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Mecânica

Metrologia e instrumentos
de diagnose mecânica
Metrologia e instrumentos
de diagnose mecânica
ÍNDICE

Introdução 05

1ª Parte 06

Sistemas de medida 06

Unidades de medida 12

O sistema inglês de medida - a polegada 20

Os erros de medição 20

Fontes de erros e incertezas 22

No instrumento de medição 22

Qualificação de sistemas de medição 23

No operador 27

No ambiente 29

Tolerância 30

2ª Parte 32

O paquímetro 32

Condições de um bom paquímetro 34

Cuidados com o paquímetro 36

Sistemas de leitura 40

Medição de dimensões externas 41

Medição de dimensões internas 43

Medição de profundidades 44

Medição da altura de ressalto 45

Alguns tipos de paquímetros 47

Paquímetro para medir profundidade 48

3ª Parte 51

O micrômetro 51

Micrômetro para medição externa simples 52

Cuidados especiais com o micrômetro 53


Recomendações especiais 54

Cálculo de aproximação do micrômetro 55

Leitura da bainha 55

Leitura do tambor 56

Micrômetro com vernier 57

Utilização do micrômetro para medidas externas 58

Micrômetros para medições internas (três contatos) 59

Micrômetro de profundidade 59

Micrômetro de bicos para medições internas 60

4ª Parte 62

O relógio comparador 62

Recomendações especiais 67

Relógio apalpador 68

Porta comparador universal 69

Comparador de diâmetros internos 70

Cuidados na medição 71

5ª Parte 74

Medição angular 74

Divisão em graus 75

Operações com graus 77

Adição 77

Subtração 77

Multiplicação 78

Divisão 79

Instrumentos utilizados para medir e verificar ângulos 79

O esquadro 79

O goniômetro 80

6ª Parte 81

O torquímetro 81

Torquímetro de indicação de torque 85

Acessórios 86
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Introdução

A tecnologia tem necessidade, a cada dia, de garantias que proporcionem qualidade, por isso
é que há uma constante preocupação em desenvolver cada vez mais os instrumentos de medi-
ção. Essa apostila reúne instrumentos muito importantes no campo da metrologia, e é com eles
que vamos passar algum tempo agora. Aproveite!

05
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

1ª Parte

Sistemas de medida

06
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Desde os mais remotos tempos, o homem tem a necessidade de obter valores numéricos que
correspondam a determinadas dimensões.

Diversas unidades surgiram como jarda, pé, légua, braça, palma, polegada, metro, etc.
Algumas foram padronizadas e outras abandonadas.

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Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Quase todas as medidas


consideravam o corpo
humano como a principal
referência.

O sistema métrico francês e a polegada inglesa foram os que predominaram, embora a polega-
da esteja em desuso em vários países.

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Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

O metro é hoje a unidade padrão do Sistema Internacional de Medidas, e é o mais usado no


Brasil.

A medição é muito importante em todas as áreas da vida, principalmente nos trabalhos científi-
cos,...

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...no comércio...

...e na geografia.

Podemos dizer que medir uma grandeza é compará-la com outra da mesma espécie, que cha-
mamos de unidade de medida.

Evidentemente, o resultado da medição será um valor numérico.

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Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Para se chegar a uma definição de metro padrão, muito cálculo foi desenvolvido e sua precisão
foi aumentando durante os tempos.

A definição atual é a
“distância percorrida
pela luz, no vácuo,
no intervalo de tempo
de 1 de
299.792.458
segundo”.

Essa definição é
universal e utilizada
desde o lar...

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Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

...até a astronomia nas mais diversas aplicações.

Unidades de medida

São muitas as unidades de medida, por isso foi necessário que se calculassem os valores equi-
valentes em metros para facilitar a leitura.

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Vejamos alguns exemplos:

Unidade Unidade equivalência em metros


1 Jarda 0,9144 m
1 Pé 0,3048 m
1 Légua 6.600 m
1 Braça 2,2 m
1 Palmo 0,22 m
1 Polegada 0,0254 m

Além dessas equivalências, o meio industrial exigiu ainda mais, procedimentos para racionali-
zar as medições.

Unidade Símbolo Valores em metro


Quilômetro km 1.000
Hectômetro hm 100
Decâmetro dam 10
Metro m 1
Decímetro dm 0,1
Centímetro cm 0,01
Milímetro mm 0,001

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Mas não parou por aí. Tem ainda outras


unidades, dentre elas, o Angstrom (A) para
distâncias pequenas e o Terâmetro (Tm) para
distâncias muito grandes.

Quando uma medida é menor que o milímetro, os algarismos após a vírgula são lidos da
seguinte maneira:

8,239 mm oito milímetros, duzentos

e trinta e nove milésimos”

}
milésimos

centésimos Frações

décimos

milímetros } Inteiro

Dessa forma, quando deparamos


com o valor 1,8 m, lemos: “um
metro e oito decímetros” ou simples-
mente “um vírgula oito metro”.

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Para usar bem o Sistema Métrico Decimal, é necessário que saibamos fazer as conversões das
unidades, a fim de efetuarmos as operações.

Quando queremos converter uni- cada casa x 10


dades a uma outra imediatamente
superior, dividimos o valor por km hm dam m dm cm mm
“dez” e para uma inferior, multipli-
camos por dez”. cada casa : 10

Vamos converter 36 mm em metros. Como a


unidade que queremos converter (m) está à
esquerda, dividiremos 36 por 10 e obteremos a m dm cm mm
resposta em cm, ou 3,6 cm.
:10

15
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Dividiremos novamente por 10 e encontraremos a


m dm cm mm resposta em dm ou 0,36 dm.

:10 :10

Para obter a resposta em metro como queremos, basta


m dm cm mm dividirmos novamente por 10 que teremos 0,036
metro.
:10 :10 :10

múltiplos submúltiplos

km hm dam m dm cm mm

1000 100 10 1 0,1 0,01 0,001

Perceba que para fazer essas operações, o número 10 é constante, pois cada múltiplo ou sub-
múltiplo do metro aumenta ou diminui em 10 unidades.

E ainda, quando multiplicamos por 10, a vírgula desloca-se uma casa decimal para a direita e
quando dividimos, a vírgula desloca-se para a esquerda também uma “casa”.

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Esteja atento quando efetuar operações com unidades diferentes.

Quando somarmos 0,0022 m + 32 cm +


0,30 hm + 0,02 dm, devemos converter
todas as unidades em apenas uma.

Vamos transformar tudo para


centímetros.
0,0022 m 0,22 cm

32 cm 32,00 cm

0,30 hm 3000,00 cm
+
0,02 dm 0,20 cm

3.032,42 cm

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Para a subtração o procedimento é o


mesmo que na adição. Vamos subtrair
0,028 cm de 0,586 m.

0,586 m 58,600 cm
Convertendo as -
unidades, temos: 0,028 cm 0,028 cm

58,572 cm

Lembrando que devemos alinhar as vírgulas e completar os espaços do minuendo com zeros.

Na multiplicação, efetuamos a operação como se fossem números inteiros. Vamos multiplicar


2,248 cm por 3,47 mm.

2,248 cm 22,48 mm

3,47 mm x 3,47 mm

15736

8992

6744

78,0056m mm2

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Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Contamos quantas são as “casas” depois das vírgulas do multiplicando e multiplicador e colo-
camos a mesma quantidade de casas decimais no resultado (produto), ou seja, 4 “casas” conta-
das da direita para a esquerda.

1ª 2ª

22,48 mm
3ª 4ª
x 3,47 mm

15736

8992

6744

78,0056 mm2

4ª3ª2ª1ª

Para a divisão é necessário, inicialmente, igualar o número de casas decimais acrescen-


tando zeros. Vamos dividir 1,29 cm por 22 mm.

12,90 220

1100 0,586

1,29 cm 12,9 mm 1900

22 mm 22 mm 1760

01400

1320

0080

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O sistema inglês de medida - a polegada

Essa unidade está em desuso, contudo, ainda é utilizada para denominação de roscas inglesas
e para indicação de diâmetros de tubos.

1”
A polegada (inch) é derivada da jarda (yard). É
representada por dois tracinhos acima e à direita
do número.

A polegada equivale a 25,4 mm. Pode vir


expressa em fração ordinária ( 32 ) ou fração
15”

decimal 1,532”.

Seja qual for o sistema, as medições podem apresentar erros por vários motivos. É o que vere-
mos a seguir.

Os erros de medição

Quando um mesmo operador, utilizando a mesma máquina, procede uma medição verificamos
que ocorrem ligeiras variações de leitura gerando incertezas de valor constante.

20
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Essa incerteza consiste em um intervalo limita-


do pelos valores “maxi e mini” que podem ser
lidos no aparelho que mede uma grandeza
real e constante.

O erro consiste no intervalo existente entre um valor lido e a dimensão real correspondente.

Valor “maxi” é o maior valor encontrado para


uma medida em um determinado número de
leituras.

Valor “mini” é o menor valor encontrado num


determinado número de leituras.

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Fontes de erros e incertezas

No instrumento de medição

Erros provocados por desgaste em qualquer


parte do instrumento.

Esse erro pode ser evitado quando há um


programa de calibração periódica dos ins-
trumentos.

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Qualificação de sistemas de medição

Calibração

Conjunto de operações que estabelece, sob condições específicas, a relação entre os valores
indicados por um instrumento de medição ou sistema de medição (SM) ou valores representados
por uma medida materializada ou um material de referência, e os valores correspondentes das
grandezas estabelecidos por padrões. Buscando-se um equilíbrio técnico-econômico adota-se
como padrão um elemento que, nas condições de calibração e para cada ponto de calibração,
apresente incerteza não superior a um décimo da incerteza esperada para o sistema de medi-
ção a calibrar. Logo no processo de calibração de um micrômetro com aproximação de
0,01 mm devemos utilizar um micrômetro 0,001 mm que também esteja calibrado e com isso
seja confiável.

O resultado de uma calibração pode ser registrado em um documento, denominado certifica-


do de calibração ou relatório de calibração. Este documento geralmente contém os seguintes
dados:

a) descrição e identificação individual do SM a calibrar

b) data da calibração

c) os resultados da calibração obtidos após, e quando relevante, os obtidos antes dos ajustes
efetuados

d) identificação do(s) procedimento(s) de calibração utilizado(s)

e) identificação do SM padrão utilizado, com data e entidade executora da sua calibração,


bem como sua incerteza

f) as condições ambientais relevantes e orientações expressas sobre quaisquer correções neces-


sárias ao SM a calibrar

g) uma declaração das incertezas envolvidas na calibração e seus efeitos cumulativos

h) detalhes sobre quaisquer manutenções, ajustes, regulagens, reparos e modificações realiza-


das

i) qualquer limitação de uso (ex: faixa de medição restrita)

j) identificação e assinatura(s) da(s) pessoa(s) responsável(eis) pela calibração bem como do


gerente técnico do laboratório

k) identificação individual do certificado com número de série ou equivalente

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Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Certificado de calibração
Qualidade Manufatura
(Laboratório de Metrologia)

Número: 60339030507-05 Data da calibração: 03/05/07 Página: 2 de 2

Código de identificação: 874312009

Denominação: Paquímetro: 150 x 0,05 mm

Resultados

BICOS
Referência 51,20 51,20 150,00
Posição Posição Posição
Parâmetros A B C A B C A B C
1
Mensuração

5,00 5,00 5,00 51,20 51,20 51,20 150,0 150,0 150,0


2 5,00 5,00 5,00 51,20 51,20 51,20 150,0 150,0 150,0
3 5,00 5,00 5,00 51,20 51,20 51,20 150,0 150,0 150,0
_
X 5,00 5,00 5,00 51,20 51,20 51,20 150,0 150,0 150,0

Erro aleatório (µm) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Incert. Herdada ± (µm) 0,22 0,25 0,56

Incert. Medição ± (µm) 0,22 0,22 0,22 0,25 0,25 0,25 0,56 0,56 0,56

Erro Sistemático (µm) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

ORELHA
Referência 75,00
Posição
Parâmetros A
A B
B
1
Mensuração

75,0 75,0
2 75,0 75,0
3 75,0 75,0
_
75,0 75,0 A
X
B
Erro aleatório (µm) 0,00 0,00
C
Incert. Herdada ± (µm) 0,33

Incert. Medição ± (µm) 0,33 0,33

Erro Sistemático (µm) 0,00 0,00

Desgaste de haste: não há desgaste

Executor: Luiz Carlos Avaliador: Geraldo Magela Validado por: Mario S. Pinto

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Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

A calibração pode ser efetuada por qualquer entidade, desde que esta disponha dos padrões
rastreados e pessoal competente para realizar o trabalho. Para que uma calibração tenha vali-
dade oficial é necessário que seja executada por entidade legalmente credenciada. No Brasil,
existe a Rede Brasileira de Calibração (RBC), coordenada pelo INMETRO - Instituto Nacional
de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. Esta rede é composta por uma série de
laboratórios secundários, espalhados pelo país, ligados a Universidades, Empresas, Fundações
e outras entidades, que recebem o credenciamento do INMETRO e estão aptos a expedir certifi-
cados de calibração oficiais.

O intervalo de calibração é definido por vários fatores como por exemplo o tipo de instrumento
a ser calibrado, as condições de uso do instrumento, etc... Acompanhe nas tabelas abaixo inter-
valos iniciais de calibração.

Recomendações para intervalos iniciais de calibração (área dimensional)

Intervalos de
Instrumentos
calibração (meses)
Blocos padrão (padrão de referência) - angulares/paralelos (Novos) 12

Calibradores (tampão/anel) lisos, de rosca, cilíndricos e cônicos 3a6

Desempenos 6 a 12

Escalas mecânicas 12

Esquadros 6a9

Instrumentos ópticos 6

Máquinas de medir - (ABBE, peças longas, etc.) 12

Medidores de deslocamento eletroeletrônico 6 a 12

Medidores de deslocamento mecânicos (relógios comparadores/apalpadores 12/3 a 6

Medidores de deslocamento pneumáticos 6 a 12

Medidores de espessura de camada 6 a 12

Micrômetros 3/6

Microscópios 12

Níveis de bolha e eletrônico 6

Paquímetros 6

Planos e paralelos ópticos 12

Réguas (aço ou granito) 6 a 12

Rugosímetro e medidor de forma 12

Transferidores 6

Trenas 6

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Outras grandezas físicas

Instrumento/padrão Intervalos de calibração (9 meses)

1. MASSA, VOLUME, DENSIDADE


Massas padrão 24
Balanças 12 a 36
Balanças padrão 12
Hidrômetros 36
Densímetros 12 a 24

2. PRESSÃO
Manômetros 6 a 12
Máquinas de peso morto 24 a 36
Barômetros 6 a 12
Vacuômetros 6 a 12
Transdutores de pressão 12
3. FORÇA
Transdutores de força (Células de carga) 12 a 24
Anéis dinamométricos 24
Máquinas de tração-compressão (hidráulicas) 12 a 24
Máquina de peso morto 24 a 60
4. TORQUE
Torquímetro 12

Ajuste

Operação complementar, normalmente efetuada após uma calibração, quando o desempenho


metrológico de um sistema de medição não está em conformidade com os padrões de compor-
tamento esperados. Trata-se de uma “regulagem interna” do SM, executada por técnico espe-
cializado. Visa fazer coincidir, da melhor forma possível, o valor indicado no SM, com o valor
correspondente do mensurado submetido.

Após o término da operação de ajuste é necessário efetuar uma recalibração, visando conhe-
cer o novo comportamento do sistema de medição, após os ajustes terem sidos efetuados.

Regulagem

É também uma operação complementar, normalmente efetuada após uma calibração, quando o
desempenho metrológico de um sistema de medição não está em conformidade com os padrões
de comportamento esperados. Envolve apenas ajustes efetuados em controles externos, nor-
malmente colocados à disposição do usuário comum. É necessária para fazer o SM funcionar
adequadamente, fazendo coincidir, da melhor forma possível, o valor indicado com o valor cor-
respondente do mensurado submetido. São exemplos:

- Procedimento de zeramento de um micrômetro utilizando a chave de regulagem que acompa-


nha o instrumento.

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Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Estrutura organizacional para rastrear resultados de medição de empresas a padrões


nacionais

Condições
Documentação
Padrão preliminares
Usuário Atividades da calibração/
(meios de medição) da calibra-
medição
ção/medição
Garantia da
rastreabilidade
Desenvolvimen-
da unidade Certificado de cali-
to, manutenção
Pa- Laboratório até os padrões bração INMETRO
e transferência
drão do INMETRO primários para padrões de
dos padrões
na- através de inter- referência
nacionais
cional comparações
internacionais

Garantia da Certificado de
Certificado
Padrão de Laboratórios infra-estrutura calibração RBC
de calibração
referência da RBC metrológica in- para padrões de
INMETRO
dustrial trabalho

Calibração Certificado de
Laboratórios dos meios de calibração da
Padrão de Certificado de
de calibração medição para empresa ou outro
trabalho calibração RBC
das empresas atender a de- que comprove a
manda interna qualificação

Certificados
Medições e
Todas as de calibração
calibrações Marca, selo ou
Padrões/instrumentos de áreas de da empresa
no âmbito do plaqueta de verifi-
uso geral atuação da ou outros que
sistema da cação
empresa comprovem a
qualidade
qualificação

No operador
O operador pode cometer erros devido ao poder separador dos traços que os olhos possuem,
se limitar a distâncias ≥ 0,1 mm.

O operador pode cometer


erros devido ao poder sepa-
rador dos traços que os olhos
possuem, se limitar a distâncias
≥ 0,1 mm.

27
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Pode haver erro também, se o observador


encontra-se em posição não perpendicular
ao instrumento (paralaxe).

Instrumentos que não possuem controle de pressão sobre a peça, dependem muito da habilida-
de do observador. Se for excessiva...

...ou escassa, será fonte de incertezas e


erros de medida.

28
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

No ambiente
Quando a temperatura muda, a peça se expande (dilatação)…

...ou se contrai afetando o resultado


da medição.

Essa deformação é bastante comum em peças que são usinadas com retirada de cavacos, impli-
cando em dilatação do material devido ao aumento de temperatura.

29
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

A temperatura de calibração e empregos de verificadores recomendada é de 20°C.

Os erros mais sistemáticos decorrem da deficiência de visão do observador, deslocamento do


zero da escala, temperatura imprópria ou escolha inadequada do instrumento.

Alguns procedimentos podem ajudar a eliminar os erros pessoais, como o uso de observadores
mecânicos, elétricos ou fotoelétricos.

Tolerância

É o conjunto de valores mínimos e máximos admitidos para uma peça, que são especificados
pelo fabricante.

30
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Quando temos a medida 40 mm +0,02 quer dizer que os valores admitidos para essa peça
são: -0,02

Dizemos que esses valores constituem a tolerância para a medida de 40 mm. Todos esses con-
ceitos são simples, contudo de grande importância para a compreensão das próximas partes,
onde abordaremos os instrumentos de medição.

31
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

2ª Parte

O paquímetro

32
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

O Paquímetro é um instrumento de medição direta linear, conhecido também como calibre ou


cursor.

É construído em aço inoxidável


tratado termicamente, graduado em
milímetros e em polegadas.

O cursor tem uma graduação


especial que chamamos de
nônio ou vernier que permite
leituras em décimos e centésimos
de milímetros.

33
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

É constituído basicamente de uma escala fixa onde


desliza um cursor ajustado à haste.

Condições de um bom paquímetro

Algumas condições são essenciais para que se tenha um bom paquímetro:

34
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Deve ser polido

Não apresentar bolhas ou amassamentos

O cursor deve deslizar


sem jogo excessivo.

As indicações dos traços


devem ser nítidas.

35
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

E as superfícies de contato dos bicos com o cursor


fechado devem se encostar perfeitamente quando
colocado contra a luz.

Cuidados com o paquímetro

É bom saber que alguns cuidados muito sim-


ples, podem aumentar a vida útil do paquí-
metro, como evitar quedas...

36
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

golpes nas orelhas...

...e nunca usá-lo como chave de aperto. Antes e após o uso, limpá-lo e...

37
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

...lubrificar superfícies deslizantes com óleo fino.

Manter parafusos pressionadores ajustados de


maneira que o cursor deslize de forma suave.

Ao guardar o paquímetro, não o expo-


nha diretamente à luz do sol. Guarde-o
em ambiente de baixa umidade, ventila-
do e livre de poeira.

38
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Não deixe o cursor travado.

Quando for selecionar o paquímetro,


observe se ele atende à necessidade de
sua medição.

Confira se o tipo escolhido tem acesso


ao lugar que será medido…

39
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

se a precisão do instrumento atende às


especificações de tolerâncias indicadas na
peça...

Posição visual
Leitura falsa correta

Leitura falsa

…e se a posição escolhida pelo observador


é perpendicular de forma a evitar erros de
paralaxe.

Sistemas de leitura

Ao fazer a leitura, duas situações podem


ocorrer.

Na primeira, o traço zero do cursor coin-


cide com um traço da escala principal.

Neste caso, o valor da medida é dado


em números inteiros.

40
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Na segunda, o zero do cursor encontra-se


entre dois traços da escala principal.

Assim o valor da medida é dado em milímetros, contando à esquerda do zero do vernier


(16 mm) e a coincidência do traço do vernier com o traço da escala principal.

Observe que o traço coincidente é o quarto do


vernier. Como a precisão desse paquímetro é de
5 centésimos, então é só multiplicarmos 4 vezes
0,05 = 0,20 e somarmos à medida inteira que é
16. O resultado será de 16,20 mm.

Para saber qual a precisão do paquímetro é muito fácil. Basta dividirmos 1 mm pelo número de
divisões do vernier.

Medição de dimensões externas

Seguramos o paquímetro pela escala principal e


com o polegar sobre o cursor, imprimimos uma
ligeira pressão nos bicos que prendem a peça.

41
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Se a peça for cilíndrica, será necessário


ajustar os bicos sobre a peça através
de pequenos movimentos oscilatórios
para obter uma boa pressão de fecho.

Outra recomendação é que se coloque


a peça o mais profundo possível entre
os bicos de medição, para evitar des-
gastes nas pontas.

E lembre-se que essas


pontas são chanfradas e
destinadas à medição de
aberturas estreitas.

42
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Sempre que fizer qualquer medição, faça


antes o zeramento do instrumento, ou seja,
os traços do zero devem coincidir.

Medição de dimensões internas

Para medições internas, vamos uti-


lizar as orelhas da parte superior
dos paquímetros.

Nessa situação, o posicionamento correto é muito


importante para uma medição perfeita.

43
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Para a medição de furos cilíndricos, o melhor


posicionamento das orelhas do paquímetro, é
obtido através das pequenas oscilações.

Quando os furos estiverem menores que Ø


10 mm, o valor da leitura será sempre menor
que a real. Isso é devido à folga existente
entre as orelhas e as faces planas de medi-
ção.

Medição de profundidades

Essa medição é feita através da vareta de


profundidade.

44
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Esteja atento! Assegure-se de que a vareta, com o


paquímetro fechado, esteja alinhada com a extremida-
de do instrumento.

Existe ainda, outra forma de observar a precisão da vare-


ta de profundidade. É só colocar o paquímetro vertical-
mente sobre um plano de controle (mesa) empurrando o
cursor para baixo com ligeira pressão. A seguir, observe
se o zero da escala principal coincide com o zero da
escala do cursor.

Medição da altura de ressalto

Para efetuar essa medição, posicione corretamente as faces


do paquímetro. Primeiramente a face da escala principal e
depois encoste suavemente a face do cursor.

45
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Esse recurso garante precisão


de leitura superior ao sistema de
vareta de profundidade.

O paquímetro ainda possui algumas aplica-


ções especiais como: auxílio à traçagem de
centro...

...e auxílio à traçagem de alturas com graminho.

46
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Alguns tipos de paquímetros

Paquímetro com parafuso micrométrico de


chamada vernier. Possui dois cursores liga-
dos entre si pelo parafuso micrométrico que
possibilitam o ajuste fino.

Alguns paquímetros com parafuso de aproximação


não possuem orelhas para medidas internas. Nesse
caso, são usadas as partes externas dos bicos.

Os bicos são perfilados para permitir o posiciona-


mento nos furos.

47
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Tenha muita atenção ao valor da leitu-


ra. É necessário somar, 10 mm à medi-
da final, devido à espessura das pontas.
Por isso não é possível efetuar medições
inferiores a 10 mm.

Paquímetro para medir profundidade

É também muito fácil de ser utilizado. Apoiamos o braço


do paquímetro sobre a superfície de referência da peça a
ser medida e abaixamos a haste milimetrada.

Atenção! não esqueça de afrouxar o parafuso de fixação.

48
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Deixe tocar no fundo da peça a ser medida, feche o parafuso


de fixação e faça a leitura.

Você pensa que acabou?

Existem vários tipos e modelos que chamamos paquímetros para usos especiais.

Dentre os vários paquímetros destacamos


aqueles com bicos de medição cônicos
que são utilizados para medição da distân-
cia entre centros de furos.

E ainda instrumentos mais modernos que


facilitam a leitura e proporcionam menor
incidência de erros, como paquímetros
com relógios...

49
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

...e paquímetros digitais alimentados por baterias.

Mesmo assim foi necessário um outro instrumento que permitisse leitura direta com aproximação
de até 0,001 (um milésimo). Desenvolveram então o Micrômetro, instrumento que veremos na
próxima parte.

50
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

3ª Parte

O micrômetro

51
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

O micrômetro é um instru-
mento de dimensão variável
que permite leitura direta com
aproximação de 0,001 mm.

Existem vários tipos de micrômetros para as


mais diversas medições.

Micrômetro para medição externa simples

Os micrômetros para esse fim se caracterizam


de acordo com a capacidade de medida,
variando de 0 - 25 mm a 100 - 125 mm.

Podemos dizer que esquematica-


mente o micrômetro se apresenta
assim:

52
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Quando as faces do batente e


do fuso estiverem juntas, o zero
da bainha deve coincidir com
o zero do tambor e com a reta
longitudinal gravada na bainha.

Cuidados especiais com o micrômetro

Quando não estiver utilizando o micrômetro guarde-o


no estojo e em lugar seguro. Quedas acidentais podem
prejudicar a precisão do instrumento.

Girar violentamente o instrumento pode provocar


desgaste prematuro.

Não deixar o fuso travado.

53
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Recomendações especiais

Ao selecionar o instrumento cuide para


que o mesmo atenda à necessidade de
medição.

Considere para isso, o local a ser medido


e o campo de tolerância que será usado.

Poeiras abrasivas podem provocar desgastes prema-


turos, por isso limpe bem as partes móveis.

54
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

As medições de alta precisão, devem ser feitas em ambientes com temperatura controlada,
tomando o cuidado de esperar estabilizar a temperatura tanto da peça quanto do instrumento.

Assegure-se da posição correta do micrômetro no suporte.

Cálculo de aproximação do micrômetro


É muito fácil! Basta dividirmos o passo
da rosca do parafuso micrométrico pelo
número de divisões do tambor.

Leitura da bainha

Nos micrômetros milimétricos o comprimento da escala da bainha mede 25,00 mm. Quando
dividimos o comprimento da escala pelo número de divisões existentes temos a distância das
divisões, ou seja, o passo do parafuso micrométrico.

55
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Se o micrômetro está fechado, e damos uma volta completa


no tambor rotativo, o parafuso deslocará 0,50 mm que é
igual ao passo da rosca, e aparecerá o primeiro traço da
escala da bainha.

Leitura do tambor

Se uma volta no tambor equivale a


0,50 mm, e o mesmo possui 50 divisões,
então cada divisão equivale a 0,01 mm.

Exemplificando, se temos a leitura da


escala da bainha = 7,50 mm e a leitura
do tambor = 0,32 mm basta somarmos e
encontraremos a medida de 7,82 mm.

56
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Micrômetro com vernier

Esse tipo consegue uma aproximação mais rigorosa que os micrômetros normais. Sua aproxima-
ção é de 1/1000 de milímetro ou 0,001 mm.

O vernier possui 10 divisões e seu comprimento


corresponde a 9 divisões da graduação.

Vamos, então, ao exemplo:

Bainha = 7,500 mm

Tambor = 0,220 mm
+
Vernier = 0,009 mm

Leitura final = 7,729 mm

57
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Utilização do micrômetro para medidas externas

Para medidas de peças de grandes dimensões, devemos utilizar as duas mãos e, em alguns
casos, efetuá-las fazendo uso de suportes.

Não se esqueça que as peças devem estar


bem limpas, bem como as faces de medidas
dos micrômetros.

Para os micrômetros de maior abertura é necessário utilizar os blocos padrões adequados ao


comprimento de cada um.

58
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Micrômetros para medições internas (três contatos)

Instrumento de precisão para medição de diâmetros inter-


nos, especialmente em cilindros e mancais.

As pontas são intercambiáveis para que se


permita medição em vários diâmetros.

Micrômetro de profundidade

Sua utilização é simples. É só posi-


Fornece medidas de profundidade em cionar o instrumento sobre a peça
geral. Possui aproximação de 0,01 mm. que se quer medir e girar o anel
de fricção até que este rode em
falso.

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Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Micrômetro de bicos para medições internas

Esse micrômetro é destinado a medições internas.

Nos rasgos e entalhes posicionamos o


micrômetro até obter a mínima distân-
cia,...

...e nos furos até obter a maior medida.

60
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Para efetuar medições de peças maiores devemos posi-


cionar o instrumento e travar o afastamento do tambor.
Depois retirar o micrômetro e fazer a leitura.

Mas não pára por aí. Existem vários outros


tipos especiais com funções diversas, para os
mais diferentes tipos de medições. Dentre eles o
micrômetro com batente em “V”.

Na próxima parte estudaremos os relógios comparadores.

É só conferir.

61
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

4ª Parte

O relógio comparador

62
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

É um instrumento desenvolvido para


medir variações dimensionais através de
uma ponta de contato e um sistema de
ampliação mecânica.

Transforma o movimento retilíneo de Esse instrumento possui várias aplicações


um fuso em movimento circular de um quando acoplado a outros dispositivos
ponteiro, montado em um mostrador como mesas de medição...
graduado.

63
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

...suporte de contrapontas...

...e até mesmo a outros instrumentos.

Funciona, basicamente, a partir de um pinhão e de uma


cremalheira que acionam o pinhão central onde está o
ponteiro de leitura.

64
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Uma volta completa do ponteiro (360°)


corresponde a um valor de movimento do
fuso, sendo essa volta subdividida em fra-
ções angulares de igual valor.

Para o relógio centesimal, uma volta é divi-


dida em 100 partes iguais. A cada 1 mm
de fuso deslocado corresponde a uma volta
completa do ponteiro do relógio, daí a reso-
lução ser de 0,01 mm.

Pode ocorrer algumas vezes o curso do


fuso ser maior que uma volta do ponteiro,
então será necessário um outro ponteiro
menor para contar o número de voltas.

65
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Acrescentar um ponteiro não complica nada. Pelo contrário, auxilia, pois você não precisará
ficar contando as voltas do ponteiro maior.

O relógio comparador pode ser utilizado para:

circularidade

concentricidade

centragem

66
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Recomendações especiais

Ao selecionar o relógio comparador devemos considerar o tamanho, para facilitar as adapta-


ções dos dispositivos.

Observe o campo de variação de


medida a ser realizada e escolha
um relógio com um curso maior.

Esteja atento ao campo de tolerância especificado. Nada adianta, estar com o instrumento mais
moderno, se você não consegue alcançar o nível de tolerância desejável.

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Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Relógio apalpador

É um relógio comparador de pequeno curso de trabalho e baixa pressão de contato. Esse instru-
mento é muito utilizado devido à universalidade de suas funções.

Tem acesso fácil aonde outros modelos não


conseguem chegar.

O relógio apalpador foi desenvolvido para tra-


balhos de verificação como: perpendicularidade,
circularidade e centragem de peças.

68
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

É muito importante lembrar que o relógio comparador


não fornece uma medida absoluta, mas uma medida
que possa ser comparada a uma grandeza padrão.

Porta comparador universal

É um suporte constituído por uma base de ferro fundido per-


feitamente plana, uma haste perpendicular fixa e uma outra
orientável que se fixa através de uma articulação em qual-
quer posição, e acomoda o relógio comparador.

Geralmente a comparação é feita


usando um conjunto de blocos-padrão.

69
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Uma outra característica do porta comparador universal é que


possui um dispositivo apropriado de parafuso micrométrico,
para efetuar pequenos deslocamentos e para posicionar melhor
o comparador.

Comparador de diâmetros internos

Esse instrumento foi desenvolvido para medições por comparações em diâmetros internos a dife-
rentes profundidades.

Possui hastes intercambiáveis e por isso é


necessário que se faça o zeramento sem-
pre que ocorrer a troca das hastes.

70
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Quando fizer a leitura observe que o movimento do pontei-


ro no sentido horário indica que a medida tomada é menor
que o padrão, e se for no sentido anti-horário, é maior que o
padrão.

Para medidas de ressaltos ou rebaixos, observe primeiramente o sentido do movimento do pon-


teiro, ou seja, horário ou anti-horário, e tenha atenção à medida inicial (pré-carga).

Cuidados na medição

Na medição, é importante cuidar para que a peça


esteja na mesma temperatura que o padrão, per-
manecendo no mesmo ambiente um determinado
tempo para obter equilíbrio térmico. Essas peque-
nas diferenças não podem ser desconsideradas.

O instrumento só permite leituras em peças que


não possuem rugosidades. As mesmas podem
danificar as pontas de contato.

71
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Tomar todo o cuidado para que o instrumento não caia no chão.

Não utilizar o instrumento com a máquina em


movimento e as pontas de contato encostadas.
As conseqüências podem ser danosas.

Para centrar uma peça cilíndrica na máqui-


na, jamais “bater” na peça com as pontas
do relógio comparador encostadas.

72
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

São cuidados simples que aumentam a vida útil dos


instrumentos, além de proporcionar sempre uma medida
mais precisa.

As interseções de retas formam aberturas que denominamos ângulos. Mas como medir essas
aberturas? Que unidade usamos? Essa unidade possui submúltiplos?

Prepare-se, pois vem aí os instrumentos de medição angulares.

73
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

5ª Parte

Medição angular

74
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

90° 80°
70°
A unidade legal é o ângulo formado por duas retas que se cor- 60°
50°
tam perpendiculares formando um ângulo de 90 graus (reto). 40°
Esse ângulo é subdividido para dar origem aos submúltiplos. 30°
20°
10°
180° 0°
360°

270°
Divisão em graus
O sistema que divide a circunferência em 360 partes, denominadas
graus, é chamado de sistema sexagesimal. Cada parte vale 1/360 e
é a unidade angular equivalente a um grau.

O grau se divide em 60 minutos, que por sua vez se divide em 60 segundos. Os símbolos são
grau (°), minuto (‘) e segundo (“).

Sendo assim, lê-se:

58° 31’ 12”


58 graus, 31 minutos
e 12 segundos.

75
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Para expressar uma medida em apenas uma unidade basta que


façamos as devidas conversões. Exemplo: 20° 3’ 10”. Podemos
transformar toda essa expressão para segundos.

Primeiramente vamos converter os graus em


minutos.

1° = 60 (minutos)
20° = x
então temos: x = 1200’

Agora converter para segundos, Agora basta concluir somando as uni-


ou seja, 1200’ x 60” = 72000” dades convertidas em segundos com os
A seguir, vamos converter a outra 10” e encontrar o resultado de 72190”.
unidade em segundos.

3’ x 60” = 180”

76
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Operações com graus

Matematicamente, podemos fazer todas as


operações com graus. Temos que atentar para
alguns detalhes.

Adição

É muito fácil, basta colocarmos as unidades iguais, umas sob as outras e efetuar.

20° 24’ 18”

+ 25° 32’ 07”

45° 56’ 25”

Muita atenção quando o resultado exceder a 60 pois deve-se convertê-lo à unidade imediata-
mente superior. Se a soma foi 85’, convertendo teremos 1° e 25’.

Subtração

Armar como na adição e subtrair como se fossem números inteiros.

23° 17’ 28”

- 8° 10’ 12”

15° 7’ 16”

77
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Quando não for possível fazer a subtração fazemos as conversões devidas como:

20° 15’ 30”


-
15° 20’ 45”

Convertendo, temos: 20° 15’ 30” = 19° 74’


90” possibilitando a subtração.
19° 74’ 90”
-
15° 20’ 45”

4° 54’ 45”

Multiplicação

Efetua-se as operações como se fossem números inteiros fazendo as conversões no final da ope-
ração.

Convertendo, teremos um resultado igual a 106° 25’ 10”.

15° 12’ 10”

x 7

105° 84’ 70”

78
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Divisão

As conversões são feitas no decorrer da operação. 42° 17’ 2

00° 21° 8’ 30”

17’

1’ = 60”

Instrumentos utilizados para medir e verificar ângulos

O esquadro

Instrumento muito utilizado nas oficinas mecâ-


nicas, apresentando-se em diversas formas e
modelos. Um dos mais utilizados é o esquadro
combinado.

Suas faces de encosto formam um ângulo rigoroso de 90 graus.

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Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

O goniômetro

É um instrumento desenvolvido para medir ângulos. Alguns tipos de goniômetros com vernier
permitem leituras muito mais precisas. Eles possuem lentes de aumento para que não fique
nenhum detalhe para trás.

e
Para calcular a aproximação é muito fácil. É só utilizar a fórmula a = onde:
n

a = aproximação
e = menor valor do disco graduado = 1°
n = número de divisões do vernier = 12 divisões

Veja que é aplicação direta de fórmula, sem qualquer

1° 60’
complexidade. a = = = 5’
12 12

Você acha que é força ou jeito? Vem aí os torquímetros!

80
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

6ª Parte

O torquímetro

81
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

É um instrumento muito utilizado na mecânica, e para usá-lo é necessário que saibamos um


pouco sobre o torque.

ia
nc

forç

dis

a
T=FxD

Torque é uma força aplicada em um ponto por


uma alavanca que descreve um movimento de
giro. Torque é força vezes distância.

O torquímetro é uma ferramenta


mecânica específica para apli-
cação controlada de torque.
Alguns profissionais insistem em não dar importân-
cia devida a esse instrumento.
E o que acontece?

82
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

O principal motivo do uso do torquímetro é a


segurança. Um parafuso ou porca mal apertados
poderá se soltar e não garantir a vedação necessá-
ria ou a fixação, causando acidentes muitas vezes
fatais.

Ao contrário, se um parafuso ou porca


são apertados em excesso causarão fadi-
ga prematura e rupturas nos momentos
em que são mais exigidos.

A unidade para expressar o valor


dessa força quando linear é o siste-
ma métrico e quando são valores de
força usamos a unidade Newton.

O torquímetro tem extensões que


modificam o seu comprimento.
Quando usadas deve-se fazer a
correção do torque.

83
Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Muita atenção, pois para cada material e para cada diâmetro temos um valor
convencional de torque.

Quando não se tem esse valor, deve-se obtê-lo em uma tabela


apresentada a partir do diâmetro do parafuso e largura do
sextavado da porca.

São várias as situações de torque, por isso foram desenvolvidos diversos


modelos que pudessem atendê-las.

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Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Torquímetro de indicação de torque

Possibilitam a visualização do valor do torque aplicado ou a aplicar.

Uma das vantagens do torquímetro é ser uma ferramenta que se adequa a várias situações bas-
tando para isso usarmos os acessórios.

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Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Acessórios

Alguns tipos usuais são:

soquetes especiais, ou seja, união entre o


torquímetro e a porca ou parafuso a ser
torqueado.

Cabeças intercambiáveis que são elementos


projetados para determinados torquímetros
para que não sejam necessários cálculos de
correção.

Quando não usamos essas cabeças específicas, e trabalhamos com prolongadores, temos que
fazer cálculos para ajustar o torque indicado no torquímetro, que chamaremos torque indicado,
ao torque realmente aplicado, que chamaremos torque efetivo.

TE = TI x (A+E) TI = A x TE / (A+E)

E A

T2 Extensão Torque indicado


F

Onde: TE = Torque efetivo


TI = Torque indicado
A = Comprimento do torquímetro
E = Comprimento da extensão

Observação: Para extensões curvas ( sentido lateral ou vertical) considera-se unicamente o seu
comprimento efetivo, ou seja, no sentido do eixo do torquímetro.
A A

Existem ainda muitos tipos de instrumentos, como os de medição elétrica ou os medidores de


pressão. Os instrumentos tratados nessas apostilas são muito importantes e, sobretudo, muito
utilizados. Conhecê-los e saber usá-los é parte importante no processo de qualidade, e isso é
que a FIAT quer levar até você.

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Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

A tabela seguinte mostra, de forma prática, como fazer conversão de unidades:

Multiplicar Por: Para Obter:


Milímetros 0,03937 Polegadas

Polegadas 25,4 Milímetros

Centímetros 0,3937 Polegadas

Polegadas 2,54 Centímetros

Metros 3,2808 Pés

Pés 0,3048 Metros

Quilômetros 0,62137 Milhas

Milhas 1,60934 Quilômetros

Centímetros quadrados (cm2) 0,155 Polegadas quadradas (pol2)

Polegadas quadradas (Pol2) 6,4516 Centímetros quadrados (cm2)

Metros quadrados (m2) 10,7638 Pés quadrados

Quilômetros quadrados km ) 2
247,1098 Acres

Acres 0,00405 Quilômetros quadrados (km2)

Centímetro cúbicos (cm3) 0,06102 Polegadas cúbicas (pol3)

Polegadas cúbicas (pol3) 16,3853 Centímetros cúbicos (cm3)

Metros cúbicos (m3) 35,3143 Pés cúbicos

Pés cúbicos 0,02832 Metros cúbicos (m3)

Metros cúbicos (m3) 1,308 Jardas cúbicas

Jardas cúbicas 0,7646 Metros cúbicos (m3)

Litros 61,023 Polegadas cúbicas (pol3)

Polegadas cúbicas (pol3) 0,01639 Litros

Litros 0,2642 Galões (USA)

Galões (USA) 3,7853 Litros

Gramas 15,4324 Grãos

Grãos 0,0648 Gramas

Gramas 0,03527 Onças

Onças 28,3495 Gramas

Quilogramas 2,2046 Libras

Libras 0,4536 Quilogramas

Kg/cm 2
14,2231 Libras/pol2

Lb/pol2 0,0703 Kg/cm2

Tonel. métrica 1,1025 Tonelada (USA)

Tonelada (USA) 0,90718 Tonelada métrica

Libra pé 0,138 kgm

Libra polegada 1,152 kgcm

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Metrologia e instrumentos de diagnose mecânica

Veja a seguir algumas equivalências entre unidades:

1 Pé 12 polegadas
1 Jarda 2 pés
1 Milha 5,280 pés
1 Metro 39,37 Pol.
1 Libra 16 Onças
1 Ton. (USA) 2.000 libras
1 kg 2,2046 Lb.
1 Hp 746 WATTS
1 kW 1,34 HP

4 Quartos 1 Galão
1 Quarto 946 C.C.
1 Quarto 57,75 Pol3
1 Litro 1.000 C.C.
1 Litro 61,02 Pol3
1 Galão 231 Pol3
1° 0,0174533 rad
1 rad 57,29578°
1 rotação 360°
1 rpm 0,1047198 rad/s

5 (F-32) 9 C ) + 32
°C = ________ °F= ( __
9 5

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em conseqüência das modificações feitas pelo fabricante, a qualquer momento, por
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