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METROLOGIA

PROFESSOR: CAIO PICKCIUS


Todas as informações e especificações Sumário
desta apostila são as mais recentes
disponiveis na ocasião de sua impressão. História..................................................3

O professor se reserva o direito de efetuar Introdução.............................................4


alterações nesta apostila a qualquer
momento e sem prévio aviso, não Introdução.............................................5
incorrendo por isso em obrigações de
qualquer espécie. Instrumentos de medição.....................7

Nenhuma parte desta apostila pode ser Paquímetro..........................................9


reproduzida sem autorização por escrito.
Micrômetro.........................................30

Micrômetro Centesimal......................31

Micrômetro Milesimal........................39

Aferição Micrômetro..........................45

Relógio Comparador...........................47

Súbito.................................................53

Torquímetro......................................54

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METROLOGIA

História

A metrologia surgiu da necessidade do ser humano distinguir dimensões de forma mais


precisa, sendo assim, uma mesma medida poderia ser realizada por pessoas diferentes e com
uma margem de erro menor.

Mas como o homen fazia para distinguir dimensões há milhares de anos atrás?

No início, as medidas eram comparadas principalmentes com partes do corpo de forma a


facilitar a verificação de determinada dimenção por qualquer pessoa. Assim se iniciaram
medidas padrões como o palmo, a polegada, o pé que são utilizados até hoje.

1 polegada = 2,54 cm = 25,4 mm (simbolo 1”)

1 pé = 30,48 cm = 304,8 mm (simbol 1 ft)

1 jarda = 91,44 cm = 914,4 mm (simbolo 1 yd)

Esses valores eram em sua maioria baseados em partes do corpo de um rei, sendo obrigatório
o seu uso sem variações.

Com o passar do tempo, a necessidade de uma padronização de medida fez com que egípcios
utilizassem barras de pedra idênticas, sempre com o mesmo comprimento, de modo a criar
uma padronização em suas medidas. Essas barras sofreram variações com o tempo, passando
a ser de madeira e finalmente ferro, facilitando seu transporte e evitando seu desgaste.

A toesa (nome dado pelos franceses a barra de ferro e unidade de medida equivalente a 3
palmos) veio a ser substituída pela unidade que se tornaria padrão até os dias de hoje:
o metro.

O metro é definido pela décima milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre.

Mas como chegaram a essa definição?

Astrônomos franceses foram incumbidos de realizar tal façanha, medindo a distância entre
Dunquerke (França) e Montjuich (Espanha). Após os cálculos chegou-se a conclusão da
distância que se materializa em uma barra de platina e irídio com as seguintes dimenssões
4,05 X 25mm. O comprimento desta barra é equivalente ao metro padrão.

METRO: Distância entre as extremidades da barra medidas a 0°C.

Hoje a definição mais precisa para metro é o comprimento percorrido pela luz no vácuo do
tempo de 1/299.729.458 do segundo.

Complicado? Então vamos iniciar nossos estudos da metrologia.

3
INTRODUÇÃO

A metrologia não estuda somente padrões lineares como o metro mas é a ciência de
padronização de todos os sistemas de pesos e medidas . Trata dos conceitos básicos dos
métodos, dos erros e sua propagação, das unidades de medida e dos padrões envolvidos na
quantificação de grandezas físicas. Com isso, podemos comparar peças, desde que utilizemos
as mesmas grandezas para a medição. A unidade de medida de comprimento adotado
internacionalmente é o metro [m].

1 m = 100 cm = 1000 mm

E o milimetro é nossa unidade para todos os testes realizados em motocicletas.

Subdivisões do milímetro

1𝑚𝑚
Décimo de milímetro = 10
= 0,1 𝑚𝑚

Exemplo : 7,4 mm = sete milímetros e quatro décimos

1𝑚𝑚
Centésimo de milímetro = = 0,01 𝑚𝑚
100

Exemplo : 15,37 mm = quinze milímetros e trinta e sete centésimos

1𝑚𝑚
Milésimo de milímetro = = 0,001 𝑚𝑚
1.000

Exemplos:

54,945 mm = Cinquenta e quatro milímetros, novecentos e quarenta e cinco milésimos.

23,42 mm = Vinte e três milímetros e quarenta e dois centésimos.

12,7 mm = Doze milímetros e sete décimos.

4,981 mm = Quatro milímetros novecentos e oitenta e um milésimos.

Pratique:

34,567 mm:__________________________________________________________

1,341 mm :__________________________________________________________

7,9 mm :__________________________________________________________

99,87 mm :__________________________________________________________

2,890 mm :__________________________________________________________

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INTRODUÇÃO

Iniciando a Leitura

Na mecânica é utilizado o milímetro [mm] para quantificar grandezas lineares, portanto, de


agora em diante, habitue-se a fazer leituras em milímetros. Um exemplo simples e prático: a
altura do assento da Titan é dado em milímetros ao invés de ser dado em metros ou
centímetros, não que esteja errado mostrá-lo em centímetros ou metro, é que o habitual é
mostrá-lo em milímetro.

1 metro [m] = 100 centimetro [cm] = 1000 [mm]

Um dos instrumentos de medição mais comum para os mecânicos é o paquímetro.

Vejamos primeiro uma régua para entendermos melhor:

A distancia do traço zero ao 1º traço da regua é igual a 1 mm (1 milimetro).


A distancia do traço zero ao 5º traço da regua é igual a 5 mm (5 milimetros).
A distancia do traço zero ao 10º traço da regua é igual a 10 mm (10 milimetros), e assim por
diante.

A reguá é ideal para medições maiores que 1mm (1milímetro) e que não necessite de precisão,
como na medição da altura do assento das motos

5
EXERCÍCIOS

 PERGUNTAS
1. Realize as medições das figuras abaixo com uma escala graduada. (Coloque os valores
em mm)
A)

B)

C)

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INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

Um problema que parece simples, mas que pode resultar em perda de precisão e medições
incorretas é saber com qual instrumento de medição deve realizar determinada inspeção.

Por exemplo, qual o melhor instrumento para medirmos a temperatura de uma criança com
febre? Qual a melhor forma de verificarmos o tempo de uma carne deve assar em um forno?

Nos exemplos citados acima, a escolha parece fácil, pois temos praticamente um único tipo de
instrumento para cada situação: O termômetro e relógio.

Mas e se formos medir o diâmetro externo de uma saia de pistão, ou o comprimento de uma
mesa, ou o comprimento livre de uma mola de válvula, qual instrumento devo utilizar?Um
paquimetro? Um micrômetro? Uma escala graduada?

Nesta situação também temos um instrumento apropriado, mas a escolha parece ficar facil.
Para resolver esse tipo de dificuldade, temos que conhecer a fundo cada uma deles e entender
suas funções e aplicações.

Conhecendo a Ferramenta Adequada

A primeira providência que podemos tomar, antes de escolher com qual instrumento realizar
uma medição é verificar no Manual de Seviços qual a precisão medida: decimal, centesimal,
milesimal.

Por exemplo, no teste do


dcomprimento livre de uma mola
de embreagem,o valor mostrado
no Manual de Serviços tem
precisão decimal, ou seja uma
casa depois da vírgula.

Já na inspeção do diamêtro da saia do pistão, a


precisão mostrada no Manual de Serviços é
milesimal, ou seja três casas após a vírgula.

Desta forma o Manual de Serviços torna-se uma


ferramenta indispensavel para a boa execução de
qualquer teste de medição.

7
INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

Sabendo qual a precisão, já temos uma boa chance de escolher o instrumento correto devido a
imitação de outros.

Por exemplo, se a precisão do Manual for milesimal, podemos excluir a utilização de


paquimêtros para utilizção da mesma, como mostrado na foto acima.

Então, agora vamos conhecer quais são estes instrumentos e como utilizar todos os seus
recursos.

NOTAS

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PAQUÍMETRO

HISTÓRIA

O paquímetro é uma régua graduada em milímetros ou centímetros (ABNT) e polegadas, que


possuem uma régua móvel acoplada conhecida como Nônio ou Vernier. Na França o nônio foi
inserido na régua por Pierre Vernier em 1961, para a construção de instrumento de metrologia
como o próprio paquímetro. O Nônio pode ser definido como um par de escalas graduadas
que deslizam uma sobre a outra. Na régua menor (que o Nônio propriamente dito) é possível
ler uma fração da régua maior, sendo esta dividida em 0,02 mm (dois centésimos de
milímetro) ou 0,05 mm (cinco centésimos de milímetros).

Veja os exemplos abaixo.

Escala principal [mm]

Escala principal [cm]

Na figura acima temos os dois exemplos de instrumentos.

Primeiro paquímetro apresenta o Nônio graduado em 0,02 mm, enquanto sua escala principal
é dividida em centímetros.

Já o segundo exemplo apresenta o Nônio graduado em 0,05 mm e sua escala principal esta
representada em milímetros.

No caso do primeiro, a escala principal apresenta-se em centímetros e isto pode criar uma
certa dificuldade na hora da leitura. Para evitar este problema basta multiplicar o valor da
escala por 10, que você já faz a transformação de cm para mm.

No caso da escala do Nônio não existe transformação, ou seja, o primeiro paquímetro


(0,02mm) possui uma precisão maior do que a do segundo (0,05mm).

9
UTILIZAÇÃO DO PAQUÍMETRO

O paquímetro é um instrumento usado para medir dimensões lineares internas, externas e de


profundidade de uma peça. Consiste em uma régua graduada, com encosto fixo, sobre a qual
desliza um cursor.

Antes de aprendermos a fazer leituras em paquímetros, vamos conhecê-lo melhor. Veja a


figura abaixo e repare suas principais partes.

O paquímetro é um instrumento bastante versátil, podemos ser útil em muitas inspeções,


porem não é o instrumento de maior precisão, pois sua escala móvel (Nônio ou Vernier) é
dividida em 0,02 mm ou 0,05 mm, disponibilizando apenas dois tipos de aparelhos.

Abaixo temos exemplos de todas as suas aplicações:

O paquímetro é utilizado em medições internas (A), medições de ressalto (B), medições


externas (C) e medições de profundidade (D).

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UTILIZAÇÃO DO PAQUÍMETRO

Exemplos Práticos de Aplicação:

Medição do comprimento da mola de válvula e verificação do desgaste da pastilha de freio:

Medição do diâmetro interno do tambor de freio:

Recomendações Especiais

Posicione os bicos principais na medição


externa, aproximando a peça da escala
graduada. Isso evitará erros por folga no
cursor ou desgaste prematuro das pontas
onde a área de contato é menor. Verifique
apoio das faces de medição como mostra
a figura.

Posicione corretamente as orelhas para medição interna. Procure introduzir o Maximo possível
as orelhas no furo ou ranhura mantendo o paquímetro sempre paralelo a peça que esta sendo
medida.

11
UTILIZAÇÃO DO PAQUÍMETRO

Verifique que as superfícies de medição das orelhas coincidam com a linha de centro do furo.

Posicione corretamente a vareta de profundidade.

Posicione corretamente as faces para medição de ressaltos. Apóie primeiramente a face da


escala principal e depois encoste suavemente a face do cursor. Faça a leitura sentindo as faces
encostadas. Sempre que possível utilize este recurso em lugar da vareta de profundidade.

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UTILIZAÇÃO DO PAQUÍMETRO

Erro de paralaxe

Evite o erro de paralaxe a fazer a leitura. Posicione sua vista


em direção perpendicular a escala e ao nônio, isso evitara
erros consideráveis de leitura.

Cuidados Especiais

Não aplicar o paquímetro a esforços excessivos. Tome


providencias para que o instrumento não sofra quedas ou
seja usado no lugar do martelo.

Evite danos nas pontas de medição. Nunca


utilize as orelhas de medição como compasso.
Nem as outras pontas.

Limpe cuidadosamente após o uso. Utilize um pano


seco para retirar partículas de pó e sujeira, bem
como as marcas de dedos deixados pelo manuseio.

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UTILIZAÇÃO DO PAQUÍMETRO

Proteja o paquímetro ao guardar por longo período.


Usando um pano macio embebido em óleo fino anti-
ferrugem, aplique suavemente em todas as faces do
instrumento uma camada bem fina e uniforme.

Observe os seguintes itens ao guardar o paquímetro:

- Não exponha o paquímetro diretamente a luz do sol.


- Guarde em ambiente de baixa umidade, com boa ventilação e livre de poeira.
- Nunca deixe o paquímetro direto no chão.
- Deixe as faces de medição ligeiramente separadas de 0,02 a 2 mm.
- Não deixe o cursor travado.
- Guarde sempre o paquímetro em sua capa ou estojo adequado.

NOTAS

14
 PERGUNTAS

1. Coloque o nome das peças que compõe o paquímetro.

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Realizando Medições

Vejamos então a figura abaixo. Esta é a figura de um paquímetro. No cursor colocamos


somente o traço com o zero para facilitar o entendimento. Podemos ver uma régua
exatamente igual a régua que utilizamos na escola. Chamaremos esta régua de escala
principal. Esta figura possui também o que chamamos de cursor. Nesta escala temos um traço
com um (0). Quando o paquímetro encontra-se fechado, o traço zero da escala móvel
encontra-se alinhado com o traço zero da escala peincipal.

Quando movemos o cursor ate seu traço zero alinhar com o traço referente a 1 milímetro
(1 mm) da escala principal, podemos dizer que a medida encontrada é de 1 milímetro. Esta
situação é mostrara na figura abaixo.

Obs: Existem também paquímetros onde as escalas principais são apresentadas em


centímetros.

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Vamos ver se você pegou a lógica do funcionamento do paquímetro. Olhe atentamente a
figura abaixo e diga qual é a medida.

Você acertou se disse que a medida é de dois milímetros (2 mm). Então podemos dizer que o
traço zero da escala móvel nos mostra a medida em milímetros. Se o traço zero da escala
móvel alinhar com o traço de 3 milímetros da escala principal, obtemos a medida de 3
milímetros, se alinhar com o traço referente a 4 milímetros da escala principal, obtemos 4
milímetros, e assim por diante.

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Preste atenção na próxima figura, repare que o traço zero da escala móvel encontra-se entre
os traços de 2mm e 3mm da escala principal. Desta forma, a medida é maior que 2 milímetros
e menor que 3 milímetros. Podemos afirmar que a medida é 2 milímetros inteiros, mais meio
milímetro (0,05mm), ou seja 2,5mm, porque o traço zero (0) do cursor esta exatamente no
meio dos traços 2 e 3 milímetros da escala principal.

Agora que já aprendemos que o traço zero da escala móvel nos mostra as medidas inteiras em
mm, vamos completar o nosso paquímetro colocando o restante dos traços da escala móvel.
Repare que na próxima figura, alem do traço zero que já vimos, a escala móvel possui mais 20
traços.Este é um paquímetro que faz leituras com precisão de até 0,05 milímetros, (cinco
centésimos de milímetro), ou seja, 1/20.

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Cada traço da escala móvel equivale a 0,05 mm. O primeiro traço logo após o traço zero da
escala móvel equivale a 0,05 mm, o segundo 0,10 mm (dez centésimos), o terceiro 0,15 mm
(quinze centésimos), o quarto 0,20 mm (vinte centésimos), o quinto 0,25 mm (vinte
centésimos) e assim por diante.

A medida encontrada na próxima figura é 2,50 mm (dois milímetros e cinqüenta centésimos),


vejamos porque:

PASSO A PASSO COM O PAQUÍMETRO 0,05 mm

O primeiro passo é verificar se os valores


expressos na escala principal estão em cm ou
mm. Como no nosso exemplo a escala esta
expressa em mm, não há necessidade de fazer
nenhuma transformação, basta utilizar o
indicador no traço zero e realizar a leitura dos
números inteiros.

O valor do exemplo é 15,00 mm

Depois basta verificar qual a linha do nônio


(Vernier) alinha com a escala para obtermos
os valores decimais e centesimais.

O valor final da medida é 29,70 mm.

NOTA
Lembre-se que neste paquímetro a precisão
do nônio é de 0,05 mm.

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 Perguntas

1. Realize as medidas dos paquímetros de precisão 1/20

A)

Valor encontrado:___________________

B)

Valor encontrado:___________________

20
C)

Valor encontrado:___________________

D)

Valor encontrado:___________________

E)

Valor encontrado:___________________

21
F)

Valor encontrado:___________________

G)

Valor encontrado:___________________

H)

Valor encontrado:___________________

22
I)

Valor encontrado:___________________

J)

Valor encontrado:___________________

K)

Valor encontrado:___________________

23
Gabarito dos exercícios propostos:

A- 16,40 mm D- 38,15 mm G- 49,20 mm J- 62,30 mm


B- 82,55 mm E- 0,15 mm H- 29,00 mm K- 9,30 mm
C- 55,00 mm F- 124,10 mm I - 111,00 mm

NOTAS

24
Agora que você já sabe fazer as medições utilizando o paquímetro de 1/20, vamos aprender a
utilizar o paquímetro 1/50. Este paquímetro tem precisão de 0,02 mm, isto quer dizer o
seguinte, a menor leitura que realizamos com ele é de dois centésimos de milímetro (0,02
mm).

O paquímetro 1/50 possui 50 traços na escala móvel, cada traço equivale a dois centésimos de
milímetro (0,02 mm).

O paquímetro 1/50 difere do paquímetro 1/20 somente pelo fato de possuir mais traços na
escala móvel, o que o torna um instrumento mais preciso. A seqüência para leitura é a mesma
utilizada para o paquímetro 1/20.

Verifique a posição do traço zero do cursor para determinar os milímetros inteiros, em seguida
verifique o traço do cursor que encontra-se alinhado com algum traço da escala principal.

Exemplo 1

25
 Perguntas

1. Realize as medições dos paquímetros de precisão 1/50.

A)

Valor encontrado:___________________

B)

Valor encontrado:___________________

26
C)

Valor encontrado:___________________

D)

Valor encontrado:___________________

Respostas dos exercícios propostos:

A- 63,38 mm D- 41,14 mm
B- 96,18 mm
C- 25,50 mm

27
NOTAS

28
MICRÔMETRO

História

Jean Louis Palmer apresentou, pela primeira vez, um micrômetro para requerer sua
patente. O instrumento permitia a leitura de centésimos de milímetro, de maneira
simples. Com o decorrer do tempo, o micrometro foi aperfeiçoado e possibilitou
medições mais rigorosas e exatas do que o paquímetro.
De modo geral, o instrumento é conhecido como ´micrômetro`. Na frança, entretanto,
em homenagem ao seu inventor, o instrumento é denominado Palmer.

Utilizamos o micrômetro para fazer medições que exigem maior precisão, como por
exemplo: diâmetro da saia do pistão, altura dos ressaltos do comando de válvulas,
etc...

Princípios de funcionamento

O funcionamento do micrômetro se assemelha ao funcionamento de um sistema


parafuso com porca, onde o passo do parafuso, ou seja, distancia percorrida por ele ao
completar uma volta, representa o valor do seu deslocamento.
No micrômetro a distancia de seu passo é 0,50 mm (meio milímetro), ou seja, a cada
volta percorrida essa é a distancia deslocada.

Vamos conhecer esse instrumento:

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MICRÔMETRO CENTESIMAL

A versatilidade do micrômetro não é a mesma do paquímetro, porem o nível de precisão de


sua leitura é incomparável, podendo chegar a 0,001 mm (milésimos de milímetro).

Vejamos abaixo alguns exemplos de utilização:

Medição do diâmetro externo da saia do


pistão:

Medição do diâmetro externo do eixo do


comando:

Medição diâmetro externo da haste de


válvula:

O micrômetro pode ser divido em vários aparelhos com dimensões diferentes que variam de
25 mm em 25 mm. Exemplo:

Temos um aparelho para leituras de 0 – 25 mm, outro aparelho para leituras de 25 – 50 mm,
outro para leituras de 50 – 75 mm e mais um para leituras de 75 – 100 mm. Existem aparelhos
maiores do que estes, porém para teste em motocicletas, a precisão de 100 mm já é suficiente.
Vamos então aprender como realizar leitura utilizando este aparelho.

30
MICRÔMETRO CENTESIMAL

Na escala da bainha obtemos a leitura dos:

Para obtermos os milímetros inteiros e os meios milímetros, utilizamos o próprio tambor como
linha de referência.

31
MICRÔMETRO CENTESIMAL

A figura anterior mostra como obtermos a leitura dos milímetros, agora vamos obter os
centésimos de milímetro que deve ser somado aos milímetros inteiros.

A leitura é de 5,76 mm (cinco milímetros e setenta e seis centésimos).

PASSO A PASSO

O primeiro passo é verificar o deslocamento do


tambor a fim de acharmos o valor do numero
inteiro que aparece antes da vírgula.

Depois verificar se existe, ou não um


0,50 mm (meio milímetro) que deve se
adicionado a medição. Neste caso, após
o traço que representava o 3º milímetro,
não aparece escala de meio milímetro.

Para finalizar, verificar o valor obtido na


escala do tambor, tomando como
referência a linha da escala principal, ou
seja, todos os valores que por ela
passaram são considerados e os que tão
acima não devem ser considerados. No
exemplo ao lado o valor de 0,24 mm
(vinte e quatro centésimos de milímetro),
perceba que 0,25 mm ainda esta acima da
linha de referência.

32
MICRÔMETRO CENTESIMAL

Vejamos os exemplos a seguir:

Exemplo 1

Exemplo 2

Exemplo 3

33
MICRÔMETRO CENTESIMAL

Exemplo 4

NOTAS

34
MICRÔMETRO CENTESIMAL

 Perguntas

1. Realize as medições dos micrometros centesimais.

A) B)

Valor encontrado:______________ Valor encontrado:______________

C) D)

Valor encontrado:______________ Valor encontrado:______________

E) F)

Valor encontrado:______________ Valor encontrado:______________

35
MICRÔMETRO CENTESIMAL

G) H)

Valor encontrado:______________ Valor encontrado:______________

I) J)

Valor encontrado:______________ Valor encontrado:______________

K) L)

Valor encontrado:______________ Valor encontrado:______________

36
MICRÔMETRO CENTESIMAL

Respostas dos exercícios propostos:

A- 15,31 mm D - 8,31 mm G- 16,55 mm J - 15,03 mm


B- 0,25 mm E - 35,06 mm H- 5,44 mm K - 60,17 mm
C- 9,17 mm F - 5,49 mm I- 8,35 mm L - 55,08 mm

NOTAS

37
MICRÔMETRO MILESIMAL

Quando se fala em medições de micrômetro milesimal, a primeira idéia que se tem é que se
trata de uma medição complicada. Porém, se você for capaz de fazer leituras em micrômetros
centesimais, você não encontrara dificuldades com o micrômetro milesimal, isto por que a
única diferença entre os dois tipos de micrômetros é a escala do nônio existente no milesimal.

Para efetuar leituras com micrômetros milesimais proceda da mesma maneira que os
micrômetros centesimais. Somente após obter a leitura centesimais.
(2 casa após a virgula, ex: 0,01 mm) faça a leitura do nônio, vejamos:

A leitura final é: 4,944 mm (quatro milímetros, novecentos e quarenta e quatro milésimos).

38
MICRÔMETRO MILESIMAL

PASSO A PASSO COM O MICROMETRO MILESIMAL

Como dito anteriormente, o procedimento é similar ao utilizado no micrômetro centesimal.

Primeiro faça a leitura da escala principal,


que será o valor inteiro colocado antes da
virgula.

Verifique a escala de 0,50 mm.


Neste exemplo não temos 0,50 mm, ou
seja, o micrômetro inda não completou
uma volta depois da casa dos 55,00 mm.

Faça a leitura da escala do tambor,


complementando a escala centesimal. No
exemplo a leitura do tambor é ´0`. Então
em um micrômetro de escala centesimal a
leitura seria 55,00 mm.

Mas como este aparelho nos


proporciona uma precisão maior,
temos a ultima leitura que é a do nônio
e seu valor deve ser colocado na ultima
casa depois da virgula.

39
MICRÔMETRO MILESIMAL

Exemplo 1

Exemplo 2

Exemplo 3

40
MICRÔMETRO MILESIMAL

Exemplo 4

NOTAS

41
MICRÔMETRO MILESIMAL

 Perguntas

1. Realize as medições dos micrometros milesimais.

A) B)

Valor encontrado:______________ Valor encontrado:______________

C) D)

Valor encontrado:______________ Valor encontrado:______________

E) F)

Valor encontrado:______________ Valor encontrado:______________

42
MICRÔMETRO MILESIMAL

Respostas dos exercícios propostos:

A- 15,254 mm D - 25,898 mm
B- 0,013 mm E - 60,105 mm
C- 9,953 mm F - 40,548 mm

NOTAS

43
MICRÔMETRO

Aferição do Micrômetro

Antes de realizarmos qualquer teste prático com o micrômetro devemos fazer a aferição do
mesmo. Um instrumento bem aferido pode ser a diferença de um teste bem sucedido ou não.
Por exemplo, muitas peças possuem precisão milesimal de desgaste. Caso um instrumento
esteja alguns centésimos de milímetro fora da posição, pode ser a diferença de uma peça em
bom estado e uma peça condenada.

A aferição nada mais é do que conseguir com que o instrumento atinja o zero em todas as suas
escalas (escala principal, tambor e nônio).

Acompanhe abaixo o passo a passo de uma aferição:

Todos os instrumentos possuem um calibrador que acompanha o estojo do aparelho. Este


calibrador possui exatamente o valor necessário para ´´zerar`` o aparelho, ou seja, em um
micrômetro de precisão 25 – 50 mm, o calibrador possui o valor de 25 mm, em um micrômetro
de precisão 50 – 75 mm, o calibrador possui o valor de 50 mm. Somente o micrômetro de
precisão 0 – 25 mm não possui um calibrador , bastando apenas a pressão da catraca sobre
suas pontas.

O primeiro passo é realizar a limpeza do calibrador e das pontas de contato do micrômetro


utilizando um pedaço de papel limpo.

Coloque o calibrador entre as pontas do


micrômetro e aplique uma pressão de três estalos
na catraca.

NOTA
Sempre gire o tambor do aparelho utilizando a
catraca e sempre segure o aparelho sobre o seu
isolante térmico.

44
MICRÔMETRO

Verifique se a escala principal e o tambor estão


zerados.

Se as escalas não coincidirem, utilizando


a ferramenta que acompanha o
aparelho, movimente a escala de forma a
alinhá-las, como mostrado ao lado.

Após o ajuste confira o alinhamento entre as


escalas, se estiverem coincidindo o procedimento
está encerrado.

NOTA
No caso da aferição de um micrômetro milesimal,
tenha bastante atenção com o alinhamento do
nônio com a escala fixa no micrômetro, que deve
ser perfeita.

NOTAS

45
RELÓGIO COMPARADOR

O relógio comparador é um
instrumento de medição por
comparação desenvolvido para
detectar pequenas variações
dimensionais através de uma ponta
de contato e por um sistema de
ampliação mecânica. Apresenta
seu valor com uma leitura clara e
suficiente precisa. O relógio
comparador tradicional transforma
(e amplia) o movimento retilíneo
de um fuso em um movimento
circular de um ponteiro montado
em um mostrador graduado.

Trata-se de um instrumento de
múltiplas aplicações, porem,
sempre acoplado a algum meio de
fixação e posicionamento, como
mesas de medição, dispositivos
especiais, outros instrumentos, etc.

Existem vários modelos de relógios comparadores. Os mais utilizados possuem resolução de


0,01 mm. O curso do relógio também varia de acordo com o modelo, porem o mais comum é
de 10 mm.

Em motocicletas é bastante utilizado para verificação de empenamento de eixos e tubos


internos da suspensão dianteira.

NOTA
Sempre que verificarmos o empenamento de eixos ou tubos, o valor do empenamento é
metade do valor encontrado no relógio comparador.

46
RELÓGIO COMPARADOR

PASSO A PASSO COM O RELÓGIO COMPARADOR CENTESIMAL

A leitura do relógio comparador é bem


fácil de ser feita. O ponteiro menor
(interno) representa o numero de
voltas realizadas. Como se trata de um
relógio comparador de precisão
centesimal (0,01 mm). Cada volta é
igual ao deslocamento de 1,00 mm.

No exemplo podemos verificar que a


leitura marcada pelo ponteiro menor é
de 4 voltas, ou seja, um deslocamento
de 4,00 mm.

Já a escala do ponteiro maior


representa os deslocamentos decimais
e centesimais do relógio, ou seja, os
valores que devem ser colocados
depois da vírgula.

No exemplo temos um deslocamento


de 52 traços que representam 0,52
mm.

A leitura final é: 4,52 mm

PASSO A PASSO COM O RELÓGIO COMPARADOR MILESIMAL

O processo de leitura desse relógio


requer um pouco mais de cuidado,
devido a grande precisão. Dez voltas
deste relógio é equivalente a uma
única volta do relógio de precisão
centesimal. Repare que a escala esta
dividida de 0 a 100 duas vezes, ou
seja, a cada volta o deslocamento é
de 0,20 mm. Vamos a leitura: O
ponteiro menor se deslocou apenas
um pouco do zero, então não temos
nenhuma volta completa. O
deslocamento do ponteiro maior é
de 0,074 mm, ou seja, esta é a
leitura do aparelho.

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RELÓGIO COMPARADOR

A posição inicial do ponteiro pequeno mostra a


carga inicial ou de medição.

A figura ao lado mostra que o ponteiro


pequeno iniciou seu movimento no 4, parando
entre os números 5 e 6, como o ponteiro
pequeno indica o numero de voltas do ponteiro
maior, isto quer dizer que o ponteiro grande
deu aproximadamente uma volta e meia, desta
forma a leitura obtida é:

Leitura = 1,55 mm

Na medição ao lado, o ponteiro pequeno


iniciou seu movimento no 6 parando entre os
números 2 e 3, portanto o ponteiro maior deu
3 voltas completas que equivale a 3,00 mm.
Após o ponteiro maior dar três voltas
completas, ele se deslocou do zero até o traço
do 78 que equivale a 0,78 mm, portanto a
medição do lado é:

Leitura = 3,78 mm

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RELÓGIO COMPARADOR

 Perguntas

1. Realize as medições dos relógios comparadores.

A) B)

Valor encontrado:______________ Valor encontrado:______________

C) D)

Valor encontrado:______________ Valor encontrado:______________

49
RELÓGIO COMPARADOR

E) F)

Valor encontrado:______________ Valor encontrado:______________

G) H)

Valor encontrado:______________ Valor encontrado:______________

50
NOTAS

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SÚBITO

O súbito é utilizado junto com o relógio comparador. A principal finalidade do súbito é


assegurar uma medição precisa do diâmetro interno dos cilindros. Alem disso, a utilização do
súbito também possibilita inspecionar a conicidade e a ovalização. Essas dimensões
influenciam consideravelmente o desempenho geral do motor e, conseqüentemente, seus
valores de serviço são especificados de forma precisa. Portanto, é da extrema importância que
o súbito seja utilizado corretamente.

Exemplo de aplicações do súbito com relógio comparador.

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TORQUÍMETRO

Aparelho necessário para aplicar o torque nas


peças que estão sendo montadas. Todos os
parafusos e porcas devem ser apertados de
acordo com o torque especificado no manual
de serviços.

Antes de verificarmos os procedimentos para utilização deste aparelho, vamos definir torque.
O que é?

A definição de torque é dada pela ´´ Força `` multiplicada pela ´´ Distância ``, ou seja, quanto
maior a distância maior o torque.

Quantas vezes durante a remoção de algum elemento de fixação, não utilizamos um braço ou
um alongador junto a chave de forma a facilitar a remoção sem exigir tanta força.

Vamos calcular:

Torque = Força x Distância

Unidade de medida de torque:

Kgf.cm – N.m – Kgf.m

Unidade de medida de força:

Kgf – N

Unidades de medida de distância:

m – cm

Então se uma força de 5 Kgf é aplicada utilizando uma chave com braço de 20 cm, o calculo
fica da seguinte forma:

Torque = 5 (kgf) X 20 (cm) = 200 kgf.cm

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TORQUÍMETRO

Os torques são informados em kgf.m ( quilograma-força metro) e N.m (Newton metro). Alguns
torquímetros utilizam a escala kgf.cm (quilograma-força centímetro), tornando-se necessário a
conversão conforme tabela abaixo:

É muito importante o conhecimento desta conversão, pois temos modelos diferentes de


aparelhos utilizando diferentes tipos de escalas. Alem do mais os torquímetros podem ser
encontrados em modelos diferentes como: Estalo, vareta, relógio, etc.

Por exemplo:

Torquímetro de vareta com escala kgf.cm.


Sua precisão é para apertos de até 230 kgf.cm, ou 23 N.m ou então 2,3 kgf.m.
Sua utilização é para apertos de elementos fixadores menores que requerem maior precisão.

Cuidados:

- Quando estiver realizando o aperto, sempre mantenha o manípulo centralizado.

- Jamais force a haste de marcação de aperto para não perder a aferição do torquímetro

-Utilize-o apenas dentro da faixa estipulada, nunca a ultrapasse de forma a evitar torção
excessiva na haste.

-Guarde-o sempre na embalagem.

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TORQUÍMETRO

Torquímetro de Estalo com escala N.m.


Sua precisão é para apertos de até 8 a 60 N.m.
Sua utilização é bastante prática. Na parte inferior do manípulo temos a trava que se girada no
sentido anti-horário libera o manípulo para posicionamento do torque de aperto, que pode ser
verificado através de um visor no próprio aparelho. Após selecionado o valor do torque gire a
trava no sentido horário de forma a travar o manipulo e aplique o aperto ate ouvir o ´´ estalo ``
indicando que o aperto pretendido já foi alcançado.

Cuidados

Após o uso descarregue a carga do torquímetro para evitar descalibração.

Torquímetro de relógio com escala kgf.m.

Sua precisão é para apertos até 200 kgf.m ou 2000 N.m ou 20000 kgf.cm.
Sua utilização é bem simples, basta girar o arco do relógio mostrador até o ponteiro atingir o
valor pretendido.
Aperte o componente até o mesmo ponteiro atingir a marca ´´ zero `` do mostrador, aplicando
o torque pretendido.
Existem modelos deste aparelho que apresentam sinais luminosos e sonoros de acordo com a
necessidade no ambiente de trabalho.

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TORQUÍMETRO

 Perguntas

1. Realize as conversões.

a) 1,2 kgf.m =___________ kgf.cm b) 13000 kgf.cm =___________ kgf.m

c) 10,4 kgf.m =___________ kgf.cm d) 520 kgf.cm =___________ kgf.m

e) 7,4 N.m =___________ kgf.m f) 5,2 kgf.m =___________ N.m

g) 3 kgf.m =___________ kgf.cm h) 330 kgf.cm =___________ kgf.m

i) 55 N.m =___________ kgf.m j) 20 N.m =___________ kgf.cm

k) 250 kgf.cm =___________ N.m l) 7,8 kgf.m =___________ kgf.cm

m) 150 kgf.cm =___________ N.m n) 65N.m =___________ kgf.cm

NOTAS

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