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UNIVERSIDADE À POLITÉCNICA - ISPUNA

DEPARTAMENTO DE ELECTRICIDADE
ENGENHARIA ELÉCTRICA
3º ANO
IV Grupo

MÁQUINAS ELÉCTRICAS I

BOBINAGEM DE MÁQUINAS

DISCENTES: DOCENTE:
Sidney João Ibaness Erik Silvestre
Ussene Achimo Ussene
Wagner Mausse
Manecas Manuel
José Chicomo Cossa Júnior

Nacala-Porto, Março de 2023


UNIVERSIDADE À POLITÉCNICA - ISPUNA
DEPARTAMENTO DE ELECTRICIDADE
ENGENHARIA ELÉCTRICA
3º ANO
IV Grupo

MÁQUINAS ELÉCTRICAS I

BOBINAGEM DE MÁQUINAS

DISCENTES: Trabalho de investigação elaborado por


Sidney João Ibaness estudantes do 3º Ano de Engenharia Eléctrica,
Ussene Achimo Ussene apresentado ao Departamento de Engenharia
Wagner Mausse Eléctrica do Instituto Superior Politécnico de
Manecas Manuel Nacala-Porto, para complementar o sistema
José Chicomo Cossa Júnior avaliativo da cadeira de Máquinas Eléctricas I.

Nacala-Porto, Março de 2023


Bobinagem de Máquinas

RESUMO
Este trabalho apresenta uma breve introdução sobre as máquinas eléctricas, as suas
características mecânicas e eléctricas de constituição/construção. Desenvolve características e
os parâmetros mecânicos que dão enfases as bobinas de máquinas eléctricas. Apresenta
características que marcam diferença os enrolamentos de armadura para diferentes tipos de
máquinas eléctricas. Para um bom funcionamento e coordenação de todos os componentes
existentes na máquina, existem parâmetros mecânicos que permitem construir os circuitos da
armadura em caso de perda/queima de enrolamento. A partir desses são aqui apresentados
ensaio e processos que se faz para bobinagem do circuito de armadura.

Palavras-chave: máquinas eléctricas, enrolamento, parâmetros, processos.

I
Bobinagem de Máquinas

Índice

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Bobinagem de Máquinas

1. INTRODUÇÃO
As máquinas eléctricas foram inventadas no século XIX, e vem sendo aprimoradas desde então.
São largamente utilizadas na indústria, fazendo parte da grande maioria das máquinas
componentes dos processos industriais. No entanto, não estão presentes apenas dentro de
complexos industriais. Máquinas eléctricas estão presentes no dia a dia dos seres humanos nas
mais variadas aplicações, desde electrodomésticos, elevadores até mais recentemente como
motores de carros eléctricos.

A versatilidade das máquinas eléctricas é muito grande, permitindo que sejam utilizadas nos
mais diversos processos. Uma mesma máquina pode ser utilizada para diferentes fins, podendo
até mesmo actuar como gerador ou como motor, gerando energia eléctrica a partir de energia
mecânica no primeiro caso, ou realizando a operação contrária no segundo.

É apresentada neste trabalho uma visão geral sobre máquinas eléctricas e analisa as suas
características de construção e performance.

1.1.Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
Apresentar conceitos que envolvem a bobinagem de máquinas.

1.1.2. Objectivos específicos


Conceituar as características das máquinas eléctricas

Apresentar parâmetros de bobinagem de máquinas

Apresentar processos que envolvem a bobinagem de máquinas

1
Bobinagem de Máquinas

2. MÁQUINAS ELÉCTRICAS
Máquinas eléctricas são dispositivos que fazem conversão electromecânica de energia. Uma
máquina eléctrica pode converter tanto a energia mecânica em energia eléctrica como a energia
eléctrica em energia mecânica. Quando tal dispositivo é usado para converter energia mecânica
em energia eléctrica, ele é denominado gerador. Quando converte energia eléctrica em energia
mecânica, ele é denominado motor. O transformador é um dispositivo eléctrico que apresenta
uma relação próxima com as máquinas eléctricas. Ele converte energia eléctrica CA de um
nível de tensão em energia eléctrica CA de outro nível de tensão. Em geral, eles são estudados
juntamente com os geradores e motores, porque os transformadores funcionam com base nos
mesmos princípios, ou seja, dependem da acção de um campo magnético para que ocorram
mudanças no nível de tensão.

2.1.Principais Tipos de Máquinas Eléctricas


• Máquina Síncrona: não possui torque de partida, portanto é usada normalmente como
gerador. Apresenta velocidade constante, para frequência constante. O sistema de
excitação, geralmente montado no rotor, requer alimentação em corrente contínua. Pode
ser usada para corrigir factor de potência no sistema eléctrico quando opera na região de
sobre-excitação. É um equipamento de alto custo e sujeito a manutenção periódica.
• Máquina de Corrente Contínua: Possibilita grande variação de velocidade, com
comando muito simples. Também requer fonte de corrente contínua para alimentação do
circuito de excitação, que geralmente é montado no estator. Utiliza escovas e comutador,
resultando em altos custos construtivos e com manutenção. Opera muito bem como gerador
ou como motor.
• Máquina de Indução: Opera normalmente como motor e pode ser trifásica ou monofásica
(bifásica). Possui torque de partida, que no caso monofásico é obtido por artifícios
especiais. Dispensa fonte CC, sendo robusta, versátil e de baixo custo. É encontrada tanto
em grandes potências quanto para potências fraccionárias. Como não utiliza escovas, requer
pouca manutenção.

2.2.Aspectos Construtivos
Do ponto de vista físico a máquina eléctrica é dividida em três partes:
• Rotor – é a parte girante da máquina e constituída basicamente por um eixo, por um
circuito magnético e por um ou mais enrolamentos. É comum possuir também um
ventilador para bombear para fora o calor gerado internamente;

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Bobinagem de Máquinas

• Estator – é a parte estática da máquina, composta de um circuito magnético e um ou


mais enrolamentos;
• Carcaça – serve como suporte para o rotor e o estator. Nas máquinas CC a carcaça faz
parte do circuito magnético do estator.

Figura 1: Construção da Máquina CC e circuitos eléctricos (shunt e série).


Fonte: KOSOV, 1982

Figura 2: Construção da Máquina síncrona, armadura móvel e polos salientes.


Fonte: KOSOV, 1982

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Bobinagem de Máquinas

Figura 3: Construção da Máquina síncrona de campo móvel.


Fonte: KOSOV, 1982

Do ponto de vista electromagnético a máquina eléctrica é dividida em duas partes:


• Indutor ou Campo – responsável pela magnetização do circuito magnético da
máquina;
• Induzido ou Armadura – é o local onde ocorre a conversão electromecânica de
energia.

Figura 4: Construção da Máquina (assíncrona) de indução.


Fonte: KOSOV, 1982

2.3.Características nominais de máquinas eléctricas


As características nominais de uma máquina eléctrica representam valores de determinadas
grandezas para os quais a máquina foi concebida para trabalhar. Dentro dos mais usuais podem
destacar-se:
• Tensão Nominal - Valor de tensão que se supôs existir entre os terminais de uma dada
máquina aquando do seu projecto.

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Bobinagem de Máquinas

• Corrente Nominal - Corrente que percorre a máquina, cuja existência é prevista no


projecto eque pode ser suportada sem problemas.
• Velocidade Nominal - Velocidade alcançada quando a máquina é percorrida pela
corrente nominal.
• Carga - Em Vazio - quando a potência útil (eléctrica ou mecânica) é nula Plena Carga,
quando a potência útil é a nominal.
• Binário - Motor - binário desenvolvido pela máquina (rotativa) Resistente - binário que
a carga impõe à máquina (rotativa). Nota: Se os dois binários não forem iguais, aparece
uma aceleração angular proporcional.

2.4.Enrolamentos da armadura máquina CC


Como se mostra nas Figuras 1 à 4, representando os quatros tipos básicos de máquinas, os
enrolamentos da armadura, quer no estator ou no rotor, são sempre do tipo não-saliente e são
são distribuídos igualmente nas ranhuras adjacentes ao entreferro em volta da periferia da
armadura. Essencialmente, há dois tipos, dependendo do tipo de fechamento ou reentrada do
enrolamento: enrolamentos de circuito fechado, empregados nas máquinas de CC; e
enrolamentos de circuito aberto, empregados usualmente em máquinas CA.

A Figura 5 mostra bobinas pré-formadas romboidais que são enrolamentos da armadura mais
aplicadas em máquinas eléctricas. Cada bobina consiste de muitas espiras de fio coberto por
fina seda, algodão ou esmalte, idivilamente isoladas, imersas em verniz, e isoladas das ranhuras
da armadura. O número de condutores numa dada bobina será o dobro do número de espiras
da mesma ou seja, dois condutres por espira. Em geral, as bobinas da armadura cobrem 189º
eléctricos. Isto é, do centro de um dado pólo até o centro de um pólo de polaridade opesta, o
qual, não obstante, pode ser fisicamente adjaceente, como se mostra na Figura 5b e c.

Se a bobina cobre um espaço de 180º eléctricos, ela é chamada de bobina de passo inteiro,
enquanto que, se ela abrange menos do que 180º eléctricos, é denominada de bobina de passo
fraccionario ou enrolamanto cordado. Uma bobina que abrange 150º eléctricos terá um factor
de passo p, de 150º/180º = 0.833 ou 83,3 %. Em geral, factores de passo menores do que 80%
são evitados. A Figura 5d mostra enrolamentos de dupla camada, ou seja, dois lados de bobina
são insreidos em cada ranhura.

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Bobinagem de Máquinas

Figura 5: Tipos de armaduras da máquina CC e seus terminais.


Fonte: KOSOV, 1982

2.4.1. Enrolamentos ondulados e imbricados – semelhanças e diferenças


As armaduras consistem de bobinas ligadas em série, possuindo dois ou mais caminhos para a
corrente eléctrica. A sua conexão pode ser ondulada e a conexão imbricada., vejas Figuras 5b
e c. Observa-se que em ambos os tipos de conexão, um lado activo da bobina está sob um pólo
norte e o outro sob um pólo sul. Os enrolamentos da máquina CC dever ser fechado, o último
terminal da bobina no enrolamento é ligado ao primeiro lado da bobina de uma bobina
adjacente na primeira barra do comutador onde o enrolamento começou.

Os enrolamentos diferem apenas na maneira pela qual os terminais das bobinas são conectados
ao comutador. No enrolamento ondulado, a conexões-série dos lados das bobinas entre as
escovas são criadas passando várias vezes através da armadura antes que um caminho entre as
escovas seja completo. Os enrolamentos ondulados também diferem dos enrolamentos
imbricados na maneira em que as escovas são conectadas entre si. O número de caminhos, a,
para os enrolamentos imbricado e ondulado é determinado pelas seguintes relações simples:
Para imbricado 𝑎 = 𝑚𝑃 (Eq.1)
Para ondulado 𝑎 = 2𝑚 (Eq.2)

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Bobinagem de Máquinas

Onde: a é o número de caminhos em paralelo na armadura; m é a multiplicidade da armadura


e o P é o número de pólos.

Figura 6: Vista desenvolvida da armadura da máquina de CC.


Fonte: KOSOV, 1982

2.5.Enrolamentos da armadura máquina CA


Ao contrário das máquinas CC, nas máquinas CA os seus enrolamentos podem ser fechados
ou abertos, mas a vasta maioria das aplicações abertos. Bobinas pré-formadas do tipo em forma
de diamante, quer tipo ondulado ou imbricado, são usadas em enrolamentos abertos das
máquinas CA. Se todas as boninas colocadas em todas as ranhuras da armadura forem ligadas
em série, o enrolamento da máquina CA é um enrolamento monofásico. Se os dois
enrolamentos conectados em série, separados e isolados entre si, forem colocados nas ranhuras
da armadura (estator) e forma mecanicamente deslocados um com relação ao outro, o
enrolamento da máquina é um enrolamento bifásico, e assim por diante.

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Bobinagem de Máquinas

Figura 7: Enrolamentos abertos usados nas máquinas CA


Fonte: KOSOV, 1982

2.6.Parâmetros utilizados para bobinagem dos motores


2.6.1. Número de ranhuras por Polo e por Fase
Um maior número de ranhuras por polo e por fase permite uma melhor distribuição da indução
magnética na máquina, consequentemente gerando uma melhor distribuição também da forma
de onda da força electromotriz e das demais grandezas electromagnéticas. O número de
ranhuras por polo e por fase é dado por:

𝑧1
𝑞1 = (Eq.3)
𝑚1 2𝑝
Onde: 𝑧1 - número de ranhuras; 𝑚1 - número de fases e 2p = número de polos

2.6.2. Passo da Ranhura


O passo da ranhura é a distância em graus eléctricos entre uma ranhura e outra. O passo de
ranhura é dado por:

180°𝐸
𝑎= (Eq.4)
𝑚1 𝑞1

2.6.3. Factor de distribuição do enrolamento


A tensão no enrolamento é a soma fasorial das tensões presentes nas bobinas. O factor de
distribuição do enrolamento é dado por:

𝑎
sin 𝑞1 ( 21 )
𝑘𝑑1 = 𝑎 (Eq.5)
𝑞1 sin ( 21 )

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Bobinagem de Máquinas

2.6.4. Factor de passo


Para o enrolamento de passo encurtado, onde o passo da bobina é menor que um passo polar,
ou seja, menor que 180o eléctricos, a tensão induzida é menor do que a tensão que poderia ser
induzida no passo pleno (Sen, 1987). É calculado por:

𝜏𝑐
𝑘𝑝1 = sin (90° ) (Eq.6)
𝜏
Onde: 𝜏𝑐 – passo de bobina e passo polar

2.6.5. Factor de Enrolamento


Se os enrolamentos possuírem bobinas de passo encurtado e tiverem o enrolamento distribuído,
esses dois factores irão afectar a tensão induzida no primário. O factor de enrolamento para
essa distribuição de bobinas no primário é dada pelo produto do factor de enrolamento e do
factor de passo:

𝑘 = 𝑘𝑝1 𝑘𝑑1 (Eq.7)


2.6.6. Comprimento do Estator
Para transformar um motor rotativo em um motor linear sectorial, corta-se um pedaço do
estator. A partir de dados do estator original e do novo, é possível obter os dados do estator do
motor linear a partir da seguinte equação:
𝑧1
𝐿𝑒 = 𝜋𝐷 + 𝐶1 (Eq.8)
𝑧0

Onde: Le – comprimento do estator [m]; D = diâmetro interno do estator [m]; 𝑧1 = número de


ranhuras do estator actual; 𝑧0 – número de ranhuras do estator original; 𝑧1 = comprimento da
saliência entre as ranhuras [m].

2.6.7. Passo Polar


O passo polar é a distância entre um polo e outro percorrendo o estator. Para enrolamentos de
cada simples é dado pela seguinte equação:
𝐿𝜏 − 𝐶1
𝜏= (Eq.9)
2𝑝

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Bobinagem de Máquinas

2.6.8. Fluxo magnético por polo


Considerando-se uma densidade de fluxo com distribuição espacial senoidal, tem-se a seguinte
equação:
2
∅= 𝐵 𝐿 (Eq.10)
𝜋 𝑚 𝑖

Onde: 𝐵𝑚 – densidade máxima de fluxo magnético [T]; Li – comprimento do primário [m]

2.6.9. Número de espiras por fase


O número de espiras por fase corresponde ao número total de espiras somadas em todas as
bobinas que compõem uma fase.

𝐸𝑖
𝑁1 = (Eq.11)
4,44𝑓∅𝑘

Onde: f – frequência da rede [Hz]; 𝐸𝑖 – força electromotriz [V]

A partir do número de espiras por fase é possível descobrir o número de espiras por bobina,
que é dado pela equação:

𝑁1
𝑁𝑏 = (Eq.12)
𝑁𝑓

Onde: 𝑁𝑓 – número de bobinas por fase

2.6.10. Secção do fio condutor


A área da ranhura pode ser considerada como um trapézio, e é dada pela equação:
(𝐵 + 𝑏)ℎ
𝐴= (Eq.13)
2

Onde: B – Base maior (m), b – Base maior (m) e altura (m).

O factor de preenchimento usual na fabricação de motores é de 70%. A seção do fio será dada
por:
𝐴𝑓𝑒
𝑆= (Eq.14)
𝑁𝑏

Onde fe = factor de preenchimento da ranhura

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Bobinagem de Máquinas

A corrente nominal do motor, segundo o Manual de Bobinagem da WEG, é dada pela equação:

1,73J𝑆
𝐼= (Eq.15)
𝑘

Onde: J - densidade de corrente [A/mm2]; k – constante mecânica: 1,73 para conexão em estrela
e 1 para conexão triângulo.

2.7.Ensaios em vazio e com rotor bloqueado em motores de indução


Os parâmetros de circuito equivalente, necessários para o cálculo do desempenho de um motor
submetido a uma carga, podem ser obtidos dos resultados de um ensaio a vazio, de um ensaio
de rotor bloqueado e das medidas das resistências CC dos enrolamentos do estator.

a) Ensaio em vazio (s≈0)


Com este ensaio pretende-se determinar: a resistência equivalente às perdas no ferro e
reactância de magnetização. O motor roda em vazio (s≈0) alimentado à tensão nominal.
Porque a corrente no estator é pequena, as perdas no cobre são desprezáveis porque a corrente
I2 é extremamente pequena [devido à elevada resistência de carga R2(1 – s)/s, e a potência em
vazio equilibra praticamente as perdas do ferro. Estas perdas variam com a tensão de entrada,
mas permanecem praticamente constantes com a tensão constante. Nesse motor em condições
a vazio, a potência de entrada medida pelos instrumentos deve ser igual às perdas do motor.

b) Ensaio com o rotor bloqueado (curto-circuito, s=1)


Este ensaio é semelhante ao ensaio de curto-circuito do transformador porque com o rotor
bloqueado o escorregamento é s=1 e a resistência de carga do circuito equivalente é zero. Deste
modo, com o veio do motor bloqueado, o motor tem que ser alimentado com uma tensão
reduzida. Pode-se usar um autotransformador (trifásico), cuja tensão é aumentada
progressivamente, a partir de zero, até que a corrente nos enrolamentos do estator atinja o valor
nominal, 𝐼1 = 𝐼N . Nesta situação, registam rapidamente os valores das grandezas à entrada tais
como o valor eficaz da tensão, o valor eficaz da corrente, a potência activa e o factor de
potência.

2.8.Ensaios em vazio e de curto circuito em máquinas síncronas


Ensaio de circuito aberto
A máquina síncrona é levada à velocidade de sincronismo através de uma máquina primária,
estando os terminais do estator em circuito aberto. Mede-se então a tensão aos terminais para
diversos valores da corrente de excitação.

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Bobinagem de Máquinas

A curva obtida é denominada característica de circuito aberto: OCC (Open-Circuit


Characteristic). Como os terminais do estator estão em aberto, não circula corrente e portanto
esta curva representa E em função de If. Note-se que a partir de um dado valor de If, a curva
mostra os efeitos da saturação magnética. A linha tangente à parte linear da OCC é chamada
de linha do entreferro. A tensão interna E varia ao longo desta linha na ausência de saturação.
A Figura 8 representa curvas de circuito-aberto e curto-circuito e representação da reactância
síncrona. Note-se que esta só é constante para valores reduzidos da corrente de excitação, em
que se designa por reactância não saturada. IA representa If no texto.

Ensaio de curto-circuito
Neste ensaio cada uma das fases do estator é curto-circuitada através de um amperímetro. A
máquina é conduzida à velocidade de sincronismo pela máquina primária. Mede-se então as
correntes no estator para diversos valores da corrente de excitação If, e determina-se o valor
médio das três fases, com o qual se representa a curva característica de curto-circuito SCC
(Short-Circuit Characteristic).

A curva SCC é uma linha recta. Isto deve-se ao facto de em curto-circuito não se atingir a
saturação, porque o fluxo magnético se mantém em valores reduzidos. A explicação para este
facto vem de:

1. Como Rs << Xs , a Ii corrente está em atraso praticamente 90º. A f.m.m de reacção opõe-se
então à f.m.m do indutor e a resultante é muito pequena. O circuito magnético mantém-se assim
não saturado mesmo para valores elevados de Ii e If.

2. Na ausência de saturação a tensão interna E vai variar linearmente ao longo da linha de


entreferro e, portanto, a corrente de induzido vai variar linearmente com a corrente de
excitação.

Figura 8: Curvas de circuito-aberto, curto-circuito e representação da reactância síncrona.

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2.9.Processos de bobinagem
1) Analise da máquina – nesta secção o projector especifica o tipo de máquina a montar.
2) Cálculo de parâmetros – o projectista procura obter com a exactidão as medidas do
condutor e outros parâmetros em relação as características construtivas da máquina.
3) Isolamento dos slots do estator – são colocados isoladores no interior das ranhuras do
estator, de modo que existe separação dos circuitos ou enrolamentos colocados para
cada ranhura.
4) Medição do comprimento das armaduras
5) Inserção das bobinas em slots de estatores – é colocada cuidadosamente as bobinas
nas ranhuras dos estatores. Isso pode levar muito tempo para ser feito. Gira-se as
bobinas para que seus fios finais saiam do lado, onde está o orifício do estator para os
clipes eléctricos.
6) Conectando bobinas – Bobinas de arame são conectadas de acordo com o diagrama
de enrolamento. Soldar e isolá-los.
7) Envernizando – verniz utilizado para melhorar o isolamento entre os enrolamentos e
a parte rotorica da parte estática.
8) Montagem da máquina.

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3. CONCLUSÃO
Pode-se concluir que:

As máquinas eléctricas são dispositivos capazes de converterem uma energia mecânica e m


eléctrica e eléctrica em mecânica. Podem trabalhar como como gerador e como motor. Esse
princípio de funcionamento é feito utilizando do electromagnetismo.

As máquinas eléctricas são constituídas por carcaça, rotor e estator. Esses componentes no seu
interior carregam outros componentes que totalizam a constituição geral das máquinas
eléctricas, entre os elementos caracterizados, pode se entender que os enrolamentos da
armadura e do campo, precisam de serem tomadas atenção quando colocadas nas regiões do
rotor e do estator. O processo de colocação dos enrolamentos em máquinas eléctricas é
conhecido por bobinagem.

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4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CHAPMAN, Stephen J. Fundamentos de máquinas elétricas, 5. ed. Porto Alegre: AMGH,


2013.

CHAPMAN, Stephen J. Máquinas Eléctricas, 3a ed. Sl: Mc Graw Hill. 2000.

KOSOV, Irving L. Máquinas Eléctricas e transformadores, 4ª. ed. São Paulo, Globo, 1982.

SILVA, Marcelo Eurípedes da. Curso de automação industrial, 1a ed. Piracicaba, 2007.

UMANS, Stephen D. Máquinas eléctricas de Fitzgerald e Kingsley, 7ª. ed. Porto Alegre, 2014.

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