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Eletricidade de Automóveis -

Sistemas de Cargas e Partidas


Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco
Presidente
Jorge Wicks Côrte Real
Departamento Regional do SENAI de Pernambuco
Diretor Regional
Sérgio Gaudêncio Portela de Melo

Diretor Técnico
Ana Cristina Cerqueira Dias
Diretor Administrativo e Financeiro
Heinz Dieter Loges

Ficha Catalográfica
537 SENAI.DR.PE. E letricidade de Automóveis - S istemas de Cargas e
S474e Partidas. Recife, DITEC/DET, 2011.
1. E LETRICISTA
2. A UTOMÓVEIS
3. E LETRICISTA DE AUTOMÓVEIS
I. Título

Direitos autorais de propriedade exclusiva do SENAI. Proibida a reprodução parcial ou total,


fora do Sistema, sem a expressa autorização do Departamento Regional de Pernambuco.

SENAI - Departam ento Regional de Pernambuco


Rua Frei Cassimiro, 88 - Santo Amaro
50100-260 - Recife - PE
Tel.: (81) 3202-9300
Fax: (81) 3222-3837
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................... 5

SEGURANÇA DO TRABALHO E NORMAS DA EMPRESA ................... 6


BATERIA ................................................................................................... 7
GERADOR ALTERNADOR ....................................................................... 18
MOTOR DE PARTIDA ............................................................................... 37
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 54
SENAI-PE

INTRODUÇÃO

Esta apostila foi elaborada com o objetivo de atender a todos os leitores,


seja
conhecedor ou não dos assuntos aqui formulados, dando ênfase a eletricidade
do automóvel, que é uma atividade que vem a cada dia
exigindo do
profissional, aquisição de informações atualizadas e específicas,
para um
melhor desempenho de sua função.

A eletricidade de automóvel aqui destacada envolve conhecimentos


sobre;
bateria seus componentes e aplicação, carga e descarga, cálculos
de regime
de carga e leitura de densidade. O conteúdo sobre alternador,
além dos
conhecim entos necessários para seu desenvolvimento, destaca as
novas
séries de alternadores (testes: placa de diodos, regulador de
tensão e
particularidades de desmontagem). Todos os testes passo a passo,
agora
foram descritos para uma melhor assimilação dos alunos. Os
motores de
partida além do convencional destacam-se os novos modelos com
campo
magnético fixo (ímã permanente), e os com redutores, tam bém todos os
testes
estão inserido nesta apostila.

Sua atualização consta de informações subtraídas das montadoras Fiat,


Ford,
GM, Volkswagen e Bosch. Vale destacar, que em primeiro lugar,
ressaltamos
5
um alerta sobre segurança do trabalho e algumas normas da escola.

Esses são alguns assuntos que abordaremos nesta apostila, visando contribuir
para melhorar seus conhecimentos sobre a eletricidade veicular e
conseqüentemente seu desempenho prático e profissional.
SENAI-PE

SEGURANÇA DO TRABALHO E NORMAS DA EMPRESA

Em caso de incêndio:
Identifique o extintor mais próximo, leia as instruções
impressas e aplique
quando necessário. Em caso de incêndio ligue para 193: corpo
Emergência:
de bombeiro.
Em caso de emergência dirija-se ao pátio conforme instrução do Docente.
Primeiros socorros:
• Em caso de ferim entos ou mal estar informe ao seu Instrutor;
• Em caso de acidente telefone para o SAMU:
192.
Evite acidentes:
• Mantenha as mãos longe de placas giratórias;
• Ligue o equipam ento de teste somente com o motor parado e a ignição
desligada;
• Só funcione o motor de combustão em local ventilado ou com aspiração de
gases de escape conectada.

Limpeza:
• Jogue panos de limpeza e similares nos coletores apropriados;
• Lim pe imediatamente gasolina derramada, óleo ou similares com produto
adequado.

Normas da empresa:
• É proibido transportar arm a de fogo ou armas brancas para a sala de aula;
• Equipamentos e ferramentas só poderão entrar na dependência da
empresa com autorização por escrito pelo pessoal da portaria;
• É proibido fumar nas salas de aulas e nas oficinas.

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SENAI-PE

BATERIA

A bateria é um com ponente indispensável nos veículos automotores, tanto


nas
linhas leves (carros de passeio), quanto nas linhas pesadas
•(caminhões
Acumulador de eenergia sob forma quím ica que será transformada em
elétrica quando solicitado;
ônibus), pode ser considerada também:
• A bateria é uma fonte independente do motor do veículo, ou seja, com o
motor desligado deverá fornecer energia elétrica para alimentar os
consumidores (motor de partida, faróis, etc.);

• Com o motor do carro em funcionamento, a bateria se recarrega,


acumulando parte da energia elétrica produzida pelo alternador;

• A bateria tem a função de dá partida no motor, para que este entre em


funcionam ento espontâneo e alimentar os circuitos elétricos quando o motor
estiver parado sem funcionar.

Construção interna

A bateria é um conjunto de acumuladores ácido-chumbo que


armazenam
energia elétrica na forma química. Internamente, a bateria é
constituída de
elementos, vasos ou células, cuja quantidade varia de 3 a 6 vasos, conforme a
tensão da bateria.

A tensão nominal em cada vaso é de 2,1V e os mesmos são ligados em série.

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SENAI-PE

Observação:
A tensão real da bateria é de 12,6V, mas para efeito de
cálculo usamos a
tensão nominal que é de 12V.
Construção interna de cada vaso

Cada um dos vasos é formado por certos números de placas positivas, cujo
material ativo é o peróxido de chumbo (PbO2) de coloração marrom e placas
negativas onde o material ativo é o chumbo esponjoso (Pb) de coloração
acinzentada. O material ativo é prensado em uma grade de chumbo e
antimônio.

Ligadas em paralelo entre si, estas placas são separadas por separadores, os
quais funcionam como isoladores elétricos.

Principais componentes da bateria:

1 - Caixa plástica a prova de ácido;


2 - E lementos da bateria
a - Placas positivas;
b - Placas negativas;
c - Separadores;
3 - S olução ou Eletrólito

Figura 1 - Bateria

Eletrólito (solução de bateria)

É a mistura de ácido sulfúrico com água destilada com uma proporção


aproximadamente de 36% de ácido sulfúrico e 64% de água destilada.
Fórmula do eletrólito - H2SO4

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SENAI-PE

Densidade

É o peso de um dado volume de solução de bateria, dividido pelo peso de um


volume igual o da água pura. O peso específico da água pura é de 1,000: isto
quer dizer que o eletrólito da bateria é de 1,260 a 1,280 vezes mais pesado que
a água pura.

A medida da densidade da solução de uma bateria é um teste básico do seu


estado de carga, pois, a densidade do eletrólito diminui quando a bateria está
descarregada.

Nível do eletrólito

Uma pequena diminuição do nível do eletrólito da bateria, temporariamente


pode ser considerada normal, a evaporação e a ação química no processo de
carga libertam átomos da água. Como por exemplo, no processo de carga
existe a eletrólise da água, que liberta átomos de hidrogênio que escapam
pelos furos dos respiros das tampas, fazendo com que o nível baixe.

O nível do eletrólito da bateria deve ser verificado periodicamente (a cada 15


dias) e se necessário ser corrigido. Para isso, deve-se adicionar somente água
destilada, até completar 1,5 cm acima das placas. Muitas baterias trazem na
tampa uma m arca do nível do eletrólito.

Medição de densidade do eletrólito com densímetro

Especificação da densidade para teste.

Densidade a 26,5ºC Estado de carga


1260 - 1280 100%
1230 - 1250 75%
1200 - 1220 50%
1170 - 1190 25%
1140 - 1160 Baixa capacidade
1110 - 1130 Descarregada

Tabela 1 - Densidade do eletrólito

As leituras das densidades de cada vaso não


devem variar de 50 entre elas. Se isso
acontecer, a bateria deverá ser substituída.

Figura 2 - Medição de densidade

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SENAI-PE

Perda de carga

As baterias armazenadas sofrem uma perda constante de


carga, mesmo que
não sejam solicitadas para nenhum uso. Essa autodescarga como
é chamada,
varia em função da temperatura.

Por exem plo: Uma bateria à temperatura de 35oC poderá perder


totalmente sua
carga em pouco mais de um mês, enquanto que uma
bateria armazenada à
temperatura de 10oC, pouco perderá em um ano.

Tanto a umidade como a sujeira sobre a bateria pode


Testes
provocar uma fuga de
Os testes mais com uns realizados em baterias são:
corrente entre os terminais da bateria e o chassi do
•automóvel, que com
Os de densidade, executados provoca
auxilio de um densímetro;
• Os de descarga, executado com auxilio de um TB - 200 ou equipamento
sua descarga.
apropriado (teste para bateria).

O teste de densidade deve ser efetuado a temperatura de 26,5oC, observando


O ácido que se desprende da bateria além de causar
aos seguintes detalhes:
sua descarga pode
1. Não adicionar água na bateria quando em teste. Se o nível do eletrólito
também atacar as chapas do automóvel. Portanto, é
necessitar de correção a bateria deverá permanecer na carga por mais de
bastante importante
dez (10) m inutos, após adicionar água, em seguida proceder ao teste;
manter
2. Não perm ositir pólos e a bateria
que a bóia do indicador semtoquepre
no lim
topo ouposnase paredes
secos.do
densím etro, o que causaria falsa leitura de densidade.

Testes de capacidade

Consiste em determinar a corrente que a bateria consegue fornecer a um


sistema, mantendo uma tensão eficiente que perm ita manter em operação os
demais sistemas elétricos.

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SENAI-PE

Exemplo:
Com o motor parado, ligar todos os acessórios e luzes, depois testar a
tensão
na bateria que não deve ser menor que 10,5 Volts, caso seja,
substitua a
Para testar uma bateria devemos tomar as seguintes precauções:
bateria.
• Atentar para que os contatos entre os pólos da bateria e a garra dos cabos
do aparelho estejam bem conectados e que não produzam faíscas;
• Antes de ligar os cabos, certificar-se de que o botão do reostato está na
posição “desligada” (off);
• Não aplicar carga de valor superior a 3 (três) vezes sua capacidade nominal
em A.h;
• Não exceder a 15 segundo os testes;
• Corrente = 3 vezes a capacidade da bateria em Ah;
• Tensão = 9,6 volts;
• Tempo = 15 segundos;
• Depois de efetuado os testes a bateria deverá receber no mínimo 3 minutos
de carga de um aparelho externo;
• Se a bateria estiver no veículo, deve-se desligar os cabos antes de conectar
o carregador, a fim de evitar danos no sistema de carga;
• Antes de conectar os cabos do carregador, observe cuidadosamente as
polaridades;
• Se a temperatura do eletrólito ultrapassar 50oC, desligue imediatam ente o
carregador (bateria em curto);
• A tensão sobre a bateria não deve ultrapassar 15,5 volts, uma tensão
superior indica defeito interno na bateria (bateria em curto);
• Sempre que houver tempo é aconselhável usar somente carga lenta,
aplicada entre 5% a 10% de sua capacidade nominal (Ah) durante 24 horas.

Associações de baterias

Quando ligamos mais de uma bateria, devemos observar o seguinte:


Ligação em paralelo

As capacidades das baterias se som am;


C = C1 + C2 + C3
C = 40 Ah + 36 Ah + 50 Ah = 126 Ah.

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SENAI-PE

A tensão das baterias se mantém:


V = V1 = V2 = V3
V = 12V = 12V = 12V

+ - + -
+ -
12V 36Ah 12V 50Ah
12V 40Ah

Ligação em série

As capacidades das baterias se mantêm;


C = C1 = C2 = C3

C = 40 Ah = 36 Ah = 60 Ah

+ - + -
+ -
12V 40Ah 12V . 36Ah 12V 60Ah

As tensões se somam;
Regime de carga
V = V1 + V2 + V3
V=
Para 12V
calcular + 12V
o regime + para
de carga 12V = 36V
recarregar uma bateria, usa-se a seguinte
fórmula:

Ah RC = regime de carga;
RC = Ah = Amperes hora da bateria;
20h
20h = constante (corresponde a 20 horas).

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SENAI-PE

Existem três (3) tipos de ligações para recarregar uma bateria:


• Série
• Paralelo
• Mista

Ligação em série

Divide-se o valor da capacidade da menor bateria (Ah) pela


constante 20h, o
resultado da divisão é dado em Amperes, este valor vai ser aplicado e
regulado
Exemplo:
Calcular
no o do regime
am perímetro debateria.
carregador de carga para recarregar as
seguintes baterias na ligação
série; (40Ah; 36Ah e 60Ah)
+ -

+ - + - + -
12V 40Ah 12V 36Ah 12V 0Ah

Observação:
Ao recarregar um a bateria nunca ultrapassar 10% de
sua capacidade normal
em amperes horas.

Para calcular o regime de carga para recarregar mais de uma


bateria,
Ligação devemos
em paralelo
optar pela ligação em série.
Divide-se o valor da capacidade de cada bateria pela constante 20h,
somam-se
os resultados das divis ões e aplica-se ao amperímetro do carregador.

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SENAI-PE

Exemplo:
Calcular o regim e de carga para recarregar na ligação em
paralelo as seguintes
baterias: (40Ah; 36Ah e 60Ah)
+ -

+ - + - + -
12V 40Ah 12V 36Ah 12V 60Ah

Ligação Mista

1. Dividem -se as baterias em série.


2. Dividem -se as séries pela constante 20h.
3. Soma-se o resultado de cada série e aplica-se ao carregador.
Observação: Na ligação série pode aplicar no
máxim o 10% de carga da
capacidade da menor bateria.
+ -

+ - + - + - + -
40Ah 50Ah 36Ah 60Ah

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SENAI-PE

Cuidados com a bateria durante a carga

• Retirar todas as tampas dos vasos (elementos);


• Lim par os pólos da bateria para evitar mau contato;
• Corrigir constantemente o nível do eletrólito, se necessário;
• Verificar periodicamente (a cada hora) a densidade do eletrólito para evitar
sobrecarga na bateria;
• Quando for conectar ou desconectar as garras nos pólos da bateria, manter
o carregador desligado para evitar faiscamento;
• Não fechar curto-circuito na bateria para evitar faiscamento. Essas faíscas
pode causar uma forte explosão na bateria provocada pelos gases que o
eletrólito libera durante o processo de carga;
• Observar as temperaturas que não devem estar abaixo de 10oC nem acima
de 50oC;
• Se a bateria receber carga externa no próprio veículo, desconectar os
cabos para evitar danos ao sistema de carga e outros acessórios;
• Nunca adicionar solução na bateria que está em uso normal. Se for
necessário, corrigir o nível do eletrólito. Usar somente água pura ou
destilada;
• Não deixar que uma bateria se descarregue completamente;
• Não armazenar bateria sobre chão ou solo de cimento por tempo
prolongado;
• Conservar os pólos da bateria limpos e secos para evitar a autodescarga e
a formação de zinabre sobre os terminais e quadro suporte;
• Quando colocar as tampas nos elementos (vasos), observar se não foi
esquecido nenhum plástico sobre os respiros.

Substituir a bateria

Esta operação consiste em remover, limpar, inspecionar,


testar e instalar a
bateria no veículo. É realizada sempre que for feita
sua manutenção
Processo ou para
de execução
facilitar a execução de outros trabalhos.
1. Retire a bateria do veículo:
• Desligue prim eiro o cabo ligado à massa;
• Utilizar extrator apropriado, se necessário.

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SENAI-PE

Precauções:
• Evite causar curto-circuito entre o borne positivo e o negativo;
• Não derrame a solução para evitar ataque químico na roupa (furos) e
queimaduras no corpo.

2. Limpe a bateria externamente:


• Use uma solução de água e bicarbonato de sódio.

3. Examine a bateria quanto a trincas ou deformações.

4. Meça a densidade do eletrólito em cada elemento da bateria utilizando o

densím etro;
• Faça a leitura do densímetro mantendo-o em posição vertical;
• Com plete o nível da solução, se necessário.

5. Teste a bateria:
• Consulte o manual do fabricante do aparelho.

6. Instale a bateria no veículo:


• Ligue primeiro o cabo do borne positivo.

Teste de Tensão da Bateria

Uma bateria carregada mostra aproximadamente 12,6V (a


27ºC)
Tensão % Carga Densidade a 26,5oc Capacidade
12,60 V 100% 1260 a 1280 60Ah
12,45 V 75% 1230 a 1250 45Ah
12,30 V 50% 1200 a 1220 30Ah
12,15 V 25% 1170 a 1190 15Ah
12,00 V 10% 1140 a 1160 Baixa capacidade

< 12,00 V -------- 1110 a 1130 Descarregada


Tabela 2 - Tensão da bateria

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SENAI-PE

Diagnóstico dos inconvenientes

Problemas Causas
A bateria está
descarregada, porém a
densidade lida pelo Adição de ácido ao eletrólito
densímetro está
correta.

Baixa densidade em
um dos elementos e Vazamento interno de eletrólito entre eles
normal nos outros
O defeito provavelmente não é da bateria, podendo
ser causado por:
• Mau-contato nos conectores dos pólos;
• Sistema de carga ineficiente, por exem plo, com
Baixa densidade em
baixa tensão de saída;
todos os elementos
• Consumo de corrente de bateria acima do
especificado por sobrecorrente ou curto-circuito;
• Fuga de corrente do sistema elétrico do veículo
quando em repouso.
Sobretensão do alternador (defeito no regulador de
Superaquecimento da tensão). A sobretensão acelera as reações químicas,
bateria aumentando a temperatura e a densidade;
Densidade do eletrólito Sobretensão do alternador ou adição de ácido
acima de 1,26g/cm3 sulfúrico H2SO4
A bateria “não aceita” Impureza na solução, nível baixo da solução, placas
carga sulfatadas, pólos sujos com zinabre.

Tabela 3 - Diagnóstico dos inconvenientes

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SENAI-PE

GERADOR ALTERNADOR

Sistema de Carga com Alternador

Finalidade

Recompor a carga da bateria gasta durante a partida e fornecer


energia elétrica
aos com ponentes elétricos durante o funcionamento do motor,
mantendo uma
carga
Partes constante para garantir o bom funcionamento,
principais:
bem como, uma maior
01. Rotor com pólos tipo garras
vida
02. útil de todo o sistema elétrico.
Estator
03. Placa de diodos
04. Tam pas e mancais
05. Ventilador

Figura 3 - Alternador

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SENAI-PE

Diagrama Elétrico da instalação do Alternador

Fundamentos teóricos

A energia elétrica pode ser conseguida:


• Por atrito;
• Reação química;
•OsPor um
alternadores (ou
campo magnético dínamo)
variável são geradores
sobre um condutor. que
transformam energia
mecânica
Sempre quefornecida motor for
peloelétrico
um condutor em “cortado” ou “corta”
energia elétrica, um campo
utilizando-se
magnético,
para isso, dos
aparece
efeitossobre esse condutor uma corrente elétrica.
eletromagnéticos.
O campo magnético pode ser conseguido de duas maneiras:

• Através de ímãs permanentes que são criados a partir de materiais, com o o


aço enrijecido, que tem a propriedade de reter o campo magnético quando
submetido a ele;
• Através de eletroímãs, isto é, ímãs criados por meio de corrente elétrica.
Sempre que um a corrente elétrica flui através de um condutor, aparece ao
seu redor um campo m agnético. As linhas de campo magnético têm forma
circular e podem ser visualizadas como um cilindro cheio, tendo a extensão
do fio.

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SENAI-PE

A intensidade desse campo depende da quantidade de corrente elétrica que


flui
sobre o condutor. Quanto maior for a corrente elétrica, maior será a
intensidade
Lembrete:
do cam po magnético.
Quanto maior a corrente numa bobina, maior será o campo magnético.
Quanto maior o número de espiras, maior será o campo magnético.

A produção do campo magnético, através de corrente elétrica é um fenôm eno


reversível e graças a esse fenômeno de reversibilidade é que foi possível a
criação do alternador, ou dínamo.

A construção do alternador é basicamente a seguinte:

O campo magnético é produzido no rotor pela bobina de excitação e as linhas


de força magnética fluem através do ferro com pólos tipo garras.

Figura 4 - Peças de rotor com pólos tipo garra

As linhas de força fluem sobre o ferro e saltam


pelo ar do pólo Norte para o
pólo Sul fechando um circuito magnético.

Figura 5 - Campo de linhas de força de um rotor com 12 pólos

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SENAI-PE

Sobre o rotor está montado o estator com as bobinas enroladas e


ligadas em
“Estrela” ou “Triângulo”, onde será induzida a energia elétrica
trifásica.

Figura 6 - Conexão em estrela do enrolamento do Figura 7 - Conexão em triângulo do


estator para corrente trifásica. enrolamento do estator para corrente trifásica.

Corrente trifásica

Corrente alternada de três fazes distintas U, V,


W arranjadas
convenientemente de tal forma que a soma das
corrente instantâneas será
sempre nula.

Corrente alternada de três fases - corrente trifásica

Uma fase está defasada da outra de 120º. Por ser o alternador um gerador de
corrente alternada foi necessário introduzir os diodos, que tem por finalidade
converter essa corrente em corrente contínua.

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SENAI-PE

Figura 8 - Gráfico de geração da corrente trifásica

Diodos de Silício e símbolo

A principal característica dos diodos é permitir a passagem de corrente


elétrica
num único sentido, ou seja, no sentido que indica o seu símbolo.

Figura 9 - Diodo de Silício e símbolo Figura 10 - Exemplos de Diodo

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SENAI-PE

Vidro

Anel de ferro

Cerâmica

Plaquinha de cobre

Plaquinha de silício
Carcaça de cobre soldada junção PN
Figura 11 - Diodo com esmalte vitrificado

Os diodos são montados em chapas dissipadoras


Retific ação de corrente alternada de uma fase
de calor que tem boa
condutibilidade térmica, pois os mesmos têm um
limite de temperatura muito
Antes do diodo
baixa: 130ºC. corrente
corrente alternada
Depois do diodo
contínua
de uma fase pulsante

O diodo conduz somente nos semicírculos positivos, anulando os negativos,


Cada fase da corrente alternada depois de passada
dessa forma temos uma tensão contínua pulsativa.

pelos
Depois diodos
de retificada fica
todas as fases, a ondulação se torna suave, mas pode ser
mais ainda se for utilizado um capacitor.
convertida em corrente contínua pulsante, um
fenômeno que chamamos de
retificação da corrente.

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SENAI-PE

O capacitor armazena energia nos instantes de subida da onda,


descarregando-a nas descidas provocando a diminuição da ondulação.

Os alternadores são auto-limitadores de corrente e seus diodos retificadores,


por permitirem a passagem da corrente elétrica num único sentido, dispensam
Figura 12 - Efeito do capacitor
disjuntor.

O uso dos diodos nos alternadores implica numa série de cuidados, tais como:

• Não ligar a bateria com polaridade invertida;


• Não ligar o alternador sem carga ou retirar a carga com alternador em
funcionamento;
• Não fazer solda elétrica sobre o veículo, nem carregar a bateria com
aparelhos externos com o alternador conectado;
• Não fazer excitação de espécie nenhuma no alternador ou regulador de
tensão.
Circuitos do alternador

Circuito de pré-excitação:
• Bateria - chave de ignição - lâmpada piloto - regulador de tensão - rotor -
bateria;
Circuito de excitação:
• Diodos de excitação - regulador de tensão - rotor - diodos negativos -
estator - diodos de excitação;

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SENAI-PE

Circuito de carga (alternador)

A lâmpada piloto deve ter no mínimo 3 watts de potência


para não causar uma
demora no início de funcionamento do alternador.
Anel coletor
Enrolamento Mancal de
acionamento
Chapa de do estator
Diodo
Arrefecimento

Mancal traseiro Carcaça do Rotor de Ventilador


de acionamento Escova alternador pólos tipo
Figura 13 - Alternador em corte

Obs.: Os alternadores de um modo geral não exigem manutenção periódica,


porém, limpeza e troca de escovas a cada 40.000 km aproximadamente. O
desgaste máxim o das escovas será indicado pela lâmpada indicadora de
carga.

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SENAI-PE

Princípio de funcionamento do alternador


(uma bobina)

Retificação da tensão alternada

São utilizados diodos semicondutores para


retificar a tensão.

A característica principal do diodo é permitir a


passagem de corrente apenas em um sentido.

Possui baixo limite de temperatura (130º C)

Antes de retificada, a forma de onda da tensão


é uma senoidal com semicírculos positivos e
negativos.

Figura 14 - Gráfico de geração da corrente trifásica

Circuitos de um alternador

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SENAI-PE

Circuito de pré-excitação
Contato ligado e alternador parado

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SENAI-PE

Circuito de carga e excitação

Contato ligado e alternador em marcha lenta

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SENAI-PE

Regulador de tensão

Tem por função regular a tensão de saída do alternador, através do circuito de


excitação.

O princípio de regulagem de tensão consiste em comandar a corrente de


excitação do rotor.
Figura 15 - Regulador de tensão
Com o visto na teoria do eletromagnetismo, quanto maior a corrente que circula
numa bobina, maior será a intensidade do campo magnético produzido por ela.
Esta variação de campo é que causará a variação da tensão produzida no
alternador.

Quando a tensão ultrapassar o valor máximo indicado, o regulador de tensão


causará, segundo o regime de funcionamento, uma redução ou interrupção
total da corrente de excitação. A excitação do alternador diminuirá, e
conseqüentemente diminuirá a tensão produzida por ele.

Isso se passa com tanta rapidez, que a tensão do alternador fica praticamente
ajustada a um valor constante. Esta variação é tão rápida que ultimamente
tem-se optado por reguladores eletrônicos, por não possuírem contatos móveis
que se desgastariam com o tempo.

29
SENAI-PE

Regulador eletrônico

O regulador eletrônico não possui contatos móveis, a tensão é


regulada
eletronicamente. Para esse fim existem os diodos, transistores,
resistores e
capacitores montados numa placa de circuito impresso. Não
existe, pois,
nenhum com ponente sujeito ao desgaste mecânico, com exceção das
escovas.
Alternador
Para isolarmos então o reguladorRegulador (nº Bosch)
do alternador, basta fazer uma ponte unindo
K1 14V 35A 20 9190087004 EE 14V 3 ou 9190087029 EE 14V 3
D 14V
K1 + 45A
e DF;20 quando
9190087015isto é 3feito,
EE 14V a corrente
ou 9190087029 EE 14V 3de excitação do alternador é
máxima.
K1 14V 55A 23 9190087026 EE 14V 3
K1 14V 70A 28 9190087026 EE 14V 3

Para cada tipo de alternador, devemos utilizar o regulador específico.


Tabela 4 - Alternador e Regulador

Diagnóstico elétrico

Antes de efetuar qualquer teste no veículo, inspecione detalhadamente:


• Todas as conexões elétricas.
• Estado dos cabos e pólos da bateria.
• Correia do alternador, etc.
• As condições e o nível da solução da bateria.

Este teste deve se efetuado mediante uso do aparelho VAT


(teste de voltagem
e amperagem), ligados de tal forma que o Voltímetro
indique a tensão sobre a
bateria e o amperímetro a corrente de carga fornecida pelo
alternador.

30
SENAI-PE

Observação:
Nem sempre as causas das irregularidades no sistema de carga
encontram-se
no alternador ou regulador, podendo estar na bateria, cabos,
correia, etc. O
regulador não exige manutenção ou regulagem. Em casos de
Irregularidade Causa
danos ou
Tensão superior a 14,5V • Regulador de tensão defeituoso.
anomalias,
Corrente inferior deverá
a corrente ser
de substituído.
• Defeito no regulador de tensão;
carga
• Curto entre espiras ou à massa no
enrolam ento do estator/rotor;
• Diodos em curto circuito.
A lâmpada piloto acende com • Existe um ou mais diodos retificadores
a chave de ignição desligada positivos queimados (em curto-circuito)
(motor parado)

A lâmpada piloto acende • Verificar as conexões: cabo massa do motor


(fraca) quando o motor está à carroceria, cabos da bateria.
acelerado
• Diodos de excitação abertos;
• Diodos positivos abertos.
A lâmpada piloto não acende • Lâmpada queimada ou desligada;
com motor parado. • Regulador de tensão desconectado;
• Bateria totalmente descarregada ou
danificada;
• Enrolamento do rotor interrompido.
A lâmpada piloto acende com • Circuito de campo do alternador interrompido;
pouca lum inosidade e não se • Terminais DF isolados;
altera.
• Escovas com mau contato;
• Anel coletor dessoldado.
A lâmpada piloto permanece • Terminal D+ em curto à massa (com
com lum inosidade inalterada conseqüência, diodos de excitação queimados);
(forte)
• Terminal DF em curto-circuito à m assa;
• Curto-circuito à massa ou entre espiras do
enrolam ento do rotor.
A lâmpada piloto emite luz • Defeito no regulador;
trêmula. • Escova gasta além do limite;
• Correia folgada

Tabela 5 - Irregularidade e Causas

31
SENAI-PE

Testes do Alternador Desmontado na Bancada

1. Teste do Estator;

• V erificar a continuidade entre as bobinas (deve conduzir);


• V erificar a continuidade das bobinas para massa (não deve conduzir);

Obs.: Quando fizer todos os testes no alternador e ele estiver gerando uma
corrente baixa, proceda da seguinte forma:
• Desligue a ligação em estrela e verifique a continuidade entre as
bobinas e das bobinas para massa (não deve conduzir), caso
conduza as bobinas estão em curto-circuito, o estator deve ser
trocado.

2. Testes do Rotor;

• Verificar a continuidade entre os anéis coletores (deve conduzir);


• Verificar a continuidade dos anéis coletores para massa (não deve
conduzir);
• Verificar o campo magnético alimentando os anéis coletores a uma bateria
(campo magnético forte).

Testes dos Diodos

Com Multímetro Analógico:


• Inverter as pontas de prova no Multímetro;
• Selecionar o instrumento para menor escala de resistência (X1)
Diodo Positivo;

1. Ligar a ponta de prova vermelha no anodo e a preta no catodo, o


instrumento deve apresentar uma leitura entre 4 a 10 .

A K

4 a 10

32
SENAI-PE

Observação: Se o instrumento não apresentar leitura nem de


um lado nem do
outro, o diodo está aberto, e se apresentar leitura
de um lado e do outro o
2. Teste de fuga:
diodo está em curto-circuito, normalm ente o diodo
•só deve apresentar
Selecionar leitura
o instrumento para maior escala de Resistência (X 10K ou
superior)
•de umas pontas
Ligar dos delados. Seja ele
prova invertida positivo
no diodo, ou negativo.
o instrumento não deve
apresentar leitura, caso apresente o diodo está com fuga.

Observação:
• Para o diodo negativo devemos fazer as operações inversas do diodo
positivo
• Para testar os diodos com o Multímetro Digital, a leitura apresentada no
instrumento é dada em volt e deve está entre 0,4 a 0,8
volts.
Testes do Alternador Montado na Bancada

1. Ligar o negativo da bateria na massa;


2. Ligar o positivo da bateria ao D+, o Alternador deve excitar (formar o campo
magnético);
3. Ligar um teste série do B+ do alternador para o negativo da bateria, ao girar
o alternador com a mão a lâmpada deve acender, caso contrário verificar
defeitos.

D+

B+

+ -
Bateria

Observação: Os testes citados acima, não podem ser executados em


alternadores da nova geração (alternadores compactos).

33
SENAI-PE

Testes no carro

1. Com o motor funcionando a 2000 RPM, verifique:


• A voltagem na bateria que deve está entre 13,5V a 14,5 V;
• A voltagem de saída do B+ do Alternador para massa que deve está
entre 13,5 V a 14,5V;
• Caso o valor descrito no B+ esteja dentro do especificado e não estiver
chegando à bateria, verifique se o fio está apresentando resistência
medindo a tensão elétrica de onde o fio está chegando para massa, que
deve ser a mesma de B+ ou menor dentro do especificado.

Testes de capacidade do Alternador

Ligue o motor em marcha lenta, depois ligue todos os acessórios (faróis,


limpador, ar condicionado, lanternas, pisca, etc.), e verifique a voltagem no B+
do Alternador que não deve ser menor que 13 volts.

Alternador Compacto
Os alternadores compactos têm grandes vantagens em relação às
outras
•gerações deespaço;
Ocupa menor alternadores:
• Têm capacidade de gerar altas correntes mesmo em marcha lenta;
• Fácil manutenção;

• Possui m aior dissipação de calor.


• Possui placa e regulador de tensão externo;

Figura 16 - Alternador compacto

34
SENAI-PE

Os rotores dos alternadores compactos geralmente


possuem dois ventiladores
para fazer a refrigeração da placa de diodos

Figura 17 - Rotor

Figura 18 - Estator

Figura 19 - Placa de diodo

35
SENAI-PE

Figura 20 - Regulador de tensão

36
SENAI-PE

MOTOR DE PARTIDA

Finalidade

Vencer a inércia e com pressão do motor de combustão,


fazendo-se atingir uma
rotação para entrar em funcionamento autônomo.

Partes principais:
50
O sistema
50
de partida é composto por: 4

1. Bateria;
3
2
Motor de
2. Motor de partida; Partida

3. Chave de ignição ou botão de partida;


4. Automático do motor de partida (chave
-
eletromagnética). +

Funcionamento:

O motor elétrico transforma energia elétrica em energia


mecânica, por meio de
efeitos eletromagnéticos.

37
SENAI-PE

Princípios teóricos:

Sempre que um condutor elétrico exposto a um campo magnético for


percorrido por uma corrente elétrica, atuará sobre ele uma força magnética
com sentido determinado, que será proporcional à intensidade do campo
magnético e também à corrente que está fluindo através da espira.

Formação do Campo Magnético

Se colocarmos dentro desta bobina um pedaço de ferro, teremos


como
resultado um ímã.

No motor de partida tem os no mínimo dois desses conjuntos.

O ferro é denominado sapata polar e a bobina tem o nome de


bobina de
campo. Como as duas sapatas estão montadas em lados opostos e
possuem
pólos contrários, cria-se entre elas um campo magnético.

O rotor (induzido) possui um enrolamento no sentido longitudinal.

Se por este enrolamento, fizermos passar uma corrente elétrica


surgirá um
campo magnético. A combinação destes dois campos (induzido e
bobinas de
campo) origina forças que coloca em movim ento o induzido.
38
SENAI-PE

Princípio de Funcionamento do Motor de Partida

Figura 21 - Motor elétrico com uma espira

O campo magnético representado por um ímã perm anente “corta” a espira que
é percorrida por uma corrente elétrica, provocando um movimento de rotação
na mesm a.

O sentido de rotação depende como já vimos, do sentido do


campo magnético
e da corrente elétrica. O campo magnético é fixo, mas a corrente
elétrica deve
ser invertida a cada m eia volta da espira. Para isso
foi introduzido um
comutador (composto pelo coletor e escovas), que
energiza som ente as
espiras que estão passando pelo ponto de maior aproveitamento
(máximo fluxo
do cam po magnético).

39
SENAI-PE

Também para maior aproveitamento, ou menor perda, o


induzido é constituído
por pacotes de lâminas que minimizam a formação de
correntes parasitas.

Figura 22 - Funcionamento do motor elétrico

Princípio de Funcionamento do Motor de Partida

Figura 23 - Giro do induzido

40
SENAI-PE

O motor de partida é composto pelas seguintes partes:

O motor de partida é constituído de espiras de fios relativamente grossos e


Figura 24 em
com ligação - Motor de partida
série entre as bobinas de campo e o induzido. Assim permite
maior passagem da corrente elétrica e ao mesmo tempo uma corrente uniforme
em qualquer ponto do circuito, o que contribui também para um bom
aproveitamento da energia elétrica.

41
SENAI-PE

O circuito elétrico do motor de partida:

Bateria chave magnética bobinas de campo induzido


bateria.
(passando pelo coletor e escovas).
Chave magnética (automático do motor de partida).

A chave magnética (automático da partida) tem com o


finalidade comutar altas
correntes por meio de correntes relativamente baixas e com o
desenvolvimento
Ada tecnologia
chave magnética é constituída por:a mesma também auxilia no
engrenamento do pinhão com a
cremalheira do motor. Núcleo fixo
Eixo dividido
Contato

Mola de retrocesso

Bornes contato

Núcleo móvel
Contato

Bobina
Pontes de Contato

O solenóide é form ado por duas bobinas, uma de chamada ou atração e outra
Mola dos contatos
de retenção.
Figura 25 - Chave magnética
Durante a atração se desenvolve uma força magnética mais elevada,
responsável por parte do engrenam ento do pinhão através da alavanca de
comando (haste ou garfo) e pelo fornecimento do circuito principal da partida.
Uma vez fechada a ponte de contatos, o enrolamento da bobina de retenção
produz força suficiente para manter o conjunto em funcionamento até o
desligamento da chave de ignição.

42
SENAI-PE

Os circuitos de comandos:

Durante a atração:
Bateria chave de partida Bobina de chamada

Bobina de retenção Massa


Motor de partida

Depois de fechada a ponte de contatos:


Bateria Chave de partida Bobina de retenção Massa

Observação: O motor de partida é um motor de corrente


contínua, capaz de
desenvolver grande potência em relação ao seu tamanho por curto
espaço de
tempo.

43
SENAI-PE

Motor de partida

Esquema elétrico

Figura 26 - Esquema elétrico

Fases de funcionamento

1. Posição de repouso (motor desligado).

Figura 27 - Motor de partida em repouso.

44
SENAI-PE

2. Posição de partida (dente coincide com dente)

Alavanca de comando em posição de avanço m áximo / mola de


engrenamento comprimida / bobina de chamada desenergizada / corrente
principal circula, induzido gira / pinhão procura vão do dente na cremalheira
e engrena totalmente, impulsionando o volante.

Figura 28 - Deslocamento do impulsor de partida

3. Posição de partida (dente coincide com vão)

Bobina de chamada e retenção energizadas, pinhão engrena imediatamente


na cremalheira do motor.

Figura 29 - Acoplamento do pinhão com a cremalheira do volante do motor.

45
SENAI-PE

5. Posição: Motor funcionando:

Motor de combustão sendo impulsionado pelo motor


de partida.

Quando o motor de combustão entra em funcionamento


Figura 30 - Transmissão da rotação do motor de partida ao motor de combustão interna.
atinge imediatamente
Pinhão com roda livre
rotação muita elevada, o que causaria danos ao
motor de partida. Por este
motivo o acoplamento deve ser desfeito o mais
rápido possível. Para tanto
utilizamos um sistema de roda livre, a qual transmite
torque somente no sentido
do pinhão para a cremalheira e não da crem alheira
para o pinhão protegendo
desta maneira o induzido.

Figura 31 - Pinhão com roda livre

46
SENAI-PE

A roda livre acopla o pinhão ao dispositivo de arraste.

Somente depois de desligada a chave de partida


é que ocorre o
desengrenamento do pinhão, por ação da mola de
retrocesso, que a mantém
retraído mesmo em trepidações.

Figura 32 - Retorno do impulsor de partida

Precauções

• Antes de ligar o motor de partida, levar a alavanca do câmbio em ponto


morto. Nunca fazer o motor de partida funcionar com marcha engrenada;
• Não deixar o motor de partida funcionando por mais de 5 segundos
ininterruptamente;
• Antes de acionar a partida novamente, esperar pelo menos 30 segundos
para permitir o resfriamento nas peças e a recuperação da bateria.
• Não ligar a partida enquanto as peças ainda estiverem em movimento, para
evitar danos à crem alheira e ao pinhão;
• Se o motor de combustão não pegar após algumas tentativas, não insista,
procure as causas e elim ine os inconvenientes.

47
SENAI-PE

Manutenção

Antes de se efetuar qualquer serviço no motor de


partida, desligue o cabo
massa da bateria e não coloque ferramentas sobre a mesma, para
evitar curto-
circuitos.

O coletor deve se apresentar sempre limpo, liso e uniforme,


com o isolamento
(mica), entre as lâminas rebaixado, a fim de evitar
Cuidados
mau contato entre as
• Observar que não haja curto-circuito no induzido (entre espiras ou à
escovas
massa).
e as lâminas.
• Observar que não haja curto-circuito nas bobinas de campo (entre espiras
Se o coletor for trabalhado (torneado ou m icas rebaixadas),
ou à massa).

tornear com cortes


fino. Nunca
Especificações usar lima ou lixa.
Técnicas:

Bosch EF (
Características Bosch EF (
Motor 1300 - 1500 - Fiasa Motor 1500 Sevel - 1600
)) 12 V 0,8 KW )) 12 V0,95 KW
Tensão (V) 12 12
Potência Nominal (KW) 0,8 0,95
Sentido de Rotação-lado
pinhão Direito Direito
Pólos 4 4
Comprimento mínimo das
escovas (mm) 13 13
Folga axial do eixo
induzido (mm) 0,01 - 0,15 0,01 - 0,15
Diâmetro mínimo do coletor
33,5 33,5
(mm)
Distância do pinhão à
2,5 - 3,0 2,5 - 3,0
cremalheira (mm)
Tabela 6 - Especificações técnicas

48
SENAI-PE

Dados para funcionamento:

No Veículo
Tensão V > 9,6
Corrente A 100

Na Bancada (sem carga)


Tensão V 11,5
Corrente A 35 - 55
Rotação RPM 6.000 - 9.000
Tabela 7 - Dados para funcionamento

Diagnóstico Elétrico

Antes de proceder qualquer teste, verifique todas as


ligações elétricas e as
condições da bateria (deve está 100% carregada).

O teste no veículo deve ser feito mediante uso do


aparelho, voltímetro e
Diagnóstico de Defeitos
amperímetro, ligados de tal forma que o amperímetro
Ofique em deve
voltímetro sérieindicar
e oa tensão sobre o m otor de partida e o amperímetro
avoltímetro em paralelo com o motor de partida.
corrente consumida pelo mesmo.

49
SENAI-PE

Com o cabo da bobina desconectado, dê a partida durante 5 segundos,


efetue
as leituras no aparelho e compare com os valores da tabela
anterior. Se os
Resultado da
valores não coincidem pode estarCausa
comparação ocorrendo:
do inconveniente
• Mau contato nas escovas e coletor;
Tensão normal
Corrente baixa • Bobina ou induzido com circuito interrompido;
• Contatos com chave magnética deficiente.
• Bobinas de campo em curto (à massa ou entre
espiras);
• Induzido em curto (à massa ou entre espiras);
Tensão baixa • Escovas ou suporte das escovas em curto-
Corrente alta circuito;
• Eixo do induzido emperrado;
• Buchas presas;
• Motor de combustão preso.
• Terminais, pólos ou cabos da bateria com mau
Tensão baixa
Corrente baixa contato;
• Bateria fraca ou danificada.
Tabela 8 - Diagnósticos de defeitos

Se o problema não se revelar com diagnósticos elétricos, poderá


estar
ocorrendo inconvenientes mecânicos, como:
Inconvenientes Causas
Chave m agnética não liga • Chave de partida danificada;
• Conexões entre chave de partida e
solenóide interrompidos;
• Chave magnética danificada.
O induzido gira, mas o pinhão não • Eixo do pinhão, empastado;
engrena; • Pinhão ou cremalheira com dentes
danificados ou com rebarbas;
• Chave magnética danificada.
O pinhão engrena, o induzido gira, • Embreagem (roda livre) do pinhão
m as o volante não; patina.
Motor de partida continua girando • Chave de partida não desliga;
após desligar a chave de partida • Chave magnética danificada.
Pinhão não desengrena após a • Mola de retrocesso fraca ou quebrada;
partida • Pinhão empastado.
Motor de partida funciona • Roda livre do pinhão emperrada.
normalmente, mas faz barulho ao
desengrenar;
Tabela 9 - Diagnósticos de defeitos

50
SENAI-PE

Nota: Com a chave magnética na posição atraída, deve existir uma folga
entre
o pinhão e seu batente no eixo do induzido de aproximadamente 0,7 a
Observações:
1,5mm.
• Conjunto do pinhão e roda livre (Bendix) nunca deve ser lavado com
solventes (gasolina, querosene, etc.);
• As buchas do motor de partida são porosas e devem ficar em banho de
óleo lubrificante, no mínimo durante uma hora e não necessitam de graxa;
• Os canais helicoidais e dentes do pinhão são lubrificados com graxa;
• Motor de partida deve ser montado lim po e livre de um idade para evitar a
formação de “ferrugem”;
• Coletor e escovas devem estar secos e limpos isentos de óleo ou graxa,
para não ocasionar mau contato depois de quente.

Testes do Motor de Partida desmontado na Bancada

Teste da chave Magnética


( Automático do Motor de Partida ) 30
50
1. Teste da bobina de chamada;
Ligar o positivo da bateria na 45
linha 45 e o negativo na linha
50, o núcleo de ferro deve ser
atraído e manter-se preso até - +
Bateria
ser desligado.

2. Teste da bobina de retenção;

Ligar o positivo da bateria na


30
linha 50 e o negativo na massa, 50
com o auxilio da mão pressione 45
o núcleo de ferro até ser
atraído, e manter-se preso até
+ -
ser desligado. Bateria
Obs.: Caso contrário defeito nas
bobinas.

51
SENAI-PE

3. Teste dos contatos do


automático; 30
50
Manter as ligações do teste 1
(um), e com um teste série, 45
verificar a continuidade entre os
pinos 30 , 45 e 15a se houver.
- +
Bateria

4. Teste do motor montado na


bancada;

Ligar o negativo da bateria na


m assa do motor e o positivo na
linha 45, o motor deve girar livre
+ -

5. Teste do conjunto, motor e 50


automático;

Ligar o negativo na massa do


motor e o positivo na linha 30,
depois fechar para a linha 50, o
automático deve ligar o motor+ e -
o mesmo deve funcionar.
6. Teste do Motor de Partida no
carro;
• Selecionar o multímetro para escala
Carro carburado; de tensão (DCV 20V).
Desligar o cabo central da • Colocar o instrumento para medir
bobina de ignição. tensão na bateria;
• Dê partida no motor durante 5
segundos e verifique no multímetro a
Carro com injeção eletrônica;
queda de tensão que não deve ser
Desligar a bomba de menor que 9,6 volts.
combustível
(relê ou o chicote da bomba).

52
SENAI-PE

Obs.: os testes do induzido e da bobina de campo são os mesmos realizados


nos testes anteriores ( verificar a continuidade para massa e entre bobinas e o
induzido, verificar continuidade do coletor para massa e entre espiras,
depois
Para realizar teste com o motor de partida no carro, a bateria deve estar
com o teste para induzido ).
100% carregada.

Motor de Partida Modelo Novo

Os novos modelos de m otor de partida apresentam algumas características em


relação aos m odelos antigos para carros leves:

Não possui bobina de campo enroladas (ímã permanente)


Alguns são confeccionados com redutores (engrenagens planetárias);

Alguns cuidados devem ser tomado na hora da desmontagem, tais como: não
deixar cair; não prender na morsa pelo corpo das bobinas.

Figura 33 - Motor de partida modelo novo

53
SENAI-PE

REFERÊNCIAS

Informações Técnicas - Bosch.

Informações Técnicas - GM

Informações Técnicas - Mercedes Benz do Brasil S.A

Informações Técnicas - Cd de eletricidade Fiat

SENAI/PE - Mecânico de Automóveis II. Recife, 1998.

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CRÉDITOS

Elaboração

• Inaldo Caetano de Farias

Revisão Técnica
• Stênio de Castro Ribeiro
• Moisés S ouza de Santana

Reformulação 2010
• Anderson César - ETS Caruaru
• Paulo Roberto A. Santos

Diagramação
• Tamara Silva - DET
• Lindalva Maria da Silva - DET

Editoração
• Divisão de Educação Profissional e Tecnológica - DET.

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