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VILA VELHA
2018
ANÁLISE E SIMULAÇÃO DA RECUPERAÇÃO DE ENERGIA EM
SISTEMAS DE FRENAGEM REGENERATIVA DE MOTORES DE
INDUÇÃO TRIFÁSICOS APLICADOS A SISTEMAS DE PONTES
ROLANTES
VILA VELHA
2018
Sumário
1 Introdução ............................................................................................................... 3
2 Objetivo ................................................................................................................... 4
10 Metodologia ........................................................................................................23
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1 INTRODUÇÃO
O domínio das diversas formas de energias disponíveis no universo permitiu o
desenvolvimento da humanidade ao longo dos anos. Na atualidade, a capacidade
energética é fator limitante e necessário ao progresso das sociedades, e sua
observância torna-se fundamental nos estudos de projeção de crescimento industrial
e populacional. Neste contexto, é indispensável o desenvolvimento e aplicação de
tecnologias relacionadas à produção de energia, bem como eficiência dos processos,
sendo este último ponto, foco do estudo deste trabalho.
A eficiência energética é um atributo atingido por um equipamento ou processo
produtivo que ofereça um mesmo serviço a partir de um consumo reduzido de energia
ou que mantenha a energia consumida e amplie o serviço ofertado. Neste trabalho,
espera-se a redução do consumo energético de um sistema de transporte de cargas
amplamente utilizado na indústria, a partir da recuperação de energia de parte do
processo que antes seria dissipada na forma de calor. O aumento da eficiência do
processo implicará diretamente em economia no faturamento energético.
Outra avaliação importante é a redução do custo de projeto a partir da remoção do
equipamento de dissipação de calor. Em aplicações de pontes rolantes esses
dissipadores comumente alcançam grandes dimensões, necessitando de montagem
estrutural em locais restritos, com boa ventilação e, em casos específicos,
necessitando de sistemas de refrigeração forçada. A remoção deste item também
torna a instalação mais segura, visto que a operação desses equipamentos pode gerar
grandes quantidades de calor.
Por fim, objetiva-se com este trabalho o aumento da competitividade do produto final
de um processo como consequência positiva do aumento da eficiência do sistema
produtivo aliado ao uso consciente da energia.
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2 OBJETIVO
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
F – Força de Lorentz
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v – Velocidade da carga
B – Campo magnético
ϴ - Ângulo entre a velocidade da carga e o campo magnético
q – Carga elétrica
𝑞𝑣 = 𝑙𝑖 (5)
F = B 𝑖 𝑙 sen𝛳 (6)
Uma outra possibilidade é que a máquina de indução seja movimentada pelo sistema
acoplado ao seu eixo, ou seja, ao contrário da situação anterior em que a máquina
imprime conjugado ao sistema, ocorre a rotação do rotor da máquina de indução pela
ação da carga ou máquina primária. De forma semelhante à operação como motor, a
alimentação elétrica do circuito do estator produzirá campo magnético girante que
atuará no circuito elétrico do rotor. Para configuração da ação geradora, a máquina
de indução trifásica deverá ser acionada mecanicamente por meio da carga ou
máquina primária acoplada em seu eixo à velocidades superiores a do campo girante
produzido pelo estator. Nestas condições, o conjugado da máquina de indução será
negativo, denotando o recebimento de energia cinética pelo eixo mecânico e
comprovando a conversão de energia em sentido contrario da ação motora. A figura
a seguir indica o comportamento do conjugado em relação a velocidade para a
máquina de indução, estendendo a curva desde a região motora até a região
geradora:
CHAPMAN,2013 p 337
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Onde:
𝑅1 e 𝑅2 – Resistência do estator e do rotor referida ao estator;
𝑋1 e 𝑋′2 – Reatância de dispersão do estator e do rotor referida ao estator;
𝑅𝑐 – Resistência equivalente de perdas no ferro;
𝑋𝑚 – Reatância equivalente de magnetização do núcleo;
s – Escorregamento;
1−𝑠
( 𝑠
) 𝑅2 – Resistência que representa a potência mecânica desenvolvida no eixo da
daqui em diante por eixos a,b,c, em componentes nos eixos dinâmicos, denominados
daqui em diante por eixos d,q, serão abordados na sequência.
𝑉𝑎𝑠
𝑉𝑞𝑠𝑠 2 cos(𝛳) cos(𝛳 − 120°) cos(𝛳 + 120°) 𝑉
[ 𝑠 ] = 3[ ] [ 𝑏𝑠 ] (7)
𝑉𝑑𝑠 sen(𝛳) sen(𝛳 − 120°) sen(𝛳 + 120°)
𝑉𝑐𝑠
Uma simplificação desta transformada pode ser obtida considerando o eixo q s
alinhado ao eixo a. Desta forma as equações se tornam simplesmente (Bose,2002):
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2 1 1
𝑉𝑞𝑠𝑠 = 3 𝑉𝑎𝑠 − 3 𝑉𝑏𝑠 − 3 𝑉𝑐𝑠 = 𝑉𝑎𝑠 (8)
𝑠 1 1
𝑉𝑑𝑠 =− 𝑉𝑏𝑠 + 𝑉 (9)
√3 3 𝑐𝑠
Na decomposição dos vetores dos eixos estaticos nos eixos dinamicos, utiliza-se o
angulo 𝛳𝑒 = ꞷ𝑒. 𝑡, onde ꞷ e é a velocidade angular dos eixo girantes, sendo assim:
𝑑
𝑉qs = 𝑅s 𝑖qs + 𝑑𝑡 𝜓𝑞𝑠 + 𝜔𝑒 𝜓𝑑𝑠 (13)
𝑑
𝑉𝑑𝑟 = 𝑅r 𝑖dr + 𝑑𝑡 𝜓𝑑𝑟 − (𝜔𝑒 − 𝜔𝑟 )𝜓𝑞𝑟 (14)
𝑑
𝑉𝑞𝑟 = 𝑅r 𝑖qr + 𝑑𝑡 𝜓𝑞𝑟 + (𝜔𝑒 − 𝜔𝑟 )𝜓𝑑𝑟 (15)
Onde:
𝑉𝑑𝑠 Tensão do eixo direto do estator;
𝑉𝑞𝑠 Tensão do eixo em quadratura do estator;
𝑖𝑑𝑠 Corrente do eixo direto do estator
𝑖𝑞𝑠 Corrente do eixo em quadratura do estator
𝑉𝑑𝑟 Tensão do eixo direto do rotor;
𝑉𝑞𝑟 Tensão do eixo em quadratura do rotor;
𝑖𝑞𝑟 Corrente do eixo em quadratura do rotor;
𝑖𝑑𝑟 Corrente do eixo em quadratura do rotor
𝜓𝑑𝑠 Fluxo de acoplamento do eixo direto do estator;
𝜓𝑞𝑠 Fluxo de acoplamento do em quadratura do estator;
𝜓𝑑𝑟 Fluxo de acoplamento do eixo direto do rotor
𝜓𝑞𝑟 Fluxo de acoplamento do eixo em quadratura do rotor.
𝑅𝑠 , 𝑅𝑟 Resistência do estator e resistência do rotor;
𝜔𝑒 Velocidade síncrona;
𝜔𝑟 Velocidade mecânica do rotor;
0<𝑠<1
Considerando uma frenagem com reversão total do campo girante, a velocidade do
campo síncrono será invertida e o motor passará a buscar uma nova velocidade -ns,
tornando o escorregamento extremamente elevado:
−𝑛𝑠−𝑛 𝑛𝑠+𝑛
𝑠=( )=( ) (17)
−𝑛𝑠 𝑛𝑠
1<𝑠<2
Considerações sobre o método:
Não será possível recuperar energia a partir deste método de frenagem visto
que o MIT continua operando como um motor.
O uso desta frenagem produzirá correntes elevadas causadas pelo elevado
escorregamento.
18
Bose,2002 p359
As correntes id e iq, por definição, estão em quadratura, desta forma, estes vetores
estão desacoplados e não produzem efeito entre si. Id produz o fluxo do enrolamento
de campo e Iq produz o fluxo de armadura. Esta interpretação possibilita o controle
refinado do torque do MIT conforme o desenvolvimento que segue:
𝑉𝑑𝑞 = 𝑉𝑑 + 𝑗𝑉𝑞 = 𝑅𝑒( 𝐼𝑑 + 𝑗𝐼𝑞) + 𝑗𝑋𝑒( 𝐼𝑑 + 𝑗𝐼𝑞) + 𝑗𝑋𝑚 𝐼𝑚 (20)
𝑉𝑑 + 𝑗𝑉𝑞 = 𝑅𝑒𝐼𝑑 + 𝑗𝑅𝑒𝐼𝑞 + 𝑗𝑋𝑒 𝐼𝑑 − 𝑋𝑒 𝐼𝑞 + 𝐽𝑋𝑚 𝐼𝑚 (21)
𝑉𝑑 = 𝑅𝑒𝐼𝑑 − 𝑋𝑒 𝐼𝑞 (22)
𝑉𝑞 = 𝑅𝑒𝐼𝑞 + 𝑋𝑒 𝐼𝑑 + 𝑋𝑚 𝐼𝑚 (23)
𝑃 = 𝑉𝑑𝐼𝑑 + 𝑉𝑞𝐼𝑞 (24)
𝑃 = 𝑅𝑒𝐼𝑑2 − 𝑋𝑒 𝐼𝑞𝐼𝑑 + 𝑅𝑒𝐼𝑞 2 + 𝑋𝑒 𝐼𝑞𝐼𝑑 + 𝑋𝑚 𝐼𝑚𝐼𝑞 (25)
𝑃 = 𝑅𝑒𝐼𝑑2 + 𝑅𝑒𝐼𝑞² + 𝑋𝑚 𝐼𝑚𝐼𝑞 (26)
Como 𝑅𝑒𝐼𝑑2 + 𝑅𝑒𝐼𝑞² representam o aquecimento da máquina produzido por id e iq,a
potência desenvolvimento será:
𝑃𝑑 = 𝑋𝑚 𝐼𝑚𝐼𝑞 (27)
𝑋𝑚 = 𝜔𝐿𝑚 (28)
𝑃𝑑 = 𝜔𝐿𝑚 𝐼𝑚𝐼𝑞 (29)
𝑃𝑑 = 𝜔𝑁ɸm𝐼𝑞 (30)
𝑃𝑑
= 𝑇 = 𝑁ɸm𝐼𝑞 = 𝐾ɸm𝐼𝑞 (31)
𝜔
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10 METODOLOGIA
Na simulação proposta neste trabalho, o controle vetorial indireto será implementado
na ferramenta computacional Simulink (Matlab) com o uso da modelagem matemática
dinâmica da máquina de indução trifásica representada em eixos dinâmicos d-q.
Espera-se obter os dados de potência gerada pelo sistema de frenagem regenerativa
durante a execução de um ciclo completo de operação de uma ponte rolante e
compará-los com os resultados de um sistema convencional de controle com
dissipação da energia por banco de resistência (frenagem dinâmica) para fins de
análise de eficiência energética e custos de faturamento.
3) Análise e Conclusões
Realizar análise dos resultados obtidos e determinar o ganho de eficiência
energética do sistema a partir da aplicação da tecnologia de frenagem
regenerativa em comparação aos métodos que não utilizam o aproveitamento
da energia.
Realizar análise de viabilidade econômica da modificação de um sistema
convencional para um sistema com aplicação de frenagem regenerativa
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REFERÊNCIAS
[1] Chapman, Stephen J. Fundamentos de máquinas elétricas [recurso eletrônico]
/ Stephen J. Chapman ; tradução: Anatólio Laschuk. – 5. ed. – Dados eletrônicos. –
Porto Alegre : AMGH, 2013)
[5] BOSE, B. K. Modern Power Electronics and AC Drives. New Jersey: Prentice
Hall PTR,2002.