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IFSP CAMPUS BARRETOS

TRABALHO DE FÍSICA
2º BIMESTRE - 3º ALIMENTOS B

Maria Clara Lima Botelho


Maria Luisa Zanini Hatano
Max Vincent Guimarães Coelho
Thales Fernandes Silva
Vitória da Silva Lemos

1. Origens da Física Quântica (História)


A história da física quântica remonta ao final do século XIX e início do século XX,
quando os cientistas começaram a questionar as teorias clássicas da física que regiam o
comportamento da matéria e da energia. Aqui está um resumo dos principais marcos e
desenvolvimentos da história da física quântica:
1. Descoberta do efeito fotoelétrico (1905): Albert Einstein publicou um artigo sobre o
efeito fotoelétrico, mostrando que a luz pode se comportar tanto como partícula (fóton)
quanto como onda. Essa descoberta foi fundamental para o desenvolvimento posterior da
teoria quântica.
2. Modelo atômico de Bohr (1913): Niels Bohr propôs um modelo atômico no qual os
elétrons orbitam em torno do núcleo em órbitas quantizadas. Esse modelo foi uma das
primeiras aplicações da quantização na descrição do comportamento das partículas
subatômicas.
3. Princípio da incerteza de Heisenberg (1927): Werner Heisenberg formulou o
princípio da incerteza, que estabelece que é impossível conhecer simultaneamente a posição e
o momento (ou velocidade) de uma partícula com precisão arbitrária. Isso introduziu a ideia
de que a natureza possui uma intrínseca indeterminação.
4. Equação de Schrödinger (1926): Erwin Schrödinger desenvolveu uma equação que
descreve a evolução temporal de uma função de onda que representa um sistema quântico.
Essa equação é uma das bases fundamentais da física quântica e permite calcular a
probabilidade de encontrar uma partícula em diferentes estados.
5. Interpretações da mecânica quântica: Várias interpretações foram propostas para
tentar entender os aspectos peculiares da mecânica quântica. Algumas das mais conhecidas
são a interpretação de Copenhague, que enfatiza a natureza probabilística da teoria, e a
interpretação dos muitos mundos, que postula a existência de múltiplos universos em que
todas as possibilidades se realizam.
6. Desenvolvimento da teoria quântica de campos (década de 1940 em diante): A
física quântica foi estendida para descrever campos como o eletromagnético e o campo
quântico associado às partículas elementares. Isso levou à teoria quântica de campos, que é
uma estrutura matemática para descrever partículas elementares e suas interações.
7. Aplicações tecnológicas: A física quântica teve um impacto significativo em várias
áreas da tecnologia. Exemplos notáveis incluem os lasers, transistores semicondutores e a
criptografia quântica.
Esses são apenas alguns dos principais momentos na história da física quântica. Desde
então, a teoria quântica continuou a evoluir e a desafiar nossas intuições sobre a natureza
fundamental da realidade.

2. A radiação de corpo negro


A radiação de corpo negro é um fenômeno estudado na física quântica que descreve a
radiação eletromagnética emitida por um objeto em equilíbrio térmico total. O termo "corpo
negro" refere-se a um objeto hipotético que absorve completamente toda a radiação incidente
sobre ele, sem refletir ou transmitir qualquer parte da radiação.
A radiação de corpo negro é um conceito fundamental na física quântica e
desempenhou um papel importante no desenvolvimento da teoria quântica. A teoria clássica
da radiação, baseada na física clássica, não conseguia explicar corretamente as propriedades
observadas da radiação de corpo negro. No entanto, em 1900, Max Planck propôs uma
solução revolucionária para esse problema ao introduzir o conceito de quantização da energia.
De acordo com a teoria de Planck, a energia de uma onda eletromagnética não pode
variar continuamente, mas é quantizada em unidades discretas chamadas de "quanta" ou
"fótons". A energia de cada fóton é proporcional à frequência da radiação, onde a constante de
proporcionalidade é conhecida como constante de Planck (h). Essa descoberta marcou o início
da teoria quântica e trouxe consigo a ideia revolucionária de que a energia é quantizada.
A distribuição de energia da radiação de corpo negro em diferentes comprimentos de
onda foi investigada em detalhes por Max Planck e posteriormente por Albert Einstein. Eles
descobriram que a distribuição espectral de energia da radiação de corpo negro segue uma
curva característica chamada de "distribuição de Planck". Essa distribuição depende da
temperatura do corpo negro e é descrita pela fórmula:
B(λ, T) = (2hc²/λ⁵) * (1/(e^(hc/λkT) - 1))

onde B é a densidade espectral de energia, λ é o comprimento de onda, T é a


temperatura do corpo negro, h é a constante de Planck, c é a velocidade da luz e k é a
constante de Boltzmann.
A radiação de corpo negro é um conceito importante em muitas áreas da física e tem
aplicações práticas significativas. Por exemplo, é fundamental na astrofísica para estudar as
propriedades de estrelas e objetos astronômicos. Além disso, a radiação de corpo negro tem
implicações na engenharia de materiais, na tecnologia de semicondutores e na ciência dos
materiais, entre outras áreas.
Em resumo, a radiação de corpo negro é um fenômeno quântico que descreve a
radiação eletromagnética emitida por um objeto em equilíbrio térmico total. A compreensão
desse fenômeno foi uma das peças fundamentais para o desenvolvimento da teoria quântica e
trouxe consigo a ideia de que a energia é quantizada.

3. O espectro eletromagnético
O espectro eletromagnético é uma representação gráfica ou conceitual das diferentes
formas de radiação eletromagnética, que inclui desde ondas de baixa frequência, como as
ondas de rádio, até ondas de alta frequência, como os raios gama. Essas formas de radiação
eletromagnética são caracterizadas por diferentes comprimentos de onda e frequências.
O espectro eletromagnético abrange uma ampla faixa de radiação, que pode ser
dividida em diferentes regiões, cada uma com propriedades específicas. As principais regiões
do espectro eletromagnético, em ordem crescente de frequência e energia, são as seguintes:

1. Ondas de rádio: São ondas de baixa frequência e longo comprimento de onda. Elas
são usadas em comunicações de rádio e televisão, além de aplicações como radar e
telecomunicações móveis.
2. Micro-ondas: Essas ondas têm frequências mais altas que as ondas de rádio, mas
ainda são usadas principalmente para comunicações sem fio e aquecimento de alimentos em
fornos de micro-ondas.
3. Infravermelho: Essa região do espectro é composta por radiação com frequências
um pouco mais altas do que as micro-ondas. O infravermelho é utilizado em aplicações como
controle remoto, detecção de calor, imagens térmicas e comunicação óptica.
4. Luz visível: É a faixa de radiação que pode ser detectada pelo olho humano. A luz
visível é composta por diferentes cores, cada uma correspondendo a um intervalo específico
de comprimentos de onda. A luz visível é essencial para a visão humana e tem aplicações em
tecnologia de imagem, iluminação e displays.
5. Ultravioleta: O ultravioleta possui frequências mais altas do que a luz visível e é
conhecido por seus efeitos nos organismos vivos, como bronzeamento e queimaduras solares.
Também é usado em aplicações como esterilização, fluorescência e análise espectral.
6. Raios X: Os raios X têm frequências ainda mais altas que o ultravioleta e são
amplamente utilizados na medicina para exames de diagnóstico, como radiografias e
tomografias computadorizadas. Eles também têm aplicações em pesquisa científica e na
indústria.
7. Raios gama: São a forma de radiação eletromagnética de mais alta energia e
frequência. Os raios gama são produzidos em eventos altamente energéticos, como reações
nucleares e explosões estelares. Eles têm aplicações na medicina, como radioterapia, e em
pesquisas de física nuclear e astrofísica.

É importante destacar que o espectro eletromagnético não é uma divisão rígida, mas
uma escala contínua de frequências e energias. Cada região do espectro tem características
distintas e aplicações específicas, desempenhando um papel fundamental em várias áreas da
ciência, tecnologia e medicina.

4. A dualidade da luz e da matéria


A dualidade da luz e da matéria é um princípio fundamental da física quântica que
afirma que partículas, como elétrons e fótons (partículas de luz), podem exibir tanto
comportamento de partícula quanto comportamento de onda, dependendo do contexto
experimental.
A dualidade onda-partícula foi inicialmente proposta por Louis de Broglie em sua tese
de doutorado em 1924, na qual ele sugeriu que todas as partículas têm natureza ondulatória.
De acordo com a hipótese de de Broglie, a cada partícula está associada uma função de onda,
que descreve sua propriedade ondulatória. Essa função de onda é uma entidade matemática
que descreve a probabilidade de encontrar a partícula em diferentes posições e estados de
energia.
No entanto, foi a partir dos experimentos da dupla fenda, realizados por Thomas
Young no início do século XIX e posteriormente repetidos com partículas como elétrons e
fótons, que a natureza dual da luz e da matéria foi claramente demonstrada. Nesses
experimentos, quando partículas individuais são enviadas por uma fenda estreita e colidem
com uma tela de detecção, um padrão de interferência semelhante ao de ondas é observado,
sugerindo um comportamento ondulatório.
Por outro lado, quando são realizadas medidas para determinar a posição ou o
momento das partículas, elas se comportam como partículas individuais, exibindo uma
localização definida no espaço. Isso é conhecido como o princípio da localização, que afirma
que a medida de uma propriedade de uma partícula a "colapsa" em um estado definido.
A dualidade da luz e da matéria tem implicações profundas na física quântica e desafia
nossa intuição clássica sobre a natureza fundamental da realidade. Ela está relacionada ao
princípio da incerteza de Heisenberg, que estabelece que não é possível conhecer
simultaneamente com precisão arbitrária tanto a posição quanto o momento de uma partícula.
Essa incerteza fundamental é uma consequência da dualidade onda-partícula e da natureza
probabilística da física quântica.
A dualidade da luz e da matéria tem sido confirmada por uma ampla gama de
experimentos e é essencial para a compreensão e o desenvolvimento da física quântica. Ela é
a base para a teoria quântica de campos, que descreve a interação das partículas elementares
por meio de campos quânticos, e também tem implicações em áreas como a óptica quântica, a
computação quântica e a nanotecnologia.

5. O princípio da complementaridade
O princípio da complementaridade é um conceito fundamental na física quântica que
foi proposto por Niels Bohr como parte da interpretação de Copenhague. Ele estabelece que
diferentes propriedades ou aspectos de um sistema quântico são complementares entre si e
não podem ser observados simultaneamente de forma completa.
O princípio da complementaridade está intimamente ligado à dualidade onda-partícula
e ao princípio da incerteza de Heisenberg. De acordo com esse princípio, certas propriedades
de um sistema quântico, como a posição e o momento, ou o caminho e o padrão de
interferência, são complementares e não podem ser conhecidas simultaneamente com precisão
arbitrária.
Um exemplo clássico para ilustrar o princípio da complementaridade é o experimento
da dupla fenda. Nesse experimento, quando fótons ou partículas como elétrons são enviados
através de duas fendas e atingem uma tela de detecção, eles exibem um padrão de
interferência, indicando comportamento ondulatório. No entanto, quando um detector é
colocado para medir por qual fenda cada partícula passa, o padrão de interferência desaparece
e as partículas se comportam como partículas individuais, mostrando um comportamento
corpuscular.
Isso significa que, ao realizar a medida para determinar qual fenda a partícula passou,
perturbamos o sistema e destruímos a interferência, perdendo a informação sobre a natureza
ondulatória da partícula. Por outro lado, se não realizamos a medida da qual fenda, não temos
informações sobre o percurso individual das partículas e observamos o comportamento
ondulatório.
O princípio da complementaridade enfatiza que não podemos conhecer ambos os
aspectos complementares de um sistema quântico ao mesmo tempo. É uma limitação
fundamental da nossa capacidade de medir e descrever as propriedades de partículas e
sistemas quânticos. Isso está relacionado ao fato de que a natureza quântica é intrinsecamente
probabilística e não determinística, e a observação de uma propriedade específica pode alterar
o estado do sistema.
O princípio da complementaridade tem implicações profundas na interpretação e
compreensão da física quântica. Ele desafia nossa intuição baseada na física clássica e nos
leva a reconhecer que a natureza quântica do mundo é complexa e muitas vezes contraditória.
A interpretação de Copenhague, baseada no princípio da complementaridade, é uma das
abordagens mais amplamente aceitas para entender a física quântica, embora outras
interpretações também existam, como a interpretação dos muitos mundos e a interpretação
transacional.

6. O modelo atômico de Bohr


O modelo atômico de Bohr, proposto por Niels Bohr em 1913, foi um avanço
significativo na compreensão da estrutura dos átomos e marcou o início da teoria quântica.
Antes do modelo de Bohr, a estrutura dos átomos era pouco compreendida. O modelo
de Bohr foi baseado em duas premissas fundamentais: a ideia de que os elétrons orbitam o
núcleo em órbitas circulares quantizadas e a incorporação dos conceitos da teoria quântica de
Planck.
De acordo com o modelo de Bohr, os elétrons só podem ocupar determinadas órbitas
ao redor do núcleo do átomo, chamadas de níveis de energia. Cada nível de energia possui
uma energia específica associada a ele, e os elétrons podem saltar entre esses níveis ao
absorver ou emitir energia em quantidades discretas, conhecidas como fótons.
Bohr postulou que os elétrons só podem ocupar órbitas estáveis e quantizadas, nas
quais não emitem radiação contínua. Essas órbitas são conhecidas como estados estacionários.
Quando um elétron salta de um estado estacionário de energia mais elevada para um estado
estacionário de energia mais baixa, ele emite um fóton de energia correspondente à diferença
de energia entre os dois níveis. Da mesma forma, quando um elétron absorve um fóton de
energia, ele pode saltar para um estado estacionário de energia mais alta.
O modelo de Bohr também explicou a relação entre as linhas espectrais observadas
nos espectros de emissão dos átomos. Cada elemento químico emite ou absorve fótons em
comprimentos de onda específicos, formando um padrão de linhas espectrais característico.
Bohr relacionou essas linhas espectrais à transição de elétrons entre diferentes níveis de
energia quantizados.
Embora o modelo atômico de Bohr tenha sido um avanço importante, ele tinha
algumas limitações. Não explica completamente os espectros de átomos com mais de um
elétron, nem a natureza das órbitas eletrônicas. No entanto, o modelo de Bohr estabeleceu as
bases para o desenvolvimento posterior da teoria quântica e proporcionou uma compreensão
inicial da estrutura dos átomos.
Posteriormente, o modelo atômico de Bohr foi aprimorado e expandido pela teoria
quântica, que descreve a natureza probabilística e ondulatória dos elétrons. O modelo de Bohr
foi um passo importante para a compreensão da estrutura atômica e abriu caminho para
avanços posteriores na física quântica.

7. O princípio da incerteza de Heisenberg


O princípio da incerteza, também conhecido como princípio da indeterminação ou
princípio da incerteza de Heisenberg, é um dos princípios fundamentais da física quântica. Foi
formulado por Werner Heisenberg em 1927 e estabelece que existem limites fundamentais
para a precisão com que certas propriedades físicas de uma partícula podem ser conhecidas
simultaneamente.
O princípio da incerteza de Heisenberg está relacionado à dualidade onda-partícula da
matéria e à natureza probabilística da física quântica. Ele afirma que não é possível medir
simultaneamente e com precisão arbitrária a posição e o momento de uma partícula.
Matematicamente, o princípio da incerteza é expresso pela desigualdade de
Heisenberg, que relaciona a incerteza na medição da posição (Δx) de uma partícula e a
incerteza na medição do momento (Δp) da partícula. A desigualdade de Heisenberg é dada
por:
Δx * Δp >= h/4π

onde Δx representa a incerteza na posição da partícula, Δp representa a incerteza no


momento da partícula e h é a constante de Planck, uma constante fundamental da física
quântica.
Essa desigualdade implica que, quanto mais precisamente tentamos medir a posição de
uma partícula, maior será a incerteza na medida de seu momento, e vice-versa. Em outras
palavras, quanto mais precisamente queremos determinar a posição de uma partícula, menos
precisamente podemos determinar seu momento, e vice-versa.
Essa limitação fundamental na precisão das medidas quânticas decorre da natureza
probabilística das partículas quânticas e da interferência dos observadores na medição. A
própria atuação do aparelho de medição perturba o sistema quântico, introduzindo uma
incerteza inerente nas medidas.
O princípio da incerteza de Heisenberg tem implicações profundas na física quântica e
na nossa compreensão da natureza fundamental do mundo. Ele estabelece limites para nossa
capacidade de conhecer e prever com precisão as propriedades das partículas quânticas e nos
leva a abandonar a ideia de que é possível determinar com precisão simultânea a posição e o
momento de uma partícula.
Apesar de ser uma limitação fundamental, o princípio da incerteza de Heisenberg
também permitiu avanços significativos na tecnologia moderna, como a tecnologia de
microscopia de alta resolução, a física de partículas e a computação quântica. Além disso, o
princípio da incerteza é essencial para a teoria quântica de campos e a formulação matemática
da física quântica.

8. O Gato de Schrödinger

O gato de Schrödinger é um experimento mental proposto pelo físico Erwin


Schrödinger em 1935 para ilustrar algumas das questões e paradoxos envolvidos na
interpretação da teoria quântica. O experimento descreve um cenário hipotético em que um
gato é colocado em uma caixa lacrada junto com um dispositivo que pode ser ativado por um
evento quântico, como o decaimento radioativo de uma partícula subatômica.
De acordo com a interpretação de Copenhague da mecânica quântica, antes de abrir a
caixa e observar o estado do gato, ele pode ser considerado em um estado de superposição,
em que está simultaneamente vivo e morto. Isso significa que, de acordo com a teoria, o gato
existe em um estado indeterminado até que uma medição seja feita.
A ideia paradoxal é que, enquanto a caixa estiver fechada, não é possível determinar o
estado do gato, e ele estará em uma combinação de estados possíveis. Somente quando a caixa
é aberta e a observação é feita é que o gato assume um estado definido, seja vivo ou morto.
O experimento do gato de Schrödinger ilustra os desafios e as implicações da
mecânica quântica, especialmente no que diz respeito à superposição de estados e à natureza
probabilística das medições. Ele levanta questões sobre a interpretação dos fenômenos
quânticos e tem sido objeto de debates e discussões ao longo dos anos.
Embora o experimento seja apenas uma ilustração teórica, foi fundamental para
destacar as complexidades e peculiaridades da teoria quântica, desafiando nossa compreensão
intuitiva do mundo físico. O gato de Schrödinger continua sendo um exemplo icônico e
popularmente conhecido que desperta interesse e curiosidade sobre os princípios
fundamentais da física quântica.

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