Você está na página 1de 34

DEPARTAMENTO DE ELECTRICIDADE

ENGENHARIA ELÉCTRICA
3º ANO, V SEMESTRE
PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉCTRICA II

CENTRAL DE CÍCLO COMBINADO

DISCENTES: DOCENTE:
Cisternino Arlindo Eng.º Msc Macxêncio Tamele
Jackson Ernesto Eng.º Msc Félix Mateus
Valdmiro Amisse
Valdemiro Gubudo
6/1/2020
Songo, Junho de 2020
1. INTRODUÇÃO
Na necessidade de diminuir os impactos ambientais e melhorar a produção de
energia eléctrica, utilizando as centrais termoeléctricas, surgem métodos que
melhoram a eficiência energética destas centrais e que ajudam na diminuição nos
impactos climáticos e a eficiência destas instalações.
Neste sentido surge a central termoeléctrica de ciclo combinado que apresenta
características desejáveis e responde aquilo que o mercado solicita com relação as
centrais termoeléctricas.
O presente trabalho vem mostrar as principais causas que envolvem na escolha e no
uso das centrais termoeléctrica de ciclo combinado, especificamente as suas
vantagens no processo de transformação da energia eléctrica.
6/1/2020 2
1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo geral


•Falar das Centrais termoeléctricas com ciclo combinado.

1.1.2. Objectivos específicos


• Definir as centrais termoeléctricas com ciclo combinado.
• Apresentar os elementos que constituem uma central termoeléctrica com ciclo
combinado;
• descrever as funções de cada uma delas;
•Classificar as centrais termoeléctricas com ciclo combinado;
•Apresentar os impactos ambientais;
• Eficiência;
•As vantagens, desvantagens e o tempo médio de vida útil dessas centrais;
• Apresentar as aplicações das Centrais termoeléctricas com ciclo combinado.

6/1/2020 3
2. CENTRAL TERMOELÉCTRICA
Uma central termoeléctrica consiste numa instalação para a produção de energia
eléctrica através da transformação de energia de combustíveis sólidos, líquidos ou
gasosos (carvão, petróleo, naftas, gás natural, e outros).

Os principais tipos, esquemas e configurações das centrais termoeléctricas são:


• Turbina de Gás (ciclo de Brayton);
• Turbina de Vapor (ciclo de Rankine);
• Ciclo Combinado;
• Centrais à Diesel.

As centrais de ciclo combinado são geralmente alimentados por gás natural , embora o
óleo combustível , gás de síntese ou de outros combustíveis podem ser usados. O
combustível suplementar pode ser o gás natural, óleo combustível ou carvão.

6/1/2020 4
3. CENTRAL TERMOELÉCTRICA DE CICLO COMBINADO
Um ciclo combinado pode ser definido como a integração de dois ou mais ciclos
térmicos (KEHLHOFER et al., 2009). Na maioria das centrais termoeléctricas de
ciclo combinado, o ciclo Brayton é combinado com o ciclo Rankine. No entanto, o
termo “ciclo combinado” pode ser utilizado para qualquer outra combinação de
ciclos. Ciclos com fluidos de trabalho iguais ou diferentes podem ser utilizados.
Quando dois ciclos são combinados, a eficiência alcançada é maior do que a
eficiência de apenas um ciclo isolado.

6/1/2020 5
CLASSIFICAÇÃO DE CICLO COMBINADO

Esquema de ciclo combinado série

Figura 3-2: Esquema de ciclo combinado série.


Fonte: HIRANO e MAMANI (2003)

6/1/2020 6
Ciclo combinado em paralelo

Figura 3-3: Ciclo combinado em paralelo


Fonte: LORA e NASCIMENTO (2004)

6/1/2020 7
Ciclo combinado série paralelo

Figura 3-4: Ciclo combinado série paralelo


Fonte: LORA e NASCIMENTO (2004)

6/1/2020 8
3.3. Tipos de Arranjos de ciclo combinado

O arranjo mais simples (1:1:1) que compreende uma turbina a gás, uma caldeira de
recuperação e uma turbina a vapor. Este arranjo pode ser construído na configuração
de eixo único (com ou sem clutch) ou de múltiplos eixos (BOYCE, 2002).

Figura 3-6: Arranjo (1:1:1): (a) Eixo-único sem clutch; (b) Eixo-único com clutch (c) Múltiplos eixos
Fonte: BOYCE, 2002
3.3. Tipos de Arranjos de ciclo combinado

Se a potência desejada para a planta for acima do que uma turbina a gás pode gerar,
outros arranjos de múltiplos eixos podem ser possíveis, como 2:2:1 (duas turbinas a
gás, duas caldeira e uma turbina a vapor). (BOYCE, 2002)

Figura 3-7: Arranjo (2:2:1) com múltiplos eixos


Fonte: BOYCE, 2002
3.3. Tipos de Arranjos de ciclo combinado

A escolha do arranjo depende principalmente do porte da planta, da demanda e das


condições de operação e está directamente relacionada à configuração de
acoplamento utilizada (eixo único ou múltiplos eixos).
3.4. Principais componentes de uma central de ciclo combinado

3.4.1.Turbina a gás
A turbina a gás é o principal elemento das termoeléctricas de ciclo combinado. Os
componentes básicos de uma turbina a gás são: compressor, câmara de combustão e
turbina.

Figura 3‑8: Turbina a gás


Fonte: FRITZEN, Paulo Cícero
3.4. Principais componentes de uma central de ciclo combinado
 
Elementos básicos que compõem uma turbina a gás:

Compressor
Camara de combustão
Turbina
3.4. Principais componentes de uma central de ciclo combinado
3.4.2. Turbina a Vapor 

A turbina a vapor tem a função de converter a energia contida no vapor, que se


expande com uma energia cinética e movimenta as pás da turbina, convertendo essa
energia em eléctrica a partir gerador acoplado no eixo da turbina.

A turbina a vapor possui centenas de pás, algumas estacionárias e outras rotativas.


Estas pás são dispostas em grupos ou estágios de forma que o vapor seja forçado a
passar sucessivamente através dos vários estágios.
3.4. Principais componentes de uma central de ciclo combinado
 

3.4.3. Caldeira de Recuperação de Calor – HRSG

As caldeiras são essencialmente um sistema de troca de calor, constituídas de super-


aquecedores, evaporadores e economizadores ordenados desde a entrada do gás até
a saída de forma a obter a máxima recuperação de calor, com objectivo de atender
as condições de temperatura e pressão necessárias à turbina de vapor.
3.4. Principais componentes de uma central de ciclo combinado
 

3.4.4. Gerador Eléctrico 

O gerador eléctrico tem a função de converter a energia mecânica contida no fluido


de trabalho, em eléctrica.
3.4. Principais componentes de uma central de ciclo combinado
 

Sistemas auxiliares

a) Sistema de refrigeração principal

b) Condensador

c) Sistema de refrigeração de equipamentos

Figura 3‑9: Um condensador de vapor


Fonte: SAPUNARU, Raquel Anna
3.4. Principais componentes de uma central de ciclo combinado
 

d) Estação de tratamento de água

e) Posto de gasolina

f) Sistema de controlo

g) Uma torre de refrigeracao.


3.4. Principais componentes de uma central de ciclo combinado
 

Figura 3.10: Componentes de uma central de ciclo


combinado.
Fonte: STUCHI, D. GABRIEL
3.5. Funcionamento de Ciclo Combinado
A Figura 3-11 mostra um esquema simplificado de uma central de ciclo combinado. O
funcionamento do ciclo combinado está baseado no aproveitamento dos gases de escape
a alta temperatura da turbina a gás para geração de vapor em uma caldeira de
recuperação, que depois são utilizados para gerar potência em uma turbina a vapor
(JEFFS, 2008).
O processo de geração inicia no ciclo Brayton, o compressor comprime o ar e o envia
para o combustor a alta pressão. No combustor queima-se este ar com combustível e
produz-se um gás a pressão e temperatura elevadas, o qual é usado para accionar a
turbina a gás gerando potência.
Figura 3 11: Funcionamento de uma central termoeléctrica de ciclo combinado

Fonte: Yunus Çengel e Michael A. Boles (5ᵃ Edição)


 
A razão entre os fluxos de massa é determinada por meio de um
balanço de energia no trocador de calor:

(Equação 1)
Onde:
– Vazão de massa de ar, kg/s
– Vazão de massa de vapor kg/s
– Entalpia, kJ/kg
– Número de fase, no processo da transformação de energia.
3.6. Impactos ambientais de centrais termoeléctricas de ciclo combinados.

A queima de gás natural coloca na atmosfera grandes quantidades de oxidantes e redutores,


que se entra em contacto com o ser humano, pode acarretar doenças como diarreia, além de
ser um combustível fóssil que não recupera. Mas este ciclo apresenta menores emissões de
oxidantes e redutores em comparação com outros ciclos o que leva a ser implementado,
actualmente em várias outras centrais termoeléctricas.
 
3.7. Eficiência Energética e Potência Eléctrica

(Equação 2)
Onde:
– taxa de transferência de calor fornecida ao ciclo
– vazão mássica
PCI – poder calorífico do combustível
– potência líquida gerada pelo ciclo.
Em termos de potência das turbinas, o rendimento pode ser dado
em:
(Equação 3.1)
 
A Potência Eléctrica(kW) total:
(Equação 4)
Onde:
– potência da turbina a gás, kW
– potência da turbina a vapor, kW
– potência fornecida na câmara de combustão, kW
– rendimento da turbina a vapor
– rendimento da turbina a gás

A Figura 3-12 mostra um exemplo de diagrama com a


distribuição percentual de energia ao longo do ciclo combinado.
Figura 3‑12: Diagrama de fluxo de energia no ciclo combinado

Fonte: FRANÇA A.F.R.T., CASEIRO L.P.V.C, Planeamento e Produção de Electricidade: Cogeração


e Trigeração, s.d, s.L.
3.7.1. Aumento da eficiência

A eficiência global do ciclo combinado gás-vapor, geralmente pode ser melhorada


aumentando a temperatura de trabalho nas turbinas e reduzindo a temperatura e
pressão na qual se produz a cessão de calor (fumos vazios do condensador). Pode
aumentar-se optimizando o processo de perdas associadas as distintas máquinas que
compõem o ciclo, diminuindo os saltos de temperaturas existentes entre os gases de
saída da turbina a gás e o ciclo água – vapor na caldeira de recuperação.
3.8. Outros tipos de ciclos combinados
3.8.1. Integrado de ciclo combinado de gaseificação (IGCC)
Uma gaseificação combinada ciclo
integrado, ou IGCC, é uma planta de
energia utilizando gás de síntese. Gás de
síntese pode ser produzido a partir de
um número de fontes, incluindo carvão e
biomassa. O sistema utiliza turbinas a
gás e vapor, a turbina de vapor operando
fora do calor que sobraram da turbina a
gás.

Figura 3‑13: Integrado de ciclo combinado de gaseificação (IGCC)

Fonte: www.carvaomineral.com.br/interna_conteudo.php?i_subarea=16&i_area=2
6/1/2020 28
3.8. Outros tipos de ciclos combinados
3.8.1. Ciclo combinado solar integrado (ISCC)
Um Ciclo Combinado Solar
Integrado ( ISCC ) é uma
tecnologia híbrida na qual
um campo solar térmico está
integrado numa central de ciclo
combinado. Em plantas ISCC, a
energia solar é utilizada como uma
fonte de calor auxiliar, de suporte
do ciclo de vapor, o que resulta em
capacidade de geração de aumento
ou uma redução do consumo de
Figura 3‑14: Central de ciclo combinado solar integrado (ISCC).
combustíveis fósseis. Fonte:www.sulzer.com/pt-br/brazil/shared/applications/feed-water-pump-for-
6/1/2020 solar-power-generation 29
3.9. Características da central de ciclo combinado

Gama de Potência Eléctrica: 2-800 MW.


Período de instalação: 2-3 anos
Vida útil: 15-25 anos.

Vantagens Desvantagens
 É altamente confiável, flexível e
 Altos custos para a sua implantação
disponível.
 O custo de manutenção é alto.
 Menores emissões de CO2 e NO;
 Não é adequado ser utilizado como uma
 Elevada eficiência;
central de base.
 Menor consumo de água de refrigeração;
 A eficiência da demanda de carga é baixa.
6/1/2020 30
 Curto prazo de construção;
3.9.1. Aplicações

Sítios aonde são aplicados as centrais de ciclo combinado:

• Indústria

• Hospital

• Infraestrutura Comercial

• Instituições

6/1/2020 31
4. CONCLUSÃO
A maneira mais eficaz de aumentar a eficiência de uma central de turbina a gás é
transformá-la em uma central termoeléctrica de ciclo combinado.

Em termos de geração termoeléctrica as centrais de ciclo combinado apresentam


melhor eficiência. pela integração de duas ou mais tecnologias termodinâmicas, na
utilização dos seus recursos. Podem apresentar dua vezes ou mais da eficiência das
centrais a gás.

Esta tecnologia ainda tem abertura de melhoramento quer na eficiência térmica ou


quer na performance dos equipamentos envolvidos.

6/1/2020 32
5. BIBLIOGRAFIA
•  FRANÇA A.F.R.T., CASEIRO L.P.V.C, Planeamento e Produção

de Electricidade: Cogeração e Trigeração, s.d, s.L.


• RIPOLI, T.C.C.; RIPOLI, M.L.C. Biomassa de cana-de-açúcar:
colheita, energia e ambiente. Piracicaba: 2009.
• MAZURENKO, A. S.; TEIXEIRA, F. N. Turbinas a Vapor. In:
LORA, E. E. S.; NASCIMENTO, M. A. R. Geração termelétrica:
planejamento, projeto e operação, v. 1, Rio de Janeiro: 2004.
• ARRIETA, F. R. P.; NASCIMENTO, M. A. R. D.; MAZURENKO,
A. S. Centrais Termelétricas de Ciclo Simples com Turbinas a
Gás e de Ciclo Combinado. In: LORA, E. E. S.;GÁS NATURAL
NASCIMENTO, M. A. R. Geração termelétrica: planejamento,
projeto e operação. Rio de Janeiro: Interciência, v. 2, Rio de
Janeiro: 2004.
• CARNEIRO W. A.; Avaliação do Comportamento Dinâmico de
Turbinas a Gás Aeroderivativas na Operação em Ciclo
Combinado. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de
Itajubá (UNIFEI), 2007.
• General Electric Power, acesso em MAio de 2020 (
https://powergen.gepower.com/plan-build/products/gas-turbines/7ha
-gasturbine.html
)
• General Electric Power, acesso em Maio de 2020 (
https://powergen.gepower.com/)
6/1/2020 33
• Çengel, A. and Boles, M. A. Thermodynamics: An Engineering
FI
Agradecemos pela atenção dispensada!

6/1/2020
M 34

Você também pode gostar