauss, Faraday e Ampere. E por fim fazer menção a Tesla e
Parsons que difundiram a corrente alternada fazendo com que dependessem menos de energia
produzida pelas pilhas e bactérias.
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Bibliografia

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