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3⸰ ANO
Turma – EE 32
Discente: Docentes:
Sadamo Uchanga
3⸰ ANO
Turma – EE 32
Os princípios fundamentais das máquinas CA são simples, mas infelizmente eles são ofuscados
pela construção complicada das máquinas reais. O trabalho aqui exposto vai apresentar os
princípios do funcionamento das máquinas CA, por meio de textos teóricos simples, equações
matemáticas, diagramas e circuitos eléctricos e se examinará alguns dos fenómenos que ocorrem
nas máquinas CA reais. Para a realização deste trabalho foi empregue a metodologia de consulta
bibliográfica, tais referências bibliográficas são apresentadas no trabalho.
1.1. Objectivos
1
2. Fundamentos de Máquinas Eléctricas de Corrente Alternada.
2.1. Generalidades
Máquinas de indução e síncronas são conversores electromecânicos rotativos de energia que têm
o princípio de funcionamento na geração de campos girantes e, por esta razão, às vezes são
denominadas máquinas de campo girante. A corrente e a tensão eléctricas são alternadas nos
enrolamentos do estator e do rotor nas máquinas de indução e, por sua vez, nas máquinas
síncronas o estator é excitado em corrente alternada e o rotor em corrente contínua.
Enrolamentos polifásicos produzem forças magnetomotrizes girantes (Fmms) em relação à
estrutura física na qual está colocado e essas têm distribuição aproximadamente senoidal ao
longo do entreferro; já os enrolamentos do tipo usado no rotor das máquinas síncronas
duplamente excitadas produzem forças magnetomotrizes estacionárias em relação à estrutura
física do rotor, pois são excitadas com corrente contínua, mas são girantes no espaço, por conta
da rotação do rotor. O importante nesses dois tipos de conversores electromecânicos de energia é
que as ondas de Fmm girantes são estacionárias entre si. Procura-se projectar os enrolamentos
das máquinas de campo girante para que produzam fluxo magnético com distribuição no espaço
a mais próxima possível da forma senoidal, porque, assim, pode-se obter tensões praticamente
senoidais no tempo. Para as máquinas de entreferro uniforme, os enrolamentos de estator e de
rotor têm as suas bobinas convenientemente distribuídas em ranhuras; particularmente, no caso
dos rotores de máquinas síncronas de pólos salientes, que são excitados por corrente contínua, o
enrolamento é forçadamente concentrado e, por este facto, o comprimento do entreferro sob o
pólo tem que ter variação senoidal.
2
2.2.1. A tensão induzida em uma máquina elementar de CA
A Figura 2-1 mostra uma máquina simples que consiste em um grande imã estacionário,
capaz de produzir um campo magnético uniforme constante, e uma espira de fio em rotação
dentro desse campo. Se o rotor (a espira) dessa máquina for colocado em rotação, uma tensão
será induzida na espira de fio.
Há que referir, as grandezas vectoriais são representadas por uma seta por cima da respectiva
letra da grandeza ou a letra é carregada (está em negrito). Por exemplo: ⃗⃗ .
FIGURA 2-1: Espira simples girando dentro de um campo magnético uniforme. (a) Vista frontal; (b) vista da
bobina. Fonte: Stephen J. Chapman – Fundamentos de Máquinas Eléctricas- 5ª. Edição
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FIGURA 2-2: (a) Velocidades e orientações dos lados da espira em relação ao campo magnético. (b) O sentido do
movimento em relação ao campo magnético para o lado ab. (c) O sentido do movimento em relação ao campo
magnético para o lado cd. Fonte: Stephen J. Chapman – Fundamentos de Máquinas Eléctricas- 5ª. Edição
(⃗ ⃗⃗ ) (2-1)
A tensão total induzida na espira é soma das tensões de cada um de seus segmentos:
(2-2)
(2-3)
4
FIGURA 2-3 Gráfico de versus . Fonte: Stephen J. Chapman – Fundamentos de Máquinas Eléctricas- 5ª.
Edição
Examinando novamente a Figura 2-1, se a espira estiver girando com velocidade angular
constante , o ângulo da máquina aumentará linearmente com o tempo,
(2-4)
(2-5)
(2-6)
Da Figura 2-1b, vê-se que a área A da espira (laço rectangular) é igual a 2rl. Logo,
(2-7)
O fluxo máximo através do laço da espira ocorre quando o laço se encontra perpendicular às
linhas de densidade de fluxo magnético. Esse fluxo é o produto da área A da superfície do laço
pela densidade de fluxo B através do laço.
(2-8)
5
A forma final da equação de tensão é
(2-9)
O fluxo na máquina;
A velocidade de rotação;
Uma constante representando a construção da máquina (o número de espiras, etc.).
FIGURA 2-4: Espira condutora de corrente dentro de um campo magnético uniforme. (a) Vista frontal; (b) vista da
bobina.. Fonte: Stephen J. Chapman – Fundamentos de Máquinas Eléctricas- 5ª. Edição.
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Para determinar o valor e o sentido do torque ou do conjugado, pode - se examinar a Figura 2-5.
FIGURA 2-5 (a) Dedução da força e do conjugado no segmento ab. (b) Dedução da força e do conjugado no
segmento bc. (b) Dedução da força e do conjugado no segmento cd. (d) Dedução da força e do conjugado no
segmento da. Fonte: Stephen J. Chapman – Fundamentos de Máquinas Eléctricas- 5ª. Edição.
( ⃗) (2-10)
Onde:
Corrente no segmento;
7
O conjugado em um dado segmento será dado por
( )( )
( )( )
(2-11)
em que, é o ângulo entre o vector e o vector . O sentido do conjugado será horário se ele
tender a causar uma rotação horária e anti-horário se ele tender a causar uma rotação anti-
horário.
O conjugado total induzido na espira (no rotor elementar) é a soma dos conjugados de cada
um de seus segmentos:
(2-12)
( )( )
(2-13)
( )( )
(2-14)
(2-15)
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Da Figura 2-5 (a) e (c), vê-se que , de modo que o conjugado induzido torna-se:
(2-16)
FIGURA 2-6: Gráfico de versus . Fonte: Stephen J. Chapman – Fundamentos de Máquinas Eléctricas- 5ª.
Edição.
Se a corrente no laço (na espira) for como mostra a Figura 2-7, a corrente gerará uma densidade
de fluxo magnético ⃗ com o sentido mostrado.
FIGURA 2-7 Dedução da equação do conjugado induzido. (a) A corrente no laço (na espira) produz uma densidade
de fluxo magnético ⃗ perpendicular ao plano do laço; (b) relações geométricas entre ⃗ e ⃗ . Fonte: Stephen
J. Chapman – Fundamentos de Máquinas Eléctricas- 5ª. Edição.
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A magnitude de ⃗ será,
(2-17)
em que G é um factor que depende da geometria do laço (da espira). A área do laço é igual a
Substituindo essas duas equações na Equação (2-17), ter-se-á o resultado:
(2-18)
(2-19)
⃗ ⃗ (2-20)
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2.3. O Campo magnético girante.
Se dois campos magnéticos estiverem presentes em uma máquina, um conjugado será
criado que tenderá a alinhar os dois campos magnéticos. Se um campo magnético for produzido
pelo estator de uma máquina CA e o outro for produzido pelo rotor da máquina, então um
conjugado será induzido no rotor que fará o rotor girar e se alinhar com o campo magnético do
estator. Se houvesse um modo de fazer o campo magnético do estator girar, o conjugado
induzido no rotor faria com que ele “perseguisse” constantemente o campo magnético do estator
em um círculo. Esse é, em poucas palavras, o princípio básico do funcionamento de todos os
motores CA.
FIGURA. 2-8 – Sistema bifásico. Fonte: Prof. Dr. Falcondes José Mendes de Seixas e Eng.o Rodolfo Castanho
Fernandes - Máquinas Eléctricas II – 2ª. Edição - 2012
∮ ⃗ ⃗⃗⃗⃗ ∑ ( ) (2-21)
(2-22)
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Para o caso em questão:
( ) (2-23)
( ) (2-24)
Pode-se escrever:
( ) (2-25)
( ) (2-26)
Tanto as correntes como as intensidades de campo magnético, que são proporcionais, podem ser
representadas pela FIGURA. 2-9, em função do tempo.
FIGURA 2-9: Sistema bifásico – representação no tempo. Fonte: Prof. Dr. Falcondes José Mendes de Seixas e
Eng.o Rodolfo Castanho Fernandes - Máquinas Eléctricas II – 2ª. Edição - 2012
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A verificação gráfica (fasorial) do campo girante pode ser feita considerando-se alguns instantes,
durante um período da rede.
ωt=π⁄4
√ √
√ √
13
ωt=π⁄2
ωt=π
ωt=3π⁄2
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Portanto, o campo resultante possui módulo constante e igual a e gira com velocidade ω,
denominada velocidade síncrona. Neste caso, o giro é no sentido anti-horário. Invertendo-se o
sentido de uma das correntes, por exemplo , inverte-se o sentido do campo girante.
Para o sistema trifásico mostrado na FIGURA 2-10, consideram-se três bobinas desfasadas de
eléctricos no espaço e conduzindo correntes desfasadas eléctricos no tempo.
Assumindo sequência positiva, tem-se:
( ) (2-27)
( ) (2-28)
( ) (2-29)
FIGURA 2.10 – Sistema trifásico. Fonte: Prof. Dr. Falcondes José Mendes de Seixas e Eng.o Rodolfo Castanho
Fernandes - Máquinas Eléctricas II – 2ª. Edição – 2012
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Pode-se escrever:
( ) (2-30)
( ) (2-31)
( ) (2-32)
Tanto as correntes como as intensidades de campo magnético, que são proporcionais, podem ser
representadas pela FIGURA 2-12, em função do tempo.
FIGURA 2-11: Sistema trifásico – representação no tempo. . Fonte: Prof. Dr. Falcondes José Mendes de Seixas e
Eng.o Rodolfo Castanho Fernandes - Máquinas Eléctricas II – 2ª. Edição – 2012
A verificação gráfica do campo girante pode ser feita considerando-se alguns instantes, durante
um período da rede.
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0 (2-33)
√ √
(2-34)
√ √
(2-35)
⁄ ( )
√ √
(2-36)
√ √
(2-37)
(2-38)
17
⁄ ( )
√ √
(2-39)
(2-40)
√ √
(2-41)
( )
(2-42)
√ √
(2-43)
√ √
(2-44)
18
⁄ ( )
√ √
(2-45)
(2-46)
√ √
(2-47)
O campo resultante possui módulo constante e gira com velocidade angular . Neste caso, o
campo gira em sentido horário. O módulo de pode ser calculado aplicando-se a lei dos
cossenos em qualquer um dos diagramas fasoriais anteriores.
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√ √ √ √
( ) ( )
(2-48)
O campo resultante completa eléctricos a cada período da corrente. Assim, para uma
máquina de dois pólos (onde um grau eléctrico é equivalente a um grau mecânico) o campo
resultante dá uma volta a cada período. Para uma máquina de P pólos, o campo resultante dá uma
volta completa ( Mecânicos) a cada P/2 ciclos da corrente da rede. A velocidade do campo
girante (velocidade síncrona) pode ser expressa como:
[ ⁄ ]
Em termos mecânicos,
[ ⁄ ]
Ou ainda,
( ) (2-49)
Finalmente,
(2-50)
Há que saber:
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2.4. Força Magnetomotriz e Distribuição de Fluxo em Máquinas CA
O fluxo em uma máquina real não se comporta do modo simples que se assumiu anteriormente,
porque há um rotor ferromagnético no centro da máquina, com um pequeno entreferro de ar entre
o rotor e o estator. O rotor pode ser cilíndrico, como mostrado na Figura 2-12a, ou pode ter faces
polares projectando-se para fora de sua superfície, como está mostrado na Figura 2-12b. Se o
rotor for cilíndrico, diremos que a máquina tem polos não salientes e, se o rotor tiver faces
polares projectando-se para fora dele, diremos que a máquina tem polos salientes. Máquinas de
rotor cilíndrico ou de polos não salientes são mais fáceis de compreender e analisar do que as
máquinas de polos salientes.
Na máquina de rotor cilíndrico da Figura 2-12a, a relutância do entreferro dessa máquina é muito
mais elevada do que as relutâncias do rotor ou do estator, de modo que o vector de densidade de
fluxo B toma o caminho mais curto possível através do entreferro e salta perpendicularmente
entre o rotor e o estator. Para produzir uma tensão senoidal em uma máquina como essa, o valor
da densidade de fluxo B deve variar de forma senoidal ao longo da superfície do entreferro.
FIGURA2-12: (a) Uma máquina CA com um rotor cilíndrico ou de polos não salientes. (b) Uma máquina CA com
um rotor de polos salientes. Fonte: Stephen J. Chapman – Fundamentos de Máquinas Eléctricas- 5ª. Edição.
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mostra um enrolamento como esse e a Figura 2-14b mostra a força magnetomotriz resultante do
enrolamento. O número de condutores em cada ranhura é dado pela equação
(2-51)
Como a Figura 2-14b mostra, essa distribuição de condutores produz uma boa aproximação de
uma distribuição senoidal de força magnetomotriz. Além disso, quanto mais ranhuras houver ao
longo da superfície da máquina e mais proximamente distanciadas as ranhuras estiverem, melhor
se tornará essa aproximação. Na prática, não é possível distribuir os enrolamentos exactamente
de acordo com a Equação (2-51), porque há apenas um número finito de ranhuras nas máquinas
reais e porque apenas um número inteiro de condutores pode ser inserido em cada ranhura. A
distribuição de força magnetomotriz resultante é apenas aproximadamente senoidal e
componentes harmónicas de ordem mais elevada estarão presentes. Além disso, frequentemente,
para o projectista da máquina, é conveniente incluir um número igual de condutores em cada
ranhura, em vez de variar o número de acordo com a Equação (2-51).
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FIGURA2-13 (a) Um rotor cilíndrico com densidade de fluxo variando senoidalmente no entreferro. (b) A força
magnetomotriz ou a intensidade de campo magnético em função do ângulo no entreferro. (c) A densidade de fluxo
em função do ângulo no entreferro. Fonte: Stephen J. Chapman – Fundamentos de Máquinas Eléctricas- 5ª. Edição.
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FIGURA 2-14 (a) Uma máquina CA com um enrolamento de estator distribuído, projectado para produzir uma
densidade de fluxo que varia senoidalmente no entreferro. O número de condutores em cada ranhura está indicado
no diagrama. (b) A distribuição de força magnetomotriz resultante do enrolamento, comparada com uma
distribuição ideal. Fonte: Stephen J. Chapman – Fundamentos de Máquinas Eléctricas- 5ª. Edição.
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2.5. Tensão induzida em um Máquina de CA
Assim como um conjunto de correntes em um estator pode produzir um campo
magnético girante, um campo magnético girante pode produzir um conjunto de tensões trifásicas
nas bobinas de um estator. As equações que determinam a tensão induzida em um estator
trifásico serão apresentadas neste item. Para facilitar o desenvolvimento, vai se começar por
examinar uma bobina simples, limitada a apenas uma espira e, então, vai se ampliar aos
resultados para um estator trifásico mais genérico.
(2-52a)
( ) (2-52b)
A equação da tensão induzida em um fio condutor foi dada anteriormente na Secção 2.2 pela
expressão (2-1):
( ) (2-1)
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em que,
Entretanto, essa equação foi obtida para o caso de um condutor em movimento dentro de um
campo magnético estacionário. No caso presente, o condutor está estacionário e o campo
magnético está em movimento, de modo que a equação não se aplica directamente. Para usá-la,
devemos nos colocar em um sistema de referência no qual o campo magnético parece estar
estacionário. Se nos “sentarmos no campo magnético” de modo que o campo pareça estar
estacionário, os lados da bobina parecerá passar por nós com uma velocidade aparente ea
equação poderá ser aplicada. A Figura 2-15b mostra o vector de campo magnético e as
velocidades, do ponto de vista de um campo magnético estacionário e um condutor em
movimento.
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A tensão está na realidade apontando para
dentro da página, porque aqui B é negativo.
(b)
FIGURA 2-15 (a) O campo magnético de um rotor que gira dentro de uma bobina de um estator estacionário.
Detalhe da bobina. (b) Os vectores de densidade de fluxo magnético e as velocidades nos lados da bobina. As
velocidades mostradas são de um sistema de referência no qual o campo magnético é estacionário. (c) A distribuição
da densidade de fluxo no entreferro. Fonte: Stephen J. Chapman – Fundamentos de Máquinas Eléctricas- 5ª. Edição.
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A tensão total induzida na bobina será a soma das tensões induzidas em cada um dos seus quatro
lados. Essas tensões serão determinadas a seguir:
( )
[ ( )]
= ( ) (2-53)
Em que o sinal negativo vem do facto de que a tensão é gerada com uma polaridade oposta à
polaridade assumida.
( ) (2-54)
3. Segmento cd. Para o segmento cd, o ângulo Assumindo que B aponta radialmente para
fora a partir do rotor, o ângulo entre v e B no segmento cd é 90°, ao passo que o produto
vectorial aponta na direcção de l. Portanto,
( )
= ( )
= (2-55)
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4. Segmento da. A tensão no segmento da é zero, porque o produto vectorial
é perpendicular a . Assim,
( ) (2-56)
= ( ) (2-57)
=2 (2-58)
Como a velocidade nos lados da bobina paralelos ao eixo do rotor é dada por
2( )
= 2
Finalmente, o fluxo que atravessa a bobina pode ser expresso como 2 , ao passo que
= para um estator de dois polos. Assim, a tensão induzida pode ser expressa como
(2-59)
A Equação (2-59) descreve a tensão induzida em uma bobina de uma única espira. Se a bobina
do estator tiver N espiras de fio, então a tensão total induzida na bobina será
(2-60)
Observa-se que a tensão produzida no estator dessa máquina CA simples é senoidal, com uma
amplitude que depende do fluxo da máquina, da velocidade angular do rotor e de uma
constante que depende da construção da máquina ( neste caso simples). Observe também que
a Equação (2-60) contém o termo em vez de . O termo co-seno não tem nenhum
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significado especial em relação ao seno – isso foi resultado da escolha que adopto-se neste
desenvolvimento do eixo de referência para . Se o eixo de referência para fosse girado de
90°, tería-se o termo .
FIGURA 2-16 Produção de tensões trifásicas a partir de três bobinas distanciadas 120° entre si. Fonte: Stephen J.
Chapman – Fundamentos de Máquinas Eléctricas- 5ª. Edição.
( ) , V (2-61a)
( ) ( ) V (2-61b)
( ) ( ) V (2-61c)
Portanto, um conjunto de correntes trifásicas pode gerar um campo magnético girante uniforme
no estator de uma máquina e um campo magnético girante uniforme pode gerar um conjunto de
tensões trifásicas em um estator como será analisado.
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2.5.2.1. A tensão eficaz em um estator trifásico
A tensão de pico em qualquer uma das fases de um estator trifásico desse tipo é
(2-62)
Como , essa equação também pode ser escrita como
(2-63)
Portanto, a tensão eficaz (RMS) de qualquer uma das fases desse estator trifásico é
(2-64)
√
√ ( )
( ) (2-66)
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( ⃗) (2-67)
( ⃗) (2-67)
: Uma máquina CA simplificada, com distribuição senoidal de fluxo no estator e uma bobina com
espira única de fio montada no rotor. Fonte: Stephen J. Chapman – Fundamentos de Máquinas Eléctricas- 5ª.
Edição.
O conjugado no condutor é
=( ) (2-68)
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= anti-horário
Portanto, o conjugado na bobina do rotor é
= anti-horário (2-69)
A Equação (2-69) pode ser expressa de forma mais conveniente examinando a Figura 2-18 e
observando dois factos:
A corrente i que flui na bobina do rotor produz ela própria um campo magnético. O
sentido do valor de pico desse campo magnético é dado pela regra da Mão direita e a
magnitude da intensidade de campo magnético é diretamente proporcional à corrente
que flui no rotor:
(2-70)
: As componentes de densidade de fluxo magnético no interior da máquina da Figura 2-17. Fonte:
Stephen J. Chapman – Fundamentos de Máquinas Eléctricas- 5ª. Edição.
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(2-71)
( )= (2-72)
Combinando essas duas observações, o conjugado na bobina do rotor pode ser expresso como
= anti-horário (2-73)
Em que K é uma constante que depende da construção da máquina. Observa-se que tanto
a magnitude como o sentido do conjugado podem ser expressos pela equação
= (2-74)
Por fim, como = essa equação pode ser expressa também como
= (2-75)
A Equação (2-75) é precisamente a mesma Equação (3-20), que foi deduzida para o caso
de uma única espira em um campo magnético uniforme. Ela pode ser aplicada à qualquer
máquina CA, não somente ao rotor de espira única. Apenas a constante k será diferente de
= (2-76)
Assim, o conjugado induzido também pode ser expresso como um produto vectorial de e ,
=K (2-76)
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2.7. Fluxo e Perdas de potência em máquinas CA
Os geradores CA recebem potência mecânica e produzem potência eléctrica, ao passo que
motores CA recebem potência eléctrica e produzem potência mecânica. Em Ambos os casos,
nem toda a potência que entra na máquina aparece de forma útil no outro extremo há sempre
alguma perda associada com o processo.
FIGURA 2-19: Gráfico da vida média da isolação versus a temperatura do enro- amento para várias classes de
isolação. (Cortesia da Marathon Electric Company.). Fonte: Stephen J. Chapman – Fundamentos de Máquinas
Eléctricas- 5ª. Edição.
(2-77)
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Há diferença entre a potência de entrada e a potência de saída de uma máquina correspondem às
perdas que ocorrem em seu interior.
Portanto,
(2-78)
(2-79)
em que é a corrente que flui em cada fase da armadura e é a resistência de cada fase da
armadura. As perdas no cobre do rotor (PCR) de uma máquina CA síncrona (as máquinas de
indução serão consideradas separadamente e são dadas por:
(2-80)
Perdas no Núcleo. As perdas no núcleo (ou no ferro) se dão por histerese e por corrente parasita
que estão presentes no metal da máquina. Elas variam com o quadrado da densidade de fluxo
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( ) e, para o estator, com a potência 1,5 da velocidade de rotação dos campos magnéticos
( )
Perda Mecânicas. As perdas mecânicas em uma máquina CA são as perdas associadas aos
efeitos mecânicos. Há dois tipos básicos de perdas mecânicas: atrito e ventilação. Perdas por
atrito são causadas pelo atrito dos rolamentos da máquina, ao passo que as perdas por ventilação
são causadas pelo atrito entre as partes móveis da máquina e o ar contido dentro da carcaça da
máquina. Essas perdas variam com o cubo da velocidade de rotação da máquina. As perdas no
núcleo e as perdas mecânicas de uma máquina são frequentemente reunidas e denominadas
simplesmente perdas rotacionais a vazio da máquina. Quando a máquina está operando a vazio,
toda a potência que entra na máquina é utilizada inteiramente para suplantar tais perdas.
Portanto, se medirmos a potência de entrada do estator de uma máquina CA, que está actuando
como um motor a vazio, poderemos obter um valor aproximado dessas perdas.
Perdas suplementares são aquelas que não podem ser colocadas em nenhuma das categorias
anteriores. Não importando quão cuidadosa é a análise das perdas, algumas delas sempre
escapam e não são incluídas em nenhuma das categorias anteriores. Todas essas perdas reunidas
constituem o que se denomina perdas suplementares. Para a maioria das máquinas, as perdas
suplementares são consideradas por convenção como representando 1% da carga total.
(2-81)
37
e uma quantidade equivalente de potência eléctrica é gerada. Entretanto, essa não é a potência
que aparece nos terminais da máquina, antes de chegar aos terminais, as perdas eléctricas ( )
devem ser subtraídas. No caso de motores CA, esse diagrama de fluxo de potência é
simplesmente invertido. O diagrama de fluxo de potência de um motor está mostrado na Figura
2-20.
Figura 2-20: (a) O diagrama de fluxo de potência de um gerador CA trifásico. (b) O diagrama de fluxo de potência
de um motor CA trifásico. .). Fonte: Stephen J. Chapman – Fundamentos de Máquinas Eléctricas- 5ª. Edição.
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(2-82)
em que é a tensão a vazio (sem carga) nos terminais do gerador e é a tensão a plena carga
nos terminais do gerador. É uma medida rudimentar da forma da curva característica de tensão
versus corrente do gerador - uma regulação de tensão positiva significa uma característica
descendente e uma regulação de velocidade negativa significa uma característica ascendente.
Uma RT pequena é “melhor” no sentido de que a tensão nos terminais do gerador é mais
constante com as variações de carga.
De modo similar, os motores são frequentemente comparados entre si pelo uso de uma
figura de mérito denominada regulação de velocidade. A regulação de velocidade (RV) é uma
medida da capacidade de um motor de manter constante a velocidade no eixo quando a carga
varia. Ela é definida pela equação
(2-83)
ou
(2-84)
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2.8. Simulação de um gerador síncrono de imãs permanentes usando Matlab simulink
Figura 2.21: Simulação de um gerador síncrono de imãs permanentes usando Matlab simulink
40
Está apresentado um circuito projectado no Matlab Simulink, de uma máquina de corrente alternada, particularmente um Gerador
síncrono de imãs permanentes
onde:
É um subsistema de Geração de tensão alternada, constituído internamente pelas bobinas trifásica, pela fonte de corrente continua que
cria o campo magnético e equipamentos de medição, como mostra a figura a baixo:
41
Figura 2.23: Parte interna do Subsistema de geração
42
Figura 2.24: Parâmetros do bloco de funções: abc a dq0
Executa a transformação de um sinal trifásico (abc) para um quadro de referência rotativo dq0. A posição angular da estrutura rotativa
é dada pela entrada .
Realiza uma transformação inversa de um quadro de referência rotativo dq0 para um sinal trifásico (abc). A posição angular da
estrutura rotativa é dada pela entrada .
43
Figura 2.26: Parâmetros do bloco de funções: Mux
Multiplica ou divide as entradas. Escolhe elemento a elemento ou produto de matriz e especifica a operação.
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Figura 2.28. Scope
Mostra o sinal discreto de saída, da tensão em função do tempo. O sinal de saída é ilustrado na Figura 2.30.
Mostra o sinal sinusoidal das três fases de saída, em função do tempo. O sinal de saída é ilustrado na Figura 2.31.
45
Figura 2.30: Sinal Discreto de saída
46
Figura 2.31: sinal das sinusoidais de Saída
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3. Conclusão
Com a realização deste trabalho, chegou-se a conhecer que, num campo eléctrico em
torno de um material condutor cria um campo eléctrico e um campo magnético variável em torno
de um material condutor induz uma tensão neste condutor, e é na base destes dois fenómenos que
se assenta o princípio de funcionamento das máquinas eléctricas. Em particular, num sistema
trifásico de correntes, fornecidas a um conjunto de três bobinas distanciadas de 120 graus
eléctricos entre si em um estator, produzirá um campo magnético girante uniforme dentro do
estator. O sentido de rotação do campo magnético pode ser invertido simplesmente trocando
entre si as conexões de duas das três fases. Inversamente, um campo magnético girante produzirá
um conjunto de tensões trifásicas no interior de um conjunto de bobinas como essas.
Foi também visto que, os tipos de perdas que ocorrem nas máquinas CA são: perdas
eléctricas ou no cobre (efeito Joule), perdas no núcleo, perdas mecânicas e perdas suplementares.
Cada uma delas foi descrita neste capítulo, juntamente com a definição de eficiência total de uma
máquina.
50
4. Bibliografia
DEL TORO, Vincent: Electric Machines and Power Systems, Prentice-Hall, Englewood Cliffs,
N.J., 1985.
DE SEIXAS, Falcondes José Mendes e FERNANDES, Rodolfo Castanho - Máquinas Eléctricas
II – 2ª. Edição -2012.
CHAPMAN, Stephen J. – Fundamentos de Máquinas Eléctricas, Mc Graw Hill-AMDH Editora
Ltda- 5ª. Edição-2013.
51