Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1.1 Introdução
Nesta teoria dos circuitos eléctricos, as máquinas eléctricas são vistas como circuitos eléctricos
ligados magneticamente para o caso de sistemas magnéticos, ou electricamente para o caso dos
sistemas electrostáticos.
microfones;
taquímetros;
acelerómetros;
sensores de temperatura; e
de pressão, etc.
1
A segunda categoria de dispositivos inclui os actuadores, estes são dispositivos que produzem
força. Como exemplos têm-se:
os relés;
electroímans; e
motores passo-a-passo, etc.
motores; e
geradores.
Isto compreende-se pela natureza diferente da sua aplicação. Em princípio os dispositivos são
reversíveis, isto é, os actuadores podem funcionar como transdutores e os motores como
geradores. Contudo, deve referir-se que nas aplicações práticas raramente esta reversibilidade
é utilizada.
O princípio da conservação de energia afirma que esta não é criada nem destruída, apenas muda
de forma. Este princípio constitui uma ferramenta conveniente para determinar as
características do acoplamento electromecânico. É também necessário ter em atenção as leis
do campo eléctrico e magnético, as leis dos circuitos eléctricos e magnéticos e a mecânica
newtoniana.
2
𝐸𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑆𝑎í𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝐴𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎
( 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 ) = ( 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 ) + ( 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 ) + (𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑑𝑎 ) (1.1)
𝑒𝑙é𝑐𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑚𝑒𝑐â𝑛𝑖𝑐𝑎 𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧𝑒𝑑𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟
1. Perdas por efeito de Joule nas resistências dos enrolamentos que constituem parte dos
dispositivos. Estas perdas são frequentemente chamadas de perdas no cobre;
2. Parte da potência mecânica desenvolvida pelo dispositivo é absorvida no atrito e
ventilação e então convertida em calor. Estas perdas são chamadas de perdas
mecânicas; e
3. Perdas magnéticas (em dispositivos magnéticos) ou dieléctricas (em dispositivos
eléctricos). Estas perdas estão associadas ao campo de acoplamento.
Além destes tipos de perdas deve-se, em estudos mais aprofundados, considerar também perdas
suplementares que têm várias causas.
Nos dispositivos magnéticos, que são de longe as mais frequentes, as perdas magnéticas são
devidas a correntes de Foucault e à histerese magnética.
As equações 1.1 e 1.2 podem ser escritas na forma da equação 1.3 onde se admite a convenção
motor.
O primeiro membro da equação 1.3 pode ser expresso em termos das correntes e tensões nos
circuitos eléctricos do dispositivo de acoplamento.
3
Considere-se o esquema geral de um dispositivo de conversão mostrado na figura 1.1.
Pode escrever-se:
Para que o dispositivo de acoplamento possa absorver energia do circuito eléctrico, o campo
de acoplamento deve produzir uma reacção sobre o circuito. Esta reacção é a força
electromotriz indicada pela tensão “e” na figura 1.1. A reacção sobre a entrada é uma parte
essencial do processo de transferência de energia entre um circuito eléctrico e outro meio
qualquer.
Da discussão precedente, deverá ser evidente que as resistências dos circuitos eléctricos, o
atrito e ventilação do sistema mecânico, embora sempre presentes, não representam partes
importantes no processo de conversão de energia. Este processo envolve o campo de
acoplamento e sua acção e reacção nos sistemas eléctrico e mecânico.
onde
Para a análise completa dum dispositivo electromecânico, além da equação (1.4) que traduz o
princípio de conversão de energia (bloco central da figura 1.1), deverá ter-se em conta as
equações que traduzem a interligação ao sistema eléctrico e as equações que o interligam ao
sistema mecânico.
4
A interligação ao sistema eléctrico pode ser feita por uma ou mais vias, correspondendo a cada
uma delas uma equação diferencial. A interligação ao sistema mecânico é na maioria dos casos
feita através de uma única via (apenas um grau de liberdade) correspondendo a esta interligação
apenas uma variável. Esta interligação é traduzida pela 2ª lei de Newton.
• Equação 1.4
• 2ª lei de Newton
• Lei de Faraday
Por sua vez, a análise de um dispositivo electromecânico de natureza eléctrica deverá ter como
base:
• Equação 1.4
• 2ª lei de Newton
𝑊𝑚 = 𝑓(𝜓, 𝑥) (2.1)
5
Ver-se-á que a força electromecânica, Fem, que se exerce sobre a armadura tem uma expressão
simples em função desta energia.
Na figura 2.2, tem-se o mesmo princípio. A única diferença está no parâmetro geométrico que
define a posição do rotor, que é agora o ângulo θ e que as variações de energia magnética
armazenada no circuito produzem agora um binário electromagnético Mem. Também aqui se
encontrará uma expressão fácil para o binário em função da energia magnética.
Considere-se o caso elementar da figura 2.1. Tendo em conta as perdas de Joule concentradas
na resistência r, tem-se:
𝑑𝜓
𝑒= (2.2)
𝑑𝑡
dWele = e i dt = i dψ (2.3)
Se a peça móvel se deslocar uma distância dx, o diferencial de energia mecânica consumido
será:
Nestas` condições a expressão que traduz o princípio da conservação de energia é dada pela
expressão 2.5,
onde:
6
Nestas condições a expressão que traduz o princípio da conservação de energia 2.5, toma a
forma:
𝜕𝑊𝑚 𝜕𝑊𝑚
𝑑𝑊𝑚 (𝜓, 𝑥) = 𝑑𝜓 + 𝑑𝑥 (2.7)
𝜕𝜓 𝜕𝑥
𝜕𝑊𝑚 𝜕𝑊𝑚
𝑖𝑑𝜓 = 𝐹𝑒𝑚 𝑑𝑥 + 𝑑𝜓 + 𝑑𝑥 (2.8)
𝜕𝜓 𝜕𝑥
ou
𝜕𝑊𝑚 𝜕𝑊𝑚
( − 𝑖) 𝑑𝜓 + (𝐹𝑒𝑚 + ) 𝑑𝑥 = 0 (2.9)
𝜕𝜓 𝜕𝑥
𝜕𝑊𝑚 (𝜓,𝑥)
𝑖= (2.10)
𝜕𝜓
𝜕𝑊𝑚 (𝜓,𝑥)
𝐹𝑒𝑚 = − (2.11)
𝜕𝑥
A expressão (2.11) traduz a força como sendo a derivada parcial da função energia magnética
em função da posição. Esta função energia magnética é uma função de estado e deverá estar
escrita em termos do fluxo ligado ψ e da coordenada de posição x. As equações 2.10 e 2.11 são
as chamadas equações paramétricas.
7
Exemplo 1.1
O dispositivo representado na figura 2.1 tem um comprimento da linha média do seu circuito
magnético 4l de 40 cm, uma secção de 30/π cm2, 200 espiras. Considere a permeabilidade
magnética relativa do ferro de µrfe = 500.
Determine:
Resolução:
a.1 Relativa ao ar
𝑥
𝑅𝑚𝑎𝑟 =
𝜇0 𝑆
4𝑙 − 𝑥
𝑅𝑚𝑓𝑒 =
𝜇 𝑟 𝜇0 𝑆