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Metrologia e Controle Geométrico

Aula 1
Prof. Eng. Osmar Martins
osmar.martins@educadores.net.br
Tópicos
Apresentação do professor e dos alunos

Objetivos e alinhamento de expectativas

Apresentação do Conteúdo

Sistema de avaliação

Bibliografia

Fundamentos
Osmar Martins
Experiência Profissional:
Cia. Vidraria Santa Marina
Valtra do Brasil
Camargo Correia
Vicunha Têxtil
Accor Hospitality
Casas Pernambucanas
FMU
Faculdades Oswaldo Cruz
SENAC São Paulo
Escola Protec
Osmar Martins
Formação Acadêmica:

MBA Executivo – Insper


Engenharia Industrial Mecânica - UBC
Logística Empresarial – EAESP-FGV
Negociação – EAESP-FGV
Tecnologia Mecânica - SENAI
Didática do Ensino à Distância - FMU
Objetivos
- Conhecer e aplicar os principais conceitos e normas
referentes a metrologia e controle metrológico nas
diferentes áreas de atuação.

- Aprender a executar um processo de medição,


considerando suas múltiplas variáveis, obtendo
resultados confiáveis nas medições.

- Identificar, compreender e calcular erros


sistemáticos e aleatórios presentes no processo de
medição, além de compreender e analisar as
características metrológicas que definem um
sistema de medição.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Unidade 1 | Introdução e conceitos fundamentais de metrologia
Seção 1.1 - Evolução histórica da metrologia, unidades de medida e o sistema
metrológico brasileiro
Seção 1.2 - Erro, incerteza e resultado de medição
Seção 1.3 - Métodos e sistemas de medição

Unidade 2 | Medição direta e medição indireta


Seção 2.1 - Medição direta e domínio de uma fonte de incerteza
Seção 2.2 - Medição direta e a combinação de fontes de incerteza
Seção 2.3 - Medição indireta

Unidade 3 | Calibração de sistemas de medição e controle geométrico


Seção 3.1 - Calibração e rastreabilidade
Seção 3.2 - A escolha do sistema de medição e ponderação de critérios
Seção 3.3 - Controle geométrico

Unidade 4 | Principais sistemas de medição: características e aplicação


Seção 4.1 - Paquímetro e micrômetro
Seção 4.2 - Relógio comparador e traçador de altura
Seção 4.3 - Projetor de perfil e instrumentos de medição auxiliares
Sistema de Avaliação

1a Avaliação – 1000 pontos


Prova B1

2a Avaliação – 4000 pontos


Prova B2

Exercícios e Participação – 2500 pontos


Na B1 = 1000 pontos
Na B2 = 1500 pontos
Bibliografia Básica
1) Akkari, A. C. S. Metrologia e controle geométrico. Londrina: Editora e
Distribuidora Educacional S.A. 2017. 216 p. ISBN 978-85-522-0192-2

Bibliografia Complementar
1) LIRA, F. A. de. Metrologia dimensional: técnicas de medição e instrumento para
controle e fabricação industrial. São Paulo: Érica, 2015a.
2) LIRA, F. A. de. Metrologia na Indústria. 3. ed. São Paulo: Érica, 2015b.
“Não se pode ensinar tudo
a alguém;
Pode-se apenas ajudá-lo a
encontrar por si mesmo”
Galileu
O que é Metrologia?
Definição de Mecânica
A mecânica pode ser definida como o ramo das ciências
físicas dedicado ao estudo do estado de repouso ou
movimento de corpos sujeitos à ação de forças.
Normalmente o estudo da mecânica é dividido em três
partes:
Mecânica dos corpos rígidos
Mecânica dos corpos deformáveis
Mecânica dos fluidos.
Mecânica dos corpos rígidos
A dos corpos rígidos pode ser dividida em
estática
mecânica(equilíbrio de um corpo rígido) e dinâmica
(movimento de um corpo rígido).
A estática tem por finalidade o estudo do equilíbrio de
um corpo em repouso ou em movimento com velocidade
constante.
A dinâmica, por sua vez, pode ser caracterizada como a
parte da mecânica dos corpos rígidos dedicada ao estudo
do movimento de corpos sob a ação de forças, ou seja,
movimentos acelerados dos corpos.
Grandezas Físicas Presentes na Mecânica
a) Comprimento: Grandeza essencial que localiza a posição de
um ponto no espaço. A partir do comprimento é possível
descrever com exatidão a dimensão de um sistema físico. No
sistema internacional de unidades (SI), a unidade básica de
comprimento é o metro (m).
b) Massa: A massa de um corpo representa uma quantidade
absoluta que independe da posição do corpo e do local no qual
o mesmo é colocado. No sistema internacional de unidades (SI),
a unidade básica de massa é o quilograma (kg). A massa
representa uma propriedade da matéria que permite comparar
a ação de um corpo em relação a outro e de um modo geral
pode ser interpretada com a resistência que um corpo oferece a
mudanças em seu movimento de translação.
Grandezas Físicas Presentes na Mecânica
c) Tempo: Pode ser definido como o intervalo entre dois
eventos consecutivos. Medições desse intervalo podem ser
realizadas por comparações, como por exemplo, eventos
repetitivos tal como a rotação da Terra ao redor de seu próprio
eixo. No sistema internacional de unidades (SI), a unidade
básica de tempo é o segundo (s).
Como o presente curso trata apenas dos problemas de estática,
a quantidade tempo não possui influência significativa na
solução dos problemas, porém em problemas de dinâmica, o
tempo é uma grandeza muito importante para descrever as
variações de posição, velocidade, aceleração e forças em um
corpo.
Grandezas Físicas Presentes na Mecânica
d) Força: Pode ser definida como a ação de um corpo em outro
corpo. Como um corpo não pode exercer uma força em um
segundo corpo a menos que este ofereça uma resistência,
pode-se concluir que uma força nunca existe só, ou seja, as
forças sempre ocorrem aos pares, e as duas forças possuem a
mesma magnitude e sentidos contrários. No sistema
internacional de unidades (SI), a unidade básica de força é o
Newton (N), que é representado a partir da seguinte relação, 1
N = 1 kg m/s².
Lembrando também, que na física elementar, estudamos Força
pela expressão F=ma (força = massa * aceleração) dai a unidade
kgm/s².
Mas, o que é Metrologia?
A palavra metrologia originou-se do
termo grego metron, que significa
medida, e do termo logos, que remete
à ciência.
Podemos então entender metrologia
como a ciência das medições
Mas, por que criar e manter uma
ciência para medir as coisas?
Imagine o seguinte:

Por favor, eu quero um cúbito de corda.

A distância entre os tornos é de 5 jardas.


Imagine o seguinte:

Você deve instalar o interruptor a um palmo do piso.

A sala tem 30 pés de comprimento 20 de largura.


Imagine o seguinte:

As unidades de medida eram


baseadas nas dimensões das
pessoas, normalmente os nobres.
Imagine o seguinte:
Durante a antiguidade, onde
predominavam as trocas comerciais, que
possuíam escala pequena, muito
concentradas na Europa, as unidades de
medida baseadas nas dimensões
corpóreas funcionavam.
Mas aí, vieram as grande mudanças.
A Revolução Industrial do século 18, teve seu início por volta de
1760, sendo que Eric Hobsbawm relata, em seu livro A Era das
Revoluções (1962), que a revolução "explodiu" na Grã-Bretanha na
década de 1780 e não foi totalmente percebida até a década de
1830 ou de 1840. A data correta é menos importante do que as
mudanças trazidas por ela.
A revolução industrial ensejou o início da era industrial, do uso do
carvão em escala industrial para mover processos de manufatura
em massa, possibilitando a criação de fábricas de produtos que até
então não existiam.
Acelerou processo de desenvolvimento que culminou entre outras
coisas, no desenvolvimento das máquinas a vapor, que estava no
centro do transporte em massa, através da ferrovia.
Na sequência, a Revolução Francesa, ciclo
revolucionário que aconteceu entre 1789 e
1799, foi responsável pelo fim dos
privilégios da aristocracia e pelo término do
Antigo Regime Imperial. A Queda da
Bastilha aconteceu em 14 de julho de 1789
e foi o marco que espalhou a revolução pela
França.
O que tudo isso trouxe em seu bojo?
O fim do trabalho artesanal e o início do período
industrial, que alavancou a produção em massa, a
padronização e a escala produtiva.

Com a criação das fábricas, vieram os meios de controle,


inicialmente idealizados por Frederick Taylor (1856 –
1915) em seus Princípios da Administração Científica.

Mas, como padronizar se as unidades de medidas eram


baseadas nas dimensões corpóreas?
John Wilkins (1614 – 1672), um filósofo natural fundador da Royal
Society Britânica, foi o primeiro a idealizar um padrão único de
medida.

A ideia de um sistema de medidas unificado foi implementada pela


primeira vez na França, na época da Revolução Francesa. A existência
de diferentes sistemas de medidas foi uma das causas mais frequentes
de litígios entre comerciantes, cidadãos e cobradores de impostos.
A origem da palavra metro é o termo grego metron que quer dizer
medida.
Em 20 de maio de 1875 um tratado internacional conhecido como
Convention du Mètre (Convenção do Metro), foi assinado por 17
Estados (países) e estabeleceu a criação do Bureau International des
Poids et mesures (BIPM), um laboratório permanente e centro mundial
da metrologia científica, e da Conférence Générale des Poids et
mesures (CGPM), que em 1889, em sua 1ª edição, definiu o protótipos
internacional de metro.
10.000 km*
1 m = ------------------------
10.000.000

* Distância entre o Equador e o


Polo Norte (Meridiano utilizado
como referência passa por Paris.
A medida definida por convenção, com base nas dimensões da
Terra, equivale à décima milionésima parte do quadrante de um
meridiano terrestre. Porém, a crescente demanda de mais
precisão do referencial e possibilidade de sua reprodução mais
imediata levaram os parâmetros da unidade básica a serem
reproduzidos em laboratório e comparados a outro valor 
constante no universo, que é a velocidade de 
propagação eletromagnética.
Assim sendo, a décima milionésima parte do quadrante de um
meridiano terrestre, medida em laboratório, corresponde ao
espaço linear percorrido pela luz no vácuo durante um intervalo
de tempo correspondente a 1/299 792 458 de segundo, e que
continua sendo o metro padrão.

Nota: O trajeto total percorrido pela luz no vácuo em um


segundo se chama segundo luz. A adoção desta definição
corresponde a fixar a velocidade da luz no vácuo em
299 792 458 m/s (300.000 km/s).
Sistema Internacional de Unidades
A 11ª CGPM, em 1960, através de sua Resolução n°12, adotou
finalmente o nome SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES,
com abreviação internacional SI para o sistema prático de
unidades, e instituiu regras para os prefixos, para as unidades
derivadas e as unidades suplementares, além de outras
indicações, estabelecendo uma regulamentação para as
unidades de medidas. A definição de Quantidade de Matéria
(mol) foi introduzida posteriormente em 1969 e adotada pela
14ª CGPM, em 1971.
** CGPM - Conférence Générale de Pois et Mesures
Unidades de Base do SI
São sete unidades bem definidas que, por convenção, são tidas
como dimensionalmente independentes. Essas unidades são
apresentadas na Tabela a seguir.
Grandeza unidade Símbolo
Comprimento metro m
Massa quilograma kg
Tempo segundo s
Corrente elétrica ampère A
Temperatura kelvin K
termodinâmica
Quantidade de matéria mol mol
Intensidade luminosa candela cd
Curiosidades: definição das unidades
Metro (m): É o caminho percorrido pela luz no vácuo durante um intervalo de tempo de 1/299 792 458 de um
segundo.

Quilograma (kg): É igual à massa do protótipo internacional, feito com uma liga platina - irídio, dentro dos
padrões de precisão e confiabilidade que a ciência permite.

Segundo (s): É a duração de 9 192 631 770 períodos da radiação correspondente à transição entre os dois
níveis hiperfinos do átomo de césio-133, no estado fundamental.

Ampère (A): É uma corrente constante que, se mantida em dois condutores retilíneos e paralelos, de
comprimento infinito e seção transversal desprezível, colocados a um metro um do outro no vácuo, produziria
entre estes dois condutores uma força igual a 2 x10-7 newton, por metro de comprimento.

Kelvin (K): É a fração 1/273,16 da temperatura termodinâmica do ponto triplo da água.

Mol (mol): É a quantidade de matéria de um sistema que contém tantas entidades elementares quantos forem
os átomos contidos em 0,012 quilograma de carbono 12. Comentários: a) O nome desta quantidade vem do
francês "quantité de matière",derivado do latim "quantitas materiae", que antigamente era usado para designar
a quantidade agora denominada de "massa". Em inglês usa-se o termo "amount of substance". Em português,
consta no Dicionário como "quantidade de substância", mas pode-se admitir o uso do termo "quantidade de
matéria", até uma definição mais precisa sobre o assunto. b) Quando se utiliza o mol, as entidades elementares
devem ser especificadas, podendo ser átomos, moléculas, íons, elétrons ou outras partículas ou agrupamentos
de tais partículas.

Candela (cd): É a intensidade luminosa, em uma determinada direção, de uma fonte que emite radiação
monocromática de frequência 540x1012 hertz e que tem uma intensidade radiante naquela direção de 1/683
watt por esterradiano.
Unidades Suplementares do SI
São apenas duas as unidades suplementares: o radiano,
unidade de ângulo plano e o esterradiano, unidade de ângulo
sólido.

Grandeza Unidade Símbolo


ângulo plano radiano Rad
ângulo sólido esterradiano sr
Unidades Derivadas do SI
São formadas pela combinação de unidades de base, unidades
suplementares ou outras unidades derivadas, de acordo com as
relações algébricas que relacionam as quantidades correspondentes.
Os símbolos para as unidades derivadas são obtidos por meio dos
sinais matemáticos de multiplicação e divisão e o uso de expoentes.
Algumas unidades SI derivadas têm nomes e símbolos especiais.
Grandeza Unidade Símbolo
área metro quadrado m²
volume metro cúbico m³
velocidade metro por segundo m/s
aceleração metro por segundo quadrado m/s²
número de onda metro recíproco m-1
densidade quilograma por metro cúbico kg/m³
volume específico metro cúbico por quilograma m³/kg
concentração mol por metro cúbico mol/m³
Múltiplos e submúltiplos do SI
Escrita de Unidades
Os princípios gerais relativos à escrita de símbolos das unidades foram
adotadas pela 9ª CGPM, em 1948, alguns comentários são apresentados a
seguir.
a) Os símbolos usados para discriminar quantidades físicas devem ser
apresentados em itálico, mas os símbolos das unidades são digitados em
romano [ex: F = 23 N].
b) As unidades derivadas de nomes próprios devem ser escritas com a
primeira letra em maiúsculo, enquanto que as outras devem ser
apresentadas em minúsculo [ex: newton, N; pascal, Pa, metro, m], exceto o
litro, que pode ser escrito em minúsculo ou maiúsculo ( l ou L ).
c) O símbolo da unidade é geralmente descrito pela primeira letra do nome
da unidade [ex: grama, g e não gm; segundo, s e não seg ou sec], com
algumas exceções [ex: mol, cd e Hz]. Também, o símbolo da unidade não
deve ser seguido por um ponto e o seu plural não é seguido de "s" [ex: 3 kg
e não 3 kg. ou 3 kgs].
Escrita de Unidades
Continuação:
d) A palavra "grau" e seu símbolo "°" devem ser omitidos da unidade de
temperatura termodinâmica, T [isto é, usa-se apenas kelvin ou K e não grau
Kelvin ou °K], mas são retidos quando se quer designar temperatura Celcius,
T [ex: graus Celcius ou °C].
e) Os símbolos dos prefixos que representam grandezas maiores ou iguais a
106 são escritos em maiúsculo, enquanto que todas os outros são escritos
em minúsculo [ex: mega, M; hecto, h].
f) Um prefixo nunca deve ser usado sozinho [ex: 106/m3, mas não M/m3].
g) Não deve ser colocado espaço entre o prefixo e a unidade e prefixos
compostos devem ser evitados [ex: 1 pF, e não 1 p F] (unidade de
capacitância).
Escrita de Unidades
Continuação:
h) O agrupamento formado pelo símbolo do prefixo ligado ao símbolo da
unidade constitui-se em um novo e inseparável símbolo, de modo que pode
ser elevado a potências positivas ou negativas e ser combinado com outros
símbolos de unidades para formar símbolos de unidades compostas. Desta
forma, um expoente se aplica à unidade como um todo, incluindo o seu
prefixo [ex: 1 cm3 = (10-2 m)3 = 10-6 m3; 1 cm-1 = (10-2 m) -1 = 102 m-1; 1Zs-1= (10-6
s) -1 = 106 s-1; 1 V/cm = (1 V)/(10-2 m) = 102 V/m].
i) Quando um múltiplo ou submúltiplo de uma unidade é escrito por
completo, o prefixo deve ser também escrito por completo, começando com
letra minúscula [ex: megahertz, e não Megahertz ou Mhertz].
j) O quilograma é a única unidade de base cujo nome, por razões históricas,
contém um prefixo. Seus múltiplos e submúltiplos são formados
adicionando-se os prefixos à palavra "grama" [ex: 10-6 kg = 1 mg = 1
miligrama e não 1 microquilograma ou 1kg].
Escrita de Unidades
Continuação:
k) A multiplicação de unidades deve ser indicada inserindo-se um ponto
"elevado", ou deixando-se um espaço entre as unidades [ex: N m].
l) A divisão pode ser indicada tanto pelo uso de uma barra inclinada, de uma
barra de fração horizontal ou por um expoente negativo [ex: m/s], mas o uso
repetido da barra inclinada não é permitido [ex: m/s2, mas não m/s/s; m kg/ (s3
A), mas não m kg/s3/A]. Para se evitar má interpretação, quando mais de uma
unidade aparece no denominador, deve-se utilizar parênteses ou expoentes
negativos [ex: W/(m2 K4) ou W m-2 K-4].
m) Os nomes das unidades não devem ser misturados com os símbolos das
operações matemáticas [ex: pode-se escrever "metro por segundo", mas não
metro/segundo ou metro segundo-1].
n) Quando o produto de duas unidades é escrito por extenso, recomenda-se o
uso de espaço entre elas mas nunca o uso do ponto. É tolerável o emprego de
hífen nestes casos [ex: deve-se escrever newton metro ou newton-metro, mas
não newtonmetro].
Escrita de Unidades
Continuação:
o) Números com mais de quatro dígitos devem ser separados por um
espaço a cada grupo de três dígitos. Nunca utilizar pontos ou vírgulas nas
separações, para evitar confusões com as marcações de decimais [ex: 299
792 458, mas não 299.792.458 ou 299,792,458]. Esta convenção é também
aplicada à direita do marcador de decimais [ex: 22,989 8].
p) O valor numérico e o símbolo da unidade devem ser separados por um
espaço, mesmo quando usados como um adjetivo [ex: 35 mm, mas não
35mm ou 35-mm].
q) Deve-se colocar um zero antes do marcador de frações decimais [ex: 0,3 J
ou 0.3 J ao invés de ,3 J ou .3 J].
r) Sempre que possível, o prefixo de uma unidade deve ser escolhido dentro
de um intervalo adequado, geralmente entre 0,1 e 1000 [ ex: 250 kN; 0,6
mA].
SI no Brasil

Fonte: Alessandra Cristina Santos Akkari, publicado em Metrologia e controle geométrico – Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2017. 216 p.
SI no Brasil
A primeira formulação política nacional de metrologia brasileira data de 1967 e,
dentre outros aspectos, essa iniciativa englobava a constatação do uso exclusivo
do recém- criado SI no país (INMETRO, 2000).
Até então, havia uma mistura entre o Sistema Internacional, o Sistema Inglês e o
padrão norte americano, que naquela época, ainda utilizam as unidades de
medida baseadas nas dimensões corpóreas (polegadas, milha, pés, libras, etc...)

A partir de então, tem-se o Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e


Qualidade Industrial – Sinmetro, instituído pela Lei 5.966, de 11 de dezembro de
1973, que atualmente é constituído por organizações públicas e privadas
vinculada à área da metrologia.

Dentre as entidades constituintes desse sistema brasileiro, tem-se a parte


formada por um órgão normativo, o Conselho Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial – Conmetro, e outra constituída por órgão
executivo, o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial – Inmetro (INMETRO, 2000).
SI no Brasil - Conmetro
O Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial é um
colegiado interministerial que exerce a função de órgão normativo do Sinmetro.

Compete ao Conmetro:
- Formular, coordenar e supervisionar a política nacional de metrologia, normalização industrial e
certificação da qualidade de produtos, serviços e pessoal, prevendo mecanismos de consulta que
harmonizem os interesses públicos, das empresas industriais e dos consumidores;
- Assegurar a uniformidade e a racionalização das unidades de medida utilizadas em todo o território
nacional;
- Estimular as atividades de normalização voluntária no país;
- Estabelecer regulamentos técnicos referentes a materiais e produtos industriais;
- Fixar critérios e procedimentos para certificação da qualidade de materiais e produtos industriais;
- Fixar critérios e procedimentos para aplicação das penalidades nos casos de infração a dispositivo
da legislação referente à metrologia, à normalização industrial, à certificação da qualidade de
produtos industriais e aos atos normativos dela decorrentes;
- Coordenar a participação nacional nas atividades internacionais de metrologia, normalização e
certificação da qualidade.
SI no Brasil - Inmetro
O Inmetro é uma secretaria executiva do Sinmetro que executa operações
técnicas e outras correlatas à metrologia tendo como missão prover confiança à
sociedade brasileira nas medições e nos produtos.
Dentre as atividades do Inmetro, destacam-se as áreas responsáveis pela
Metrologia Científica e Industrial e Metrologia Legal.
Inmetro: Metrologia Científica
O escopo da Metrologia Científica abrange, principalmente, os padrões de
medição internacionais e nacionais, bem como os instrumentos de laboratórios e
pesquisas e metodologias científicas relacionadas à qualidade metrológica.
Alguns exemplos de operações em Metrologia Científica referem-se à calibração
de pirômetros ópticos; medidas de comprimento utilizando equipamentos a
laser; e calibração de pesos-padrão e balanças analíticas para laboratórios.
Inmetro: Metrologia Industrial
A Metrologia Industrial aborda o controle metrológico nos processos produtivos,
principalmente nos ensaios em produtos certificados, tais como brinquedos e
cabos elétricos, além de medição e controle de uma linha de produção de
automóveis. É a base para definição de padrões de qualidade nos processos
produtivos.
Inmetro: Metrologia Legal
A Metrologia Legal possui um enfoque na proteção do consumidor por meio do
tratamento de unidades de medida, de métodos e instrumentos de medição, de
acordo com as exigências técnicas e legais obrigatórias.
Desta forma, os instrumentos de medição utilizados nas atividades comerciais e
nas medições nas áreas da saúde, da segurança e do meio ambiente estão
sujeitos à ação de um organismo de Metrologia Legal, citando-se como exemplo a
verificação de bombas de abastecimento de combustível e verificação de
taxímetros e o controle de emissão dos gases da combustão (ALBERTAZZI, 2008).
Inmetro
Dentre as competências e atribuições do Inmetro, destacam- se:

- Execução de políticas nacionais de metrologia e da qualidade;


- verificação das normas técnicas e legais no escopo da
metrologia;
- manutenção dos padrões das unidades de medida, assim como
implementação da cadeia de rastreabilidade dos padrões das
unidades de medida no país;
- planejamento e execução de atividades de acreditação de
laboratórios de calibração e de ensaios e desenvolvimento, no
âmbito do Sinmetro, de programas de avaliação da conformidade
nas áreas de produtos, processos, serviços e pessoal.
Outros órgãos ligados ao Sinmetro
- Laboratórios Acreditados de Calibrações e Ensaios – RBC/RBLE,
laboratórios reconhecidos formalmente pelo Inmetro e que são
responsáveis pelo desenvolvimento de ensaios e calibrações.
Assim, na RBC, há laboratórios que foram acreditados pelo
Inmetro, isto é, laboratórios que estão oficialmente aptos a
executar calibrações dentro de um nível técnico e organizacional;
- Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, responsável
pela elaboração de normas vinculadas à regulamentação técnica;
Institutos Estaduais de Pesos e Medidas – IPEM, responsáveis
por executar os serviços técnico-administrativos de pesos e
medidas.

RBC - Rede Brasileira de Calibração


RBLE - Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaios
BOM
FINAL DE
SEMANA

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