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2. INTRODUÇÃO
A geração de energia elétrica precisa necessariamente ser convertida para seu uso
fim e entre as formas para obtê-la é a partir de máquinas síncronas postas na função de
geradores. Para energia de alta potência são utilizados conversores eletromecânicos baseados
em movimento rotacional, portanto, as máquinas síncronas são as mais aplicadas nestas
situações, pois utilizam uma fonte primária para promover o movimento do eixo do rotor.
Uma máquina síncrona é composta de uma parte fixa chamada de estator e uma
parte rotativa ou móvel, chamada de rotor. Conforme é possível verificar na Figura 2, um
sinal de natureza contínua (DC) é aplicado ao rotor da máquina, a fim de manter um fluxo
constante de corrente elétrica através do eixo do rotor e consequentemente terá a formação de
campo elétrico em suas bobinas devido a circulação da corrente elétrica.
Figura (3): Enrolamentos da máquina síncrona e excitação do campo elétrico no eixo do rotor.
Ao ser ligado a uma carga, a tensão induzida faz com que circule corrente pelo
gerador e pela carga.
A tensão induzida nas demais fases são também senoidais, mas defasadas 120º
elétricos em relação a fase A, conforme demonstrado nas relações (2) e (3).
O gerador síncrono produz uma tensão do tipo alternada senoidal, podendo ser
monofásica ou trifásica. Numa máquina existem não apenas um condutor sendo
movimentado no campo magnético, mas uma série de condutores ligados em série, fazendo
com que a potência convertida seja maior que no caso de apenas um condutor. Com este
arranjo a potência da máquina é maior, aumentando o grau de aproveitamento dos materiais.
Na Figura 4 é demonstrado o sinal da tensão e a defasagem angular de 120º entre as três
fases.
2.3.1. Vantagens
● Confiabilidade do sistema
3. METODOLOGIA E RESULTADOS
Montou-se o circuito de acordo com a Figura (6) , o ponto em estrela do gerador foi
conectado ao ponto neutro da rede elétrica. A princípio o disjuntor do circuito de alimentação
tem que estar desligado (off).
Após checar que a rede está com a mesma sequência de fase do gerador, iniciou-se
a próxima parte experimental. A partir de 0V, aumentou-se a tensão de alimentação da fonte
DC até chegar à velocidade nominal do gerador.
Com a velocidade nominal fixada, forneceu-se uma corrente de excitação (DC) no
rotor do gerador até obter um valor de tensão nominal no estator. O indicador de sequência
de fases foi desligado do circuito após a sua utilização.
Para a segunda etapa de investigação do circuito proposto, utilizou-se um indicador
de sincronização (DL2109T1T) para avaliar o sincronismo de frequência e tensão entre o
gerador e a rede. O disjuntor do circuito de alimentação tem que estar desligado.
Foi necessário equilibrar os níveis de tensão entre o sistema e o gerador, controlando
a corrente de excitação, este equilíbrio foi analisado pelos voltímetros acoplados ao circuito.
Figura (8): Voltímetros (DL2109T1PV) indicando equilíbrio das tensões
FASE - 2
120.f e
n= p
(rpm) (4)
representa o fluxo magnético. Fazendo uma análise mais direta, ao introduzir uma corrente
contínua nos enrolamentos do rotor que está girando a uma velocidade síncrona, há a
presença de um campo magnético variável no tempo e com a presença de enrolamentos no
estator este campo magnético vai induzir uma tensão nestes enrolamentos do estator. Por se
tratar de um sistema trifásico equilibrado, as tensões que são induzidas no enrolamento do
estator vão possuir amplitudes iguais e defasagem de 120º entre elas, como mencionado na
introdução.
A ligação em paralelo entre o gerador e a rede não pode ser executada de maneira
arbitrária, é necessário respeitar algumas condições específicas para fazer esta operação,
denominadas condições de paralelismo.
A. Sincronismo: Frequência do gerador igual à da rede (LED verde aceso no topo); Tensão
equilibrada entre gerador e rede (LED’s vermelhos inferiores apagados)
Essa análise pode ser observada pela Figura (15), onde evidencia o princípio de
operação do equipamento.
Uma máquina síncrona pode operar tanto como um gerador quanto como um motor,
ou seja, pode fornecer potência ativa para a rede (gerador) ou pode receber potência da rede
(motor). Normalmente este tipo de máquina é utilizada como gerador, mas em alguns casos
específicos pode ser usada como motor. O circuito equivalente para os dois caso pode ser
representado na Figura (16).
P(ativa) = Ef .V a .sen(δ)
Xs
(6)
Ef equivale à tensão induzida na máquina síncrona e Va é a tensão nos terminais da
máquina. O ângulo de defasagem ( δ ) entre Va e Ef define o ângulo de potência da máquina.
Quanto maior for este ângulo δ , maior será a potência transferida para a rede quando
operando como gerador ou maior será a potência no eixo do motor. O valor de δ também
define o tipo de operação da máquina síncrona, da seguinte forma:
δ > 0 (Operação como gerador)
δ < 0 (Operação como motor)
Outra maneira de definir a operação da máquina é referente aos valores dos
módulos de tensão induzida e terminal.
|Ef |>|Va | (Operação como gerador, para fator de potência indutivo)
|Ef |<|Va | (Operação como motor, para fator de potência indutivo)
Ef = K .Φ.w (7)
Uma máquina síncrona operando como compensador é uma operação como motor
sobre-excitado sem carga (à vazio), para esse caso o compensador vai ter uma
característica capacitiva e pode ser usado para a correção de fator de potência em uma
instalação elétrica.
5. CONCLUSÃO
A operação de geradores síncronos em paralelo com o sistema é de extrema
importância no estudo de sistemas elétricos de potência. Entender as suas condições ideais de
operação é essencial para evitar grandes problemas na rede. A análise das suas restrições e
toda a sua peculiaridade é relevante para o desenvolvimento da parametrização correta do
sistema de proteção para que o mesmo atue corretamente na presença de algum distúrbio na
rede.
Foi possível constatar que a máquina síncrona é muito versátil e aplicável em vários
contextos da vida real. Mesmo com a sua maior aplicação sendo como um gerador, é possível
utilizá-la como um compensador síncrono com a finalidade de correção do fator de potência
de um sistema elétrico.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Caminha, A.: Introdução a Proteção dos Sistemas Elétricos. : 1ª ed., Edgar Blucher,
1977.
[2] Mamede Filho, J.; Mamede D. R.: Proteção de Sistemas Elétricos de Potência, Editora
LTC, 2011.