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RELATÓRIO EQUIVALENTE À SEGUNDA PROVA DE ELETRICIDADE II
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SEL – ELETRICIDADE
Máquinas de Corrente
Alternada
Vitor Martins Contarini
Resumo — O objetivo deste relatório é realizar um estudo
teórico sobre máquinas de corrente alternada, abordando tanto
os motores, conversores de energia elétrica em energia mecânica,
quanto os geradores, que têm funcionamento inverso aos
motores. Por meio do estudo apresentado, serão explicitadas a
construção e o funcionamento destas máquinas com base em
aspectos físicos e conhecimentos de eletricidade e mecânica.
Serão abordadas as diferenças entre os modelos de máquinas
disponíveis e suas características específicas, possibilitando a
diferenciação de funcionamento e por conseguinte, sua
designação de utilização mais adequada, bem como sua regulação
e manutenção de uso. Relações de desempenho e funcionamento
com a alteração de componentes do circuito também serão
expostas a fim de aprofundar na compreensão e conhecimento do
desempenho das máquinas de corrente alternada.
Ademais, serão discutidos também os motores universais e
suas características, as quais possibilitam que este modelo de
motor opere tanto com correntes alternadas como com correntes
contínuas, além de suas outras especificidades de desempenho
que os tornam amplamente utilizados, principalmente, em
eletrodomésticos e no cotidiano.
Palavras-Chave — Assíncrono, Corrente Alternada, Energia
Elétrica, Energia Mecânica, Geradores CA, Indução, Máquinas
CA, Motores CA, Síncrono.
I. INTRODUÇÃO
E síncronos operam com velocidade constante.
M 1832, o italiano Salvatore Dal Negro foi responsável pela
construção da primeira máquina de corrente alternada, apenas
12 anos após a descoberta da relação entre corrente elétrica e
campo magnético do dinamarquês Oersted, que foi um passo
fundamental para o início do avanço dos motores elétricos.
Sua máquina era bastante simples e trabalhava em um
movimento de vai-e-vém, mas não foi alvo de grandes
evoluções e desenvolvimento por algumas décadas devido ao
1
Nome do primeiro aluno, no USP: 10747728,
E-mail: contarini.vitor@usp.br,
Relatório enviado no 17 de Julho de 2020.
avanço nos estudos de máquinas de corrente contínua
realizados por Siemens a partir da segunda metade do século
XIX.
A construção e manutenção de máquinas de corrente
contínua se mostraram elevadas e, portanto, os cientistas
retomaram o foco para as máquinas de corrente alternada no
final do século XIX, fato que resultou em aperfeiçoamentos e
inovações no modelo por Galileu Ferraris e Nikolas Tesla,
porém com rendimentos ainda insatisfatórios, que resultaram
no abandono dos estudos pela empresa Westinghouse, que
havia comprado a patente dos motores bifásicos. Somente em
1889, com o russo Dolivo-Dobrovolski e a invenção dos
motores trifásicos, que as máquinas de corrente alternada se
tornaram um sucesso: alto rendimento, baixo custo de
produção e manutenção, segurança e elevado torque de
partida.
Rapidamente as máquinas de corrente alternada ganharam
espaço no mercado e indústrias, uma vez que a conversão e
distribuição de corrente alternada é muito mais barata e
simples que a de corrente contínua. As máquinas de corrente
contínua, por sua vez, possuem utilização mais restrita a casos
de fornecimento de corrente contínua, que são menos usuais,
ou em casos em que o custo de fabricação e manutenção é
compensado pelo desempenho que oferecem ou às exigências
de operação do dispositivo.
Ainda sobre as máquinas de corrente alternada, vale
ressaltar que existem diversas classificações (com diferentes
características) quanto à sua construção, sendo os síncronos e
assíncronos (de indução) a principal delas. Os geradores, por
exemplo, geralmente são síncronos devido ao fato de
fornecerem uma frequência de operação constante, adequada
para o funcionamento dos aparelhos que recebem energia
elétrica para a utilização. Por sua vez, os motores de indução
são usualmente mais utilizados por conta da ampla faixa de
velocidades em que eles podem atuar, enquanto os motores
II. FUNDAMENTOS DE MÁQUINA CA
A. Componentes e conceitos básicos
Máquinas de corrente alternada (CA) são dispositivos que
podem ser motores ou geradores. No primeiro caso, a energia
elétrica é fornecida à máquina e transformada em energia
mecânica, enquanto no segundo caso ocorre o contrário: a
energia mecânica é fornecida à máquinas que a converte em
energia elétrica. Pode-se dividir as máquinas de corrente
alternada em duas principais classes: as máquinas síncronas e
as assíncronas (de indução). Ambas as classes de máquinas
CA podem funcionar como geradores ou motores, bastando
definir qual tipo de entrada de energia no dispositivo.
Com relação à construção das máquinas CA, ambas
são compostas fundamentalmente por duas partes: o rotor,
giratório e com enrolamento de campo, e o estator, que é
estacionário e possui enrolamento de armadura. No caso das
máquinas síncronas, o enrolamento de campo é alimentado por

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uma fonte de corrente contínua (CC), ou seja, a corrente de
campo é contínua e produz fluxo unidirecional no estator e no
entreferro. Por sua vez, as máquinas de indução possuem
enrolamento de armadura conectados a uma fonte de
alimentação de corrente alternada, gerando um campo
magnético e fluxo girante, que induz tensão e corrente nos
enrolamentos de campo do rotor.
Devido ao melhor desempenho e utilização das
ligações trifásicas para as máquinas de corrente alternada, o
estudo deste relatório terá maior ênfase neste modelo de
construção, abordando no tópico a seguir os motores de
indução trifásicos e posteriormente as máquinas síncronas
trifásicas. Ao final do estudo serão apresentados também os
motores de indução monofásicos e seu princípio de
funcionamento, além de uma seção específica para os motores
universais, que são um tipo de motor de indução monofásico.
B. Motores de indução trifásicos
1. Princípio de funcionamento
Neste modelo de motor, o estator (armadura) é ligado a uma
fonte de alimentação CA e possui bobinas fixas num modelo
trifásico (em delta ou estrela) inseridas em ranhuras no interior
de um conjunto de lâminas de aço finas e altamente
permeáveis, que possui três correntes alternadas senoidais de
mesma amplitude, frequência e defasadas em 120º. Essa
disposição é responsável pela produção de um campo
magnético girante de intensidade constante, fundamental para
o processo de funcionamento do motor CA.
Os enrolamentos do rotor podem apresentar dois tipos de
construções básicas: bobinado ou em “gaiola de esquilo”. Na
primeira montagem, mais simples, os condutores são
distribuídos ao redor do rotor assim como no estator. No
segundo caso, a montagem é mais robusta e as bobinas estão
inseridas em ranhuras de um material ferromagnético e são
curto-circuitadas por anéis metálicos condutores de cobre ou
alumínio. Esta montagem propicia maior concentração do
fluxo magnético (Φ) e, pela ausência de escovas, menor custo
de fabricação e manutenção deste motor, tornando-o altamente
utilizado no setor industrial.
O campo girante do estator (𝐵1) é responsável pela tensão
induzida (𝑉2) que surge nos enrolamentos presentes no rotor
que, em curto-circuito, gera uma corrente induzida (𝐼2)
circulando no enrolamento de campo. Essa corrente induzida,
por sua vez, produz um campo magnético do rotor (𝐵2) e
então há coexistência de dois campos magnéticos: um do
estator e outro do rotor. Ambos os campos magnéticos
presentes na máquina são, por fim, responsáveis pelo
aparecimento de torque (τ), uma vez que o campo magnético
do rotor tende a se alinhar com o campo magnético girante do
estator. Como pode ser visto, há necessidade de somente uma
fonte de alimentação ligada ao estator do motor, pois através
da indução o dispositivo é colocado em funcionamento.
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O sentido de giro do rotor depende intrinsecamente do
sentido do campo magnético girante produzido pelo estator,
pois o torque que promove giro no rotor é consequência do
alinhamento entre os campos girantes, como já exposto.
Assim, para inverter o sentido de rotação do motor (horário ou
anti-horário), é preciso alterar o sentido de rotação do campo
girante produzido pelo estator através da inversão de duas
fases da ligação trifásica do sistema, resultando na inversão do
sentido de fluxo magnético, da corrente do enrolamento de
campo (𝐼2) e por fim do campo magnético girante. Essa
inversão de fase para alterar o sentido de rotação pode ser
utilizada também como método de frenagem do motor, uma
vez que o torque sofrerá alteração no sentido enquanto o
motor ainda permanece girando no sentido contrário,
promovendo frenagem do dispositivo.
O torque desenvolvido para o funcionamento do
motor está ligado à relação de velocidades entre o campo
girante do estator (𝑛𝑠) e do rotor (𝑛) . Caso ambos possuam a
mesma velocidade de rotação, não haverá variação de fluxo
magnético nos condutores e portanto o funcionamento da
máquina não irá ocorrer devido ao torque nulo. Por conta
disso, a velocidade de rotação do rotor sempre será menor que
a velocidade de rotação do campo girante do estator, ou seja, o
motor de indução trifásico é um motor assíncrono (𝑛𝑠≠𝑛).
Dessa forma, a velocidade relativa entre as duas partes gera
variação no fluxo magnético e, por conseguinte, todo o
processo de indução que garante o giro do motor. A diferença
entre as velocidades de rotação é também denominada
escorregamento (𝑠) (Equação 1).
𝑛𝑠−𝑛
𝑠= 𝑛𝑠
(Equação 1)
Vale ressaltar que, caso a frequência de rotação do
rotor seja maior que a frequência do campo girante do estator,
a máquina estará funcionando como gerador, pois o estator
será a parte com menor potencial e então o sentido de corrente
será alternado. Assim, haverá produção de energia elétrica
através da energia mecânica que coloca o eixo em rotação, ou
seja, será produzida corrente alternada pela máquina. Como
esta seção se trata dos motores de indução trifásicos, este caso
de operação não será aprofundado.
Os três modos de operação citados (motor, frenagem
e gerador) estão representados abaixo graficamente,
relacionando a velocidade do rotor com o torque (Figura 1).

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Figura 1: Relação entre torque e velocidade do rotor, em porcentagem da
velocidade síncrona. Através do gráfico, pode-se notar três regiões de
funcionamento da máquina de indução trifásica: frenante, em que o sentido de
giro do rotor é contrário ao do campo do estator; motor, em que a velocidade
do rotor é menor que a do campo do estator; gerador, em que a velocidade do
rotor é maior que do campo girante. Fonte: Slides de aula.
Por sua vez, a frequência de rotação do campo girante do
estator e do campo girante induzido no rotor são iguais, para
permitir um torque contínuo e o funcionamento suave do
motor, pois se houvesse uma variação contínua no ângulo
entre os dois campos, o torque resultante seria variável. Sendo
assim, os campos girantes do estator e do rotor são
estacionários entre si.
2. Circuito equivalente e características fundamentais de
funcionamento
Para compreender características fundamentais para o
funcionamento de motores de indução trifásicos, como o
controle de velocidade e o rendimento (η), é preciso analisar o
circuito equivalente destas máquinas. O estator e o rotor
operam a frequências distintas, portanto, para realizar a análise
do circuito equivalente, é necessário que as frequências de
ambas as partes sejam iguais. Para tal, serão realizadas
alterações no circuito do rotor, de modo que a frequência do
rotor (𝑓2) seja a mesma do estator (𝑓1). Para tal
transformação, os elementos do rotor foram manipulados de
forma que suas frequências sejam equivalentes à do estator e
1−𝑠
seja adicionada uma resistência fictícia (𝑅2 𝑠 ) ao circuito e
com relação ao escorregamento do motor, que reflete consumo
de potência pelo eixo (Figuras 2 e 3).
Figura 2: Circuito do estator e do rotor antes das modificações de adequação.
Ambos os circuitos funcionam em frequências distintas, portanto não podem
ser analisados como um único circuito elétrico. Fonte: Slides de aula.
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Figura 3: Circuito do estator e do rotor após modificações. Dessa forma,
ambos os circuitos operam à uma mesma frequência e podem ser relacionados
para simplificar a um único circuito equivalente. Fonte: Slides de aula.
Dessa forma, têm-se dois circuitos elétricos
separados pelo entreferro (GAP) que localiza-se entre o estator
e o rotor. Para relacionar ambos os circuitos, é utilizado a
“Relação de Transformadores”. Utilizando a hipótese
simplificadora de que a potência do circuito do estator é
transferida integralmente para o circuito do rotor, ou seja, sem
perdas consideráveis, é possível relacionar as características
de ambos os circuitos com relação ao número de espiras em
cada parte. A razão entre o número de espiras de cada circuito
fornece uma constante adimensional que relaciona todos os
elementos do circuito do rotor de forma que os dois circuitos
possam ser simplificados a um único circuito elétrico
equivalente e de mesma frequência. Os novos componentes do
circuito já adequados com a constante adimensional da
Relação dos Transformadores são representados pelo
sobrescrito “linha” (Figura 4).
Figura 4: Circuito equivalente para o estator e o rotor. Através da Relação dos
Transformadores (representada pelo sobrescrito “linha” nos elementos), é
possível unificar ambos os circuitos separados pelo entreferro em um único
circuito elétrico. Fonte: Slides de aula.
Por fim, para encontrar a relação entre as
características do rotor e a tensão de entrada (𝑉1) do circuito,
utiliza-se o “Teorema de Thévenin” na parte do estator do
circuito elétrico para simplificá-lo a um circuito em que
pode-se facilmente compreender os resultados no
funcionamento do motor através de alterações nos elementos
do rotor e na tensão de entrada do motor (Figura 5).

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Figura 5: Circuito equivalente de Thévenin. Através dessa simplificação, é
possível analisar os resultados das alterações nos componentes do rotor e da
tensão terminal na saída de energia mecânica do motor. Fonte: Slides de aula.
Através do circuito equivalente de Thévenin, é
possível analisar o rendimento da máquina. Primeiramente,
precisa-se compreender os fatores que consomem potência no
circuito, uma vez que a eficiência do motor está relacionada à
potência de entrada e de saída do dispositivo. Pode-se
contabilizar como consumo de potência no motor as perdas no
núcleo e nos enrolamentos tanto do estator como do rotor e as
perdas por atrito na rotação do eixo. Dessa forma, a potência
restante é a potência fornecida e transformada integralmente
em energia mecânica pelo motor, a qual se comparada à
potência de entrada da máquina, fornece o rendimento total do
motor em análise (Equação 2).
𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎
η= 𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎
(Equação 2)
Para relacionar o rendimento ao circuito de Thévenin, basta
analisar a potência dissipada por cada elemento do estator e do
rotor presentes no circuito elétrico, visto que os valores para
cada componente são conhecidos e as correntes que percorrem
o circuito podem ser determinadas através de cálculos. A
perda de energia por atrito não se relaciona ao circuito de
Thévenin, mas também pode ser determinada conhecendo-se
as propriedades dos componentes. Dessa forma, é possível
determinar analiticamente o rendimento de um motor de
indução trifásico através de seus componentes elétricos e
também da frequência de rotação do campo magnético girante
do estator, uma vez que este é responsável pelo processo de
indução das características da máquina.
Figura 6: Relação entre eficiência e a velocidade de rotação do rotor. O motor
possui maior rendimento ao se aproximar da velocidade síncrona, em que o
escorregamento assume valores baixos. Fonte: Slides de aula.
Ainda através do circuito encontrado pelo Teorema
de Thévenin, pode-se também analisar o controle de
velocidade de operação do motor de indução trifásico através
da variação dois elementos: a tensão terminal e a resistência
do rotor. O controle de velocidade de um motor é fundamental
para designação e adequação destas máquinas à situação de
uso e, devido à essa possibilidade de regulação, os modelos de
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indução trifásicos são amplamente encontrados em indústrias e
aparelhos que exigem motor elétrico para o funcionamento.
O primeiro método de controle, através da variação
da tensão terminal, pode ser analisado mediante à relação
entre o torque e os elementos do circuito de Thévenin
(Equação 3). A tensão de Thévenin 𝑉𝑡ℎ), determinada através
dos passos para a simplificação do circuito elétrico,
relaciona-se diretamente com a tensão terminal aplicada ao
motor (Equação 4) e, portanto, ao aumentar a tensão aplicada,
nota-se um aumento no torque do motor.
2 '
1 𝑉𝑡ℎ 𝑅2
𝑇𝑚𝑒𝑐 = ω𝑠 ' 2 𝑠
(Equação 3)
𝑅2 ' 2
(𝑅𝑡ℎ+ ) +(𝑋𝑡ℎ+𝑋2)
𝑠
𝑗𝑋𝑚𝑉1
𝑉𝑡ℎ = 𝑗𝑋𝑚𝐼 = 𝑅1+𝑗(𝑋1+𝑋𝑚)
(Equação 4)
Como visto anteriormente, na análise da relação entre o
torque e a velocidade relativa entre o campo girante do estator
e o rotor, o aumento no torque provoca diminuição no
escorregamento da máquina, ou seja, sua velocidade de
rotação aumenta. De forma análoga, a diminuição da tensão
terminal provoca redução no torque e consequente redução na
velocidade do motor (Figura 7). Vale ressaltar, também, que o
aumento do escorregamento do motor promove correntes
induzidas elevadas no rotor, ampliando a dissipação de energia
pelos seus componentes e, como visto durante a análise do
rendimento, maiores perdas por dissipação reduzem a
eficiência da máquina.
Figura 7: Relação torque e velocidade para diferentes valores de tensão
terminal. O aumento da tensão terminal promove aumento da velocidade e do
torque nos motores de indução trifásicos. Fonte: Slides de aula.
O segundo método de regulação da velocidade é
através das variação das resistências do rotor. Este,
diferentemente do primeiro, só é possível nos rotores com
construção do tipo bobinado, uma vez que nos rotores gaiola
de esquilo não é possível acrescentar resistências. Na relação
entre torque e os elementos do circuito de Thévenin, pode-se

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'
inferir que o aumento da resistência equivalente (𝑅2) presente
no rotor implica em diminuição da velocidade de rotação do
motor, ou seja, aumento no escorregamento. Ademais, pode-se
notar um deslocamento nas curvas de torque pela velocidade,
de forma que o torque máximo não sofra alteração porém se
desloque para valores menores de velocidade, ou seja, a adição
de resistências pode fornecer um torque de partida maior aos
motores de indução trifásicos, ideal para casos de alta inércia
(Figura 8).
Figura 8: Relação entre torque e velocidade em porcentagem da velocidade
síncrona para diferentes valores de resistência no rotor. O aumento da
resistência equivalente promove aumento no torque de partida. Fonte: Slides
de aula.
Através da adição de resistências no rotor,
consequentemente há aumento na dissipação de energia por
esta parte da máquina, provocando maiores perdas de energia
e como consequência, menor rendimento do motor em
operação.
Além dos métodos de controle apresentados, que
podem ser analisados através do circuito de Thévenin, existe
também o controle por variação da frequência da fonte de
alimentação, realizada por dispositivos de eletrônica de
potência e o controle de velocidade por alteração na
quantidade de polos da máquina. O primeiro método é o mais
amplamente utilizado, devido à sua facilidade, baixo custo e
bom desempenho, enquanto o segundo método é obsoleto e
pouco utilizado, pois não pode ser regulado facilmente com a
utilização, uma vez que demanda alterações complexas na
construção da máquina.
C. Máquinas síncronas trifásicas
Nesta seção, o foco será voltado às máquinas síncronas
trifásicas, uma das categorias das máquinas CA. Como
exposto na primeira parte do estudo, o modelo síncrono possui
enrolamento de campo no rotor e é ligado à uma fonte de
alimentação CC por meio de escovas deslizantes e anéis
coletores, enquanto o enrolamento de armadura é posicionado
no estator e é ligado à uma fonte de alimentação CA (motores)
ou a uma carga para fornecer corrente alternada (geradores).
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Devido à alimentação no enrolamento de campo por uma fonte
de corrente contínua, os polos do rotor são bem definidos e
portanto o campo magnético produzido é contínuo. Ainda
sobre os pólos do rotor, estes podem estar inseridos em
ranhuras ou externos ao rotor, caracterizando o rotor como de
pólos lisos ou salientes, respectivamente.
Por serem máquinas síncronas (𝑛𝑠 = 𝑛), a frequência de
rotação do rotor é equivalente à frequência de rotação do
campo girante produzido pelo estator, que tem sua
configuração semelhante às máquinas de indução trifásicas:
bobinas fixas defasadas em 120º, com corrente senoidal de
mesma amplitude e também defasadas para produção do
campo girante. A ligação trifásica pode ser em delta ou estrela
e os condutores estão localizados em ranhuras dentro do
estator, constituído por um material altamente permeável para
possibilitar o fluxo magnético dentro do dispositivo.
As máquinas síncronas trifásicas podem operar tanto como
geradores quanto motores, sendo que o primeiro caso é mais
amplamente utilizado. Como geradores síncronos podem
operam com velocidade constante, a frequência de operação
de rede fornecida também é constante, propiciando melhor
funcionamento e segurança aos aparelhos neles conectados.
Com relação aos motores, os modelos de indução trifásicos e
de corrente contínua possuem uma faixa de velocidades de
operação ampla, enquanto os motores síncronos operam a uma
única velocidade constante, limitando sua utilização.
Um fator a ser ressaltado, tanto nos motores quanto nos
geradores síncronos é com relação à possibilidade de controle
independente da corrente de campo, que é fornecida através da
fonte de alimentação CC. Esta característica permite o
controle do fator de potência (FP) das máquinas, podendo
operá-las com fator de potência capacitivo, unitário ou
indutivo. Dessa forma, as máquinas síncronas podem ser
utilizados para correção do fator de potência de uma planta
industrial, a fim de melhorar o rendimento e evitar cobranças e
multas por baixo fator de potência.
1. Geradores
A grande maioria dos geradores utilizados são
máquinas síncronas trifásicas, pois o funcionamento em
velocidade constante (síncrona com o campo girante) destes
dispositivos proporciona também uma frequência de operação
constante. Sendo assim, não há variação da frequência
fornecida aos aparelhos ligados ao gerador, o que propicia o
funcionamento adequado e seguro.
O princípio de funcionamento de um gerador
síncrono trifásico é relacionado ao fluxo magnético variável
proporcionado às bobinas do estator devido ao movimento do
campo magnético do rotor. Ao ligar o enrolamento de campo a
uma fonte de alimentação com corrente contínua, o rotor
torna-se um eletroímã e produz campo magnético fixo. O rotor
é acoplado a um eixo que recebe energia cinética de rotação
por uma máquina primária e, então, passa a girar e torna o
campo magnético produzido em um campo magnético girante.
A variação do fluxo magnético nos condutores do
estator é responsável pela indução de tensões senoidais nos

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terminais das bobinas, devido à sua disposição trifásica, que
gera a corrente alternada na armadura (𝐼1) ao conectar os
condutores a uma carga, fechando o circuito elétrico do
dispositivo. Dessa forma, através do fornecimento de energia
mecânica à máquina, gera-se corrente alternada para a carga
acoplada ao gerador.
Como a tensão induzida que é responsável pela
corrente alternada fornecida à carga tem relação direta com o
campo magnético do enrolamento de campo, ela pode ser
controlada pela corrente contínua fornecida ao rotor. Ao
aumentar a corrente de campo, a tensão induzida também
aumenta proporcionalmente, até que se chegue no ponto de
saturação de magnetização do dispositivo, em que a indução
de fluxo do campo magnético é limitada pelas condições do
material. Através da curva de magnetização do aparelho é
possível determinar seu ponto de operação, em que é fornecida
a corrente de campo limite para o maior valor de tensão
induzida antes que haja um decaimento no aumento da tensão
induzida com a corrente de campo. É neste ponto em que se
encontra o melhor desempenho do gerador, uma vez que o
aumento na corrente de campo não resultará em aumentos
expressivos na tensão induzida ao estator.
Assim como todas as máquinas, há presença da
reação de armadura: ao percorrer corrente alternada pelo
estator, é produzido um campo magnético que interfere no
fluxo magnético total já descrito anteriormente na máquina.
Assim, pela redução do fluxo magnético total por conta do
efeito de reação da armadura, a tensão induzida total
responsável pelo surgimento da corrente alternada a ser
oferecida apresenta também uma redução. Esse efeito deve ser
quantificado, principalmente ao se tratar dos geradores, uma
vez que a corrente fornecida pela máquina precisa ser
conhecida para evitar excesso de corrente elétrica nos
dispositivos conectados, podendo causar perdas e riscos à
segurança durante a utilização.
2. Motores
Os motores síncronos trifásicos, por sua vez, são menos
usuais que os geradores síncronos trifásicos, visto que os
motores de indução trifásicos e de corrente contínua possuem
uma faixa de velocidades de operação muito ampla, enquanto
este modelo é limitado a uma velocidade constante de
operação devido ao sincronismo dessa máquina.
O princípio de funcionamento dos motores síncronos
trifásicos se baseia, assim como nos motores de indução
trifásicos, no alinhamento entre o campo magnético do rotor
com o campo magnético girante produzido pelo estator. A
ligação trifásica das bobinas do estator é responsável pelo
campo magnético girante, que possui velocidade de rotação
relacionada à frequência da rede de alimentação de corrente
alternada do estator.
O campo magnético produzido pelos enrolamentos de
campo tende a se alinhar ao campo magnético girante do
estator. Entretanto, devido à alta inércia do rotor e à elevada
velocidade de rotação do campo girante, o torque de partida
dos motores síncronos trifásicos é nulo, pois a força
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eletromagnética que produz o torque não é suficiente para
rotacionar o rotor antes que o campo girante complete uma
meia volta e alterne o sentido do torque no rotor. Dessa forma,
o rotor tende a entrar em oscilação ao invés de começar o
processo de rotação e entrar em funcionamento completo.
Existem duas alternativas para que os motores síncronos
trifásicos tenham torque de partida.
A primeira forma é através da aceleração gradativa e
lenta do campo magnético girante do estator através de um
inversor, de forma que, mesmo com a alta inércia do rotor, a
força eletromagnética que gera o torque possa acelerar o rotor
e acompanhar gradativamente a frequência de rotação do
campo girante do estator. Assim, o rotor é capaz de atingir a
mesma velocidade de rotação do campo magnético girante do
estator, caracterizando o motor como uma máquina síncrona e
trifásica.
A segunda opção se baseia em dar torque de partida
da mesma forma que ocorre com os motores de indução
trifásicos: o rotor da máquina possui a mesma construção de
gaiola de esquilo, de forma que o estator induz tensões e
corrente alternada nos condutores e, portanto, um campo
magnético girante no rotor. Ambos os campos, então, tendem
a se alinhar e assim que a frequência de rotação do rotor
alcança valores muito próximos da frequência de rotação do
campo do estator, liga-se a fonte de alimentação de corrente
contínua nos enrolamentos de campo para que seja gerado o
campo magnético (girante, devido à rotação do rotor) e
alcance a velocidade síncrona com o campo magnético do
estator. A partir do momento em que o rotor está em
velocidade síncrona com o campo do estator, não há mais
fluxo magnético variável e então o campo magnético girante
induzido no rotor é nulo.
D. Motores de indução monofásicos
Neste modelo de motor de indução, o estator é ligado à uma
fonte de alimentação CA monofásica. A corrente alternada
senoidal é responsável pelo aparecimento de forças
eletromagnéticas que variam entre um valor máximo e mínimo
com o tempo, assim como um campo magnético estacionário e
de magnitude variável. Sendo assim, a diferença fundamental
entre uma máquina de indução trifásica, apresentada na seção
C e a máquina de indução monofásico se refere ao campo
magnético criado pelo estator: no primeiro modelo ele é um
campo girante e variável, enquanto no segundo modelo o
campo magnético é estacionário e variável, ou então, pulsante.
Este campo magnético pulsante (𝐵𝑝𝑢𝑙), devido à sua
variação de magnitude com o tempo, gera variação do fluxo
magnético nos enrolamentos do rotor, provocando o processo
de indução de um campo magnético no rotor, assim como
ocorre no motor de indução trifásico. Esse campo magnético
induzido, entretanto, é pulsante assim como o do estator,
porém com sentido contrário devido à Lei de Lenz, em que um
campo magnético induzido é tal que se contrapõe ao campo
que o induziu.

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Uma vez que ambos os campos, do estator e do rotor,
são estacionários e posicionados em uma mesma linha
imaginária, não ocorre um movimento do rotor para o
acionamento da máquina, assim como ocorre nas máquinas
trifásicas em que o campo girante do rotor tenta se alinhar com
o do estator, promovendo torque e por conseguinte giro.
Assim, é necessário que seja imposto um desalinhamento entre
os campos magnéticos para o surgimento do torque e
acionamento do motor de indução monofásico.
Pode-se compreender, entretanto, o campo magnético
pulsante como sendo uma soma de dois campos magnéticos
girantes de mesma velocidade angular e ponto de partida no
eixo vertical de simetria do rotor, sendo que cada um deles
possui um sentido de rotação. A soma das componentes
horizontais destes campos sempre será nula, uma vez que eles
giram em sentidos opostos e possuem mesma magnitude. Por
sua vez, a resultante vertical dos campos será um campo
vertical pulsante, idêntico ao campo pulsante que é observado
pela indução do estator. Os campos magnéticos girantes são
denominados direto e reverso, sendo o primeiro com sentido
de rotação igual ao rotor e o outro com sentido contrário.
Assim como exposto anteriormente, os motores de indução
monofásicos não possuem torque de partida devido à condição
de equilíbrio entre os campos magnéticos pulsantes, por isso
necessitam de componentes auxiliares na máquina que criem
campos magnéticos defasados e forneçam torque de partida ao
motor. Estes componentes auxiliares são na verdade
enrolamentos auxiliares no estator que possuem uma chave
para abertura e fechamento do circuito, estando fechadas
somente durante a partida, caracterizando os motores como
uma máquina bifásica durante esse curto período.
Os enrolamentos são posicionados com um ângulo de
defasagem de 90º, assim como as correntes também são
defasadas, o que promove o surgimento de um campo
magnético girante semelhante ao das máquinas trifásicas. Esse
campo, por sua vez, induz o surgimento de um campo girante
no rotor que tenta se alinhar ao campo do estator, gerando
assim o torque de partida, que é ausente nas máquinas de
indução monofásicas.
A maneira de se promover a defasagem das correntes que
circulam pelo enrolamento principal e auxiliar podem ser
realizadas através de resistências ou capacitores. Nesse estudo,
será abordado somente o método de partida através da
defasagem de corrente por resistências, que é o mais comum
nos motores de indução monofásicos.
Neste caso, como os enrolamentos principal e auxiliar estão
submetidos à mesma tensão por estarem em paralelo, é
necessário que as defasagens das impedâncias sejam distintas
e, consequentemente, as correntes que circulam pelos
enrolamentos tenham valores diferentes. Durante este período
em que há presença de duas correntes com fases distintas no
estator, o motor é considerado como bifásico e surge um
campo girante no estator, induzindo no rotor o surgimento de
um campo também girante, que busca o alinhamento entre os
campos, e assim como nos motores de indução trifásicos, dá
partida no motor.
7
Assim que a o motor assume uma velocidade satisfatória e
próxima à velocidade nominal, a chave presente no
enrolamento secundário é aberta e o campo girante é cessado,
mas a máquina mantém seu funcionamento pois os campos
magnéticos pulsantes do estator e rotor estão desalinhados e
garantem torque para manter o funcionamento da máquina.
Dessa forma, o motor de indução monofásico, que não possui
torque de partida autônomo, é colocado em movimento.
Com relação à manutenção do movimento de rotação do
motor após o torque de partida pelo campo girante induzido, é
necessário analisar o torque relacionado às componentes de
campo magnético direto e reverso que compõe o campo
magnético pulsante. Como o motor de indução é uma máquina
assíncrona, a velocidade relativa entre o rotor e o campo
girante gera fluxo e torque. Entretanto, como há composição
de dois campos girantes, existem dois torques: o direto, que
impulsiona o eixo e o reverso, que freia o eixo. O torque
resultante do motor é a combinação de ambos e, quanto menor
a velocidade relativa, maior será o torque direto e menor o
torque reverso. Da mesma maneira, o torque reverso será
maior para uma maior velocidade relativa, ou seja, quando o
rotor estiver a baixas velocidades (Figura 9).
Figura 9: Gráfico da relação entre os torques direto e reverso com a
velocidade. Como pode ser observado, para altas velocidades o torque direto
(linha tracejada acima do eixo horizontal) é maior que o torque reverso (linha
tracejada abaixo do eixo horizontal) e garante o funcionamento do motor,
enquanto para baixas velocidades o torque reverso se sobrepõe e freia a
máquina. Fonte: <https://tinyurl.com/y7dq8l23>, página 21. Data de acesso:
12 de julho de 2020
E. Motor universal
O motor universal é um modelo de motor de indução
monofásico, que possui como diferencial o funcionamento
tanto em corrente contínua como em corrente alternada. Esses
motores são construídos baseados em motores CC
auto-excitados em série, os quais possuem uma única fonte de
alimentação, podendo ser tanto de corrente alternada como
corrente contínua e a ligação entre o estator e a armadura é
dada em série. Esse modelo requer também a utilização de
comutadores, escovas e resistências de controle para o
funcionamento adequado da máquina, aumentando seu custo
de fabricação e necessitando de uma maior manutenção
devido ao desgaste e dependência de peças.
 8
RELATÓRIO EQUIVALENTE À SEGUNDA PROVA DE ELETRICIDADE II

Devido à ligação em série entre o estator e a

armadura, a corrente que percorre todo o circuito do motor é a “Um motor de indução 208V, 10HP, 4 polos, 60Hz e
mesma e esse fator é fundamental para a operação do motor, ligado em Y, tem um escorregamento de plena carga de 5%.
uma vez que a existência de uma única corrente no circuito a) Qual é a velocidade síncrona desse motor?
possibilita uma rápida inversão de toda corrente do circuito e b) Qual é a velocidade do rotor desse motor com carga
do fluxo de campo magnético no dispositivo. Esta corrente nominal?
alternada gera por sua vez um torque pulsante e unidirecional c) Qual é a frequência do rotor do motor com carga nominal?
em vez do torque constante apresentado pela corrente d) Qual é o conjugado no eixo do motor com carga plena?”
contínua. Este fator pode ser observado pelas vibrações
produzidas pelo motor se comparado sob os dois tipos de
corrente: na contínua o funcionamento do motor é suave,
enquanto em corrente alternada existem vibrações
significativas.
Outro ponto a ser observado com relação ao Resolução e análise do problema:
funcionamento destes motores em corrente alternada ou
contínua é com relação à tensão. Devido à corrente alternada, a) Cálculo da velocidade síncrona do motor através da
há presença das reatâncias nos enrolamentos de campo e frequência e da quantidade de polos (Equação
armadura do circuito, provocando uma queda de tensão que 4):
promove uma tensão de armadura menor se comparada à
tensão de armadura quando o motor é ligado em uma fonte de 120𝑓1
alimentação CC. Essa característica resulta em uma pequena 𝑛𝑠 = 𝑃
(Equação 4)
diminuição no torque e na velocidade dos motores quando
ligados em corrente alternada (Figura 10), uma vez que a 𝑛𝑠 =
(120)*(60 𝐻𝑧)
= 1800 𝑟𝑝𝑚
(4 𝑝𝑜𝑙𝑜𝑠)
corrente de armadura no circuito será ligeiramente menor,
além das vibrações já citadas devido ao torque ser pulsante.
b) Cálculo da velocidade do rotor através do escorregamento e
da velocidade síncrona (Equação 5):

𝑛𝑚 = (1 − 𝑠)𝑛𝑠 (Equação 5)

𝑛𝑚 = (1 − 0, 05) * (1800 𝑟𝑝𝑚) = 1710 𝑟𝑝𝑚

c) Cálculo da frequência do rotor do motor através da

frequência síncrona e do escorregamento (Equação 6):

𝑓2 = 𝑠𝑓1 (Equação 6)

𝑓2 = (0, 05) * (60 𝐻𝑧) = 3 𝐻𝑧

Figura 10: Gráfico da relação torque x velocidade para motores universais.
Como pode ser observado, ligados em uma fonte de corrente alternada o
desempenho dos motores sofre uma pequena redução em comparação à d) Cálculo do conjugado no motor através da potência e da
ligação em corrente contínua. Fonte: <https://tinyurl.com/y7dq8l23>, página velocidade de rotação do motor (Equação 7):
9. Data de acesso: 12 de julho de 2020.
𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎
Os motores universais possuem como característica τ𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 = ω𝑚
(Equação 7)
principal o elevado torque de partida, capacidade de operar em
velocidades elevadas e sob corrente contínua ou alternada. (10 𝐻𝑃)*(746
𝑊
𝐻𝑃
)
Estes aspectos propiciam a designação dos motores universais τ𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 = = 41,7 N.m
(1710 𝑟𝑝𝑚)* 2π ( 𝑟𝑎𝑑
𝑟𝑜𝑡 )*(1 𝑚𝑖𝑛
60 𝑠
)
para aparelhos eletrodomésticos como liquidificadores e
aspiradores de pó e motores de grande porte para tração Através da determinação das características do motor
elétrica, que demandam um grande torque inicial e velocidade de indução descrito no enunciado, pode-se inferir que os
durante a operação. resultados condizem com o estudo elaborado.
Primeiramente, nota-se que a velocidade de rotação
do rotor é ligeiramente menor que velocidade síncrona (campo
girante do estator), assim como descrito na Seção B.1, fato que
III. ESTUDO DE CASO caracterize essa máquina como um motor (Figura 1) e
Enunciado do problema a ser analisado: assíncrono. Como as velocidades são distintas, há
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RELATÓRIO EQUIVALENTE À SEGUNDA PROVA DE ELETRICIDADE II

escorregamento no motor e por conseguinte existe torque, para motores e geradores. Foi explicitado as diferenças entre
responsável pelo funcionamento da máquina. os modelos síncronos e assíncronos (indução) das máquinas,
Outro ponto a ser observado é com relação às que são as duas grandes classificações em se tratando de
frequências do estator e do rotor, que são distintas: enquanto o máquinas de corrente alternada. Ademais, quanto à construção
estator funciona a 60 Hz, o rotor opera a apenas 3 Hz. O e os elementos que compõem cada modelo, pode-se notar as
cálculo comprova a diferença de frequência entre os circuitos similaridades em diversos componentes e bem como a
do estator e do rotor, que para serem analisados como um necessidade de especificidades em cada modelo, para o
único circuito equivalente, é necessário realizar o processo funcionamento adequado devido às características que os
descrito na Seção B.2: adequar a frequência do rotor à distinguem, como por exemplo o torque de partida ou controle
frequência do estator e utilizar a Relação dos durante a operação.
Transformadores. Dessa forma, pode-se unir ambos os Com relação aos motores de indução trifásicos,
circuitos elétricos e, através do Teorema de Thévenin, pode-se compreender o princípio de funcionamento através do
simplficar o circuito elétrico equivalente e analisar diversas torque, os métodos de controle de velocidade e o rendimento
características do motor em questão. da máquina através do circuito equivalente do dispositivo.
Portanto, através dos cálculos realizados e das Devido à possibilidade de operação e regulação em uma ampla
características apresentadas pela máquina, pode-se validar que faixa de velocidades, as máquinas de indução trifásicas são
se trata de um motor de indução e que seu funcionamento usualmente designadas para funcionamento como motores,
condiz com o estudo elaborado. além do fato de serem alimentadas com corrente alternada,
que é o tipo de corrente mais difundido devido à seu menor
TABELA 1 custo de produção e facilidade de conversão e distribuição em
VARIÁVEIS E UNIDADES
redes elétricas.
Símbolo SIGNIFICADO Unidade As máquinas síncronas trifásicas, por sua vez, são
Fluxo magnético Wb (Weber)
mais amplamente encontradas como geradores, uma vez que a
operação em velocidade constante (síncrona) oferece como
consequência uma frequência de rede constante. Essa
𝐵 Campo magnético Wb/m2 (Weber/metro²) característica oferece maior segurança e funcionamento
adequado dos aparelhos, além de poder criar uma rede de
𝑉
Tensão V (Volt) distribuição com uma única frequência. Os motores síncronos
trifásicos possuem utilização limitada e restrita, uma vez que o
funcionamento em um único valor de velocidade em vez de
𝐼 Corrente A (Ampère) uma faixa de velocidades não é a melhor opção para a maioria
τ Torque N.m (Newton.metro)
dos aparelhos que necessitam de um motor.
Por fim, os motores de indução monofásicos possuem
como diferença primordial a utilização de uma única fase em
𝑛𝑠 Velocidade síncrona Rpm (Rotações por minuto) sua fonte de alimentação, fator que gera adequações
específicas para seu funcionamento, como enrolamentos
𝑛 Velocidade do rotor Rpm (Rotações por minuto) auxiliares para o torque de partida. Essas máquinas, entretanto,
possuem uma categoria em especial: o motor universal. Esse
modelo é capaz de operar tanto em corrente contínua como em
𝑠 Escorregamento -
corrente alternada, além do elevado torque de partida, sendo
uma opção ideal para diversos aparelhos eletrodomésticos de
𝑓1 Frequência do estator Hz (Hertz) uso cotidiano.

𝑓2 Frequência do rotor Hz (Hertz)

V. REFERÊNCIAS
[1] VIEIRA JÚNIOR, José Carlos de Melo. “Aulas: SEL0404”, São
𝑋 Impendância Ω (Ohm) Carlos: Escola de Engenharia de São Carlos, 2020.
[2] CHAPMAN, Stephen J., “Fundamentos de Máquinas
𝑅 Resistência Ω (Ohm) Elétricas”, 5 ED., Porto Alegre: AMGH Editoria Ltda, 2013, p. 191-259,
271-299, 307-393. [Online] Disponível em: < https://tinyurl.com/ya3gjpym>.
[3] SEN, P. C., “Principles of Eletric Machines and Power Eletronics”,
3 ed. India: John Wiley & Sons, 2013.
[4] UMANS, Stephen D., “Máquinas Elétricas: de
Fitzgerald e Kingsley”, 7 ed., Porto Alegre: AMGH Editora Ltda, 2014, p.
IV. CONLUSÃO 403-450, 553-554. [Online] Disponível em: < https://tinyurl.com/ybr3wt7j >.
[5] HyperPhysics. HyperPhysics, 2020. Eletricidade e Magnetismo.
O estudo acerca das máquinas de corrente alternada Disponível em: <https://tinyurl.com/lq5r >. Acesso em: 07 de julho de 2020.
possibilitou a compreensão sobre os princípios de
funcionamento e a construção dos componentes necessários
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RELATÓRIO EQUIVALENTE À SEGUNDA PROVA DE ELETRICIDADE II

[6] MuseuWEG. “A história do motor elétrico que você precisa conhecer”.

Disponível em: <https://tinyurl.com/ydx4dl8l>. Acesso em: 07 de julho de
2020.
[7] Hafner, Angelo. “Motores monofásicos e de propósito especial”.
Disponível em: < https://tinyurl.com/y7dq8l23>. Data de acesso: 12 de julho
de 2020.
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RELATÓRIO EQUIVALENTE À SEGUNDA PROVA DE ELETRICIDADE II

TABELA 2 –
TABELA DE AVALIAÇÃO

CONTEÚDO (PESO 0,8)

Conceit Not
Seção Peso
o a
I- Introdução 2,0
II- Fundamentos de Maquinas
4,0
CA
III- Estudo de Caso 1,5
IV- Conclusão 1,5
Referências 1,0
Penalizações
SOMA

DOCUMENTO (PESO 0,2)

Conceit Not
Tópico Peso
o a
Resumo 3,0
Formatação 3,0
Ortografia 2,0
Gramática 2,0
SOMA

NOTA FINAL

Conceitos de avaliação: Excelente (1), Muito Bom (0,8),

Bom (0,6), Suficiente (0,4) e Fraco (0,2).