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REPARAÇÃO EM
SISTEMAS ELÉCTRICOS
AUTO
ÍNDICE
CORPO DO MÓDULO
O presente manual pretende ser um auxiliar precioso para aqueles que bus-
cam conhecimentos no diagnóstico e na reparação de sistemas eléctricos
do automóvel. Alertam-se, desde já os leitores, para a importância do enten-
dimento completo do 1.º capítulo no qual são abordados um vasto leque de
instrumentos vitais para qualquer diagnóstico de sistemas eléctricos.
1 – INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO, REPARAÇÃO E
CONTROLO
1.1 - UNIDADES DE MEDIÇÕES
Medir uma grandeza é compará-la com outra estabelecida que se toma como unidade da
primeira.
No Sistema Internacional de Unidades tomam-se sete unidades fundamentais.
Para a medição das referidas grandezas são utilizados diversos aparelhos, dos quais
se destacam como mais importantes:
Múltiplos e submúltiplos:
Por vezes, de acordo com a dimensão a medir, verificamos que a unidade de medida é
excessivamente grande ou pequena. Para evitar a aglomeração de zeros, que podem
dificultar a sua leitura, utilizam-se múltiplos e submúltiplos das mesmas.
PREFIXO ABREVIATURA POTÊNCIA FACTOR
M TERA… T… 1012 1 000 000 000 000
Ú GIGA… G… 10 9
1 000 000 000
L 6
TI MEGA… M… 10 1 000 000
P KILO… K… 103 1 000
L HECTO… h… 10 2
100
O 1
S DECA… da… 10 10
U
NI … … 1 1
D
A
D
E
S DECI… d… 10-1 0,1
U CENTI… c… 10 -2
0,01
B -3
M MILI… m… 10 0,001
-6
U MICRO… µ… 10 0,000 001
L NANO… 10 -9
0,000 000 001
n…
TI -12
P PICO… p… 10 0,000 000 000 001
L
O
S
Tab. 1.4 – Principais múltiplos e submúltiplos das unidades de medida
Resistência;
Intensidade em CC e AC;
Tensão em CC e AC.
Ainda que o princípio de funcionamento seja o mesmo, existem dois grupos de multíme-
tros (fig. 1.1):
Analógico
Digital
O multímetro analógico indica os valores através de uma agulha que oscila sobre uma
escala graduada fixa. Para obtermos leituras correctas, devemos ter o cuidado de olhar
para o écran do aparelho numa posição perfeitamente perpendicular, caso contrário os
valores lidos não serão de todo correctos. De referir que existem multímetros analógicos
com um espelho na escala de modo a que o utilizador, quando faz medições, se coloque
perpendicularmente ao écran. O multímetro digital não apresenta este problema uma vez
que os resultados são apresentados sob a forma de dígitos num écran de cristais líquidos.
Multímetros analógicos
Não contêm electrónica activa, o que significa que a energia para deslocar o mecanismo
medidor deverá ser proporcionada pelo circuito que se examina e o medidor terá de ser de
um tipo sensível, se se deseja que o aparelho proporcione resultados fiáveis.
Os multímetros digitais são conhecidos pela maneira como proporcionam leituras de ten-
são contínua muito exactas e sem problemas de carga, contudo esta é uma afirmação
demasiado simplista.
A carga de um multímetro digital constitui um problema muito menor que, qualquer dos
instrumentos analógicos mais sensíveis, se bem que os efeitos do multímetro sobre o cir-
cuito em teste constituam algo que é necessário ter presente.
Uma importante vantagem dos multímetros digitais está na medição de tensões e corren-
tes cujos sinais de entrada podem ter qualquer polaridade. Se a tensão ou corrente é
negativa, aparece um sinal "-" à esquerda dos dígitos, indicando que se está a medir um
sinal de polaridade inversa. Isto é especialmente útil quando se testam equipamentos
que têm alimentações duplas equilibradas, já que as tensões de prova podem ter então
qualquer polaridade relativamente à linha de terra a 0V. O aparelho de polaridade dupla
evita a realização de muitas trocas das pontas de prova para obter um sinal de polarida-
de correcta.
Uma aplicação em que os multímetros digitais não são os ideais diz respeito à regulação
de uma resistência preajustada para fornecer uma certa tensão num ponto de um circui-
to. O problema deve-se à alta resolução e actualização relativamente lenta do écran. A
maioria dos multímetros digitais apenas actualizam a visualização duas vezes por segun-
do. Tecnicamente não é difícil conseguir uma velocidade muito maior, mas isto dá lugar
frequentemente a indicações com grande flutuação que torna praticamente impossível a
leitura.
Ao adquirirmos um multímetro devemos ter em conta, para além do tipo e da gama das
medições a efectuar, as seguintes características:
Precisão, isto é, o erro máximo que pode ocorrer quando fazemos
uma medição. Exprime-se em percentagem relativamente ao desvio
máximo. Por exemplo, um aparelho tem um erro de 5% e o seu limite
de escala são 10 A. Neste momento o aparelho indica 3 A. A precisão
medida é: 5 x 10/100 =0,5 A (erro absoluto). Portanto, a intensidade
real medida estará compreendida entre 2,5 e 3,5 A. O erro relativo é
neste caso cerca de 16% (erro absoluto a dividir pelo valor indicado).
NOTA: Num amperímetro a resistência interna deverá ser o menor possível, enquanto
que nos voltímetros aquela resistência deverá ser o mais elevada possível.
Nos trabalhos relacionados com a electricidade automóvel, recomenda-se o uso de
multímetros electrónicos digitais uma vez que relativamente aos analógicos possuem as
seguintes vantagens:
Além disso, e dependendo do modelo em causa, podemos ter sinal acústico para as pro-
vas de continuidade, mudança automática de escala, entre outros aspectos. Algumas das
funções recomendadas para completar o multímetro são:
2.Frequencímetro;
Deve-se ter em conta que o ajuste do aparelho depende dele mesmo, isto é, do modelo
em causa e do tipo de medição que se pretende efectuar. Deste modo, antes de come-
çarmos a manejar um instrumento desconhecido, devemos ler as instruções de utilização
do fabricante que o acompanham.
Amperímetro
Voltímetro
Ohmímetro
Frequencímetro
Além disso, para cada magnitude pode-se escolher a escala de medida. A escala de
medida seleccionada permite determinar diferentes níveis de amplitude da grandeza que
estamos a medir, desde zero até ao valor da escala seleccionada.
Escala de 2 V:
Escala de 20 V:
Há que ter em conta que a ligação aos circuitos eléctricos difere, dependendo do tipo de
medida que se efectue. Além disso, as instruções fornecidas pelo fabricante do aparelho
devem ser seguidas. Antes de realizar cada medida, calcular aproximadamente o valor
medido esperado (Lei de Ohm) para poder seleccionar uma escala de medida apropria-
da. O valor “1” que aparece no écran indica que se excedeu a escala de medida.
1.2.2 - AMPERÍMETROS
Deve-se:
2.º Garantir que o selector de medição está de acordo com o tipo de cor-
rente eléctrica a medir (contínua ou alterna);
Devemos ter em atenção que, caso seja feita a ligação em paralelo, devido à baixa
resistência interna do amperímetro, toda a intensidade passa através dele, produ-
zindo-se um curto-circuito.
A resistência interna do aparelho deve ser o mais pequena possível em relação à resis-
tência do circuito, por forma a que a intensidade medida corresponda à que realmente
atravessa o circuito em questão. O caso ideal, embora naturalmente impossível, seria
aquele em que a resistência interna do amperímetro fosse 0Ω , mas como isso não é
possível, utilizam-se amperímetros cuja resistência interna seja de, pelo menos, 1/10 da
resistência do circuito a que se devam aplicar. Quanto menor é a resistência interna de
um amperímetro maior é a sua sensibilidade.
Se, por exemplo, pretendemos conhecer o consumo que tem a lâmpada da figura 1.4,
intercala-se o amperímetro em qualquer um dos cabos de ligação à lâmpada, respeitan-
do a polaridade do aparelho. Se, por outro lado, pretendemos medir o consumo dos
faróis de iluminação do veículo, a medição pode simplificar-se bastante se retirarmos o
fusível correspondente e ligarmos o amperímetro aos terminais em vez do fusível. Ligan-
do as luzes o aparelho acusará o consumo das mesmas.
É uma das aplicações que o amperímetro tem na detecção de avarias que ocorrem no
automóvel. Para isso, podemos colocar o amperímetro entre a bateria e os cabos de
ligação aos componentes que supostamente contêm avaria . De acordo com os resul-
tados da fig. 1.5, temos:
Noutros veículos, como por exemplo no Renault 25, ao ligar o terminal da bateria produz-
se um fluxo importante de corrente que desaparece rapidamente. Esta actuação é devida
ao comportamento do dispositivo de abertura da mala.
2.ª Na maior parte das vezes torna-se bastante fastidioso abrir o circui-
to para colocar as pinças, para além do perigo devido ao risco de se
produzirem curto circuitos.
Para colmatar estes inconvenientes existe um acessório que se pode ligar ao multímetro –
a pinça amperimétrica ou amperímetro indutivo. Trata-se de um aparelho que uma vez
ligado ao multímetro permite medir correntes de 10 A até 600 A sem desligar o circuito.
Basta introduzir a pinça à volta do cabo que se pretende medir a intensidade da corrente.
Por indução o aparelho indicará a quantidade de corrente que circula no circuito.
Fig. 1.6 – Medição da intensidade da corrente com pinça amperimétrica
1.2.3 - VOLTÍMETROS
É imprescindível:
Se, por exemplo, queremos medir a tensão de uma bateria, colocamos a pinça positiva
do voltímetro no borne positivo da bateria e a pinça negativa da bateria no borne negati-
vo da mesma e o voltímetro indicará a tensão desta (ver figura 1.9).
Para se medir a queda de tensão num consumidor por exemplo, um dos faróis dianteiros,
deve-se proceder do seguinte modo: accionar a chave de ignição, se necessário, e as
luzes de mudança de direcção do lado direito. Ligar a pinça vermelha ao terminal de ali-
mentação da lâmpada seleccionada e a pinça negra à massa, o aparelho assinalará a
queda de tensão da mesma.
De referir que se se medir a tensão desde um ponto de referência comum, massa, não
significa que o consumidor tenha aos seus bornes essa tensão, dado poderem existir
componentes ligados no circuito. O procedimento correcto para se medir a tensão desde
um ponto comum consiste em medir a d.d.p. entre cada um dos extremos do consumidor
em questão e o ponto comum. A diferença das tensões medidas será a tensão aplicada
ao consumidor.
Fig. 1.10 – Medição de tensões
Para além de utilizarmos o voltímetro para medirmos tensões directas, podemos utilizá-
lo para medir quedas de tensão na instalação, contactos defeituosos, secções de cabos
insuficientes, etc.
Tal como acabamos de ver para as quedas de tensão nos cabos de alimentação, pode-
mos também verificar algumas deficiências que podem acontecer nas ligações à massa.
Devemos actuar da forma descrita anteriormente, colocando contudo, o borne negativo
do voltímetro ligado ao negativo da bateria e o positivo do voltímetro ligado ao ponto onde
o elemento em questão efectua a sua ligação à massa. A queda de tensão máxima
admissível é de 0,1 V.
Para verificarmos o estado dos cabos de um determinado circuito, no que diz respeito a
um mau isolamento (Fig. 1.12), podemos proceder do seguinte modo:
1.2.4 - OHMÍMETROS
Os ohmímetros têm a sua própria fonte de tensão (habitualmente uma pilha de 1,5 a 9 V)
e resistências limitadoras de corrente de valor relativamente baixo e ligam-se em série
com o componente ou com o circuto que se pretende comprovar. Deste modo, é perigo-
so para o multímetro efectuar leituras em circuitos de baixa tensão ou naqueles onde
existem condensadores.
Fig.1.13 – Verificação do valor de uma resistência empregan-
do o ohmimetro digital
4.º Ligar as pinças aos extremos das resistências a medir. Os dedos do técnico
nunca deverão tocar na parte condutora das pontas de prova, pois nesse caso
introduz-se, em paralelo, a resistência do próprio corpo deturpando a medição.
Uma grande percentagem das avarias dos multímetros acontece por estes
estarem na posição de medição de resistências e serem efectuadas medições
de tensão sem que se tenha comutado o aparelho. Se, por exemplo, deseja-
mos conhecer a resistência de uma bobine de ignição, figura 1.14, podemos
aplicar indiscriminadamente as pinças do ohmímetro aos terminais correspon-
dentes aos enrolamentos primário e secundário da bobine.
Fig. 1.15 – Medição de resistências com um ohmímetro. Forma correcta - à direita, forma incor-
recta – à esquerda
Uma vez que o ohmímetro tem uma fonte de tensão incorporada, cada vez que se efec-
tua uma medição ou verificação deverá averiguar-se se esta tensão não causará danos
ao objecto de medida.
Com um ohmímetro, ligar as pontas de prova entre os seus terminais e medir a resistên-
cia. Se a válvula solenóide estiver em boas condições, dará os valores indicados pelo
fabricante, habitualmente 1,0 – 1,3 Ω .
Exemplos:
Relé do motor:
2.º Quando não existe corrente, ligar as pontas de prova do ohmímetro entre os
terminais (85) e (86). Se os valores obtidos não corresponderem aos indicados
pelo fabricante, então o relé está danificado. Ligar ainda as pontas de prova
entre os terminais (30) e (87). Se o relé estiver em boas condições o ohmímetro
apresentará uma resistência da ordem dos Mega Ohms, o que corresponde a
não existência de continuidade.
3.º Quando existe corrente entre os terminais (85) e (86), ligar as pontas de prova
do ohmímetro entre os terminais (30) e (87). Se o relé estiver em boas condições
o resultado obtido será aproximadamente 0 , isto é, existe continuidade.
Inspecção do relé inversor
Relé da válvula:
2.º Quando não existe corrente, ligar as pontas de prova do ohmímetro entre os
terminais (85) e (86). Se os valores obtidos não corresponderem aos indicados
pelo fabricante, habitualmente 60 – 120 , então o relé está danificado. Ligar as
pontas de prova entre os terminais (30) e (87a). Se o relé estiver em boas condi-
ções o resultado obtido será de aproximadamente 0 , ou seja, existe continuida-
de. Ligar ainda as pontas de prova entre os terminais (30) e (87). Se o relé estiver
em boas condições o resultado obtido pelo ohmimetro demonstrará a não existên-
cia de continuidade.
3.º Quando existe corrente entre os terminais (85) e (86), ligar as pontas de pro-
va do ohmímetro entre os terminais (30) e (87a). Se o relé estiver em boas condi-
ções o resultado obtido no ohmimetro deverá demonstrar a existência de não
continuidade. Ligar ainda as pontas de prova do ohmímetro entre os terminais
(30) e (87). Se o relé estiver em boas condições o resultado obtido será aproxi-
madamente 0 , isto é, existe continuidade.
1.2.4.4 - CONTROLO DO ISOLAMENTO DA MASSA DE UM CON-
DUTOR
Para verificarmos o estado dos cabos de um determinado circuito no que diz respeito a
um mau isolamento, de modo semelhante à forma descrita com a ajuda de um voltímetro
podemos, com um ohmímetro, comprovar da seguinte forma:
1.2.5 - FREQUENCÍMETRO
Para se efectuar a medição o circuito deve estar ligado em condições normais. As pontas
de prova devem ser colocadas nos bornes do dispositivo que se pretende medir a fre-
quência. A unidade de medida é o Hertz (Hz).
O selector de escalas deve ser ajustado para a gama de medida apropriada. Se se des-
conhecer o valor aproximado da frequência, seleccionar em primeiro lugar a escala maior
para, em caso de ser excessivamente grande, passar à seguinte mais pequena.
1.2.6 – DWELL
O dwell mede o ciclo de trabalho de um sinal rectangular. Os valores medidos são dados
em %.
Para se efectuar a medição do dwell o circuito deve estar ligado e o componente que se
irá testar deve ser actuado.
O dwell pode ser medido com referência à massa, isto é, a pinça negra do multimetro é
ligada à massa (0% - sempre positivo; 100% - sempre massa) e a vermelha ao compo-
nente que se pretende testar.
DWELL = 0%
- Significa que o ponto onde se está a medir o valor está sempre a um nível
positivo;
- Apesar de não nos indicar qualquer valor de tensão, sabemos que não é
zero volts, logo significa ausência de massa;
DWELL = 100%
Fig.
1.24 – Medição do dwell – ausência de positivo
Os aparelhos de medida que vimos até aqui destinam-se a efectuar medições cujos
valores permaneçam constantes, ou pelo menos, não mudem rapidamente. Contudo,
muitos dos sinais eléctricos que se produzem nos sistemas eléctricos/electrónicos do
automóvel mudam rápida e continuamente. Estas tensões variam entre zero (valor da
massa) e a tensão da bateria ou máxima de referência, em cada caso. No secundário
do sistema de ignição, por exemplo, durante cada ciclo, a tensão varia entre 0 e 20-
25000 V ou até mais, sendo a velocidade desta variação função da velocidade de rota-
ção do motor. Facilmente concluímos que tensões deste género não podem ser medi-
das com um vulgar voltímetro devido, entre outros factores, à sua inércia.
Trata-se de um osciloscópio com dois canais de entrada (8 e 9), que permite observar
simultaneamente dois sinais eléctricos. Estes osciloscópios possuem dois amplificadores
verticais e um circuito comutador que alterna muito rapidamente os dois sinais na entra-
da das placas verticais. A entrada dos sinais é feita através de pontas de prova. Como o
osciloscópío permite medir d.d.p. entre dois pontos cada ponta de prova possui dois ter-
minais. Um deles, ligado a uma garra e normalmente chamado de terra, liga-se ao ponto
de referência das tensões. O outro terminal liga-se ao ponto cuja tensão queremos
medir. Por motivos técnicos da construção do aparelho as garras das pontas estão inter-
ligadas entre si e ligadas à terra de alimentação do sector eléctrico, pelo que só devem
ser ligadas a pontos com tensões iguais a estas. Daí que normalmente se liguem ao
ponto de 0 V do circuito a medir.
31 - Ponto de calibração 0.5 V. Neste terminal está disponível uma onda quadra-
da de 0.5 V de amplitude e 1 kHz de frequência. É muito útil para o utilizador verifi-
car se está a trabalhar, ou não, com pontas de prova divisoras por 10 (Estas pon-
tas atenuam a tensão do sinal a medir por um factor de 10).
Nesta situação não há necessidade de um ajuste da linha de base. Basta utilizar o con-
trole de posição para deslocar o sinal a medir para uma região do écran onde as medi-
ções possam ser feitas com facilidade e precisão. Deverá colocar o comutador
AC - GND - DC na posição AC.
Para a figura 1.27, VOLTS/DIV equivale a 1 V/DIV. Logo teremos uma tensão AC pico a
pico de 1 V/DIV x 5 div = 5 Vp-p (50 Vp-p usando ponta divisora).
Todo o tipo de equipamento de medida tem sido alvo da constante evolução tecnológica,
e o osciloscópio não foi excepção.
Como exemplo do que foi dito, está o osciloscópio digital SCOPEMETER que funciona
como multímetro e oscilóscópio, dispondo ainda de uma memória de 30K para registo e
armazenamento de formas de onda, bem como valores de tensão e corrente.
Fig. 1.29 – Osciloscópio digital – Scopemeter
Podemos então dizer que o circuito de arranque é basicamente composto pelo elemento
fornecedor de energia eléctrica, a bateria, pelo motor eléctrico encarregado de colocar o
motor de combustão em funcionamento, o motor de arranque, e pelo elemento encarre-
gado de deixar passar a corrente desde a bateria ao motor de arranque, a chave de
ignição.
Nota: Nunca ligue / desligue a ficha múltipla da unidade electrónica de comando com a
chave de ignição ligada.
2.1.1.2 – VERIFICAÇÃO DO MOTOR DE ARRANQUE E SEUS
CUIDADOS
O motor de arranque possui dois bornes, como se pode ver pela figura 2.3, a um liga-se
um cabo de grande secção, que conduz directamente a corrente da bateria, ao outro liga-
se um fio de menor secção que o anterior, o qual transmite corrente desde a chave de
ignição, quando esta é accionada para efectuar o arranque.
AVARIA
Legenda:
Bem
Mal
Se o motor de arranque não fizer funcionar o motor do carro quando se liga a chave, a
primeira coisa a fazer é verificar se chega corrente aos bornes, ligando uma lâmpada de
prova entre cada um deles e a massa. Se a lâmpada não se acender ao ser ligado ao
borne 30, a bateria está descarregada. Este teste pode também ser realizado com um
voltímetro.
Para realizar estas provas recomenda-se uma tensão de 125 V ou o mais próxima pos-
sível.
4.º Com o multímetro como voltímetro ligar cada uma das pontas de prova a cada
um dos bornes de potência do relé e accionar a chave de ignição. Se o valor indi-
cado pelo multímetro for superior a 0,1 V, então existe mau contacto entre esses
contactos;
5.º Ligar o multímetro como voltímetro à entrada do sinal do relé. Os valores lidos
devem ser os mesmos do 1.º teste. Se não indicar nada deve-se comprovar a saí-
da da chave de ignição e de seguida a sua entrada, por forma a encontrarmos o
cabo cortado entre a última leitura e o relé.
6.º Caso os testes anteriores não resultem, deve-se desmontar o motor de arran-
que e efectuar as provas mecânicas e eléctricas que se indicam a seguir.
Provas mecânicas:
Verificar:
Estriados e pinhões
Excentricidade
Colector: superfície e diâmetro mínimo
Roda livre
Provas eléctricas
Consumo em vazio
Consumo ao freio
Isolamento
Importante: As provas de consumo realizam-se com amperímetros que tenham escalas ade-
quadas uma vez que a prova de consumo ao freio pode superar os 2000 A em motores de arran-
que de veículos industriais.
Existem no mercado pinças amperimétricas que permitem adaptar os multímetro usuais para as
leituras indicadas.
A figura 2.6 ilustra um motor de arranque em corte, com todos os seus componentes. A figura
2.7 evidencia separadamente esses mesmos componentes.
Veio do induzido
com rosca larga
12V
Ligar uma lâmpada em série com uma bateria, como indica a figura
2.9 e aplicar as pontas de prova aos extremos das bobinas. A lâmpa-
da deve acender-se, caso contrário, alguma das bobinas está inter-
rompida;
12V
Carcaça-apoio dianteira
Ligar a uma bateria, como mostra a figura 2.14, isto é, o positivo des-
ta ao borne de accionamento (A) do relé e o negativo à saída (C) da
bobina de accionamento. Nestas condições, o motor não gira, mas o
pinhão de ataque deve deslocar-se até ao fim de curso, caso contrá-
rio, haverá que desmontar o motor, porque algo não foi colocado na
posição correcta;
Fig. 2.14 – Ligação para a prova de funcionamento do motor
de arranque
Inicialmente o gerador dos automóveis era um dínamo, que há já muito tempo foi substi-
tuído pelo gerador.
Fig. 2.15 – Colocação no veículo dos componentes de um cir-
cuito de carga para dínamo
F i g .
2.17 – Componentes e ligações de um circuito de carga para alternador
A figura 2.17 ilustra o circuito de carga, actualmente mais difundido, com alternador, em
que o borne + deste se encontra ligado directamente à bateria e, através da chave de
ignição, ao borne + do regulador. O borne de excitação (EXC) do alternador está ligado
ao do mesmo nome do regulador. Há casos em que o regulador é incorporado no alterna-
dor o que reduz o número de ligações eléctricas.
Sempre que a lâmpada de aviso se acende deve-se verificar o circuito, para se determi-
nar se a avaria é do gerador, do regulador ou das ligações.
A figura 2.18 ilustra um dínamo desmontado, formado por uma carcaça onde se encon-
tram as bobinas indutoras (21) com as massas polares (31), entre as quais gira o indu-
zido apoiado nas tampas dianteira e traseira, na última das quais se encontram as
escovas (5).
Fig. 2.18 – Os componentes de um dínamo
O dínamo e o motor de arranque são muito parecidos. A principal diferença é que no pri-
meiro é o induzido que se move, para produzir energia eléctrica, enquanto que no segun-
do é a energia eléctrica que transmite o movimento de rotação.
Verificação do
Verificação da Reparar o
estado e tensão
carga, tensão e alternador
da correia
intensidade
Eventual
substituição da
correia
Legenda:
Bem
Mal
Para realizar este tipo de prova recorremos a uma lâmpada ligada em série com uma
bateria de 12V.
Rotor
12V
O isolamento do rótor pode ser verificado através da montagem ilustrada na figura 2.22.
Se a lâmpada acender então existe falta de isolamento do enrolamento, pelo que o
rótor tem de ser substituído.
Para a verificação da continuidade, deve-se ligar cada uma das pontas a um dos anéis
colectores. Se existir continuidade o rotor está bom, caso contrário tem de ser substituí-
do.
Estator
12V
O isolamento das bobinas do estator pode verificar-se ligando uma das pontas de prova
à parte metálica – armadura - e a outra a qualquer dos fios do enrolamento, como ilus-
trado na figura 2.23. Se a lâmpada acender então o enrolamento faz derivação à massa,
pelo que o estator deve ser substituído ou reparado.
De referir que este teste pode ser efectuado através de um ohmímetro, colocando as
pontas de prova em contacto com os terminais do enrolamento e a carcaça do estator.
O valor lido no instrumento deverá ser de resistência infinita, caso contrário ter-se-á que
substituir ou reparar o estator.
Deve-se ligar, como mostra a figura 2.25, uma lâmpada e uma bateria, por forma a veri-
ficar se o conjunto dos díodos, situados na ponta rectificadora, deixam passar a corren-
te num sentido, mas não no contrário. Para isso, ligar o positivo da bateria à massa da
placa e o negativo, através da lâmpada, aos lugares onde se fixam os terminais do
enrolamento do induzido. A lâmpada deve acender-se. Ao inverter-se a polaridade, a
lâmpada deve permanecer apagada. Caso isto não se verifique é porque algum díodo
está danificado, pelo que se deve substituir o conjunto.
Depois, deve-se verificar os díodos do lado positivo ligando a lâmpada como mostra a
figura 2.24, isto é, o positivo a cada um dos conectores do enrolamento do induzido e o
negativo ao borne de saída de corrente do alternador. A lâmpada deve acender-se e
manter-se apagada ao inverter-se a polaridade da ligação.
Escovas
A revisão periódica poderá evitar grande parte das avarias que elas podem sofrer,
bem como, alargar o tempo de vida útil das mesmas. Para tal basta:
Inspeccionar visualmente a bateria, por forma a que sejam detecta-
dos possíveis sinais de perdas ou fugas, furos na tampa e caixa, cor-
rosão, falta de tampões de ventilação e deficiente fixação. Se a parte
superior da bateria estiver coberta com um produto branco, queixan-
do-se o utilizador de ter que adicionar água com frequência, é prová-
vel que a bateria tenha sido submetida a sobrecargas. Nestes casos
convém comprovar o sistema de carga;
Os gases que se formam na parte superior dos elementos são muito explosivos. Nunca
aproximar uma chama acesa a uma bateria recém carregada.
Não limpar a bateria com ar comprimido, pois este pode levantar a tampa da bateria e
projectar o electrólito sobre as pessoas que se encontram junto a ela.
Não adicionar demasiada água. Pode fazer transbordar o electrólito provocando a corro-
são do suporte da bateria ou de qualquer outro metal próximo.
Não verter electrólito sobre o carro nem sobre a roupa, pois como este é muito corrosivo
destruiria a pintura e estragaria a roupa.
Nunca deixar ferramentas em cima da bateria pois estas podem provocar curto-
circuitos.
Sempre que se substitui uma bateria deve-se ter o cuidado de colocar outra no seu
lugar com a mesma capacidade (ou ligeiramente superior) e tensão.
Trabalhos com baterias e módulos
Operações de soldadura
A descarga total de uma bateria poderá ter sido causada por um curto-circuito no siste-
ma eléctrico. Sendo esse o caso, alguns circuitos poderão encontrar-se em tensão –
mesmo após os circuitos normais terem sido desligados – o que provocará a produção
de faíscas durante a ligação dos cabos das baterias.
Se a bateria tiver sido carregada recentemente e estiver a libertar gases, cubra os res-
pectivos tampões ou tampas com um pano molhado, a fim de reduzir o perigo de explo-
são no caso de produção de faíscas aquando da ligação dos cabos auxiliares.
O densímetro é constituído por uma proveta transparente, de plástico ou vidro, num dos
extremos possui uma pêra de borracha para provocar o vazio e poder absorver o electró-
lito e no outro um pequeno tubo de borracha também. No interior da proveta existe um
flutuador de vidro, com uma escala graduada, como ilustra a figura 2.29.
Para se comprovar a carga, introduz-se o densímetro num dos orifícios da bateria e faz-
se a sucção do electrólito através da pêra de borracha. De seguida coloca-se o densí-
metro na vertical por forma a que o flutuador não toque nas paredes da proveta. A den-
sidade do electrólito pode agora ler-se na escala graduada do flutuador.
Fig. 2.30
– Verificação do estado de carga de uma bateria, utilizando um densí-
metro
Para efectuar-mos a medição devemos ter em conta que não se deve realizar imediata-
mente depois de se adicionar água destilada à bateria, deve-se esperar alguns minutos
(pelo menos 30 min.) para que esta se misture bem com o ácido. Do mesmo modo, tam-
bém não se deve efectuar após uma forte descarga do acumulador, pois a concentração
do ácido no interior e próximo das placas é fraca.
Tab. 2.1 – Densidade do electrólito versus estado de carga, para uma temperatura com-
preendida entre 20 e 25 ºC
O peso específico do fluido da bateria depende da temperatura. De referir que por cada
5 graus de variação da temperatura do electrólito relativamente à temperatura de 25ºC,
implica uma correcção de 0,0035 unidades.
Assim, se se efectuar a medição a –10ºC e se obter 1,277, sem aplicar a devida correc-
ção, poder-se-ia cair no erro de dizer que o acumulador está carregado, quando na reali-
dade não está, como podemos comprovar.
1,277 – 0,0245 = 1,252 , que significa bateria a pouco mais de meia carga.
A tensão de uma bateria pode medir-se quando esta se encontra em carga, em repouso
ou em descarga.
Outro método de medição da tensão de uma bateria consiste em submetê-la a uma des-
carga intensa (cerca de 150 A). Para isso utiliza-se um voltímetro comprovador que efec-
tua uma descarga violenta da bateria medindo a queda de tensão nos bornes. Consiste
em duas pontas de prova que se conectam aos bornes da bateria e possuem um voltíme-
tro acoplado em paralelo com as pontas de prova e um amperímetro com uma resistência
de baixo valor, em série com elas. A fig. 2.32 ilustra um voltímetro deste tipo.
Este método é o mais preciso, pois se existir algum elemento defeituoso, que medindo
em repouso dá uma tensão correcta, ao ser submetido a uma descarga intensa, verifica-
se que não responde a ela, baixando demasiado a tensão.
Fig. 2.32 – Voltímetro comprovador de baterias por meio de
descarga intensa de tensão
Note-se que este voltímetro apenas deverá permanecer ligado à bateria durante o tempo da
medição, aproximadamente 6 segundos, devido à descarga intensa a que a que se submete o
elemento.
Tab. 2.2 – Valores de tensão medidos para cada um dos estados de carga de uma bateria
(carregada, meia carga e descarregada) em função das condições em que se encontra (carga,
repouso ou descarga intensa)
2.2.3 – RECARREGAMENTO DE BATERIAS
Antes de iniciar a carga de uma bateria com um carregador, deve-se efectuar as seguin-
tes operações:
A corrente de carga deve ser aproximadamente 10% da capacidade da bateria. Além disso, a
temperatura durante o processo de carga não deve subir excessivamente, não deve superar os
45 ºC.
De referir que o carregamento rápido das baterias não é aconselhável, dado que a aceleração
do processo químico provoca a deterioração das placas, diminuindo o tempo de vida destas.
2.3 – ENSAIO DA BOBINE DE IGNIÇÃO
Ligar a ignição
Se o valor lido for infinito (), então não existe continuidade, i. é, o enro-
lamento da bobine está quebrado, pelo que tem de ser substituída.
Fig. 2.37 - Verificação da resistência do secundário de uma
bobine de ignição
Um condensador muito simples é formado por duas folhas de estanho coladas às duas
faces de uma placa de vidro. As duas folhas metálicas chamam-se armaduras e o isolan-
te interposto tem o nome de dieléctrico.
Fig. 2.39 – Condensadores
As armaduras adquirem logo um potencial igual ao dos pólos do gerador, cessando por
isso a corrente.
Tensão de rotura
A tensão que produz a faísca através do dieléctrico chama-se tensão de rotura. Ela
depende da qualidade do dieléctrico, e é tanto mais elevada quanto maior for a espessu-
ra deste.
Rigidez dieléctrica
A rigidez dieléctrica é maior nos isolantes sólidos e líquidos do que no ar e nos gases.
Quanto mais comprimido for um gás, maior será a sua rigidez dieléctrica.
Isolante Rigidez dieléctrica [kV/cm]
Ar 30
Óleo mineral 100
Papel parafinado 400
Parafina 50
Porcelana 100
Mica 450
Vidro 180
Q=CxV
Em que,
Q – Quantidade de electricidade
1. Curto circuito
2. Perda de capacidade
3. Interrupção interna
Esta avaria pode ser provocada por perfuração do dieléctrico, originando o contacto das
armaduras.
A verificação pode ser feita montando o condensador em série com uma lâmpada e ligan-
do o circuito assim formado aos pólos + e – de corrente contínua. Se a lâmpada acender
o condensador está em curto circuito.
Note-se que a voltagem a utilizar não deve exceder a tensão que o condensador e a lâm-
pada ou voltímetro podem suportar.
Perda de capacidade
Interrupções internas
Pode também usar-se um receptor telefónico em série com uma pilha. Liga-se um dos
extremos deste grupo a um terminal do condensador e toca-se com o outro extremo no
terminal livre. O condensador está defeituoso quando não se ouvir o estalido correspon-
dente à corrente de carga.
2.5 – ENSAIO EM CIRCUITOS DE ALTA TENSÃO
4. Caso não haja faísca (em todos os cabos de vela) efectuar os testes que se
seguem.
Alguns cabos do circuito de alta tensão têm uma alma de cobre semelhante a um cabo
normal, contudo revestido com um isolante especial. Outros possuem uma alma impreg-
nada de carvão, a qual suprime as interferências nos rádios.
Tampa do distribuidor
Ligar um Megaohmímetro entre cada terminal de alta tensão, à vez, e a tampa e verificar
se não existe qualquer circuito aberto.
Braço do rotor
Torre da bobine
Legenda:
1 – Fechadura
2 – Alavanca de comando
3 – Alavanca basculante
4 – Comutador accionado pela chave
5 – Bobine de fecho
6 – Bobine de abertura
7 – Disco (armadura) de ferrite
8 – Haste de comando
10 – Pistão de segurança (encravamento e
desencravamento)
Legenda:
1 – Actuador da mala
2 – Actuador da tampa do depósito de combustível
3 – Bomba de pressão
4 – Alavanca de comando
5 – Fechadura da porta
6 – Bobine
7 – Caixa de vácuo
Nada funciona
3º. Se não forem detectados problemas nas observações anteriores, deve ser
verificado o circuito de alimentação desde a unidade de comando. Poderá haver
algum condutor interrompido ou com contacto à massa.
Nos sistema electropneumáticos, além das verificações descritas atrás, deve comprovar-
se o funcionamento da bomba. Para isso, pode proceder-se do seguinte modo:
4º. Se a bomba não actuar, quando se procede como descrito em 1º., verificar se
a mesma recebe alimentação. Se isso não acontecer, verificar o fusível e os con-
dutores. Se a tensão que chega à bomba é a indicada pelo fabricante e esta não
funcionar, então deve ser substituída.
Está provado que a maior parte das avarias produzidas nos circuitos eléctricos e electró-
nicos do automóvel são devidas a deficientes contactos nas fichas de ligação e à inter-
rupção de cablagens. Deste modo, uma ligação entre dois fios deve satisfazer os
seguintes requisitos:
1. Conseguir uma verdadeira e segura união dos fios para que a corrente passe
sem dificuldades. Quando uma ligação não estabelece um bom contacto
eléctrico podem ocorrer dois fenómenos. Por um lado, produz-se uma queda
de tensão nesse ponto motivada pela resistência de contacto existente, por
outro, produz-se um aquecimento por efeito de Joule que faz aumentar a
temperatura dos fios. A figura 2.50 ilustra o efeito produzido por uma ligação
deficiente num interruptor.
2. Ser dotada de uma segura e eficaz protecção contra os agentes exteriores, nomea-
damente humidade. Quando uma ligação não está perfeitamente isolada do
ambiente, tanto essa como as circundantes serão afectada por fenómenos de oxi-
dação, uma vez que pelo interior dos condutores eléctricos pode passar humidade
devido ao princípio da capilaridade. A oxidação produz um mau contacto originando
uma resistência que, inclusivamente, pode desfazer essa união.
- Por soldadura
União por enrolamento de fios
Num circuito eléctrico deve, tanto quanto possível, evitar-se efectuar ligações eléctricas
unindo os fios “enrolando-se” as suas pontas. Contudo, se for inevitável deve ser realiza-
do da forma ilustrada na figura seguinte.
F – Colocação de Isolamento
Para não se danificar o fio, este deve ser descarnado com uma ferramenta adequada.
Tab. 2.4 – Diferentes secções de fio, em função da corrente a que pode ser submetido
Os terminais são peças normalmente metálicas que se colocam nos extremos dos
cabos para facilitar a união entre eles.
Fig. 2.55 – Principais tipos de terminais utilizados em electricidade e electrónica automóvel
A montagem dos terminais sobre os cabos deve realizar-se de forma escrupulosa pois
durante a sua utilização podem estar sujeitos a elevadas temperaturas, à humidade, etc.
A figura 2.56 ilustra a forma como se deve realizar a montagem de um terminal.
Se se tiver vários fios entre duas fichas deve-se assegurar que têm o mesmo comprimen-
to.
Para soldar fios eléctricos deve-se, antes de tudo garantir que as “peças” a soldar estão
bem limpas.
Normalmente os rolos de fio de estanho para soldar têm no interior uma alma de pasta
fundente desoxidante. Trata-se de elementos misturados com o estanho, mas que pas-
sam ao estado líquido a temperatura inferior à de fusão do estanho. Estes elementos lim-
pam os materiais a soldar, retirando-lhes as impurezas, especialmente as de óxidos
metálicos, que ainda que não se veja a olho nu, dificultam a união.
Além disso, é extremamente importante que a potência do ferro de soldar utilizado seja
adequada ao tamanho das peças a soldar. De um modo indicativo, deve-se ter:
Para realizar a soldadura é importante que a ponta do aparelho de soldar esteja perfei-
tamente limpa, isenta de resíduos de estanho ou de resina queimada, bem como os ele-
mentos a soldar, como já foi referido.
Depois de tudo isto, para que a soldadura seja bem executada deve-se aplicar em pri-
meiro lugar a ponta do ferro de soldar no ponto exacto que se quer soldar, de modo a
aquecer essa zona. Logo que a zona a soldar esteja aquecida, aplicar o fio de estanho
sobre os condutores a soldar. Ir colocando estanho e soldando.
PAZ, Arias– Manual de Automóvils, 52º edición, CIE Inversiones Editoriales, 1997