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24/09/2022 16:43 UNINTER

CONVERSÃO ELETROMECÂNICA
DE ENERGIA
AULA 3

Prof. Ricardo Soares Cavassin


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CONVERSA INICIAL

Encerrando a teoria básica de


conversão eletromecânica de energia de forma mais ampla,

trataremos de sistemas
multiexcitados, que consideram os múltiplos terminais, e então faremos uma

análise das peculiaridades dos imãs permanentes, as considerações a seu


respeito nos circuitos

magnéticos e seu comportamento.

Então, trabalharemos com as


equações dinâmicas, em que consideramos o sistema
eletromecânico como um todo e
não somente o sistema de conversão eletromecânico de energia. O

sistema
eletromecânico é composto por três partes:

Sistema
elétrico externo

Sistema
de conversão eletromecânica

Sistema
mecânico externo

E, por fim, trataremos das


técnicas analíticas para sistemas mais complexos.

TEMA 1 – SISTEMA DE CAMPO MAGNÉTICO MULTIEXCITADO

Uma grande quantidade de


dispositivos eletromecânicos, como sistemas de medição por

exemplo, tem terminais


elétricos múltiplos. Nos de medição é necessário por vezes obter os

conjugados
proporcionais de dois sinais elétricos. O medidor de potência determina sua
medida

como o produto de tensão e corrente. Da mesma forma, a maioria dos


dispositivos de conversão

eletromecânica de energia consiste em sistemas de campo


magnético multiexcitado.

As técnicas já apresentadas
anteriormente podem ser usadas diretamente para a análise desses

sistemas e
agora veremos a utilização dessas técnicas com base em um sistema de dois
terminais

elétricos.

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A Figura 1 mostra a representação


esquemática de um sistema simples com dois terminais

elétricos e um mecânico,
neste caso, um sistema de movimento rotacional. As variáveis do terminal

mecânico são:

Tcmp – conjugado

θ – deslocamento angular

Figura
1 – Sistema multiexcitado de armazenamento de energia magnética

Como o sistema possui três


terminais, ele deve ser descrito em termos de três variáveis

independentes que
podem ser o ângulo mecânico θ com os fluxos concatenados λ1
e λ2 ou as

correntes i1 e i2
ou um conjunto que mescla uma corrente e um fluxo.

Quando são utilizados os fluxos,


a função diferencial da energia  pode ser escrita

como

    (1.1)

E analogamente à dedução feita


para um sistema de excitação única

     (1.2)

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    (1.3)

  (1.4)

Em cada uma dessas equações, a


derivada parcial com relação a cada variável independente

deve ser resolvida


mantendo constante as outras duas variáveis independentes.

Integrando a equação 1.1,


encontramos a energia Wcmp e, como no caso que estudamos de

excitação única, embora a energia em qualquer ponto seja independente do


caminho da integração,

é mais conveniente mantermos λ1 e λ2


constantes em zero e integrarmos inicialmente em θ. Nestas

condições, Tcmp
também é zero e a integral é nula. A seguir, integramos em λ2
mantendo λ1 em zero

e, para concluir, em λ1.


Desta forma, a equação fica

Esse caminho de integração


representado na equação 1.5 pode ser visto na Figura 2, que é

análogo ao
mostrado na excitação simples. A ordem de integração entre λ1
e λ2 pode ser trocada

sem qualquer prejuízo ao resultado da


análise, desde que se tenha a atenção de que na equação 1.5

as variáveis de
estado são integradas em um caminho específico, no qual há variação de apenas
uma

por vez. Um dos erros mais comuns na análise desses sistemas é a não
observância das restrições

impostas por determinado caminho de integração


escolhido.

Figura
2 – Caminho de integração

         

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Em um sistema magnético linear,


as relações entre i e λ podem ser escritas em termos das

indutâncias,
da seguinte forma

             (1.6)

           (1.7)

Sabendo que

         (1.8)

Nestas análises, as
indutâncias em geral são funções da posição angular θ.

Sendo assim, essas equações


podem ser manipuladas de modo a se obter expressões de i em

função de θ.
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       (1.9)

       (1.10)

Em que

     (1.11)

E voltando à equação 1.5,


pode-se encontrar a energia desse sistema linear

(1.12)

Em que foi demonstrada de forma explícita a dependência das


indutâncias e do determinante

D(θ) do deslocamento angular θ.

Anteriormente, para o caso do


enrolamento único, definimos a função da coenergia permitindo
a determinação da
força e do conjugado diretamente em termos da corrente. Analogamente,

podemos
definir uma função da coenergia para o caso de sistemas de dois enrolamentos. A
equação
é escrita como

              (1.13)

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A equação 1.13 é uma função de


estado que depende da corrente dos dois terminais e do

deslocamento mecânico. A
diferencial dessa equação, seguindo a substituição da equação 1.1, nos dá

    (1.14)

E da equação 1.14 temos

     (1.15)

    (1.16)

E agora o conjugado pode ser


determinado diretamente em termos das correntes como

  (1.17)

E de modo análogo ao que


fizemos na equação 1.5, a coenergia pode ser calculada como

(1.18)

Continuando, para o sistema


linear das equações 1.6 e 1.8, temos

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     (1.19)

Em um sistema linear, o
conjugado pode ser encontrado de duas formas, a partir da energia
dada pela
equação 1.12 usando a equação 1.4, ou a partir da coenergia dada pela equação
1.19

usando a equação 1.17 e é neste ponto que a equação da coenergia deixa


evidente sua utilidade.
Enquanto a equação da energia é uma função complexa do
deslocamento e sua derivada também

em um grau maior, a coenergia é uma função


relativamente simples de deslocamento e, utilizando
sua derivada, pode-se facilmente
determinar uma expressão para o conjugado, em função das

correntes de
enrolamento i1 e i2, da seguinte forma

     (1.20)

Os sistemas com mais de dois


terminais elétricos são tratados de modo similar ao caso dos dois
pares de
terminais analisado, e o uso da coenergia em função das correntes dos terminais
simplifica a

determinação do conjugado ou da força.

TEMA 2 – FORÇAS E CONJUGADOS EM SISTEMAS DE ÍMÃS


PERMANENTES

As deduções que fizemos das


expressões da força e do conjugado estavam voltadas a sistemas

em que os campos
magnéticos são produzidos pela excitação elétrica de enrolamentos com esse fim
específico no sistema. Vimos também a necessidade de um cuidado especial quando
consideramos

sistemas que contêm ímãs permanentes, também denominados como


materiais magnéticos duros.
Mais especificamente, quando da dedução da equação da
coenergia, vimos que nesses sistemas a

densidade de fluxo magnético é igual a


zero quando H=Hc e não quando H=0.

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Por conta disso, as deduções


feitas das expressões do conjugado e força devem ser modificadas

para os
sistemas que contenham imãs permanentes. Por exemplo, a dedução da equação 2.1,
já vista
anteriormente,

depende do fato que na equação 2.2, quando a


integração se dá ao longo do caminho 2ª, a

força pode ser considerada nula,


pois não há excitação elétrica no sistema. Esse argumento foi usado
na dedução
de outras expressões de coenergia.

Segundo Umans (2014), em


sistemas com ímãs permanentes, essas deduções devem ser
revisitadas com
cuidado, pois em alguns casos os sistemas não apresentam enrolamento. Nestes

casos, seus campos magnéticos devem-se apenas à presença de material magnético permanente
e
não é possível fundamentar as deduções puramente em fluxos e correntes de
enrolamentos. Em

outros casos, os campos magnéticos podem ser produzidos por


meio de uma combinação de ímãs
permanentes e enrolamentos.

Para os sistemas que contenham


ímãs permanentes, podemos utilizar uma modificação das
técnicas já utilizadas anteriormente.
As deduções que serão apresentadas são aplicadas
especificamente em sistemas
nos quais o ímã aparece como um elemento pertencente a um circuito

magnético de
campo uniforme, embora possamos generalizá-la para que seja aplicada em
situações
mais complexas.

A essência da metodologia está


em considerar que o sistema tem um enrolamento fictício
adicional, que atua na
mesma porção do circuito magnético que o ímã permanente. Esse

enrolamento
fictício conduz uma corrente nula em condições normais de operação, mas na
aplicação
da técnica ele atua como uma muleta matemática que pode ser usada
para realizar a análise

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requerida. A corrente nesse enrolamento pode ser


ajustada de modo a cancelar o campo magnético
produzido pelo ímã permanente.
Desta forma, pode-se obter o ponto de partida de “força zero” para

as análises.

Com o objetivo de se
determinar a energia e a coenergia do sistema, trataremos esse
enrolamento como
um outro enrolamento qualquer, com seu próprio conjunto de corrente e fluxo

concatenado e assim, as expressões de energia e coenergia serão obtidas como


função de todos os
fluxos concatenados ou correntes de enrolamento, incluindo o
enrolamento fictício. Como em

condições normais de operação, a corrente nesse


enrolamento será ajustada para o valor zero, é útil
deduzir a expressão da
força a partir da coenergia do sistema, pois as correntes de enrolamento são

expressas explicitamente nessa representação.

A Figura 3 mostra um circuito


magnético com um ímã permanente e um êmbolo móvel. Para
encontrar a força no
êmbolo em função da sua posição, supomos que haja um enrolamento fictício,

de Nf
espiras, conduzindo uma corrente if , enrolado de tal modo que
é produzido um fluxo através

do ímã permanente como vemos na Figura 4.

Figura
3 – Circuito magnético com ímã permanente e êmbolo móvel

                 

Figura
4 – Enrolamento fictício acrescentado ao circuito magnético

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Para esse sistema de


enrolamento único, podemos escrever a expressão da diferencial de

coenergia
como

           (2.3)

Em que o índice f indica


enrolamento fictício. Sendo assim, a força neste sistema pode ser escrita

como

         (2.4)

Considerando que a derivada parcial


é obtida mantendo-se if constante com if = 0,
como

apresentado na equação 2.4. Manter if constante na


derivada da equação 2.4 é uma exigência do

método da energia e, neste caso, ela


deve ser tornada zero para se calcular apropriadamente apenas

a força do ímã e
não incluir uma componente de força da corrente no enrolamento fictício.

Quando se trata do cálculo da


coenergia,   deste sistema, há a
necessidade de

integrar a equação 2.3 e como  é uma função de estado de  e , pode-se escolher o caminho
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de integração que melhor convier.

Figura
5 – Caminho de integração para calcular

A Figura 5 mostra um caminho


no qual a integração é bem simples e, para esse caminho, a
expressão da
coenergia pode ser escrita como

A integração é feita
primeiramente em  com a corrente  mantida constante em . Esta é

uma corrente muito


específica, igual à corrente fictícia de enrolamento que reduz o fluxo
magnético

a zero no sistema. Em resumo, a corrente  é a corrente no enrolamento


fictício que contrabalança

totalmente o campo magnético produzido pelo ímã


permanente.

Assim, a força  é zero no ponto A da Figura 5


e permanece como zero na integração em x ao
longo do caminho 1a. Sendo
assim, a integral ao longo do caminho 1a da equação 2.5 é zero e ela se

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reduz a

Essa equação 2.6 é geral e não


requer que o ímã permanente ou o material magnético do

circuito sejam lineares.

Como descrito em Umans (2014),


os métodos descritos agora podem ser estendidos para tratar
de situações em que
há ímãs permanentes e múltiplos enrolamentos conduzindo corrente. Em

muitos
dispositivos de interesse prático, independentemente do número de enrolamentos
ou ímãs

permanentes, a geometria é bastante complexa e, para esses casos, a


análise dos circuitos

magnéticos não é necessariamente aplicável. Se houver a


possibilidade de encontrar soluções, pode-
se esperar que elas sejam inexatas,
mas, ainda assim, podemos usar técnicas numéricas como o

método dos elementos


finitos.

TEMA 3 – EQUAÇÕES DINÂMICAS

Nos temas anteriores, foram


deduzidas equações para as forças e conjugados produzidos nos

dispositivos de
conversão eletromecânica de energia como funções das variáveis dos terminais

elétricos e do deslocamento mecânico. Essas expressões foram deduzidas para


sistemas
conservativos de conversão de energia nos quais assume-se que as
perdas podem ser atribuídas a

elementos elétricos e mecânicos externos,


conectados aos terminais do sistema de conversão de

energia.

Esses dispositivos de
conversão de energia são planejados de modo a operar como um meio de

acoplamento entre sistemas elétricos e mecânicos e, por isso, estamos


interessados na operação por
completo do sistema eletromecânico e não somente
no sistema de conversão eletromecânica de

energia, em torno do qual ele é


construído.

A Figura 6 mostra um sistema


eletromecânico simples com os componentes básicos do sistema.

Os detalhes variam
de sistema para sistema, mas o da Figura 6 consistem em três partes:

Sistema
elétrico externo

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Sistema
de conversão eletromecânica

Sistema
mecânico externo

Figura
6 – Modelo de um sistema eletromecânico de excitação simples

O sistema elétrico é representado


por uma fonte de tensão   e uma resistência ; a fonte

poderia ser
representada alternativamente por uma fonte de corrente e uma condutância   em

paralelo.

Podemos observar nesse modelo que


todas as perdas do sistema, incluindo as inerentes ao
sistema de conversão
eletromecânica de energia, são atribuídas à resistência . Supondo que fonte

de tensão
tenha uma resistência equivalente   e a resistência do
enrolamento do sistema de

conversão eletromecânica de energia seja  então a resistência  será dada pela soma das duas

resistências, .

A equação elétrica que


representa este modelo é

  
(3.1)

E expressando o fluxo
concatenado como , a equação externa passa a
ser escrita como

      (3.2)

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O termo   é o termo de tensão da


indutância própria, já o termo   inclui o

multiplicador  é a velocidade do terminal


mecânico, denominada em geral de tensão de velocidade.

O termo de tensão de
velocidade é bem comum em todos os sistemas de conversão eletromecânica

de
energia, representado o mecanismo pelo qual a energia é transferida para o
sistema mecânico
pelo sistema elétrico.

A equação 3.1 é escrita para cada


par de entradas quando consideramos os sistemas de

excitação múltipla e se as
expressões para os λ forem expandidas em termos das indutâncias, como

em 3.2,
serão necessárias as indutâncias própria e mútua.

O sistema mecânico apresentado


na Figura 6 inclui a representação de uma mola de constante

de elasticidade K,
um amortecedor com constante de amortecimento B, uma massa M e
uma força de

excitação f0. Da mesma forma que no sistema


elétrico, neste caso, o amortecedor representa as

perdas no sistema mecânico


externo e também todas as perdas mecânicas do sistema de conversão

eletromecânica de energia.

As forças na direção x
e o deslocamento x se relacionam da seguinte forma

Mola

    (3.3)

Amortecedor

         (3.4)

Massa

      (3.5)

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Em que x0 é
o valor de x com a mola normalmente não esticada e, nesse caso, o
equilíbrio de

forças requer que

Combinando 3.2 com 3.6,


podemos ter as equações diferenciais para o sistema completo da

Figura 6 com
entradas arbitrarias  e

     (3.7)

        (3.8)

As funções L(x) e fcmp(x,i)


dependem das propriedades do sistema de conversão eletromecânica

de energia
e podem ser calculadas por métodos já discutidos.

TEMA 4 – TÉCNICAS ANALÍTICAS

Até agora, foram discutidos


dispositivos relativamente simples, dispositivos com um ou dois

terminais
elétricos e um mecânico, geralmente restrito a um movimento incremental. As
técnicas

analíticas que serão discutidas aqui serão aplicadas aos dispositivos


simples, mas os princípios
podem ser aplicados em dispositivos mais complicados.

Segundo Umans (2014), algum


dos dispositivos que serão tratados neste tema são usados para

produzir movimento
grosseiro, como relés e solenoides, em que os dispositivos operam em

condições
essencialmente de ligado ou desligado.

As técnicas que discutiremos


agora podem ser usadas para determinar a força em função do

deslocamento e da
reação sobre a fonte elétrica, lembrando que esses cálculos já foram feitos

anteriormente
e, se forem necessários detalhes do movimento, com o deslocamento em função do

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tempo após a energização do dispositivo, será necessário resolvermos as


equações diferenciais não
lineares 3.7 e 3.8.

Por outro lado, em oposição


aos dispositivos de movimento grosseiro, temos dispositivos como
autofalantes,
cápsulas fonográficas ou de microfone e transdutores de vários tipos que são

projetados para operar com deslocamentos relativamente pequenos e para produzir


uma relação

linear entre os sinais elétricos e os movimentos mecânicos e vice-versa.

Sendo assim, a relação entre


as variáveis elétricas e mecânicas torna-se linear tanto pelo projeto

do
dispositivo quanto pela excursão dos sinais a um intervalo linear. Em ambos os
casos, as equações
diferenciais são lineares e podem ser resolvidas usando as
técnicas padronizadas para a resposta

transitória em frequência e assim por


diante, conforme necessidade.

4.1 MOVIMENTO GROSSEIRO

As equações diferenciais de um
dispositivo de excitação simples são da seguinte forma

       (4.2)

Quando usamos essas equações


diferenciais, nos deparamos com um problema comum, que é

encontrar o
deslocamento x(t) quando uma determinada tensão  é aplicada em t=0. Não

solução analítica genérica para essas equações diferenciais, pois elas não
são lineares. Uma solução

pode ser obtida com o auxílio de ferramentas


computacionais.

As equações 4.1 e 4.2 podem


ser formuladas se definirmos uma variável x1 tal que

                    (4.3)

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Que quando combinada com as


equações 4.1 e 4.2, produz um sistema com três equações

diferenciais não
lineares de primeira ordem:

                    (4.3)

E na forma integral, esse


sistema torna-se

 4.2 LINEARIZAÇÃO

Segundo Umans (2014), muitas


vezes, ainda que o comportamento dos dispositivos

eletromecânicos seja naturalmente


não linear, os dispositivos são projetados para fornecer uma

resposta linear
aos sinais de entrada. Em outros casos, são projetados para trabalhar em pontos
fixos
de operação e sua estabilidade nesses pontos pode ser investigada
examinando os seus

comportamentos com pequenos desvios em torno desses pontos


de operação.

Como no caso de quando forem


usados transdutores, os dispositivos caracterizados por

equações diferenciais não


lineares, como as equações 4.1 e 4.2, geralmente fornecerão respostas não

lineares a sinais arbitrários. Para que se obtenha um comportamento linear,


devemos limitar os sinais
elétricos e os deslocamentos a pequenos desvios em
torno dos seus valores de equilíbrio.

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Vejamos o caso do ponto de


equilíbrio em um dado sistema que poderia ser determinado por

uma FMM de
polarização produzida por um enrolamento de CC, ou por um ímã permanente que

atua contra a mola. Em um outro sistema, por exemplo, poderia ser determinado
por dois
enrolamentos que produzem FMM cujas forças cancelam-se no ponto de
equilíbrio.

Nos dois casos citados, o


ponto de equilíbrio deve ser estável e o transdutor deve voltar à

posição de
equilíbrio após uma pequena perturbação.

TEMA 5 – APLICAÇÃO

Nos temas 3 e 4, foram


abordadas as equações dinâmicas e as técnicas analíticas de forma

essencialmente teórica. Vamos ver agora a aplicação dessas teorias.

A Figura 7 mostra a seção


transversal de um eletroímã com um solenoide cilíndrico destro do

qual o êmbolo
cilíndrico de massa M move-se verticalmente dentro de guias de latão de
espessura g
e de diâmetro d.

Figura
7 – Eletroímã com solenoide

              

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A permeabilidade do latão é a
mesma do vácuo e vale . O êmbolo está

sustentado por
uma mola cuja constante de elasticidade é K. o seu comprimento, quando
não

esticada vale l0. Uma força mecânica de carga ft


é aplicada ao êmbolo pelo sistema mecânico e a ele

conectado como mostrado na


figura. Suponha, agora, que a força de atrito seja linearmente

proporcional à
velocidade e que o coeficiente de atrito seja B. A bobina tem N espiras
e resistência R.

Sua tensão de terminal é vt e sua


corrente é i. podemos considerar como desprezíveis os efeitos da

dispersão magnética e da relutância do aço.

Vamos, a seguir, deduzir as


equações dinâmicas de movimento do sistema eletromecânico, isto

é, as equações
diferenciais que expressam as varáveis dependentes i e x em
termos de vt, ft e das

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constantes e
dimensões fornecidas.

Inicialmente, expressaremos a
indutância em função de x, os termos de acoplamento, força
magnética fcmp
e a FEM induzida e podem ser expressos então em termos de x e i
e, então, essas

expressões serão substituídas nas equações dos sistemas


mecânico e elétrico.

A relutância do circuito
magnético é a dos dois anéis guias em série, no qual o fluxo é

direcionado radialmente
através deles, como mostrado pelas linhas tracejadas de fluxo φ na Figura
7.

Como , a densidade de fluxo nos


anéis guias é quase constante em relação à distância radial.

Em uma região onde


a densidade de fluxo é constante, a relutância é

A relutância no entreferro
superior é

Em que se assume que o campo


está concentrado na área entre o lado superior do êmbolo e o

lado inferior do
anel-guia superior. Do mesmo modo, a relutância no entreferro inferior é

E a relutância total é

E a indutância pode ser


escrita como

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Em que

A força magnética que atua


verticalmente para cima sobre o êmbolo na direção x positiva é

A FEM induzida na bobina éγ

Ou

A substituição da força
magnética na equação diferencial de movimento do sistema mecânico,
equação 3.8,
fornece

A equação de tensão do sistema


elétrico, da equação 3.7, é

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Essas duas equações são os


resultados desejados e são válidas somente enquanto o lado

superior do êmbolo
estiver bem dentro do anel guia superior, ou seja, entre os limites 0,1a<x<0,9a.
Este é o intervalo normal de trabalho do solenoide.

 5.1 CONSIDERAÇÕES

Conforme Umans (2014), em


sistemas eletromecânicos, a energia é armazenada em campos
elétricos e
magnéticos. Quando essa energia for influenciada pela configuração das partes
mecânicas
que delimitam o campo, são criadas forças mecânicas que tendem a
mover os elementos mecânicos

de forma que a energia seja transmitida do campo


para o sistema mecânico.

No caso dos sistemas


magnéticos de excitação simples, removendo-se os elementos de perdas

elétricas
e mecânicas do sistema de conversão eletromecânica de energia e os incorporando
como
elementos de perdas nos sistemas externos elétricos e mecânicos, o
dispositivo de conversão de
energia pode ser modelado como um sistema
conservativo. A partir de então, a sua energia torna-se

uma função de estado


determinada pelas variáveis λ e x.

Os dispositivos de conversão
de energia operam entre sistemas elétricos e mecânicos e o seu

comportamento é
descrito por equações diferenciais que incluem os termos de acoplamento entre
sistemas.

FINALIZANDO

Foram tratados os princípios


básicos de conversão eletromecânica de energia com foco nos

sistemas de campos
magnéticos e vimos que as máquinas rotativas e os transdutores lineares de
deslocamento têm uma forma de trabalhar bem similar.

REFERÊNCIAS

UMANS, S.
D. Máquinas
Elétricas de Fitzgerald e Kingsley. Grupo A, 2014. Disponível
em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580553741/>. Acesso
em: 22 fev. 2022.

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