MANUAIS
ÍNDICE
DOCUMENTOS DE ENTRADA
CORPO DO MÓDULO
0 - INTRODUÇÃO........................................................................................... 0.1
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................C.1
1 - FERRAMENTAS DE MANUAIS
Estas ferramentas geralmente estão em caixas de ferramentas que contém todas as ferramentas
necessárias para trabalhar com eficiência.
Existem ainda nas oficinas armários ou painéis de ferramentas, mais completos do que os conjun-
tos individuais de cada mecânico, destinados, por exemplo: para as ferramentas para sistemas de
travagem, sistemas de ignição, etc, designadas também como ferramentas especiais.
São consideradas ferramentas fixas, as ferramentas compostas por elementos que podem ser
agrupados de maneira a formar um conjunto rígido.
Chaves de fendas
Busca-pólos
Chaves de caixa
Chaves de bocas
Chaves de lunetas
Chaves mistas
Chaves crescentes
Chaves tubulares
Chaves tubulares curvas
Chaves de velas
Martelos
Martelo de plástico
Punções
Talhadeira
Punho – parte destinada a ser agarrada pela mão. Deve ter um formato ergonómico
para permitir aplicar um esforço, sem ferir a mão do utilizador. É conveniente que o
cabo seja de material que garanta um bom isolamento eléctrico.
Haste – é a parte que sai do punho, feita em aço temperado. Deve ser capaz de
resistir aos esforços a que está sujeita esta ferramenta. Algumas chaves apresentam
um sextavado na haste, permitindo que seja aplicada uma maior torção por meio de
uma chave de bocas.
As chaves de fendas são referenciadas pela largura e espessura da lâmina. As chaves Phillips e
Pozidriv são referenciadas por números, sendo geralmente utilizados os números de 0 (zero), cor-
respondente à chave menor até 4, correspondente à chave maior. As chaves Torx são referencia-
das por números de 6, correspondente à chave menor até 60, correspondente à chave maior.
Fig. 1.4 - Chave de fendas angular
Para uma correcta aplicação, aplicar a chave de formato e tamanho adequado, que é sempre
aquela que encaixa perfeitamente na ranhura do parafuso. Se a ponta da chave não se ajustar
perfeitamente na ranhura do parafuso, pode danificar a fenda ou a ranhura do parafuso.
As pontas das chaves devem apresentar-se sempre afiadas e conservar planas as faces da fenda.
Não utilizar a chave de fendas como alavanca, escopro ou punção. Não bater no cabo da chave
com o martelo. Não deixar os dedos junto à ponta da lâmina durante o trabalho, pois esta pode
resvalar e ferir os dedos. Apenas as chaves de fendas em que o topo do cabo tenha um reforço
específico e que a haste atravesse o cabo, podem receber ligeiras pancadas para desbloquear
parafusos calcinados.
1.1.2 - BUSCA-PÓLOS
O busca-pólos é uma variante da chave de fendas. Os busca-pólos são utlizados para verificar cir-
cuitos eléctricos de baixa tensão e corrente contínua, utilizados nos automóveis sendo compostos
por uma pequena chave de fendas com um terminal, onde é aplicado um fio que tem na extremida-
de uma pinça de “crocodilo”, conforme mostrado na figura 1.5. Uma lâmpada acende no interior do
busca-pólos quando a ponta estabelece o circuito eléctrico entre o elemento sob tensão e a pinça.
As chaves de caixa de 6 faces são utilizadas para a transmissão de maiores esforços, ou para
parafusos e porcas com muito desgaste, dado que assentam em todo o sextavado do parafuso.
Os principais constituintes de um conjunto de chaves de caixa, como mostrados na figura 1.7, são:
Nunca utilizar chaves de caixa manuais numa chave pneumática ou de impactos, dado que as cha-
ves de caixa manuais podem não ter o tratamento térmico adequado para resistirem ao choque. Uti-
lizar apenas as extensões previstas, não aplicando sobrecargas com tubos ou pancadas, pois pode-
rão danificar as chaves.
Este tipo de chaves pode ser utilizada, por exemplo, na desmontagem dos componentes da suspen-
são dos automóveis.
1.1.4 - CHAVES DE CAIXA ARTICULADA DUPLA
As chaves de caixa articulada duplas, como mostrado na figura 1.7, apresentam duas medidas de
chaves de caixa num mesmo cabo o que, com a possibilidade de articulação, vai permitir trabalhar
em condições de acessibilidade limitada.
Também conhecidas como chaves de duas bocas. Cada chave possui duas bocas com medidas
diferentes, com uma inclinação em relação ao cabo para permitir trabalhos em locais de difícil
acesso. Como mostrado na figura 1.9, trazem gravado no cabo um número que representa a medi-
da da abertura. Assim, uma chave com o número 17 serve para trabalhar num parafuso com cabe-
ça sextavada exterior de 17 milímetros. O comprimento da chave está geralmente relacionado com
a medida da boca, permitindo uma correcta aplicação do binário de aperto.
As chaves de bocas são utilizadas, por exemplo, na afinação do tirante da correia do alternador.
São utilizadas quando é necessário aplicar esforços maiores, devido ao seu encaixe em anel envol-
ver toda a cabeça do parafuso, permitindo uma maior rigidez do conjunto. As aberturas possuem
geralmente 12 faces, o que permite soltar a chave e voltar a rodar o sextavado do parafuso em
locais com pouco espaço. Como mostrado na figura 1.11, as chaves de lunetas apresentam medi-
das diferentes nas duas extremidades e o anel geralmente está fora do plano da barra, de modo a
facilitar o manusea- mento.
Também conhecidas como “chaves combinadas”, possuem uma extremidade aberta e outra fecha-
da, como mostrado na figura 1.12, juntando as vantagens da chave de bocas e da chave de lunetas
numa só ferramenta. Neste tipo de chaves o anel e a boca têm a mesma medida.
A extremidade fechada é utilizada para soltar parafusos apertados e para dar o aperto final, enquan-
to a extremidade aberta é usada para dar voltas sucessivas ao parafuso.
As chaves crescentes são uma espécie de chave de boca, com abertura regulável. A figura 1.13,
mostra uma chave crescente, que também é conhecida como chave inglesa. Tem actualmente uma
utilização directa limitada na mecânica automóvel, mas continua presente em todas as caixas de
ferrramentas, pois permite ao utilizador ter muitas medidas apenas com uma chave, funcionando
como ferramenta de apoio quando são necessárias duas chaves com a mesma medida. É utilizada
em recurso, na falta da chave adequada.
A variação da medida da abertura da chave crescente faz-se pela rotação com os dedos, de um veio
roscado que efectua a aber-
tura ou o fecho Cabo da boca.
Veio roscado
Boca
As chaves tubulares são tubos de aço especial, com um sextavado interior em cada ponta. Como
mostrado na figura 1.16 são accionadas por um cabo corrediço que passa por um furo existente no
tubo, ou por uma chave de bocas. Permitem trabalhar em parafusos situados em locais pouco aces-
síveis e em porcas aplicadas sobre veios longos.
Tubo
Furo
São utilizadas tam-
Sextavado
bém em parafusaria
gasta ou moída
devido ao seu
encaixe de seis Furo
faces ajustar-se per- Fig. 1.15 - Chave tubular
feitamente na porca
ou parafuso.
O seu manuseio é seguro, mas necessitam algum espaço de manobra junto ao parafuso para a
movimentação do cabo corrediço ou da chave de bocas.
A figura 1.17 apresenta uma chave tubular curva, também conhecida como “chave de cachimbo”.
Estas chaves têm as mesmas características das chaves tubulares.
Podem ainda ser manuseadas por um cabo corrediço, que facilita a aplicação do binário de aperto
quando existe pouco espaço livre junto ao parafuso. O manuseamento das chaves tubulares curvas
é mostrado na figura 1.18.
Manuseamento pela
Manuseamento com
São utilizadas para aplicar ou retirar as velas de ignição dos motores. Consiste numa chave de caixa
comprida, com uma extensão e desandador em “T”. A chave deve adaptar-se ao corpo da vela sem
tocar no isolador e a extensão deve ter o comprimento adequado. Em alguns casos é necessário uti-
lizar um cardan para permitir a manobra da chave no espaço disponível.
Consistem numa peça, a cabeça, em aço especial, com duas faces onde está fixado um cabo,
geralmente em madeira. Os martelos utilizados na mecânica automóvel têm uma face plana e a
outra em forma de bola ou de pena, conforme mostrado na figura 1.20.
deiras.
A face em forma de bola é utilizada em superfícies côncavas, geralmente para desempenar com-
ponentes em chapa.
A face em forma de pena é utilizada na dobragem de chapas ou barras finas, para dar a forma da
curva pelo interior.
Conforme mostrado na figura 1.21, a pancada deve ser dada com o martelo alinhado com a
superfície, de forma a que a face bata por inteiro. Não bater com um martelo inclinado, nem pegar
muito junto à cabeça, o que pode dar origem ao martelo bater com as bordas da face, podendo
danificar as mesmas.
Incorrecto
Correcto
1.1.15 - PUNÇÕES
Uma talhadeira consiste numa barra curta de aço especial, com secção rectangular, uma extremi-
dade forjada e afiada em cunha e outra extremidade recta, como mostrado na figura 1.24. A talha-
deira é uma ferramenta de corte, que pode ser utilizada por exemplo, para cortar um rebite, rece-
bendo as pancadas de um martelo.
Esta chave, mostrada na figura 1. 25, é utilizada para retirar os filtros de óleo. Podem ter a trans-
missão do esforço por correia, por corrente, ou por encaixe adequado a cada tipo de filtros.
1.2.1 - ALICATES
Os alicates são ferramentas utilizadas para fixar peças de várias formas, dobrar, torcer, cortar fios
e arames.
Como mostrado na figura 1.28, além do alicate universal existem ainda os alicates de pontas cha-
tas e os alicates de pontas curvas. Servem para segurar ou apertar peças macias, podendo ser
utilizado em locais de difícil acesso, onde sejam necessárias pontas compridas.
Os alicates de pontas redondas servem para fazer olhais de fixação nas extremidades dos fios
condutores.
Pontas chata Pontas curvas Pontas Redondas
Não devem ser utilizados alicates, em vez da chave adequada, para apertar porcas ou parafusos,
pois danificam a ferramenta e as porcas ou parafusos.
O alicate de corte, mostrado na figura 1.29, serve para cortar fios, cabos e arames, preparar as
pontas das ligações eléctricas e descarnar fios condutores. É utilizado para retirar troços ou chave-
tas, cortando as de material macio.
Devem ser utilizados alicates de corte, adequados ao diâmetro e dureza do arame a cortar. Deve-
mos dar preferência a cortar junto à articulação do alicate, em vez de cortar junto às pontas, para
não esforçar o alicate.
1.2.3 - ALICATES DE PRESSÃO
As maxilas deste alicate apresentam um serrilhado, que pode deixar marcas ao apertar um mate-
rial macio. Um alicate de pressão não deve ser utilizado para prender peças de forma permanente.
Estas podem vir a soltar-se com impactos ou vibrações. Não devem também ser utilizados em ope-
rações de levantamento de motores ou caixas de velocidades.
Podem ser direitos ou curvos, interiores ou exteriores. Servem para aplicar ou extrair freios metáli-
cos. Alguns possuem um parafuso regulador que limita a deformação aplicada ao freio.
CUIDADOS: na colocação de freios devemos apertar o mínimo necessário para efectuar o traba-
lho, de maneira a não deformar o freio. Ao aplicar um freio, devemos sempre utilizar óculos de pro-
tecçãos, porque o freio pode escapar e saltar com grande velocidade.
1.2.8 - TESOURAS
Existe uma grande variedade de tesouras, sendo de escolher para o mecânico de automóveis um
modelo robusto e de tamanho médio. A tesoura, como a mostrada na figura 1. 36, efectua o corte
de materiais macios tais como papel, plásticos, borracha e cartão de juntas. As tesouras não
devem ser utilizadas para cortar arames.
Fig.1.36 – Tesoura
As chaves de impacto, também conhecidas como chaves de pancada, permitem apertar e desa-
pertar com segurança porcas e parafusos muito apertados ou gripados. Como mostrado na figura
1.37, as chaves de impacto recebem a pancada de um martelo e, através de um sistema mecâni-
co, a transmitem ao parafuso sob a forma de uma rotação brusca. São compostas por um cabo e
um encavador quadrado para aplicar uma chave de caixa ou ponteiras de fenda, Philips, Torx, etc.
Algumas pancadas com um martelo pesado na cabeça da chave provocam a rotação da ponteira
no sentido de aperto ou de desaperto.
As chaves de impacto podem funcionar com chaves de caixa adequadas a este tipo de trabalho.
Estas chaves têm sempre um acabamento superficial preto, sem cromados.
As chaves dinamométricas têm como finalidade aplicar um binário de aperto controlado, por um
valor previamente ajustado, a uma porca ou parafuso. Este ponto de afinação pode ser lido direc-
tamente numa escala ou transmitido ao operador por um estalido durante o aperto.
São constituídas por um punho ou braço de alavanca, uma mola graduada e uma escala, como
mostrado na figura 1.38.
As principais porcas e parafusos de um automóvel têm um binário de aperto definido pelo constru-
tor. Selecciona-se o valor de aperto desejado e ajustam-se todos os parafusos na sequência indi-
cada pelo fabricante do equipamento. Seguidamente faz-se outra volta a dar o aperto final, não
esforçando para além do binário de aperto recomendado.
As chaves dinamométricas devem estar permanentemente limpas, de forma a não entrar sujidade
no mecanismo de leitura. Devem ser manuseadas suavemente e evitar a sua queda. Ao fim do tra-
balho, o posicionamento da escala deve voltar ao zero, para não deformar a mola, o que poderia
alterar os valores.
1.3.3 - EXTRACTORES
Rosca
Garras
Aplicam-se os braços de acordo com a forma do componente a extrair, pelo interior ou pelo exte-
rior. Monta-se o extractor e move-se gradualmente o sextavado da rosca ou o parafuso do elemen-
to hidráulico, até a extracção do componente.
Fig. 1.40 – Extractores de três braços
Lubrificar bem a rosca e os pontos de passagem dos componentes a extrair. Não bater nas peças
a extrair nem nos extractores. Verificar o correcto alinhamento dos braços e que estejam bem pre-
sos, pois em trabalho esta ferramenta armazena tensões de várias toneladas. Nunca exceder a
capacidade de um extractor.
Rosca
Extractor
Elemento hidráulico
Parafuso do elemento
hidráulico
Destinam-se a comprimir os anéis de segmento junto ao êmbolo, para que este possa ser introdu-
zido no cilindro com mais facilidade e sem partir os segmentos.
O arco de serra, também conhecido como serrote, consiste num arco metálico, que tem a função
de manter esticada uma lâmina de serra substituível, servindo como empunhadura e para guiar o
corte. Utiliza-se para cortar materiais de várias durezas, tais como plásticos, alumínio, cobre, cha-
pas e tubos de aço, etc. A figura 1.43 mostra um arco de serra.
1.3.6 - GAMBIARRAS
A caixa de ferramentas não é uma escada, não deve subir na caixa de ferramentas.
Não arrume as ferramentas cortantes ou pontudas desordenadamente, pois pode dar origem a ferir
as mãos na próxima vez que for buscar ferramentas.
Devem ser mantidas sobre a bancada do carro, apenas as ferramentas e os materiais necessários
à tarefa que se tem de executar.
Não abrir várias gavetas carregadas ao mesmo tempo, pois podem fazer virar o carro de ferramen-
tas.
Cada ferramenta foi concebida para uma função própria. Não utilizar uma ferramenta para uma
função que não seja a de origem. Só a ferramenta certa oferece a segurança, o conforto em ser-
viço e a produtividade desejados.
Não altere as características das ferramentas por esmerilagem, soldadura, aquecimento excessi-
vo, dobragem, etc. Isso modifica as suas características, podendo levar à ruptura em serviço.
Não utilizar as ferramentas para além das suas capacidades, por meio de extensões ou panca-
das. Não martelar numa chave que não seja construída para esta finalidade: só as ferramentas
desenvolvidas para este efeito podem receber pancadas.
Manter limpas as ferramentas para evitar que escorreguem por estarem sujas ou engorduradas,
tornando-se assim mais seguras.
Inspeccione sempre as ferramentas antes de as utilizar. Não devem apresentar desgastes, trin-
cas, rebarbas, punhos partidos, nem estar mal encabadas.
Usar sempre óculos de protecção em todos os trabalhos em que haja limalhas ou projecção de
aparas.
Usar sempre luvas adequadas nos trabalhos em que haja risco de corte, queimaduras ou cho-
ques eléctricos.
Garantir um bom equilíbrio, sobretudo nos trabalhos de força. Nas operações de levantamento
de componentes pesados, deve-se manter as costas direitas e flectir as pernas.
BIBLIOGRAFIA