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SENSORES E INSTRUMENTAÇÃO
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SENSORES E INSTRUMENTAÇÃO

DÚVIDAS E ORIENTAÇÕES
Segunda a Sexta das 09:00 as 18:00

ATENDIMENTO AO ALUNO
editorafamart@famart.edu.br
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Sumário

INTRODUÇÃO À SENSORES E INSTRUMENTAÇÃO.............................................. 4

CARACTERIZAÇÃO ESTÁTICA DE INSTRUMENTOS ........................................... 10

SENSORES I ........................................................................................................... 22

SENSORES II .......................................................................................................... 32

SENSORES III ......................................................................................................... 49


REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 57
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INTRODUÇÃO À SENSORES E INSTRUMENTAÇÃO

Conceitos de unidades de medida no Sistema Internacional (SI)


Com o passar do tempo, devido às diferentes características de cada
sociedade, as quantidades são medidas em inúmeras civilizações na Terra. A partir
do desenvolvimento e integração das pessoas, é necessário padronizar a medição
quantitativa.
Na história não se sabe ao certo quando o homem começou a despertar o
interesse pela medida ou em construir materiais de medição, mas possivelmente as
primeiras medições realizadas pelo homem tenham sido de comprimento. A massa
(confundida com o peso) o volume e o tempo, este último, nas antigas civilizações
era observado pelo próprio movimento da lua e do Sol em torno da Terra (OLIVEIRA,
2019).
Devido aos problemas causados pela falta de padronização das diferentes
unidades de medida na sociedade (principalmente nos negócios), foi desenvolvido
um sistema de medida decimal que, em princípio, utiliza três unidades de medida
físicas, são elas metro, litro e quilograma.
A partir disso, com o desenvolvimento da tecnologia e da ciência, sistemas de
medição padrão mais precisos foram necessários. Portanto, o Sistema Internacional
de Medição (SI) foi criado em 1960, que é o sistema mais utilizado no mundo,
responsável pela padronização.
O Sistema Internacional de Unidades usa dois tipos de grandezas. Elas são
grandezas de base que são consideradas independentes, e as grandezas derivadas
que são aquelas que dependem diretamente das grandezas básicas. Podemos citar
o exemplo da unidade de medida da aceleração que é expressa por m/s², da qual
deriva da unidade de espaço e tempo.
Abaixo veremos as grandezas comumente usadas no mundo todo, uma vez
que esse sistema, como o próprio nome já diz, é internacional.
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Medidas de espaço: Seu padrão é m (metro)

Medida de área: Seu padrão é m² (metro quadrado)


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Medida de capacidade: Seu padrão é “l” (litro)

Medida de volume: Seu padrão é m³ (metro cúbico)


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Medida de tempo: Seu padrão é “s” (segundos)

Medida de temperatura:

Revisão de Conceitos de Eletricidade, Mecânica, Física e Química


A eletricidade é dada pelo conjunto de fenômenos ocasionados pela interação
e movimento de cargas elétricas. Tal forma de energia é originada a partir do
movimento de partículas carregadas na superfície de um material condutor.
Partículas carregadas podem ser elétrons, prótons ou íons.
Fowler (2013) define a eletricidade como uma forma de energia, em que o seu
estudo está voltado para a aprendizagem de seu controle, mantendo a sociedade
em pleno funcionamento. Enquanto o seu descontrole gera caos e destruição.
Essa energia não existe apenas em nossos aparelhos eletrônicos, mas
também na natureza. Por exemplo, a descarga elétrica em forma de raios e
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relâmpagos. A eletricidade é atualmente o principal tipo de energia disponível.


Este conceito é tão abrangente que temos vários segmentos de estudo que
estão voltados para todos os aspectos da eletricidade. São eles:
Eletrostática: Especialmente usado para comportamento de carga que não
se move ou está em estado estático.
Eletrodinâmica: No inverso da estática, como o próprio nome sugere, a
eletrodinâmica é baseada na movimentação, sendo assim, em movimento constante.
Eletromagnetismo: voltada para o aprofundamento da relação da
eletricidade e o seu poder de atrair e reprimir polos magnéticos.

Em relação à mecânica, trata-se de um ramo da física especializado em


movimento. Além disso, para melhor compreender os conceitos envolvidos, esta
área está dividida em dinâmica e cinemática. Portanto, no estudo da mecânica, além
de estudar a dinâmica do movimento e suas causas, também se concentra no
conceito de força e na cinemática do movimento.
Definimos este ramo da física como a parte que estuda e analisa o movimento
dos objetos e o resto, mas também trata da sua evolução ao longo do tempo e dos
seus deslocamentos.
Ambos os assuntos envolvem uma área maior, chamada de Física. Esta é
uma ciência que estuda as propriedades da matéria e da energia e estabelece uma
relação direta entre elas. A palavra "física" significa "o estudo da matéria, energia e
suas interações". Portanto, estudar os fenômenos naturais da matéria é uma função
da física. No entanto, é difícil definir o campo exato de ação do conhecimento físico,
pois abrange muitas áreas do conhecimento. Sendo também a responsável por
descrever e explicar a estrutura das partículas elementares do universo.
O universo é feito de partículas, então fenômenos cobertos por outras
ciências também podem ser explicados pelo conhecimento físico. Afinal, a física
descreve a dinâmica dessas partículas. Portanto, o conhecimento físico está
conectado a outras ciências.
Assim como toda área de estudo, podemos dividir a física em 3 partes. Uma
delas é a Física Teórica com teorias e experiências com a finalidade de expandir o
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saber. A outra é a Física Experimental, responsável por validar e aprovar as teorias


físicas. E por fim a Física aplicada, onde é executada a física no nosso cotidiano.
Já a química é a ciência que estuda a matéria, sua estrutura, formação e as
transformações pelas quais passa, considerando assim, a energia envolvida em todo
o processo. A química faz parte das ciências naturais e concentra-se na observação
dos fenômenos, assim como criar teorias para explicá-los e os modelos que os
representam.
A alquimia é a pioneira da química. Essa foi uma prática amplamente
desenvolvida na Idade Média, envolvendo arte, magia e ciência. O objetivo da
alquimia é transformar metais comuns em ouro e produzir o chamado “elixir imortal”,
com intuito de curar todas as doenças e garantir a longevidade. Portanto, muitas
substâncias químicas foram criadas durante este processo de pesquisa. Além de
fabricar equipamentos de laboratório para a realização de experimentos.
Não há dúvida de que o conhecimento dos alquimistas é essencial para
apoiar o conhecimento químico moderno. Lavoisier é considerado o “pai” da química
moderna, dando uma contribuição significativa para o surgimento da ciência e a
consolidação dos métodos científicos como um novo método de estudo dos
processos químicos.
A matéria é o elemento fundamental da pesquisa química, podendo ser
definida como tudo o que ocupa espaço e possui massa. Em outras palavras, todo o
mundo material que nos cerca está no campo da química, incluindo nós. Portanto, a
química tem um grande impacto na tecnologia e na nossa sociedade, pois sua
pesquisa desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de todos os ramos
da ciência.

Princípio e Conceito de Transdução


Definimos a transdução como a transformação de energia em outro tipo de
energia. Convertendo, por exemplo, grandezas físicas, sejam elas velocidade,
posição, temperatura, luz e outras magnitudes, em outro sinal elétrico.
Nessa área de estudo o Transdutor realiza essa função, podemos citar como
exemplo o microfone que pode converter energia sonora em sinais elétricos. Assim
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como o alto- falante, faz a função reversa, convertendo sinais elétricos em energia
sonora. A seguir vemos este processo na imagem:

Figura - Microfone como transdutor

Em geral, é considerado que os transdutores e sensores tem a mesma


função, porém na realidade têm funções diferentes. O sensor detecta a variável
física, que pode ser pressão, temperatura ou força, e então converte o resultado da
medição em uma quantidade de fácil análise. Embora não seja o mesmo dispositivo,
o transdutor e o sensor geralmente podem ser integrados.
Dividimos os sensores em quatro classificações, são eles:
Ativo: Responsáveis por gerar sinais elétricos em resposta a estímulos, e
sinais de saída sem receber energia externa;
Passivos: Eles precisam ser estimulados por energia externa para gerar
sinais de saída;
Simples: É aquele em que a conversão é concluída em apenas um estágio,
assim como o sensor de posição irá produzir mudanças de tensão na presença de
materiais magnéticos;
Composto: Ao converter os sinais de entrada e saída de uma quantidade
física em vários estágios, há uma conversão intermediária de suas magnitudes em
seu processo.

CARACTERIZAÇÃO ESTÁTICA DE INSTRUMENTOS


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Conceito de erro
Nas medições, muitas vezes, temos que lidar com um número limitado de
valores. Nesse caso, devemos também considerar a faixa de possíveis valores
válidos ou mesmo reais e usar dados estatísticos para auxiliar no processamento e
compreensão do conjunto de dados medidos. Neste contexto, os erros são usados
para indicar a alteração dos dados medidos em relação ao valor de referência, ou
seja, o valor verdadeiro da grandeza física quando ocorre o erro.
Mesmo com restrições, os dados experimentais geralmente são apenas uma
amostra estatística da população que pode ser gerada por meio do processo de
medição do instrumento. Se conhecermos as características do processo, podemos
determinar o limite de erro em uma leitura, embora não possamos determinar o valor
errado. Em outras palavras, iremos confirmar algumas informações sobre a precisão
da leitura.

Distribuição de probabilidade de erros


Em termos de probabilidade, a descrição da probabilidade descreve as
características aleatórias de experimentos aleatórios, surgindo assim o conceito de
experiência aleatória, que descreve um processo real de caráter experimental, que
atua na oportunidade e esclarece possíveis resultados.
As distribuições de probabilidade foram originadas a partir de jogos de azar
no geral. Se os resultados possíveis do fenômeno são contáveis, a distribuição de
probabilidade é chamada discreta. Fornecer uma distribuição de probabilidade
significa fornecer uma lista de valores possíveis e suas probabilidades associadas.
Isso é realizado a partir de fórmulas, tabelas de valores, árvores de probabilidade ou
até mesmo funções.

Erros sistemáticos e suas características


Situado nesse cenário, podemos classificar os erros como sistemáticos e
aleatórios. O erro sistemático é a parte previsível do erro relativo à média de erro,
sempre afetando o resultado da medição na mesma quantidade ou na mesma
proporção, pois cada leitura é realizada da mesma forma. Esses erros não podem
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ser eliminados, porém reduzidos e até mesmo corrigidos. Enquanto isso, o erro
aleatório é uma parte imprevisível do erro originada de uma mudança temporal ou
espacial, com medidas resultantes diferentes das seguintes. Os erros aleatórios no
geral podem ser reduzidos.

Conceito de incerteza
Incerteza é a quantidade, seja dimensional ou adimensional, que representa a
confiabilidade de um conjunto de dados, considerando sua dispersão, e nada tem a
ver com o valor real. Enquanto tratamos o erro como a diferença entre o valor de
uma medida em relação a seu valor real.

Incerteza Padrão
No caso de medições repetidas, a estimativa do sujeito pode ser feita pelo
método do processo estatístico onde determinamos o desvio padrão que se refere à
incerteza de medição padrão.
Encontramos também a incerteza padrão combinada, da qual pode ser
obtida, considerando a respectiva incerteza padrão de cada elemento que afeta o
valor estimado do objeto de medição. Então, esta incerteza pode ser usada para
estimar o intervalo de tempo no qual o verdadeiro valor medido pode ser encontrado.
Dessa forma, chegamos à incerteza de medição expandida, que é um método
de multiplicar a incerteza padrão combinada por uma constante (fator de cobertura)
para aumentar a faixa de valores possíveis do objeto medido.

Função de propagação de incerteza


Ao determinar o erro aleatório de um instrumento de medição, é necessário
aplicar um fator de correção. O fator de correção deve levar em consideração o
impacto do tamanho da amostra de medição na incerteza. Obviamente, quanto
maior a amostra, maior a confiabilidade estatística, e consequentemente menor a
possibilidade do fator de correção.
O fator principal de correção usado nos cálculos para determinar a incerteza
de medição é conhecido como coeficiente t de Student, nome este levado em
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memória do matemático que desenvolveu o método.


No intuito de calcular a dispersão, deve-se considerar também a
probabilidade estatística de um acerto que seja considerado suficiente, pois apenas
uma amostragem de medição infinita pode garantir a certeza absoluta do resultado.
Esta incerteza do padrão são os dados fornecidos pelo fabricante ou pelo
laboratório profissional responsável por determinar o padrão de acordo com o nível
de requisitos adequado para a aplicação. A incerteza de medição é dada pela soma
dos erros aleatórios e dos erros sistemáticos.
Tal incerteza é essencial para os resultados dos experimentos científicos, pois
a ciência é um ramo do conhecimento, ela não produz certeza absoluta, mas tira
conclusões consistentes na proporção exata da consistência dos métodos
empregados.

Calibração estática
O processo da Calibração estática envolve fornecer ao instrumento o número
necessário de valores diferentes, mantendo a entrada modificada e a interferência
constante. Criando assim uma relação entre as entradas contínuas e suas
respectivas saídas. Dessa forma, a calibração é mostrada como curva, equação ou
até mesmo uma tabela. Vale ressaltar que estas definições são muito difíceis de se
obter na prática.

Características estáticas
As características estáticas do dispositivo, relacionadas diretamente à
resposta do dispositivo à entrada contínua em frequência zero, são obtidas por meio
de um processo denominado calibração estática. Este processo envolve fornecer ao
instrumento o número necessário de valores diferentes e manter a entrada
modificada e a interferência constante. A relação entre as entradas contínuas e suas
respectivas saídas é chamada de calibração estática. Para cada entrada necessária,
este processo pode ser repetido várias vezes. A calibração pode então ser exibida
como uma curva, equação, e até mesmo tabela.
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Exatidão
Quando nos referimos à exatidão, tratamos do grau de concordância entre o
valor verdadeiro e o valor medido. Tal precisão reflete o comportamento da
tendência principal, não podendo assim, ser quantificado com números.

Precisão e repetibilidade
Enquanto temos o conceito de precisão ligado ao grau de concordância de
uma medição realizada várias vezes nas condições da repetibilidade. Ela é uma
medida de dispersão, normalmente expressa como desvio padrão, variância ou até
mesmo coeficiente de variação. A precisão está relacionada diretamente ao erro
aleatório.

Sensibilidade
Ao realizar uma calibração estática, vemos que a sensibilidade é a inclinação
da curva de calibração. Esta inclinação pode variar com a relação de entrada (se a
relação de entrada-saída não for linear) e, neste caso, duas coisas podem
acontecer: a sensibilidade estática não é mais um parâmetro importante,
principalmente em casos não lineares ou mesmo se a precisão necessária for
grande e, também, uma linha de calibração fornecida e os desvios desta linha são
considerados um erro.
A curva de ajuste do elemento sensor difere da curva de ajuste do dispositivo
inserido no sensor, mesmo que haja apenas um amplificador com ganho de unidade
após o sensor. Isso porque, por exemplo, a saída do sensor será em tensão,
enquanto a saída do dispositivo será um valor correspondente à quantidade
mensurável. Em outras palavras, o dispositivo converteu duas vezes o valor.

Resolução
Ao tratar da resolução, especificamos a menor mudança incremental do
parâmetro de entrada responsável por causar uma variação no valor de saída do
sensor. Ela é expressa pela porcentagem da escala de leitura ou mesmo de valores
absolutos. Atritos ou ruídos podem ser os responsáveis pelos valores obtidos.
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Limiar
Assim como a resolução, a limiar pode ser ocasionada por atritos e ruídos.
Também é expresso pelo valor maior de um, mensurando e não ocasionando assim
uma variação notável no resultado respectivo.

Linearidade
Por fim, ao relacionar a linearidade do sensor, tratamos como um parâmetro
que indica o grau de desvio entre sua curva característica e a curva de calibração.
Sendo uma característica típica de um sensor, considerando linear a relação entre
sua entrada e saída. Este parâmetro é comumente especificado no percentual de
não linearidade, relacionando a medida atual com o fundo de escala. Sua fórmula é
dada por:

Assim temos o erro máximo de saída entre o valor medido pela curva de
calibração média e a reta de referência, tendo como curva de calibração ideal. Já a
variante “Norm”, se dá por um normalizador, podendo assumir o papel da saída
atual, da faixa dinâmica de saída ou mesmo do fundo de escala. Abaixo vemos um
gráfico que expressa essa relação, observe:

Figura - Gráfico da linearidade de medição


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Fonte: UFRJ, 2015.

SISTEMAS ELETRÔNICOS PARA INSTRUMENTAÇÃO

Elementos de Eletrônica
A Instrumentação eletrônica é uma área da engenharia voltada para testes e
especificações de instrumentos, sistemas e equipamentos que realizem operações
de medição. Dessa forma, são usados circuitos e dispositivos eletrônicos para
condicionamento e caracterização de sinais originados de dispositivos sensores,
para mensurar grandezas físicas.
A instrumentação inclui atividades científicas e técnicas relacionadas à
medição. É a conexão entre os fenômenos físicos, químicos e biológicos e a
percepção humana. No processo de desenvolvimento contínuo, os instrumentos
mudaram nosso modo de vida e desempenharam um papel importante nas ciências
da vida e na indústria.
Quanto ao sistema de medição, o definimos como um conjunto de um ou
múltiplos instrumentos e dispositivos de medição que geralmente são montados e
adaptados para fornecer informações para a obtenção de valores medidos para uma
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quantidade especifica de objetos naturais dentro de um intervalo especificado.


Dentro deste contexto de medição, trazemos o Transdutor de medição, sendo
um dispositivo que fornece uma interligação entre saída e entrada. Ele é um
conversor de energia. Também há uma diferença entre o transdutor de entrada,
usada para detectar sinais, e o transdutor de saída, display ou atuador, usado para
gerar movimento mecânico ou realizar ações.

Ponte de Wheatstone
A ponte de Wheatstone é um circuito usado para medir resistências não
conhecidas, geralmente com valores próximos a outras resistências no circuito.
Também pode ser usado para medir duas resistências que mudam de forma
espelhada, enquanto uma aumenta seu valor, a outra diminui.
Segundo Davidson (2015), Charles Wheatstone foi um cientista britânico do
século 19 que fez muitas contribuições para a pesquisa de circuitos e inventou o
estereoscópio, e outros equipamentos. Os circuitos elaborados por Wheatstone como
resistores em paralelo e em ponte, resistores conectados em série ou em paralelo
com o dispositivo, são a base do medidor-testador multirange.

Figura – Charles Wheatstone


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Fonte: MUNRO, 1891.

Multímetros digitais, amperímetros e ohmímetros possuem diferentes formas


de medição, mas o conceito proposto e elaborado por Wheatstone é a base do
princípio de circuitos de medição de precisão por mais de um século. Assim como
podemos usar um circuito de ponte de Wheatstone para medição de temperatura.
Uma célula de carga é outro exemplo, que usa o mesmo circuito para fazer
medições facilmente por meio de um amplificador de instrumentação.
A ponte é formada por quatro resistores ligados a uma fonte de alimentação,
conectada em dois ramos diferentes do circuito. Ligado por um fio, levamos a carga
ao galvanômetro que é usado como um indicador de corrente, alterando, assim, a
resistência do resistor variável até que ele não detecte a passagem da corrente
(ponte em equilíbrio), sendo que 3 deles são conhecidos e o quarto temos a função
de descobrir. Veja na imagem a seguir a formação de uma ponte de Wheatstone:

Figura - Esquema de ligação da Ponte de Wheastone


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A ponte contém uma fonte de tensão para alimentá-la e um detector de zero


ou equilíbrio, que geralmente consiste em um microamperímetro ou outro
instrumento equivalente, dependendo da intensidade de corrente esperada no
circuito.
Na condição de que nenhuma corrente flua entre o ponto A e o ponto B
conectado ao instrumento detector, em que as tensões nesses pontos sejam iguais e
que os dois pares de resistores que constituem o divisor de tensão do ponto A e do
ponto B tenham a mesma tensão; podemos dizer a ponte está em equilíbrio.
Podemos encontrar a resistência no quarto resistor a partir desta fórmula:
R1.R4 = R2.R3.

Circuitos e interfaces para amplificadores


O amplificador operacional é dado a partir de um circuito amplificador
integrado de alto ganho, detentor de duas entradas, sendo uma delas negativa
(inversora) e outra positiva (não inversora). Em sua saída temos como resultado a
diferença entre suas entradas. Esta, por sua vez, multiplicada pelo ganho. Temos
sua representação eletrônica dada por:
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Figura - Representação digital de um Amplificador

Operacionais em configuração inversora, não-inversora e diferencial


Conhecemos como amplificador diferencial, um amplificador eletrônico que
multiplica a diferença entre duas entradas por um valor constante, chamado de
ganho diferencial. Dado pela fórmula abaixo:

No sentido contrário de amplificador não inversor no qual o sinal de saída está


em fase com o respectivo sinal de entrada, o amplificador inversor faz com que sinal
de saída sofra uma defasagem no angulo 180° em relação ao sinal de entrada.
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Amplificador de instrumentação
O amplificador de instrumentação pode ser um dos modelos mais especiais
de AmpOp. Na verdade, este componente foi desenvolvido em conjunto com outros
amplificadores operacionais. Comparado com o AmpOp tradicional (como o clássico
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Este amplificador é caracterizado por uma entrada diferencial e uma
impedância de entrada muito alta, que é obtida reduzindo o ganho do primeiro
estágio, que geralmente é usado como um seguidor de tensão.
Entre suas principais características podemos citar:
 Alta resistência de entrada;
 Baixa resistência de saída;
 CMRR típico > 100dB;
 Alto ganho em malha aberta;
 Baixa tensão de offset;
 Baixo drift.

A seguir, vemos um modelo esquemático de um amplificador usado como


Amplificador Instrumental. Normalmente ele é constituído por 3 amplificadores
comuns, veja:

Figura - Amplificador Instrumental


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Fonte: Iductiveload, 2009.

Dessa forma obtemos o ganho do circuito a partir desta fórmula:

SENSORES I

Medição de força e deformação


Sensores de força ou deformação são aqueles do qual a resistência muda de
acordo com a força aplicada. Tensão, força, pressão, peso, são grandezas que são
convertidos em mudanças resistência mensuráveis na saída.
A deformação do objeto pode ser causada por influências externas ou
internas. Ela pode ser provocada por momento, força, pressão, calor, mudanças
estruturais de materiais, dentre outros. Se certas condições forem atendidas, a
magnitude ou valor da influência pode ser originado do valor de deformação
mensurado. Transdutores são projetados para realizar medição de forças ou mesmo
de grandezas derivadas. Como exemplo, podemos citar pressões, acelerações,
deslocamentos, vibrações, momentos, dentre outros. A seguir, vemos um exemplo
do funcionamento geral do transdutor:

Figura - Funcionamento do transdutor


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Um dos sensores responsáveis pela medição da deformação é o conhecido


sensor de torque. Este dispositivo varia seu comportamento quando detecta uma
mudança em uma quantidade física e pode, direta ou indiretamente, enviar sinais
elétricos indicando a quantidade. Um sensor que pode emitir um sinal diretamente
também pode ser chamado de transdutor. Um sensor que atinge esse objetivo por
meio de transmissão indireta mudará suas características, como capacitância,
resistência ou indutância.

Sensores de torque
O sensor de torque é capaz de medir a força rotacional no componente
mecânico. Esses resultados de medição serão transmitidos ao operador ou sistema
de controle para que a máquina possa funcionar normalmente de acordo com o
funcionamento normal do motor. Por meio de uma mola metálica conectada ao
medidor de tensão, recebe o esforço aplicado e assim é possível mensurar o torque
recebido a partir do impacto recebido.
O transdutor é geralmente classificado como um sensor de rotação ou reação.
Sua função depende do torque, do tipo de carga e da unidade que pode operar, e é
construído para suportar altas cargas quando a máquina ou o motor começa a
funcionar. A seguir está um exemplo de um dos transdutores de torque
comercializados normalmente:

Figura - Exemplo de Transdutor de torque


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Fonte: Interface, S.D.

Strain Gauge
Conhecido também como extensômetro, o strain gauge é um sensor que é
capaz de medir a deformação quando uma carga é aplicada sobre determinada
superfície. Esta técnica é amplamente utilizada para controlar os níveis de tensão
que afetam as condições de operação de um equipamento ou máquina. Por serem
montados externamente, eles são rápidos e fáceis de adaptarem ao processo. Eles
não medem a força de forma indireta, ainda assim, é possível alcançar uma alta
precisão. A deformação do material é sentida e transferida por uma conexão via
fricção do elemento sólido para o transdutor de tensão. A seguir, vemos o exemplo
de um strain gauge:

Figura - Exemplo strain gauge


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Fonte: HBM, S.D.

Sensores de Pressão
Um sensor de pressão é um componente que converte a pressão exercida
por um gás ou líquido em sua superfície em dados de saída, e esses dados de saída
tornam-se informações relevantes para a indústria. Eles são de grande ajuda todos
os dias, pois são convertidos em sinais elétricos para ajudar no envio para a base de
controle. Quando fabricado com cuidado, pode proporcionar qualidade e nível
técnico diferenciados.
Eles usam diferentes técnicas para capturar os níveis de pressão e são
usados como parte de mecanismos mecânicos. O líquido ou gás exerce uma força
na superfície do sensor, fazendo com que ele capture informações relevantes na
forma de sinais elétricos por meio de suas partes.
Dentre os sensores de pressão comumente usados no mercado hoje, pode
citar os potenciômetros, ressonante, piezo-resistivo, capacitivos, entre outros.

Manômetros em U
Os manômetros de coluna U também fazem parte dos sensores de pressão.
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Este sensor se dá por um componente comumente utilizado em muitas indústrias


para medir a pressão do fluido de um recipiente fechado. A medição da pressão
manométrica é feita mensurando a pressão atmosférica com o nível de referência e
a diferença entre a pressão real e a pressão absoluta. O princípio de funcionamento
do manômetro de coluna U é basicamente o mesmo do manômetro de mercúrio ou
aneróide.
Ele tem esse nome justamente porque tem um tubo em forma de U com
escala milimétrica e uma pequena quantidade de fluido de motor. Sua montagem
inclui a conexão entre o dispositivo e outro manômetro aberto à atmosfera. A seguir,
vemos um modelo prático:

Figura - Exemplo de Manômetro de coluna U

Fonte: Zurich, S.D.

Manômetros com tubo de Bourdon


O manômetro de tubo Bourdoné o manômetro mecânico. Seu elemento de
medição é frequentemente chamado de tubo de Bourdon, onde o engenheiro francês
Eugène Bourdon utilizou esse princípio operacional em meados do século XIX. O
conceito é baseado em uma mola elástica e um tubo C9 curvo com uma seção
transversal elíptica. Vemos, a seguir, um exemplo de um tubo de Bourdon:
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Figura - Exemplo de tubo de Bourdon

Fonte: Cotanet, S.D.

Medição de temperatura

O sensor de temperatura é um dispositivo de medição capaz de detectar a


temperatura a partir das características físicas correspondentes do dispositivo, seja a
resistência, campo eletromagnético ou até mesmo radiação térmica. O método de
trabalho do sensor de temperatura depende de suas características e constitui a
mesma física.

Termopares
Além de precisos, são muito sensíveis a menores variações de temperatura e
podem responder rapidamente a mudanças ambientais. Eles são conectados por um
par de fios de metal com características diferentes. O par de metal cria uma
diferença de tensão térmica entre suas duas extremidades, que reflete a diferença
de temperatura entre elas. A seguir, vemos um exemplo de um termopar:
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Figura - Exemplo de termopar

Fonte: Cetti, S.D.

RTDs
Conhecidos como Sensores de Temperatura de Resistência, são fios de
enrolamento cuja resistência muda com a temperatura. Portanto, quanto mais
quentes eles ficam, maior seu valor de resistência. Platina é o material mais
comumente usado neste sensor de temperatura, porque este material é quase linear
em uma ampla faixa de temperatura e é muito preciso com um tempo de resposta
rápido. Os RTDs também podem ser feitos de cobre ou níquel e foi observado que
esses materiais têm alcance limitado e têm problemas de oxidação. O elemento RTD
é geralmente um fio longo em forma de mola, cercado por um isolador e colocado
em uma bainha de metal. A seguir, vemos um exemplo de um RTD:
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Figura - Exemplo de RTD

Fonte: AZ Instrument Corp, S.D.

Termistores
O termistor é um sensor de alta sensibilidade, mas por outro lado, sua faixa
de temperatura é limitada. Ele se caracteriza por ser um dispositivo semicondutor
cuja resistência é proporcional à temperatura. Existem dois tipos de termistores: um
resistor com coeficiente de temperatura negativo (NTC), cuja resistência diminui de
forma não linear com o aumento da temperatura, e um coeficiente de temperatura
positivo (PTC), cuja resistência aumenta com o aumento da temperatura. Existem
várias vantagens e desvantagens em usar termistores NTC. A seguir, vemos um
exemplo de um termistor NTC:
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Figura - Exemplo de Termistor NTC

Fonte: AMPHENOL-SENSORS, S.D.

Interruptor bimetálico
Este interruptor se dá por uma mola bimetálica como componente
fundamental do sensor de temperatura. A mola helicoidal é feita de dois tipos
diferentes de metais fixados juntos. Esses tipos de metais podem incluir cobre, aço
ou latão, desde que um deles tenha baixa sensibilidade ao calor e o outro tenha alta
sensibilidade. Portanto, sempre que a peça soldada for aquecida, o comprimento
dos dois metais mudará de acordo com suas respectivas taxas de expansão térmica.
Conforme os dois metais se expandem em comprimentos diferentes, a tira bimetálica
é forçada a dobrar para o lado com o coeficiente de expansão térmica. O movimento
da tira é usado para desviar o ponteiro na escala de calibração e então indicar a
temperatura para o operador. A seguir, vemos um exemplo de um interruptor
bimetálico:

Figura - Exemplo de interruptor bimetálico


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Fonte: Jumo, S.D.

Medidores por infravermelho


Este sensor não opera por contato, ele absorve a radiação infravermelha
emitida pela superfície de aquecimento. Ele é usado em várias aplicações onde a
medição direta da temperatura não é possível. Usando um sensor de temperatura
infravermelho sem contato, a luz incidente é convertida em um sinal elétrico
correspondente a uma temperatura específica. Abaixo vemos um exemplo de um
medidor por infravermelho:

Figura - Exemplo de medidor por infravermelho


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Pirômetros
O pirômetro nada mais é do que um tipo de termômetro por infravermelho.
Sendo um dispositivo responsável pela medição de radiação térmica da superfície
de um objeto e informa a temperatura. Vários tipos de pirômetros foram
desenvolvidos pelo homem, sendo hoje um dispositivo que não requer contato, ao
contrário de outros meios de obtenção de informações sobre a temperatura de um
objeto, como um termopar e um termômetro de resistência.

Figura - Exemplo de Pirômetro digital

SENSORES II

Medição de posição
Os sensores de posição são dispositivos usados para obter medições
precisas ou medições de posição próxima. Este tipo de ferramenta inclui sensores,
codificadores e potenciômetros. Dependendo do tipo específico de sensor de
posição envolvido, a medição pode ser linear ou angular por natureza e pode ser
classificada como relativa ou absoluta.
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Sensores de proximidade
Os sensores de proximidade são os comuns da área, são responsáveis por
determinar a distância ou mesmo identificar a presença de um corpo em relação a
determinado ponto. Dentre os sensores de proximidades existentes, podemos citar
os sensores capacitivos, sensores indutivos, sensores infravermelhos, sensores
ultrassônicos, ópticos, fotoelétricos, entre outros.

LVDTs (linear variable differentia ltransformers)


Citamos outro sensor de posição, o LVDT conhecido como Transformador
Diferencial Variável Linear é um transdutor de deslocamento, que produz uma
tensão de saída proporcional ao deslocamento de um núcleo móvel. O LVDT possui
uma bobina primária, a qual é excitada com uma tensão alternada, e duas bobinas
secundárias idênticas ligadas em série e com os condutores enrolados em sentidos
opostos. A seguir vemos a imagem de um LVTD:

Figura - Esquematização de sensor LVDT

Fonte: ZEDTH, 2007.


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Encoder
No intuito de obter informações sobre a velocidade ou posição de peças em
movimento ou rotação linear, usamos o Encoder. Responsável por determinar o
ângulo exato de parada ou a velocidade em qualquer direção de rotação ou
movimento pode ser a base para o tipo de controle necessário, medindo posições e
velocidade. A seguir, vemos a imagem de um Enconder:

Figura - Exemplo de Encoder

Fonte: Hengstler, S.D.

Tacômetro e Acelerômetro
Tacômetro é outro sensor capaz de medir rotações de um motor pela unidade
RPM, que significa Rotações Por Minuto. Seu funcionamento inclui a medição de
fenômenos repetitivos, medindo a oscilação e vibração de peças mecânicas.
Similarmente ao Tacômetro, usamos o Acelerômetro, normalmente usado para
detectar e monitorar vibrações em sistemas mecânicos, como rolamentos de
elemento rotativo, caixas de engrenagens e componentes estruturais.
A seguir, vemos a imagem de um acelerômetro ocupacional:

Figura - Exemplo de acelerômetro


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Fonte: PCB, S.D.

Ultrassônicos
Os sensores ultrassônicos são capazes de detectar a passagem de objetos
na linha de montagem, para detectar a presença de pessoas ou substâncias em
diferentes estados no recipiente, de modo que o conteúdo possa ser medido
independentemente do estado físico. A característica desses sensores é operar com
uma radiação completamente limpa e sem perturbações eletromagnéticas, o que é
muito importante para determinados tipos de aplicações. A seguir, vemos a imagem
de um sensor ultrassônico conectado a um arduíno:

Figura - Esquematização de um sensor ultrassônico com arduíno


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Medição de Nível
O sensor de nível é um dispositivo usado para controlar sólidos, líquidos ou
elementos granulares armazenados em tanques de armazenamento sejam abertos
ou pressurizados e, também, silos. O sensor detecta o nível do líquido no tanque
armazenado por meio do movimento dos flutuadores, que geram um sinal
magnético, transmitindo o sinal para o sensor magnético.
Seu funcionamento é composto por um detector que informa ao circuito de
saída se há um nível de líquido em uma determinada posição. O circuito de saída é
responsável por alterar o estado de saída do sensor de acordo com as informações
transmitidas pelo detector. Veja a seguir o funcionamento de um sensor de nível
hidrostático:

Figura - Esquematização de um sensor de nível hidrostático tipo sonda

Fonte: Salcas, S.D.

Capacitivos
Um dos sensores mais conhecidos é o sensor tipo Boia. Quando o nível
aumenta ou diminui, o flutuador se move junto e ativa magneticamente os contatos
por meio de uma haste, comunicando o nível do elemento medido. A seguir, vemos
um sensor tipo boia:
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Figura - Exemplo de um sensor tipo boia

Fonte: Nivetec, S.D.

Temos também um sensor com seu princípio de funcionamento semelhante


ao de um capacitor, o sensor capacitivo de nível. O sensor é uma das placas do
capacitor e a parede de metal do tanque é a outra. Dentre eles está o material
isolante. Onde a capacitância é a propriedade de armazenamento de um capacitor.
Além da constante dielétrica, que também depende da área da placa e da sua
distância. A seguir, vemos a exemplificação de um sensor capacitivo:

Figura - Exemplo de um sensor capacitivo de sólidos


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Fonte: Bindicator, S.D.

Sensor de nível vibratório


Outro sensor é o de nível vibratório, que possui uma haste vibratória e usa
um diapasão ou o efeito de amortecimento de duas hastes, para medir o nível do
líquido. O amortecimento mecânico é produzido pela absorção da viscosidade de
um líquido ou da resistência de um granulado ou pó sólido em contato com uma ou
mais hastes para absorver a energia da vibração. A seguir, vemos a exemplificação
de um sensor de nível vibratório:

Figura - Exemplo de sensor de nível vibratório

Fonte: Bindicator, S.D.

Condutivo
Já o sensor condutivo não tem restrições a alta temperatura ou alta pressão.
Portanto, é adequado para vários tipos de medição de nível de líquido, como água
ou outras medições não condutoras. A função dele é obtida a partir da diferença de
potencial (DDP) entre um eletrodo e o outro, quando os eletrodos estão em contato
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com o fluido. A seguir, vemos a imagem de um sensor condutivo comercializado


atualmente:

Figura - Exemplo de sensor condutivo

Fonte: Digel, S.D.

Ultrassônico
O transmissor de nível ultrassônico tem seu funcionamento baseado no envio
ondas mecânicas que fluem na velocidade do som no intuito de mensurar a distância
entre o sensor e a superfície do objeto em análise. O objeto necessita de uma
densidade para reflexão de ondas ultrassônicas. O som viaja com grande velocidade
através do ar, ao contrário do que acontece nos meios sólido e líquido, encontrando,
então, uma grande diferença na densidade entre o ar e o objeto, resultando no sinal
de saída. Este sensor utiliza um sensor piezoelétrico para emissão ondas
mecânicas, a partir de um transmissor de nível sem contato, através de layout
simples, se comparado a outros sensores de nível. A seguir, vemos um exemplo da
esquematização de um sensor ultrassônico:

Figura - Esquematização do sensor de nível ultrassônico


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Medição de vazão e viscosidade


Para medição de vazão, usamos um sensor de vazão responsável por medir
o volume ou massa de gás ou fluxo de líquido em um duto. Podemos usar sensores
de fluxo para medir canais abertos, como rios ou lagos. Ou mesmo o seu maior uso
está focado na medição de gases e líquidos em tubos. Melhorar a precisão, exatidão
e resolução da medição de fluido são os benefícios dos medidores de vazão.

Eletromagnético
No mercado encontramos os medidores de vazão magnéticos, também
conhecido como tensão induzida ou medidor de vazão eletromagnético, é um
medidor de vazão que usa um princípio de medição baseado na lei de Faraday. Este
medidor não tem partes móveis e pode ser usado para uma variedade de
aplicações, desde medição de vazão de cerveja, ácido geral, águas residuais ou
qualquer medição de vazão de líquido sujo à base de água ou condutiva.

Figura - Exemplo de um sensor eletromagnético


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Ultrassônicos
Temos também medidores de vazão eletrônicos ultrassônicos, do qual opera
por meio de ultrassom para medir a velocidade do fluido para obter a taxa de fluxo
do fluido. Por exemplo, a maioria dos medidores ultrassônicos usa energia elétrica
para selecionar o medidor mais adequado, por exemplo, considerando a forma do
tubo, a forma como o medidor é fixado e o tipo de fluido sendo transportado. Cada
um desses medidores usa métodos diferentes para obter o fluxo de fluido.
Assim como os eletrônicos, temos o medidor Ultrassônico por efeito Doppler,
do qual é responsável por calcular a discordância da continuidade entre o sinal
emitido e o sinal a ser recebido. A diferença de fase é causada pela reflexão ou
espalhamento do som causado pelas partículas em suspensão contidas no fluido,
estes sons ou espalhamento irão alterar a frequência do sinal emitido. A seguir,
vemos um medidor de vazão ultrassônico:

Figura - Exemplo de um sensor ultrassônico


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Fonte: Vectus, S.D.

Tubo de Pitot
O tubo de Pitot consiste em um dispositivo responsável por medir velocidade
de fluidos com base em modelos físicos simulados em laboratórios hidráulicos e
aerodinâmicos. Seu funcionamento é dado por um tubo em forma de “L” com um
único canal pelo qual apenas a pressão dinâmica pode ser medida, enquanto a
pressão estática deve ser medida de forma diferente. Pode funcionar também por
dois canais e tomadas de pressão laterais, aplicando assim, ao mesmo tempo, a
medição da pressão estática. Utilizado normalmente em laboratórios no estudo da
aerodinâmica em modelo reduzido em laboratórios hidráulicos. A seguir, vemos uma
ilustração demonstrativa de um tubo de Pitot:

Figura - Ilustração de um tubo dePitot


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Tubo de Venturi
O tubo de Venturi é um dispositivo que mostra a oscilação da pressão de um
fluido que corre em regiões com diferentes zonas transversais. Quando a área é
menor, a velocidade é maior, então a pressão é menor. Assim vale para quando a
área é maior, consequentemente a velocidade é menor e sua pressão é maior. A
seguir, vemos uma ilustração do funcionamento de um tubo de Venturi:

Figura - Ilustração de um tubo de Venturi


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Placa de orifício
A Placa de orifício é um elemento sensor utilizado na medição da vazão,
reduzindo ou restringindo pressão, impactando diretamente na vazão.
A Placa de orifício limita a tubulação onde a medição é realizada. Essa
restrição é causada pelo furo feito em uma placa fina e aplicado no tubo. Com a
restrição da placa, o fluxo é forçado a mudar de velocidade e consequentemente
criar um diferencial de pressão. A seguir, vemos um exemplo de uma placa de
orifício:

Figura – Exemplo de uma Placa de orifício


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Anemômetros
O anemômetro é utilizado para medir a velocidade do vento. No entanto, há
várias formas de realizar tal medição. Citamos como os principais tipos de
anemômetro: Tubo de pressão, Concha, Hot Wire, ultrassônico, e por efeito Doppler.
Em geral os anemômetros se encaixam em duas categorias, os anemômetros
de ventoinha (turbina) e anemômetros de copo. Em qualquer caso, quando o vento
passa por eles e move suas partes em um círculo, eles contam o número de
revoluções por segundo. Ao mensurar a velocidade de rotação, o anemômetro é
capaz de calcular a velocidade do vento em unidades de medida como como Mph ou
km/h. Há também um terceiro tipo de anemômetro, um anemômetro à fio quente,
que esquenta o componente e mede também sua taxa enquanto o componente
esfria. Apesar de seu uso não ser comum, temos o anemômetro ultrassônico. Capaz
de calcular a velocidade do vento que sopra entre os dois sensores, enviando pulsos
de som para frente e para trás do transmissor para o receptor dentro de alguns
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centímetros.

Figura - Exemplo de um mini anemômetro digital

Medidor de vazão de massa Coriolis


Trata-se de um sensor capaz de medir a oscilação (ou vibração) de um tubo
interno ao medidor aplicando o princípio de Coriolis, técnica direta ou dinâmica que
gera um sinal proporcional ao fluxo de massa e praticamente independente das
propriedades do material, seja pressão, condutividade, temperatura, viscosidade e
até mesmo a densidade do produto em circulação. A seguir, vemos um exemplo de
um medidor de vazão de massa Coriolis:

Figura - Exemplo de medidor de vazão de massa (Coriolis)


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Fonte: Siemens, S.D.

Rotâmetro
O Rôtametro é um sensor usado na medição da vazão de um líquido ou
mesmo gás em um tubo, pertencente à classe dos medidores de área variável.
Esses dispositivos medem o fluxo de um fluido passando-o por um tubo de seção
variável.
Esse medidor de vazão de área variável é composto por um tubo transparente
com uma escala em que uma boia se move de maneira livre dentro do tubo. O
equilíbrio é obtido quando a diferença de pressão e impulso do fluido compensa a
força gravitacional. A seguir, vemos um exemplo de um rotâmetro:
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Figura - Exemplo de rotâmetro

Fonte: Omel, S.D.

Viscômetro
Quanto à medição de viscosidade, usualmente utilizamos o viscosímetro
(viscômetro). Definimos a viscosidade de um fluido que pode ser considerada como
sua capacidade de se mover, e pode ser entendida como, por exemplo, espessura
ou mesmo resistência quando injetado.
Na sua maioria, o fluido permanece estacionário e o objeto se move nele, ou
o objeto é estacionário e o fluido por ele é passado. A resistência causada pelo
movimento referente entre o fluido e a superfície é uma medida de viscosidade. O
número de Reynolds das condições de fluxo deve ser baixo o suficiente para
produzir fluxo laminar. A seguir, vemos um exemplo de viscômetro digital utilizado
comercialmente:
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Figura - Víscômetro digital

Fonte: Brabender, S.D.

SENSORES III

Transmissores
Os transmissores também são chamados de conversores de medição, que
podem converter grandezas físicas em sinais eletrônicos. Assim sendo, o
transmissor é usado principalmente em equipamentos eletrônicos de medição. No
mercado encontramos uma variedade de transmissores, como os de temperatura,
nível, pressão, processos, sinais, entre outros. Segundo Tellez (2014), os
transmissores também são comumente usados na automação por meio dos
transmissores inteligentes com uma maior capacidade de comunicação digital, assim
como uma maior disponibilidade de configuração e monitoramento de parâmetros do
dispositivo.
No caso dos transmissores de temperatura, eles podem ser instalados em
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ambientes onde a temperatura é um fator essencial no controle e devem ser


monitorados continuamente. Assim como os transmissores de umidade que
desempenham uma função semelhante, transformando a umidade em sinais de
saída. Certos dispositivos de medição podem combinar medições de temperatura e
umidade, tornando um dispositivo para as duas grandezas. A seguir, vemos um
exemplo amplamente comercializado de um transmissor de temperatura:
Figura - Exemplo de transmissor de temperatura

Já no caso dos transmissores de pressão, eles são capazes de ver a


diferença entre os variados níveis de pressão. Normalmente é utilizado um
transmissor de pressão diferencial, que também é capaz de analisar corrente.
Fazendo com que a faixa de pressão e a corrente sejam identificados
individualmente. A seguir também vemos um exemplo de um transmissor de
pressão:
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Figura - Exemplo de transmissor de pressão

Fonte: Yokogawa.

Podemos trabalhar também com os transmissores de nível, dispositivos


essenciais na medição contínua do nível em tanques com presença de espuma,
incrustação, pó em suspensão, gases ou mesmo turbulências. Seu princípio de
funcionamento se dá por meio da condutividade elétrica, da constante dielétrica, da
densidade e da granulometria do objeto em estudo.
Estes dispositivos operam com sensores em contato ou não com o produto
em reservatórios. Tendo como aplicabilidade a transmissão em tempo real de
informações referentes a segurança e controle do nível, seja em conteúdos líquidos
como sólidos. Abaixo vemos um transmissor de nível hidrostático com suas
respectivas saídas, atuando como um sensor submerso, muito usado na medição de
nível de líquidos por meio da pressão encontrada no fundo do reservatório.

Figura - Medidor de nível hidrostático


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Fonte: Alfa Comp.

Analisadores e controladores multiparâmetros


Analisadores e controladores multiparâmetros são dispositivos que podem se
interligar em um sistema de medição e uma variedade de grandezas. São sensores
que podem, por exemplo, medir densidade, refração, cor e pH simultaneamente, nos
mesmos aparelhos. Dessa forma, podemos economizar espaço a partir das
combinações de variados parâmetros em um só sistema. A seguir, podemos ver um
controlador multiparâmetro:

Figura - Exemplo de controlador multiparâmetro

Fonte: GF Link.

Enquanto a função do analisador é fornecer ferramentas para interpretar e


analisar os valores de medição coletados, como gráficos e mecanismos de
diagnóstico, para que os usuários possam tirar conclusões, observar tendências e
tomar decisões informadas. Veja a seguir um exemplo de um analisador
multiparâmetro:
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Figura - Analisador multiparâmetro

Fonte: Tecnal. Link, S.D.

Já o controlador multiparâmetro pode monitorar, por exemplo, a qualidade da


água e do solo, assim como o controle e acionamento de dispositivos. Em um
controlador deste, podemos medir oxigênio dissolvido, pH, ORP, condutividade
elétrica e também temperatura. Este dispositivo tem sua aplicação em aquários,
piscicultura, aquicultura, agricultura, hidroponia e também sua aplicação na indústria,
como Estações de Tratamento de água e esgoto.
O controlador é dado a partir de saídas e entradas analógicas e digitais para
acionamentos de bombas, válvulas e dosadores para atuar na correção dos fatores
foram do padrão predeterminado, com um display responsável pela leitura e
interpretação dos dados obtidos. O dispositivo opera por meio de uma interface com
dispositivos que possam ser controlados via CLP e supervisórios. Seu acionamento
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está subordinado a setpoints e histereses como até 4 parâmetros ou mesmo


temporização, operada por relógio interno de tempo real.
A seguir, podemos ver um exemplo de Controlador de pH que vimos acima,
integrando outros parâmetros de medição em um só aparelho.

Figura - Controlador de Ph

Fonte: MsTecnopon, S.D.

Este Controlador pode medir temperatura, assim como o pH a partir da adição


de base e ácido. Tais adições são dadas por meio de duas bombas peristálticas
acoplados ao controlador ou mesmo por ser dado através de relés.

Sensores Inteligentes
Os Sensores inteligentes são dispositivos que recebem alguns parâmetros
físicos de entrada, executando funções internas predefinidas por meio de recursos
de computação, com a detecção dos parâmetros há processamento e transmissão
dos dados obtidos do ambiente.
De maneira geral, os sensores inteligentes são dispositivos que recebem
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como entrada algum parâmetro físico do ambiente e, através de recursos internos


computacionais, para executar funções internas predefinidas, detectam esse
parâmetro, processando e transmitindo os dados referentes a ele em seguida. Os
sensores inteligentes permitem uma amostragem mais exata e automatizada na
coleta dos dados, com elevada imunidade ao ruído que podem estar presentes nos
dados recebidos. Além disso, eles permitem o processamento de forma distribuída,
que consiste na coleta e multiplexação de diferentes parâmetros medidos
simultaneamente, ou de um mesmo parâmetro medido em diferentes pontos
(FREITAS, 2016).
Eles permitem uma amostragem mais precisa e automatizada na coleta de
dados e são altamente resistentes ao ruído que pode estar presente nos dados
recebidos. Contudo, o processamento é distribuído de forma que envolve coletar e
reutilizar diferentes parâmetros medidos ao mesmo tempo ou o mesmo parâmetro
medido em pontos diferentes, isto auxilia de forma muito significativa as tomadas de
decisão. Além de serem usados em um grande número de aplicações científicas,
esses dispositivos também são usados em mecanismos de monitoramento e
controle em uma variedade de aplicações, incluindo redes inteligentes e áreas de
exploração.
Dessa forma pode definir um sensor inteligente como um dispositivo capaz de
realizar funções intelectuais, como um autoteste, uma autovalidação,
autoidentificação, autoadaptação, dentre outras avaliações de forma autônoma.
Esses sensores são peças chaves na Indústria 4.0, mas também são
comumente usados em casas inteligentes. Sua essência é baseada em dispositivos
reduzidos fisicamente, muita das vezes sem fio, e que transmitem informações sobre
o que está acontecendo em sua casa para outros dispositivos inteligentes para que
eles possam interagir e diagnosticar situações e problemas.
É possível integrar sensores com fechaduras inteligentes, câmeras
inteligentes, hubs, iluminação de forma geral, plugues inteligentes e muitos outros
dispositivos, de forma a detectar movimentos, temperatura, assim como aberturas e
fechamentos de objetos ou portas. Na figura a seguir está apresentado um sensor de
proximidade já acoplado com iluminação, sendo um exemplo de um dispositivo que
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é capaz de perceber a presença de um corpo e já acionar a lâmpada, reduzindo


assim fios e ligações comumente usados em um sensor de presença.

Figura - Sensor de presença Inteligente

Fonte: Qualitronix, S.D.

Enquanto na indústria é possível encontrar inúmeras aplicações, dentre elas,


uma maior confiabilidade em inspeções e medições, integração entre maquinários,
comunicação instantânea entre máquina e operador, redução de manutenção a
partir de alertas quanto à durabilidade da peça, dentre outras aplicações que
beneficiam o uso da tecnologia.
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REFERÊNCIAS

ALFACOMP. Transmissor de nível hidrostático - TNH20. S.D. 2019. Disponível em


<https://bit.ly/3bWHqUC>. Acesso em: 05 dez. 2020.
FREITAS, M. S. et al. Sensores inteligentes e suas aplicações no cotidiano. Revista
de Trabalhos Acadêmicos Universo, São Gonçalo, v. 1, n. 2, p. 285, 2016.
GF. Controlador Multiparâmetro. Disponível em: <https://bit.ly/3rd3tN2>. Acesso em:
7 jan. 2021.
GROOVER, M. P. Automação Industrial e Sistemas de Manufatura. 3 Ed. São Paulo:
Editora Pearson, 2011.
MSTECNOPON. Medidor/Controlador de pH – mPI-3000. S.D. Disponível
em: <https://bit.ly/3c26b1F>. Acesso em: 06 dez. 2020.
QUALITRONIX. Sensor de presença. S.D. Disponível em: <https://bit.ly/3kJ9sac>.
Acesso em: 07 jan. 2021.
SIGHIERI, L.; NISHINARI, A. Controle Automático de Processos Industriais:
Instrumentação. 2ª Ed. São Paulo: Editora Blucher, 1973.
TECNAL. Analisador Multiparâmetro. S.D. Disponível em: <https://bit.ly/3bXac7r>.
Acesso em: 07 jan. 2021.
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