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Reitor
Paulo Henrique Gomes de Lima
Autor (as)
Siluana Benvindo Ferreira
Revisor
Nome do Revisor
1. Introdução.................................................................................. 05
2. O apiário.................................................................................... 05
3. Tipos de Apiários:..................................................................... 06
4.3 Identificação................................................................. 09
4.4 Acesso.......................................................................... 10
4.5 Topografia..................................................................... 11
4.7 Sombreamento............................................................. 11
4.9 Água.............................................................................. 15
5. Referências Bibliográficas......................................................... 20
1. Introdução
2. O apiário
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Antes da instalação do apiário uma série de estudos preliminares deve
ser realizada com o objetivo de avaliar a viabilidade da implantação, reduzindo
riscos de possíveis prejuízos posteriores.
Vários são os fatores que devem ser considerados para a escolha do
local de implantação do apiário.
3. Tipos de Apiários:
Esta decisão deve ser tomada em função principalmente do tipo de mão-
de-obra (familiar ou empregados), das características da propriedade, dos recursos
financeiros e equipamentos.
Apiário Fixo Instalado em lugar definitivo durante todo o ano, em que as
abelhas exploram o néctar das floradas presentes na área (máximo de três
quilômetros) e cuja produção depende do fornecimento de néctar. Deve-se buscar
as melhores condições possíveis neste sistema.
Obs: Recomenda-se cercar o apiário para maior segurança das pessoas e dos
animais.
Fonte: João Batista- http://www.portalaz.com.br (2015)
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mesmas características daquele para o apiário fixo, e os cuidados são os mesmos.
Para a apicultura migratória é necessário ter um plano estratégico bom, a fim de
otimizar os deslocamentos, de aproveitar o momento certo de determinadas
floradas, estabelecendo-se boas parcerias entre produtores (frutíferas, lavouras,
mata cultivada) e apicultores objetivando a maior e melhor produção de mel e
também para a prestação de serviços de polinização.
Fonte: https://danbrazil.wordpress.com
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e frutas. E o Brasil, como um dos principais produtores de alimentos do mundo, não
pode dispensar a participação das abelhas para garantir a produção. Os outros
insetos de polinização estão sendo destruídos pela aplicação, cada vez mais intensa
e descontrolada de defensivos agrícolas.
Importante !!!
As colmeias devem ser instaladas sobre cavaletes. Colocá-las sobre tijolos ou
caibros pode ser uma alternativa para evitar o contato das caixas de madeira com o
chão. Todavia, o ideal é utilizar cavaletes com protetores para evitar a entrada de
formigas e de outros inimigos naturais das abelhas, como sapos e lagartixas, pois
um ataque de formigas a enxames pequenos pode destruir toda a família de
abelhas.
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4. Localização e instalação do apiário
5.3 Identificação
Nas proximidades do apiário é adequado inserir uma placa de
identificação e aviso, alertando sobre presença de abelhas na área. Essa placa deve
estar em lugar visível, escrita de forma legível e de preferência a uma distância
segura em relação às colmeias. Com o objetivo de organizar a cadeia produtiva, é
importante a identificação dos apiários e das colmeias por números de forma
continua (01, 02, 03...) até a última colmeia do apicultor. Todavia, muitos apicultores
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preferem não sinalizar seus apiários ou por desconhecimento da importância de uma
sinalização de aviso ou principalmente em virtude da elevada incidência de roubos e
saques em suas colmeias.
4.4 Acesso
O local do apiário deve facilitar o acesso de veículos o mais próximo
possível das colmeias, a fim de economizar tempo e reduzir os trabalhos do
apicultor, auxiliando o manejo, o transporte da produção, materiais e equipamentos
e, quando necessário, das colmeias.
Fonte: SENAR, 2009
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4.5 Topografia
O terreno do apiário deve ser bem drenado (evitar enchentes), plano, com
frente limpa, protegido contra correntes fortes de ventos e bem sombreado evitando-
se áreas elevadas (topo de morros, etc.), de forma a não ficar exposto a ventos
fortes. Terrenos em declive dificultam o deslocamento do apicultor pelo apiário e,
consequentemente, o manejo das colmeias, principalmente o manejo de colheita. No
caso de apiários fixos, é possível ainda, com o tempo, circundar o local com cerca
viva (eucaliptos, astrapeias, sansão do campo, amor-agarradinho, etc.) que, além de
delimitar a área, dificulta o acesso de animais e crianças (COUTO et al., 2006).
4.7 Sombreamento
O sombreamento de colmeias pode ser uma forma de minimizar o
estresse térmico sofrido pelas abelhas, em regiões tropicais como o nordeste
brasileiro. O apicultor deve procurar instalar seu apiário em área sombreada, mas
não muito úmida, de forma a evitar altas temperaturas que podem prejudicar a
qualidade do mel e o desenvolvimento normal das crias.
O sombreamento também pode contribuir para minimizar os efeitos do
calor excessivo no apicultor, durante seu trabalho no apiário. Este pode ser natural
(sombra de árvores) ou sombras artificiais (coberturas com telhas de barro, palhas,
madeiras ou outros materiais) com boa aeração e luminosidade. Assim como, o uso
de tampas com ventilação, de alvados maiores e de pinturas claras e reflexivas
favorecem a redução do aquecimento das colmeias. Não sendo possível,
recomenda-se que pelo menos as colmeias apresentem algum tipo de cobertura,
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protegendo-as da insolação direta e dos efeitos da chuva que podem provocar a
diminuição na vida útil das colmeias e aumento indesejado de umidade (WOLFF et
al, 2006).
Fonte: https://nathypasini.wordpress.com/
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durante e depois dos períodos de colheita do mel (períodos de entressafra)
(PEREIRA et al., 2003).
O pasto apícola pode ser natural, ou seja, formado a partir de espécies
nativas ou proveniente de culturas agrícolas e reflorestamentos da indústria de
madeira e papel. Nesses casos, a dependência de monoculturas não é
aconselhável, pois, além de as abelhas só terem fontes de néctar e pólen em
determinadas épocas do ano, há o risco de contaminação dos enxames e dos
produtos pela aplicação de agroquímicos nessas áreas (prática comum na
agricultura convencional) (PEREIRA et al., 2003).
A diversidade do pasto apícola é uma situação que deve ser buscada.
Nesse sentido, o apicultor pode e deve melhorar, sempre que possível, seu pasto
apícola, introduzindo na área em torno do apiário espécies apícolas que sejam
adaptadas à região, de preferência que apresentem períodos de floração
diferenciados, disponibilizando recursos florais ao longo de todo o ano.
É interessante observar o período de seca da região Nordeste no que
tange as espécies adaptadas, pois, devido a um período prolongado com escassez
de chuvas, ocorre comprometimento da fase reprodutiva das espécies vegetais
(FREITAS, 1998). Cabe ao apicultor conhecer as espécies locais que continuam seu
florescimento mesmo no período de seca e preservar ou enriquecer a região
próxima aos seus apiários com as mesmas. A região nordeste é reconhecida como
uma das áreas de maior potencial para a apicultura no país (VIDAL et al., 2008).
Destacando-se o Piauí, como um estado que apresenta formações vegetais com
boas características para a apicultura, temperatura elevada, umidade relativa do ar
em torno de 70 %, e boa luminosidade com floradas ricas e variadas; além de
apresentar uma grande diversidade de ecossistemas, resultado das condições de
transição entre o clima tropical (quente e úmido) e o clima semi-árido (SILVA et al.,
2002).
De acordo com PEREIRA et al., (2004), entre as espécies que não são ou
são pouco atingidas pela seca, destacam-se: angico (Anadenanthera colubriana),
aroeira (Astronium urundeuva), cajueiro (Anacardium occidentale), imburana
(Bursera leptophlocos), juazeiro (Zizyphus joazeiro), jucazeiro (Caesalpina ferrea),
oiticica (Licania rigida), pereiro (Aspidosperma pirifolium), flor de carrasco
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(Piptadenia moliniformis), jurema preta (Mimosa tenuiflora) e vassourinha (Scoparia
dulcis).
SILVA; BASTOS; SOBREIRA, 2014.
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O tamanho de um pasto apícola, assim como a sua qualidade (variedade
e densidade populacional das espécies, tipos de produtos fornecidos, néctar e/ou
pólen e diferentes períodos de floração) irão determinar o que tecnicamente
denomina-se "capacidade de suporte" da área. É a capacidade de suporte que irá
determinar o número de colmeias a serem inseridas em uma determinada área,
considerando-se o ponto de vista da produtividade. Dessa forma, o potencial
florístico dessa área será explorado pelas abelhas, de forma a maximizar a
produção, sem que ocorra competição pelos recursos disponíveis (PEREIRA et al.,
2003).
Apesar das abelhas terem a capacidade de forragear com alta eficiência
uma área de 2 a 3 km ao redor do apiário (em torno de 700 ha de área total
explorada), quanto mais próximo da colmeia estiver a fonte de alimento, mais rápido
será o transporte, permitindo que as abelhas realizem um maior número de viagens
contribuindo para o aumento da produção. Portanto a florada deve estar localizada
em um raio de ação de até 1,7 km, permitindo assim a instalação de apiários entre
400 e 600 m um do outro, sem queda na sua produtividade (COUTO et al., 2006).
Na ausência de floradas, quando a reserva de alimento na colônia for
escassa, é aconselhável o fornecimento de alimentação artificial às abelhas,
proporcionando o aumento da postura da rainha e reduzindo a perda de peso das
colmeias.
5.9 Água
A presença de água limpa e próxima ao apiário é fundamental para a
manutenção dos enxames, principalmente em regiões de clima quente como o
Nordeste, já que as abelhas utilizam a água para a o seu metabolismo (equilíbrio
fisiológico) e para diminuir a temperatura interna da colmeia (termorregulação).
Deve-se ter fonte de água pura a uma distância de, no mínimo, 20 metros,
para que não haja contaminação pelos próprios dejetos das abelhas, uma vez que
elas só os liberam fora da colmeia. Estudos realizados por SODRÉ et al.(2008)
evidenciaram que a distância da água ao apiário não deve exceder 500 m, por
economizar energia e tempo e evitando o desgaste das abelhas que muitas vezes
buscam água em fontes desconhecidas, estagnadas ou contaminadas.
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Fonte: Acervo Pessoal (2014)
Caso o apiário não disponha fontes naturais (rios, nascentes etc.), fontes
de boa qualidade de água ou fontes com quantidade reduzida de água, pode-se
optar pela instalação de bebedouros, banheiras velhas ou mesmo caixas de água
nas suas proximidades, periodicamente supridas com água, tomando-se o cuidado
de manter a água sempre limpa (COUTO et al., 2006).
Fonte: WOLFF et al., 2006
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favorecer a ocorrência de doenças nas colônias (WOLFF et al., 2006). Deve-se
evitar também a instalação de apiários próximos de águas estagnadas, pois abelhas
que se abastecem em águas permanentemente paradas, estagnadas ou
contaminadas, podem contrair enfermidades provenientes da própria água ou das
abelhas de enxames doentes que ali também se abasteçam.
Você sabia?
Em regiões de clima quente, como no semiárido nordestino, e em certos
meses do ano, uma colmeia pode chegar a consumir 20 litros de água por semana.
Na ausência de água nas proximidades, as abelhas campeiras
frequentemente percorrem grandes distâncias em busca da mesma, o que pode
ocasionar a morte de abelhas e até abandono das caixas pelos enxames.
Importante !!!
Para prevenir o ataque de inimigos naturais das abelhas, deve-se manter o gramado
do apiário bem limpo, livre de mato e de árvores altas que dificultem o vôo das
campeiras. A utilização de protetores anti-formigas nos cavaletes é importante, pois
um ataque de formigas a enxames pequenos pode destruir toda a família de abelhas.
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5.12 Disposição das Colmeias
A disposição das colmeias no terreno é dependente da área disponível,
da disponibilidade de acesso de veículos, como também deve atender ao menor
esforço do apicultor durante o manejo de forma a facilitar quando preciso o
transporte das colmeias (apiário migratório). Contudo, deve-se considerar a direção
do vento (ventos fortes podem dificultar o pouso e consequentemente a entrada das
abelhas na colmeia) e as linhas de vôo (as colmeias devem ser dispostas de modo a
evitar que a saída das abelhas de uma colmeia interfira na outra).
É recomendado que as colmeias sejam sempre colocadas sobre suportes
individuais, podendo ser inseridas sob várias formas (paralelo, fileiras, círculos),
atentando-se à distancia mínima de dois (2) metros entre as colmeias, reduzindo
dessa forma brigas, alvoroço, saques e morte das abelhas durante o manejo. Uma
alternativa pode ser utilizada para auxiliar o reconhecimento da sua caixa pelas
abelhas é a pintura de cada colmeia com cores diferentes, ao menos na face
dianteira, ou ainda fazer desenhos variados próximo aos alvados (WOLFF et al.,
2006).
WOLFF et al., 2006
5. Referências Bibliográficas
FREITAS, B. M. Flora apícola versus seca. In: Seminário Piauiense de Apicultura, 5.,
1998, Teresina. Anais... Teresina: BNB: FEAPI: Embrapa Meio Norte, 1999. p. 10 -
16.
PEREIRA, F. M.; FREITAS, B.M.; ALVES, J.E.; CAMARGO, R.C.R.; LOPES, M.T.R.;
NETO, J.M.V.; ROCHA, R.S. Flora Apícola no Nordeste. Teresina: Embrapa Meio-
Norte, 2004. 40 p.
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PEREIRA, F. M.; LOPES, M. T. R.; CAMARGO, R. C. R.; VILELA, S. L. O.
Produção de mel. Sistema de Produção. EMBRAPA Meio Norte, julho, 2003. ISSN
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REVISTA ALMANAQUE RURAL, 2004. Apicultura, n. 01. São Paulo: Escala, 2004.
96 p.
SILVA, A. F.; CASTRO, A. A. J. F.; COSTA, J. M.; FARIAS, N. M. C.; FILHO, F.G.A.
Zoneamento apibotânico de ecossistemas do Piauí (Resultados preliminares). In:
Congresso Brasileiro de Apicultura 14, Campo Grande, MS. CONBRAPI, v.1 p.31,
2002.
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SOUZA, E.A.; VAZ, R.S.; SILVA, F.É.J.; PEREIRA, D.S.; NETO, J.P.H. Nível
tecnológico empregado no manejo para produção de mel de Apis mellifera L. em três
municípios do Alto Oeste Potiguar. ACTA Apicola Brasílica. Pombal – PB, v. 02,
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Figura 02: BRAZIL, D. Picos a cidade do mel, 2008. Disponível em: <
https://danbrazil.wordpress.com/2008/05/ 25/cap-5-picos-a-cidade-do-mel/> Acesso
em: 02 de agosto de 2015.
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Figura 10: Ministério do Meio Ambiente. Cartilha Educativa Ambienta Abelha
Dourinha. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/estruturas/fnma/_publicacao/
1_publicacao 25112010112010.pdf>. Acesso em: 31 de julho de 2015.
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