Você está na página 1de 46

Manual de Introdução ao Estudo da

Instrumentação de Electricidade

Rui Salvador
CENFIM
(Pólo de Lisboa)

TÉCNICAS DE MEDIDA

INSTRUMENTAÇÃO

DE

ELECTRICIDADE

Rui Salvador
ÍNDICE
ÍNDICE .................................................................................................................................................... 1
1. O MULTÍMETRO ....................................................................................................................... 3
2. O GALVANÓMETRO.................................................................................................................... 4
2.1 – Funcionamento........................................................................................................................ 4
2.2 – Sensibilidade ........................................................................................................................... 5

3. MULTÍMETRO PROPRIAMENTE DITO..................................................................................... 5


3.1 - Esquemas Base Dum Multímetro ............................................................................................ 5
3.2 - Função Ampére ....................................................................................................................... 7
3.3. - Função Volt ............................................................................................................................ 7
3.4. - Sensibilidade Dum Multímetro .............................................................................................. 8

4. ESCALAS DOS AMPERÍMETROS E VOLTÍMETROS.............................................................. 9

5. MULTÍMETRO SIMPSON 260...................................................................................................... 9


5.1 - Comandos Terminais e Indicadores ...................................................................................... 10
5.2 - Medições de Corrente D.C. ................................................................................................... 10
5.3 - Medições de Corrente A.C. ................................................................................................... 11
5.4 - Medições de Tensão D.C....................................................................................................... 11
5.5 - Medições de Tensão A.C....................................................................................................... 11

6. OHMÍMETRO............................................................................................................................... 11
6.1 - Constituição do Ohmímetro Básico....................................................................................... 12
6.2 - Ajustamento do Zero ............................................................................................................. 14
6.3 - Algumas Aplicações .............................................................................................................. 14

7. MEGOHMÍTMETRO.................................................................................................................... 16
7.1 - Resistência de Isolamento ..................................................................................................... 16
7.2 – Aplicações............................................................................................................................. 18

8. WATTTÍMETRO ELECTRODINÂMICO................................................................................... 21
8.1 — Generalidades...................................................................................................................... 21

9. PONTAS VOLTIMÉTRICAS....................................................................................................... 22
9.1 — Generalidades...................................................................................................................... 22
9.2 - Precauções ............................................................................................................................. 23

1
10. PINÇAS AMPERIMÉTRICAS (AMP/CLAMP)........................................................................ 24
10.1 — Introdução ......................................................................................................................... 24
10.2 - Constituição......................................................................................................................... 25
10.3 - Funcionamento .................................................................................................................... 25

11. MULTÍMETRO DIGITAL FLUKE SÉRIE 170......................................................................... 26

12. FREQUENCÍMETROS............................................................................................................... 29
12.1 – Generalidades...................................................................................................................... 29
12.2 — Frequencímetro de Lâminas Vibrantes ............................................................................. 30

13. FASÍMETROS............................................................................................................................. 31
13.1 - Definição do Factor de Potência.......................................................................................... 31
13.2 - Vantagem dos Fasímetros.................................................................................................... 32
13.3 FASÍMETRO TRIFÁSICO TIPO AK-3 ............................................................................... 32

14. CONTADOR DE ENERGIA ...................................................................................................... 33


14.2 ALGUNS CONTADORES DE ENERGIA .......................................................................... 34
14.3 – O Contador de Energia de Indução Monofásico................................................................. 34
14.4 - Contador de Energia de Indução Trifásico.......................................................................... 36

15. OSCILOSCÓPIO......................................................................................................................... 36
15.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 36
15.2 CARACTERÍSTICAS DOS RAIOS CATÓDICOS ............................................................. 37
15.3 O TUBO DE RAIOS CATÓDICOS (TRC) .......................................................................... 38
15.4 O OSCILOSCÓPIO COMO VOLTÍMETRO ELECTRÓNICO .......................................... 39

16. TERMOGRAFIA......................................................................................................................... 40

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................... 42

RECURSOS NA WORLD WIDE WEB ........................................................................................... 43

2
1. O MULTÍMETRO

GENERALIDADES
O multímetro um aparelho de medida capaz de medir mais que uma grandeza eléctrica. Nos casos mais vulgares
o mesmo instrumento, dotado de circuitos montados adequadamente no interior da sua caixa, pode servir como
amperímetro, voltímetro e ohmímetro. Em todas estas funções tem vários alcances os quais se conseguem
através de comutações apropriadas.

3
2. O GALVANÓMETRO

2.1 – Funcionamento

O galvanómetro o elemento fundamental dum aparelho de medida. Ele detecta a passagem e sentido da corrente
eléctrica. Alguns autores preferem chamar-lhe elemento sensível ou instrumento.
O funcionamento em que se baseia o elemento sensível define o tipo de INSTRUMENTO.

TIPO DE INSTRUMENTO (Efeito em que se baseia)


MUITAS VEZES, ESTA INSCRIÇÃO VEM EXPRESSA NO MOSTRADOR
1 - Magneto eléctrico (Quadro móvel).
2 - Electromagnético (Ferro móvel).
3 - Electrodinâmico (Sem ferro, com ferro)
4 - De indução
5 - Térmico de dilatação

Os instrumentos de quadro móvel são os mais utilizados nos multímetros. O seu funcionamento é baseado nos
efeitos magnéticos da corrente eléctrica (acção dum íman sobre uma bobine). Têm uma grande sensibilidade e
só pouco influenciados por campos magnéticos externos e por variações de temperatura.

4
Uma bobine percorrida por corrente, quando mergulhada num campo magnético, mover—se—5 numa
determinada direcção até que as suas espiras fiquem paralelas s linhas de força do campo magnético.

A velocidade desse movimento depende da corrente aplicada à bobine. Para nós lermos o valor dessa corrente
ou dos seus efeitos teríamos que ler a velocidade do movimento, o que não é prático. Como solução utiliza-se
uma mola cuja acção é antagónica ao movimento da bobine. Quando o momento motor é igual ao momento
resistente a bobine pára e o ponteiro que lhe está solidário indica um valor numa escala graduada. A deflexão é
assim função da corrente que passa. A mola tem ainda a dupla função de fazer voltar a bobine (solidária com o
ponteiro) à posição de partida quando cessar a medição.

2.2 – Sensibilidade

A sensibilidade de um galvanómetro é o valor da corrente que origina a deflexão total. Por outras palavras, é a
corrente que leva o ponteiro até ao fim da escala.

3. MULTÍMETRO PROPRIAMENTE DITO

3.1 - Esquemas Base Dum Multímetro

O que faz deflectir o ponteiro de qualquer aparelho de medida é sempre a passagem de corrente. Todavia nós
podemos ler outras grandezas sem ser a corrente. Para tanto teremos que fazer as comutações necessárias e o
aparelho de medida “saberá relacionar a corrente que o atravessa com a grandeza que nós pretendemos medir. A
figura dá uma ideia de como se escolhe a função do multímetro.

5
6
3.2 - Função Ampéres

Na função amperes o multímetro fica em série no circuito com o terminal COMMON ligado a um dos lados e o
terminal escolhido (1000 mA, 100 mA 10 mA ou 1 mA) no outro lado. Sopunhamos que escolhemos a escala
de 10 mA. A corrente ao chegar ao comum tem dois caminhos conforme o esquema indica.

O elemento sensível pode ficar sozinho (escala 1 mA) ou pode ficar em série com R1 e ou com R1, R2 e R3.

3.3. - Função Volts

7
Na função volts o multímetro fica em paralelo com o circuito a testar. Se se escolher a escala 10 V a resistência
de 10 KΩ fica em série com o elemento sensível.

3.4. - Sensibilidade Dum Multímetro

A sensibilidade dum multímetro funcionando como voltímetro é dada em Ω/V e representa a


quantidade de volts, que aplicados à resistência interna do aparelho, dá origem a uma corrente que
obrigue o ponteiro a ter uma deflexão máxima. O voltímetro será tanto melhor quanto maior a re1ação
Ω/V. Esta relação para o mesmo voltímetro, tem valores diferentes para as funções voltímetro AC
(Alternate Current – Corrente Alterna) e voltímetro DC (Direct Current – Corrente Contínua).

8
4. ESCALAS DOS AMPERÍMETROS E VOLTÍMETROS

Nos amperímetros, uma maior corrente através do seu elemento sensível pro duz uma maior deflexão. Assim a
espaços iguais correspondem valores de corrente igual
Nos voltímetros uma maior voltagem provoca também uma maior corrente através do elemento sensível e por
conseguinte a espaços iguais correspondem também valores de voltagem igual.
A escala em ambos os casos uniforme ou linear.
Regra geral também comum ao voltímetro e amperímetro mas existem esca las diferentes para AC e DC.

5. MULTÍMETRO SIMPSON 260


O Simpson 260, tal como qualquer outro multímetro, além de outras grandezas mede corrente, voltagem e
resistência óhmica (Multímetro significa, multiplicidade de medidas).

9
5.1 - Comandos Terminais e Indicadores

1. Comutador – Selecciona as várias funções e dentro de cada função selecciona a escala adquada;
2. Terminal comum (+) e (–);
3. Terminais para medições de correntes AC (com terminal comum individualizado);
4. Terminais para medições de corrente D.C.;
5. Controlo para ajustamento do zero quando funciona como ohmímetro;
6. Mostrador onde se lêem as várias informações;
7. Zero mecânico para ajustar o zero quando no há qualquer sinal aplicado;

5.2 - Medições de Corrente D.C.

Este multímetro tem capacidade para medir correntes D.C. até 10 amperes. Todavia, através do comutador
deverá ser seleccionado para miliamperímetro ou amperímetro.

10
OPERAÇAO:
a) Como Miliamperímetro
- Coloca-se o comando na posição 50µA 1, 10, 100 ou 500 MA
- Ligam-se as pontas aos terminais (–) (Common) e 10µA
- A escala a utilizar é a 2 a contar de cima (côr Preta)

b) Como Amperímetro
- Coloca-se o comando na posição 10
- Liga-se uma ponta ao terminal (-) (common) e a outra aos terminais -10A e +10A
- A escala a utilizar é a 3 a contar de cima (côr Preta)

5.3 - Medições de Corrente A.C.

Este multímetro tem capacidade para medir corrente AC até 10 Amperes.

OPERAÇÃO:
- Coloca-se o comutador na posição AC. AMPS e liga-se o terminal preto ao jack “AC AMPS COMMON” e o
teminal encarnado ao jack 10AMP.

5.4 - Medições de Tensão D.C.

Mede tensões D.C. até 500 volts. O comutador deve actuar no sector com a inscriçio “Dc Volts” com seis
posições (2.5, 10, 50, 250 e 500). As duas pontas sio ligadas ao positivo (Encarnada) e negativo (Preta).

5.5 - Medições de Tensão A.C.

Mede tensões A.C. at 500 volts. O comutador deve actuar no sector com a inscriçio “AC Volts” com cinco
posições (2.5, 10, 50, 250 e 500).
As pontas so ligadas como em 5.4.

6. OHMÍMETRO

O OHMÍMETRO é um instrumento destinado a medir resistências eléctricas. A sua escala pode estar calibrada
em OHMS (Ω), KILOHMS (KΩ), MEGAOHMS (MΩ) e MILIOHMS (mΩ). (1 KΩ = l0.000Ω, 1 MΩ =
1000.000 e 1 mΩ = 1/1000Ω).

11
6.1 - Constituição do Ohmímetro Básico

O ohmímetro básico é constituído por:


- Miliamperímetro (mA)
- Fonte de tensão (E)
- Resistência fixa (R)
- Resisténcia variável de ajustamento (Rc)

Para calcular a corrente no circuito, quando se liga entre os terminais A e B uma resistência de valor
desconhecido, R, temos:

I = U / Rc + Rx + Ri + R

em que Ri é a resistência interna do aparelho de medida (e Ii a sua sensibilidade).


Da análise desta expressão se depreende que a escala de um ohmímetro não é linear, porque é calibrada em
função do valor de Rx e o denominador da expressão tem um valor igual à soma de uma constante (Rc + Ri +
R) com Rx.

12
Usando para teste vários valores padrão Rx, a escala fica calibrada. A totalidade da escala representa ∞
(infinito) e o zero é totalmente à direita, dado que a deflexão máxima se dá com as pontas curto-circuitadas (Rx
= O).
A escala do ohmímetro depende, em primeiro lugar, da sensibilidade do miliamperímetro e em segundo lugar
do valor de U ou resistência total quando Rx = O.

Podem ser obtidas vàrias escalas de leitura com o mesmo miliamperímetro, pela alteração simultânea dos
valores de U e R.

EXEMPLO:

- Para um miliamperímetro com as seguintes características:

- Sensibilidade = 1 mA
- Ri = 1 KΩ
- Pilhas de 3 V

Então: l mA= 3V / 3KΩ

Como Ri = 1 KΩ, temos: Rc + R = 2 KΩ

Para medições de Rx até 500 Ω, por vezes utiliza-se uma montagem de modo que Rx fique em paralelo com o
miliamperímetro, que se chama ohmímetro paralelo, em oposição à montagem anterior designada por
ohmímetro série.

13
Urna vez que Rx está em paralelo com o miliamperímetro, quanto maior for o valor de R, maior será a
corrente através dele, sendo maior a sua deflexão. Uma característica deste tipo de arranjo é ter o zero
da escala à esquerda.

6.2 - Ajustamento do Zero

A resistência Rc tem uma função compensadora.


Quando a fonte de tensão envelhece, torna-se necessário proceder ao ajustamento do zero do aparelho.
Assim, actua-se no botão ZERO OKMS ADJUST (Rc), de modo a que quando se curto circuitam os
terminais A e B haja uma deflexão máxima na escala, o que corresponde à posição de Rx = 0.

ESTA OPERAÇÃO É NECESSÁRIA SEMPRE QUE SE UTILIZAM ESCALAS DIFERENTES DO


APARELHO, pois em cada escala o valor de R e U varia.

6.3 - Algumas Aplicações

Consideremos uma resistência não linear (por exemplo um díodo semicondutor). Quando pretendemos
testar esta resistência, as leituras cruzadas não são concordantes porque a sua característica U/I não é
linear.
Embora seja impraticável obter dados correctos quando se testam resistências não lineares com um
ohmímetro, poderemos ter indicações de falta ou não de continuidade. Por exemplo, se testarmos um
filamento de urna lâmpada com um ohmímetro, teremos a possibilidade de saber se ele esta ou não
queimado.
Se testarmos um diodo semicondutor, ficamos com a indicação da relação da resistência.

Conhecendo a polaridade dos terminais do ohmímetro, este teste serve para identificar o cátodo e o ânodo do
díodo.
Também se utiliza o ohmímetro para testar condensadores, nomeadamente para avaliar se há ou não fugas ou

14
curto circuitos. Deve efectuar-se a descarga dos condensadores nos circuitos antes de se lhe aplicar o aparelho
de medida.
Para condensadores que não sejam electrolíticos, coloca-se o selector na escala mais alta e ligam-se os terminais
de teste ao condensador: se este estiver bom, o ponteiro defecte ligeiramente e vai rapidamente à posição de ∞.
Para condensadores de pequenos valores o ponteiro deflecte ligeiramente e depois regressa rápidamente à
posição ∞ (infinito); para valores maiores a deflexão maior e o tempo que o ponteiro demora a regressar à
posição de ∞ é maior.
Se não se obtiver qualquer deflexão, teremos o condensador em aberto ou com uma pequena capacidade. Se se
obtiver uma def1exão máxima do ponteiro, teremos o condensador em curto-circuito.
Se se obtiver uma certa deflexão no ponteiro, poderemos concluir que há uma fuga.
A resistincia dos condensadores de papel deverá ser sempre superior a 50 MΩ por µ F e a de um condensador
de mica superior a 100 MΩ por µF.

Vejamos agora como testar um condensador electrolítico.


Coloca-se o ohmímetro na escala mais alta e ligam-se os terminais de teste ao condensador. DEVE-SE TER
ATENÇÃO À SUA POLARIDADE.

Observa-se uma grande deflexão do ponteiro e o seu retorno lento posição ∞, quando o condensador carrega.

Usualmente, obtêm-se leituras mesmo quando um condensador electrolítico esta completamente carregado.
Para um bom condensador que trabalha a 450 V DC, a leitura final do ohmímetro deve ser superior a 500 KΩ .
Para condensadores electrolíticos de baixa tensão deve ler-se pelo menos 100 KΩ.
Para quaisquer condensadores cuja tensão de trabalho seja do ordem dos KV, a leitura observada pode não nos
indicar o seu estado. Nestas condições o teste deve ser feito com um megaohmímetro.

PARA MEDIR RESISTÊNCIAS, QUALQUER QUE SEJA O MÉTODO UTILIZADO, ESTAS DEVEM
ESTAR DESLIGADAS DO CIRCUITO E ESTE COMPLETAMENTE DESALIMENTADO.

6.3.1 - Ohmímetro

a) Procedimento:
- Colocar o selector nos sectores “OHMS” e escolher a escala adequada.
- Colocar as pontas nos jaks (-) e (+)
- Aplicar as pontas no elemento a testar e efectuar a leitura.

15
7. MEGOHMÍTMETRO

7.1 - Resistência de Isolamento

Um dos testes mais importantes que se devem fazer às máquinas e outros equipamentos, é a medição do valor
da RESISTÊNCIA DE ISOLAMENTO.
A resistência de isolamento é a resistência óhmica do isolamento dos circuitos eléctricos entre si, e em relação à
estrutura metálica que os suporta, a que convencionalmente se chama MASSA - que se representa pelo símbolo

O valor da resistência de isolamento ALTA traduz um BOM ISOLAMENTO.


Uma resistência de isolamento FRACA traduz um ISOLAMENTO FRACO.

A resistência de isolamento tem normalmente valores muito grandes, da ordem dos MEGAOHMS não podendo
por conseguinte ser medida com os ohmímetros vulgares ou com os multímetros.

A banda de resistências do Megger estende-se normalmente de 0 a 1000 MΩ ou mais.

O “MEGGA” é o INSTRUMENTO utilizado para os TESTES DE ISOLAMENTO.

É um instrumento PORTÁTIL como se pode observar na figura, contendo um GERADOR MANUAL,


accionado por uma manivela, e um mostrador com UMA ESCALA PARA LEITURA.

No lado oposto manivela tem dois ou mais bornes para ligação das PONTAS DE PROVA.

O “MEGGA” compõem-se de duas partes principais:

16
UM GERADOR DE C.C. (Corrente Contínua) ACCIONADO MANUALMENTE e que pode fornecer entre
500 e 2000 V e um ELEMENTO SENSÍVEL.

Quando se opera a manivela do Megger, o gerador DC produz um potencial de 500 V DC com a polaridade
indicada, fornecendo uma corrente de electrões que sai do terminal (-) do gerador, atravessa a bobina de tensão,
passa na resistência R2, de valor elevado, e regressa ao terminal (+) do gerador. O campo magnético formado
pela bobina de tensão reage com o campo criado pelo íman permanente, de tal modo que o ponteiro se desloca
no sentido contrário aos ponteiros de um relógio. Sem nenhum elemento a testar ligado ao instrumento só passa
a corrente descrita e o ponteiro indica resistência infinita na escala.

Colocando uma resistência desconhecida entre os terminais LINE (LINHA) e GROUND (TERRA), o campo
magnético criado pela bobina de corrente tende a mover a bobina e o ponteiro no sentido do movimento dos
ponteiros de um relógio. Se essa resistência for extremamente baixa, a maior parte da corrente atravessa a
bobina de corrente e o ponteiro move-se para zero na escala; se o valor da resistência aumentar, o ponteiro
move-se de zero para infinito.

17
Este instrumento é diferencial porque a posição do ponteiro é determinada pela diferença entre as duas forças:
uma tende a mover o ponteiro para zero e outra para infinito, O sistema atinge o equilíbrio quando as duas
forças estiverem balançadas, dependendo da resistência desconhecida.
O ANEL DE GUARDA (GUARD RING) é usado para medições de altas resistências. É um anel metálico
envolvendo o terminal de linha e as placas metálicas onde estão montadas as resistências R1 e R2.

Este circuito evita correntes de fuga ao longo da superfície dos isolamentos do aparelho, as quais
podem afectar as leituras. As correntes de fuga são curto-circuitadas para o terminal (-) e não passam
nas bobinas.

7.2 – Aplicações

Antes de ligar o MEGGER ao equipamento a testar deve desligar-se a alimentação deste.


Observe a figura seguinte:

18
Pretende-se medir a resistência de isolamento dos enrolamentos de um pequeno motor elétrico. Os
terminais de linha do motor desligam-se; o terminal de terra do Megger liga-se à carcassa do motor e o
teminal de linha é ligado a cada terminal do enrolamento por sua vez.

NOTAS SOBRE A RESISTÊNCIA DE ISOLAMENTO EM GERADORES DE CORRENTE


ALTERNADA

É importante a verificação das condições de isolamento de qualquer alternador, antes do início da


operação.
A existência de curto circuitos ou de enrolamentos em contacto com a massa, provocara avaria no
gerador.
Caso as mquinas tenham que permanecer durante períodos extensos sem funcionar, aconselhável a
verificação da resisténcia de isolamento (RI) a intervalos regulares.

Esta verificação é efectuada com um MEGGER de 500 V, para as máquinas de serviço vulgares.
Em nenhum caso deverá ser usado um MEGGER de mais de 500 V para máquinas vulgares.

Na prova de RI dos circuitos de excitação usando semicondutores e em presença de reguladores de tensão


electrónicos, devem ser os enrolamentos desligados destes circuitos, de modo a não provocar avarias nos
componentes em causa.

Nas máquinas de uso comum (até 600 V nominais), não deverá ser permitido o funcionamento com uma RI
inferior a 0,5 Megaohms.

Deve-se ter em atenção que, mesmo em casos em que se tenham obtido valores satisfatórios antes de iniciar o
funcionamento da máquina, a RI pode atingir valores bastante mais baixos, e até perigosos, caso haja humidade
nos enrolamentos. Esta situação verifica-se normalmente após um pequeno período inicial de funcionamento.

Caso a RI se apresente baixa, deverá promover-se o aquecimento da máquina utilizando uma lâmpada de
incandescência ou irradiadores, acompanhando a evolução da RI e verificando se de facto o procedimento
resulta.

Trata-se de um procedimento expedito para o caso de máquinas que não disponham de aquecimento interior
próprio.

Os elementos de aquecimento não devem provocar carbonização dos enrolamentos e deverá promover-se uma
ventilação suficiente para a remoção do ar húmido.
Para valores muito baixos da RI, deverá utilizar-se a máxima cautela nas fases iniciais, sendo preferível a
aplicação de aquecimento apenas no exterior até se conseguirem valores da ordem dos l0.000 Ohms,

19
continuando depois um aquecimento interior.
Não deve elevar-se a temperatura da máquina a valores superiores a 659 ou 709º C para não danificar
rectificadores e isolamento.

Alguns tipos de “megger” servem para testar se uma determinada terra é ou não perfeita. Possuem três
terminais: um, liga ao eléctrodo a testar, e os outros dois (um de corrente e outro de tensão) ligam-se a espigões
de cobre que se espetam na terra a distâncias variáveis. O terminal de tensão ficará sempre à mesma distância
do electrodo a testar e o terminal de corrente pode atingir distâncias até 45 metros. O terminal a ser testado pode
ser o neutro de um sistema trifásico se estiver ligado à terra ou ainda o neutro de um sistema de distribuição a
dois fios. Para que este cabo cumpra a sua missão, deve ter uma baixa resistência em relação à terra embora ela
varie com os vários tipos de solo e até mesmo com as condições climatéricas. Para testes desta natureza,
aconselha-se que se sigam as instruções do manual do equipamento.

COMO REGISTAR OS RESULTADOS

Todos os testes deverão ser registados para fácil consulta no futuro.

Toda a máquina ou equipamento deve ser sujeito a testes deste género, de vez em quando e as leituras devem
ser comparadas umas com as outras.

EXEMPLO:

Se um motor durante largos meses foi dando a indicação de uma resistência de isolamento entre 4 MΩ e 5 MΩ
e num dado dia apresenta somente 1 MΩ, é aconselhável que se lhe passem a fazer testes mais frequentemente,
a fim de nos assegurarmos se existe algum problema.

Por outro lado, se os resultados prévios tivessem sido entre 1 MΩ e 2 MΩ , não é necessária uma atenção
especial dado que esta resistência de isolamento é, em muitos casos, perfeitamente aceitável.

20
De qualquer modo, a resistência de 1 MΩ é aceitável na maioria dos casos.

Convém ter sempre bem presente o seguinte:


UM MEGGER NAO É SÓ UM INSTRUMENTO PARA DETECTAR ONDE EXISTEM PROBLEMAS,
MAS TAMBÉM PARA EVITAR QUE ELES ACONTEÇAM.

NOTA:
Alguns “Megger” têm duas escalas, sendo uma para medir a resistência de isolamento e outra para medir
continuidades. A selecção é feita por intermédio de um comutador.

8. WATTTÍMETRO ELECTRODINÂMICO

8.1 — Generalidades

Os instrumentos de quadro móvel são denominados magneto e1éctricos ou dinâmicos. Se o íman permanente
for substituído por um electroíman passam a denominar-se electrodinâmicos.

Se num instrumento electrodinâmico, os dois campos forem criados um pela corrente e outro pela
tensão do circuito teremos um momento motor que será função daquelas duas grandezas.
O relacionamento destas duas grandezas sugere um aparelho de medida que medirá a potência
(WATTÍMETRO).

Como a potência eléctrica é o produto da tensão pela corrente (se se tratar apenas de DC) o
Wattímetro deve ter um elemento ligado à corrente e outro ligado de forma a estar relacionado com a
21
tensão da linha. Por essa razão, o tipo electrodinâmico é o tipo susceptível de se ajustar construção de
Wattímetros. Na adaptação do tipo electrodinâmico ao Wattímetro, as bobines fixas são as de corrente
e a bobine móvel é a de tensão, que fica ligada em série com uma resistência R de elevado valor
(resistência adicional).
O valor do campo entre os polos do electroiman é função do valor da corrente que passa através das
bobines de corrente (ligadas em série no circuito).
O valor do campo criado na bobine móvel é função da voltagem aplicada uma vez que está em
paralelo com a carga (LOAD) e também porque a resistência adicional é fixa para uma determinada
escala.
O valor do campo resultante dos dois campos anteriores é assim proporcional à corrente e à tensão
aplicada ao circuito. Este campo resultante é o que produz a deflexão da bobine móvel.
Se a corrente fôr invertida na linha, será também invertido o sentido da corrente, nas bobines de
corrente e na bobine de tensão. Os campos por elas criados sero também invertidos pelo que o sentido
do momento motor se manterá.

O Whattímetro serve assim indistintamente para rnedições DC e AC.

Todavia os Whattímetros são raramente usados em circuitos DC porque em DC a potência é exactamente igual
ao produto da corrente pela tensão, o que se obtém directamente a partir dos amperímetros e voltímetros.

Em circuitos AC a potência raramente é igual ao produto da corrente pela tensão lidas nos respectivos aparelhos
de medida, visto que há a considerar o factor de potência (cos∂ - coseno de fi) e os wattímetros dão uma
indicação precisa de potência.

9. PONTAS VOLTIMÉTRICAS
(Pontas para teste de Altas Voltagens AC e DC - High Voltage Teste Probe)

9.1 — Generalidades

Por vezes há necessidade de medir tensões elevadas com um voltímetro. Isto é possível se no lugar das pontas
de prova do aparelho utilizarmos uma ponta voltimétrica de alta tensão e se o voltímetro estiver preparado para
a adaptação.

22
As pontas de prova de alta tensão são caracterizadas por possuirem uma elevada impedância interna.

9.2 - Precauções

O pessoal que trabalhar com estas pontas deve ser bem qualificado e deve tomar as seguintes precauções:

a) Nunca trabalhar sózinho. Fazer-se acompanhar de pessoal conhecedor de primeiros socorros a sinistrados de
choques elétricos;

23
b) Ter sempre presente que só a ponta é que está isolada para altas voltagens. O voltímetro não tem esse
isolamento;

c) Assegurar-se que o circuito a testar tem uma boa terra e ligar o terminal da ponta assinalado com
“GROUND”;

d) Antes de cada uso inspeccione o isolamento da ponta. À mínima falha, substitua-a por outra ou mande-a
reparar;

e) Mantenha a ponta sempre limpa e seca;

f) O chão deve possuir bom isolamento;

g) Sempre que possível evite segurar na ponta com a mão. Sirva-se do gancho que ela possui;

h) Durante a medição evite contactos corporais com objectos metálicos;

i) No caso de circuitos com tensões compostas assegure-se que a voltagem de pico mínima não é
superior à admitida pela ponta.

10. PINÇAS AMPERIMÉTRICAS (AMP/CLAMP)

10.1 — Introdução

Os amperímetros são ligados em série nos circuitos. Esta exigência obriga a que se interrompa o circuito sempre
que se queira introduzir ou retirar o amperímetro. Além disso, os multímetros raramente têm possibilidade de

24
medir para cima da dezena de amperes. Estas condicionantes 1evaram ao aparecimento das pinças
amperimétricas.

10.2 - Constituição

A pinça arnperimétrica, tal como qualquer outro aparelho de medida, possui um elemento sensível e uma escala
graduada. A grande diferença reside no facto de não ter pontas de prova mas sim uma pinça de material
ferromagnético, isolada ou no por um invólucro de plástico. A sua abertura ou fecho é conseguida pela simples
pressão dum comando próprio. Esta pinça também é ligada de modo diferente das habituais pontas.

10.3 - Funcionamento

Qualquer condutor, isolado ou não, quando percorrido por corrente eléctrica, desenvolve à sua volta um campo
magnético. Se a corrente que o percorre é alterna, o campo magnético é alterno também. Se colocarmos esse
condutor no interior da pinça, as linhas de força circularão num circuito magnético que serve simultâneamente
de núcleo a uma bobine.

Interior da Pinça

Resulta daqui o efeito do transformador e aos terminais dessa bobine vai aparecer uma f.e.m. (força
electromotiz) cujo valor é directamente proporcional à intensidade de campo a qual é por sua vez função da
corrente que passa no cabo sob teste.
Se essa f.e.m. fôr aplicada a um elemento sensível, poderemos ler o valor da corrente tal como se pretendia. O
cabo deve ser colocado no centro da pinça mas a leitura é pouco afectada se a posição no for exactamente essa.
Com efeito, o valor lido pode estar sujeito a uma variaçào de 1% o que não é significativo.
As pinças também podem ter escalas das quais escolheremos a mais conveniente. Em muitos casos, os
multímetros tém como acessório uma pinça amperimétrica. Esta pinça utiliza o elemento sensivel do multímetro
tornando-se assim menos dispendiosa.

25
11. MULTÍMETRO DIGITAL FLUKE SÉRIE 170

26
27
28
12. FREQUENCÍMETROS

12.1 – Generalidades

Os circuitos de corrente alterna são caracterizados pelo facto da voltagem e corrente a que estão sujeitos,
mudarem constantemente de valor e periódicamente de sentido. Esta última caracteristica está associada ao
29
número de ciclos por segundo ou Hertz (c/s ou Hz). A isto se chama a frequência e para a medir utilizamos os
frequencímetros. Dada a grande variedade de frequencímetros de uso corrente, apresentam-se a seguir alguns
tipos e as bandas de frequência onde são mais utilizados.

- Ponte de Wien - 10 Hz a ± 100 KHZ


- Osciloscópio (utilizado como frequencímetro) – 0 Hz a +/- 20MHz
- Frequencímetros Digitais – 0 Hz a ± 1 GHz

Na impossibilidade de serem estudados todos os tipos, refere-se a seguir o frequencímetro de Lâminas


Vibrantes, utilizados nas gamas 110 até 130 Hz.

12.2 — Frequencímetro de Lâminas Vibrantes

Este é o tipo mais simples de frequencímetro usado que indica a frequência de uma fonte AC.
Como se vê na Fig. é constituido por um sistema magnético, onde passa a corrente de frequência a medir. A
bobina percorrida pela corrente exerce atracção sobre a armadura de ferro macio DUAS vezes em cada período.
Lâminas de dimensêes apropriadas para terem frequências de vibração natural de 110, 112, 114, etc, até 130 Hz
estão montadas num apoio o qual assenta sobre um suporte flexível.
A lâmina cuja frequência de vibração natural corresponde a 110 Hz é marcada com 55 Hz. A lâmina cuja
frequência de vibração natural corresponde a 114 Hz, é marcada com 57 Hz, etc. Finalmente, a lâmina cuja
frequência de vibração natural é de 130 Hz é marcada com 65 Hz.
Quando a bobine é alimentada com uma corrente cuja frequência é um valor qualquer compreendido entre 55 e
65 Hz, todas as lâminas vibram ligeiramente, mas a lâmina cuja frequência de vibração natural está mais
próxima do dobro da frequência da corrente através da bobine (frequência a medir) vibra com muito maior
amplitude. A frequência é lida na escala e é o valor correspondente à lâmina de maior amplitude de vibração.

30
13. FASÍMETROS
(Power Factor Meters)

13.1 - Definição do Factor de Potência

Em circuitos de corrente alternada a potência que apare ce nas linhas divide-se em: POTÊNCIA ÚTIL
(aproveitada na carga) e POTÊNCIA REACTIVA (sem qualquer aproveitamento útil).
À razão entre a potência útil e a raiz quadrada da soma dos quadrados da potência útil e da reactância, chama-se
FACTOR DE POTÊNCIA, ou seja:
31
À RAZÃO ENTRE A POTÊNCIA VERDADEIRA E A POTÊNCIA APARENTE DENOMINA-SE FACTOR
DE POTÊNCIA.

É também igual ao coseno do ângulo de desfasamento entre a tensão e a corrente. (cos φ).

Uma resistência pura tem um factor de potência igual à unidade (a corrente e a tensão estão em fase e as
potências verdadeira e aparente são as mesmas).

Uma indutância pura tem um factor de potência igual a zero (a corrente está atrasada de 90º em relação à
tensão).
Uma capacitância pura tem um factor de potência igual a zero (a corrente está adiantada de 90º em re1ação à
tensão).

13.2 - Vantagem dos Fasímetros

O factor de potência de um circuito pode ser determinado com o auxílio de um wattímetro, de um voltímetro e
de um amperímetro - ou seja, dividindo o valor lido no wattímetro pelo produto dos valores lidos no voltímetro
e no amperímetro. Mas, este processo traz inconvenientes, pelo que se densevolverarn instrumentos que nos dão
o quantitativo do factor de potência e, ao mesmo tempo, informação do avanço ou atraso da corrente em relação
à tensão. Estes instrumentos denominam-se FASÍMETROS.

13.3 FASÍMETRO TRIFÁSICO TIPO AK-3

Este fasímetro foi concebido para:


a) Medir o factor de potência.
b) Determinar se capacitivo ou indutivo.
c) Determinar a sequência de fases.

Destina-se a circuitos trifásicos de 100 V a 600 V com correntes compreendidas entre os 15 A e os 600 A, a
uma frequência entre 50 Hz e 90 Hz. Estes valores podem, contudo, ser alargados mediante adaptações e

32
correcções especiais.
Permite ainda fazer a leitura sem qualquer interrupção nos circuitos a testar.

Em circuitos de baixa potência o cabo da fase sob teste deve ser passado através do gancho duas ou mais vezes.

O instrumento é um galvanómetro ferro dinâmico, cujas bobines se movem no campo magnético induzido no
gancho pela corrente que passa na fase sob teste.
A bobine é alimentada a partir das fases (A, B e C). A relação de fase da tensão da bobine é controlada por um
potenciómetro ligado em paralelo. A rotação manual deste potenciórnetro até que o galvanómetro esteja
balançado (zero ao centro), produz um desfasamento de 90º da tensão da bobine em relação à corrente.

Nestas condições, o factor de potência pode ser lido directamente no mostrador.


É essencial que durante as medições não passem condutores de retorno dentro do gancho e os adjacentes devem
manter-se o mais afastado possível.

14. CONTADOR DE ENERGIA

O CONTADOR DE ENERGIA (WATT HOUR METER) é um instrumento para medição de energia e como
esta é o produto da potência pelo tempo, o contador de energia deve ter em consideração estes dois factores.

É essencialmente constituído por:

a) Um pequeno motor com o circuito de corrente ligado em série com a linha e com o circuito de tensão ligado
em paralelo com a linha. A sua velocidade é proporcional à potência consumida pelo circuito.

b) Um freio que se opõe à rotação do motor.

c) Um contador de rotações que totaliza o número de voltas.

33
A relação entre o momento de torção do motor e o momento de torção opositor do freio é tal que leva o motor a
rodar a uma velocidade que proporcional corrente que atravessa o circuito. A energia é, portanto, o produto da
potência pelo tempo (Wt) e proporcional ao núniero de rotações do motor, aparecendo registada no totalizador
de rotações.

14.2 ALGUNS CONTADORES DE ENERGIA

Introdução
A escolha do tipo de contador deverá ter em conta o tipo de eneigia que se vai contar. Assim se a energia é
fornecida por uma fon te DC o mais vulgar é a utilização de um contador THOMPSON ou electrodinâmico. Se
pelo contráio, a energia é fornecida por uma fonte AC é vulgar a uti1ização de um contador de indução.

14.3 – O Contador de Energia de Indução Monofásico

Constituição
Basicamente é um motor de indução cujo rotor é um disco de alumínio. Assim a acção sobre o rotor é
puramente magnética derivando daí o seu nome.
Tem duas bobines de fio grosso e de poucas espiras ligadas em série com a carga (bobines de corrente) e tem
uma bobine de muitas espiras e fio fino ligada em paralelo com a carga (bobine de tensão).

34
Funcionamento

Devido às suas muitas espiras, a bobine de tensão tem alta impedância e alta indutância e, consequentemente, a
corrente está atrasada cerca de 90º em relação à tensão.

As duas bobines de corrente, são montadas em série com a carga sobre as duas “pernas” do circuito magnético,
e são formadas por poucas espiras de fio grosso.

Por este facto, têm baixa impedância e baixa indutância, pelo que a corrente está aproximadamente em fase com
a tensão. Assim as duas correntes dão origem a dois campos desfasados de cerca de 90º os quais darão origem a
um campo resultante que é girante, o qual desenvolve correntes de EDDY (corrente originada numa massa
metálica por indução electromagnética, o que acontece quando há variação do fluxo magnético que
atravessa essa massa metálica) no disco de alumínio produzindo o binário motor que o fará rodar assim como
ao elemento móvel que faz rodar os ponteiros dos mostradores para indicar a quantidade de energia que
atravessa o contador.
A velocidade de rotação do disco é proporcional à potência real fornecida pela linha à carga. A quantidade total
de energia fornecida à carga é proporcional ao número de rotações do disco durante um determinado intervalo
de tempo. Os dois ímans permanentes de frenagem fornecem o binário resistente, a resistência é aumentada (e
portanto a velocidade do disco reduzida) deslocando os ímans para a periferia do disco e inversamente, a
resistência é diminuída (a velocidade do disco aumentada) deslocando os ímans para o interior do disco. Estes
ímans servem para fazer a calibração do aparelho.

35
14.4 - Contador de Energia de Indução Trifásico

O contador de energia de indução trifásico funciona segundo o mesmo princípio do contador monofásico, só
que aqui existem dois contadores monofásicos ligados. Um está ligado à fase R e o outro à fase T.
A fase S liga directamente carga.

Assim, quando se estudar a protecção das máquinas trifãsicas, perceber-se-á porque é que o controlo da corrente
é suficiente em duas fases e não em três, como em princípio se poderia admitir.

15. OSCILOSCÓPIO

15.1 INTRODUÇÃO

O osciloscópio é um aparelho de medida precioso e com largas aplicações em electricidade e electrónica. O seu
elemento fundamental é o tubo de raios catódicos no interior do qual se produz um feixe de raios catódicos
com características que é preciso conhecer.

36
15.2 CARACTERÍSTICAS DOS RAIOS CATÓDICOS

a) Propagam-se em linha recta

A sombra do objecto metálico aparece projectada no ecran.

b) Produzem efeitos luminosos quando chocam com substâncias fluorescentes (película interna do tubo). Este
impacto não pode ser muito violento porque pode queimar a pe1ícula, inutilizando o tubo.

c) São desviados por um campo magnético

O íman no exterior do tubo desvia o feixe. Esse desvio é para um ou para outro lado consoante o pólo do íman
mais próximo do tubo.

d) São desviados po um campo eléctrico.


Se aplicarmos uma tensão ãs placas o feixe desviado.

e) Podem ser concentrados por meios electrostáticos.


Através da aplicação de diferentes tensões aos dois ânodos, cria-se um campo electrostático
crescente no sentido do feixe, o qual provoca a concentração ou focagem.
37
15.3 O TUBO DE RAIOS CATÓDICOS (TRC)

Por aperfeiçoamentos sucessivos chegou-se ao tubo da figura onde podemos observar os seguintes
elementos:

O cátodo - Elemento com grande poder para emitir electrões

A grelha de controlo - Cuja função é regular a intensidade do feixe electrónico. É comandada pelo
potenciómetro que tem o nome de “CONTROLO DE BRILHO”.

O ânodo de focagem ou primeiro ânodo - Cuja missão é concentrar no écran um ponto tão pequeno quanto
possível

O segundo ânodo - Que em conjunto com o cátodo provoca a formação do feixe.

As placas deflectoras horizontais e verticais - Cuja função é provocar o desvio do feixe num ou noutro sentido
consoante as tensões aplicadas.

Resumindo: Podemos definir tubo de raios catódicos como um dispositivo electrónico que permite criar um
ponto luminoso muito fino sobre um écran, e controlar a posição desse ponto por meio de tensões aplicadas às
placas deflectoras existentes no interior do tubo.

IMPORTANTE: Quando este ponto está imobilizado no ECRAN O BRILHO DEVE SER REDUZIDO AO
MTNIMO.

38
15.4 O OSCILOSCÓPIO COMO VOLTÍMETRO ELECTRÓNICO

O osciloscópio serve para medir defasamentos, frequências e serve também para medir tensões AC e DC

Medição de Tensões DC

39
A des1ocaçãoo do traço em re1ação ao eixo central é tanto maior quanto mais elevada for a tensão aplicada à
entrada “V”. Há uma relação directa entre o valor dessa tensão e o deslocamento em centímetros. Se
colocarmos sobre o ecran uma escala graduada poderemos ler o valor da tensão. O sentido do deslocamento
indica-nos a polaridade (para cima polaridade positiva e para baixo polaridade negativa).

Medições de Tensões AC

Os osciloscópios medem directamente as tensões máximas das quais se podem determinar os valores
eficazes dividindo-os por 1,41 (raiz quadrada de 2). O processo para fazer esta leitura é idêntico ao que
se fez na alínea anterior.

16. TERMOGRAFIA

A Termografia é a técnica que estende a visão humana através do espectro infravermelho. A vibração
de campos eléctricos e magnéticos que se propagam no espaço à velocidade da luz, gera uma onda
40
eletromagnética, e o conjunto destas ondas formam o espectro eletromagnético. O Infravermelho é
uma frequência eletromagnética naturalmente emitida por qualquer corpo, com intensidade
proporcional a sua temperatura.
A termografia hoje tem um papel muito importante na área de manutenção preditiva. Através da sua
utilização, é possível eliminar muitos problemas de produção, evitando falhas elétricas, mecânica e
fadiga de materiais.

Uma imagem térmica mostra uma imagem bidimensional de toda a área, com diferentes cores que representam
diferentes temperaturas. Isto torna a identificação de problemas mais rápida e mais eficaz do que era possível
com um termómetro de ponto luminoso. O imageador Fluke Ti30 armazena 100 imagens e dispõe de uma
bateria com cinco horas de autonomia, para um turno de inspecções completo. A gama de temperaturas é de –10
a +250 °C.

Visão de quadro eléctrico com e sem câmara termográfica

Visão de motor eléctrico com e sem câmara termográfica

41
BIBLIOGRAFIA

• Gussow, Milton. Electricidade, Editora McGraw-Hill de Portugal, Lisboa, 2004.


ISBN: 972-773-182-1.

• Malvino, Albert Paul. Electrónica, Vol. 1, Editora McGraw-Hill, São Paulo, Brasil, 1987.

• Morris, Noel. Aplicações da Electricidade e da Electrónica, Edições CETOP, Mem Martins, 1982.

• Técnicas de Medida I/1 – Instrumentação de Electricidade, EET 321, Marinha Portuguesa.

42
RECURSOS NA WORLD WIDE WEB

Equipamento de Teste e Medida – FLUKE IBÉRICA: http://www.fluke.pt/comx/default.aspx?locale=ptpt

43
CENFIM
(Pólo de Lisboa)

Rui Salvador

2008

Você também pode gostar