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Alinhamento Estrutural
ÍNDICE
CORPO DO MÓDULO
0 - INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 0.1
1 - CARROÇARIA .................................................................................................................... 1.1
1.1 - CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ESTRUTURA ............................................................. 1.1
1.1.1 - ESTRUTURA TIPO CHASSIS ............................................................................ 1.1
1.1.1.1 - CHASSIS DE LONGARINAS ..................................................................... 1.1
1.1.1.2 - CHASSIS EM X .......................................................................................... 1.3
1.1.1.3 - CHASSIS TUBULAR .................................................................................. 1.3
1.1.2 - ESTRUTURA TIPO PLATAFORMA .................................................................... 1.4
1.1.3 - ESTRUTURA TIPO CARROÇARIA MONOBLOCO ........................................... 1.4
1.2 - CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FORMA ..................................................................... 1.6
1.3 - ELEMENTOS DA CARROÇARIA ............................................................................... 1.7
2 - ESTRUTURA DA CARROÇARIA ........................................................................................ 2.1
2.1 - MATERIAIS UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO DE CARROÇARIAS DE
AUTOMÓVEIS ............................................................................................................. 2.1
2.1.1 - PROPRIEDADES GERAIS DOS MATERIAS ..................................................... 2.2
2.1.1.1 - MALEABILIDADE ....................................................................................... 2.2
2.1.1.2 - DUCTIBILIDADE ........................................................................................ 2.2
2.1.1.3 - TENACIDADE ............................................................................................. 2.3
2.1.1.4 - DUREZA ..................................................................................................... 2.3
2.1.1.5 - RESILIÊNCIA .............................................................................................. 2.3
2.1.1.6 - ELASTICIDADE ........................................................................................... 2.3
2.1.1.7 - FUSIBILIDADE ........................................................................................... 2.3
2.2 - COMPOSIÇÃO DE UMA CARROÇARIA MONOBLOCO ........................................... 2.4
2.3 - PONTOS FUSIVEIS .................................................................................................... 2.9
2.3.1 - PARTE DIANTEIRA .......................................................................................... 2.10
2.3.2 - PARTE TRASEIRA ............................................................................................. 2.11
2.4 - PEÇAS DE ALTO LIMITE ELÁSTICO ........................................................................ 2.11
3 - DETECÇÃO DE DANOS ..................................................................................................... 3.1
3.1 - TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO .................................................................................. 3.1
3.1.1 - DETECÇÃO VISUAL .......................................................................................... 3.1
3.1.2 - DETECÇÃO POR LIXAGEM .............................................................................. 3.2
3.1.3 - DETECÇÃO POR TACTO .................................................................................. 3.2
3.1.4 - DETECÇÃO POR PENTE DE PERFIL ............................................................... 3.3
4 - SISTEMAS DE CONTROLO E MEDIÇÃO DE CARROÇARIAS ........................................ 4.1
4.1 - TIPO DE SISTEMAS DE CONTROLO E MEDIÇÃO DE CARROÇARIAS .................. 4.2
4.1.1 - SISTEMAS DE MEDIÇÃO DE CONTROLO POSITIVO ...................................... 4.2
4.1.2 - SISTEMAS DE MEDIÇÃO UNIVERSAL .............................................................. 4.4
4.1.2.1 - SISTEMAS MECÂNICOS DE MEDIÇÃO .................................................... 4.5
4.1.2.1.1 - SISTEMAS DE MEDIÇÃO DE ACESSÓRIOS UNIVERSAIS ............. 4.5
4.1.2.1.2 - SISTEMAS DE MEDIÇÃO DE CALIBRES .......................................... 4.6
4.1.2.2 - BANCADAS DE CONTROLO POR GRAMINHO ........................................ 4.7
4.1.2.3 - CONTROLO POR VARAS DE NÍVEL ......................................................... 4.8
4.1.2.4 - SISTEMAS ÓPTICOS DE MEDIÇÃO ........................................................ 4.10
4.1.2.5 - SISTEMAS ELECTRÓNICOS DE MEDIÇÃO ............................................ 4.12
4.1.2.5.1 - MEDIÇÃO ELECTRÓNICA POR BRAÇO ......................................... 4.12
4.1.2.1.2 - MEDIÇÃO ELECTRÓNICA MULTIPONTO ....................................... 4.13
4.2 - SISTEMA ELECTRÓNICO DE MEDIÇÃO ................................................................. 4.14
4.2.1 - MEDIÇÃO DE UMA CARROÇARIA UTILIZANDO O SISTEMA ELÉCTRICO .. 4.17
4.3 - INTERPRETAÇÃO DAS FICHAS DE MEDIDAS ....................................................... 4.34
5 - FORÇAS DA COLISÃO........................................................................................................ 5.1
5.1 - PRINCÍPIOS BÁSICOS DE TRACÇÃO ....................................................................... 5.1
5.1.1 - FORÇAS .............................................................................................................. 5.1
5.1.1.1 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE FORÇAS .............................................. 5.1
5.1.1.2 - COMPOSIÇÃO DE FORÇAS ...................................................................... 5.3
5.1.2 - MOMENTOS ........................................................................................................ 5.4
5.2 - A IMPORTÂNCIA DO CHOQUE .................................................................................. 5.5
5.2.1 - DEFORMAÇÕES DO PRIMEIRO GRAU ............................................................ 5.5
5.2.2 - DEFORMAÇÕES DO SEGUNDO GRAU ............................................................ 5.6
5.2.3 - DEFORMAÇÕES DO TERCEIRO GRAU ........................................................... 5.7
5.3 - TIPOS DE DANOS ....................................................................................................... 5.8
5.3.1 - DANOS DIRECTOS ............................................................................................. 5.8
5.3.2 - DANOS INDIRECTOS ......................................................................................... 5.8
5.4 - FORÇAS ENVOLVIDAS NA COLIGAÇÃO .................................................................. 5.8
5.4.1 - INÉRCIA ............................................................................................................... 5.9
5.4.2 - TRANSMISSÃO DE FORÇAS ............................................................................. 5.9
5.5 - ANÁLISE DE UMA COLISÃO TIPO ........................................................................... 5.19
5.5.1 - COLISÃO FRONTAL .......................................................................................... 5.10
5.6 - ESFORÇOS SOBRE A CARROÇARIA ...................................................................... 5.11
5.7 - CARROÇARIAS DE ESTRUTURA DIFERENCIADA ................................................ 5.12
5.7.1 - CHOQUE DIANTEIRO E CHOQUE TRASEIRO ............................................... 5.12
5.7.2 - CHOQUE LATERAL ........................................................................................... 5.12
5.7.3 - CAPOTAMENTO DO VEÍCULO ........................................................................ 5.13
5.7.4 - ZONA DE ABSORÇÃO DE ENERGIA ............................................................... 5.13
5.7.5 - LOCALIZAÇÃO DAS COLISÕES ...................................................................... 5.14
6 - SISTEMAS E EQUIPAMENTOS DE TRACÇÃO ................................................................. 6.1
6.1 - REGRAS BÁSICAS PARA ALINHAMENTO DE CARROÇARIAS ............................... 6.1
6.2 - SISTEMAS E EQUIPAMENTOS DE TRACÇÃO ......................................................... 6.1
6.2.1 - SISTEMAS DE FIXAÇÃO E AMARRAÇÃO ......................................................... 6.1
6.2.1.1 - BANCOS DE TRACÇÃO ............................................................................. 6.1
6.2.2 - BANCOS MÓVEIS ............................................................................................... 6.2
6.2.2.1 - BANCOS FIXOS .......................................................................................... 6.2
6.2.2.1.1 - BANCADAS ELEVADORAS ................................................................ 6.2
6.2.2.1.2 - BANCADAS FIXAS AO SOLO ............................................................. 6.3
6.2.3 - GARRAS DE FIXAÇÃO .................................................................................. 6.5
6.3 - CILINDROS DE TRACÇÃO ......................................................................................... 6.6
6.4 - ESQUADROS E TORRES DE TRACÇÃO ................................................................... 6.8
6.4.1 - ESQUADROS TIPO L .......................................................................................... 6.8
6.4.2 - TORRES DE TRACÇÃO ...................................................................................... 6.9
6.5 - CORRENTES ............................................................................................................ 6.10
6.6 - GARRAS E ACESSÓRIOS ........................................................................................ 6.10
6.7 - PRÁTICA DE DESEMPENO DE CARROÇARIAS .................................................... 6.13
6.8 - REPARAÇÃO DE UM EMBATE FRONTAL ............................................................... 6.18
6.8.1 - DESCRIÇÃO DO PROCESSO .......................................................................... 6.18
7 - ESCOLHA DA BANCADA DE TRABALHO ....................................................................... 7.1
7.1 - O BANCO DE TRACÇÃO ............................................................................................ 7.1
7.2 - EQUIPAMENTO AUXILIAR .......................................................................................... 7.1
7.3 - SISTEMA DE VERIFICAÇÃO E CONTROLO ............................................................. 7.2
7.4 - ELEIÇÃO DA BANCADA ............................................................................................. 7.2
Perante um automóvel sinistrado, terá de proceder-se, em primeiro lugar, a uma análise exaustiva dos
danos para, com a maior precisão possível, se identificar o alcance e importância das deformações.
Pancadas muito aparatosas podem afectar somente os painéis exteriores e, pancadas que parecem
menos importantes podem afectar de forma séria as partes estruturais da carroçaria.
Na avaliação de danos tem de se actuar sem precipitações, fazendo-se uma série de observações
e comprovações que permitam determinar o alcance das deformações e assim escolher o melhor
procedimento para a sua reparação. Uma correcta avaliação dos danos requer alguma prática, que se
obterá no trabalho diário pois, se é certo que nenhum choque é igual a outro, as suas consequências são,
em muitos casos, similares devido ao desenho e ao comportamento pré-determinado da carroçaria.
Não obstante a quantidade diferente de casos que se podem apresentar, é preciso actuar seguindo
ordem e metodologia, para evitar que qualquer tipo de dano passe despercebido, pois pode ter grande
influência no processo posterior de reparação.
1 - CARROÇARIA
Podemos classificar a estrutura de uma carroçaria em três grupos distintos, consoante o seu formato
e função dos vários elementos:
Nos dois primeiros tipos, a resistência estrutural é dada pela base de suporte da carroçaria – o chassis
ou a plataforma. No último tipo, os próprios elementos estéticos da carroçaria fazem parte da estrutura,
conferindo-lhe resistência.
O chassis tem a dupla finalidade de assegurar a ligação dos diversos grupos que constituem o veículo
automóvel e de suportar a carroçaria e a carga.
Durante o movimento do veículo, o chassis fica sujeito a esforços mecânicos variados e complexos,
nem sempre avaliáveis na fase do projecto; com efeito, trata-se de solicitações dinâmicas, que quase
sempre apresentam o carácter de choque e de vibrações. Por isto, o chassis deve apresentar uma
elevada rigidez.
Em geral, os chassis são fabricados em chapa de aço de boa qualidade, com baixo teor de carbono,
estampada em forma de U ou de duplo T. Desta forma é possível obter uma boa resistência às
solicitações mecânicas, facilidade de ligação dos diversos órgãos e um peso limitado.
Este tipo de chassis é, basicamente, constituído por duas longarinas paralelas, ligadas entre si através
de travessas simples ou dispostas em forma de cruz.
As longarinas e as travessas possuem suportes próprios para a ligação das suspensões e para a
fixação dos diversos grupos que constituem o veículo automóvel.
Consoante o tipo e a forma da carroçaria, bem como as condições de carga e de utilização do veículo,
as longarinas têm formas diferentes; as formas mais vulgares estão representadas nas figuras que se
seguem:
4 1. Automóveis de turismo.
2. Automóveis com molas semi-
elípticas.
5
3. Veículos pesados de mercadorias
4. Veículos pesados de passageiros
Na figura 1.2 está representado um chassis normal de um camião, fabricado com perfis de aço em U,
encaixados para aumentar a resistência à deformação.
4
1
2 5 6 8
1 5 6
1 2
5 3
3 4
6
7
1.1.1.2 - CHASSIS EM X
Actualmente empregam-se chassis na sua forma clássica apenas nos veículos de mercadorias médios
e pesados e em alguns veículos todo-o-terreno; pelo contrário, para os automóveis ligeiros e também
para os veículos de mercadorias de baixo peso bruto, quase todos os fabricantes adoptaram o sistema
de carroçaria monobloco.
Diz-se que a carroçaria é monobloco quando possui uma resistência mecânica que pode suportar
o peso dos diversos grupos que constituem o veículo e as solicitações provocadas pelo movimento
deste.
Nas construções deste tipo a função do chassis combina-se com o pavimento da carroçaria, devidamente
reforçado e moldado, numa estrutura única, à qual se aplicam directamente, ou com a interposição de
órgãos elásticos próprios, o motor e os outros grupos do veículo.
Os elementos que constituem a estrutura monobloco, obtidos por estampagem a frio de chapa de aço,
são ligados uns aos outros mediante processos de soldadura.
Existem veículos em que parte ou toda a construção do chassis e/ou carroçaria é feita em alumínio.
Fig. 1.7 - Carroçaria monobloco
A robustez do pavimento da estrutura monobloco, tal como as zonas que devem suportar o motor, é
aumentada com a aplicação de armações em caixão longitudinais ou recorrendo à sua estampagem,
como se pode verificar na figura 1.7.
Abaixo do pavimento são aplicadas, mediante soldadura ou com parafusos, uma ou mais travessas
que, além de tornarem rígida a estrutura, têm a função de suportar a caixa de velocidades e os suportes
intermédios para cada eixo de transmissão.
A carroçaria monobloco apresenta a vantagem de uma maior simplicidade de fabrico e de uma maior
rigidez e leveza, quando comparada com o chassis-carroçaria.
Este sistema de construção, adoptado pela primeira vez em Itália pela fábrica Lancia nos modelos
Lambda em 1922, é seguido por quase todos os fabricantes europeus, enquanto na Inglaterra e nos
Estados Unidos o sistema clássico de estrutura em chassis ainda é bastante usual.
Nos automóveis em que se pretende atingir, com um ligeiro aumento de peso, apreciáveis características
de conforto, utilizam-se chassis anteriores e posteriores que suportam todos os órgãos mecânicos
(motor, caixa de velocidades, ponte, suspensões) ligados à carroçaria por suportes de amortecimento
diferenciado.
1. Subchassis (charriot)
dianteiro
2. Subchassis traseiro
1.2 - CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FORMA
Actualmente existem as mais variadas formas de carroçarias de veículos ligeiros. No entanto, podemos
definir três desenhos fundamentais em função dos compartimentos existentes e da sua forma.
Os vários elementos que constituem a carroçaria de uma viatura podem-se distinguir pela função que
executam:
Um elemento estrutural pode também ter uma função estética e um elemento externo pode ter
importância estrutural, não sendo possível fazer uma distinção rigorosa. Por exemplo, o tecto de um
veículo é um elemento de revestimento e, no entanto, representa um elemento importantíssimo para o
aumento da rigidez da carroçaria.
Cada material tem propriedades físicas e mecânicas determinadas, que o tornam mais ou menos
próprio para uma função concreta, dependendo fundamentalmente do tipo de solicitações a que se
encontra sujeito.
O aço é o material mais utilizado na construção tanto de carroçarias de automóveis como noutras
aplicações (estruturas, carris, barcos, máquinas, etc.). Oferece muitas vantagens sobre outros
materiais:
A escolha dos materiais é condicionada pelas vantagens que oferecem face a outros materiais em
aplicações muito concretas, por exemplo o alumínio é utilizado na aviação devido à sua leveza, ou
o cimento utilizado na construção por ter uma maior resistência ao fogo, ou os materiais cerâmicos
quando devem suportar temperaturas elevadas.
A contínua evolução dos tipos de aço, convertem-no num material muito apto para a construção de
carroçarias de automóveis.
É possível fazer uma classificação de aços através das suas propriedades mecânicas, mas esta será
imprecisa, pois não existe valor fixo que faça a fronteira entre os distintos aços, acontecendo por
exemplo que valores de algumas propriedades de aço de alta resistência são idênticos ou maiores que
outros aços de muito alta resistência.
Por esta razão, o mais comum e preciso é agrupar os aços em famílias segundo o processo pelo qual
é obtido.
O endurecimento dos aços pode-se obter, basicamente, de quatro formas:
O principal inconveniente da utilização dos aços é o seu elevado peso específico e, consequentemente,
o peso elevado das carroçarias. Por este motivo, o aço cedeu terreno a outros materiais alternativos,
fundamentalmente plástico e alumínio, devido a possibilidade de utilização em diversas aplicações.
Actualmente existem carroçarias heterogéneas que combinam vários materiais e algumas até são
fabricadas totalmente em alumínio.
O alumínio é o material mais abundante na natureza, depois do oxigénio e do silício, sendo o segundo
material metálico mais utilizado.
Entre 7% e 11% do peso de um automóvel corresponde já a peças fabricadas em alumínio.
Um factor a ter em conta é a segurança, pois quanto mais ligeiro for o material, menor será a massa da
carroçaria e consequentemente menos energia há para dissipar a uma dada velocidade.
2.1.1.1 - MALEABILIDADE
Aptidão de um material para se reduzir em lâminas finas, dobradas ou deformadas por choque ou
pressão a quente ou a frio. Nos painéis exteriores da carroçaria empregam-se espessuras de 0,7mm.
2.1.1.2 - DUCTIBILIDADE
É a propriedade do material poder ser trabalhado sem que se produzam alterações na sua estrutura
ou gretas. Quanto maior é a ductilidade de um material, menores serão os possíveis raios de curvatura
sem diminuir a sua resistência.
2.1.1.3 - TENACIDADE
Resistência à ruptura que opõe os materiais aos esforços cuja aplicação é progressiva.
• Tracção
• Compressão
• Flexão
• Torção
A tenacidade é uma medida da quantidade de energia necessária para romper o material. Os materiais
podem dividir-se em dois grupos: frágeis, quando absorvem pouca energia, e tenazes, quando
absorvem muita energia.
2.1.1.4 - DUREZA
Resistência que opõe um corpo a deixar-se penetrar por outro através da acção de uma força.
2.1.1.5 - RESILIÊNCIA
2.1.1.6 - ELASTICIDADE
Propriedade que têm os materiais de deformar-se por acção de uma força e retomar a sua forma inicial
quando essa força é retirada. Certos metais têm uma elasticidade muito reduzida.
Esta propriedade está presente nos processos de tracção na bancada de reparação da carroçaria.
2.1.1.7 - FUSIBILIDADE
Propriedade que caracteriza certos metais de passar, mais ou menos rapidamente, do estado sólido
ao líquido por efeito do calor. Condiciona os processos de soldadura, sobretudo a soldadura por arco
eléctrico.
2.2 - COMPOSIÇÃO DE UMA CARROÇARIA MONOBLOCO
Os elementos de uma carroçaria podem ser subdivididos em dois grupos:
1. Capot.
2. Revestimento dianteiro.
3 e 14. Revestimento dos pára-lamas dianteiros.
4 e 13. Esqueletos (armações) laterais e pára-lamas traseiro.
5 e 12. Portas laterais dianteiras.
6 e 11. Portas laterais traseiras.
7. Plano inferior.
8. Revestimento traseiro.
9. Tecto.
10. Tampa da mala.
15. Esqueleto resistente (armação) dianteiro.
Fig. 2.2a
Fig. 2.2b
Fig. 2.2c
A carroçaria foi desenhada para dissipar a energia da colisão em dois planos, segundo a dimensão da
colisão.
Em caso de choque frontal, a energia passa por um primeiro plano de segurança, em que as longarinas
frontais absorvem e distribuem parte da energia às travessas do piso, ao túnel da transmissão e à
carroçaria.
Num segundo plano de colisão, as longarinas superiores estão junto ao guarda-lamas e participam na
redução da energia da colisão. Parte da energia que não é absorvida é distribuída aos perfis de reforço
da carroçaria e aos reforços da porta.
Na parte frontal do veículo monta-se uma travessa de deformação que une ambas as longarinas. Em
caso de impacto só de um lado, esta travessa tem por função dissipar a energia também para o lado
oposto.
Quando a colisão é na parte traseira, a travessa de deformação posterior, situada debaixo do revestimento
do pára-choques, encarrega-se de dirigir a energia para as longarinas traseiras, repartindo a energia.
O controlo da colisão no segundo plano está a cargo de elementos laterais de perfis robustos, que vão
desde os pilares traseiros até aos pilares B ou C.
Os pontos fusíveis (Fig. 2.5, Fig. 2.6 e Fig. 2.7) existentes numa carroçaria servem para absorver
a energia proveniente de uma colisão. Estes pontos, devido à forma como são concebidos, fazem
do habitáculo uma célula de segurança, pois consegue-se que a carroçaria deforme em sítios pré-
definidos (deformação programada).
- São peças amovíveis destinadas a absorver a energia dos choques frontais sem
deformar a estrutura.
• Longarinas:
- Zona fusível nas extremidades das longarinas: nervuras situadas debaixo dos
suportes verticais frontais.
X - pontos de fusíveis
• Painel traseiro;
• Deformação dos elementos interiores do pára-choques;
• Deformação do painel e da plataforma inferior do habitáculo;
• Esmagamento ligeiro da extremidade da longarina;
• Deformação da longarina junto à plataforma.
X - pontos de fusíveis
A incorporação de peças de aço de alto limite elástico (figura 2.8) permite uma carroçaria mais rígida
diminuindo o peso.
Este aço, comparado com o utilizado no resto do veículo, tem um limite elástico mais alto com uma
espessura inferior da chapa.
Pecas de alto
limite elástico
Como consequência obtém-se uma maior dificuldade de deformação, ou seja, há que realizar um maior
esforço para que a peça perca a sua forma inicial.
Os trabalhos sobre os aços de alto limite elástico realizam-se com as mesmas ferramentas, mas devido
à sua resistência superior tem de se aplicar um esforço maior para recuperar a forma original. Estas
chapas devem traccionar-se até que adoptem a posição adequada, mesmo que seja necessário aplicar
esforços maiores.
Tal como em todas as peças da carroçaria, mas em particular nas peças de alto limite elástico, não se
deve aplicar calor na reparação, pois vai alterar as propriedades conferidas pelo tratamento térmico
original e consequentemente as suas características, químicas e mecânicas.
3 - DETECÇÃO DE DANOS
O primeiro passo para a correcção de uma deformação da carroçaria é localizá-la, determinar a sua
extensão e magnitude. É também necessário averiguar a acessibilidade à zona em que se encontra e
avaliar as desmontagens de elementos que se deverão realizar à partida.
Todos estes factores condicionam os aspectos mais importantes em toda a operação de substituição
da chapa: o método de trabalho e as ferramentas e equipamentos necessários.
Para se efectuar uma inspecção visual completa é preciso colocar o veículo num elevador.
A localização dos danos visíveis centra-se em:
Convém ter em conta que certos danos podem estar ocultos por detrás de forros das portas, assentos
traseiros, pára-choques, etc., pelo que é necessário em muitos casos desmontar estes elementos para
uma correcta inspecção visual.
Devemos ter especial atenção às massas e selantes das juntas, pois estas podem apresentar gretas
causadas pela transmissão de danos.
Nos casos em que a deformação é grande, sua localização é fácil mediante uma simples inspecção
visual à zona. Porém à medida que a deformação se vai corrigindo, ou no casos de se tratar de pequenas
amolgadelas, a sua detecção complica-se, tornando-se necessário recorrer a outras técnicas.
A detecção visual de pequenas deformações torna-se mais fácil caso se aplique uma suave passagem
na zona a reparar de uma folha de lixa de grão fino dobrada sobre um taco (Fig. 3.2). Nas zonas
sobrelevadas, a lixagem da pintura será mais intensa, apresentando as depressões, pelo contrário,
uma total ausência de sinais de lixagem.
Caso durante a reparação seja necessário, eliminar por completo a pintura, a detecção visual de
pequenas deformações torna-se praticamente impossível. Nesse caso é preciso utilizar o tacto, que
permite localizar perfeitamente pequenas deformações, com pintura e sem pintura (Fig. 3.3).
Para se ter uma boa localização da deformação através do tacto é necessário passar a mão várias vezes
e em várias direcções sobre a zona deformada, para se detectar as zonas altas e baixas para posterior
correcção. É aconselhável usar a mão contrária à usada para martelar, pois esta pode apresentar uma
menor sensibilidade ao tacto.
Este utensílio utiliza-se da seguinte forma: faz-se o registo, com o pente, de uma zona não danificada
igual à da zona a reparar. Colocando o pente na zona a reparar e comparando o seu perfil com a
superfície danificada é possível fazer-se uma avaliação da magnitude da deformação.
4 - SISTEMAS DE CONTROLO E MEDIÇÃO DE
CARROÇARIAS
Todos os sistemas de controlo e verificação de carroçarias baseiam-se no mesmo fundamento, o
estabelecimento de três planos de referência (figura 4.1):
y
m
+z i ge +x
or
de
o
an
pl
x plano
de
origem
+y
em
ig
or -y
de
o
an
pl
z
-x
-z
Com estes três planos consegue-se situar no espaço qualquer ponto da carroçaria e a sua posição
relativa ao resto. A forma concreta de estabelecer os planos de referência dependerá do sistema de
controlo de cada bancada. Em função do sistema pode estabelecer-se uma classificação para os
diferentes equipamentos existentes.
Os primeiros sistemas existentes para um controlo integral da carroçaria foram armações soldadas.
Estas armações eram construídas através de elementos soldados e serviam para determinar a exactidão
dimensional do piso do veículo, pois a sua parte superior adaptava-se aos contornos e pontos de
referência do veículo.
Cabeça
Banco de trabalho
Em muitos casos, eram construídos pelos próprios reparadores, que usavam como referência um
veículo sem danos.
Uma evolução directa foram as bancadas de controlo positivo (figura 4.2).
Os primeiros sistemas a aparecer eram constituídos por blocos maciços, com travessas, desenhados
para o controlo de pontos concretos, colocados directamente sobre a bancada de trabalho.
O conjunto, se bem que manejável, era pesado, incómodo e fatigante. A última evolução foi fabricar
as torres em duas partes, a base ou torre propriamente dita e a cabeça, para deste modo, obter uma
modulação das cotas de altura. Um dos sistemas mais representativos deste tipo é o sistema MZ da
Celette (figura 4.3).
A principal característica deste tipo de sistemas é ter de dispor de um jogo específico de cabeças ou
acessórios para cada tipo de veículo, o qual é pouco prático para uma oficina que trabalhe com várias
marcas de veículos.
Os acessórios são calibres de controlo que também servem para a fixação do veículo à bancada.
Apesar da sua robustez, não é aconselhável sujeitá-los a esforços intensos, recomendando-se a
utilização das garras de ancoragem.
A colocação das cabeças sobre as torres é feita de forma rápida e podem acoplar-se ou desacoplar-se
da carroçaria.
O sistema está pensado para realizar o controlo do veículo tanto com a mecânica montada como
desmontada, mas em alguns casos o controlo de alguns pontos com mecânica montada pode apresentar
dificuldades à reparação.
Os sistemas de medição universais são aqueles que permitem realizar o controlo de qualquer veículo
com um único equipamento de medida.
Neste tipo de sistemas, existe uma clara independência entre a bancada de trabalho e o equipamento
de medida propriamente dito, pelo que, em certas ocasiões, se podem utilizar estes componentes de
forma independente.
Atendendo às características adoptadas pelos fabricantes de bancadas para efectuar o controlo, assim
se subdividem nos seguintes grupos:
São constituídos por uma série de travessas, geralmente cinco, que se situam sobre a bancada de
trabalho, as distâncias entre os pontos marcam a sua posição relativa. Sobre cada uma das travessas
estão montados uns carros deslizantes, que permitem controlar as cotas de largura, verificando-se as
alturas em função da combinação de acessórios que estão montados sobre cada carro.
Uma vez colocadas as travessas que permitem medir as três cotas necessárias a cada ponto, bloqueiam-
se as travessas, carros e acessórios mediante dispositivos mecânicos específicos, deixando a bancada
preparada para a fase de tracção.
O medidor de calibres é constituído por um bastidor ligeiro, fabricado geralmente em alumínio, que
dispõe de uma série de carros sobrepostos que se movem longitudinal e transversalmente, e que
estabelecem deste modo o comprimento e a largura – duas das três cotas que definem a posição de
cada ponto. A terceira cota ou altura é obtida através da combinação dos adaptadores e calibres que se
colocam sobre cada um dos carros. Estes adaptadores e calibres são peças de geometria e dimensão
distintas, fabricadas também em alumínio, de fácil e cómoda utilização e susceptíveis de se estragarem
facilmente.
O graminho ou compasso de varas (figura 4.8 e figura 4.9) permite realizar uma verificação rápida das
principais cotas de uma carroçaria.
São diagnosticados os pontos fora das cotas para determinar o alcance da deformação, sendo prática
usual o controlo das diagonais entre pontos homólogos e simétricos na plataforma inferior do veículo.
Qualquer variação existente entre duas diagonais homólogas evidencia a existência de deformações.
É recomendável realizar a verificação, em pontos afastados da zona de impacto, por forma a cotar o
alcance da deformação em direcção a essa mesma zona.
As varas de nível (figura 4.11 e 4.12) são constituídas por duas barras horizontais e paralelas, que se
deslocam através de uma caixa central dotada de um pivot. Nos extremos das ditas barras acoplam-se
umas escalas verticais com umas fixações adequadas em função dos pontos a controlar.
Fig. 4.11 - Sistemas de varas de nível
Raio laser
Banco de trabalho
O controlo do comprimento e da largura é feito através de cintas com uma escala milimétrica dispostas
nos perfis de medição. O controlo de alturas efectua-se através das réguas.
O sistema permite um controlo contínuo de todo o processo de reparação, e pode-se seguir a evolução
que a carroçaria vai tendo ao longo da reparação. É o sistema utilizado pela Dataliner.
4.1.2.5 - SISTEMAS ELECTRÓNICOS DE MEDIÇÃO
Os sistemas electrónicos de medição carroçarias (figura 4.19) são a última evolução nos sistemas de
medição e controlo. Combinam a leitura telemétrica com aplicações informáticas e proporcionam uma
informação completa das cotas do veículo.
Objectivos
Banco de
trabalho Explorador de
carroçaria
Cabo de ligação
Posto de trabalho
O tratamento informático e contínuo de toda esta informação permite fazer o seguimento passo a passo
da evolução da carroçaria, até que a reparação se dê por concluída. Estes sistemas são apropriados
quer para a verificação das cotas, quer para a reparação.
As cotas globais da carroçaria e as suas variações são fornecidas ao operador sem que este tenha de
fazer qualquer operação no sistema de medição.
O princípio de funcionamento deste sistema consiste num scanner que emite um raio laser que é
reflectido pelos vários alvos distribuídos na carroçaria, conseguindo-se desta forma determinar os
desvios entre os valores medidos e os valores tidos para referência ao longo da reparação.
Dois dos principais equipamentos deste
tipo são o Génesis da Chief e o Shark da
Blackhawk. O Génesis executa a medição
por meio de umas placas de alumínio, que
colocadas na carroçaria, reflectem a luz de
dois raios laser giratórios que incidem sobre
elas. O Shark tem uma barra central de
medição, que recebe os ultrasons emitidos
por umas sondas colocadas previamente
nos pontos a medir.
O computador indica ao utilizador qual o acessório a utilizar e mostra a localização do ponto no monitor
(figura 4.26). Estes acessórios (figura 4.27) ficam presos firmemente nos pontos indicados.
A sonda é colocada, ficando segura através de efeito magnético (figura 4.28), poupando tempo e
melhorando a precisão. Como estas sondas não têm partes móveis tornam-se mais fiáveis e
robustas.
O utilizador observa todo o processo, tal como vai acontecendo, no monitor do computador (figura
4.30). Pode ver um ponto em particular ou todos os pontos medidos ao mesmo tempo.
Com estes equipamentos podem-se imprimir relatórios dos danos, podendo-se assim documentar e
justificar o custo da reparação.
Os relatórios pós-reparação com a condição do veículo podem ser impressos e assim pode-se comparar
com os valores do fabricante.
4.2.1 - MEDIÇÃO DE UMA CARROÇARIA UTILIZANDO O SISTEMA
ELÉCTRONICO
A medição de uma carroçaria utilizando o sistema de medição electrónico da Shark realiza-se de uma
forma bastante acessível. Vamos utilizar este sistema para exemplificar a técnica de medição.
A ligação entre a consola e a barra de medição é feita por um cabo (figura 4.33). Depois de feita esta
operação pode-se ligar à unidade de processamento.
Fig. 4.33 - Ligação à barra do cabo proveniente da consola
Na consola arrancará o programa Shark (figura 4.34) na língua seleccionada pelo operador.
Pressionando a tecla F1 obtém-se o menu para inserir os dados do cliente (figura 4.35). Neste menu
pode-se inserir um cliente novo ou carregar um já existente em base de dados.
Fig.4.35 - Menu clientes
Avançando para o écran seguinte, selecciona-se se o veículo tem a mecânica montada (figura 4.37) ou
não (figura 4.38). Quando se selecciona a primeira opção (mecânica montada) os pontos de controlo
representados aparecem com uma letra maiúscula e quando se selecciona a segunda opção (sem
mecânica montada) aparecem com uma letra minúscula.
Fig. 4.37 - Viatura com mecânica montada
Fig. 4.41 - Colocação da sonda Fig. 4.42 - Ligação da sonda à barra de medição
O programa quando detectar a sonda, passará automaticamente para o ponto do outro lado do veículo
que terá de fazer o mesmo procedimento.
Depois de seleccionados os pontos de referência (figura 4.43) – que ficam a amarelo – procede-se à
escolha dos pontos de confirmação.
Depois de escolhidos os pontos de referência e confirmação, na parte superior do ecran será dado
destaque a “Outros pontos”. O sistema está pronto para a introdução dos pontos que se pretende
medir. Na figura 4.44, escolheu-se medir o ponto C. No quadro de configuração estão referidos os
acessórios a utilizar (CH1 e E50). Se o operador tiver alguma dúvida sobre o ponto onde deve fixar
poderá fazer uma ampliação através da tecla F4.
Se o operador só quiser medir o ponto de um dos lados, basta pressionar a tecla Esc, medindo só o
ponto C do lado direito ou esquerdo conforme o pretendido.
Este equipamento permite também a medição com o acessório McPherson. Este acessório é usado
para a medição dos pontos de fixação das barras da suspensão (McPherson). O procedimento de
medição é igual aos dos outros pontos, com a excepção dos acessórios usados serem diferentes.
Quando terminar a medição do lado esquerdo e pretender fazer a medição do lado direito – com o
mesmo acessório McPherson – deverá apagar os primeiros valores apagando o número da ficha da
sonda. A sonda é geralmente colocada na parte inferior do acessório McPherson (figura 4.48).
Na operação de medida com o sistema McPherson
o operador deve certificar-se que a superfície de
contacto do acessório está limpa.
Para iniciar a medição dos pontos seleccionados o
operador deve pressionar a tecla F1.O écran passa
para o modo de medição. Inicia-se o processo de
medição. A luz acende para indicar que as sondas
estão a emitir ondas de ultra-sons.
Aparecem no écran os resultados da primeira medição
(figura 4.49).
Fig. 4.48 - Sonda colocada no acessório
McPherson
No quadro (figura 4.50) os valores são indicados em três colunas (comprimento, largura, altura) e re-
presentam as diferenças de medição entre os valores do fabricante (registados na base de dados do
computador) e os valores reais do veículo em teste.
Estas diferenças indicam a deslocação dos pontos (em mm) em relação à sua posição original (os
valores do fabricante devem ser zero). Quando os valores indicam o valor zero nas três colunas, todos
os pontos correspondem exactamente aos valores estabelecidos pelo fabricante. Isto significa que o
veículo tem uma construção perfeita, apesar desta situação, em termos práticos, ser muito rara.
Num veículo não danificado podem ser encontradas diferenças, mas que, no entanto, fazem parte da
tolerância dos valores do fabricante. Esta tolerância pode variar de acordo com a marca ou o modelo
do veículo. Não é possível quantificar exactamente estas tolerâncias das marcas ou modelos. Tendo o
operador de seguir os procedimentos adoptados para a realização destas medições.
No comprimento, a seta à frente do valor indica o desvio em relação à linha zero. No caso do ponto C
esquerdo ele está 9mm desviado para trás em relação à sua posição teórica.
Na altura a seta para baixo indica um ponto demasiado baixo. A seta para cima indica um ponto
demasiado alto. Neste caso o mesmo ponto está 11mm acima do valor do fabricante.
O técnico deve saber definir exactamente quando é que os valores obtidos se devem a tolerâncias ou
a deformações. O técnico deve tentar aproximar-se sempre do valor zero.
Comparando o quadro da figura 4.49 com o quadro da figura 4.51, que são do mesmo modelo, percebe-
se claramente que o veículo tem deformação.
Fig. 4.51 - Quadro de medição
• Má reparação;
• Engano nos acessórios a colocar;
• Identificação errada do ponto a medir;
• Acessórios, sondas e cabos deteriorados;
• Falta de limpeza dos acessórios e sondas.
• Mapa dos pontos (figura 4.52): imprime numa folha de papel a planta do veículo vista de
cima e de lado e com os pontos marcados. Permite a selecção de mecânica montada
ou desmontada.
Fig. 4.52 - Planta da viatura
• Folha de dados do veículo (figuras 4.53 e 4.54): Descrimina todos os pontos possíveis
de medir na viatura. Nesta descrição apresenta-se para cada ponto o lado do veículo,
as coordenadas (comprimento, largura e altura), os acessórios a utilizar para a sua
medição e a sua configuração. Com letras maísculas são as medidas com a mecânica
montada e em letras minúsculas são as medidas com a mecânica desmontada.
Fig. 4.53 - Página 1 de dados do veículo
Fig. 4.54 - Página 2 de dados do veículo
• Relatório de reparação (figuras 4.55 e 4.56): apresenta a planta do veículo com os
pontos medidos numa primeira folha e os valores da medição efectuada.
• Relatório de danos (figuras 4.57 a 4.59): consta deste relatório a mesma informação do
anterior mais uma página com o gráfico de diagnóstico, no qual aparece representado
o ponto e através de circunferências e segmentos de recta os diferentes desvios em
relação aos valores do fabricante.
Fig. 4.57 - Página 1 do relatório de danos
Figura 4.58 - Página 2 do relatório de danos
As medidas estão acompanhadas das suas tolerâncias correspondentes, que marcarão a dimensão
máxima e mínima admissível para cada medida.
Os erros são admissíveis mas devem estar perfeitamente anotados através das mencionadas tolerâncias
de fabricação. De facto, não existem margens de tolerância pré-definidas e padronizadas para todas as
cotas, pois isso dependerá da funcionalidade e missão de cada ponto.
Todas as bancadas, independentemente do tipo, dispõem de umas folhas de dados ou fichas de medidas
para os diferentes modelos de veículos. Estas fichas são elaboradas pelo fabricante da bancada e
nelas aparecem toda a informação necessária: pontos a controlar, cotas necessárias, montagem dos
acessórios ou calibres, particularidades que podem aparecer, etc.
A interpretação das fichas não deve ser complicada, depois de observar as instruções da bancada.
As fichas facilitam o trabalho do reparador e possibilitarão um controlo relativamente rápido da
carroçaria.
Sitio a colocar o
equipamento no Ponto D
Dimensões em Milimetros
Ficha para
Mecânica Montada
Esquema de
Montagem
Lado Direito
do Veículo
Vista em Planta.
Pontos a Controlar
Largura
Lado Esquerdo
do Veículo
Comprimento
Notas
Explicativas
Modelo do Veículo
Ficha para Mecânica
Montada
Esquema de Montagem
Lado Direito do
Veículo
Pontos a Controlar
Vista em Planta.
Larguras
Lado Esquerdo do
Veículo
Denominação
dos Pontos
Comprimentos
Leitura do
Comprimento da
Garra
Vista Lateral
Esquerda.
Denominação dos Pontos a
Pontos a Controlar Controlar
Esquema de
Monragem
Largura
Comprimento
Detalhe de um
Ponto Específico
Acessório a
utilizar
Plano de Posição
dos Acessórios
Lado Esquerdo
do Veículo
N.º de Identificação
dos Acessórios
Plano de Posição
das Travessas e
das Torres
Detalhe de um Ponto
Específico
Plano de Posição
das Travessas e
das Torres
N.º de Identificação do
Jogo de Acessórios
Detalhe de um
Ponto Específico
Acessórios
Específicos
Altura da Garra
Comprimento da
Garra
Peças a colocar para
controlo com a Mecâni-
ca Montada Largura da
Garra
Detalhe de
Controlo das
Torres de
Vista em Planta.
Suspensão com
Pontos a Controlar
a Mecânica
Montada para
Modelos com
Suspensão
Largura Hidroactiva
Última
actualização
Comprimentos Lado
Esquerdo
do Veículo
Largura
Detalhes dos Pontos a Controlar
Diagonais
Vista em
Planta do
Comporta-
Denominação dos
Pontos a Controlar
mento do
Motor
Comprimentos
Vista Lateral
Esquerda do
Veículo. Pontos a
Controlar.
Fabricante do Fabricante do Modelo N.º da Ficha
Equipamento Veículo
N.º da Ficha
Substituída
Lado Direito
do Veículo
Vista em Planta.
Pontos a
Controlar
Lado Esquerdo do
Veículo
Ponto de
segurança
Denominação
dos Pontos a
Controlar
Detalhe de um
Ponto Específico
Esquema de
Montagem
Leitura dos
Comprimentos
Leitura das
Larguras
Controlar
Detalhe de
Específico
um Ponto
Ficha 12: Ficha de medida Spanesi (sistema de medição universal por acessórios)
Fabricante do
Equipamento Tipo de Útil
Leitura da
Altura
Detalhe do
Tipo de Junta
Tipo de Torre
Leitura do
Comprimento
Cotas de
Leitura
Mc Pherson
Detalhe de
Controlo
Última Mc Pherson
Actualização Primeira página
de duas
N.º da Ficha Detalhe de um Fabricante do Reparação Modelo
Ponto Específico Veículo Dianteira
Detalhe do Tipo de Junta Ponto com Mecânica Montada
Tipo de
Tipo de Junta
Torre
Graus de
Rotação do
acessório
Ficha 13: Ficha de medida Spanesi (sistema de medição universal por acessórios)
Ponto Específico equipamento
Detalhe de um Fabricante do
Veículo
Fabricante
A reparação em bancada é um trabalho muito variado e complexo, pois cada tipo de deformação é
distinto e diferente será a forma de encarar a reparação.
5.1.1 - FORÇAS
Graficamente, uma força representa-se por um vector, o qual é definido por uma direcção, um sentido,
marcado com uma seta, e o seu módulo ou valor (figura 5.1).
• A força F1 é igual à força F2, com a mesma direcção, mas com sentidos opostos (figura 5.2).
Fig. 5.2 - Forças com a mesma direcção mas com sentidos opostos
• Se uma força de 50 kg é representada pelo vector F1, uma força de 100 kg, será repre-
sentada pelo vector F2, com o dobro do comprimento (figura 5.3).
Uma força aplicada sobre um ponto da carroçaria tende a deslocá-la na direcção e sentido da força.
• Um veículo que sofra um impacto de uma força F1, num ponto da carroçaria, tende
a deslocar esse ponto da posição original A1 para a posição A2 (figura 5.4), e produz
uma deformação.
• Para que o ponto A2 volte à sua posição original A1, necessita de uma força F2
(figura 5.5), com a mesma direcção mas de sentido contrário a F1.
Uma série de forças aplicadas sobre um ponto podem substituir-se por uma, que é a resultante de
todas elas. Da mesma forma, uma força pode decompor-se num sistema de duas ou mais forças.
• Um exemplo da decomposição de
forças realiza-se na tracção de uma
carroçaria, em que a força exercida
pelo cilindro se decompõe em duas
forças: uma feita sobre a corrente de
tracção e outra sobre a de apoio.
Há que ter em conta, na hora de fazer uma reparação, que a menor repartição de esforços se realize
com um ângulo de 45º entre o cilindro e as correntes. Ângulos muito fechados entre o cilindro e a
corrente de apoio produzem esforços elevados sobre a corrente, o que pode levar à rotura das correntes
ou avaria do cilindro.
As deformações são proporcionais às forças que as provocaram; uma análise das mesmas permitirá
detectar a direcção correcta.
5.1.2 - MOMENTOS
A força aplicada sobre um corpo tende a empurrá-lo no sentido e direcção da força e a fazê-lo girar. A
esta tendência para girar chama-se momento.
Nas deformações que requerem a aplicação de duas forças para a conformação é necessário escolher
cuidadosamente os pontos de aplicação das forças, assim como o seu valor, para que o momento
produzido seja o correcto.
Deformação ligeira
Deformação muito
acentuada
Diminuição da folga do
guarda-lamas e porta
Este tipo de deformações estruturais são de tal modo graves, que implicam alterações na geometria de
origem do veículo, isto é, afectam acentuadamente os seus pontos pilotos e referenciais.
Como é óbvio, a reparação terá que ser efectuada num banco de medição e desempeno.
Forte deformação
São os mais acentuados. Estão situados na zona de impacto e ocasionam a deformação da estrutura
do veículo nessa zona.
São menos visíveis e podem localizar-se fora da zona de impacto. São causados pelo desalinhamento
entre secções que não estiveram em contacto com a força exterior.
Conhecer a diferença entre estes dois tipos de danos (directos ou indirectos), assim como a forma como
foram produzidos é muito importante para a reparação, pois com o processo de reparação adequado
podem ser corrigidos simultaneamente.
Uma colisão pode ser definida como uma pancada entre dois ou mais corpos, que acontece num curto
intervalo de tempo e durante a qual o movimento dos corpos varia bruscamente.
Os danos provocados num veículo envolvido numa colisão são o resultado da combinação de duas
forças:
A inércia é a tendência que um corpo em movimento tem para continuar em movimento e um corpo
parado tem para permanecer parado, quando sobre ele actua uma força externa. Faz-se sentir como
uma força, tanto maior quanto mais brusca foi a mudança de movimento que a originou e maior a
massa do veículo.
A intensidade das forças e a sua transmissão em várias direcções originam danos mais ou menos
graves, que requerem processos de reparação específicos. A estrutura do veículo é responsável pelo
modo como as forças se vão transmitir pela carroçaria do veículo, bem como pelos seus desvios
verticais para cima ou para baixo.
Para se analisar a evolução de uma colisão frontal, considere-se o exemplo do veículo que colide com
um objecto parado, neste caso um muro. Se a colisão ocorrer com outro tipo de objectos ou entre dois
veículos, o comportamento será similar, variando unicamente a intensidade dos danos.
Estes esforços repercutem-se em determinados pontos da carroçaria, que devem ser reforçados na
fase de projecto e inspeccionados frequentemente durante a vida útil do veículo. As figuras 5.24 a 5.27
indicam os vários tipos de solicitações da carroçaria.
A parte dianteira e traseira do habitáculo (célula de sobrevivência), são formadas por compartimentos
de deformação progressiva que, sob o efeito do choque, absorvem uma parte importante da energia
cinética do veículo.
Neste caso, não é possível colocar lateralmente os compartimentos de deformação progressiva, tendo
em conta o obstáculo que criariam a nível de espaço.
A dissipação da energia cinética é obtida pela derrapagem no solo do veículo sinistrado (figura 5.29).
Reforço da porta
Aderência
Choque lateral
A rigidez da carroçaria, já relativamente indeformável apresenta ainda barras anti-intrusão ao longo das
portas.
5.7.3 - CAPOTAMENTO DO VEÍCULO
Aços de protecção
Célula de segurança
(fragmento da longarina)
Através de um estudo efectuado em 1990, foi permitido definir o tipo de acidentes mais frequentes bem
como as consequências para os respectivos passageiros.
O acidente resulta do contacto entre o veículo com outro elemento físico. A zona de contacto é definida
como zona de embate. É nessa zona que acontecem as deformações de maior intensidade.
Percentagem de Acidentes
atingidas
5,2% 6,8%
24,8%
3,7% 19,8%
19% 2,9%
44,4%
23% 0,5%
4,5% 0,8%
28,8%
2%
100%
Sobre este banco monta-se o medidor e as garras de ancoragem, e acoplam-se também os elementos de
tracção. Para montar o veículo sobre estas bancadas é preciso elevá-lo, com um elevador convencional,
colocando depois o banco de trabalho.
Este tipo de bancos podem acoplar-se com elevadores de coluna, o qual permite uma altura confortável
de trabalho.
Este tipo de bancos ou, como também são designados, bancadas, ocupam um local fixo na oficina, e
não devem mover-se depois de estarem instalados.
Dentro deste grupo estão as bancadas elevadoras e as bancadas fixas ao solo propriamente ditas.
•Sistema de carris;
•Sistema de poço.
O sistema de carris é uma concepção modular em que o bastidor é formado por carris enterrados
no chão de cimento ou montados sobre o solo e cobertos com betão (figura 6.3 e figura 6.4). Também
existem modelos desmontáveis em aço sem o betão. Como se vê nas figuras 6.3 e 6.4 os carris são
vigas ocas, com uma ranhura longitudinal.
Fig. 6.3 - Carril embutido no pavimento Fig. 6.4 - Carril sobre o pavimento
Elo de amarração
O sistema de poço caracteriza-se por encaixes
metálicos cravados em buracos cilíndricos no
cimento do chão da oficina. A carcaça destes
encaixes têm umas fendas que servem para fixar
a cunha tronco-cónica situada no fundo (figura 6.7).
As bases dos macacos de tracção e as correntes
de imobilização fixam-se directamente nos buracos
(figura 6.8), conseguindo-se esforços de tracção
nos diferentes sentidos.
Carcaça
Soleira
Cunho tronco-cónica
O sistema universal de fixação das carroçarias autoportantes é constituido por garras de fixação
(figura 6.9) robustas e de aperto potente, que permitem uma rápida fixação nos veículos ao prender os
rebordos dos estribos. As garras de fixação, que são quatro, podem fixar-se nas esquinas da secção
central do veículo (figura 6.10).
Os cilindros empregues na reparação de carroçarias utilizam a energia hidráulica para o seu funcionamento
e óleo como fluido de trabalho. O seu princípio de funcionamento baseia-se no teorema de Pascal.
• Um gerador de pressão, uma bomba hidráulica portátil, com depósito de óleo incorporado,
que permite obter elevadas pressões de trabalho. O seu accionamento pode ser manual
ou pneumático.
• Um conjunto de tubos flexíveis que têm por missão transmitir a pressão do elemento
gerador para o receptor.
• De pressão
• De tracção
• De expansão
Fig. 6.12 - Funções básicas dos cilindros
• Tem uma unidade de potência, geralmente hidráulica, que pode ter accionamento
manual ou pneumático.
• Tem um engate hidráulico com a função de transmitir a potência ao sistema mecânico
articulado.
• O sistema mecânico é constituído por um falso esquadro com um braço horizontal, que
é utilizado às vezes como bancada, e pode chegar a ter um comprimento de 3 metros.
Na parte inferior colocam-se umas rodas para permitir o seu deslocamento.
• O braço vertical está fixado, através de uma articulação, ao braço horizontal. O seu
comprimento oscila entre 1,5 e 2 metros. Ao braço vertical fixam-se as correntes de
tracção com as quais se conseguem obter diferentes ângulos e posições de tracção,
dependendo do trabalho a realizar.
Existem também esquadros não articulados, accionados por um cilindro hidropneumático. A tracção
através de uma roldana é directa, sem variação do ângulo de tracção. Estes equipamentos têm grande
mobilidade e são de acoplamento rápido à parte superior da bancada, e conseguem tanto tracções
concretas como pontuais.
• Usar a corrente apropriada para cada tipo de trabalho, dependendo das forças que vão
ser aplicadas.
• Uma norma prática é usar sempre as correntes recomendadas pelo fabricante do
equipamento.
• Ter em conta que as correntes utilizadas neste tipo de trabalho são feitas com diferentes
ligas e tratamentos não convencionais.
• Se um elo se partir, inutilizar a corrente e substituí-la por outra, não tentar repará-la com
um cordão de soldadura.
Existem também no mercado jogos de cintas têxteis que podem substituir as correntes nas operações
de tracção. Apresentam a vantagem de não marcar a chapa. Dever-se-á, no entanto, ter especial
atenção em utilizar mangas de protecção adequadas para evitar que cortes nas mesmas provoquem a
sua deterioração.
• Pinça em meia lua. Essencial para realizar tracções duplas, repartindo a força nas
zonas muito danificadas (figura 6.21).
• Cabeças de borracha. Colocam-se nos cilindros para não danificar partes da carroça-
ria não afectada. Podem ser de cabeça esférica e de cabeça em cunha em ângulo para
adaptar-se às esquinas e ângulos da carroçaria.
O processo de reparação de um veículo exige uma série de trabalhos prévios que são necessários
para uma correcta reconversão do veículo ao seu estado original.
Uma vez realizado o exame prévio dos danos do veículo e podendo já programar-se a reparação, é
- quase sempre - necessário proceder à desmontagem de alguns elementos, tanto por obstruírem a
realização de alguma fase como para reparar os mesmos.
Por isso, é necessário desmontar todos aqueles elementos que interferem, tanto pela sua perigosidade
como pela sua posição, com os acessórios que se empregarão ou que podem ser danificados na
reparação.
• Os elementos ou acessórios amovíveis que estão danificados, seja para a sua reparação
ou substituição, tais como pára-choques, capot, portas, etc.
• Os elementos que podem ser afectados ou destruídos durante o trabalho de reparação,
como sejam os assentos, baterias, etc., assim como todos os elementos mecânicos que
interfiram com a correcta reparação, como o grupo motriz ou as suspensões.
• Os elementos que sejam susceptíveis de originar perigo de diversa índole, tal como o
depósito de gasolina, vidros, etc.
• Nas zonas a serem reparadas devem-se retirar os obstáculos ao trabalho como sejam as
massas, pinturas, sujidades, etc.
A fixação do veículo deve realizar-se de modo a que ele permaneça, praticamente, inamovível. As
garras e acessórios específicos de tracção devem estar bem colocados, pois, se assim não for, podem
produzir efeitos não desejados.
Cada elemento de tracção adoptará uma posição particular para a reparação. Também há que ter em
conta os acessórios necessários para realizar o trabalho.
Fig. 6.31a
Fig. 6.31b
A. Impacto lateral. E. Diamantado.
B. Impacto dianteiro. F. Lateral e dianteiro.
C. Lateral com rectificação. G. Lateral.
D. Lateral e dianteiro com correcção múltipla. H. Lateral múltiplo.
Na figura 6.30 a direcção e o sítio onde deve ser aplicada a força para desempenar a viatura consoante
os diferentes impactos.
6.8 - REPARAÇÃO DE UM EMBATE FRONTAL
Neste capítulo é feita a reparação de um embate frontal num Renault 11, numa bancada.
Fig. 6.34
Fase 3 Desmontam-se as peças que pos-
sam dificultar a reparação e não
afectam a conformação geral de
toda a estrutura.
Fig. 6.35
Fig. 6.36
Fig. 6.37
Fig. 6.38
Fase 7 Desmontam-se os acessórios me-
cânicos estritamente necessários
e que estejam a dificultar a repa-
ração.
Fig. 6.39
Fig. 6.40
Fig. 6.41
Fig. 6.42
Fase 11 Como medida de segurança, deve
colocar-se uma cinta fixada nas
correntes de tracção e à carroça-
ria. Desta forma, em caso de rotura
das correntes ou que uma garra se
solte da chapa, evitar-se-á que o
conjunto salte.
Fig. 6.43
Fig. 6.44
Fig. 6.46
Fase 15 Em certos casos é necessário des-
montar o semi-eixo, para corrigir o
posicionamento da suspensão.
Fig. 6.47
Fig. 6.48
Fig. 6.49
Fig. 6.50
Fase 19 Para corrigir a longarina colocam-
se as garras sobre a mesma; uma
na parte superior e outra na parte
inferior.
Fig. 6.51
Fig. 6.52
Fig. 6.53
Fig. 6.54
Fase 23 Coloca-se sobre a carroçaria a par-
te nova da longarina, garantindo a
sua correcta fixação.
Fig. 6.55
Fig. 6.56
Fig. 6.57
Fig. 6.58
Fase 27 Monta-se o resto das peças garan-
tindo que as mesmas se ajustam
aos elementos adjacentes.
Fig. 6.59
Fig. 6.60
Com a montagem e ajuste final de todas as peças móveis e acessórios se dará por concluída a
reparação.
7 - ESCOLHA DA BANCADA DE TRABALHO
Actualmente, a presença da bancada nas oficinas de reparação de carroçarias e chassis é inquestionável,
mas até à uns anos as deformações da carroçaria reparavam-se sem a ajuda destes equipamentos.
Hoje isto é impensável.
É preciso ter em conta que as modernas carroçarias são estruturas completas, de geometria variada
e com múltiplos pontos a controlar, para mais com margens de tolerância muito baixas. A estas
circunstâncias junta-se a ampla gama de veículos existentes aos quais um reparador tem de saber dar
resposta no decurso do seu trabalho diário.
Portanto, quando uma carroçaria sofreu danos estruturais e teve variações nas suas cotas, é necessário
repará-la na bancada, pois esta dispõe de um sistema fiável que permite quantificar de forma exacta
o alcance dos danos e garantir a sua correcta reparação. Estes equipamentos, para além da sua
exactidão, permitem ainda funcionalidade e rapidez, aspectos a ter em conta, pois incidem directamente
sobre a produtividade.
A bancada, no seu conjunto, possibilitará a reparação das deformações, assim como o seu controlo
e sua verificação antes, durante e depois da reparação. Para isso, todas as bancadas dispõem de
um sistema de fixação e amarração, de um equipamento de tracção e de um sistema de medida e
controlo.
No mercado existe uma multiplicidade de bancadas, que apresentam características diferentes. Tanto
uns como os outros, cumprem a função de manter e fixar o veículo para que possam realizar-se sobre
ele os esforços de tracção e os trabalhos de substituição de peças.
O equipamento auxiliar vai tornar possível, em conjunto com o banco de tracção, a conformação da
carroçaria. É constituído, basicamente, pelos seguintes elementos:
O reparador pergunta-se que bancada eleger entre todas as que o mercado oferece. Para ele, além de
conhecer os requisitos gerais que se devem exigir a um banco, ao equipamento auxiliar e ao sistema
de verificação, é necessário avaliar uma série de factores e condicionantes que permitem adaptar o
equipamento às características específicas da oficina, do pessoal que vai trabalhar e as possibilidades
económicas.
Os factores a ter em conta na hora de escolher uma bancada podem resumir-se nos seguintes:
Quando se está a comparar o preço de duas ou mais bancadas, deve fazer-se, tendo
em conta o mesmo equipamento auxiliar.
• Possibilidade do equipamento para adaptar-se aos novos veículos e a evolução
dos seus acessórios.
Car-o-tronic, Car-o-liner.