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EM 1ª série
Física

As bases para o estudo da Física

Ponto de partida
Resumo
Por meio de reflexões sobre o que é Física e onde podemos aplicá-la, embarcaremos em alguns
conceitos das Ciências Naturais identificados no dia a dia das pessoas. As leis que regem a natureza
partem da criação de hipóteses que são corroboradas com investigações; esse é o caso dos
movimentos de corpos que veremos nesta unidade. Além disso, veremos o que são grandezas físicas,
escalares e vetoriais, bem como suas aplicações. Conheceremos, ainda, o Sistema Internacional de
Unidades, os instrumentos de medida e a relação entre ambos.

Abertura

Introdução à Unidade
Esta unidade aborda conceitos básicos das Ciências Naturais, como as grandezas e unidades de medida,
e da Cinemática, a fim de consolidar habilidades importantes para o desenvolvimento posterior de
outros conteúdos da Mecânica e da Física. Para além do entendimento de ideias-chave, incentivado
pelas observações e conexões entre conceitos e realidade, são propostas discussões e reflexões acerca
de exemplos que vinculam o conhecimento a sua aplicação na resolução de problemas.

Orientações Didáticas
A proposta de observações pode ser explorada de diversas maneiras. Traga para a aula exemplos de
fenômenos da natureza relacionando-os com a criação de hipóteses, investigações e corroborações que
constituem as leis da Física. Neste mesmo processo, os estudantes são desafiados a indicar outros
fenômenos naturais que estejam relacionados aos exemplos. O importante não é acertar o fenômeno,
mas, sim, a reflexão gerada, além dos argumentos criados, que irão colaborar para o entendimento da
importância de estudar Física e sua relação com o avanço tecnológico.

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O que é a Física?
Você sabe o que é Física e por que é importante estudá-la? A palavra física vem do grego physikós
(“natural, que é da natureza”), que deu origem à palavra physica, em latim.
Historicamente, a Grécia Antiga (650-480 a.C.) é um período importante para a origem dessa área do
conhecimento, quando a humanidade passou a ver e analisar fenômenos da natureza por uma
perspectiva racional, ao invés das explicações espirituais e místicas. Antes disso, acreditava-se que eram
os deuses que causavam os fenômenos que os seres humanos não conseguiam explicar.
Nos séculos XVII e XVIII, o ser humano passou a conceber a área das Ciências Naturais tal qual a
entendemos hoje: conjunto formado pelas disciplinas Química, Biologia e Física. Fenômenos naturais
como o nascer e o pôr do sol, a queda de objetos no chão, os movimentos dos astros, a mudança de
temperatura ou até mesmo as ondas sonoras no ar, por exemplo, começaram a ser descritos, previstos
e justificados por leis.
Todos os eventos que ocorrem ao nosso redor envolvem fenômenos físicos. Portanto, a Física é
subdividida em áreas que aprofundam estudos específicos, como é o caso da Mecânica, por exemplo,
que estuda o movimento de objetos. Além disso, a Mecânica também é subdividida entre a Cinemática,
que estuda o comportamento dos corpos quando estão em movimento, e a Dinâmica, que considera a
massa dos objetos e todas as forças que atuam sobre eles.
Imagine uma manhã comum em que as pessoas estão indo levar as crianças à escola ou indo trabalhar.
As ruas estão movimentadas, com carros por todos os lados e com pessoas caminhando apressadas ou
utilizando diversos meios de transporte. De que forma poderíamos classificar esses movimentos
presentes no cotidiano das pessoas? Assista ao vídeo e preste atenção aos movimentos.

Cidade em movimento
Vídeo com o movimento de pessoas e carros em uma cidade -
DPMEDIAGROUP/VECTEEZY
Link: https://vimeo.com/556236023

Através da observação dos movimentos dos automóveis, podemos deduzir que as distâncias
percorridas por cada um deles poderia ser limitada a uma média de algumas dezenas de quilômetros.
Em contrapartida, para aferir as distâncias percorridas pelos pedestres que caminham pelas calçadas da
cidade, essa estimativa seria reduzida de algumas dezenas de quilômetros para apenas alguns metros.
Sabemos que, para que os carros alcancem a velocidade máxima permitida, é necessário que o
motorista acelere durante um intervalo de tempo. Tais fenômenos e aplicações são estudados e
explicados pela ciência física chamada Cinemática (do grego kínema, que significa “movimento”). É
através das leis descritas pela Física que podemos dizer, por exemplo, que a Terra gira em torno de si
mesma a uma velocidade próxima de 1,7 mil quilômetros por hora (km/h), e não 1,7 metros por segundo
(m/s). Essas e outras unidades de medidas são padronizadas pelo Sistema Internacional de Unidades.
E se pensássemos em outros fenômenos relacionados aos movimentos, mas que não envolvessem
veículos ou uma pessoa? Como poderíamos caracterizar a velocidade, a direção e o sentido do vento,
por exemplo?
Nesse caso, seria necessário um tipo de estudo que permitisse a coleta de informações necessárias para
a obtenção dos resultados. É em casos como esse que a Física utiliza os conceitos de vetores. Vetores
são segmentos de reta orientados, usados para representar grandezas vetoriais, facilitando o
entendimento no estudo de fenômenos naturais como o vento.
É através dos cálculos e das aplicações vetoriais que a Física caracteriza, calcula e cria leis que explicam
fenômenos como o vento. Os meteorologistas precisam não só estar atentos às variações climáticas,
como também prever fenômenos naturais como tufões, vendavais e correntes marítimas, para que
possam, de alguma forma, ajudar a prevenir catástrofes ou a perda total de agriculturas, por exemplo.
Portanto, a Física estuda os fenômenos naturais que ocorrem no cotidiano das pessoas. A ciência
sempre parte de hipóteses que são corroboradas através de investigações e experimentos. Após essa
etapa, leis e teorias são construídas, permitindo o avanço tecnológico e trazendo novas perspectivas
para uma vida melhor e moderna. No entanto, em algumas situações e havendo possibilidade, se a

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hipótese não for comprovada, novos experimentos deverão ser realizados até que haja um
aperfeiçoamento dessas hipóteses com os novos resultados.
Diante das considerações acerca do que a Física estuda, convém refletir sobre algumas questões.
Qual é a relação entre as dezenas de instrumentos encontrados no nosso dia a dia e os tipos de
medidas que necessitamos usar?
Qual é a diferença entre a velocidade média e a instantânea? E qual das duas é registrada nos
radares encontrados nas rodovias?
Como é possível descobrir a intensidade e a direção precisa do vento para alertar os agricultores
sobre um vendaval?

Currículo
Habilidades Camino

1. Operar ferramentas matemáticas no trabalho com diferentes unidades de medidas


2. Reconhecer os conceitos fundamentais para o estudo dos movimentos
3. Reconhecer as unidades de medida do Sistema Internacional de Unidades e os respectivos
equipamentos de medição

Índice:
1. As grandezas físicas
2. Instrumentos de medida e suas aplicações
3. Descrição dos movimentos
4. Velocidade escalar média
5. Vetores
6. A Física

1. As grandezas físicas
Nesta seção, as definições de grandezas físicas e o Sistema Internacional de Unidades serão apresentados e
contextualizados a partir do cotidiano em que vivemos.
Grandeza física é tudo aquilo que se pode medir de forma direta ou indireta, tendo como resultado um número
acompanhado de uma unidade de medida padrão. A altura de um muro, por exemplo, pode ser medida com uma
fita métrica, resultando em um número acompanhado de uma unidade de medida: o metro (m); a massa de uma
fruta, por sua vez, pode ser encontrada através de uma balança, resultando em um número acompanhado de
outra unidade de medida: o grama (g); por último, a temperatura de um corpo pode ser obtida utilizando um
termômetro, resultando em um número e mais uma unidade de medida: o grau Celsius (°C). Todos esses
exemplos são considerados grandezas físicas. Entretanto, as notas de uma avaliação, o preço de um produto ou a
intensidade de um sentimento não têm unidades de medida correspondentes e, portanto, não são grandezas
físicas.
Assim, é importante diferenciar um fenômeno físico de uma grandeza física. Por exemplo, a água, por si só, não
pode ser considerada uma grandeza física, pois não podemos medi-la. Entretanto, grandezas físicas relacionadas
indiretamente à água, como a temperatura de ebulição, de evaporação, de fusão, a densidade, a massa, entre
outras, permitem que valores numéricos acompanhados de unidades de medida sejam determinados.
Existe uma medida usada há milhares de anos: o palmo. Mas palmo de quem? Antigamente, as pessoas
trocavam mercadorias e as mediam de acordo com seu palmo. Entretanto, uma pessoa com 1,90 m de altura,
por exemplo, provavelmente teria o palmo muito maior que uma pessoa com apenas 1,50 m de altura, tornando
a troca injusta. Então, como lidar com essa diferença de medidas? Devido à falta de critério dessas medidas, foi
criado o Sistema Internacional de Unidades, ou SI.

Sistema Internacional de Unidades (SI)


O Sistema Internacional de Unidades, também conhecido pela sigla SI, foi desenvolvido no ano de 1960 com o
objetivo de uniformizar e padronizar as unidades. Sendo o sistema de medição mais usado no mundo todo, ele
envolve a definição de unidades de medidas básicas, assim como o uso de múltiplos e submúltiplos dessas
unidades e da potência de dez, pela sua conveniência.

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É graças a ele que a unidade de medida metro no Brasil representa o mesmo metro no Canadá ou em qualquer
outro país. Esse tipo de padronização permitiu que as medidas em palmo, ou qualquer outra unidade não padrão,
deixassem de ser usadas nos tempos modernos. De acordo com o avanço da tecnologia e da precisão de
equipamentos cada vez mais sofisticados, novas unidades de medida são criadas e modificadas. Essas mudanças
são definidas por meio de acordos internacionais entre as nações.
Para realizar qualquer medida de uma grandeza física, é necessário, primeiramente, determinar uma unidade
padrão para cada grandeza. Antes das padronizações do SI, as unidades eram usadas de acordo com cada país,
sendo na maioria das vezes definidas pelas partes do corpo do rei, como o pé, a jarda, o palmo, a polegada, entre
outras. Embora essas medidas dificultassem transações comerciais, alguns países, como os Estados Unidos,
mantiveram tais unidades até os dias atuais, sendo usadas de forma padronizada em todo o território.
Com a necessidade de definir unidades de medidas padrão, em 1799, dois protótipos que representam o metro e
o quilograma foram criados — e são conservados até hoje — no Escritório Internacional de Pesos e Medidas, na
França. Ao todo, o SI é composto por sete unidades de medidas básicas:
Comprimento: metro (m)
Massa: quilograma (kg)
Tempo: segundo (s)
Corrente elétrica: ampère (A)
Temperatura: kelvin (K)
Quantidade de matéria: mol (mol)
Intensidade luminosa: candela (cd)
Além das sete unidades básicas, existem também duas unidades suplementares:
Ângulo plano: radiano (rad)
Ângulo sólido: esterradiano (sr)
Existem incontáveis unidades derivadas das sete unidades básicas do SI que são utilizadas no cotidiano das
pessoas. Por exemplo, a unidade metro pode compor várias unidades derivadas. Veja algumas delas:
Área: metro quadrado (m²)
Volume: metro cúbico (m³)
Densidade: quilograma por metro cúbico (kg/m³)
Concentração: mol por metro cúbico (mol/m³)
Velocidade: metro por segundo (m/s)
Aceleração: metro por segundo ao quadrado (m/s²)
Observe as tabelas contendo três das principais unidades de medida, seus múltiplos e submúltiplos.

A unidade padrão do SI para comprimento e seus múltiplos e submúltiplos - CLOE

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A unidade principal para medidas de massa e seus múltiplos e submúltiplos - CLOE

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A unidade padrão do SI para medidas de tempo e seus múltiplos - CLOE

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Notação científica
Algumas representações de unidades de medidas usadas para expressar uma grandeza são tão extensas que não
é possível apenas escrevê-las pelo método convencional. Isso acontece em casos nos quais o número obtido é
muito maior ou muito menor que a unidade padrão, como em:

A = 0, 000 000 000 003 m


B = 3 600 000 000 000 000 000 kg

A representação científica estabelece maneiras de escrever esses números de forma compacta e organizada.
Observe os mesmos números escritos em notação científica:

A = 3, 0 ⋅ 10−12 m
B = 3, 6 ⋅ 1018 kg

A partir dos exemplos, é possível perceber que a regra é sempre haver, à esquerda da vírgula, algarismos
diferentes de zero que são complementados com uma potência de dez (positiva ou negativa). Para números
muito pequenos, como é o caso A, deve-se mover a vírgula até haver ao menos um algarismo diferente de zero à
esquerda da vírgula. O número de casas que a vírgula percorrer será o expoente negativo de base dez.
Para números muito grandes, a vírgula deve andar para a esquerda até obter ao menos um algarismo diferente
de zero à esquerda da vírgula. O número de casas que a vírgula percorrer será o expoente positivo da potência
de dez. Resumindo: o expoente de base dez será positivo quando deslocarmos a vírgula para a esquerda, mas será
negativo quando deslocarmos a vírgula para a direita. A seguir, tem-se um exemplo de como o número 95,40
pode ser representado em potência de dez:

95, 40 = 9, 54 ⋅ 101
95, 40 = 954 ⋅ 10−1
95, 40 = 0, 954 ⋅ 102
Observe outros exemplos de decimais e suas representações em potência de dez:

0, 000 000 034 = 3, 4 ⋅ 10−8


9078501672398 = 9, 08 ⋅ 1012
No último exemplo, utilizamos o arredondamento para apresentar apenas três números. O critério é analisar o
primeiro número que será omitido. Se ele for maior que 5, o anterior será arredondado uma unidade a mais. Se
for menor que 5, será mantido o anterior.

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As grandezas físicas precisam de medições físicas e, para isso, elas se relacionam com as
definições do Sistema Internacional de Unidades (SI), que estabelece unidades de medida
padronizadas. Nesse contexto de medidas, a notação científica revela-se útil para descrever
números muito grandes ou muito pequenos, de forma que seja facilitada a escrita, evitando
erros matemáticos — principalmente em operações mais complexas.

2. Instrumentos de medida e suas aplicações


Quando viajamos, verificamos o tempo de viagem através de aplicativos de GPS. Eles realizam esses cálculos
com base em algumas grandezas físicas descritas na Mecânica, como a velocidade e o tempo. Nesta seção, serão
apresentados alguns instrumentos de medida, mas seriam eles usados em toda e qualquer medida?
Instrumentos de medida são definidos como equipamentos que medem grandezas físicas, os quais são muito
usados para determinar os movimentos de corpos. A partir deles, pode-se medir desde a espessura de um fio de
cabelo até a distância entre a Terra e o Sol. Existem vários instrumentos criados para determinar com exatidão
essas quantidades, dependendo do tamanho do objeto que se deseja medir.

Ampulheta
A ampulheta é um dos objetos mais antigos para medir o tempo. Na Antiguidade, havia ampulhetas de meia
hora que eram usadas em igrejas, por exemplo. Como ilustra a imagem, ela é constituída por duas câmaras
transparentes conectadas entre si por um pequeno orifício, onde apenas uma pequena quantidade de areia escoa
de uma câmara para outra. O tempo decorrido pela passagem da areia corresponde ao período de tempo a ser
medido. O que determina o tempo de cada ampulheta depende do material com o qual ela é confeccionada, do
tamanho das câmaras, da quantidade de areia e do tamanho do orifício.

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Foto de uma ampulheta antiga usada para medir o tempo - MORAN/UNSPLASH

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Trena e fita métrica


Trena e fita métrica são instrumentos que medem distâncias e comprimentos. Suas marcações se iniciam em
milímetros. Tais instrumentos são os mais usados pelas pessoas, pois conseguem medir distâncias
relativamente grandes como cômodos, curvas e cantos, por exemplo, além de serem carregados facilmente em
bolsos ou em kits de ferramentas. Um dos ofícios que usam a fita métrica é a costura; a partir dela, são obtidas as
medidas necessárias para a confecção de roupas.

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Foto de uma fita métrica utilizada para medir distâncias e tamanhos - SIORA
PHOTOGRAPHY/UNSPLASH

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Foto de uma trena de metal usada para medir distâncias - BRETT JORDAN/UNSPLASH

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Paquímetro
O paquímetro é um instrumento que serve para medir uma pequena distância entre dois lados. Imagine a porca
de um parafuso, por exemplo. O paquímetro é capaz de medir tanto o diâmetro externo quanto o diâmetro
interno da porca. Após ser posicionado entre os lados que se deseja medir, a medição pode ser lida na escala
contida no instrumento. A vantagem de usar um paquímetro é a precisão decimal que ele garante, em especial
os que são digitais, permitindo leituras precisas e instantâneas. Outra função do paquímetro é medir a
profundidade de um objeto. Através de uma haste de profundidade contida ao final da régua graduada, é possível
medir a profundidade precisa de objetos.
Esta imagem interativa mostra como medir o diâmetro externo da porca de um parafuso. Perceba que na haste
maior a escala é dada em centímetros (2,4 cm), enquanto na haste menor a escala é dada em centésimos de um
milímetro (0,07 cm ou 0,7 mm). Somando os dois valores, temos 2,47 cm, que representa uma medida bastante
precisa.

Animação de como utilizar um paquímetro - JOAQUIM ALVES GASPAR/WIKIMEDIA COMMONS/CC


BY 2.5

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Foto de um paquímetro usado para medir a distância precisa entre dois pontos - AG
PIC/UNSPLASH

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Micrômetro
O micrômetro, também conhecido como mícron, é um instrumento usado para medir dimensões muito
pequenas, da ordem de micrômetros (a milionésima parte do metro), como espessura, altura, profundidade,
diâmetro. É muito utilizado na indústria e na ciência, medindo qualquer tipo de objeto. O micrômetro funciona
como uma espécie de parafuso girado ao encontro do objeto até prendê-lo em uma pequena prensa. Para
realizar a medida, basta fazer a leitura no parafuso micrométrico ao lado da prensa. A maioria dos micrômetros
modernos usados pela indústria é digital, embora ainda possam ser encontrados alguns instrumentos
analógicos. Observe na imagem.

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Foto de um micrômetro usado para medir objetos muito pequenos - EMILIAN ROBERT
VICOL/FLICKR/CC BY 2.0

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Ordem de grandeza e algarismos significativos


Nas Ciências Naturais, como a Física, as medidas e cálculos de grandezas físicas podem variar em relação à
precisão, nem sempre resultando em números exatos. Isso se deve à imprecisão dos próprios instrumentos de
medida, dos humanos que os usam ou até mesmo do cálculo utilizado. Assim, na rotina científica, muitos
cálculos são feitos com números aproximados ou não exatos de uma grandeza.
Leia esta reportagem sobre a eficácia de uma das vacinas contra o coronavírus. Observe de que forma os
números são representados e a frequência com que números não exatos são usados. Perceba que os percentuais
descritos no texto são, na maioria das vezes, números decimais, ou seja, números não exatos. Se a eficácia da
vacina pode alcançar 62,3%, caso o intervalo das doses seja maior que 21 dias, isso significa que, ao invés de
62,3%, o número real é 62,2984%. Por isso, conceitos como a ordem de grandeza foram criados para facilitar o
entendimento dos números não exatos.

Reportagem sobre a eficácia da vacina


Reportagem sobre a eficácia de 62,3% da CoronaVac - AGÊNCIA FAPESP
Link: https://agencia.fapesp.br/eficacia-da-coronavac-pode-chegar-a-623-com-intervalo-maior-
entre-as-doses-sugere-estudo/35612/

Vejamos outro exemplo. Suponha que haverá um festival de música em uma pequena cidade, o qual terá duração
de 7 dias. O festival irá oferecer shows de rock durante os períodos da tarde e da noite e contará com a
participação aproximada de 200 pessoas. Como os organizadores irão fornecer água para todos os participantes,
eles precisam estimar a quantidade de água suficiente para os sete dias de evento. Você sabe dizer qual deve ser
a quantidade de água que os organizadores precisam providenciar para que não falte água durante todo o
festival?
Normalmente, para que esse tipo de estimativa seja feita, é necessária intuição e conhecimento em relação aos
fatos. Sabemos, por órgãos renomados de saúde, que a quantidade de água que uma pessoa deve consumir por

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dia é cerca de 2 litros. Como o evento acontecerá durante dois períodos do dia, consideramos que uma única
pessoa irá consumir esses 2 litros indicados. Como serão 200 pessoas que participarão por 7 dias, podemos
realizar os seguintes cálculos:
200 pessoas × 2 litros de água por dia × 7 dias = 2.800 litros de água para todo o festival
Porém, como as pessoas irão dançar e se movimentar durante dois períodos do dia, os organizadores
arredondaram o consumo para 3.000 litros de água, para garantir que não falte água durante todo o festival. Em
exemplos como esse, no qual os números são apenas estimativas, costumamos expressar o resultado final na
potência de 10 mais próxima do resultado encontrado.
Para entender melhor como representar os 3.000 litros de água em ordem de grandeza, é necessário retomar
alguns conceitos básicos.
O primeiro passo para determinar uma ordem de grandeza é escrever o número em notação científica, uma
forma de representar medidas (x) com tamanhos diferentes. Esses diferentes tamanhos são indicados pela
ordem de grandeza (10n ), que é uma estimativa da magnitude de uma medida, em potência de base dez.
Assim, tem-se esta regra geral para escrita em notação científica:

x ⋅ 10n

Sendo que:

1 ≤ x < 10
Essa condição indica que o número x pode ser o número 1, mas não pode ser o número 10, pois 10 é a
representação de potência de 10 em notação científica. Por exemplo:

1 ⋅ 10 (nesse caso, x = 1)
Observe os elementos que compõem uma potência de dez utilizada na notação científica.

Elementos que compõem a potência de base 10 - CLOE

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Considerando os 3.000 litros de água do exemplo do festival, tem-se a seguinte representação em notação
científica:

3.000 = 3 ⋅ 103
E se, ao invés de escrever 3 ⋅ 103 , escrevêssemos 30 ⋅ 102 ? Você acha que representaria o mesmo número?

Sim! O número 30 ⋅ 102 também é igual a 3.000. Entretanto, não é correto dizer que tal representação está
escrita em notação científica, pois o número 30 não está contido entre 1 e 10. Portanto, a escrita em notação

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científica do número 3.000 é 3 ⋅ 103 .

Considerando agora o número 3, para escrevê-lo em notação científica, o primeiro passo é transformar esse
número em potência de 10. Assim, tem-se:

3 = 3 ⋅ 100
Como todo e qualquer número elevado a zero será sempre igual a 1, tem-se:

3 ⋅ 100 = 3 ⋅ 1 = 3

=1

Nesse exemplo, a ordem de grandeza é 100 . Observe outros exemplos de ordens de grandeza e os nomes que
carregam.

Potências positivas e negativas - CLOE

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Como a ordem de grandeza é a potência de 10 de expoente inteiro mais próxima do módulo da medida da
grandeza considerada, o próximo passo para determinar essa ordem é descobrir um limite, pois a resposta pode
ser apenas até o número 10. Esse limite é determinado pela raiz quadrada do número 10, que é igual a 3, 16. A
regra para determinar essa ordem é dada por:

Se x < 3, 16 a ordem de grandeza será 10n .

Se x ≥ 3, 16 a ordem de grandeza será 10n+1 .

Já os algarismos significativos são compostos pelos algarismos corretos e o primeiro duvidoso. Os algarismos
corretos são todos os algarismos de um número, enquanto o primeiro duvidoso é o último algarismo desse
número. Em algarismos significativos, considere duas restrições:
1. Não se conta potência de 10;
2. Não se conta o zero à esquerda da vírgula.
Suponha que você queira descobrir o tamanho de uma caneta. Ao escolher uma régua milimetrada, você
percebe que a caneta tem um comprimento de aproximadamente 14,52 cm. Nesse caso, a medida do último
algarismo ficou entre 2 e 3, portanto ele é considerado primeiro algarismo duvidoso. Como é possível garantir

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precisão medindo na régua os números 14,5, estes são considerados algarismos corretos. Isso se deve ao fato de
o último algarismo (2) não ser exato e, portanto, duvidoso. Assim:

⎧ 1 = correto
14, 52 = ⎨
4 = correto
5 = correto

​ ​

2 = duvidoso

Certos problemas requerem medições precisas. Então, para solucioná-los de forma


organizada, foram criados instrumentos de medida que garantem esses dados de forma
padronizada e mais ou menos precisa a depender da finalidade. Vimos, nesta seção, a
importância da ordem de grandeza e de que forma essa notação facilita a escrita de
números muito grandes ou muito pequenos.

3. Descrição dos movimentos


Para descrever e calcular movimentos, a Cinemática se apoia em conceitos básicos, como o espaço percorrido, o
referencial e a trajetória. Nesta seção, vamos caracterizar esses conceitos e aplicá-los em algumas situações
reais.
Você já assistiu a um filme de ficção científica em que astronautas viajam no espaço? Imagine que um desses
astronautas resolva olhar pela janela para tentar verificar se a espaçonave está ou não em movimento. Como
fazer essa constatação?
Se um foguete tripulado for lançado da Terra em direção a uma estação espacial no Universo, é possível afirmar
que, no caminho percorrido por esse foguete na atmosfera terrestre, os astronautas conseguiriam perceber,
olhando pela janela, que ele está em movimento. Mas, ao sair da atmosfera terrestre, onde a escuridão chega e o
foguete está à frente do planeta, será que a percepção continuaria a mesma? Você consegue pensar em como os
astronautas poderiam verificar se o foguete continua se movimentando ou não?
Assista ao vídeo que mostra um astronauta do lado de fora de uma estação espacial. Observe com atenção e
tente identificar trechos que mostrem o movimento do astronauta.

Astronauta no espaço
Vídeo da NASA sobre um astronauta no espaço - NASA/YOUTUBE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=Wfoy_OvNDvw

Você conseguiu notar os períodos em que é possível ver o astronauta em movimento no espaço? Em alguns
momentos do vídeo, podemos perceber que a estação espacial, juntamente com o astronauta, estão em
movimento em relação à Terra. Isso quer dizer que só é possível identificar o movimento da nave se a
compararmos com uma referência, que, nesse caso, é o planeta Terra.
Um dos conceitos básicos da Cinemática é que o movimento de um corpo é sempre relativo a outros corpos ou
a um referencial. Se observarmos ao nosso redor, as pessoas andam de bicicleta, automóveis se movem pelas
ruas, passarinhos voam no ar, o vento sopra em nosso rosto, as pessoas andam pelas calçadas, os galhos das
árvores balançam com o vento etc. Sem dúvida, vivemos num mundo dinâmico. Assim, os movimentos dos
corpos são estudados pela Cinemática, mas, para entender melhor esses movimentos, é necessário primeiro
descrever alguns conceitos.

Partícula, ponto material, corpo ou móvel


Chamamos de partícula ou ponto material todo móvel cujas dimensões são desprezadas. Observe, nas
imagens, um carro em dois ambientes.

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Quando o carro está em uma vaga de garagem, suas dimensões não podem ser desconsideradas, pois o carro
ocupa quase todo o espaço dessa garagem. Por outro lado, o carro em uma rodovia pode ser representado por
uma partícula ou um ponto material, e suas dimensões são desprezadas, embora continue mantendo todas as
suas características, como tamanho, massa e volume.
Da mesma forma, um avião que viaja em uma rota de 2.000 km, por exemplo, pode ser considerado como uma
partícula ou um ponto material, ao contrário de um avião que esteja taxiando no chão, percorrendo pequenas
distâncias, pois nesse caso suas dimensões não podem ser desprezadas. Outros nomes que também
representam uma partícula são corpo ou móvel.

Carro dentro de uma garagem (corpo) - DIMITRISVETSIKAS1969/PIXABAY

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Carro em relação a uma rodovia (ponto material) - MARLENE BITZER/PIXABAY

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Repouso e movimento dos corpos


Na Cinemática, os conceitos de movimento e de repouso são considerados relativos. Uma partícula pode estar
em movimento em relação a um referencial ou em repouso em relação a outro. Se a posição da partícula
permanece inalterada em relação a um determinado referencial dentro de um intervalo de tempo, dizemos que a
partícula se encontra em repouso dentro desse intervalo de tempo. Mas isso não impede que, em relação a outro
ponto de referência, a posição dessa mesma partícula esteja variando.
Imagine que uma criança esteja arremessando uma bola verticalmente para cima dentro de um trem em
movimento. Um observador, por sua vez, se encontra do lado de fora do trem, observando-o enquanto ele passa.
Para a criança, a bola arremessada traçará uma linha reta vertical para cima, enquanto para o observador será
descrita uma parábola.
Quando não é especificado nenhum referencial, consideramos sempre em relação à Terra. Observe estas
imagens de um trem em movimento em relação à linha ferroviária e de outro em repouso em relação à estação
do trem.

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Trem em repouso em relação à estação ferroviária - 3935302/PIXABAY

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Trem em movimento em relação à linha ferroviária - SHUTTERBUG75/PIXABAY

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Referencial
Suponha que um ônibus se aproxime de um passageiro que o espera em um ponto e que você esteja lendo um
livro dentro dele. Você está parado ou em movimento? E o passageiro?

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Você está parado em relação ao ônibus, pois não se aproxima nem se afasta dele, enquanto o passageiro está em
movimento em relação ao ônibus por estar em outro referencial. Ao realizar esta leitura, você provavelmente
está sentado em uma cadeira. Você está parado ou em movimento? Sua resposta deverá ser: em relação a quê?
Em relação à Terra, você está em repouso, mas em relação ao Sol você está em movimento, juntamente com a
Terra. Portanto, a noção de movimento ou de repouso depende sempre do referencial, ou do sistema de
referência adotado. Assim, referencial ou sistema de referência é o ponto pelo qual comparamos o movimento
ou repouso de um corpo. Dizemos que um corpo está em movimento em relação a um referencial se sua
posição se modifica ao longo do tempo. Caso contrário, o corpo está em repouso. Observe a imagem de um
avião que se encontra em movimento em relação aos prédios, mas em repouso se comparado aos passageiros.

Avião em movimento em relação aos prédios - CEGOH/PIXABAY

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Trajetória
A trajetória é definida por todas as posições que a partícula ocupa no decorrer de um movimento, podendo ser
retilínea, curvilínea ou até mesmo caótica. A trajetória também é considerada um conceito relativo, pois depende
do referencial de observação. Se observarmos as pegadas de uma pessoa na neve, veremos que elas são um
registro das posições pelas quais essa pessoa passou, em um determinado intervalo de tempo, podendo ser
compreendidas como uma trajetória.
Porém, se essa pessoa estiver brincando de pega-pega, por exemplo, sua trajetória poderá ser caótica, por não
haver uma sequência de posições determinadas. Assim, para todo corpo que se movimenta no decorrer do
tempo, dizemos que percorre uma trajetória. Observe esta imagem da trajetória traçada no céu pelo lançamento
de um foguete espacial. Você consegue visualizar os diferentes pontos dessa trajetória?

18 / 31
Trajetória descrita pelo lançamento de um foguete espacial - SPACEX-IMAGERY/PIXABAY

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Espaço percorrido de um móvel (s)


Espaço percorrido é a medida que define a posição onde a partícula se encontra em determinado instante
(momento). Para tanto, é necessário primeiro definir a trajetória e a origem, que é o ponto inicial do movimento.
Após definida a trajetória e a origem, passamos a demarcar arbitrariamente todas as posições que a partícula
percorrer, inclusive sua direção (crescente ou decrescente).
Assim, o espaço percorrido é apenas o indicativo de uma posição, e não indica o quanto o móvel percorreu.
Seguindo essa mesma linha de raciocínio, o espaço é positivo quando a partícula se desloca para o lado positivo
e, consequentemente, o espaço é negativo quando a partícula se desloca para o lado negativo. Portanto, quando
você encontrar o sinal de subtração no espaço em um cálculo cinemático, ele indica apenas a direção que o
móvel percorreu. O espaço percorrido é conhecido como s.

Variação do espaço (Δs)


A variação do espaço é definida como a diferença entre a posição final e a posição inicial de um móvel. Na Física,
uma variação é representada pela letra grega delta maiúscula (Δ). Então, a variação do espaço pode ser
representada por Δs.

Imagine que você e sua família vão viajar de Curitiba (PR) até Balneário Camboriú (SC) e que a distância entre as
duas cidades seja de 220 km. Vocês decidem sair às 8 horas da manhã de Curitiba, param apenas uma vez na
estrada e chegam a Balneário ao meio-dia. Se pensarmos que os 220 km percorridos nessa viagem são
equivalentes ao espaço percorrido (s), descrito anteriormente, podemos afirmar que a origem dessa trajetória
iniciou em Curitiba. Portanto, dizemos que o espaço inicial, ou seja, o quilômetro zero, é em Curitiba, e que o
espaço final, ou seja, o quilômetro 220, é em Balneário Camboriú. Observe as duas igualdades descritas a seguir:

s0 = 0 km

sf = 220 km

Onde:

s0 é definida como a posição inicial

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sf é definida como a posição final

Chamamos de zero o subíndice que representa a posição inicial e de f o subíndice que representa a posição final.
Se a variação do espaço (Δs) é a diferença entre a posição final (sf ) e a posição inicial (s0 ), tem-se:

Δ s = sf − s0
​ ​

Como você iniciou a viagem em Curitiba e terminou em Balneário Camboriú, após 220 km, substituindo esses
valores na equação, temos:

Δs = 220 − 0
Δs = 220 km
Assim, a variação do espaço foi de 220 km.
O glossário seguinte contém os principais conceitos desta seção.

Partícula: todo móvel cujas dimensões são desprezadas.


Corpo: todo móvel cujas dimensões são consideradas.
Referencial: ponto a partir do qual comparamos o movimento ou o repouso de um
corpo.
Movimento ou repouso: um corpo só é considerado em repouso ou em
movimento em relação a um referencial.
Trajetória: posições que uma partícula ocupa no decorrer de um movimento.
Espaço percorrido: medida que define a posição onde a partícula se encontra em
um determinado instante.
Variação do espaço: diferença entre a posição final e a posição inicial de um móvel.

Esta seção explorou os principais conceitos usados nas descrições da área da Cinemática,
em Física. Vimos como é importante entender como cada conceito é descrito e de que
forma ele é contextualizado nas situações do nosso cotidiano.

4. Velocidade escalar média


Nesta seção, veremos as definições de velocidade escalar média e instantânea e como podemos identificar a
diferença entre elas em diferentes contextos.
Em corridas de Fórmula 1, é muito comum ouvir sobre a velocidade média que um piloto alcançou em
determinada volta da corrida. Suponha que, num Grande Prêmio de Fórmula 1, um dos pilotos obteve uma
velocidade média de 190 km/h. Isso não significa que o velocímetro do carro desse piloto manteve os 190 km/h
durante todo o percurso, naquele intervalo de tempo. Isso quer dizer que, ao dividir a variação do espaço pela
variação do tempo na qual ela foi registrada, foi encontrada uma velocidade média. Escrevendo a equação que
representa essa definição, tem-se:
ΔS Sf − S0
Vm = =
​ ​

Δt tf − t0
​ ​ ​

​ ​

Imagine que um automóvel tenha iniciado uma viagem no quilômetro 60 e, duas horas depois, ele se encontra
no quilômetro 180. Nesse caso, sua velocidade escalar média será dada por:

Sf = 60 km

S0 = 180 km

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Δt = tf − t0 = 2 h
​ ​

ΔS Sf − S0 180 − 60
Vm = = =
​ ​

Δt tf − t0 2
​ ​ ​ ​

​ ​

Vm = 60 km/h

Velocidade escalar instantânea (V)


O velocímetro de um automóvel mede a velocidade escalar instantânea, e não a velocidade escalar média.
Velocidade escalar instantânea é a velocidade em um exato instante. Suponha que, em um filme de ficção
científica em que o herói tem o poder de parar o tempo, ele esteja dirigindo a uma velocidade de 90 km/h.
Quando ele para o tempo, ele verifica que, naquele exato instante, a velocidade era de 90 km/h, porém, se ele
aguardasse apenas mais alguns segundos, a velocidade poderia ser diferente dos 90 km/h.
Assim, a velocidade escalar instantânea, como o próprio nome diz, mede a velocidade naquele exato momento,
enquanto a velocidade escalar média calcula a razão entre a variação do espaço pela variação do tempo. A
unidade de medida no SI para velocidade escalar instantânea e para velocidade escalar média é o metro por
segundo (m/s). Porém, a unidade mais usada no cotidiano das pessoas é o quilômetro por hora (km/h).
A relação entre as unidades que definem a velocidade (km/h e m/s) pode ser facilmente estabelecida de tal forma
que:
km 1 000 m
1⋅ =
h 3 600 s
​ ​ ​

km 1 m
1⋅ = ⋅
h 3, 6 s
​ ​ ​

1 m/s = 3, 6 km/h
Assim, imagine que você queira transformar a velocidade escalar instantânea de um automóvel que acusou 10
m/s em km/h. Observe os cálculos a seguir:

Vm = 10 m/s
​ ​ ​

= 3,6 km /h

Vm = 10 ⋅ 3, 6 km/h

Vm = 36 km/h

Suponha agora que você queira fazer a transformação inversa para uma velocidade de 60 km/h. Observe os
cálculos a seguir:

Vm = 72 km/h
​ ​ ​

1
= m /s
3,6

1
Vm = 72 ⋅ m/ s
3, 6
​ ​

Vm = 20 m/s

Aceleração escalar média


Observe atentamente a figura contendo uma simulação de uma corrida de carros e imagine uma descrição da
imagem utilizando os seguintes termos:
partícula
movimento e repouso
referencial
trajetória
espaço percorrido

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variação do espaço e do tempo
velocidade média
aceleração média
Utilizando os mesmos termos, você consegue descrever o que o último carro precisa fazer para atingir o
primeiro lugar?

Representação de uma corrida de carros - OPENCLIPART-VECTORS/PIXABAY

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A pista de corrida é chamada de trajetória e os carros coloridos são chamados de partículas. De acordo com a
imagem, pode-se afirmar que os quatro carros estão em movimento em relação ao solo, pois o solo foi
escolhido como referencial. Entretanto, os pilotos dentro dos carros estão em repouso em relação aos
automóveis. Observe o último carro vermelho ao final da fila.
Se considerarmos que todos os automóveis passaram por esse ponto inicial e que todos passarão também pelo
ponto no qual se encontra o carro amarelo, podemos afirmar que a diferença entre a posição do carro amarelo e
a posição do carro vermelho é chamada de variação do espaço. Além disso, se cada piloto observar seus
velocímetros em um instante, eles estarão vendo a velocidade escalar instantânea de seus veículos. Em
contrapartida, se calcularem a razão da variação do espaço pela variação do tempo, encontrarão a velocidade
escalar média dos carros.
Tais conceitos podem ser aplicados tanto à corrida de carros quanto a outras situações que envolvam
movimentos de corpos. A Física apenas se encarrega de fracioná-las e estudá-las detalhadamente a fim de
explicar seus fenômenos, consequências e aplicações.
Vamos voltar ao exemplo da corrida de carros. Para que o último carro, vermelho, consiga ultrapassar todos os
outros e alcance a primeira posição, ele precisa acelerar. A aceleração escalar média é definida como a razão da
variação da velocidade pela variação do tempo. Ao “pisar no acelerador”, o piloto está variando a velocidade do
móvel conforme o tempo passa — ideia que define precisamente a equação da aceleração. Assim, a aceleração
escalar média de um móvel é definida pela seguinte relação:
ΔV
am =
Δt

Sendo que:

ΔV = Vf − V0 é a variação da velocidade média.


​ ​

Δt = tf − t0 é a variação ou intervalo de tempo.


​ ​

Suponha que o último carro esteja a uma velocidade de 150 km/h. Após acelerar por 30 segundos, ele alcança
uma velocidade de 180 km/h e consegue ultrapassar os outros três carros e assumir a primeira posição na

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corrida. Para saber a aceleração média que o piloto usou para assumir a primeira posição, é necessário,
primeiramente, escrever todos os dados fornecidos antes de resolver os cálculos.

V0 = 150 km/h

Vf = 180 km/h

Δt = 30 s
Após a sistematização dos dados do problema, o segundo passo é verificar se todas as unidades são as
mesmas. Caso contrário, é necessário realizar uma transformação de unidades para só então substituir na
equação da aceleração. Nesse caso, vemos que as velocidades são dadas em quilômetros por hora (km/h),
enquanto o tempo é dado em segundos (s). Para que todas as unidades sejam correspondentes, ou
transformamos km/h em m/s, ou transformamos segundos em horas.
Aqui, é importante frisar que jamais se deve realizar uma conta utilizando unidades de medidas diferentes.
Transformando km/h em m/s, tem-se:
1
V0 = 150 km/h = 150 ⋅ m/s = 41, 67 m/s
3, 6
​ ​

1
Vf = 180 km/h = 180 ⋅ m/s = 50 m/s
3, 6
​ ​

Após a conferência das unidades, o último passo é substituir os valores na equação da aceleração média.
Assim:
50 (m/s) − 41, 67 (m/s)
am =
30 (s)

8, 33 (m/s)
am =
30 (s)

m
m 1 m
am = 0, 28 s
= 0, 28 ⋅ = 0, 28 2

s ​ ​ ​ ​

1 ​ s s s

am = 0, 28 m/s2

Note como as unidades foram calculadas utilizando as regras de fração e adotando a unidade de medida no SI
para aceleração, que é o m/s2 . Assim, a aceleração escalar média necessária para que o último carro assumisse a
primeira posição foi de 0, 28 m/s2 .

Aceleração escalar instantânea


Assim como a velocidade escalar instantânea, a aceleração escalar instantânea pode ser definida como a
aceleração escalar média para um intervalo de tempo extremamente pequeno. Se pudéssemos filmar a
corrida durante o tempo em que o piloto pisa no acelerador e, em seguida, congelássemos a tela em algum
instante, a aceleração escalar instantânea seria o exato valor da aceleração naquele instante.
Assim, a aceleração escalar instantânea é definida como a variação da velocidade instantânea pela variação
do tempo, sendo que esse tempo é tão pequeno que se aproxima de zero.

A velocidade média é definida como a variação do espaço pela variação do tempo


Δs
( Vm = ) , enquanto a aceleração escalar média é definida como a variação da velocidade
Δt
​ ​

ΔV
escalar média pela variação do tempo ( am = ).
Δt

5. Vetores

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A descrição e os conceitos que envolvem os vetores serão abordados nesta seção, além da contextualização com
o cotidiano.
Desde a Antiguidade, os números e suas unidades são essenciais no cotidiano das pessoas. Vemos números nas
gôndolas do mercado com preços, nas notas de uma prova e até nas quantidades necessárias para fazer uma
receita de chocolate quente, por exemplo. Se essa receita pede meio litro de leite, é evidente que, se você dividir
uma caixinha de 1 litro pela metade, você obterá essa quantia exata. Mas será que conseguimos usar números e
unidades exatas para qualquer grandeza física?
Existem situações nas quais as quantidades não expressam exatamente a grandeza que desejamos descrever.
Imagine que uma estação meteorológica precisa descobrir a direção do vento. De que forma podemos
identificar essa direção se não podemos ver o vento?
Para exemplos como esse, existem algumas grandezas que só são perceptíveis matematicamente quando, além
da quantidade, definimos sua posição, direção e sentido em um espaço determinado. Para a descrição de
grandezas como essa, utilizamos os vetores.
Um vetor é definido por um segmento de reta orientado que representa uma grandeza vetorial. Ele é formado
por um começo, chamado origem, e por um fim (que indica o sentido), chamado extremidade. Além disso, os
vetores sempre têm módulo, direção e sentido. Observe a imagem e identifique esses elementos de um vetor.

Definição de vetor como segmento de reta orientado - CLOE

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Um vetor é uma flecha com uma seta em uma de suas extremidades, o qual será sempre representado por uma
letra seguida de um “sinal vetorial” ou “traço” acima indicando um vetor (na figura, essa representação é dada por
V , lê-se vetor v).

Uma vez definida a origem e a extremidade do vetor, chama-se A o ponto localizado na origem e B o ponto na
extremidade. Ao subtrair o ponto B do ponto A, tem-se as coordenadas do vetor, ou seja:

V =B−A

Note que não há nenhum sinal vetorial sobre A e B, indicando que estamos tratando apenas de pontos, e não de
vetores.
Assim, as grandezas físicas podem ou não ser representadas por vetores. Vamos explorar as definições de
grandezas escalares e vetoriais.
As grandezas escalares são definidas quando há um número seguido de uma unidade de medida. Imagine que a
massa de um homem seja de 80 kg. Essa representação matemática de 80 seguida por uma unidade de medida,
em kg, define uma grandeza escalar. Outros exemplos são o tempo, a massa, a temperatura e a energia.

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Por outro lado, as grandezas vetoriais são definidas por um módulo (tamanho ou intensidade), uma direção e
um sentido, além de uma unidade de medida. Por exemplo, o deslocamento, a velocidade, a aceleração e a
aplicação de uma força.

O módulo ou intensidade é o comprimento do vetor, ou seja, a distância entre a


extremidade e a origem, e ele é representado por um valor numérico e uma unidade
de medida.

A direção é definida como a reta que suporta o vetor e pode ser determinada por
palavras como horizontal e vertical.

O sentido é a orientação do vetor (definida por sua extremidade) e é determinado por


palavras como esquerda, direita, do ponto B ao ponto A, para cima, para baixo.
Observe dois exemplos de vetores.

Exemplos de vetores e suas respectivas características - CLOE

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O vetor A tem módulo igual a 3 m, a direção é na vertical e o sentido é para cima. Como o módulo é dado em
metros, podemos dizer que o vetor representa a posição de uma partícula. Imagine que essa é a posição que
uma bola alcança ao ser arremessada. De acordo com o módulo indicado, a bola alcançará uma altura de 3 m e,
por ser arremessada, terá a direção vertical e o sentido para cima.
Já no exemplo 2, a unidade de medida é o km/h, que indica a velocidade de uma partícula. Assim, podemos
interpretar, analisando o vetor B , que o módulo da velocidade da partícula é de 5,5 km/h, com direção horizontal
e que seu sentido se dá para a esquerda. Observe algumas comparações entre vetores e identifique as relações
que eles estabelecem entre si.

Algumas características sobre vetores - CLOE

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Dois vetores são considerados iguais quando seus módulos, direções e sentidos também são iguais. E dois
vetores são considerados opostos quando apenas seus sentidos são contrários. Uma importante observação
deve ser feita para vetores opostos: o vetor oposto ao vetor A é antecedido por um sinal de subtração. Essa
informação é fundamental para fazer cálculos que envolvem vetores.
Todo e qualquer vetor acompanhado de um sinal de subtração é definido como vetor oposto. Dados dois vetores
quaisquer, se compararmos suas características (módulo, direção e sentido) e elas forem diferentes, os dois
vetores também são considerados diferentes.

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Multiplicação de vetores por escalares
Podemos realizar as quatro operações (adição, subtração, multiplicação e divisão) entre vetores. Por ora, vamos
considerar apenas a multiplicação de vetores por escalares. Suponha o vetor A. Tem-se:

A+A+A=3⋅A

As características de 3 ⋅ A podem ser descritas:

⎧ moˊ dulo = o triplo de A


3 ⋅ A = ⎨ direção = mesma de A

​ ​ ​

sentido = mesmo de A
Ou seja, a multiplicação de um vetor por um escalar é a repetição exata do vetor original pelo número da
multiplicação. Veja a figura que representa o vetor 3 ⋅ A.

Exemplos gráficos da multiplicação vetorial por um número escalar - CLOE

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Perceba como a multiplicação do número 3 pelo vetor A resultou apenas em um mesmo vetor A, porém com o
triplo de seu tamanho. Da mesma forma, veja como foi representado graficamente o vetor −2 ⋅ A. Através do
sinal de subtração que antecede o vetor, podemos afirmar que se trata de um vetor oposto. O vetor oposto tem
o mesmo módulo, a mesma direção, porém sentido oposto ao vetor original. Assim, a representação gráfica do
vetor −2 ⋅ A deverá conter as flechas das extremidades voltadas para o lado oposto ao vetor.

Divisão de vetores por escalares


Para realizar a divisão de um vetor por um escalar, seguimos a mesma linha de raciocínio da multiplicação.
Suponha um vetor B . Para obter a metade do vetor B , basta dividir por 2. Observe a figura contendo a divisão de
um vetor por um escalar.

Exemplos gráficos da divisão vetorial por um número escalar - CLOE

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Soma e subtração de vetores


Para efetuar somas e subtrações vetoriais, utilizamos duas regras: a do polígono e a do paralelogramo. A regra
do polígono é usada para somar três vetores ou mais, e a regra do paralelogramo é usada para somar grupos de
dois vetores. A regra do polígono consiste na construção de uma forma geométrica fechada (polígono) usando
todos os vetores dados. Considerando 4 vetores, tem-se este passo a passo para usar a regra:
1. Escolha um vetor;
2. Escolha o segundo vetor e posicione sua origem na extremidade do primeiro;
3. Módulos, direções e sentidos de todos os vetores permanecem inalterados;
4. Faça isso para todos os vetores;
5. Haverá uma abertura no polígono que deverá ser fechada com um último vetor, chamado soma, que
tem a origem na origem do primeiro vetor e sua extremidade na extremidade do último vetor somado.

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Observe esta imagem animada e identifique as etapas da regra do polígono.

Construção da regra do polígono - CLOE

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O vetor soma, também chamado de vetor resultante, é definido como a soma de todos os vetores. A resultante
pode ser encontrada tanto pela regra do polígono quanto pela regra do paralelogramo. A regra do paralelogramo
permite encontrar o vetor soma de dois vetores. Observe o passo a passo a seguir:
1. Una dois vetores pelas suas origens saindo de um mesmo ponto;
2. O módulo, direção e sentido dos vetores permanecem inalterados;
3. Após ambos formarem um ângulo, trace retas opostas que sejam paralelas aos vetores, formando o
paralelogramo;
4. A resultante será o vetor que também parte da origem em direção diagonalmente oposta ao
paralelogramo;
5. Para ambas as regras, se dois vetores estiverem perpendiculares entre si, o vetor resultante pode ser
determinado pelo teorema de Pitágoras.
Observe as figuras e identifique as etapas na imagem.

Regra do paralelogramo e teorema de Pitágoras - CLOE

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Decomposição de vetores

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A decomposição de vetores é uma das operações mais importantes. Quando um vetor é definido em um espaço
tridimensional, por exemplo, precisamos dos componentes x e y para determinar sua posição exata no espaço.
Assim, um vetor qualquer no espaço pode ser representado pelas suas componentes:

A = Ax + Ay
​ ​ ​ ​

Para encontrar as componentes do vetor A, primeiro deve-se traçar o vetor no plano cartesiano, de tal forma que
sua sombra no eixo x seja a componente Ax e a sombra no eixo y seja a componente Ay . Após encontrar o
​ ​

ângulo no plano, podem-se calcular os valores de Ax e Ay através das seguintes equações trigonométricas:
Ax
cos θ = → Ax = A ⋅ cos θ

​ ​

A
Ay
sen θ = → Ay = A ⋅ sen θ

​ ​

A
Observe a imagem animada e identifique a decomposição do vetor em suas componentes.

Decomposição vetorial - CLOE

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Vetores são instrumentos que auxiliam cálculos em situações nas quais a posição exata do
objeto, no espaço, não pode ser definida. Todas as suas operações são de fácil compreensão,
embora exijam atenção nas aplicações das operações matemáticas básicas.

6. A Física
Nesta seção, vamos sistematizar todos os assuntos tratados nesta unidade, assim como responder às questões
feitas no início.
Nascida na Grécia Antiga, a Física é uma ciência que estuda os fenômenos naturais, criando e corroborando
hipóteses que podem ser comprovadas através de investigações e observações científicas. Quando essas
hipóteses são comprovadas, novas leis que regem a natureza são criadas, aprimorando o avanço tecnológico.

Sistema Internacional de Unidades


O Sistema Internacional de Unidades, também conhecido como SI, padroniza as unidades de medida que são
reconhecidas por todo o planeta. Quando pesamos a massa de um objeto, por exemplo, o SI reconhece a unidade
de medida como quilograma (kg). Já para medir comprimento, o SI determina que a unidade de medida padrão
seja o metro (m).
Assista a este vídeo, que mostra o protótipo internacional do quilograma, padrão como unidade de medida de
base, e as outras unidades que compõem o Sistema Internacional de Unidades.

Sistema Internacional de Unidades


O Sistema Internacional de Unidades (SI) - CLOE
Link: https://vimeo.com/558091395

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Instrumentos de medida
Na Física, assim como em outras áreas das Ciências Naturais (como a Química e a Biologia), instrumentos de
medição servem para medir grandezas físicas e suas respectivas unidades. Existem diversos equipamentos que
medem, com precisão, desde o tamanho de uma formiga até a distância entre o Sol e a Terra.
Existem instrumentos que medem massa, comprimento, espessura, temperatura, corrente elétrica, campo
magnético etc. É primordial entender que, para cada tipo de medida, há um instrumento diferente. Para medir a
largura de uma mesa, por exemplo, podemos usar uma trena ou uma fita métrica. Porém, para medir o diâmetro
de uma porca de parafuso, usamos um paquímetro, obtendo resultados mais precisos do que a trena. É
necessário conhecer cada instrumento, assim como sua respectiva unidade, para compreender e resolver
problemas dentro da Mecânica Cinemática.
Observe os instrumentos de medida e suas aplicações neste infográfico.

Sistematização Instrumentos de medida


Infográfico com a sistematização dos instrumentos de medição - IMAGENS: PIXABAY;
UNSPLASH. EDIÇÃO: CLOE
Link: https://infogram.com/1pw1mwzglqgnrqfvl5mkx5eevpc9wy6v2d9?live

A Cinemática
A Cinemática estuda o movimento e o repouso dos corpos e como eles se comportam. Tratando de movimento
ou de repouso de um móvel, pensamos logo que ele tem uma velocidade e uma aceleração em relação a outro
corpo. Quando astronautas resolvem olhar pela janela e verificar se estão ou não em movimento, eles constatam
o fato através da comparação da posição de onde se encontram com um astro como a Terra, por exemplo.
Com base nisso também é feito o estudo dos movimentos aqui na Terra. Considere um automóvel que aplica
uma aceleração para atingir certa velocidade. Essa velocidade será média se estiver relacionada a um período de
tempo ou será instantânea se estiver relacionada a um determinado instante. Esse é o caso dos radares das
rodovias, os quais têm dois pontos de medida: um mede a velocidade inicial e o outro a final, em um curto
intervalo de tempo, resultando, portanto, na medida da velocidade média do automóvel.
Veja uma sistematização dos conceitos básicos da Cinemática.

Sistematização dos conceitos básicos da cinemática


Infográfico com a sistematização dos conceitos básicos da Cinemática - CLOE
Link: https://infogram.com/1pk6rdw5v2je0nc9zl35r1ydjya3x6ekwzr?live

Vetores
Uma grandeza física é toda propriedade de um fenômeno natural que pode ser medida. Dentro da grandeza
física, podemos encontrar as definições de grandeza escalar e vetorial. A escalar é todo número acompanhado de
uma unidade de medida. Quando você mede sua massa corporal, por exemplo, você obtém a quantidade de
massa acompanhada da unidade kg. Quando mede a temperatura de um objeto, você também irá encontrar um
valor que representa uma quantidade acompanhada por uma unidade de medida.
As medidas de temperatura e massa não necessitam de outros elementos para defini-las. Entretanto, grandezas
como deslocamento, velocidade e aceleração, que estão contidas em um amplo espaço, são definidas a partir de
um vetor — segmento de reta orientado que tem módulo, direção e sentido — para serem identificadas nesse
espaço. Essas são as grandezas vetoriais.
Esse é o caso da direção do vento, por exemplo. Se um meteorologista precisar descobrir a direção, a intensidade
e o sentido do vento de um vendaval para alertar os agricultores, ele pode usar as operações que envolvem os
conceitos de vetores.
Observe a sistematização das definições básicas dos vetores e suas operações.

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Sistematização dos conceitos e operações vetoriais
Sistematização dos conceitos e operações vetoriais - CLOE
Link: https://infogram.com/1p7l6l7r0y66eptzl2djww1d23sn6q7j3q0?live

Nesta unidade, descobrimos a importância de estudar Física a partir do estudo da Cinemática. Assim como
outras áreas que estudam os fenômenos naturais por outros aspectos, a Física está conectada às teorias que são
criadas através da corroboração de hipóteses que a ciência estabelece, aprimorando a tecnologia e a vida das
pessoas.

Todos nós já ouvimos falar do Big Bang: uma partícula do tamanho de um átomo tinha
tanta energia concentrada que explodiu, formando todos os corpos celestes que
conhecemos hoje e formando o Universo. Porém, essa energia era tão grande que, após a
explosão, o Universo continuou a se expandir em uma velocidade inimaginável e continua a
se propagar até hoje. Cientistas afirmam, portanto, que o Universo é infinito!
Neste vídeo, David Christian narra toda a história do Universo, desde o Big Bang até a
internet. Qual é a relação entre essas descobertas acerca do Universo e a Física? Embarque
nesses poucos minutos que podem dizer tanto.

História do mundo em 18 minutos


As sete unidades de medidas reconhecidas pelo SI - TED
Link: https://www.ted.com/talks/david_christian_the_history_of_our_world_in_18_minutes

Nesta unidade, vimos as definições básicas de vetores. Além disso, descobrimos de que
forma podemos usar as operações matemáticas fundamentais entre grandezas vetoriais e
escalares.
Assista a esta animação sobre as definições de vetores, suas características, de que forma
são construídos graficamente e onde podemos aplicá-los.

O que é um vetor?
Vetores: como construí-los e onde podem ser aplicados - TED ED
Link: https://ed.ted.com/lessons/what-is-a-vector-david-huynh

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Para saber mais sobre vetores, podemos praticar algumas operações neste simulador
produzido pelo PhET Colorado. Tudo começa pelo simulador 1D. Em seguida, os próximos
simuladores avançam criando níveis de dificuldade. Além disso, é possível somar vetores
graficamente, decompor em coordenadas cartesianas, visualizar os módulos e o ângulo
formado, assim como suas respectivas componentes. Por fim, ele mostra as equações
vetoriais e as compara com somas e subtrações.

Simuladores vetoriais
Simuladores vetoriais que permitem explorar as operações entre vetores assim
como a decomposição vetorial e os valores das intensidades e ângulos
- PHET/UNIVERSITY OF COLORADO
Link: https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/vector-addition

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