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INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

UTILIZAÇÃO E CUIDADOS.

CURSO METROLOGIA BÁSICA

Elson M. Souza

São Paulo, julho de 2016.


APRESENTAÇÃO

Este material didático tem por objetivo apresentar os principais instrumentos da


metrologia dimensional, suas características técnicas, modo de operação, leitura e
cuidados especiais de utilização. Os conteúdos abordados nesta apostila foram
selecionados de forma que todos tenham os conhecimentos básicos, imprescindíveis as
profissionais da área industrial. Portanto, requer de você uma dedicação para que
sejam aproveitados da melhor forma possível.
Ao colocar este material à sua disposição, esperamos que você possa explorá-lo de
forma ampla e tenha o melhor aproveitamento possível.
Esperamos também, que o material seja útil em sua vida profissional, servindo de
consulta para tirar dúvidas que por acaso venham aparecer após este curso.

Bons estudos!

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SUMÁRIO

1. CONCEITOS BÁSICOS ....................................................................................................... 4

2. TRANSFORMAÇÃO DE UNIDADES................................................................................... 7

3. INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO ....................................................................................... 11


3.1 PAQUÍMETRO.............................................................................................................. 11
3.1.1 CÁLCULO DA RESOLUÇÃO .................................................................................... 12
3.1.2 TIPOS E USOS.......................................................................................................... 14

3.2 MICRÔMETRO ............................................................................................................. 20

3.2.1 CÁLCULO DA RESOLUÇÃO .................................................................................... 20


3.2.2 TIPOS E USOS.......................................................................................................... 22

3.3 RELÓGIO COMPARADOR .......................................................................................... 25

3.4 COMPARADOR DE DIÂMETRO INTERNO (SÚBITO) ............................................... 28

3.5 GONIÔMETRO ............................................................................................................. 30

3.5.1 CÁLCULO DA RESOLUÇÃO .................................................................................... 31

3.6 MEDIDOR DE DIÂMETRO INTERNO COM RELÓGIO.................................................32

4. ROSCAS ............................................................................................................................ 33

5. SISTEMA DE TOLERÂNCIAS E AJUSTES ...................................................................... 35

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 36

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1. CONCEITOS BÁSICOS

Termos técnicos extraídos do VIM – Vocabulário de Termos Fundamentais e Gerais


de Metrologia (INMETRO).
METROLOGIA: É a ciência da medição. Trata dos conceitos básicos, dos métodos de
medição, dos erros e sua propagação, das unidades e dos padrões envolvidos na
representação de grandezas físicas, bem como da caracterização do comportamento
estático e dinâmico dos sistemas de medição.

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UNIDADE DE MEDIDA: Grandeza específica definida e adotada por convenção, com
a qual outras grandezas de mesma natureza são comparadas para expressar seu
tamanho em relação àquela grandeza.

Notas:
Metro é uma unidade de medida (unidade de comprimento), cujo símbolo é o m. O
milímetro é um submúltiplo do metro, isto é, uma fração deste. O milímetro é igual à
milésima parte do metro. 1 mm = 0,001 m
A polegada é uma unidade de medida antiga. Não pertence ao Sistema Internacional
de Unidades que é legalmente adotado no Brasil. Sua utilização na mecânica está
sendo gradativamente substituída pelo metro e seus submúltiplos.

MEDIÇÃO: É a atividade que visa determinar o valor do mensurando, ou seja, é uma


seqüência de ações que permitem efetuar a medida propriamente dita. É aplicável a
ensaios, testes, análises ou processos equivalentes. O resultado da medição, em
geral numérico, é um valor observado, medido, lido, etc.

RESULTADO DA MEDIÇÃO: Valor atribuído a um mensurando obtido por medição.

MENSURANDO: Objeto da medição. Grandeza específica submetida à medição.


Exemplos:
Comprimento de um tubo,
Diâmetro de um furo,
A distância entre os centros de dois furos, etc.

ERRO DE MEDIÇÃO: Em geral são gerados devido a imperfeições nos instrumentos


de medição ou imperfeições no método de medição e ainda devido a influências
externas, como temperatura, umidade, vibração e outros.

INCERTEZA DE MEDIÇÃO: Parâmetro, associado ao resultado de uma medição, que


caracteriza a dispersão dos valores que podem ser atribuídos a um mensurando.

Nota:
A incerteza de medição é a dúvida quanto ao resultado ao efetuar uma medição.
Nenhuma medição pode ser realizada sem que existam erros associados, devidos a
imperfeição do instrumento, ao operador e ao procedimento utilizado. Portanto,
alguma dúvida ainda existe quando efetuamos uma medição. Em certos tipos de
medição, onde há grande preocupação para com o resultado (medições críticas) é
necessário avaliar a incerteza de medição. Para tanto, é utilizado um documento
internacional denominado “Guia para Expressão da Incerteza de Medição”. Este guia
foi traduzido e é distribuído no Brasil pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial). Não confundir incerteza de medição com
tolerância. Tolerância é uma característica construtiva determinada no projeto de uma
peça. É aquilo que queremos. Incerteza de medição é uma dúvida, um valor duvidoso
que não desejamos, mas que está sempre presente.

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PRECISÃO DE MEDIÇÃO: Grau de concordância entre indicações e valores
medidos, obtidos por medições repetidas no mesmo objeto ou em objetos similares,
sob condições especificadas.

EXATIDÃO DE MEDIÇÃO: Grau de concordância entre o resultado de uma medição


e o seu valor verdadeiro.

CALIBRAÇÃO: Conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas,


a relação entre os valores indicados por um instrumento de medição e os valores cor-
respondentes das grandezas estabelecidos por padrões.

CALIBRAÇÃO: Conjunto de operações que estabelece, sob condições específicas a


relação entre valores indicados por um instrumento de medição, e os valores
correspondentes das grandezas estabelecidos por padrões.

Nota:
O termo aferição não é mais utilizado pelo INMETRO e sua rede de laboratórios de
calibração (RBC). Para facilitar o entendimento com outros países, utiliza-se o termo
calibração em lugar de aferição. A tarefa de regular o instrumento com o objetivo de
diminuir os erros de medição é agora chamada de ajuste.

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2. TRANSFORMAÇÃO DE UNIDADES

1º caso:
Transformar polegadas inteiras em milímetros:
Para se transformar polegadas inteiras em milímetros, multiplica-se 25,4 mm
pelo valor em polegadas a transformar.

Ex.: Transformar 3” em milímetros


25,4 x 3 = 76,2 mm

2º caso:

Transformar fração da polegada em milímetro.

Quando o número for fracionário, multiplica-se 25,4 mm pelo numerador da


fração e divide-se pelo denominador.
Ex.: Transformar 5/8” em milímetros.

25,4 × 5 = 15,875 mm
8 ÷
3º caso:

Transformar polegada inteira e fracionária em milímetros.

Quando o número for misto, inicialmente se transforma o número em uma


fração imprópria e, a seguir, opera-se como no 2º caso.

Ex.: Transformar 1.3/4” em milímetros.

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4º caso:
Transformar milímetros em polegada fracionária.
Para se transformar milímetro em polegada fracionária, divide-se o valor em
milímetros por 25,4 e multiplica-se o resultado por uma das divisões da
polegada, dando-se para denominador a mesma fração tomada, formando-se
assim uma fração.

Ex.: Transformar 9,525 mm em polegadas.

5º caso:
Transformar polegada decimal em milímetro.

Para se transformar polegada decimal em milímetro, multiplica-se o valor em


decimal da polegada por 25,4.
Ex.: Transformar 0,875” em milímetro.
0,875 x 25,4 = 22,225 mm

6º caso:
Transformar milímetro em polegada decimal.
Divide-se o valor em milímetro por 25,4
Ex.: Transformar 3,175 mm em polegada decimal.
3,175 : 25,4 = 0,125”

7º caso:

Transformar fração de polegada em decimal.


Para se transformar fração de polegada em decimal, divide-se o numerador da
fração pelo denominador.
8
Ex.: Transformar 7/8” em decimal.
7 : 8 = 0,875”

8º caso:

Transformar decimal de polegada em fração.


Para se transformar do sistema inglês decimal para ordinário, multiplica-se o
valor em decimal por uma das divisões da polegada, dando-se para denomina-
dor a mesma divisão tomada e simplificando-se a fração quando necessário.

Ex.: Transformar 0,3125” em sistema inglês ordinário.

Exercícios

Transforme em milímetros:
a) 5/32” =
b) 1 5/8” =

Transforme em polegada ordinária:


c) 1,5875 mm =
d) 19,05 mm =

Transforme em polegada decimal:


e) 5/64” =
f) 1 7/8” =

Transforme em polegada ordinária:


g) 0,125” =
h) 1,25” =

Transforme em polegada decimal:


i) 7,144 mm =
j) 60,325 mm =

9
Transforme em milímetros:
k) 0 .001” =
l) 2.625” =

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3. INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

3.1 Paquímetro

O paquímetro é um instrumento usado para medir as dimensões lineares internas,


externas e de profundidade de uma peça. Consiste em uma régua graduada, com
encosto fixo, sobre a qual desliza um cursor.

Figura 1 – elementos construtivos do paquímetro

Para se fazer medidas com menores divisões utiliza-se o nônio ou vernier.


O nônio foi inventado por um matemático português (Pedro Nunes) e um francês
(Pierre Vernier). O princípio do nônio é aplicado a muitos outros instrumentos, tais
como traçadores de altura, paquímetros de profundidade, paquímetro para
engrenagens, etc. Utilizando-se o nônio, pode-se dividir a menor divisão da escala
principal do paquímetro a até 0,02 mm, nos instrumentos mais comuns.
Os paquímetros podem fornecer resultado de medição com leituras de 0,1 mm, 0,05
mm, 0,02 mm ou 0,01 mm no sistema métrico e 0.001” ou 1/128”no sistema inglês
(polegada).
A operação de leitura é muito simples e se realiza da seguinte maneira:
Tomando como referência o primeiro traço do Nônio (traço zero) conte todos os traços
da escala principal que ficam à direita e anote. Lembre-se que cada traço menor da
escala principal equivale a 1 mm no paquímetro em mm e a .025” no paquímetro em
polegada. Verifique qual dos traços do Nônio coincide com outro qualquer da escala
principal. Sempre haverá um que fica melhor alinhado do que os restantes. Cada
traço menor do nônio equivale a menor divisão que o paquímetro indica.
Some os valores obtidos na escala principal e no Nônio. Este é o resultado da
medição.

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3.1.1 Cálculo da resolução
As diferenças entre a escala fixa e a escala móvel de um paquímetro, podem ser
calculadas pela sua resolução. A resolução é a menor medida que o instrumento
oferece. Ela é calculada pela seguinte fórmula:

Resolução = Unidade da escala fixa


Número de divisões do nônio

Exemplos:
Nônio com 50 divisões

Resolução = 1 mm = 0,02 mm
50 divisões

Exemplos de resultados de medições

a) leitura do nônio de 0,05 mm (1/20 mm)

Lembre-se que 0,45 mm é igual nove espaços no nônio multiplicado por 0,05 mm, que
é o valor da menor divisão no nônio.

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b) Leitura do nônio 0,02 mm (1/50 mm)

Lembre-se que 0,62 mm é igual trinta e um espaços no nônio multiplicado por 0,02
mm, que é o valor da menor divisão no nônio.

c) leitura do nônio 1/128” (nônio com oito divisões em polegada ordinária)

No paquímetro com leitura em polegada ordinária, é importante saber ler, somar e


simplificar frações, como no caso acima onde somamos primeiramente 1” com 1/16” e
depois ainda adicionamos 4/128” do nônio. Somando tudo e simplificando temos:

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3.1.2 Tipos e usos

1 - Paquímetro universaI: É utilizado em medições internas, externas, de profundidade e de


ressaltos.

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2 - Paquímetro universaI com relógio: O relógio acoplado ao cursor, facilita a leitura
agilizando a medição.

3 - Paquímetro de profundidade: Serve para medir a profundidade de furos não vasados,


rasgos, rebaixos, etc. Este tipo de paquímetro pode apresentar haste simples ou com
gancho.

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4 - Outros tipos de paquímetros

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Cuidados ao realizar as medições
Posicione os bicos na medição externa aproximando o máximo possível à peça da
escala graduada. Isso evitará erros por folgas do cursor e o desgaste prematuro das
pontas onde a área de contato é menor. Verifique também o perfeito apoio das faces
de medição. Posicione corretamente a vareta de profundidade. Verifique se o
paquímetro está apoiando perpendicularmente ao furo em todo sentido.

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Cuidado com o erro de leitura!

Evite o erro de paralaxe ao fazer a leitura. Posicione sua vista, em direção perpendicular à
escala e ao nônio, pois isto evitará erros consideráveis de leitura

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Exercícios

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3.2. Micrômetro

O princípio de funcionamento do micrômetro baseia-se no deslocamento axial de um


parafuso micrométrico com passo de elevada exatidão dentro de uma porca
ajustável. Girando-se o parafuso micrométrico, este avança proporcionalmente ao
passo que normalmente é de 0,5 mm. A circunferência da rosca (que corresponde ao
tambor, pois este é fixado firmemente ao parafuso por encaixe cônico), é dividida em
50 partes iguais, possibilitando leituras de 0,01 mm.
Assim, uma volta completa do tambor corresponde ao passo da rosca, meia volta
corresponde à metade do passo da rosca e assim por diante. A capacidade de medição
dos micrômetros normalmente é de 25 mm (ou 1"), variando o tamanho do arco de 25 em
25 mm. Podem chegar a 2000 mm.

Os materiais empregados na fabricação do parafuso micrométrico são o aço liga ou


aço inoxidável.
O tubo graduado possui duas outras escalas lineares que indicam os milímetros e os
meios milímetros. Quando o micrômetro possui nônio, é possível efetuar a leitura
diretamente com resolução de 0,001 mm.
O elemento que garante uniformidade na aplicação da força de medição nos
micrômetros é a catraca, que limita o torque transmitido ao fuso.
A catraca é ligada ao parafuso micrométrico. Se a força de medição for superior à
resistência da catraca, a mesma gira em falso sobre o parafuso.

3.2.1 Cálculo de resolução


A cada volta do tambor, o fuso micrométrico avalança uma distância chamada passo.
A resolução corresponde a seu menor deslocamento, para obtê-la, dividi-se o passo
pelo número de divisões do tambor.

Resolução = passo da rosca do fuso micrométrico = 0,5 mm = 0,01 mm


Número de divisões do tambor = 50 divisões
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Agora vamos fazer leituras no micrômetro!
Para ler as medidas no micrômetro procede-se da seguinte forma:
Verificam-se quantos traços da bainha estão descobertos pelo tambor (traços de cima
representam o milímetro inteiro e traços de baixo representam à metade do milímetro.

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3.2.2 Tipos e usos

1 - Micrômetro interno (imicro)

Tipos de micrômetro interno

Para medição de partes internas empregam-se dois tipos de micrômetros: micrômetro


interno de três contatos, micrômetro interno de dois contatos (tubular e tipo
paquímetro).

a) Micrômetro interno de três contatos

Este tipo de micrômetro é usado exclusivamente para realizar medidas em superfícies


cilíndricas internas, permitindo leitura rápida e direta. Sua característica principal é a de
ser autocentrante, devido à forma e à disposição de suas pontas de contato, que formam,
entre si, um ângulo de 120º. Este micrômetro interno também pode ser encontrado com
“pontas intercambiáveis”, apropriado para medir furos roscados, canais e furos sem saída,
pois suas pontas de contato podem ser trocadas de acordo com a peça que será medida.

b) Micrômetro interno de dois contatos

Os micrômetros internos de dois contatos são o tubular e o tipo paquímetro.

Micrômetro interno tubuIar

O micrômetro tubular é empregado para medições internas acima de 30 mm. Devido ao


uso em grande escala do micrômetro interno de três contatos pela sua versatilidade, o
micrômetro tubular atende quase que somente a casos especiais, principalmente as
grandes dimensões.

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Micrômetro interno tipo paquímetro

Esse micrômetro serve para medidas acima de 5 mm e, a partir daí, varia de 25 em 25


mm.

2 - Micrômetro de rosca

3 - Outros tipos de micrômetros

Com batente intercambiável Profundidade Medição de tubos

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ATENÇÂO!

Nunca esqueça de utilizar a catraca para efetuar a medição. O micrômetro é um


instrumento de elevada exatidão e necessita de uma força de medição constante para
não causar grandes erros.

Leia o instrumento na posição correta.


Lembre-se do paquímetro...

Mantenha seu micrômetro sempre limpo. Não deixe que ele caia ou sirva de ferramenta.
Evite adicionar óleo ao instrumento, pois o mesmo arrasta para dentro da rosca
micrométrica muita sujeira. Somente aplique óleo extra fino quando o instrumento for
sofrer manutenção.

Exercícios

Faça a leitura dos micrômetros:

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3.3. Relógio comparador

O relógio comparador é um instrumento de medição por comparação, dotado de uma


escala e um ponteiro, ligados por mecanismos a uma ponta de contato. Quando a
ponta de contato sofre uma pressão e o ponteiro gira no sentido horário, a diferença é
positiva. Se o ponteiro girar em sentido anti-horário, a diferença será negativa, ou seja,
a peça apresenta menor dimensão que a estabelecida.
Existem vários modelos de relógios comparadores, os mais utilizados possuem
resolução de 0,01 mm. O curso também varia, os mais comuns são de 1 e 10 mm.

Para realizar medições com o relógio comparador, deve-se fixar o relógio


cuidadosamente numa mesa de medição ou base magnética, para que este possa ser
aplicado ao mensurando. Sempre aplique alguma pré-carga ao relógio (deixe o fuso
levantar um pouco) no momento de fixar o instrumento.
Em seguida siga posicione a escala corretamente para sua referência inicial (zeragem).
Lembre-se o relógio comparador mede de forma relativa, isto é, a diferença entre duas
posições (inicial e final).
Finalmente leia diretamente sobre a escala ou indicador digital a diferença entre suas
duas referências da seguinte forma:
Número de voltas – O ponteiro pequeno marca o número de voltas. A fração da volta
deve ser lida através do ponteiro grande.

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Aplicações

CUIDADOS
O relógio comparador é um instrumento muito delicado. Quedas, humidades,
temperaturas elevadas podem causar danos.

26
Exercícios

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3.4. Comparador de diâmetro interno (súbito)

O súbito é um medidor
de diâmetros internos
que podem variar entre φ
4,5 a 550 mm. O
instrumento mede
apoiado por duas pontas,
uma fixa e a outra móvel.
A ponta móvel, sensor de
medição, transmite o
movimento até o
elemento de transdução.
A centragem no furo é
realizada por duas
sapatas munidas de
discos retificados.
Os súbitos são, na verdade, a união entre
um relógio comparador comum e uma
haste de medição com características
próprias. A haste transmite o movimento
do sensor até o fuso do relógio através de
um came. O sensor do súbito pode ser
facilmente substituído, de forma a
possibilitar a medição em faixas amplas. O
curso máximo do sensor não ultrapassa
1,5 mm.
No caso específico do súbito, tratando-se
de um medidor de deslocamentos
diferencial, torna-se necessário, para
medições absolutas, o acompanhamento
de um padrão. O elemento padrão ideal
para medição com o súbito é o anel
padrão. O anel padrão é um padrão de
diâmetro interno fabricado em aço, com
superfície interna retificada e tratada
termicamente. O valor efetivo do seu
diâmetro interno possui baixa incerteza de
medição. Para medições corriqueiras,
pode-se utilizar um micrômetro para
transferir a medida padrão ao súbito
(efetuar a zeragem).

Anéis padrão
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CUIDADO NA MEDIÇÃO!!!
A medição com súbito deve ser realizada com máximo cuidado no momento da
apalpação, evitando-se a contribuição de erros de cosseno. Além de medir
diâmetros internos em associação com um padrão, o súbito pode medir conicidade
e ovalização em cilindros.

A leitura do súbito segue as


regras do relógio comparador.
A figura acima mostra a relação
entre indicação da escala e
variação e variação do furo.

Cuidados especiais!
Os cuidados com o súbito são basicamente os mesmos do relógio comparador.
Sugere-se ainda evitar a desmontagem do equipamento, principalmente após a
sua calibração.

ATENÇÃO AO RELÓGIO COMPARADOR!

3.5 Goniômetro

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O goniômetro é um instrumento de verificação de medidas angulares. O
goniômetro simples, também conhecido como transferidor de grau, possui menor
divisão de 1 grau. Há porém, diversos modelos sendo o mais utilizado aquele para
ângulos agudos e obtusos.

E QUANDO TIVER NÔNIO?


Nos goniômetros que possuem nônio (ou vernier) a leitura no disco graduado tem
variações de 1º, enquanto que o nônio dividirá o grau em 12 partes iguais. Isto
significa que a menor divisão possível é 5’.

Importante: Fazer a leitura do ângulo sempre com o goniômetro aplicado à peça.


Manter sempre os goniômetros limpos e acondicionados em estojos próprios

3.5.1 Cálculo da resolução

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Na leitura do nônio, utilizamos o valor de 5' (5 minutos) para cada traço do nônio.
Dessa forma, se é o 2º traço no nônio que coincide com um traço da escala fixa,
adicionamos 10' aos graus lidos na escala fixa; se é o 3º traço, adicionamos 15'; se o
4º, 20' etc.

A resolução do nônio é dada pela fórmula geral, a mesma utilizada em outros


instrumentos de medida com nônio, ou seja: divide-se a menor divisão do disco
graduado pelo número de divisões do nônio.

Resolução = Menor divisão do disco graduado


Número de divisões do nônio

Ex. 1° = 60’ = 5’ (ou 1:12 = 0,0833 x 60 = 5’ valor de uma divisão do


nônio)
12 12

Leitura do goniômetro

Os graus inteiros são lidos na graduação do disco, com o traço zero do nônio. Na
escala fixa, a leitura pode ser feita tanto no sentido horário quanto no sentido anti-
horário.
A leitura dos minutos, por sua vez, é realizada a partir do zero nônio, seguindo a
mesma direção da leitura dos graus.

31
Exercícios

3.6 Medidor de diâmetro interno com relógio

São usados para medição interna de furos, ranhuras e canais internos. Possuem
pontas de contato esféricas, hastes longas indicadas para medições em maiores
profundidades.

Importante: O instrumento deve ser calibrado com padrão (micrômetro ou anel


padrão) de acordo com o uso.

4. ROSCAS

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Rosca métrica triangular (normal e fina)

Rosca witworth triangular (normal e fina)

33
Exercícios

Calcular por completo as dimensões de uma rosca M10x1,5.

5.SISTEMA DE TOLERÂNCIAS E AJUSTES

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

TELECURSO. Curso Profissionalizante. Aulas 4, 5, 9, 10, 11, 15, 16; Fundação


Roberto Marinho, 1986.

MITUTOYO. Mitutoyo Catalog. Tókio, Mitutoyo Corporation, 1995.

INMETRO. Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de


Metrologia, Portaria nº. 29 de 10 de março de 1995. Rio de Janeiro.

TESA. Instrumentos para o Controle Dimensional.: Catálogo nº. 102.017.Suíça,


TESA S/A, 1980.

MITUTOYO. Instrumentos para Metrologia Dimensional: Catálogo de utilização,


manutenção e cuidados. São Paulo, Mitutoyo do Brasil.

www.engemetro.com

Elson M. Souza - Suporte e treinamento

(11) 98297-6979

elson@engemetro.com

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