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Universidade Federal do Acre

Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas


Bacharelado em Engenharia elétrica
Disciplina de Laboratório de Conversão de Energia

Galvanômetro de Ponteiro Central e Indutor

Higor Silva Prudêncio

Rio Branco - AC, Agosto de 2022.


Higor Silva Prudêncio

Galvanômetro de Ponteiro Central e Indutor

Relatório da disciplina de Laboratório de Con-


versão Eletromecânica de Energia do curso
de Engenharia Elétrica da UFAC, como requi-
sito parcial para avaliação. Professora da dis-
ciplina: Ma Vivyane Alencar Marques Araújo
do Nascimento Medeiros

Rio Branco - AC
Agosto de 2022.
Sumário

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

2 GALVANÔMETRO DE PONTEIRO CENTRAL . . . . . . . . . . . 2


2.1 Princípio de funcionamento do Galvanômetro . . . . . . . . . . . . . 3

3 INDUTOR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3.1 Constituição e tipos de indutores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3.1.1 Núcleo de ar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3.1.2 Núcleo ferromagnético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3.1.3 Núcleo de ferrite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.1.4 Núcleo laminado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.1.5 Bobinas toroidais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.2 Aplicações dos indutores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1

1 Introdução

Este trabalho acadêmico tem como objetivo discutir as características principais


do galvanômetro de ponteiro central e dos indutores. De forma sucinta, buscou-se relatar
o princípio de funcionamento destes dispositivos, composição e aplicações no dia a dia.
Quando uma carga elétrica puntiforme, com certa velocidade, é lançada em uma
região onde existe um campo magnético, dependendo da orientação do vetor indução
magnética, veremos que a carga fica sujeita a uma força magnética também chamada de
força de Lorentz. Sendo assim, quando essa carga é lançada em um campo magnético ela
pode assumir no interior do campo diversos tipos de movimento, conforme a direção de
sua velocidade em relação ao campo magnético.
Se porventura colocarmos um fio condutor retilíneo imerso em um campo magnético
veremos que esse fio também fica sujeito a uma força magnética. O que podemos perceber
dessa interação é que a força magnética que atua em um condutor percorrido por uma
corrente elétrica, quando colocado em um campo magnético, é utilizada em uma grande
variedade de aparelhos, como motores, amperímetros, voltímetros e galvanômetros.
A maioria dos motores elétricos que nos deparamos em nosso cotidiano tem como
princípio de funcionamento o efeito de rotação das forças que atuam em espiras colocadas
em um campo magnético. Basicamente, o princípio dos motores elétricos consiste em um
condutor com formato retangular que pode girar em torno de um eixo fixo.
Muitos aparelhos elétricos que fazem uso desse princípio de funcionamento funcio-
nam na verdade como medidores eletromagnéticos, como é o caso do galvanômetro. Um
medidor eletromagnético, galvanômetro, funciona com base no efeito de rotação que os
campos magnéticos provocam nas espiras, conduzindo corrente elétrica.
Já o indutor, que também é chamado de solenoide ou bobina, é um componente
enrolado em forma de bobinas. Uma característica desse componente é a sua capacidade
de produzir campo magnético quando a corrente elétrica está em circulação nas bobinas.
Porém, o indutor que gera esse campo magnético possui uma bobina enrolada sem
núcleo (ou núcleo de ar). Mas, se colocarmos outros materiais em seu interior podemos
obter outros tipos de indutores com outras finalidades.
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2 Galvanômetro de Ponteiro Central


A partir dos conhecimentos obtidos através dos estudos da corrente elétrica e
também do efeito magnético que ela produz, foi possível construir diversos aparelhos
elétricos que hoje vemos em nosso cotidiano. Alguns desses aparelhos elétricos funcionam
como aparelhos de medidas de grandezas eletromagnéticas.
Basicamente, um medidor dessa grandeza tem como princípio de funcionamento
um eletroímã fixado a um eixo que pode girar. Um ponteiro é preso a esse eixo e um ímã
permanente é colocado próximo ao eletroímã fixo à carcaça.
Sabemos que quando uma corrente elétrica percorre um eletroímã, ele produz à
sua volta outro campo magnético, havendo, então, uma superposição de um campo com o
campo criado pelo ímã na região. Dessa forma, a força magnética de interação entre o ímã
permanente e o eletroímã moverá este último por estar fixado ao eixo móvel, deslocando
consigo o ponteiro.
Como a intensidade da força magnética depende do valor da corrente elétrica,
quanto maior for a corrente elétrica, mais o ponteiro gira. Ao girar, o eletroímã comprime
uma mola de formato espiral, assim o ponteiro estabiliza-se quando as forças magnética e
elástica se equilibram. Em função dos materiais utilizados e da forma como são construídos,
esses aparelhos são muito sensíveis, podendo registrar a passagem de correntes elétricas de
baixa intensidade.
O conjunto, funcionando dessa maneira, é denominado galvanômetro. Essa estrutura
é encontrada em todos os medidores elétricos que utilizam ponteiros, como indicadores
de temperatura e de combustível em automóveis, de nível sonoro em aparelhos de som,
medidores de tensão e corrente elétrica (voltímetros e amperímetros).
Quando um galvanômetro é utilizado para medir a corrente elétrica em um circuito,
o fio do eletroímã deve ser conectado a ele em série. Para correntes muito intensas, capazes
de danificar o delicado fio de cobre do eletroímã, um resistor deve ser conectado em paralelo
ao galvanômetro.
Para medir a tensão em um circuito, o eletroímã deve ser conectado a ele em paralelo.
Assim, para que apenas uma pequena parte da corrente elétrica atinja o eletroímã, este
deve ser conectado em série a um resistor de alta resistência.
Capítulo 2. Galvanômetro de Ponteiro Central 3

Figura 1 – Galvanômetro de ponteiro central

2.1 Princípio de funcionamento do Galvanômetro


O galvanômetro é um instrumento eletromecânico que é, basicamente, um medidor
de corrente elétrica de pequena intensidade. Existem basicamente dois tipos de galvanô-
metros, que são os galvanômetros do tipo bobina móvel e do tipo ferro móvel. De modo
geral ambos os tipos de instrumentos baseiam-se na interação entre a corrente elétrica
que circula em um condutor que está imerso em um campo magnético. O resultado desta
interação é um torque que atua no condutor.
Existem dois tipos de galvanômetros de ferro móvel: o de atração e o de repulsão.
Eles possuem basicamente a mesma construção, porém diferem no princípio que gera o
movimento do ponteiro. O de atração tem o ferro móvel atraído pelo campo magnético
gerado pela bobina. Já o de repulsão, tem o ferro móvel repelido pelo fixo, pois o mesmo
campo magnético é induzido em ambos.
Capítulo 2. Galvanômetro de Ponteiro Central 4

Figura 2 – Galvanômetro de ferro móvel

O galvanômetro de ferro móvel da Figura 2 é composto de: mola fixa (1), parte
móvel conectada ao ponteiro (2), elemento de ferro magnético móvel (3) e bobina fixa que
recebe a corrente a ser medida (4). O funcionamento do galvanômetro de ferro móvel é
como segue: na bobina de excitação (4) é aplicada a corrente a ser medida; o material
ferroso, sobre o qual a bobina é enrolada é fixo; quando uma corrente circula na bobina, o
material ferroso transformase num eletro imã gerando um campo magnético, que aparece
ao redor e por dentro do tubo. Este campo magnético provoca o movimento da parte
móvel (3) que é inserida dentro da parte fixa, tendo liberdade de girar em seu interior.
A parte de ferro móvel (3) é acoplada a um ponteiro que gira na frente de uma escala
graduada e a estrutura deste ponteiro é preso a uma mola fixa (1) para amortecimento.
Desta forma, quando a corrente é aplicada à bobina de excitação, provocará o giro do
ponteiro até o ponto em que a força aplicada ao ferro móvel for equilibrada pela reação
da mola. Neste ponto o ponteiro para e a leitura poderá ser feita. Quando a corrente é
retirada da bobina de excitação, a mola exercerá uma força no ponteiro, trazendo-o de
volta à origem. O galvanômetro de ferro móvel é pouco usado, por ser menos sensível e
possuir baixa classe de exatidão quando comparado com o de bobina móvel, mas possui as
vantagens de ser mais barato, mais robusto, e funcionar tanto com corrente contínua como
com corrente alternada. É comum encontrá-los nos painéis de geradores elétricos.
Capítulo 2. Galvanômetro de Ponteiro Central 5

Figura 3 – Galvanômetro de Bobina Móvel

O funcionamento do galvanômetro de bobina móvel da Figura 3 é como segue: uma


bobina de fio muito fino é enrolada em um núcleo de ferro e presa em um eixo que permite
esta bobina se movimentar livremente. O conjunto é fixado no entreferro de um imã fixo
de campo magnético permanente. Quando circula corrente elétrica pela bobina, se forma
um campo magnético que interage com o campo do ímã, ou em outras palavras, aparece
uma força magnética na bobina causada pela interação da corrente elétrica e o campo
magnético externo. Nesta situação a força causa um giro ou torque na bobina, movendo
o ponteiro, ou agulha, sobre uma escala graduada. O ponteiro deve deslocar-se até um
ponto em que a força aplicada a bobina seja equilibrada pela reação da mola. Neste ponto
o ponteiro para e a leitura poderá ser feita.
Quando a corrente é retirada da bobina móvel, a mola exercerá uma força no
ponteiro, trazendo de volta à origem. Conhecendo a função que relaciona a posição
angular do ponteiro com a intensidade da corrente que circula na bobina, é possível
calibrar a escala do instrumento de modo a transformá-lo em um medidor de corrente.
Através de circuitos apropriados, o galvanômetro pode ler outras grandezas elétricas, como
tensão contínua, tensão alternada e resistência. Devido a sua exatidão, versatilidade e
aplicabilidade em diversos equipamentos analógicos de medidas elétricas será dado enfoque,
nas próximas seções, no desenvolvimento da expressão matemática que relaciona a corrente
e o deslocamento angular em instrumentos de bobina móvel.
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3 Indutor
A indução eletromagnética é um fenômeno causado por um campo magnético e gera
corrente elétrica. Em uma área delimitada por um determinado condutor que sofre variação
no de fluxo de indução magnética é criado entre seus terminais uma força eletromotriz
(fem) ou tensão. Caso seus terminais estiverem ligados a um aparelho elétrico irá gerar
corrente, chamada corrente induzida. A indutância é a grandeza física relacionada aos
indutores, representada pela letra L e medida em Henry (H). É um parâmetro que relaciona
a tensão induzida no campo magnético e a corrente responsável pelo surgimento deste
campo. A tensão nos terminais do indutor é proporcional a corrente que nele passa.
O indutor, também chamado de solenoide ou bobina, é um dispositivo elétrico
passivo, capaz de armazenar energia criada em um campo magnético formado por uma
corrente alternada (CA). Este componente é usado em circuitos elétricos, eletrônicos e
digitais, para armazenar energia através de um campo magnético. Indutores são usados
para impedir variações de corrente elétrica, para formar um transformador e também em
filtros que excluem sinais em alta frequência, os filtros do tipo passa baixa.
Ao ler estas definições, concluímos que os indutores e os capacitores tem por comum
a capacidade de armazenar energia. Assim como os capacitores, os indutores se opõem a
corrente alternada.

Figura 4 – Exemplo de indutor


Capítulo 3. Indutor 7

A propriedade física mais importante dos indutores é a chamada indutância (repre-


sentada pela letra L), que significa, basicamente, a capacidade que uma bobina possui de
armazenar energia sob a forma de campo magnético.
Toda vez que uma corrente elétrica passa por um fio condutor metálico existe a
criação de um campo magnético em seu redor. Quando esse fio está enrolado em forma
de espiral (várias voltas em torno de um eixo), como no caso dos indutores, essas linhas
tornam-se unidirecionais e apontam para um mesmo sentido.
E é por essa razão que os indutores são capazes de armazenar energia: devido a uma
diferença de potencial entre os polos da bobina, a qual gera uma corrente alternada que,
ao passar pelo dispositivo, gera um campo magnético capaz de armazenar uma quantidade
maior ou menor de energia, a depender da indutância e de outras características da bobina,
tais como:

• Raio da bobina;

• Número de voltas;

• Permeabilidade do núcleo;

• Condutibilidade do fio metálico.

3.1 Constituição e tipos de indutores


A constituição dos indutores é muito simples e se resume em, basicamente, duas
partes: um espiral feito em material condutor, geralmente cobre, envolto em um núcleo de
material magnético que impulsiona a indutância do dispositivo.
As características variáveis das bobinas incluem o tipo de metal, o número de voltas
da espira e o material da parte central. Diferentes tipos de núcleo constituem diferentes
tipos de indutores.

Figura 5 – Constituição do indutor


Capítulo 3. Indutor 8

Como dito anteriormente, o modelo de indutor depende principalmente do material


que se tem no núcleo da bobina. Cada tipo possui propriedades específicas que interferem
nas aplicações do dispositivo dentro dos circuitos.A seguir, confira os principais tipos de
indutores utilizados.

3.1.1 Núcleo de ar
Esse tipo de indutor não possui nenhum material físico em seu núcleo, somente
o ar, que é um ótimo isolante. Por esse motivo, os indutores com núcleo de ar possuem
perdas baixas para outros tipos de energia (como a térmica), o que resulta em uma alta
frequência, mas uma baixa indutância, uma vez que a ausência de núcleo magnético não
gera nenhum impulso indutor.

Figura 6 – Indutor com núcleo de ar

3.1.2 Núcleo ferromagnético


Diferentemente do modelo anterior, os indutores com núcleo ferromagnético possuem
alta indutância, graças à constituição do material no qual a espira está envolta. Da mesma
forma, uma alta indutância representa uma perda de energia maior – o que não significa,
no entanto, que não seja um modelo de bobina eficiente.

Figura 7 – Indutor com núcleo ferromagnético


Capítulo 3. Indutor 9

3.1.3 Núcleo de ferrite


O ferrite é uma espécie de cerâmica ferromagnética resistente, isolante e eficiente em
organizar campos magnéticos. Os indutores dessa espécie apresentam ótimo desempenho
em altas frequências, além de possuírem alta indutância e menos perdas, se comparados
aos modelos ferromagnéticos.

Figura 8 – Indutores com núcleo de ferrite

3.1.4 Núcleo laminado


Como o próprio nome sugere, o núcleo dos indutores laminados é formado por
lâminas de aço acrescidas de silício – que ajuda a conservar melhor a energia armazenada –
e revestidas por um verniz isolante, o qual minimiza as perdas e dissipações. É um modelo
muito eficiente cuja principal aplicação é em transformadores.

Figura 9 – Indutor com núcleo laminado

3.1.5 Bobinas toroidais


Por último, as bobinas toroidais costumam ser feitas em ferrite e possuem o formato
específico de rosca, que permite a circulação do campo magnético pelo indutor. O caminho
Capítulo 3. Indutor 10

fechado diminui consideravelmente as perdas energéticas, o que aumenta a indutância do


componente.

Figura 10 – Bobina toroidal

3.2 Aplicações dos indutores


São inúmeras as aplicações das bobinas em circuitos, sistemas e aparelhos que
vão desde os mais simples até os mais complexo. Dentre as principais áreas de aplicação
elétrica, eletrônica, digital e até mesmo robótica, podemos citar:

• Associação com capacitores para formar circuitos ressonantes;

• Processamento de sinais em circuitos analógicos;

• Recepções e transmissões de rádio e TV;

• Filtragem de radiofrequência;

• Redução de interferências eletromagnéticas em eletrodomésticos;


Capítulo 3. Indutor 11

• Filtro de linhas e carregadores de baterias;

• Quando associados de maneira adequada, dão origem aos transformadores.

Figura 11 – Exemplo de aplicação dos indutores


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4 Referências Bibliográficas
https://www.colegioweb.com.br/trabalhos-escolares/fisica/o-que-e-um-galvanometro.html
https://www.preparaenem.com/fisica/galvanometro-sua-utilizacao-como-medidor.htm
https://brasilescola.uol.com.br/fisica/galvanometro.htm
https://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/engenhariaeletrica/capitulo-2m edidas−
eletricasf abiobleao.pdf
https://www.ufrgs.br/amlef/2020/10/15/galvanometro-de-ferro-movel/
https://www.marciocunha.eti.br/como-funciona-um-galvanometro/
https://www.manualdaeletronica.com.br/indutor-o-que-e-funcionamento-tipos-aplicacoes/
https://www.mundodaeletrica.com.br/o-que-e-um-indutor/
https://blog.multcomercial.com.br/o-que-e-um-indutor-conheca-os-principais-tipos-
e-aplicacoes/
https://brasilescola.uol.com.br/fisica/galvanometro.htm

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