Você está na página 1de 24

Materiais de

Construção Mecânica I
Material Teórico
Ensaios dos Materiais – Ensaios Destrutivos

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Esp. Leila da Silva Moura Ribeiro

Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Ensaios dos Materiais –
Ensaios Destrutivos

• Ensaios dos Materiais.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Apresentar ao aluno os principais ensaios destrutivos de materiais e a aplicação de
cada um deles para analisar as propriedades dos materiais de construção mecânica.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Ensaios dos Materiais – Ensaios Destrutivos

Ensaios dos Materiais


Os ensaios dos materiais compreendem um conjunto de técnicas padronizadas
que servem para avaliar as propriedades de um material ou de um produto fabrica-
do utilizando-se este material.

Alguns ensaios são realizados em amostras padronizadas de materiais que são os


chamados corpos de prova. Porém, existem ensaios que são realizados em produtos
(peças) que foram fabricados com a utilização de um determinado tipo de material.

Os ensaios dos materiais podem ser classificados em 2 tipos:


• Ensaios Destrutivos;
• Ensaios Não Destrutivos.
Explor

Qual é a diferença entre os Ensaios Destrutivos e Não Destrutivos?

Os Ensaios Destrutivos são aqueles que após a sua execução deixam alguma
marca na peça ou no corpo de prova que foi ensaiado.

Caso uma peça fabricada com um determinado material seja submetida a um


Ensaio Destrutivo e que após a realização desse ensaio, mesmo que a peça não
tenha sido inutilizada, deixar marcas, ele será considerado um ensaio destrutivo.

Os Ensaios Não Destrutivos são aqueles que após a sua execução não deixam
nenhuma marca na peça ou no corpo de prova que foi ensaiado.

Normalmente, os Ensaios Não Destrutivos são realizados em peça e produtos


acabados ou semiacabados para verificar se existem falhas nestes produtos.

Nesta unidade vamos nos dedicar ao estudo dos Ensaios Destrutivos.

Os principais Ensaios Destrutivos de Materiais são:


• Tração;
• Compressão;
• Cisalhamento;
• Dobramento;
• Flexão;
• Torção;
• Impacto;
• Fluência;
• Fadiga;
• Dureza.

A seguir, alguns desses ensaios serão apresentados.

8
Ensaio de tração
O Ensaio de Tração é o método utilizado para se obter o
valor da Tensão Normal (σ) de tração que um material suporta.

Para realizar um ensaio de tração, é necessário utilizar


um corpo de prova que é uma amostra do material que se
pretende ensaiar.

O formato desse corpo de prova deve ser padronizado.


O motivo da padronização é que, desta forma, seja possível
se obter resultados semelhantes em ensaios realizados em
qualquer lugar do mundo.

Na figura 1 é possível visualizar o formato típico de um


corpo de prova cilíndrico que é utilizado para a realização do
ensaio de tração.

Porém, é importante observar que, dependendo da apli-


cação do material a ser ensaiado, outros formatos de corpos
de prova podem ser utilizados.

Para realizar o ensaio de tração, é aplicada uma força Figura 1 – Ilustração


axial de tração no corpo de prova construído com o mate- do formato típico de um
rial que se deseja obter os dados de propriedades mecânicas. corpo de prova cilíndrico
Explor

O que é uma força axial de tração?

A força axial tem esse nome porque é


aplicada na direção axial (ou longitudinal)
do corpo de prova. Na figura 2 é possível
visualizar as direções axial (ou longitudi-
nal) e transversal de um corpo de prova.

A máquina utilizada para a realização


do Ensaio de Tração é chamada de Má-
quina Universal de Ensaios. Essa má-
quina possui esse nome porque ela pode
ser utilizada para realizar outros tipos de
ensaios, como o ensaio de compressão,
por exemplo.

Na figura 3 é possível visualizar uma


ilustração de uma máquina universal de
ensaios que contém os componentes bá-
sicos para realização do ensaio de tração. Figura 2 – Ilustração das direções axial e transversal
Nesta máquina, o travessão superior é de um corpo de prova

9
9
UNIDADE Ensaios dos Materiais – Ensaios Destrutivos

fixo e nele está instalado a célula de carga que é responsável pela medição da
força aplicada no corpo de prova durante a realização do ensaio de tração.

Ainda, observando-se a figura 3 é possível visualizar o corpo de prova e um equi-


pamento chamado de extensômetro, instalado nesse corpo de prova. O extensô-
metro é o responsável pela medição da deformação (ε) do corpo de prova durante
a realização do ensaio de tração.

Finalmente, é possível, ainda, observar na figura 3, as 2 colunas laterais, na


cor cinza, que ao serem rotacionadas levam o travessão móvel para baixo, “esti-
cando” (ou seja, tracionando) o corpo de prova.

Figura 3 – Ilustração de uma Máquina Universal de Ensaios realizando o Ensaio de Tração


Fonte: Wikimedia Commons

Execução do ensaio de tração em um material dúctil


Ao se realizar o ensaio em um material dúctil e iniciar a aplicação da força axial
de tração, ocorrerá as seguintes etapas:
• Deformação elástica: à medida que ocorre o aumento da intensidade da
força axial de tração, o corpo sofre uma deformação longitudinal. Até certo
ponto, caso o ensaio seja interrompido, o comprimento do corpo de prova
volta ao seu tamanho inicial. Essa é a chamada zona elástica do material.
Na zona elástica do material, a deformação é temporária, ou seja, depois de
cessado o esforço, o material volta ao seu estado inicial.
• Escoamento do material: a intensidade da força axial de tração continua au-
mentando até que o corpo sofra uma deformação longitudinal permanente, ou
seja, a partir desse ponto, caso o ensaio seja interrompido, o comprimento do
corpo de prova não volta mais ao seu tamanho inicial. Esse é o início da cha-
mada zona plástica do material. Nesta zona, a deformação é permanente e,
neste caso, é comum dizer que o material sofre uma deformação plástica.
A tensão medida neste ponto é chamada de Tensão de Escoamento do Ma-
terial (σe) que o material suporta.

10
• Estricção: após o término do escoamento do material, a intensidade da força
axial de tração sofre pouca variação. Podemos dizer que essa força fica prati-
camente estável. Porém, a área da seção transversal do corpo de prova sofre
uma redução drástica, ou seja, o corpo de prova tende a “afinar”. Nesse mo-
mento, dizemos que houve uma “estricção” do corpo de prova. Como a área
da seção transversal diminuiu, a razão entre a intensidade da força e a área
da seção do corpo sofre um aumento, o que implica, consequentemente em
um aumento da tensão. A tensão medida nesse ponto é chamada de Tensão
Máxima de Tração (σmáx) que o material suporta.
• Ruptura: O término do ensaio de tração ocorre quando acontece a ruptura
do corpo de prova. A tensão medida nesse ponto é chamada de Tensão de
Ruptura do Material (σrup).

Na figura 4 estão ilustradas todas as etapas do ensaio de tração em um mate-


rial dúctil.

Figura 4 – Etapas do ensaio de tração em um material dúctil


Explor

Como demonstrar os resultados obtidos em um Ensaio de Tração?

Nos dias atuais, existe sempre um computador acoplado à máquina de ensaios


onde são coletados e armazenados os dados do ensaio. Com esses dados é possível
construir um Diagrama conhecido Diagrama de Tensão (σ) X Deformação (ε), ou
simplesmente diagrama σXε. Na figura 5 é possível visualizar o diagrama Tensão
(σ) X Deformação (ε) típico para o ensaio de tração de um material dúctil.

11
11
UNIDADE Ensaios dos Materiais – Ensaios Destrutivos

Figura 5 – Diagrama Tensão (σ) X Deformação (ε) típico para o ensaio de tração de um material dúctil

No primeiro trecho do diagrama, onde a deformação ainda é temporária (zona


elástica do material), a deformação (ε) varia linearmente em relação à Tensão atu-
ante (σ). Não é à toa que essa região no gráfico é representada por uma linha reta.
Nessa região é válida a Lei de Hooke que afirma:
“A tensão atuante em um corpo é diretamente proporcional à deforma-
ção causada nesse corpo devido a esta tensão”.

Em outras palavras, ao se aumentar a tensão atuante em um corpo, ocorrerá


também o aumento da deformação causada nesse corpo.

O enunciado dessa lei pode ser expresso matematicamente através da equação:

σ=E∙ε

Onde:

σ → Tensão Normal Atuante

E → Módulo de Elasticidade do Material (ou Módulo de Young)

ε → Deformação Longitudinal (também chamada, simplesmente de deformação)

• Unidades de medida:

N
[σ] → = Pa
m2
[E] → N
= Pa
m2
[ε] → Adimensional (não tem unidade de medida)

12
Sendo assim, a deformação longitudinal (ε) é a razão entre o alongamento (∆l)
dividido pelo seu comprimento inicial (l0), dada pela equação:

l

l0

Onde:

ε → Deformação Longitudinal (também chamada, simplesmente de deformação)

∆l → Alongamento do corpo

l0 → Comprimento inicial do corpo

• Unidades de medida:

[ε] → Adimensional (não tem unidade de medida)

[∆l] → m

[l0] → m

O alongamento (∆l) é a diferença entre o comprimento final (l) e o comprimento


inicial (l0), calculado através da equação:

∆l = l – l0

Onde:

∆l → Alongamento do corpo

l → Comprimento final do corpo

l0 → Comprimento inicial do corpo

• Unidades de medida:

[∆l] → m

[l] → m

[l0] → m

A representação do alongamento (∆l), do


comprimento final (l) e do comprimento ini- Figura 6 – Alongamento (∆l), de um corpo
cial (l0), pode ser visualizado na figura 6. de prova submetido a um ensaio de tração

13
13
UNIDADE Ensaios dos Materiais – Ensaios Destrutivos

Execução do ensaio de tração em um material frágil


Ao se realizar o ensaio em um material frágil e iniciar a aplicação da força axial
de tração, ocorrerá as seguintes etapas:
1. Deformação elástica: à medida que ocorre o aumento da intensidade
da força axial de tração, o corpo sofre uma deformação longitudinal. Até
certo ponto, caso o ensaio seja interrompido, o comprimento do corpo de
prova volta ao seu tamanho inicial, ou seja, também ocorre em materiais
frágeis a chamada zona elástica do material. Porém, a deformação nessa
região será menor em um material frágil.
2. Ruptura: praticamente não ocorre nem o escoamento e nem a estricção
do material. O término do ensaio de tração ocorre quando acontece a
ruptura do corpo de prova. Isso acontece com pouquíssima deformação
do corpo de prova. A tensão medida nesse ponto é chamada de Tensão
de Ruptura do Material (σrup).

Na figura 7 estão ilustradas todas as etapas do ensaio de tração em um mate-


rial frágil.

Na figura 8 é possível visualizar o diagrama Tensão (σ) X Deformação (ε) típico


para o ensaio de tração de um material frágil.

Figura 7 – Etapas do ensaio de Figura 8 – Diagrama Tensão (σ) X Deformação (ε)


tração em um material frágil típico para o ensaio de tração de um material frágil

14
Ensaio de compressão
O Ensaio de compressão é o método utilizado para se obter o valor da Tensão
Normal (σ) de compressão que um material suporta. Ele consiste em aplicar uma
força axial de compressão em um corpo de pro-
va e analisar a sua deformação até que ocorra
a ruptura.

Caso o material a ser submetido a um ensaio


de compressão for um material dúctil, o esforço
de compressão irá provocar a redução no seu
comprimento e o aumento da sua área de seção
transversal, conforme pode ser visualizado na Figura 9 – Corpo submetido a ação de
figura 9. uma Força Axial de Compressão
O ensaio de compressão não é muito utilizado em corpos de prova de materiais
metálicos. O motivo é a dificuldade de se obter com precisão o valor de proprieda-
des dos materiais devido à possibilidade de ocorrência de deformações no sentido
transversal, como, por exemplo, a flambagem (entortamento), conforme pode ser
visualizado na figura 10.

Porém, o concreto, que possui boa resistência a compressão, pode ter essa re-
sistência avaliada através de um ensaio de compressão. Contudo, como o concreto
é um material duro e frágil, normalmente, ao se submeter este material ao ensaio
de compressão, irá ocorrer a ruptura sem que ocorra o escoamento desse material.

Outra aplicação para o ensaio de compressão é a determinação da constante


elástica de molas que são projetadas para resistir a compressão, conforme a mola
da figura 11.

Figura 10 – Corpo submetido a ação de uma Força Axial Figura 11 – Exemplo de Mola
de Compressão provocando a Flambagem desse corpo Helicoidal de Compressão

15
15
UNIDADE Ensaios dos Materiais – Ensaios Destrutivos

Ensaio de cisalhamento
Uma estrutura que está sujeita a esforços de cisalhamento é uma típica situação
onde a força atuante possui direção perpendicular à direção longitudinal do corpo.

No cisalhamento puro, a força tende a “cortar” ou “cisalhar” o corpo. Sendo


assim, a tensão atuante nesse corpo, resultado da ação dessa força paralela à área
resistente do corpo, será uma Tensão de Cisalhamento (τ).

O objetivo do Ensaio de Cisalhamento é obter o valor da Tensão de Cisalhamen-


to que um material suporta.

Na figura 12 é possível visualizar um arranjo que pode ser utilizado para se rea-
lizar um ensaio de cisalhamento. São duas placas que estão unidas entre si através
de um pino. Ao se aplicar a Força F, com direção paralela a área A do pino e per-
pendicular à direção longitudinal do pino, o resultado será o cisalhamento do pino,
o que pode ser visualizado, também, na figura 12.

Figura 12 – Ensaio de Cisalhamento


Nota: Pino submetido a ação de uma Força paralela a área resistente (A) desse pino, causando o seu cisalhamento.

Ensaio de Dobramento
O Ensaio de Dobramento tem por objetivo a determinação da Ductilidade de
um material.

O resultado desse ensaio não apresenta um valor numérico. Dessa forma, é pos-
sível apenas avaliar se o material resiste ao dobramento sem se romper. Quando
um material resiste bem ao dobramento, pode-se concluir que esse material é mais
dúctil do que outro que não resiste tão bem a esse dobramento.

A execução desse ensaio consiste em apoiar uma amostra desse material, ou


seja, um corpo de prova, sobre 2 apoios e aplicar uma força utilizando-se um man-
dril ou cutelo, até um determinado ângulo, que cause o dobramento desse corpo
de prova.

16
O Ensaio de dobramento é ilustrado na figura 13.

Figura 13 – Ensaio de Dobramento


Nota: Corpo de Prova submetido a ação de uma força (F) até atingir um ângulo (α).

Ensaio de Flexão
Explor

Qual é a diferença entre os Ensaios de Dobramento e Flexão?

A execução do ensaio de Flexão é muito parecida com a execução do ensaio de


dobramento. Porém, nesse caso, o objetivo é verificar, também, a deflexão (y) de um
corpo de prova submetido à flexão. Essa deflexão também é conhecida como flecha.

A execução desse ensaio consiste em apoiar uma amostra desse material, ou


seja, um corpo de prova padronizado, sobre 2 apoios e aplicar uma força (F) utili-
zando-se cutelo, medindo-se a deflexão (y) produzida.

O Ensaio de flexão é ilustrado na figura 14.

Figura 14 – Ensaio de Flexão


Nota: Corpo de Prova submetido a ação de uma força (F), causando uma deflexão (y).

17
17
UNIDADE Ensaios dos Materiais – Ensaios Destrutivos

Ensaio de torção
O ensaio de torção é o método utilizado para se obter o valor da Tensão de Cisa-
lhamento (τ) que um material suporta quando está submetido a esforços de torção.

Para realizar um ensaio de torção, também é necessário utilizar-se um corpo


de prova. A execução desse ensaio consiste em fixar uma amostra desse ma-
terial, ou seja, um corpo de prova padronizado em uma extremidade, e aplicar
uma força (F) que cause a torção desse material, verificando-se a resistência desse
material à torção.

Durante o ensaio, mede-se o valor da intensidade da Força aplicada, que mul-


tiplicada pelo raio (r) do corpo de prova resulta no Momento Torsor (Torque) apli-
cado no corpo de prova. Verifica-se também a Deformação causada nesse corpo
de prova.

Figura 15 – Ensaio de Torção


Nota: Corpo de Prova submetido a ação de uma força (Ft) causando a torção desse corpo de prova.

Ensaio de Impacto
O Ensaio de Impacto, também conhecido como Ensaio de Charpy, serve para
avaliar a Ductilidade de um Material. Essa avaliação é realizada através da chamada
Energia de Deformação absorvida pelo material durante a execução. Quanto maior for
o valor da intensidade dessa energia absorvida, maior será a ductilidade do material.

Para realizar um Ensaio de Impacto, é necessário, também, utilizar um corpo


de prova normalizado. Normalmente esse corpo de prova possui o formato de
um prisma retangular, no qual se realiza um pequeno rasgo de forma a fragilizar o
corpo de prova. Na figura 16 é possível visualizar 2 tipos de corpos de prova que
são utilizados em Ensaios de Impacto.

18
Figura 16 – Exemplos de Corpos de prova utilizados em Ensaios de Impacto

O equipamento utilizado para realizar o Ensaio de Impacto está ilustrado na


figura 17.

A máquina de Ensaio de Impacto ilustrada na figura 17 possui um sistema


de fixação que fica na parte inferior onde deve ser fixado o corpo de prova.
Essa máquina também possui um pêndulo com um martelo na extremidade
que deve ser elevado até a parte superior da máquina e fixado nessa posição.
Finalmente, esse pêndulo deve ser solto e este causará um impacto no corpo
de prova, rompendo-o. O ponteiro de metal indicará a intensidade da energia
de deformação absorvida pelo corpo de prova. Esses componentes podem ser
visualizados na figura 18.

Figura 18 – Componentes da Máquina


Figura 17 – Máquina utilizada em Ensaios de Impacto utilizada em Ensaios de Impacto
Fonte: Wikipedia Fonte: Wikipedia

19
19
UNIDADE Ensaios dos Materiais – Ensaios Destrutivos

Ensaio de Fluência
A fluência de um material é a deformação plástica, ou seja, permanente, que ocorre
em um material quando submetido a uma tensão constante ao longo do tempo.

Para se realizar um Ensaio de Fluência, é neces-


sário, também, utilizar-se um corpo de prova nor-
malizado. Porém, o corpo de prova tem o formato
similar ao corpo de prova utilizado para o Ensaio
de Tração.

A execução do Ensaio de Fluência é muito pare-


cida com o Ensaio de Tração, porém, o Ensaio de
Fluência é efetuado de forma lenta, visto que a Ten-
são se mantém constante ao longo do tempo. Outra
variável que deve ser inserida nesse ensaio é a tem-
peratura na qual o Ensaio de Fluência é executado.

O corpo de prova apresenta maior deformação


quando possui temperaturas maiores. Dessa forma,
é importante realizar o Ensaio de Fluência também
considerando-se a variação de temperatura.

O equipamento utilizado para realizar o Ensaio de Figura 19 – Máquina utilizada


Impacto está ilustrado na figura 19. em Ensaios de Fluência

Ensaio de Fadiga
A fadiga de um material é a falha que ocorre em um material quando submetido
a uma tensão cíclica ao longo do tempo.

Na verdade, mesmo que uma peça fabricada, utilizando-se um determinado ma-


terial, esteja sofrendo esforços que causem tensões dentro do regime elástico do
material, ainda, assim, essa peça poderá apresentar falhas ao longo do tempo.

Esse fato ocorre porque os esforços aplicados em uma peça podem causar ten-
sões que variam a sua intensidade de forma cíclica, ou seja, obedecendo a ciclos
de aplicação da tensão e retirada da tensão aplicada no corpo ao longo do tempo.

Sendo assim, deve-se realizar ensaios que simulem esses ciclos de tensão ao
longo do tempo, simulando-se condições de operação da peça construída com
esse material.

O objeto do Ensaio de Fadiga é relacionar o valor da Tensão aplicada em um


corpo, dentro do regime elástico do material, com a duração desse corpo (vida) ao
longo do tempo (quantidade de ciclos de tensão).

20
Existem 4 tipos de Ensaios de Fadiga:
• Fadiga devido à Torção;
• Fadiga devido à Tração-Compressão;
• Fadiga devido à Flexão;
• Fadiga devido à Flexão Rotativa.

Desses 4 tipos, o ensaio de Fadiga mais utilizado é o Ensaio de Fadiga devido


à Flexão Rotativa. A execução desse ensaio consiste em submeter esse corpo de
prova a um ensaio de flexão, enquanto esse corpo de prova é rotacionado ao redor
do seu próprio eixo. Isso irá causar a fadiga e o rompimento desse corpo de prova,
ao longo do tempo, depois que atingir um certo número de ciclos de rotação.

Na figura 20 é possível visualizar uma ilustração do Ensaio de Fadiga devido à


Flexão Rotativa.

Figura 20 – Ensaio de Fadiga devido à Flexão Rotativa

21
21
UNIDADE Ensaios dos Materiais – Ensaios Destrutivos

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Livros
Ciência e Engenharia dos Materiais
Leia o capítulo 7 (p 200-227) da obra dos autores Askeland e Wright, intitulada
“Ciência e Engenharia dos Materiais”. Nesse texto serão apresentados mais detalhes
dos Ensaios de Fadiga e Fluência.
Ciência dos Materiais
Leia o capítulo 8 (p 174-185) da obra de James F. Shackelford, intitulada “Ciência dos
Materiais”, disponível na Biblioteca Virtual da Universidade, no item “E-books – Bib.
Virtual Universitária”. Nesse texto serão apresentados mais detalhes dos Ensaios de
Impacto e Fadiga.

 Vídeos
Ciência dos Materiais – Aula 11 – Falhas mecânicas e fundamentos da fratura
Vídeo bem interessante que trata das Falhas mecânicas de materiais.
https://youtu.be/T4JGNg0lXNA
Ciência dos Materiais – Aula 12 – Seleção de materiais para engenharia
Nesse endereço eletrônico, também está disponível um vídeo que trata da Seleção de materiais.
https://youtu.be/AaecH6_rNMo

22
Referências
ASKELAND, D. R.; WRIGHT, W. J. Ciência e Engenharia dos materiais. 3. ed.
São Paulo: Cengage Learning, 2014.

CALLISTER Jr., W. D.; RETHVISCH, D. G. Ciência e Engenharia de Materiais


– Uma Introdução. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018.

SHACKELFORD, J. F. Ciência dos Materiais. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice


Hall, 2008.

SMITH, W. F.; HASHEMI, J. Fundamentos de Engenharia e Ciência dos Mate-


riais. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.

23
23

Você também pode gostar